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Resumo Mora - Direito das Obrigações

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CAMPANHA NACIONAL DE ESCOLAS DA COMUNIDADE
FACULDADE CENECISTA DE OSÓRIO
CURSO DE DIREITO
WYNNIE WINCK FOLGIARINI FERREIRA
DIREITO CIVIL II
DA MORA
Osório
2018
1. CONCEITO
Obrigações são relações jurídicas transitórias entre um sujeito ativo, denominado credor, e um sujeito passivo, denominado devedor. (GARCIA, 2015) O objeto das obrigações é a prestação econômica pelo pólo passivo da relação em razão do pólo ativo. (GARCIA, 2015). Portanto, todo aquele que não cumprir com sua obrigação responderá pelos prejuízos que causar. (AZEVEDO, 2008, p. 182) Por exemplo, conforme Azevedo (2008, p. 182), quando há a compra de um objeto por alguém e o vendedor não lhe entrega aquilo que foi comprado, incorre no descumprimento da obrigação de dar coisa certa – objeto vendido. O gênero do inadimplemento das obrigações é dividido em mora, inadimplemento absoluto e violação positiva do contrato. (FARIAS e ROSENVALD, 2011, p. 534)
Denomina-se mora o cumprimento imperfeito de tal obrigação ou retardamento de seu cumprimento. (GONÇALVES, 2014, p. 126). O artigo 394 do Código Civil preceitua, in litteris:
Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer.
Portanto, não apenas o atraso para o cumprimento caracteriza a mora, mas também o seu cumprimento imperfeito, ou seja, em tempo, local e forma diferentes da convencionada [...] e para sua existência, basta que um dos requisitos citados no artigo 394 esteja presente, não sendo necessária a sua concorrência. (GONÇALVES, 2014, p. 126) A mora também pode decorrer de infração à lei, na prática de ato ilícito. (GONÇALVES, 2014, p. 126).
Dois critérios mostram-se importantes para a caracterização da mora: a Possibilidade de Purgação e Culpa.
Um conceito importante para a existência da mora é a possibilidade do cumprimento da obrigação, ainda que de forma imperfeita, com proveito para o credor. (GONÇALVEZ, 2014, p. 126) Quando inexiste a possibilidade de cumprimento da obrigação, trata-se de outra modalidade de inadimplemento, o absoluto. (AZEVEDO, 2008, p. 183 - 184) Este, conduz à resolução da relação obrigacional, conforme o artigo 475: “A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos” (FARIAS e ROSENVALD, 2011, p. 534) Um exemplo seria o atraso na entrega de doces e salgados para uma festa de casamento, uma vez que a festa tem data certa para acontecer e sua prestação seria inútil ao credor em data diversa da acordada. (GONÇALVEZ, 2014, p. 127) Entretanto, quando alguém atrasa uma parcela do preço na compra a prazo, ainda interessa ao credor seu recebimento, e nesse caso trata-se de simples mora. (GONÇALVEZ, 2014, p. 127)
Em suma, o pressuposto básico da mora é a possibilidade do cumprimento da obrigação, pois apesar de ser de forma diferente da acordada, sua prestação ainda é possível para o devedor e útil ao credor (FARIAS e ROSENVALD, 2011, p. 535)
Quanto à necessidade da existência de culpa para a configuração de mora, a questão ainda se mostra controvertida no que tange a culpa do credor, ao passo que algumas doutrinas ainda apontam a culpa como elemento essencial para caracterização de mora do credor. (GONÇALVES, 2014, p. 128)
Segundo Azevedo (apud FRANÇA, 1969, p. 148), mora é a inexecução culposa da obrigação, bem como a recusa, igualmente proposital, de receber sua satisfação no tempo, lugar e forma acordados. A inexecução da obrigação por causa fortuita ou de força maior e não eventual culpa de sua parte afasta a presunção de mora. (GONÇALVES, 2014, p. 127). Ainda, segundo o Código Civil, a redação do artigo 396 diz que “Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora.”
Entretanto, no que tange o entendimento de Carlos Roberto Gonçalves (2014, p.127) quanto à culpa do credor, a mora deste existirá a despeito de haver ou não culpa. O mesmo artigo 396 do Código Civil menciona apenas a mora em relação ao devedor, não abrangendo o credor. 
Cabe ainda uma última diferenciação entre mora e os vícios da prestação – Vicio Redibitório e Evicção. (FARIAS e ROSENVALD, 2011, p. 535) A mora é um retardamento no ato da prestação em si, sem qualquer consideração quanto à qualidade ou origem jurídica do objeto desta prestação, ao passo que o vício redibitório e a evicção relacionam-se com problemas na qualidade do objeto da prestação, sem nenhuma vinculação com o ato de prestar. (FARIAS e ROSENVALD, 2011, p. 535) A exemplo, uma coisa seria a demora em entregar um imóvel ao comprador e outra, completamente diferente, seria a entrega tempestiva, porém com o imóvel contendo problemas de infiltração ou a constatação de que o vendedor não é o verdadeiro proprietário do mesmo. (FARIAS e ROSENVALD, 2011, p. 535)
2. ESPÉCIES DE MORA
Existem duas espécies de mora: a mora do devedor e a do credor. A primeira é denominada mora solvendi ou debitoris; a segunda, mora accipiendi ou creditoris. (GONÇALVES, 2014, p. 128)
2.1. MORA DO DEVEDOR
Configura-se a mora do devedor quando se dá o descumprimento da obrigação por parte deste. (GONÇALVES, 2014, p. 128). É preciso que exista um débito legítimo e exato, ou seja, que o devedor saiba quanto deve pagar. (AZEVEDO, 2008, p. 184)
Segundo Rizzardo (apud FARIA, 1981, p.19) a mora do devedor tem como pressuposto o não cumprimento, por parte do devedor, acrescido da possibilidade de vir a ser satisfeita a obrigação e cujo devedor se torna responsável pelo prejuízo ocasionado ao credor, podendo este exigir o cumprimento judicial da obrigação, acrescida de dano emergente e do lucro cessante. Em outras palavras, pressupõe uma dívida liquida e certa, cujo prazo já chegou a termo e não obteve a satisfação de seu crédito por culpa do devedor. (FARIAS, 1981, p. 19) Por liquido e certo, entende-se que o débito é exato e perfeitamente conhecido pelo devedor, enquanto o termo seria o final, o dies ad quem (término do prazo), o vencimento para que a obrigação seja cumprida. (AZEVEDO, 2008, p.184) Se a dívida, mesmo que liquida e certa, não estiver vencida, não é possível ao credor exigir sua satisfação, visto que o prazo para seu cumprimento ainda não chegou ao final. (AZEVEDO, 2008, p.184)
A teor do artigo 390 do Código Civil, que trás, in litteris: “Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster”, depreende-se que apenas pode haver mora do devedor em obrigações positivas (obrigação de fazer e obrigação de dar), uma vez que nas obrigações negativas (obrigação de não fazer), a simples violação do ato de abster-se de praticar a ação já induz irremediavelmente ao inadimplemento absoluto, pois a atuação imprópria do devedor acarreta na impossibilidade de manutenção do vínculo. (FARIAS e ROSENVALD, 2011, p. 536)
É importante, também, que não se confunda o retardamento, que é um dos elementos da mora, com a mora em si, uma vez que o primeiro é o atraso no cumprimento da prestação enquanto o outro trata-se do retardamento culposo. (FARIAS e ROSENVALD, 2011, p.537)
Para a mora debitoris é imprescindível que a obrigação não tenha sido cumprida por ato de vontade ou por negligência, imperícia ou imprudência do devedor. (RIZZARDO, 2009, p. 482) O artigo 396 do Código Civil, exime de culpa caso a obrigação não seja satisfeita por razões fora do escopo do controle do devedor: “Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora.” Ainda, não será configurada a mora se um fato surge, impedindo o comprimento da obrigação, a exemplo de doença, um desastre, interrupção dos meios de transporte – tudo relacionado ao objeto da obrigação. (RIZZARDO, 2009, p. 482) Pode-se cogitar, entretanto, a inversão do ônus da prova, onde caberá ao devedor demonstrar que agiu com toda cautela e diligência que se poderia exigir de uma pessoa responsável naquelas circunstâncias. (FARIAS e ROSENVALD, 2011, p.537)
Fariase Rosenvald (2011, p. 537) admitem, também, a possibilidade de afastar da figura do devedor as conseqüências da mora sob o manto da onerosidade excessiva, como no caso de o credor impor ao devedor exigências que ultrapassem o real valor do crédito. Nessa condição, não incidem os efeitos da mora sobre o devedor até que se apure o valor liquido e certo do débito e, sendo reconhecido o abuso, extingue-se a mora solvendi e passa a configurar mora accipiendi, pois a cobrança de valores indevidos certamente gera perplexidade no devedor, que não sabe se postula a purga da mora ou se contesta a ação. (FARIAS e ROSENVALD, 2011, p.537 – 538). 
2.1.1. ESPÉCIE
2.1.1.1. MORA EX RE
	O Código Civil preferiu estabelecer como regra geral a mora ex re – em razão do fato ou da coisa – ou seja, dado o vencimento da obrigação, o crédito pode ser exigível pelo credor, o que significa que a simples ocorrência do vencimento já confere mora ao devedor. (AZEVEDO, 2008, p. 184)
No caput do artigo 397 do Código Civil, “o inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor”. Ou seja, quando a obrigação é positiva – de dar ou fazer – e liquida – de valor certo – , com data fixada para o pagamento, seu descumprimento acarreta de forma automática na mora do devedor, sem a necessidade de qualquer providência por parte do credor, dies interpellat pro homine, ou, o dia do vencimento interpela pelo homem. (GONÇALVES, 2014, p.128) Para que exista a exceção desta regra é necessário que a obrigação não tenha um termo final ou que seja imposta, expressamente, pela lei. (AZEVEDO, 2008, p. 184)
2.1.1.2. MORA EX PERSONA
O princípio oposto da mora ex re é a mora ex persona – mora em razão da pessoa - e esta ocorre quando não há um termo para o cumprimento da obrigação ou quando este é imposto pela lei. (AZEVEDO, 2008, p. 184) Nesse caso, a pessoa do devedor precisa ser comunicada mediante interpelação judicial ou extrajudicial. (GONÇALVES, 2014, p.129) A exemplo, se um contrato de comodato foi celebrado por dois anos, ao termo deste prazo o comodatário incorrera em mora ex re, ficando sujeito a ação de reintegração de posse; entretanto, caso não seja fixado um prazo de duração do comodato, a mora do comodatário se configurará depois de interpelado ou notificado pelo comodante, com prazo de trinta dias para desocupação do imóvel - ex persona. (GONÇALVES, 2014, p.129)
É desta espécie de mora que trata o Parágrafo Único do Artigo 397: “Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial.”
2.1.2. REQUISITOS
Segundo Gonçalves (2014, p. 130), existem três pressupostos da mora solvendi:
a) Exibilidade de prestação, ou seja, o termo de dívida liquida e certa;
b) Inexecução culposa
c) Constituição em mora (somente quando ex persona, sendo desnecessária se for ex re pois dies interpellat pro homine)
2.1.3. EFEITOS
De acordo com Farias e Rosenvald (2011, p. 538) a mora debitoris produz dois tipos de efeito. O primeiro é a responsabilidade pelo atraso no cumprimento da prestação, nos termos do artigo 395 do CC, que diz: “Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.”
O credor pode exigir, além da prestação da obrigação, juros e correção monetária, cláusula penal e reparação de qualquer outro prejuízo que houver sofrido, isso se não optar por recusar a obrigação, no caso desta ter-se tornado inútil, reclamando perdas e danos (GONÇALVES, 2014, p. 130), de acordo com o parágrafo único do artigo 395 “Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este poderá enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e danos”.
Ainda, a teor dos artigos 402 e 403 do Código Civil, ipsis litteris:
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.
Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual. 
Para evitar a liquidação das perdas e danos, poderá ser fixada, de acordo com a vontade das partes, uma cláusula penal moratória, onde fiquem definidos antecipadamente o valor de eventuais prejuízos. (FARIAS e ROSENVALD, 2011, p.538).
A indenização decorre não apenas por conta da indisponibilidade do bem no momento aprazado, mas também por conta dos prejuízos causados pelo simples fato do não cumprimento da obrigação dentro do prazo estipulado e, caso o bem produzisse frutos, a indenização abrange os perceptos e os percepiendos durante o período de atraso. (RIZZARDO, 2009, p.483)
Já o segundo efeito da mora do devedor é conhecido como “perpetuação da obrigação” e seu teor está exposto na primeira parte do artigo 399 do Código Civil. (FARIAS e ROSENVALD, 2011, p.539). O artigo citado trás o seguinte texto:
Art.399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada. (grifei)
Ou seja, se no período em que o devedor encontra-se em mora o objeto da prestação da obrigação perece,é imposto ao devedor o dever de indenizar pelo valor da coisa sem que este possa alegar a transferência do risco ao credor e a consequente extinção da obrigação, pois neste situação afasta-se a regra geral do artigo 393 - O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. – uma vez que há um nexo causal entre o atraso e a impossibilidade da prestação da obrigação. (FARIAS e ROSENVALD, 2011, p.539)
A título ilustrativo, Marília celebrou com Cristiano, seu vizinho, contrato de compra e venda de um piano, pelo qual ele lhe pagou a importância de R$1.000,00. No contrato, ajustaram que Marília entregaria o piano a Cristiano em data certa. Antes da tradição da coisa, mas depois de vencido o prazo para que ela fosse entregue a Cristiano, houve uma inesperada enchente, que inundou a casa de Marília e destruiu o piano. Neste caso, Marília responde pela impossibilidade de prestação, a menos que ela prove que o piano seria destruído ainda que tivesse sido entregue na data certa.
A segunda parte do artigo 399 menciona este caso. “(...)salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada”. Farias e Rosenvald (2011, p.540) frisam com bastante veemência que se não há culpa do devedor, sequer cogita-se mora e, em caso de perda da coisa pelo fortuito, aplica-se a resolução da relação obrigacional nos moldes do artigo 234 do Código Civil.
Arnaldo Rizzardo (2009, p.485) chama a atenção para a existência de outros efeitos ainda quanto ao tocante de conservar a coisa durante o atraso, de repará-la e dispensar-lhe os cuidados exigidos. No caso de doações onerosas, artigo 562 torna possível a revogação da doação caso o donatário esteja em mora quanto ao encargo exigido.
Art. 562. A doação onerosa pode ser revogada por inexecução do encargo, se o donatário incorrer em mora. Não havendo prazo para o cumprimento, o doador poderá notificar judicialmente o donatário, assinando-lhe prazo razoável para que cumpra a obrigação assumida.
No caso de não haver prazo para o cumprimento do encargo, o doador poderá notificar judicialmente o donatário, dando-lhe um prazo para que a obrigação seja cumprida, contato que este seja razoável. (RIZZARDO, 2009, p. 485)
2.2. MORA DO CREDOR
Não é tão comum quanto a mora do devedor. (RIZZARDO, 2009, p. 486) A mora creditoris ou mora accipiendi decorre da recusa imotivada do credor a receber a prestação da obrigação dentro do aprazado (GONÇALVES, 2014, p.131) ou a fornecer o recibo que comprova opagamento. (AZEVEDO, 2008, p.185) Também leva à mora a cobrança excessiva ou diversa do ajustado de forma que imponha ao devedor maior sacrifício. (FARIAS E ROSENVALD, 2011, p. 540)
Segundo Farias e Rosenvald (2011, p.540), o credor deve pautar sua conduta da boa-fé, sendo censurável qualquer conduta que dificulte o acesso do devedor ao adimplemento da obrigação, uma vez que o devedor anseia por extinguir o vínculo resultado de sua obrigação e o prolongamento lhe é apenas danoso. Deve o credor cooperar para que haja a finalização da obrigação e caso este não consiga amparar sua recusa em receber a satisfação de seu crédito em fatos objetivos e legítimos, será esta injustificada e incorrera o devedor em mora. (FARIAS E ROSENVALD, 2011, p. 540 - 541).
Não é possível que haja mora debitoris e creditoris simultaneamente, uma vez que elas são excludentes. (FARIAS E ROSENVALD, 2011, p. 541). Quando da recusa injustificada do credor, inicia-se imediatamente sua mora e impossibilitando o devedor de incorrer em mora, independentemente da consignação em pagamento, pois a consignação não precisa ser realizada no dia seguinte ao vencimento da obrigação e sim a qualquer momento enquanto a prestação da dívida ainda puder ser útil ao credor. (FARIAS E ROSENVALD, 2011, p. 541) Nos casos em que a recusa do credor se dá por conta de divergência sobre o valor da prestação ou qualidade da mesma, apenas através de ação consignatória é que se chega à definição de um montante. (RIZZARDO, 2009, p. 486)
Cabe, porém, uma observação, apontada por Farias e Rosenvald (2011, p. 541), in litteris:
“(...)Não se podem confundir os momentos do nascimento da pretensão do direito material e do direito subjetivo público ao exercício da ação. A mora do credor produz efeitos por si mesma, pois a pretensão do devedor surge com a lesão ao direito subjetivo ao pagamento, ou sejam ele poderá exigir a satisfação de seu direito quando a oferta real for resistida, sendo desde já excluído dos efeitos da mora. Porém, a ação de consignação não é imediata, podendo ser oportunamente exercitada.”
Importante salientar, também, que a mora do credor não exclui a mora do devedor. (RIZZARDO, 2009, p.487) Caso o devedor se omita de buscar os meios legais para a quitação de seu débito, continuam a fluir os juros e outras cominações advindas da mora, exceto se comprovadamente o credor recusou-se a receber a satisfação de seu crédito ou a pretensão deste em receber valor maior que o acordado. (RIZZARDO, 2009, p.487)
2.2.1. REQUISITOS
Para Gonçalves (2014, p.131), existem quatro requisitos para configurar a mora do credor:
a) Vencimento da obrigação
b) Oferta de prestação
c) Recusa injustificada de receber
d) Constituição em mora
Para que haja a possibilidade de o devedor se desvincular de sua obrigação, é necessário que esta esteja no prazo ou vencida, pois antes disso sua prestação não é exigível e em consequência o devedor não pode ser liberado. (GONÇALVEZ, 2014, p.131)
Já a oferta de prestação revela o efetivo propósito do devedor em satisfazer sua obrigação. (GONÇALVEZ, 2014, p.131) Quando a obrigação for de natureza quesível (Credor deve ir até o devedor e exigir o pagamento), a oferta do devedor em saldar seu débito é dispensável, incorrendo o credor em mora no momento em que não comparece ao domicílio do devedor para buscar a prestação. (FARIAS E ROSENVALD, 2011, p. 541 - 542)
Quanto à recusa injustificada em receber a obrigação, diz-se que é a característica fundamental da mora do credor, ainda que a oferta de quitação se encontre dentro do estabelecido por ambas as partes, embaraçando o pagamento do débito liquido e certo. (AZEVEDO, 2008, p.186) Em se tratando de bens ou coisas que sejam pecuniariamente onerosas em sua conservação, é reconhecido o direito do devedor de ter ressarcimento de tais gastos após o ato que evidencia a recusa do credor em recebê-los. (RIZZARDO, 2009, p.486)
A recusa do credor em receber a satisfação de seu crédito nem sempre é expressa, podendo ser flagrada nos artifícios utilizados por este para eximir-se de receber, com exigências desmesuradas ao pagamento ou colocando-se em estado de ausência. (FARIAS E ROSENVALD, 2011, p. 541). Ilegitima também a recusa de receber quando existir uma diferença mínima entre a oferta do devedor e o valor real da prestação, especialmente quando se presume que aquele que arcará com o que falta será o devedor. (FARIAS E ROSENVALD, 2011, p. 541)
Por último, a constituição em mora se dá pela consignação em pagamento. (GONÇALVES, 2014, p 131)
2.2.2. EFEITOS
Os efeitos da mora do credor estão descritos no artigo 400 do Código Civil, ipsis litteris:
Art. 400. A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela conservação da coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em conservá-la, e sujeita-o a recebê-la pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação.
Ou seja, se o devedor não agir com dolo ante a mora do credor, fica isento da responsabilidade pela conservação do objeto do pagamento, liberando-se também dos juros e da pena convencional, obrigando o credor a arcar com o ressarcimento das despesas decorrentes de sua conservação (GONÇALVES, 2014, p. 132) Entretanto, a isenção de responsabilidade não se verificará caso o devedor aja de forma dolosa, recusando os mínimos cuidados de conservação e que leve ao perecimento da coisa. (FARIAS E ROSENVALD, 2011, p. 542) O abandono representa o exercício de um direito, mas quando culmina com a extinção da coisa, colide com o interesse social que, para Farias e Rosenvald apud Silvio Rodrigues “não pode aplaudir qualquer solução que leve ao desperdício ou a perda de riqueza.” (2011, p.542)
O segundo efeito da mora do credor seria a obrigação de ressarcir as despesas realizadas pelo devedor para a necessária conservação da coisa durante o período da mora, atentando-se, porém, que apenas as despesas que o devedor efetuou a título de conservação serão ressarcidas (benfeitorias necessárias) e não as que forem simples acréscimos ou caprichos (benfeitorias úteis e voluptuárias). (FARIAS E ROSENVALD, 2011, p. 542-543)
Há também o efeito relativo ao valor da coisa, especialmente no tocante à mercadorias cujo preço tem constante variação na bolsa de valores. (RIZZARDO, 2009, p. 488) O credor em mora se sujeitará a receber a coisa pela estimativa mais favorável ao devedor se o valor oscilar entre o dia do pagamento e a data do cumprimento efetivo deste. (FARIAS E ROSENVALD, 2011, p.543) Ainda nas palavras de Farias e Rosenvald (2011, p.543), a Lei Civil silencia, mas se a oscilação do valor for de desvalorização do bem, o credor não irá lucrar com este fato e receberá a prestação pelo montante da data em que for efetuado o pagamento.
2.3. MORA DE AMBOS OS CONTRATANTES
Ao contrário do que preconiza Farias e Rosenvald (2011, p. 541) quando apontam que não é possível que haja mora do credor e do devedor simultaneamente, Gonçalves (2014, p. 132) aponta que este tipo de mora é possível quando nenhuma das partes comparece ao local do pagamento, excluindo-se pela compensação e a situação permanecendo como se nenhuma das partes houvesse incorrido em mora, pois se ambos estão em mora, não podem exigir do outro perdas e danos.
No caso de moras sucessivas, permanecem os efeitos pretéritos de cada uma e cada um responderá pelos períodos em que a mora foi sua, operando-se a compensação, sendo que os danos que a mora de cada um tenha causado à outra não se cancelam pela mora superveniente da outra parte, pois cada um conserva seus direitos. (GONÇALVES, 2014, p. 132)
3. PURGAÇÃO E CESSAÇÃO DA MORA
Vindo da expressão romana emendatio vel purgatio morae, ou emenda/purgação da mora, é o instituto jurídico capaz de neutralizar total ou parcialmente os efeitos moratórios. (AZEVEDO, 2008, p.187)
Purgar a mora, em sentido jurídico, nada mais é do que fazer desaparecer o atraso verificado no cumprimento da obrigação. (AZEVEDO, 2008, p.187) Entretanto, Gonçalves (2014,p. 132) assinala que somente mediante o aproveitamento do credor à prestação da obrigação é que se possibilita a purgação da mora.
A purgação da mora está regulada no artigo 401 do Código Civil:
Art. 401. Purga-se a mora:
I - por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos decorrentes do dia da oferta;
II - por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos da mora até a mesma data.
4. JURISPRUDÊNCIA
AGRAVO DE INSTRUMENTO. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. ABUSIVIDADE DOS ENCARGOS CONTRATUAIS NÃO VERIFICADA. MORA SOLVENDI CONFIGURADA. PRECEDENTES.
A conveniência da instrução conjunta entre as ações conexas não tem reflexos no afastamento da mora. O ajuizamento de ação revisional das cláusulas do negócio jurídico não implica, por si só, a desconfiguração da mora ou óbice ao cumprimento do mandado de busca e apreensão. Os pagamentos não foram realizados conforme o acordado entre as partes, caracterizando o descumprimento da prestação por culpa do devedor (mora solvendi), e a estipulação de juros remuneratórios, por si só, não indica abusividade contratual (Súmula nº 382 – STJ).
Defeso enfrentar em 2º grau matéria não submetida ao juízo a quo, sob pena de supressão de instância.
AGRAVO DE INSTRUMENTO IMPROVIDO.
	Agravo de Instrumento
	Décima Primeira Câmara Cível
	Nº 70078788999 (Nº CNJ: 0244111-51.2018.8.21.7000)
	Comarca de Bento Gonçalves
	TANIRA GIOVANELLA 
	AGRAVANTE
	COOPERATIVA DE ECONOMIA E CREDITO MUTUO UNICRED INTEGRACAO LTDA 
	AGRAVADO
DECISÃO MONOCRÁTICA
Vistos.
Trata-se de agravo de instrumento interposto por TANIRA GIOVANELLA, irresignada com a decisão que deferiu o pedido liminar na ação de busca e apreensão que lhe move COOPERATIVA DE ECONOMIA E CREDITO MUTUO UNICRED INTEGRAÇÃO LTDA.
Em suas razões recursais, elucida a agravante que ajuizou ação revisional, a qual tramita apensada à busca e apreensão em questão, para sanar ilegalidades contratuais. Argumenta que o julgamento da ação revisional interfere no julgamento da ação de busca e apreensão, uma vez que o negócio jurídico sobre o qual se fundam as ações é uma renegociação de dívidas, e não uma concessão de crédito para financiamento de veículo, havendo indícios de abusividade nos encargos pactuados. Sustenta que não há mora por parte do agravante/devedor, seja em razão do pagamento efetuado por meio de débitos em sua conta corrente, ou seja em razão da abusividade de juros remuneratórios verificada no contrato. Por fim, salienta que a recorrente utiliza o veículo para exercer suas atividades profissionais, de modo que sofrerá prejuízos com a manutenção da medida liminar deferida. Requer o provimento do recurso para permitir que a agravante permaneça na posse do veículo até o julgamento da ação revisional.
É o relatório.
De início, defiro o pedido de Gratuidade da Justiça apenas para o processamento e julgamento do presente recurso, uma vez que demonstrada sua insuficiência de recursos para arcar com essa despesa processual.
Pois bem.
A recorrente pretende modificar a decisão que deferiu o pedido liminar da agravada, determinando a expedição de mandado para a busca e apreensão do veículo dado em garantia de um contrato de renegociação de dívida.
Para tanto, alega que há contradição entre o argumento usado para deferir a liminar (no sentido de que o ajuizamento de ação revisional não afasta a mora do devedor) e a determinação de apensamento das ações.
Ora, não há qualquer contradição na decisão recorrida, uma vez que a conveniência da instrução conjunta entre as ações conexas não tem reflexos no afastamento da mora. Isso porque o ajuizamento de ação revisional das cláusulas do negócio jurídico não implica, por si só, a desconfiguração da mora ou óbice ao cumprimento do mandado de busca e apreensão.
Nesse sentido são os atuais precedentes deste Tribunal:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO (DL 911/67). CONTRATO BANCÁRIO DE OUTORGA DE CRÉDITO COM GARANTIA DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. CASO CONCRETO. ALEGAÇÃO DE ENCARGOS ABUSIVOS. MATÉRIA DE DEFESA. POSSIBILIDADE DE ANÁLISE. INOCORRÊNCIA. MANTIDO O DEFERIMENTO DA LIMINAR. O mero ajuizamento de ação revisional não descaracteriza a mora contratual, nos termos do RESP nº 1.061.530. No caso concreto, inexiste a demonstração da cobrança de encargos capazes de fragilizar a mora do devedor. Inadimplência. Mora caracterizada. Comprovação da regular notificação para constituição em mora. Deferimento da liminar de busca e apreensão. Mantida a decisão agravada. NEGADO PROVIMENTO AO AGRAVO, COM FUNDAMENTO NO ART. 932, INCISO IV, ALÍNEA B, DO NOVO CPC. 
(Agravo de Instrumento Nº 70079303525, Décima Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Angela Terezinha de Oliveira Brito, Julgado em 04/10/2018)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. BUSCA E APREENSÃO. MORA CONFIGURADA. 1. A contratação pode ser demonstrada por meio da exibição de cópia simples do instrumento, sendo desnecessária a apresentação da via original ou de cópia autenticada, salvo a hipótese de dúvida sobre a idoneidade do documento. 2. O ajuizamento de demanda revisional não obsta, por si só, a busca e apreensão do veículo financiado, nos termos da Súmula n. 380 do Egrégio STJ. 3. Não se observa cláusula aparentemente abusiva, no que tange ao período de normalidade contratual, a justificar o afastamento da mora (Súmulas n. 530 e n. 539 do STJ e REsp n. 1.061.530/RS). 4. Restando preenchidos os requisitos do artigo 3º Decreto-Lei n. 911/1969, com a redação conferida pela Lei n. 13.043 de 2014, bem como observado o contido na Súmula n. 72 do STJ, impositiva a concessão da liminar de busca e apreensão. 5. Recurso que contraria a pacífica jurisprudência do STJ, consolidada nas referidas Súmulas e no julgamento do REsp n. 1.061.530/RS, a ensejar o seu desprovimento de plano, nos termos do artigo 932, inciso IV, alíneas a e b, do Código de Processo Civil de 2015. AGRAVO DE INSTRUMENTO DESPROVIDO. 
(Agravo de Instrumento Nº 70078688199, Décima Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Mário Crespo Brum, Julgado em 10/08/2018)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. LIMINAR. MONOCRÁTICA. O só fato do aforamento de ação de revisão contratual pelo devedor não descaracteriza a mora solvendi, ao oposto do decidido, sendo de mister, assim, a concessão da liminar postulada. Súmula 380, STJ. AGRAVO PROVIDO. 
(Agravo de Instrumento Nº 70077974962, Décima Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Roberto Sbravati, Julgado em 08/06/2018)
Por outro lado, sobre os argumentos buscam a descaracterização da mora, seja em razão da cobrança de encargos abusivos durante o contrato, seja em razão do pagamento; entendo que não se trata de hipóteses verificadas no caso em análise.
Diferente do que quer fazer crer a recorrente, os pagamentos não foram realizados conforme o acordado entre as partes, caracterizando o descumprimento da prestação por culpa do agravante/ devedor. A respeito do instituto, assim expõe Nelson Nery Júnior[footnoteRef:1]: [1: JUNIOR, Nelson Nery; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código Civil Comentado [livro eletrônico]. 2ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2017.] 
Mora do devedor (mora solvendi).  O devedor estará em mora quando, por culpa sua, deixar de cumprir a prestação no tempo, lugar e forma convencionados.
No caso em apreço, a alegação de que “descontos vinham sendo realizados em sua conta corrente” não é argumento apto a afastar o elemento subjetivo (culpa) da mora, uma vez que era de conhecimento do devedor que o valor debitado não correspondia ao valor integral da prestação, até porque houve notificação extrajudicial posterior a estes débitos, conforme se confere pelo A.R. que compõe este instrumento.
Melhor sorte não leva a linha argumentativa que defende a ausência de mora em razão da abusividade nos encargos contratuais. Trata-se de matéria sumulada. A estipulação de juros remuneratórios superiores, por si só,não indica abusividade contratual:
Súmula 382 – A estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só, não indica abusividade.
Sobre a alegação de incidência de juros com taxa divulgada pela CETIP, a matéria não foi submetida ao juízo a quo e, por isto, não pode ser enfrentada em grau recursal, sob pena de supressão de instância, o que é vedado pelo ordenamento jurídico vigente.
Já em relação à utilização do veículo para o desempenho de atividade profissional, entendo que a circunstância também não é suficiente para afastar a mora solvendi, devendo a decisão recorrida ser mantida na íntegra.
Diante do exposto, monocraticamente nego provimento ao agravo de instrumento.
Porto Alegre, 05 de outubro de 2018.
Des. Guinther Spode,
Relator.
5. REFERÊNCIAS
· AZEVEDO, Álvaro Villaça. Teoria Geral das Obrigações e Responsabilidade Civil. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2008. P 182 – 188
· BRASIL. Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#view
· FARIA, Werter R. Mora do Devedor. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabril Editor, 1981, p.19
· FARIAS, C. C; ROSENVALD, N. Direito das Obrigações. 5° ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris Editora, 2011, p.534 – 550
· FRANÇA, Rubens Limongi. Manual de Direito Civil: Doutrina Geral dos Direitos Obrigacionais. Revista dos Tribunais. São Paulo, 1969, v. 4, t. 1, p. 148
· GARCIA, Andressa. Aprendendo em 5 minutos: Direito das Obrigações – Modalidades das obrigações e classificação. Jusbrasil. 2015. Disponível em: https://endireitados.jusbrasil.com.br/noticias/240477119/aprendendo-em-5-minutos-direito-das-obrigacoes
 Acesso em 28 ago 2018
· GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito das Obrigações: Parte Geral. 15 ed. São Paulo: Saraiva, 2014, Coleção Sinopses Jurídicas; V.5, P 126 – 135
· RIZZARDO, Arnaldo. Direito das Obrigações. 5°ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2009, p. 482-491

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