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58
Unidade II
Unidade II
5 TRABALHO PERICIAL
Segundo Sá (1997, p. 31), “[...] plano de trabalho em perícia contábil é a previsão, racionalmente 
organizada, para a execução das tarefas, no sentido de garantir a qualidade dos serviços pela redução 
dos riscos sobre a opinião ou resposta”.
O autor complementa:
Para conseguir tal plano é preciso seguir etapas.
Dependendo da classe de perícia a realizar, traça‑se a metodologia. Um plano 
depende de:
pleno conhecimento da questão (se for judicial, pleno conhecimento 
do processo);
pleno conhecimento de todos os fatos que motivam a tarefa;
levantamento prévio dos recursos disponíveis para exame;
prazo ou tempo para a execução das tarefas e entrega do laudo ou parecer;
acessibilidade aos dados (se esses dependem de muitos locais, com 
deslocamentos, burocracias etc.);
pleno conhecimento dos sistemas contábeis adotados e confiabilidade 
de documentação;
natureza de apoios, se necessários.
Segundo Ornelas (2000), o desenvolvimento do trabalho pericial deve obedecer algumas etapas, 
como o compromisso (que, inobstante não seja mais obrigatório assumir, por força do contido no artigo 
466 do CPC). O perito deve ter alguns cuidados e atitudes antes de assumir efetivamente a função 
judicial. Cabe, todavia, ressalvar que, no âmbito da Justiça do Trabalho, persiste a obrigatoriedade do 
compromisso, como se depreende do artigo 827 da CLT.
59
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
 Saiba mais
Para saber mais sobre o assunto, leia o artigo:
SILVA, L. A. Perícia contábil: conceitos, tipos de perícias, como planejar e 
executar. R7, São Paulo,15 jan. 2018. Disponível em: https://www.contabeis.
com.br/artigos/4449/pericia‑contabil‑conceitos‑tipos‑de‑pericias‑como‑
planejar‑e‑executar/. Acesso em: 3 fev. 2020.
5.1 Planejamento do trabalho pericial
O planejamento representa um quadro onde estão definidas todas as etapas e subetapas de uma 
perícia contábil, em ordem sequencial. O objetivo do planejamento é definir as etapas que devem ser 
executadas e em que ordem elas devem ocorrer.
Deve ser produzido pelo perito‑contador e sua equipe, logo após ser designado, e aceitar a 
incumbência de executar da perícia, definir prazos e chegar a um acordo sobre os honorários.
O planejamento serve também para controle das etapas previstas no desenvolvimento de uma 
perícia contábil. A eventual necessidade de diligência (averiguação feita fora dos domínios do local 
onde ocorreu o confronto que gerou um litígio) só será considerada quando outras etapas previstas 
no planejamento (legislação, documentos, registros, livros etc.) forem realizadas e ficar demonstrada a 
necessidade de se fazer uma diligência, com muita convicção.
Depois de fixado, o planejamento da perícia deve ser mantido por qualquer meio. O planejamento só deve 
ser revisado parcialmente quando surgirem fatos novos ou muito importantes para a solução do litígio.
O planejamento pode ou não prever a necessidade de usar a experiência do trabalho de um 
especialista de outra área de atuação, quando o desenvolvimento da perícia contábil exigir.
Ressalta‑se que um planejamento bem elaborado, ou seja, produzido com critério e com um 
profissional responsável como autor, competente e prudente (perito‑contador), será de muita utilidade.
Uma das utilidades do planejamento é a de permitir o acompanhamento e o controle do 
desenvolvimento das etapas e subetapas de uma perícia contábil.
Segundo Ornelas (2000, p. 89),
[...] organizar e desenvolver o conteúdo do laudo pericial contábil de forma 
lógica e tecnicamente correta obriga o perito a pensar criativamente como 
oferecer uma peça técnica inteligível para seus leitores, com qualidades 
técnicas impecáveis que permitam, por meio de sua leitura, entender os 
60
Unidade II
contornos do processo, os fatos controvertidos que ensejaram o próprio 
pedido ou determinação da prova técnica, assim como a certificação positiva 
ou negativa desses mesmos fatos.
De posse dos autos, o perito deve analisar todas as peças do processo, com o objetivo de conhecer a 
ação. A leitura começa pela peça inicial, na qual constam o pedido e o motivo que levaram a parte a buscar o 
judiciário. Após isso, dá‑se início à verificação de documentos que possam acompanhá‑lo. A seguir, procede‑se 
à verificação da defesa e de eventuais documentos juntados também a essa peça: depoimentos das partes 
e das testemunhas, ata de audiência, despacho saneador, se houver, a sentença, os embargos e o Acórdão.
Figura 7 
Quadro 1 – Planejamento de uma perícia contábil
 Etapas da perícia
1) Coleta
Informes e aspectos sobre o litígio
2) Reivindicações
Argumentos e provas das partes em litígio (litigantes)
3) Validade
Veracidades das argumentações das pelas partes
4) Avaliar
Documentos e contratos firmados entre as partes
5) Busca
Parâmetros legais sobre as argumentações
6) Metodologia
Constatação ou não de operações entre as partes
7) Diagnóstico parcial
Direcionar a sequência da perícia
8) Promover a perícia direta (direcionada)
Analise e diagnóstico dos resultados da fase 6
9) Diagnóstico final
Conclusão e elaboração do laudo pericial
Fonte: Crisóstomo, 2011.
61
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
De acordo com a NBC TP 01 – Planejamento da perícia (CFC, 2015), temos:
Planejamento
30. O planejamento da perícia é a etapa do trabalho pericial que 
antecede as diligências, pesquisas, cálculos e respostas aos quesitos, 
na qual o perito do juízo estabelece a metodologia dos procedimentos 
periciais a serem aplicados, elaborando‑o a partir do conhecimento do 
objeto da perícia.
Objetivos
31. Os objetivos do planejamento da perícia são:
(a) conhecer o objeto e a finalidade da perícia, a fim de permitir a 
adoção de procedimentos que conduzam à revelação da verdade, a qual 
subsidiará o juízo, o árbitro ou o interessado a tomar a decisão a respeito 
da lide;
(b) definir a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos a 
serem aplicados, em consonância com o objeto da perícia;
(c) estabelecer condições para que o trabalho seja cumprido no prazo estabelecido;
(d) identificar potenciais problemas e riscos que possam vir a ocorrer no 
andamento da perícia;
(e) identificar fatos importantes para a solução da demanda, de forma que 
não passem despercebidos ou não recebam a atenção necessária;
(f) identificar a legislação aplicável ao objeto da perícia;
(g) estabelecer como ocorrerá a divisão das tarefas entre os membros da 
equipe de trabalho, sempre que o perito necessitar de auxiliares;
(h) facilitar a execução e a revisão dos trabalhos.
Desenvolvimento
32. Os documentos dos autos servem como suporte para obtenção das 
informações necessárias à elaboração do planejamento da perícia.
33. Em caso de ser identificada a necessidade de realização de 
diligências, na etapa de elaboração do planejamento, devem ser 
62
Unidade II
considerados, se não declarada a preclusão de prova documental, a 
legislação aplicável, documentos, registros, livros contábeis, fiscais e 
societários, laudos e pareceres já realizados e outras informações que 
forem identificadas como pertinentes para determinar a natureza do 
trabalho a ser executado.
34. Quando necessário, o planejamento deve ser realizado pelo perito do 
juízo ainda que o trabalho venha a ser realizado de forma conjunta.
35. Quando necessário, o planejamento da perícia deve ser mantido 
por qualquer meio de registro que facilite o entendimento dos 
procedimentos a serem aplicados e sirva de orientação adequada à 
execução do trabalho.
36. Quando necessário, o planejamento deve ser revisado e atualizado 
sempre que fatos novos surjam no decorrer da perícia.
5.2 Os papéis de trabalho
Para Alberto (2000, p. 134), os papéis de trabalho são um documento, que deve conter:
1. registros iniciais;
2. análises iniciais;
3. diligências;
4. análises complementares;
5. levantamento de dados;
6. análises, sistemas e programação;
7. digitação e operação;
8. redação do laudo pericial contábil;
9. impugnações;10. resultado final.
63
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Figura 8
A Norma Técnica de Perícia Contábil (NBC TP 01) também trata os papéis de trabalho como documento 
de vital importância. Está redigida conforme segue (CFC, 2015):
15. O perito deve documentar os elementos relevantes que serviram de 
suporte à conclusão formalizada no laudo pericial contábil e no parecer 
técnico‑contábil, quando não juntados aos autos, visando fundamentar 
o laudo ou parecer e comprovar que a perícia foi executada de 
acordo com os despachos e decisões judiciais e as Normas Brasileiras 
de Contabilidade.
Como descrito na organização do trabalho, todo o procedimento de leitura e verificação dos documentos 
juntados aos autos são anotados nos papéis de trabalho, dando atenção especial para os documentos, pois 
a verificação deles é, na maioria dos casos, de vital importância para a elaboração da perícia, uma vez que 
o perito não pode emitir sua opinião sem a devida fundamentação legal.
Também é indispensável essa verificação para determinar se há a necessidade de diligências e para 
a solicitação de documentos necessários para elaboração do laudo que não tenham sido devidamente 
juntados por nenhuma das partes.
5.3 Diligências
Feita a organização do trabalho e elaborados os papéis de trabalho, o perito deve verificar a 
necessidade de se fazer alguma diligência.
Esse trabalho será procedido fora do escritório do perito, pois há a necessidade do deslocamento 
deste para os locais onde irá buscar os elementos faltantes para o início e conclusão do trabalho pericial.
Legalmente, a diligência está prevista no artigo 473, parágrafo 3º, do Código de Processo Civil 
(BRASIL, 2015), que traz a seguinte redação:
64
Unidade II
Art. 473, § 3º. Para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes 
técnicos podem valer‑se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, 
obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder da 
parte, de terceiros ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo 
com planilhas, mapas, plantas, desenhos, fotografias ou outros elementos 
necessários ao esclarecimento do objeto da perícia.
A Norma Brasileira de Contabilidade NBC TP 01, em seu item 41, estabelece que “termo de diligência 
é o instrumento por meio do qual o perito solicita documentos, coisas, dados e informações necessárias 
à elaboração do laudo pericial contábil e do parecer técnico‑contábil”.
Já o item 57, determina que (CFC, 2015):
Todos os atos adotados pelos peritos na busca de documentos, coisas, 
dados e informações e outros elementos de prova necessários à elaboração 
do laudo e do parecer, mediante termo de diligência, desde que tais 
provas não estejam colacionadas aos autos. Ainda são consideradas 
diligências as comunicações às partes, aos peritos‑assistentes ou a 
terceiros, ou petições judiciais.
Conforme Santos (1997, p. 49), “[...] verificando o perito ausência de documentos que possam 
comprometer o resultado do trabalho, deve ele diligenciar ao local dos fatos e obter os documentos, 
ou a comprovação de sua não existência, certificando assim nos autos a transparência de seus 
procedimentos. O autor complementa: “[...] informando que, ao início das diligências, o perito deve 
relacionar os livros e dados de que necessite, solicitando por escrito sua exibição, através de termo de 
diligência, retendo cópia assinada pelo representante legal da parte que o recebeu”.
As diligências devem ser executadas e documentadas com um termo de diligência, que também fará 
parte dos papéis de trabalho que acompanharão o laudo pericial.
Nesse termo, o perito deve informar o número do processo, as partes envolvidas na demanda, a vara 
onde está tramitando o processo, a relação dos documentos necessários, a data e a hora em que será 
realizada a diligência.
A diligência pode ser efetuada em duas etapas; a primeira será a simples entrega do termo de diligência, 
caso a parte solicite prazo para entrega dos documentos solicitados. Nesse caso, o perito, observando o 
prazo que lhe foi dado para a entrega do laudo, determinará o prazo para que a parte providencie os 
documentos. Na maioria dos casos, recomenda‑se conceder um prazo não superior a cinco dias, pois 
concedido um prazo maior, poderá o perito ficar comprometido no cumprimento de seu próprio prazo 
perante o juiz ou a parte que o contratou.
A segunda etapa pode ser a da retirada dos elementos solicitados, o momento em que se fará a 
constatação de coisas ou que se ouvirão as pessoas.
65
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Quanto aos documentos solicitados, o perito deve requerer que eles sejam exibidos em originais, 
cópias autenticadas ou cópias simples. No caso de cópias simples, a parte deverá providenciá‑las 
juntamente com os originais, para que o perito possa verificar sua autenticidade. Nesse caso, é permitida 
a juntada ao laudo de documentos em cópias simples, pois o perito possui fé pública.
Exemplo de petição para diligências
Exmo. Sr. Juiz de Direito da 1ª Vara Cível de Bagé – Rio Grande do Sul
Autor: Hawai Viagens e Turismo – ME
Réu: Empresa de Turismo e Excursões Sonhos Dourados – EPP
Ação: Ressarcimento de Despesas – Cível
Processo nº: 0009.900.0021/2011
Jose roberto rodriguez, perito deste juízo, devidamente qualificado nos autos do 
processo em epígrafe vem, respeitosamente requerer a Vossa Excelência, a intimação das 
partes junto aos assistentes técnicos designados para a diligência junto a autora para 
obtenção e analise de documentos necessários a elaboração do laudo pericial.
Isto posto, requer a sua a juntada desta aos autos para tornar ciente as partes interessadas 
e para os devidos fins de direito.
É o que requer,
Pede deferimento.
Bagé, 15 de julho de 2011.
Jose Roberto Rodriguez
Contador CRC RS 999.999.999
Figura 9 
66
Unidade II
 Observação
O perito e os assistentes técnicos podem valer‑se de diligências, ouvindo 
testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos ou outros 
elementos necessários ao completo esclarecimento do objeto da perícia.
5.4 Quesitos
Conforme o CPC (BRASIL, 2015):
Art. 469. As partes poderão apresentar quesitos suplementares durante 
a diligência, que poderão ser respondidos pelo perito previamente ou na 
audiência de instrução e julgamento.
Parágrafo único. O escrivão dará à parte contrária ciência da juntada dos 
quesitos aos autos.
Art. 470. Incumbe ao juiz:
I ‑ indeferir quesitos impertinentes;
II ‑ formular os quesitos que entender necessários ao esclarecimento 
da causa.
Segundo Ornelas (2000, p. 78), “[...] pode‑se entender por questionário básico os quesitos formulados, 
seja pelo magistrado, seja pelas partes, antes do início das diligências, isto é, antes do desenvolvimento 
da produção da prova pericial contábil e entrega da peça técnica”.
O autor complementa: “[...] são perguntas de natureza técnica ou científica a serem respondidas pelo 
perito. São, em geral, apreciadas pelo magistrado e pelas partes a fim de evitar indagações impertinentes”.
As indagações e esclarecimentos realizados nos autos quando há a necessidade da realização de 
uma perícia são, quase sempre, ou, na maioria das vezes, mal elaborados, levando o perito, em muitas 
ocasiões, a ter uma direção errônea sobre o objeto da perícia; portanto, é necessário que quem pergunte 
ou afirme tenha a certeza do que deseja alcançar nos autos, qual o propósito a ser dirimido quanto à 
lide. Normalmente, os juízes são claros, enquanto as partes, por meio de questões constantes dos autos, 
tentam confundir ou redirecionar as questões.
Uma característica das perícias nos processos trabalhistas é que, em grande parte dos casos, há a 
falta de apresentação de quesitos por parte do juiz e também pelas partes, seja a perícia determinada 
na fase de instrução ou na fase de execução do processo.
67
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Os quesitos apresentados pelo juiz para a perícia nos processos trabalhistas se dão, na maioria das 
vezes, no processo em fase de instrução.
Já osquesitos apresentados à perícia nos processos trabalhistas na fase de execução normalmente 
são feitos pelas partes, com predominância da reclamada, pois o reclamante nem sempre os apresenta.
Como o objetivo dos quesitos é direcionar o perito ao objeto a ser periciado, eles devem ser 
pertinentes ao objeto.
O perito deve sempre ficar atento a quesitos que fogem do objeto da perícia, pois, em alguns casos, 
existem quesitos que visam buscar outras provas que não são pertinentes e que já tiveram seu prazo de 
produção esgotado. Nesse caso, deve ter a seguinte resposta “não faz parte do objeto da perícia”.
A NBC TP 01 dedica‑se à forma como devem ser tratados e respondidos os quesitos apresentados 
pelo juiz e pelas partes em seu item 69, com a seguinte redação:
Quesitos e respostas 
69. O perito deve observar as perguntas efetuadas pelo juízo e/ou pelas 
partes, no momento próprio dos esclarecimentos, pois tal ato se limita às 
respostas a quesitos integrantes do laudo ou do parecer e às explicações 
sobre o conteúdo da lide ou sobre a conclusão.
Baseando‑se nos aspectos da norma, é necessário colocar novamente as observações sobre a perícia 
no processo trabalhista.
Deve‑se observar, quando o perito contábil estiver atuando nesse tipo de processo, se há a falta de 
apresentação de quesitos. Sendo assim, o perito deve orientar‑se, quando a perícia for determinada 
em processo na fase de instrução, no despacho que determinou a perícia e em processos na fase de 
execução, na sentença, nos embargos e nos acórdãos.
É, portanto, necessário que o perito esteja atento a essas situações, pois ocorrem com muita frequência, 
ficando o profissional preocupado em auxiliar a justiça, mas com a situação que foi colocada nos autos 
com o intuito de desviá‑lo do objeto principal; para se obter uma conclusão justa e em tempo hábil para 
atender a celeridade processual, faz‑se necessário uma mudança no trabalho do perito, gerando certa 
dificuldade no desempenho profissional e tempo necessário para resolver a questão através dos quesitos.
 Observação
Os quesitos são perguntas feitas pelo magistrado ou pelas partes, a 
serem respondidas pelo perito, relacionadas aos pontos controvertidos do 
processo. É importante que as respostas dadas aos quesitos sejam técnicas 
e pertinentes em relação ao objeto da perícia.
68
Unidade II
5.5 Laudo pericial
Segundo Sá (1997, p. 43), “a manifestação literal do perito sobre os fatos patrimoniais devidamente 
circunstanciados gera a peça tecnológica denominada Laudo Pericial Contábil”.
Ainda segundo o autor, de qualquer forma, o laudo traz a opinião ou o conjunto delas e é preciso 
que tenha requisitos de qualidade.
Ele considera como requisitos de um laudo (SÁ, 1997, p. 23):
1. identificação completa do caso (Processo nº, de tal lugar, data, partes 
envolvidas etc.);
2. identificação do perito;
3. identificação da autoridade a que se destina;
4. se for o caso, qual a metodologia adotada;
5. identificação de quesito por quesito ou do caso sobre o qual se opina;
6. resposta a cada um dos quesitos;
7. conclusões precisas sobre os quesitos;
8. anexos que comprovem os casos que merecem análises;
9. data e assinatura do perito.
Como resultado do trabalho pericial, o laudo deve obedecer, no mínimo, aos requisitos básicos que 
identifiquem o laudo e seu objetivo, finalizando com a apuração do objeto periciado de forma clara, 
para que os envolvidos tenham esse documento como prova do que se buscou no processo.
Portanto, é o julgamento ou pronunciamento, baseado nos conhecimentos que tem o profissional 
da contabilidade em face de eventos ou fatos que são submetidos à sua apreciação.
Laudo é uma palavra que provém da expressão verbal latina substantivada laudare (laudare, laudare), 
no sentido de pronunciar.
Sá (1997, p. 43) traz o seguinte conceito de laudo: “o laudo é, de fato, um pronunciamento ou 
manifestação de um especialista, ou seja, o que entende ele sobre uma questão ou várias, que se 
submetem à sua apreciação”.
69
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Segundo Ornelas (2000, p. 86), o laudo pericial contábil pode ser entendido sob dois aspectos:
• é a materialização do trabalho pericial desenvolvido pelo perito; e
• é a própria prova pericial.
Segundo Neves (2000, p. 32),
[...] podemos conceituar laudo pericial como a prova escrita, através da qual 
o perito‑contador ou perito do juiz expõe, de forma objetiva e sequenciada, 
o resultado do estudo, evidenciando o fato litigioso, com esclarecimentos e 
opiniões técnicas, dirimindo dúvidas e levando informações aos usuários, ou 
seja, às partes interessadas.
Segundo Santos (1997, p. 51), “[..] o laudo pericial é o registro escrito pelo perito dos fatos observados, 
estudados, analisados e concluídos, de acordo com as condições dos fatos”.
Segundo Magalhães et al. (2001, p. 38), “[...] é o laudo que consubstancia o trabalho pericial nos 
aspectos de exposição e documentação, principalmente no propósito de expressar a opinião do perito 
sobre questões formuladas nos quesitos”.
Segundo Zarzuela et al. (2000, p. 36):
[...] em nossa concepção, laudo pericial consiste na exposição 
minuciosa, circunstanciada, fundamentada e ordenada das apreciações 
e interpretações realizadas pelos Peritos, com a pormenorizada 
enumeração e caracterização dos elementos materiais encontrados no 
local do fato, no instrumento do crime, na peça de exame e na pessoa 
física, viva ou morta.
Segundo Junior et al. (2000, p. 30):
[...] do ponto de vista prático, o laudo é o resultado da perícia, 
expresso em conclusões escritas e fundamentadas, devendo conter 
fiel exposição das operações e ocorrências das diligências, concluindo 
com o parecer justificado sobre a matéria submetida a exame do 
especialista e repostas objetivas aos quesitos formulados pelas partes 
e não impugnados pelo juízo.
As Normas Brasileiras de Contabilidade NBC TP 01 (CFC, 2015) trazem o seguinte conceito de laudo:
48. O laudo pericial contábil e o parecer técnico‑contábil são documentos 
escritos, nos quais osperitos devem registrar, de forma abrangente, o 
70
Unidade II
conteúdo da perícia e particularizar os aspectos e as minudências que 
envolvam o seu objeto e as buscas de elementos de prova necessários 
para a conclusão do seu trabalho.
Segundo Sá (1997, p. 46), para que um laudo possa classificar‑se como de boa qualidade, precisa 
atender aos seguintes requisitos mínimos:
• objetividade;
• rigor tecnológico;
• concisão;
• argumentação;
• exatidão;
• clareza.
O autor esclarece que (SÁ, 1997, p. 46):
A objetividade é um princípio que se estriba no preceito acolhido pelas ciências, 
ou seja, a exclusão do julgamento em bases “pessoais”, ou “subjetivas”.
O rigor tecnológico já expulsa, por si, o “subjetivo”. Em Contabilidade, há 
um número expressivo de doutrinas e de normas em que o perito pode 
basear‑se para emitir suas opiniões.
A concisão exige que as respostas evitem o prolixo. Ela, todavia, não deve 
chegar ao absurdo da exclusão de argumentos.
No que tange à argumentação, deve o perito alegar por que concluiu ou em 
que se baseia para apresentar sua opinião.
No que tange à exatidão, ela é condição essencial de um laudo. A exatidão 
de um laudo só pode ser conseguida se as provas que conduzem à opinião 
são consistentes e obtidas por critérios eminentemente contábeis.
No que tange à clareza, ela é importantíssima porque o perito deve 
entender que o laudo é feito para terceiros que não são especialistas e, 
por isso não têm obrigação de entender a terminologia tecnológica e 
científica da Contabilidade.
71
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Segundo Ornelas (2000, p. 92):
A estética do laudo pericial contábil envolve dois aspectos a serem 
considerados pelo perito. O primeiro deles deve ter sempre presente 
que seu trabalho não será apreciado apenas pelo que nele consta, mas 
também pela forma gráfica que adotou; deve ser um trabalho bonito 
de ver, atrativo para seus leitores. O segundo deles refere‑se a que o 
peritodeve oferecer o laudo pericial contábil de forma a possibilitar uma 
leitura fácil e, nesse sentido, é necessário levar alguns aspectos gráficos 
em conta.
O perito, durante a elaboração do laudo pericial, deve estar consciente de que está preparando algo 
para terceiros que, em sua grande maioria, não são pessoas conhecedoras de contabilidade e de cálculos. 
Por esse motivo, o laudo tem de ser peça clara, fácil de ler e interpretar, mesmo para leigos.
A peça final e fundamental de todo o trabalho do perito é o laudo pericial. É essa peça técnica que 
expõe, de forma circunstanciada, todos os passos necessários à consecução da perícia e as conclusões 
técnicas do perito‑contador.
Exemplo de petição encaminhando o laudo pericial
Exmo. Sr. Juiz de Direito da 1ª Vara Cível de Bagé – Rio Grande do Sul
Autor: Hawai Viagens e Turismo – ME
Réu: Empresa de Turismo e Excursões Sonhos Dourados – EPP
Ação: Ressarcimento de Despesas – Cível
Processo nº: 0009.900.0021/2011
Jose Roberto Rodriguez, perito deste juízo, devidamente qualificado nos autos 
do processo em epígrafe vem, respeitosamente apresentar a Vossa Excelência, no prazo 
estipulado, o laudo pericial contábil, consubstanciado com as determinações.
Isto posto, requer a sua a juntada desta aos autos para tornar ciente as partes interessadas 
e para os devidos fins de direito.
É o que requer,
Pede deferimento.
Bagé, 15 de abril de 2011.
Jose Roberto Rodriguez
Contador CRC RS 999.999.999
72
Unidade II
 Saiba mais
Para se aprofundar no assunto, leia o artigo:
YOSHITAKE, M. et al. A metodologia de elaboração de um laudo pericial. 
Revista Pensar Contábil, v. 8, n. 31, fev./mar., 2006. Disponível em: http://
www.peritoscontabeis.com.br/trabalhos/elab_laudo_crcrj.pdf. Acesso em: 
31 jan. 2020.
O laudo pericial deve conter todas as provas e evidências, ser efetuado através de análise dos dados, 
provas e responder aos quesitos formulados pelo juiz e as partes.
A elaboração do laudo pericial, como qualquer outro tipo de relatório, deve obedecer a princípios 
técnicos fundamentais:
• uso de linguagem clara e objetiva;
• uso correto do vernáculo;
• o laudo deve ser o mais abrangente possível, com visão generalizada de toda a matéria examinada;
• se não houver quesitos a responder, o perito deve empregar todos os seus conhecimentos técnicos 
de forma criteriosa, especificando no laudo quais os procedimentos e critérios adotados;
• o laudo pericial deve ser conclusivo.
O perito jamais deve olvidar que seu trabalho, quando em juízo, deve ser entregue por intermédio 
de uma petição (requerimento), onde consta a identificação da junta ou vara por onde tramita a ação, 
identificação da ação, identificação do perito e espécie de perícia a que se refere o laudo.
Fora esses princípios básicos, são recomendáveis outros cuidados no que se refere à estética 
do laudo pericial, haja vista que, em muitas varas ou juntas, são exigidas certas normas de 
apresentação, quais sejam:
Apresentação/valorização do laudo
A estética do laudo contábil envolve dois aspectos a serem considerados pelo perito contábil.
O primeiro deles é que o seu trabalho não será apreciado apenas pelo que nele consta, mas também 
pela forma gráfica que adotou; deve ser um trabalho atrativo para seus leitores.
73
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
O segundo deles se refere ao que o perito contábil deve oferecer no laudo contábil, de forma a 
possibilitar uma leitura fácil e, nesse sentido, alguns aspectos gráficos devem ser levados em conta.
Afinal, o laudo contábil é a materialização de todo o esforço técnico desenvolvido pelo perito 
contábil, portanto, o perito deve valorizá‑lo, oferecendo‑o de forma bem apresentada. Não basta o 
conteúdo estar correto, é importante cuidar de sua apresentação.
Margens do laudo
O texto deve ser disposto considerando uma margem esquerda de no mínimo 3,0 centímetros, 
de 1,5 centímetros de margem direita e margens superiores e inferiores de 2,5 centímetros cada 
uma. Especial atenção para a margem esquerda, pois o laudo pericial, quando juntado aos autos 
sem essa margem, sem espaço conveniente, tem sua leitura prejudicada, já que parte do texto 
ficará encoberta.
Exemplo de laudo pericial simples
Ex.mo(a) Sr.(a) Dr.(a) Juiz(a) de direito da ___ a vara cível da circunscrição 
judiciária de Uberlândia/MG
Processo nº.
Requerente: Megalópole Venda de Serviços Ltda.
Requerido: Pantanal do Brasil – Indústria e Comércio de Computadores S/A.
Laudo pericial
Rodrigo dos Santos Pinheiro, brasileiro, solteiro, contador, estabelecido a Av. Santana, 
bairro Centro, CEP 68.925‑000, Santana/AP. Perito judicial nomeado nos autos do processo 
supramencionado, tendo encerrado seu trabalho pericial, vem, respeitosamente, à presença 
de Vossa Excelência.
Apresentar seu Laudo pericial.
6 de junho de 2011.
Síntese do objetivo da péricia
O presente Laudo pericial tem como objetivo apresentar o resultado da perícia 
contábil realizada em face do litígio existente entre Megalópole venda de serviços Ltda. 
(Autor) e Pantanal do Brasil – Ind. E Com. De Computadores S/A (Ré), com fins de apurar 
o valor devido pelo réu face à ação de indenização por danos morais, por perdas e 
danos materiais.
74
Unidade II
Respostas dos quesitos
Na realização do trabalho, o planejamento envolveu o estudo prévio do processo tomado 
de ciência do conteúdo e das abordagens dadas pelos quesitos das partes, permitindo e 
facilitando o exame dos documentos necessários. Dado o estudo do processo que envolver 
indenização por danos morais, por perda e danos matérias a autora foi nomeada pela 
requerente como agente Pantanal para comercialização de máquinas e ou serviços em 
caráter de exclusividade, com prazo de vigência até o final de 2005. Diz a autora que tal 
contrato não lhe auferia lucros, atendo‑se precariamente.
Diz a autora que logo após, foi celebrado outro contrato, quando estabeleceram outra 
forma de remuneração levando vantagem somente a parte ré. 
Dentre os quesitos apresentados pela autora está em relacionar as comissões registradas 
no livro diário e devidas pala ré a autora, mês a mês, no período de janeiro a dezembro de 
1999. Desta forma excelência, para que possamos mensurar as comissões precisamos dos 
livros diários da autora matéria solicitados no termo de diligencia.
Conclusão
Pois como a prova pericial destina‑se a verificar fatos relacionados com o objetivo 
da lide e seu resultado fica impossibilitado de determinar e responder os quesitos 
apresentados, pois não há documentos em que podemos analisar e procedermos as 
respostas dos quesitos, salientando que as respostas do termo de diligência não foi 
apresentado a este perito, sabemos que as respostas dos quesitos precisa ser exato e 
preciso. Até este momento me encontro a disposição da lide em questão para solucionar 
o caso. Aguardo decisão de vossa excelência.
Macapá‑AP, 6 de junho de 2011.
Rodrigo dos Santos Pinheiro
Contador – CRC/AP n. 000000/O – 0
Fonte: Pinheiro (2011).
Respostas aos quesitos
Quando o laudo pericial for constituído de quesitos e respostas, é pertinente transcrever o 
quesito e sua resposta em folha específica, apresentando a pergunta em destaque e, em seguida, 
a resposta oferecida.
O fato de se oferecer um quesito e a resposta em folhas individuais permite melhor ordenamento 
do próprio ato de ler.
75
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Espaçamento
Ainda para facilitar a leitura, o texto deve ser datilografado ou digitado em espaço dois. O referido 
espaço permite a leitura na horizontal, enquanto o texto com linhas muito próximas umas das outras 
provoca, às vezes, leitura na forma oblíqua, obrigando o leitor a retornar ao início do texto.
Tamanho de letra
O tamanho de letra utilizada no texto é outro aspecto a ser considerado dentro das preocupações 
com o leitor. É recomendado para o texto normal o tamanho 12 e para os títulos de cada capítulo o 
tamanho 14.
Todas as recomendações são voltadas à permissão de uma boa estética ao trabalho pericial, 
transformandoo ato de ler num momento agradável.
5.6 Prazos
Os prazos para entrega do laudo pericial, no caso da perícia judicial, são determinados pelo juiz 
no momento da nomeação do perito, como determina o artigo 465 do Código de Processo Civil, com 
a seguinte redação: “Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de 
imediato o prazo para a entrega do laudo”. (BRASIL, 2015).
Figura 10 
No caso de atuação em processos trabalhistas, o prazo está estabelecido no artigo 3º da Lei n. 5.584, 
de 26 de junho de 1970, com a seguinte redação: “Art. 3º. Os exames periciais serão realizados por perito 
único designado pelo Juiz, que fixará o prazo para entrega do laudo” (BRASIL, 1970).
Esse prazo poderá ser prorrogado por mais uma vez, desde que solicitado por escrito pelo perito, nos 
termos do artigo 476 do Código de Processo Civil (BRASIL, 2015), com a seguinte redação:
Art. 476. Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar o laudo 
dentro do prazo, o juiz poderá conceder‑lhe, por uma vez, prorrogação pela 
metade do prazo originalmente fixado.
76
Unidade II
No caso do parecer dos assistentes técnicos, os prazos estão fixados no 
parágrafo 1º do artigo 477 do Código de Processo Civil (BRASIL, 2015), com a 
seguinte redação:
Art. 477. Parágrafo 1º. As partes serão intimadas para, querendo, 
manifestar‑se sobre o laudo do perito do juízo no prazo comum de 15 
(quinze) dias, podendo o assistente técnico de cada uma das partes, em 
igual prazo, apresentar seu respectivo parecer.
Os assistentes técnicos oferecerão seus pareceres no prazo comum de 15 
(quinze) dias, após intimadas as partes da apresentação do laudo.
Na atuação como assistente técnico na Justiça do Trabalho, o perito deverá observar o prazo estabelecido 
no Parágrafo único da Lei n. 5.584 de 26 de junho de 1970 (BRASIL, 1970), com a seguinte redação:
Art. 3º. Parágrafo único. Permitir‑se‑á a cada parte a indicação de um 
assistente, cujo laudo terá que ser apresentado no mesmo prazo assinado 
para o perito, sob pena de ser desentranhado dos autos.
Portanto, deverá ser observado, na atuação como perito assistente na Justiça do Trabalho, o mesmo 
prazo dado ao perito judicial nomeado pelo juiz para entrega de seu parecer técnico que, no caso da Lei, 
é chamado também de laudo.
Essa observação é importantíssima, pois a Lei determina que o não cumprimento desse prazo leva 
o laudo do assistente técnico a ser desentranhado dos autos, o que causaria prejuízo para a defesa da 
parte que o contratou, na apresentação de eventual impugnação ao laudo do perito judicial.
O perito, ao atuar em perícia extrajudicial ou arbitral, deverá observar o prazo estipulado em contrato 
e protocolizar seu laudo ou parecer pelo meio indicado no contrato, no caso de perícia extrajudicial, ou 
por petição, no caso de perícia arbitral.
A comprovação da entrega do laudo pericial e do parecer do assistente técnico tem a mesma 
importância no cumprimento dos prazos estabelecidos, seja pelo juiz, pelas partes que contrataram o 
assistente, ou pelo juiz arbitral.
 Lembrete
O laudo pericial e o parecer técnico‑contábil são os documentos nos 
quais os peritos e assistentes técnicos registram o conteúdo e têm como 
limite o próprio objeto da perícia. 
Eles devem contemplar o resultado final alcançado por meio das 
provas constantes dos autos, bem como quaisquer outros elementos 
arrecadados por meio das diligências realizadas. Deve ser redigido de forma 
circunstanciada, clara, objetiva, sequencial e lógica.
77
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
5.7 Honorários
Os honorários periciais são a remuneração do perito pelo serviço prestado na perícia judicial, extrajudicial ou 
arbitral, como traz a Norma Brasileira de Contabilidade – NBC PP 01 (CFC, 2015) nos itens destacados a seguir:
Honorários 
33. Na elaboração da proposta de honorários, o perito dever considerar os 
seguintes fatores: a relevância, o vulto, o risco, a complexidade, a quantidade 
de horas, o pessoal técnico, o prazo estabelecido e a forma de recebimento, 
entre outros fatores. 
Elaboração de proposta 
34. O perito deve elaborar a proposta de honorários estimando, quando possível, 
o número de horas para a realização do trabalho, por etapa e por qualificação 
dos profissionais, considerando os trabalhos a seguir especificados:
(a) retirada e entrega do processo ou procedimento arbitral; 
(b) leitura e interpretação do processo; 
(c) elaboração de termos de diligências para arrecadação de provas e 
comunicações às partes, terceiros e peritos‑assistentes; 
(d) realização de diligências; 
(e) pesquisa documental e exame de livros contábeis, fiscais e societários; 
(f) elaboração de planilhas de cálculo, quadros, gráficos, simulações e 
análises de resultados;
(g) elaboração do laudo; 
(h) reuniões com peritos‑assistentes, quando for o caso; 
(i) revisão final; 
(j) despesas com viagens, hospedagens, transporte, alimentação, etc.;
(k) outros trabalhos com despesas supervenientes. 
Quesitos suplementares
35. O perito deve ressaltar, em sua proposta de honorários, que esta não 
contempla os honorários relativos a quesitos suplementares e, se estes 
78
Unidade II
forem formulados pelo juiz e/ou pelas partes, pode haver incidência de 
honorários complementares a serem requeridos, observando os mesmos 
critérios adotados para elaboração da proposta inicial.
O artigo 95 do Código de Processo Civil (BRASIL, 2015) estabelece a responsabilidade pelo pagamento 
dos honorários periciais, com a seguinte redação:
Art. 95. Cada parte adiantará a remuneração do assistente técnico que 
houver indicado, sendo a do perito adiantada pela parte que houver 
requerido a perícia ou rateada quando a perícia for determinada de ofício 
ou requerida por ambas as partes.
Conforme Ornelas (2000, p. 103), “[...] sendo o perito nomeado pelo magistrado, portanto, na 
função judicial, compete àquele fixar sua remuneração. Esse ato processual praticado pelo magistrado 
é conhecido por arbitramento”.
De acordo com Sá (1997, p. 70):
Aceita a perícia, o profissional deve requerer seus honorários (fazem 
parte das custas e quem pede a perícia é quem deve fazer o depósito. Tal 
fixação prévia pode, todavia, ser reajustada se o prazo da perícia assim o 
exigir e nos casos de inflação. Em caso de aumento de carga horária de 
trabalho do perito, mesmo ele tendo fixado previamente seus honorários, 
se teve a cautela de precaver‑se contra aumento de tal carga, pode pedir 
reajuste. A proposta de honorários deve, pois, ser bem feita. Portanto: 
fazer a proposta e pleitear o depósito são coisas que o perito pode fazer 
concomitantemente, mas com zelo suficiente para não cometer erros 
contra si, nem contra a parte.
O autor complementa: “[...] nada mais justa que esta medida, em certos casos, pois muitas perícias, 
pelo seu vulto, exigem tempo dilatado e investimentos em pagamentos de auxiliares e de meios para 
conseguir os elementos necessários” (SÁ, 1997, p. 72). Esse procedimento se refere aos honorários 
prévios, solicitados nos processos que tramitam nas varas civis e federais, pois nas varas do trabalho 
normalmente não se concede honorários prévios.
Exemplo de petição simples de fixação dos honorários
Exmo. Sr. Juiz de Direito da 1ª Vara Cível de Bagé – Rio Grande do Sul
Autor: Hawai Viagens e Turismo – ME
Réu: Empresa de Turismo e Excursões Sonhos Dourados – EPP
Ação: Ressarcimento de Despesas – Cível
Processo nº: 0009.900.0021/2011
79
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Jose Roberto Rodriguez, perito deste juízo, devidamente qualificado nos autos do 
processo em epígrafe vem, respeitosamente requere a Vossa Excelência a fixação dos 
honorarios periciais em R$ 4.000,00 (quatro mil reais).
Dessa forma, solicita o depósito do valor em pauta, a título de verba honorária, no 
montante arbitrado por Vossa Excelência, objetivando o início dos trabalhos periciais.
É o que requer,
Pede deferimento.
Bagé, 15 de agosto de 2011.
Jose Roberto Rodriguez
Contador CRC RS 999.999.999Os honorários periciais não se restringem apenas aos honorários prévios. O perito, com base 
em seus papéis de trabalho, deve manter anotação dos custos envolvidos na realização da perícia, 
pois, na entrega do laudo pericial, deve‑se verificar se os honorários depositados previamente 
são suficientes para a remuneração do trabalho realizado. Em caso contrário, o perito deverá 
solicitar honorários definitivos, indicando os custos do trabalho e o total das horas envolvidas. Esse 
demonstrativo deve ser realizado de forma muito clara, pois poderá haver impugnação das partes 
sobre o valor solicitado.
Os valores solicitados de honorários periciais têm causado alguns problemas para os peritos e também 
para os magistrados, como se verifica em Cleto (2001), que traz a seguinte colocação: “[...] a falta de 
apresentação de um planejamento detalhado do trabalho pericial, incluindo planilha de custos justificada, 
é uma das dificuldades enfrentadas pelos juízes no arbitramento de honorários de peritos judiciais.”
O problema que ocorre na fixação dos honorários periciais se relaciona aos valores solicitados pelos 
peritos e o arbitramento feito pelo juiz, pois ele, sem parâmetro, arbitra o valor solicitado com redução 
de até 60% e esses honorários, reduzidos, em muitos casos sequer pagam os custos que o perito teve 
na elaboração do laudo. Por outro lado, os juízes argumentam que os peritos não demonstram de forma 
clara os custos que tiveram com a elaboração do laudo pericial, pois, como se trata de um trabalho feito 
pelo perito fora da visão do juiz, este não tem como saber o que foi envolvido na perícia.
Como os juízes, em alguns casos, argumentam que não há parâmetros para fixar os honorários periciais 
e as partes, por sua vez, não concordam com os valores pleiteados, segue um modelo de estimativa de 
honorários de perícia contábil, elaborado pela Associação dos Peritos Judiciais do Estado de São Paulo.
Trata‑se de um modelo padrão, que não impede o perito de criar um modelo próprio que demonstre 
o valor pleiteado por seus honorários, de forma detalhada, com base sempre na clareza dos gastos 
efetuados com a perícia e com as horas gastas em suas várias fases. Vale lembrar que a justa remuneração 
pelo trabalho realizado irá quase sempre depender de tal demonstrativo, como no quadro a seguir:
80
Unidade II
Quadro 2
Demonstração do custo/orçamento dos trabalhos periciais
Área contábil
Processo nº.
Cartório
Partes requerente(s):
Requerido(s):
Custos
a. Horas técnicas/itens Horas estimadas Vlr/hora R$ Totais em R$
Estimativa/carga
Análise autos/docs./relatórios
Diligências
Levantamento de dados
Cálculos e elaboração de anexos
Redação do laudo
Digitação
Reuniões com assistentes técnicos
Montagem laudo
Revisão/assinatura/entrega do laudo
Total item horas técnicas
b. Material direto aplicado Qtde. un Vlr/Unit. R$ Totais em R$
Papéis de trabalho
Disquetes 3 ½�”
Papéis laudo e cópias (2)
Total item material direto aplicado
Resumo R$
Item horas técnicas
Item material direto aplicado
Total dos honorários
Fonte: Ornelas (2000, p. 122).
Os problemas verificados na quantificação e recebimento dos honorários periciais não ocorrem 
quando o perito atua como assistente técnico, pois a estimativa de honorários é aceita pela parte, 
normalmente, antes de ser realizada a perícia. Portanto, não há questionamento sobre seu pagamento.
Pelos motivos apresentados, grande parte dos peritos que atuavam quase que exclusivamente como 
peritos judiciais estão preferindo trabalhar como assistentes técnicos ou em perícias extrajudiciais, 
por terem mais garantias no recebimento de seus honorários nas bases em que foram contratados. 
No entanto, é imprescindível a existência de um contrato de prestação de serviços.
81
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Exemplo de solicitação dos honorários periciais
Excelentíssimo Senhor Doutor
Juiz de Direito da (--) Vara Cível da Comarca de (especificar),
Processo nº
Nome completo do Perito, nacionalidade, estado civil, perito contador, RG nº, inscrito 
no CPF sob o nº e no Conselho Regional de Contabilidade sob nº, perito nomeado no 
processo de número em epígrafe (fls. nº), vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência 
apresentar PROPOSTA DE HONORÁRIOS, conforme planilha abaixo:
Quadro 3
Planejamento nº horas
Pesquisa documental nº horas
Equipe técnica e outros técnicos nº horas
Respostas de quesitos nº horas
Elaboração do laudo nº horas
Total nº horas
Considerando‑se que o trabalho terá a duração de nº horas, o valor total dos honorários 
será de R$ valor (valor expresso), sendo certo que o valor de cada hora é de R$ valor 
(valor expresso).
Os honorários deverão ser depositados antes do início do trabalho pericial e levantados 
mediante alvará judicial para este fim, que deverá ser expedido no momento da entrega 
do laudo.
O valor desta proposta não cobre eventuais quesitos suplementares. Caso as partes 
apresentem quesitos suplementares, o total do valor dos honorários supramencionado 
ficará acrescido de XX% (‑‑‑‑‑‑‑‑ por cento), depositados nos mesmos moldes do 
valor inicial.
Nesses termos,
pede deferimento.
Local, dia de mês de ano.
Nome do Perito do Juízo
Número de Inscrição no CRC
82
Unidade II
Exemplo de petição para liberação dos honorários periciais
Exmo. Sr. Juiz de Direito da 1ª Vara Cível de Bagé – Rio Grande do sul
Autor: Hawai Viagens e Turismo – ME
Réu: Empresa de Turismo e Excursões Sonhos Dourados – EPP
Ação: Ressarcimento de Despesas – Cível
Processo nº: 0009.900.0021/2011
Jose Roberto Rodriguez, perito deste juízo, devidamente qualificado nos autos do 
processo em epígrafe vem, respeitosamente requere a Vossa Excelência a liberação dos 
honorários periciais fixados em R$ 4.000,00 (quatro mil reais).
Isto posto, requer a expedição de mandado de pagamento em favor do ora requerido.
É o que requer,
Pede deferimento.
Bagé, 15 de dezembro de 2011.
Jose Roberto Rodriguez
Contador CRC RS 999.999.999
 Saiba mais
Para saber mais sobre o assunto, acesse o site:
ZANLUCA. J. C. Como calcular honorários periciais. Curitiba, [s.d]. 
Disponível em: http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/
honorariospericiais.htm. Acesso em: 30 jan. 2020.
5.8 Desenvolvimento do trabalho
Após o recebimento da notificação da nomeação, ou da contratação para efetuar perícia, o perito 
deve observar alguns procedimentos para a elaboração do trabalho assumido.
Segundo Magalhães et al. (2000, p. 37), “a operacionalização da perícia contábil judicial e 
sua processualística compreendem dois momentos distintos, que podemos classificar como atos 
preparatórios e atos de execução”.
83
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Aponta como atos preparatórios os seguintes:
• nomeação de ofício – realizada pelo Juiz de Direito;
• nomeação requerida – ocorre quando uma das partes deseja 
orientação técnica ou científica;
• indicação – ocorre quando uma das partes ou ambas, desejando mais 
esclarecimentos, indica assistente técnico;
• intimação – feita a nomeação, o juiz manda intimar o perito;
• declínio – quando existem motivos de ordem legal, técnica ou 
científica, o perito pode recusar a nomeação.
Como atos de execução, traz os seguintes:
• o primeiro ato de execução é a formulação de quesitos pelo juiz, ou 
pelos advogados das partes quando lhes interessa;
• as diligências para obtenção de provas constituirão atos de 
execução subsequentes.
Chegando, finalmente, à entrega do laudo pericial.
5.9 As técnicas utilizadas na elaboração do laudo pericial
Segundo Alberto (2000, p. 119), as técnicas utilizadas são:
• definir o objeto da perícia equivale dizer que o perito, estudando 
o processo ou os elementos da consulta que lhe foi formulada, 
deve procurar estabelecer e circunscrever o objeto pericial. Isto 
porque nem sempre tal objeto estará claro para o próprio usuário 
do serviço pericial, muitas vezes o solicitante não consegue situar 
corretamente o que deseja ser examinado pela perícia;
• estabelecer, com base noobjeto e nos demais elementos disponíveis, 
qual o objetivo da perícia, ou seja, qual a finalidade para a qual aquela 
está sendo instada a examinar determinada matéria; esta finalidade 
da perícia, também, na maioria das vezes não estará claramente 
estabelecida pelo usuário (as partes, terceiros ou o judiciário); é 
importante assim proceder para, dependendo da finalidade da perícia, 
estabelecer para si mesmo a metodologia que empregará, ou em suma, 
as técnicas de abordagem que adotará no caso concreto; trata‑se, 
84
Unidade II
aqui, da diligência em sentido lato sensu, ou seja, de diligenciar junto 
aos próprios autos ou conjunto de elementos que lhe são submetidos;
• se o objeto e os autos tornarem necessária a pesquisa ou verificação de 
campo (a diligência propriamente dita, no sentido estrito), o profissional 
deverá comparecer no local onde será efetuada a verificação ou a 
pesquisa, ou ainda, onde serão solicitados os documentos, ouvidas 
pessoas ou efetuadas as medições ou reproduções da coisa, situação 
ou fato de qualquer espécie. É aconselhável que tal técnica seja 
empregada com os cuidados apropriados, lavrando o perito termo 
circunstanciado da solicitação, pesquisa ou verificação efetuadas.
Para Sá (1997), o método da perícia é basicamente o analítico, não se dispensando detalhes, sempre 
que necessários.
É preciso, pois:
1. identificar bem o objetivo;
2. planejar competentemente o trabalho;
3. executar o trabalho baseado em evidências inequívocas, plenas e totalmente confiáveis;
4. ter muita cautela na conclusão e só emiti‑la quando estiver absolutamente seguro sobre os resultados;
5. concluir de forma clara, precisa e inequívoca.
Em todas as atividades profissionais o planejamento é fundamental, visando a atingir o objetivo 
fixado. As etapas a serem desenvolvidas e as sequências devem ser previstas, determinando prazos e 
responsáveis pela execução.
Na fase do planejamento, o perito contador deve prever as etapas e o desenvolvimento das atividades, 
além de definir os honorários pela execução do laudo pericial. Caso não haja determinação do juiz, deve 
ser cumprido o prazo fixado no Código do Processo Civil.
Portanto, as técnicas devem buscar uma conclusão de forma clara, precisa e inequívoca, atendendo 
aos requisitos exigidos pela perícia.
 Lembrete
O planejamento apresenta, entre suas utilidades, a de permitir o 
acompanhamento e o controle do desenvolvimento das etapas e subetapas 
de uma perícia contábil.
85
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
O perito deve analisar primeiramente o objeto da perícia, proceder ao 
planejamento do trabalho, verificar se toda a documentação necessária 
para execução do laudo está juntada no processo e se há necessidade de 
efetuar alguma diligência.
Tendo toda a documentação em mãos, o perito deve executar seu trabalho, 
concluindo‑o de forma clara e considerando que ele será lido por terceiros.
6 FASES DO PROCESSO JUDICIAL
As fases do processo judicial servem para entender em quais momentos o perito judicial intervém, 
de acordo com o juiz e as partes – autor ou reclamante, reclamada ou réu.
6.1 Fase de instrução
A fase inicial do processo é denominada fase de instrução. Nela é que as partes produzirão provas para 
que o juiz possa julgar a ação proposta. Assim, a perícia, nessa fase processual, será elemento de prova.
Quando houver a necessidade de técnico para a verificação das alegações das partes como 
prova para o juiz proceder ao julgamento da ação proposta, haverá a nomeação de perito de sua 
confiança, para fornecer elementos necessários a esse julgamento. Essa perícia poderá ser contábil, 
médica, de engenharia, segurança do trabalho ou outras, dependendo do objeto a ser periciado.
A perícia judicial, na fase de instrução do processo, dar‑se‑á de acordo com o andamento processual. 
Para dar o impulso ao processo, há uma petição inicial, na qual o reclamante ou autor irá demonstrar as 
justificativas da necessidade de perícia contábil.
A reclamada ou réu, por sua vez, também irá demonstrar de forma fundamentada, em sua defesa, 
que nada é devido ao reclamante ou autor.
De posse das duas peças, defesa e contestação, o juiz irá verificar se tem todos os elementos 
para o seu julgamento. Caso não os possua, determinará perícia, nomeando seu perito de 
confiança e determinando que as partes, se quiserem, apresentem seus quesitos e indiquem seus 
assistentes técnicos.
Realizada a perícia, será aberto prazo para que as partes se manifestem sobre o laudo. Após essa 
manifestação, ocorrendo a impugnação do laudo por uma ou por ambas as partes, o perito procederá 
aos devidos esclarecimentos.
Efetivados os esclarecimentos e colhidas outras provas, o juiz realizará audiência de instrução e 
julgamento, finalizando essa fase processual com a sentença de primeiro grau ou 1ª instância.
86
Unidade II
6.2 Perícia na fase de execução
A fase final do processo, denominada fase de execução, é aquela que busca a liquidação do processo, 
transformando a condenação imposta em pecúnia.
Após a fase de instrução, como já mencionado, poderá haver perícia. O juiz proferirá a sentença em 
primeira instância, que poderá ser totalmente procedente, procedente em parte ou improcedente. Isso 
não significa que irá, de imediato, iniciar‑se o processo de execução, pois a parte que se sentir prejudicada 
no julgamento poderá impetrar embargos de declaração e, posteriormente, recurso ordinário (processo 
do trabalho) ou apelação (processo comum) para a segunda instância ou recurso de revista (processo do 
trabalho) ou recurso especial ou extraordinário (processo comum) para a terceira. Cabe esclarecer alguns 
termos utilizados anteriormente, por tratar‑se de matéria jurídica.
Os tribunais de justiça existem em três instâncias:
• primeira instância: na justiça, em primeira instância, no processo do trabalho, há a Vara do 
Trabalho, onde se inicia e termina o processo trabalhista;
• segunda instância: nos Tribunais de Justiça, sendo um em cada unidade da federação. Neles, as 
partes irão buscar uma nova análise da matéria, podendo a sentença de primeira instância ser 
mantida ou modificada;
• terceira instância: Tribunal Superior (TST, STJ e STF), localizados em Brasília; tem limitação quanto 
à matéria a ser analisada, pois só pode buscar a sua análise se as partes provarem que houve, nos 
julgamentos de primeira e segunda instância, a violação de algum dispositivo constitucional.
As sentenças proferidas pela Justiça podem ser:
• totalmente procedente: nesse tipo de sentença, o autor prova que o réu não afastou as alegações 
feitas na ação promovida. Assim, o réu será condenado em todos os pedidos formulados;
• parcialmente procedente: ocorre quando apenas parte das alegações foi provada e o réu foi 
condenado em parte dos pedidos formulados;
• totalmente improcedente: ocorre quando o autor não consegue provar nenhuma das alegações 
efetuadas. Nesse caso, o réu ficará isento de condenação e o autor será condenado nas custas 
processuais e, se o resultado da perícia, na fase de instrução, foi negativo, também será condenado 
ao pagamento dos honorários periciais.
Os valores serão definidos por meio das seguintes situações:
• liquidação por cálculos: será efetuada quando a apuração do montante depender de simples 
operações aritméticas;
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PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
• liquidação por arbitramento: o arbitramento é a determinação de valores ou solução de 
controvérsia por critério técnico;
• liquidação por artigos: a liquidação por artigos será procedida quando houver necessidade de 
alegar e provar fato novo, para efeito de determinar o valor da condenação.
Restando dúvidas após os esclarecimentos, haverá prazo para as partes apresentarem sua impugnação 
fundamentada, com indicação dos itens e valores objetos da discordância.
A impugnação fundamentada refere‑se à verificação da condenação, ou seja, se foram extrapolados 
os limites da condenação, a indicação dos itens e valores objetos da discordância. Esses itensdevem ser 
enumerados e referenciados no cálculo da outra parte, bem como seus respectivos valores.
Quando a outra parte indica os itens que entende incorretos e também apresenta os cálculos que 
entende devidos, muitas vezes são elaborados da mesma forma do cálculo que está sendo impugnado.
Nesse momento, caberá ao juiz analisar as duas contas apresentadas, para proceder à homologação 
daquela que cumpriu a condenação nos limites da sentença prolatada. Desse modo, fica o juiz 
impossibilitado de ter segurança na homologação de uma das contas, porque ambas não estão 
claramente demonstradas.
Havendo a impossibilidade de uma homologação com segurança e verificando que as partes 
continuam apurando verbas não condenadas ou suprimindo as que foram condenadas ou, ainda, por 
uma grande diferença de valores entre as contas apresentadas, poderá o juiz determinar que uma das 
partes reapresente sua conta, determinando a inclusão ou exclusão de valores ou, então, determinará 
perícia contábil.
No processo do trabalho, nomeado o perito, seguem‑se alguns procedimentos para a elaboração do 
encargo assumido como o prescrito.
Nos termos do parágrafo único do artigo 3º da Lei n. 5.584/70, notificará as partes para que apresentem 
seus quesitos e indiquem seus assistentes técnicos se quiserem, pois esse procedimento não é obrigatório.
Se as partes apresentarem seus quesitos e indicarem seus assistentes técnicos ou, se vencido o 
prazo e nenhuma das partes apresentarem quesitos e indicar assistente, o perito nomeado pelo juiz será 
intimado a prestar compromisso e retirar o processo para elaboração do laudo pericial.
Compromisso é um termo de responsabilidade preenchido de próprio punho pelo perito nomeado, 
no qual se compromete a cumprir o encargo assumido com ética, imparcialidade e no prazo determinado 
pelo juiz.
Para elaboração do laudo pericial, o perito nomeado segue alguns procedimentos:
1. Após elaborado e assinado o termo de compromisso, procederá à retirada do processo em carga.
88
Unidade II
2. Iniciará seu trabalho, primeiramente, lendo a sentença de primeiro grau, embargos (se 
houver) e acórdãos proferidos pelos tribunais (também se houver); esse procedimento tem 
como objetivo verificar o objeto a ser periciado, bem como proceder à liquidação por cálculo, 
artigo ou arbitramento.
3. Procederá à análise da documentação juntada no processo, com o objetivo de verificar se todos 
os elementos necessários para elaboração do laudo constam do processo; caso esteja faltando 
algum, proceder às diligências, normalmente na sede da reclamada, para solicitar os documentos 
faltantes. Se houver assistentes das partes, esses devem acompanhar o perito do juízo.
4. De posse de todos os elementos necessários, o perito irá proceder à elaboração das planilhas de 
cálculo das verbas deferidas, que devem ser efetuadas de forma clara e analítica.
5. Elaboradas as planilhas de cálculos, procederá à resposta aos quesitos, se houver.
6. Resta então a parte de texto do laudo pericial, como a introdução, a identificação do objeto, a 
especificação e objetivo de cada quadro analítico, a conclusão, o encerramento e o pedido dos 
honorários pretendidos.
7. Finalizado o laudo pericial, deverá submetê‑lo à apreciação dos assistentes técnicos das partes, 
caso tenham sido indicados. Esse procedimento recebe o nome de conferência reservada. Assim, 
poderá haver entendimentos distintos entre o perito e os assistentes e, sendo procedentes, haverá 
modificação do laudo ou, se não concordar em modificá‑lo, o assistente que discordar deve 
elaborar um parecer divergente e, havendo concordância, todos assinam o laudo em conjunto.
8. Submetido aos assistentes, o laudo será protocolado no setor de protocolos das secretarias e será 
remetido à vara onde está tramitando.
Esses procedimentos devem ser seguidos para as três formas de liquidação, por cálculos, por artigos 
ou por arbitramento.
Portanto, a perícia judicial, na fase de execução do processo trabalhista, inicia‑se com a divergência 
dos cálculos das partes, com a determinação da perícia e consequente nomeação do perito de confiança 
do juiz, que despachará, dando prazo para que as partes, se quiserem, apresentem quesitos e indiquem 
assistente técnico.
Realizada a perícia, será aberto prazo para as partes se manifestarem sobre o laudo. Caso haja 
impugnação, o perito procederá aos devidos esclarecimentos ou alteração do laudo, se forem procedentes 
as impugnações. Após esses esclarecimentos, o juiz poderá homologar o laudo e fixar o crédito do 
reclamante e os honorários do perito.
Após a fixação do crédito, o juiz fixará prazo para que a reclamada efetue o pagamento do crédito 
do autor e determinará qual das partes pagará os honorários periciais, pois a parte que for perdedora no 
objeto da perícia arcará com os honorários periciais.
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PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
6.3 A impugnação das partes
Entregue o laudo pericial, o juiz abrirá prazo para as partes se manifestarem e essa manifestação 
poderá vir da seguinte forma:
I – concordância de ambas as partes;
II – concordância de uma das partes;
III – discordância de ambas as partes;
IV – concordância parcial.
Caso haja concordância de ambas as partes, o laudo pericial será homologado, havendo também 
nessa homologação a fixação dos honorários periciais e a determinação da parte que ficará responsável 
pelo seu pagamento.
6.4 Esclarecimento às partes
Caso uma ou ambas as partes discordem dos valores apurados no laudo pericial, oferecerá 
impugnação ao mesmo, sendo que essa impugnação deverá ser fundamentada e os itens e valores da 
discordância especificados.
Recebida a impugnação pela vara, o juiz intimará o perito para que proceda ao esclarecimento dos 
pontos que foram impugnados.
Recebida a intimação, o perito retira o processo em carga e verifica os termos das impugnações. 
Se forem procedentes, ou seja, se o perito cometeu algum equívoco na apuração de alguma verba, 
procederá à correção do mesmo e reapresentará o laudo com as devidas correções. Se forem 
improcedentes, responderá às impugnações justificando os procedimentos adotados, dentro dos limites 
do objeto periciado, mantendo, na íntegra, o laudo já apresentado.
Realizados os esclarecimentos do perito, o juiz poderá homologar o laudo pericial, ou solicitar que 
as partes se manifestem sobre esses esclarecimentos.
 Resumo
Todas as atividades profissionais devem partir de um planejamento 
adequado, prevendo todas as etapas e as atividades a serem desenvolvidas 
para obter êxito.
O planejamento representa um quadro onde estão definidas todas as 
etapas e subetapas de uma perícia contábil, em ordem sequencial. O objetivo 
do planejamento é a definição das etapas que devem ser executadas e a 
ordem em que elas devem ocorrer.
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Unidade II
O planejamento deve ser produzido pelo perito‑contador e sua equipe, 
logo após ser aceito e aceitar a incumbência de executar da perícia, definir 
prazos e chegar a um acordo sobre os honorários.
Estabelecido o planejamento e conhecido o objetivo da perícia, o 
contador deve iniciar os trabalhos.
Havendo necessidade de informações e dados, o perito deve efetuar 
diligências para colher os dados complementares.
No desenvolvimento da perícia, o contador deve observar rigorosamente 
as normas reguladoras legais emanadas pelos Códigos e pelos órgãos 
regulamentadores da classe contadora.
As questões levantadas pelo juízo e pelas partes devem ser respondidas 
na amplitude das ciências contábeis, não devendo o perito inferir ou opinar 
sobre matéria alheia.
Esse profissional deve redigir de forma clara e concisa o laudo pericial, 
desenvolvendo por meio de linguagem técnica compreensível para o 
magistrado e os advogados envolvidos. Ser objetivo e direto.
No desenvolvimento da atividade pericial, o perito contador deve 
observar os prazos fixados nas normas e na determinação do juízo.
O bom senso deve prevalecer na fixação dos honorários, contemplando 
a real atividade desenvolvida.Exercícios
Questão 1. Mauro Uorque foi indicado como perito judicial em uma ação trabalhista movida 
por Pedro Marcio Neiro contra a Construtora Imóvel Firme S/A. Pedro Marcio reclama várias verbas 
trabalhistas que não foram pagas, entre elas, horas extras, insalubridade e periculosidade. Nos quesitos 
apresentados pela construtora ela pergunta se o perito leu documentos que haviam sido juntados ao 
processo e pergunta como ele interpreta esses documentos. Pedro, na qualidade de perito judicial, 
responde a essas perguntas com um simples “não faz parte do objeto da perícia”. A construtora, por 
intermédio de seu advogado, critica o perito pela resposta e pede sua substituição, sob alegação de que 
a resposta foi indelicada e impertinente. Você como juiz:
A) Substitui o perito imediatamente por conduta indecorosa na ação judicial.
B) Substitui o perito imediatamente e veta seu nome para outras designações como perito.
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PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
C) Mantém o perito, mas determina que ele peça desculpas para a parte em razão da resposta.
D) Mantém o perito, mas faz uma reprimenda por escrito no processo, determinando que ele não dê 
mais respostas dessa natureza.
E) Mantém o perito, não faz nenhuma reprimenda e determina que os documentos sejam retirados 
do processo porque haviam sido juntados fora do prazo processual previsto na lei.
Resposta correta: alternativa E.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: a resposta do perito não se caracteriza como atitude indecorosa, porque 
indecoroso é o que fere as regras do decoro, ou seja, o que é indigno, obsceno ou que agride a 
moral. A resposta “não faz parte do objeto da perícia” não atenta contra a moral, exprime apenas 
uma posição técnica do perito, que não identificou no quesito uma relação com a controvérsia 
do processo judicial.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: o magistrado não tem fundamentos legais para substituir o perito e nem para vetar 
designações para outros processos.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: o magistrado não tem fundamentos legais para determinar que o perito peça desculpas 
à parte, porque a resposta do perito foi correta.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: o magistrado não tem fundamentos legais para proceder a uma reprimenda por escrito, 
porque a atitude do perito está correta.
E) Alternativa correta.
Justificativa: nos processos judiciais as partes não atuam livremente, ao contrário, elas devem 
cumprir rigorosamente a lei processual que determina prazos e formas para que as partes atuem nos 
processos. Assim, as provas documentais deverão ser anexadas aos processos em um momento específico, 
diferente para o autor e para o réu. Se eles deixam de cumprir os prazos legais perdem o direito de 
anexar documentos e, se por acaso fizerem a juntada fora do prazo, esses documentos poderão ser 
desentranhados dos autos, ou seja, retirados. Os advogados da construtora juntaram documentos no 
processo fora do prazo legal e, cientes de que eles poderiam ser retirados por ordem judicial, tentaram 
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Unidade II
fazer com que o perito se manifestasse sobre esses documentos nas respostas aos quesitos formulados. 
Se tivessem conseguido seu intento, os documentos poderiam até ser retirados por ordem judicial, 
porque a opinião do perito no laudo seria uma prova em substituição aos documentos. Mas como 
o perito estava atento para o fato de que a perícia deve ficar restrita ao objeto determinado para 
análise, e não a qualquer aspecto ou dimensão do processo, ele acertou ao responder que a análise dos 
documentos não fazia parte do objeto da pesquisa, e com isso não permitiu que a parte obtivesse êxito 
em sua tentativa de utilizar indevidamente a perícia.
Questão 2. Uma empresa fabricante de vacinas para cavalos comprou de um fornecedor produtos 
químicos necessários para a produção das vacinas. Após receberem a vacina alguns animais morreram. 
Eram exemplares de grande qualidade e custavam milhões de reais, o que causou enorme prejuízo a 
seus proprietários. A empresa fabricante de vacinas foi procurada por vários proprietários de cavalos 
mortos que querem indenizações; por isso, realizou perícia química nas vacinas e constatou que parte do 
problema pode ser decorrente dos produtos químicos adquiridos. A questão envolve milhões de reais em 
indenização e grande complexidade para definir o grau de culpabilidade de cada empresa, em razão dos 
estudos químicos que terão que ser feitos com as vacinas remanescentes. Além disso, os proprietários 
dos animais mortos e o próprio laboratório fabricante das vacinas têm pressa, porque precisam recompor 
seus prejuízos e voltar a fabricar o produto para atender o mercado. Querem também que o assunto 
fique restrito às partes interessadas, ou seja, que não seja explorado pela mídia para não trazer ainda 
maiores prejuízos para as partes. Nessas condições, a melhor forma para resolver o problema é adotar a 
arbitragem, porque:
A) É um procedimento mais conhecido entre os criadores de animais.
B) É um procedimento mais adequado a situações complexas, para as quais se deseja celeridade 
e confidencialidade.
C) É um procedimento adequado para casos que envolvem a indústria química.
D) É um procedimento adequado para situações que envolvem grande número de partes interessadas.
E) É um procedimento adequado para peritos atuarem.
Resposta correta: alternativa B.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: os criadores de animais promovem todos os tipos de ações judiciais, adequadas às 
necessidades de cada caso concreto.
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PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
B) Alternativa correta.
Justificativa: a arbitragem é o procedimento mais utilizado em situações comerciais de grande 
complexidade que precisam ser solucionadas com celeridade, e para isso é possível utilizar peritos com 
grande experiência naquele assunto específico, por mais difícil que ele seja.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: os casos que envolvem indústrias químicas poderão ser solucionados por meio de 
arbitragem, mediação ou processo judicial, de acordo com a vontade das partes.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: o número de pessoas envolvidas não é determinante para decidir se deve ser utilizado 
o processo judicial ou a arbitragem.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: peritos podem atuar em todas as situações para a solução de conflitos.

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