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Não fui eu - um estudo sobre as mentiras

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFACVEST
Felipe Bleichvel Coelho
Não fui eu
Estudo sociológico sobre mentir, patologicamente ou não
Lages, 15 de maio de 2017
Felipe Bleichvel Coelho
Não fui eu
Estudo sobre mentir, patologicamente ou não
Trabalho apresentado à disciplina de Psicologia da 3ª fase de direito A do Centro Universitário Unifacvest como requisito para obtenção de nota do 3º semestre. Prof. Dr. Emerson J. Prates 
Lages, 15 de maio de 2017
Sumário
1. Introdução...................................................................................................01
2. Mentir.........................................................................................................02
3. Mentir faz bem?..........................................................................................03
4. Mitomania...................................................................................................04
5. Mascaras da sociedade................................................................................05
6. Uma falsa verdade.......................................................................................06
7. Considerações finais....................................................................................07
8. Referências..................................................................................................08
	
 
Introdução
“Só não hoje, mas sempre, não estaria o mundo doente e afundando em uma catástase de mentiras?” – Millôr Fernandes
 O objetivo deste trabalho é refletir e ampliar o conhecimento sobre algo tão cotidiano e muitas vezes inconsciente, que é a mentira. Nas próximas páginas serão abordados os limites, o fim, as conseqüências e a dinâmica deste ato que busca incessantemente coexistir com o preceito de que todos são honestos; aliás, ninguém é dono da verdade, mas a mentira: tem acionista à beça.
 Embora mentir seja algo muito frequente e que você pense já saber tudo, nesta pesquisa será abordado o assunto de forma mais profunda, procurando suas origens de forma sociológica e imparcial, e o que implica seu exagerado uso, na incitação de doenças psicológicas.
Mentir
“Da inverdade pega em fragrante, diz-se que é uma mentira deslavada; um ano depois talvez seja apenas outra faceta da verdade: qualquer um se convence de que uma deslavada mentira é uma verdade absoluta depois de ouvi-la várias vezes contada por si mesmo” 
– Millôr Fernandes.
Mentimos mesmo quando estamos sozinhos, tentando se convencer de futuros incertos ou criar uma realidade que condiz com as suas vontades, assim, mente-se para encontrar a verdade. Quando também existem diversos tipos de mentira, mas em toda ela, sua principal característica é: negar a si mesmo a coragem de encarar a verdade que já esta ali, real. Ou seja, se proteger das próprias frustrações ou do julgamento alheio.
Afirmando isto... Resta uma pergunta: Você sabia que a mentira patológica pode estar presente nas suas relações sociais? “A mentira patológica, também chamada de mitomania, é a condição das pessoas que contam mentiras compulsivamente. Esse comportamento é causado por um transtorno psicológico que o diferencia, nesse caso, de eventual simulação, omissão ou distorção da verdade praticada por indivíduos saudáveis (estariam verdadeiramente saudáveis?). A diferença entre a mentira patológica e a mentira comum é que o mitômano (como é chamada a pessoa que sofre com o transtorno) tem o comportamento de contar falsas histórias por motivos emocionais, como, por exemplo, medo, vergonha e necessidade de aprovação” (ANDRADE, 2014). A fraca linha que divide essas duas categorias é o que será trabalhado aqui; Não é errado dizer que a mentira esta inclusa em quase todos os problemas psiquiátricos, e por consequência, o tratamento da mitomania é ao consultar um psiquiatra, para que a pessoa reflita sobre o seu comportamento. No entanto, ‘quem não tem feridas no narciso?’ Todos têm; O lapso que impede dessas feridas serem benéficas pra construção de caráter está ao escondê-las com curativos de mentiras.
Usualmente, é inútil chamar alguém de mentiroso. Todo mundo é, principalmente as pessoas que falam muito: mentem sempre por que já esgotaram seus estoques de verdades; essa afirmação pode até parecer superficial, mas é o ciclo natural de um diálogo, ainda mais se for entre políticos. ‘A mentira’ mostra que por baixo das mentiras de ministros, senadores e médicos, havia outras mentiras. A mídia, inclusive, com certeza já tem consciência: que se a verdade não está por cima, por baixo é que ela não está. Apenas outra e outra camada de mentira.
Mentir faz bem?
 Pode-se dizer que mentiras contadas para ajudar outra pessoa, podem ser benéficas, fazer você se sentir bem, e até mesmo ajudar a se socializar, porém, uma coisa é certa, mentir para encobrir uma má ação, enganar alguém ou apenas para obter vantagem pessoal não vai melhorar seus relacionamentos, sejam eles românticos, fraternos ou familiares. Mas mesmo assim, gostamos de mentir; Mentir às vezes parece mais fácil que dizer a verdade (nem sempre, mas você entendeu), todos conhecem aquela sensação gostosa que vem do ato de cometer uma fraude, como passar no sinal vermelho quando é tarde da noite e ninguém está na rua. 
 Todas as pessoas são excelentes mentirosas, faz parte da herança humana e estão tão acostumadas a isso que nem sempre acham desonestidade. Desde cedo se aprende a mentir e a diagnosticar a verdade. Na infância, por exemplo, mentimos para se isentar da culpa, ou quando temos receio que a verdade traga consequências negativas. . E de forma quase que automática: segundo as estatísticas (citadas por Roque Theophilo), “mentimos cerca de 200 vezes por dia e em média uma vez por cada 5 minutos”. Este tipo de desonestidade não é realmente mentir no sentido mais estrito da palavra; é mais como monitorar a verdade que você está disposto a compartilhar com os outros. Nas redes sociais, as pessoas mentem principalmente por omissão. Ex. Elas postam no ‘face’ uma foto de suas férias em algum lugar agradável, mas não dizem que tiveram uma péssima noite em um hotel, e que estão cansadas e mal-humoradas; Isso ocorre por que a mentira é uma forma de proteção do julgamento alheio.
 Mas por que temer a opinião externa? É de natureza humana encontrar defeitos como se fosse uma máquina, e como nisso somos iguais, temos plena consciência que o outro os está procurando. Mas também não é do que será achado que temos medo, e sim, das nossas próprias frustrações ao tentar ser sempre o melhor possível, algo que só acontece ao ser verdadeiro. 
Mentir faz mal. Mitomania, não importa o nível, é sempre antiética. “A vida só vale a pena ser vivida, se for ética” – Leandro Karnal. 
Mitomania 
Não seria abstrato demais, depois de tudo que foi observado aqui, afirmar que mentir de forma patológica é absurdamente diferente de apenas mentir? O que difere um mitômano de uma pessoa comum são apenas detalhes, esses, tanto ultrapassados como retroagidos alternadamente ao longo do tempo, e de forma simples e fácil, dependendo das oportunidades de determinado meio social em que se aplica. 
No entanto vale dizer que, a mitomania não deixa de ser o extremo, e a manifestação mais benigna desta condição. Sendo assim, abaixo é passível de se encontrar alguns dos principais métodos pra se descobrir ou não um mitômano. A lista a seguir provém do site WikiWow, que traduzindo do termo inglês, fica algo como “enciclopédia do como”, e além desse assunto, se dedica a ensinar a fazer todos os tipos de coisas (vale a pena entrar e conferir).
1. Observando o comportamento: Veja se a pessoa reconta as histórias dos outros (característica sempre presente em mitômanos... Tente lembrar se já ouviu o que a pessoa disse em algum lugar); Reflita bem sobre as supostas mentiras (se aumenta coisas, se tem um padrão); Verifique se a pessoa se esquiva de perguntas (manipulação, profissional em evitarquestionamentos); Fique atento para sinais de manipulação (estuda e avalia os outros, e sabe quem tende a cair em determinadas mentiras); Observe como o mitômano se comporta quando é pego na mentira (tende a reagir agressivamente).
2. Observando a linguagem corporal: Veja se ele faz contato visual (ao contrario das pessoas comuns que evitam olhar mentindo, ele mantém olhar fixo, e manipula a linguagem corporal como em um jogo); Perceba se ele parece relaxado demais (mitômanos não têm problema em mentir, e relaxam fazendo isso); Fique atento ao tom de voz (pode alternar ou não); Veja o sorriso (verifique se está forçado).
3. Avaliando os fatores de risco: Descubra se o mitômano tem hábitos secretos (abusos de substâncias, vícios); Note se a pessoa vive no mundo real (vivem no mundo de suas mentiras, dá extrema importância a si mesmo); Reflita sobre os relacionamentos dele (instáveis); Analise a carreira da pessoa (blefam nos currículos, mudam de emprego com frequência).
· Se essa pessoa é importante para você, ajude-a. Você pode incentivar a pessoa a fazer terapia, mas infelizmente não pode forçá-la a ir... tenha paciência ao falar disso; Diga que ela não precisa fingir ser perfeita e conte seus maiores equívocos e erros. Caso desconfie que as mentiras contadas visam encobrir atividades ilegais, pode ser necessário chamar as autoridades.
Uma falsa verdade
 Fala-se muita mentira com extrema sinceridade. A simples falta ou ausência da verdade, já é o suficiente para criar mentiras, e é aí que as falsas verdades estão presentes de forma individual, ou seja, dentro de cada um. Uma falsa verdade começa com pensamentos, seus ou alheios, que criam uma verdade que não condiz com a realidade, ou seja, pensamentos (é comum encontrar alguém que considere o que pensa como sendo sempre o mais correto possível), geralmente estão errados, e acreditar cegamente neles também, além de ser um jeito de se omitir, ao acreditar nas próprias mentiras, acaba-se perdendo o direito de conhecer a verdade (real). O núcleo deste título, reside no tratamento do mentir usual com seus extremos.
 Para exemplificar o conceito de falsa verdade pode-se começar com uma simples pergunta: “Quantas coisas você pode afirmar com toda certeza, que são verdadeiras?” você pode não ver neste instante, mas elas são muito poucas. Pois, é ao decorrer da vida que você acha “novas verdades” às quais descobre ou se adapta. Consequentemente tornando qualquer afirmação de seus conceitos passados, por você mesmo ou por outra pessoa em afirmações falsas, vulgas mentiras que assumir como verdade não faz mais sentido para você. Esse tipo de mentira é aquela criada por pura conveniência social, negá-la ou aceita-la é uma decisão de quem mente, já que são coisas que se quer acreditar mas que na verdade são falsas. 
 Essa teoria pode ser comprovada pela história, já que mentir é algo ensinado na sociedade (que está sempre em estado de mudança) desde seus primórdios. Nela, o ser humano busca constantemente a soberania em relação aos outros, seja em uma simples conversa na qual você não quer se sentir inferior, ou nos métodos de manipulação utilizados pelo governo, cultura e religião através dos séculos. Mente-se para poder impor sua verdade, (o seu jeito de fazer as coisas, o que considera certo...) sendo ela falsa ou não.
 A mentira é o mais antigo meio de controle social inventado, usado através do tempo pelos que tinham poder e queriam se manter assim. Ao lembrar-se de conceitos como a “ignorância conveniente”, o passado da igreja católica, o conservadorismo cientifico através dos anos, (no exemplo de momentos como quando, que insistia que a terra era plana), ou o que é visto em qualquer sociedade com um governo, pode-se perceber como as falsas verdades agem, seja na forma de pressão social ou ingenuidade.
Mascaras da sociedade
 Querendo ou não, o ser humano está sempre procurando algo para acreditar, e obviamente, algo que não seja falso. Esse desejo se aproveita de suas angustias buscando lhe guiar para cura delas saciando as dúvidas com a tão esperada verdade. O problema é que no mundo há um punhado de verdades, diagnosticadas pela cultura de cada um, esta, que se refere a muito mais que, por exemplo, a diferença de um índio para um cristão. O meio cultural abordado aqui é mais íntimo que isso, são os diferentes conceitos que cada família prega, heranças tanto de figuras fraternas (amigos, conhecidos... em suma, pessoas que influenciam na formação do caráter) quanto do pai e da mãe para fitarmos nossas decisões, ou seja, a educação é que difere o certo e o errado, e a formação da consciência depende totalmente das influências que a sociedade apresenta. Porém, o que acontece quando se escolhe uma mentira? Bom, as pessoas a transformam numa verdade. Afinal, qualquer coisa que você acreditar consequentemente passa a ser verdadeira para si, voltando a responsabilidade da mentira como um ato ruim não para quem engana (já que ele apenas estava expondo sua verdade pessoal), mas sim para a pessoa que decidiu por seguir uma certeza insensata. Isso provavelmente acontece com todos, sem você perceber.
É muito comum alguém esquecer sua própria verdade quando se está em um meio social, usando uma mascara, para se adaptar a cada pessoa, ou situação e isso ocorre, porque a mente humana não é homogênea, ou seja, ninguém é só extrovertido, só zangado, envergonhado ou antipático, se é um pouco de cada um, e em momentos diferentes e com pessoas diferentes, se reservando faces de si mesmo para cada situação. Mas não é que se esteja mentindo no sentido lato da palavra, apenas se possui verdades múltiplas. Isso ocorre justamente pelo fenômeno do processo de adaptação de uma cultura às exigências do seu ambiente que prega a interação desse grupo com outros, que lhe são exteriores, como citado acima.
Considerações finais
 Um mentir é de quem mente, mas o outro é da pessoa que escutou, sendo que a mentira em si não acaba ou possui um final, apenas é renovada na forma de uma verdade. Nesse decorrer, ela pode atrapalhar a vida de ambos os lados, sendo realmente, uma parte muito ruim e pútrida do ser humano.
Na presente pesquisa, pode-se constatar efeitos que as mentiras patológicas e as cotidianas causam na sociedade e nos indivíduos, e a relação entre seus extremos; gerando lapsos éticos.
 Se alguém se descontrola e mente demais (quase que num vício), é extremamente recomendável que procure ajuda (talvez em si mesmo), pois significa que se apega muito ao dia-dia, se esquece de criar ambições e desenvolve medo do futuro, este qual, a única cura é uma coisa chamada convicção, ou seja, a força de vontade para ser autônomo em seus objetivos.
 A vida é confusa nesse setor, já que até mesmo a certeza consegue ficar incerta, mas em suma, pode se considerar que há mentiras inacreditáveis e pouquíssimas verdades em que se possa acreditar, estas quais são somente alcançadas com coerência, imparcialidade, e despolarização do pensamento.
Referências 
CARRETEIRO Rui Manuel. A mentira. Revista Sábado: 09/07/2004. Disponível em <www.psicologia.pt/artigos/ver_artigo.php?codigo=A0220&area=d4&>. Acesso em: 15/05/2017.
INFOPÉDIA dicionários porta editora. Mudança cultural. Artigos de apoio: 11/02/2013. Disponível em < http://www.infopedia.pt/$mudanca-cultural>. Acesso em: 10/05/2017.
HOW Wiki. Como identificar um mitômano. Disponível em: <http://pt.wikihow.com/Identificar-um-Mit%C3%B4mano>. Acesso em: 15/05/2017.
ANDRADE, Maria. Mentira patológica é causada por transtorno psicológico. Redação vivo, 27/06/2014. Disponível em: <http://vivomaissaudavel.com.br/saude/clinica-geral/mentira-patologica-e-causada-por-transtorno-psicologico/>. Acesso em: 10/05/2017.
FERNANDES, Millôr. A Bíblia do Caos. L&PM Pocket, vol. 262, 04/08/2009. Porto Alegre. 624 pag. 
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