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Aspectos Legais da 
Computação Forense
Aspetos Legais da Entrevista vs Interrogatório
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Esp. Elizabete Bucci
Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• Introdução;
• A Perícia Judicial nas Ações de Natureza Civil;
• Dos Prazos Legais no Código de Processo Civil;
• O Assistente Técnico na Perícia.
Fonte: Getty Im
ages
Objetivos
• Estudar os problemas relacionadas às irregularidades causadas por incidentes de tecno-
logia e tratados pelo direito;
• Analisar as atividades praticadas pelo perito, especialmente a entrevista, bem como a 
utilização da prova computacional forense.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material 
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você 
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns 
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões 
de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e 
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de 
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de 
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de 
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
Aspetos Legais da 
Entrevista vs Interrogatório
UNIDADE 
Aspetos Legais da Entrevista vs Interrogatório
Contextualização
O profissional da computação forense busca por meios da análise de computadores, 
notebooks, celulares e demais dispositivos eletrônicos obter as evidências digitais para a 
realização do laudo pericial. No entanto, muitas vezes necessitará ouvir as pessoas envol-
vidas para melhor contextualizar o ocorrido apresentando uma conclusão mais efetiva. 
Assim, analisaremos como essa entrevista poderá ser realizada, bem como a legislação 
que normatiza a atividade pericial.
6
7
Introdução
Na busca de evidências digitais, o profissional da computação forense poderá valer-
-se de várias ferramentas, além da análise em dispositivos eletrônicos como hardware, 
software, redes, sistemas etc. Ele poderá ainda ouvir a vítima, o acusado ou qualquer parte 
envolvida para colher outros elementos e melhor compreender as evidências. No Brasil, 
é permitido ao perito realizar a entrevista, mas não o interrogatório. E qual a diferença?
A entrevista é o meio em que se busca novas informações para nortear os passos na 
análise pericial. Deve ser realizada em tom amigável, numa linguagem clara e objetiva, 
evitando gírias. 
O interrogatório no ordenamento jurídico é a fase em que uma autoridade judiciária 
faz uma sucessão de perguntas, de forma oral, à pessoa acusada ou à testemunha. É 
um ato formal que obedece os requisitos legais para sua validade. 
Na entrevista as perguntas devem ser diretas, sem indução, direcionamento ou sugestão 
de resposta.
Vamos analisar o seguinte exemplo, o perito precisa confirmar com a parte de um 
processo se o acesso ao computador era partilhado por outras pessoas. Neste caso, 
inicialmente, deve-se realizar o acolhimento e sua apresentação:
– Bom dia (boa tarde), eu me chamo..........., sou especialista na área de................ e 
neste processo fui nomeado para realizar a perícia sobre os fatos objeto do processo.
– Quero desde já agradecer a sua presença.
Se estiver tudo bem, poderá iniciar as perguntas:
– O senhor utilizava o computador n. xxx, marca xxx, configuração xxx?
– No dia........ o senhor fez uso do computador?
– Estava conectado à internet?
– Você se lembra quais páginas acessou?
Vá aos poucos entrando no assunto, de forma detalhada.
Não induza:
– E o senhor permitia que outras pessoas também usassem, não é? [ERRADO]
Diga:
– O senhor tem conhecimento se mais alguém utilizava o computador? [CERTO]
– Sabe me dizer se essa pessoa acessou o computador no dia....
Também não pode ser emitido nenhum juízo de valor:
– O senhor sabe que isto é errado, né? [ERRADO]
Jamais utilize tom ameaçador:
– Se você não disser a verdade, vou relatar aqui que está mentindo. [ERRADO]
7
UNIDADE 
Aspetos Legais da Entrevista vs Interrogatório
Argumente:
– É importante dizer o que sabe pois isto pode contribuir favoravelmente com você. 
[CERTO]
Não oriente a parte sobre o que fazer ou como proceder, cabe ao advogado de cada 
um fazê-lo.
– Se eu fosse você diria no depoimento que... [ERRADO]
O perito não pode dar sua opinião sobre o processo e tampouco antecipar a decisão:
– Ah, com a perícia que estou fazendo eu acho que ele vai ser condenado. [ERRADO]
A entrevista pode ser de forma acolhedora, mas não esqueça do objetivo que é bus-
car fatos que contribuam para o resultado do seu trabalho, os excessos de informalidade 
ou formalidade podem atrapalhar, fazendo com que a pessoa se sinta intimidada ou a 
vontade demais para tentar enganá-lo.
A Perícia Judicial nas Ações de Natureza Civil
A perícia da computação forense é utilizada na busca de evidências digitais para 
crimes praticados em ambientes virtuais, mas também em outros processos de di-
versas naturezas, tais como: tributário, trabalhista, familiar e principalmente os de 
natureza civil.
No Poder Judiciário, temos duas espécies de peritos judicias: os concursados e os 
particulares nomeados pelo juiz. Os peritos judiciais concursados geralmente trabalham 
diretamente na esfera criminal, auxiliando em investigações nas delegacias e varas cri-
minais. Em se tratando de esfera civil e nas demais áreas do direito, não há perito con-
cursado, mas sim os que se inscrevem nas respectivas varas e fóruns e aguardam sua 
nomeação em um dado processo.
Nesta unidade, vamos tratar das atividades do perito em colaboração, nomeado pelo juiz.
Com exceção do trabalho realizado pelo perito criminal, as demais perícias serão 
regulamentadas pelo Código de Processo Civil que trata de toda atividade pericial a 
qual o profissional da computação forense também deverá obedecer. Assim, vamos 
analisar alguns artigos que normatizam a fase pericial. Iniciamos pelo artigo 464 do 
referido Código:
Art. 464 – A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.
§ 1º O juiz indeferirá a perícia quando:
I – a prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico;
II – for desnecessária em vista de outras provas produzidas;
III – a verificação for impraticável.
8
9
§ 2º De ofício ou a requerimento das partes, o juiz poderá, em substi-
tuição à perícia, determinar a produção de prova técnica simplificada, 
quando o ponto controvertido for de menor complexidade.
§ 3º A prova técnica simplificada consistirá apenas na inquirição de 
especialista, pelo juiz, sobre ponto controvertido da causa que deman-
de especial conhecimento científico ou técnico.
§ 4º Durante a arguição, o especialista, que deverá ter formação aca-
dêmica específica na área objeto de seu depoimento, poderá valer-se 
de qualquer recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens 
com o fim de esclarecer os pontos controvertidos da causa.
A perícia judicial é uma fase processual que encarece muito o processo, tanto para as 
partes quanto para os cofres públicos, portanto, esta não será deferida se for verificada 
a inviabilidade na sua realização ou se for desnecessária, havendo a possibilidade de se 
obter a prova cabal de outra forma.
Figura 1 – Valores
Fonte: Getty Images
Um ponto importante a se observar é a chamada “prova técnica simplificada”, pre-
vista no parágrafo 2º do artigo 464. Se o juiz verificar que o assunto tratado pode ser 
esclarecido por profissional técnico da áreasem a necessidade da respectiva perícia e 
sim por meio de explicações, deverá recusar a prova pericial e determinar a prova téc-
nica simplificada. 
Por exemplo, em um determinado caso, já se tem as informações necessárias sobre 
furto de dados, mas discute-se a responsabilidade do servidor da internet. O magistrado 
pode solicitar o depoimento do expert na área da computação para melhor explicar 
como funciona esses registros de dados no servidor e qual as possibilidades práticas de 
interferência deste para assim melhor exercer o seu juízo de valor. Não se trata de lo-
calizar evidências, mas sim compreender o procedimento de registro, ou seja, questões 
técnicas a serem compreendidas e não investigadas.
9
UNIDADE 
Aspetos Legais da Entrevista vs Interrogatório
Dos Prazos Legais no Código de Processo Civil
Em regra, todo ato processual tem prazo para ser cumprido, portanto, a perícia tam-
bém tem seu prazo previsto em lei, cabendo ao juiz delimitá-lo de acordo com a espécie, 
grau de complexidade e número de ações a serem realizadas antes da elaboração do laudo:
Art. 465 - O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e 
fixará de imediato o prazo para a entrega do laudo.
§ 1º Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intima-
ção do despacho de nomeação do perito:
I – arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso;
II – indicar assistente técnico;
III – apresentar quesitos.
§ 2º Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 (cinco) dias:
I – proposta de honorários; 
II – currículo, com comprovação de especialização;
III – contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, para 
onde serão dirigidas as intimações pessoais.
§ 3º As partes serão intimadas da proposta de honorários para, que-
rendo, manifestar-se no prazo comum de 5 (cinco) dias após o que o 
juiz arbitrará o valor, intimando-se as partes para os fins do art. 95.
§ 4º O juiz poderá autorizar o pagamento de até cinquenta por cento 
dos honorários arbitrados a favor do perito no início dos trabalhos, 
devendo o remanescente ser pago apenas ao final, depois de entregue 
o laudo e prestados todos os esclarecimentos necessários.
§ 5º Quando a perícia for inconclusiva ou deficiente, o juiz poderá 
reduzir a remuneração inicialmente arbitrada para o trabalho.
§ 6º Quando tiver de realizar-se por carta, poder-se-á proceder à no-
meação de perito e à indicação de assistentes técnicos no juízo ao qual 
se requisitar a perícia.
Quando o juiz nomeia um perito judicial de sua confiança, as partes do processo te-
rão prazo de quinze dias para não concordar com a nomeação, apresentando os motivos 
justificáveis, como no caso do profissional ter interesses pessoais no processo ou ser 
amigo ou parente de uma das partes. Lembre-se que o perito é um auxiliar da justiça, 
portanto, estão sujeitos às mesmas regras de impedimento e suspeição.
AGU Explica - Impedimento e Suspeição do Juiz, disponível em: https://youtu.be/7621YvdQtHI
Impedimento técnico e legal do perito. Professor Antonio Carlos Morais, 
disponível em: https://youtu.be/7HucBysFNg4
Suspeição do perito. Professor Antonio Carlos Morais, 
disponível em: https://youtu.be/3Fb_q9E93Cc
10
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O fato de não gostar do trabalho profissional do perito não é motivo para questionar 
a nomeação, salvo se notória a falta de conhecimento deste sobre a matéria periciada 
que poderá ser comprovado através da entrega de seu currículo com especialização pre-
visto no inciso II, parágrafo 2º do artigo referenciado anteriormente. 
No mesmo prazo, as partes apresentarão os quesitos que deverão ser respondidos 
pelo perito em seu laudo pericial.
Art. 466 – O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi 
cometido, independentemente de termo de compromisso.
§ 1º Os assistentes técnicos são de confiança da parte e não estão 
sujeitos a impedimento ou suspeição.
§ 2º O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o 
acompanhamento das diligências e dos exames que realizar, com pré-
via comunicação, comprovada nos autos, com antecedência mínima 
de 5 (cinco) dias.
O perito judicial tem o dever de buscar a verdade nos fatos ocorridos, mas o mesmo 
não ocorre com os assistentes técnicos nomeados posto que estes são de confiança das 
partes e são contratados exatamente para acompanhar e avaliar tecnicamente o traba-
lho executado pelo perito, daí o porquê de serem comunicados das diligências e exames 
a serem realizados pelo perito.
O assistente também tem a função de levantar pontos relevantes à parte que o con-
tratou, podendo apresentar seu próprio laudo nos autos do processo.
Art. 468 – O perito pode ser substituído quando:
I – faltar-lhe conhecimento técnico ou científico;
II – sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que 
lhe foi assinado.
§ 1º No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência à 
corporação profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa ao 
perito, fixada tendo em vista o valor da causa e o possível prejuízo 
decorrente do atraso no processo.
§ 2º O perito substituído restituirá, no prazo de 15 (quinze) dias, os 
valores recebidos pelo trabalho não realizado, sob pena de ficar impe-
dido de atuar como perito judicial pelo prazo de 5 (cinco) anos.
§ 3º Não ocorrendo a restituição voluntária de que trata o § 2º, a parte 
que tiver realizado o adiantamento dos honorários poderá promover exe-
cução contra o perito, na forma dos Arts 513 e seguintes deste Código, 
com fundamento na decisão que determinar a devolução do numerário.
Para iniciar os trabalhos, o perito recebe parcialmente o valor arbitrado a título de 
honorários, mas poderá ser destituído do cargo se verificar que não tem conhecimento 
técnico suficiente para realizar a perícia ou pior, não cumprir o prazo legal para apre-
sentar a conclusão do seu trabalho, sem motivo justificável. 
Quando o perito, por motivos reais, não puder entregar no prazo o laudo, deverá soli-
citar mais prazo ao juiz, explicando os motivos que o impedem de finalizar seu trabalho.
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UNIDADE 
Aspetos Legais da Entrevista vs Interrogatório
Veja um exemplo de como se manifestar em um processo judicial:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA (NÚMERO DA VARA) a. VARA 
CÍVEL DA COMARCA DE (LOCAL DO FÓRUM ONDE O PROCESSO TRAMITA).
Número do Processo
(NOME COMPLETO DO PERITO), perito na área de computação foren-
se nomeado por este juízo para realizar perícia digital, nos autos da AÇÃO DE (TIPO 
DA AÇÃO QUE CONSTA NO PROCESSO), que (nome do autor do processo) move em 
face de (nome do réu), vem a presença de Vossa Excelência, nos termos do artigo 
476 do Código de Processo Civil, requerer a prorrogação de prazo para a entrega do 
laudo pericial pelo prazo de xx dias, tendo em vista que (expor o porquê de não poder 
apresentar o laudo no prazo, quais os atos que ainda faltam realizar).
Termos em que,
Pede Deferimento.
Local e data
Nome do Perito
Número de registro
Não cumprir o prazo legal, traz prejuízo processual, prejuízo ao erário público e em 
razão disso, o perito pode sofrer penalidades tais como o pagamento de multa e ficar 
impedido de exercer o ofício pelo prazo de cinco anos.
As partes podem apresentar quesitos suplementares, quando entender que há outros 
fatos ou detalhes a serem esclarecidos.
Art. 469 - As partes poderão apresentar quesitos suplementares du-
rante a diligência, que poderão ser respondidos pelo perito previa-
mente ou na audiência de instrução e julgamento.
Parágrafo único.  O escrivão dará à parte contrária ciência da juntada 
dos quesitos aos autos.
O juiz pode determinar que o perito esclareça o que for pertinente através de laudo 
complementar ou esclarecimentos de perícia. Se assim entender necessário, determina-
rá a oitiva do perito em audiência.
Art. 470 – Incumbe ao juiz:
I – indeferir quesitos impertinentes;
II – formular os quesitos que entender necessários ao esclarecimento 
da causa.
O juiz é a figura que tem o dever de direcionar o andamento processuale evitar ações 
que fujam ao objeto do processo, ou que tenha a finalidade de simplesmente atrasar ou 
12
13
confundir o andamento. Assim, sob sua decisão, poderá indeferir quesitos apresentados 
pelas partes.
Art. 472 – O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na 
inicial e na contestação, apresentarem, sobre as questões de fato, pa-
receres técnicos ou documentos elucidativos que considerar suficientes.
O referido artigo vem tratar de situações que não há necessidade do perito, posto 
que já há nos autos do processo elementos suficientes de prova. Um profissional da 
área técnica pode ser contratado pela parte no intuito de buscar evidências e emi-
tir parecer antes mesmo de ingressar com uma ação. Imagine a situação em que o 
indivíduo pretende processar um outro que, tendo se aproveitado de perfil falso em 
rede social, começou a denegrir sua imagem, acusando-o de desonesto. A vítima na 
verdade não está preocupada em colocá-lo na prisão, mas sim de ser indenizada pelo 
constrangimento que sofreu. O processo de indenização é de natureza civil, portanto, 
regido pelo Código de Processo Civil. Pois bem, embora a vítima tenha suspeitas de 
quem seja o autor da ação ilícita, precisa ter certa garantia do ocorrido, pois processo 
judicial é custoso, envolvendo pagamento de custas e despesas processuais, honorá-
rios advocatícios, perícias etc. 
A premissa do processo é de “o ônus da prova cabe a quem alega”, ou seja, se ele 
alegar que alguém realizou tal ato, cabe a quem alegou provar. Assim, a parte por cau-
tela pode contratar um perito de forma antecipada para ter certeza da prova da autoria 
e desta forma ter mais provas sob sua alegação.
Apresentando o trabalho realizado pelo profissional da área, demonstrando a autoria 
e as ações realizadas, o juiz pode entender suficientes para julgar a demanda, ou ainda, 
mesmo assim determinar a prova pericial.
Se a perícia for realizada, o perito deverá apresentar seu laudo de acordo com o dis-
positivo legal contendo:
Art. 473 – O laudo pericial deverá conter:
I – a exposição do objeto da perícia;
II – a análise técnica ou científica realizada pelo perito;
III – a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando 
ser predominantemente aceito pelos especialistas da área do conheci-
mento da qual se originou;
IV – resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, 
pelas partes e pelo órgão do Ministério Público.
§ 1º No laudo, o perito deve apresentar sua fundamentação em lin-
guagem simples e com coerência lógica, indicando como alcançou 
suas conclusões.
§ 2º É vedado ao perito ultrapassar os limites de sua designação, bem 
como emitir opiniões pessoais que excedam o exame técnico ou cien-
tífico do objeto da perícia.
§ 3º Para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes 
técnicos podem valer-se de todos os meios necessários, ouvindo 
13
UNIDADE 
Aspetos Legais da Entrevista vs Interrogatório
testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que es-
tejam em poder da parte, de terceiros ou em repartições públicas, 
bem como instruir o laudo com planilhas, mapas, plantas, desenhos, 
fotografias ou outros elementos necessários ao esclarecimento do 
objeto da perícia.
Ao elaborar o laudo, o perito deverá inicialmente apresentar qual é o objeto da perícia 
e qual a metodologia utilizada para análise, demonstrando qual o grau de confiabilidade 
e a aceitação na respectiva área profissional.
Após a demonstração da metodologia, deverá expor de forma clara e detalhada todo 
trabalho realizado, bem como a conclusão. Na sequência, o perito deve passar a analisar 
quesito por quesito apresentado, respondendo-o um a um, ou seja, repetindo a pergunta 
e respondendo logo em seguida e assim sucessivamente com outros quesitos.
Lembramos que o perito não pode ir além do que foi designado, devendo se ater ao 
objeto da perícia e demais elementos que tenham alguma ligação com a análise.
O perito apresenta conclusão de forma objetiva que pode ser demonstrada e não 
baseada em sua opinião pessoal, devendo se omitir de qualquer juízo de valor.
Dependendo do objeto da perícia a ser realizada, o perito pode não conseguir 
cumprir todos os atos legais dentro do prazo. Neste caso, poderá através de petição, 
conforme já demonstrado modelo nesta unidade, pedir prorrogação de prazo, se por 
motivo justificado. 
O pedido de prorrogação do prazo também é previsto no Código:
Art. 476 – Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar 
o laudo dentro do prazo, o juiz poderá conceder-lhe, por uma vez, 
prorrogação pela metade do prazo originalmente fixado.
A petição é o instrumento pelo qual as partes, através dos seus advogados, procura-
dores, peritos, assistentes e terceiros, se manifestam em um processo, seja para infor-
mar, requerer, recorrer etc., cujo teor será apreciado pelo juiz.
Petição: ato de pedir; pedido por escrito; requerimento.
É ato formal, portanto, deve obedecer uma 
certa padronização. Em alguns estados os proces-
sos são físicos, nesse caso, o perito deverá elaborar 
a petição em duas vias e levá-la ao fórum para que 
seja protocolizada. No entanto, em muitos Estados 
já foram implantados o processo judicial eletrônico. 
Neste caso, o perito fará a petição e, após convertê-
-la em PDF, a encaminhará no sistema de peticio-
namento eletrônico por meio de certificação digital.
Após a entrega do laudo, o trabalho do perito 
ainda não está finalizado:
Certificado Digital
Figura 2 – Stick de memória USB
Fonte: Getty Images
14
15
Art. 477 – O perito protocolará o laudo em juízo, no prazo fixado pelo juiz, 
pelo menos 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento.
§ 1º As partes serão intimadas para, querendo, manifestar-se sobre o 
laudo do perito do juízo no prazo comum de 15 (quinze) dias, podendo 
o assistente técnico de cada uma das partes, em igual prazo, apresen-
tar seu respectivo parecer.
§ 2º O perito do juízo tem o dever de, no prazo de 15 (quinze) dias, 
esclarecer ponto:
I – sobre o qual exista divergência ou dúvida de qualquer das partes, 
do juiz ou do órgão do Ministério Público;
II – divergente apresentado no parecer do assistente técnico da parte.
§ 3º Se ainda houver necessidade de esclarecimentos, a parte requere-
rá ao juiz que mande intimar o perito ou o assistente técnico a compa-
recer à audiência de instrução e julgamento, formulando, desde logo, 
as perguntas, sob forma de quesitos.
§ 4º O perito ou o assistente técnico será intimado por meio eletrôni-
co, com pelo menos 10 (dez) dias de antecedência da audiência.
O profissional deve se atentar ao cumprimento do prazo estipulado pelo juiz, toman-
do o cuidado para entregar o laudo com antecedência de pelos menos vinte dias da data 
da audiência, tendo em vista que após a entrega do documento conclusivo inicia-se o 
prazo para as partes e os respectivos assistentes técnicos, se houverem, manifestarem-
-se sobre a concordância ou não do trabalho e resultado apresentado. É no momento 
da manifestação que podem pedir esclarecimentos e apresentar novos quesitos, os quais 
serão respondidos em laudo complementar.
E qual a força do laudo pericial?
Art. 479 O juiz apreciará a prova pericial de acordo com o disposto 
no art. 371, indicando na sentença os motivos que o levaram a con-
siderar ou a deixar de considerar as conclusões do laudo, levando em 
conta o método utilizado pelo perito.
O Juiz não é obrigado a seguir a conclusão de laudo pericial, mas neste caso deverá 
declarar em sua decisão o porquê de não acolher as considerações do profissional expert.
Claro que se espera do profissional perito um trabalho completo, bem fundamentado 
e sem falhas, mas pode acontecer de ter detalhes específicos em um caso que acaba 
passando despercebido. Nesse caso:
Art. 480 – O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, 
a realização de nova perícia, quando a matéria não estiver suficiente-
mente esclarecida.
§ 1º A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatossobre os quais 
recaiu a primeira e destina-se a corrigir eventual omissão ou inexati-
dão dos resultados a que esta conduziu.
§ 2º A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas para 
a primeira.
§ 3º A segunda perícia não substitui a primeira, cabendo ao juiz apre-
ciar o valor de uma e de outra.
15
UNIDADE 
Aspetos Legais da Entrevista vs Interrogatório
Verificada a falha, obscuridade, falta de informações que não seja possível responder 
em esclarecimentos, o juiz pode determinar nova perícia com apresentação de novo 
laudo, servindo de complemento do anterior.
O Assistente Técnico na Perícia
O principal trabalho do perito assistente é de diligenciar durante a fase de perícia 
para evidenciar, junto ao perito judicial, o que fora encontrado que servirá de esclareci-
mento no processo.
O assistente técnico pode argumentar diretamente com o perito sobre os pro-
cedimentos adotados e resultado obtido e, em caso de divergência, caberá ao as-
sistente elaborar seu parecer após a entrega do laudo ou apresentar outro laudo 
pericial, conforme previsto no Código de Processo Civil. Precisamos lembrar que se 
o laudo do assistente técnico for apresen-
tado antes do laudo elaborado pelo perito 
judicial, este perderá a oportunidade de 
questioná-lo e contradizê-lo.
Para se tornar assistente técnico em um 
processo, é necessário que a parte contra-
tante apresente uma petição no processo 
com os dados pessoais e de contato do pe-
rito. Veja o exemplo:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA (número da vara se houver) a. 
VARA CÍVEL (se for o caso) DA COMARCA DE (local do fórum onde o processo tramita).
Número do Processo
(NOME DA PARTE QUE CONTRATOU O ASSISTENTE), por seu advoga-
do e procurador, nos autos da AÇÃO DE (TIPO DA AÇÃO), que move contra (ou que lhe 
move, se for réu) (NOME DA OUTRA PARTE DO PROCESSO), vem a presença de Vossa 
Excelência indicar como seu ASSISTENTE TÉCNICO
(NOME DO ASSISTENTE), nacionalidade xxx, profissão xxx, por-
tador do RG. n. xxx e CPF n.xxx, com endereço na xxxx (endere-
ço completo inclusive CEP), telefones: xxx, e-mail: xxxxx.
Termos em que,
Pede Deferimento.
Local e data
Nome do Advogado
OAB/
Figura 3 – Assistente técnico observando em detalhes 
a perícia computacional
Fonte: Getty Images
16
17
Também é de responsabilidade do assistente técnico a elaboração de quesitos que 
deverão ser apresentados antes da entrega do laudo pericial. Após a entrega do laudo 
pericial, o assistente poderá, ainda, pedir esclarecimentos ao perito.
O perito judicial tem o dever de informar os assistentes técnicos nomeados no proces-
so sobre a data em que realizará a perícia ou os atos que irão compô-la.
O pagamento do perito será efetuado pela parte que requereu a perícia ou rateada 
pelas partes quando for determinada pelo juízo, chamada “de ofício”. Os honorários do 
assistente serão pagos diretamente pela parte que o contratou.
Vale lembrar que o profissional da área pode ser perito em um processo e também 
trabalhar como assistente técnico em outro, não havendo impedimento.
O profissional da área da computação forense exerce diversas atividades no ambiente jurí-
dico, tanto como assistente técnico quanto como perito judicial, seja por meio de concurso 
ou particular mediante nomeação. Para cada natureza processual, é importante que o pe-
rito verifique a legislação correspondente que normatiza a atividade do perito, bem como 
a fase pericial do processo.
Tanto o perito judicial quanto o assistente técnico devem ter domínio da prática profis-
sional e das condições de realizar entrevistas que podem ser necessárias para nortear ou 
esclarecer os passos da perícia.
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UNIDADE 
Aspetos Legais da Entrevista vs Interrogatório
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Tutorial: Como ser Perito | Canal de Perícia
https://youtu.be/ANjNR2sP5cE
AGU Explica - Impedimento e Suspeição do Juiz
https://youtu.be/7621YvdQtHI
Impedimento técnico e legal do perito
https://youtu.be/7HucBysFNg4
Suspeição do perito
https://youtu.be/3Fb_q9E93Cc
 Leitura
A prova pericial
https://bit.ly/2XjLsOb
Lei Nº 13.105, de 16 de Março de 2015
https://bit.ly/1CpD2H2
O assistente técnico e a necessidade de sua habilitação na área de conhecimento técnico ob-
jeto da perícia
https://bit.ly/30Y3yrd
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Referências
BRASIL, Código de Processo Civil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm>. Acesso em: 03 mai. 2019.
BRASIL, Constituição Federal. Disponível em: <//www.planalto.gov.br/ccivil_03/
Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 03 mai. 2019.
BUENO, C. S. Novo Código de Processo Civil anotado/Cassio. São Paulo: Saraiva, 2015.
DE PLÁCIDO e SILVA. Vocabulário Jurídico – 32. ed. São Paulo: Forense, 2013.
DINIZ, M. H. Curso de Direito Civil Brasileiro. 7 vol. Responsabilidade civil. 33.ed. 
São Paulo: Saraiva, 2019.
PINHEIRO, P. P. Direito Digital. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Jurisprudências. Disponível em: <http://www.stf.
jus.br/portal/jurisprudencia/pesquisarJurisprudencia.asp>. Acesso em 03 mai. 2019.
VADE MECUM. 26. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
VELHO, J. A. Tratado de Computação Forense. São Paulo: Millennium Editora, 2016.
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