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Conceito Moderno de Federação Prof Paulo Leandro

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Andre Ricardo Paoli do Carmo
RGM 11201400416
Turma A
	
Conceito Moderno de Federação
O Federalismo é uma forma de organização de Estado em que os entes federados são dotados de autonomia administrativa, política, tributária e financeira necessárias para manter o equilíbrio que se estabelece entre eles para a constituição do Estado Federal. Por tratar-se de um “acordo” entre os entes federados – pacto federativo -, há a implicação de reciprocidade e cooperação entre os envolvidos, governo central e governos subnacionais locais. 
	O pacto federativo pode ser definido como a União dos entes federados dotados de autonomia e submetidos ao poder central soberano. Nesse sistema, os entes federados aliam-se em comum acordo para criar um governo central, que absorverá algumas prerrogativas que competiam às unidades constitutivas. Via de regra, as unidades subnacionais perdem atribuições para a política externa, defesa do país, à moeda, aos serviços de correios e telecomunicações, bem como as esferas do Direito Penal e Civil. 
	Portanto, os membros da Federação passam a se submeter a uma regra majoritária, instaurando, sobretudo, um Legislativo comum, um Judiciário federal comum e um Executivo federal. Para a criação do sistema federal, é essencial a formulação de uma Constituição responsável pela garantia de certa autonomia às comunidades territoriais e delimitação do exercício do poder. E, é fundamental para esse sistema, uma vez que incorpora as regras que dizem respeito às relações territoriais de poder: distribuições de competências administrativas e de recursos fiscais, instituições federais, representação federal, relações intergovernamentais e etc. 
	Pode-se concluir que, são pressupostos do federalismo: existência de uma Constituição Federal; igualdade entre os federados; repartição, pelo texto Constitucional, de competências (federais, estaduais e municipais); existência de um poder fiscalizador do cumprimento da Constituição; garantia da integridade dos entes, que tem sua autonomia assegurada através da descentralização política e repartição de competências; impossibilidade de usurpação de competências locais, isto é, o legislador federal não está autorizado a legislar sobre matérias cuja competência seja estadual e vice-versa; e, por fim, yem-se o princípio da cooperação, que deriva do pacto firmado entre os entes.
	O processo de formação da federação Brasileira não se assemelha ao processo que impulsionou a constituição da federação norte-americana. A origem do federalismo nos EUA em 1787 foi motivada por intenções expansionistas, ameaças, por defesa militar ou diplomacia. 
	No caso brasileiro, por sua vez, a federação nasceu da determinação do governo central, como resposta aos anseios das elites regionais que se sentiam tolhidas pelo centralismo monárquico. Entretanto, a despeito dessas diferenças, reproduziu-se parte da estrutura institucional do modelo adotado pelos EUA, uma formação implantada de cima para baixo, com similar estrutura institucional: estados dotados de poderes Executivo, Legislativo e Judiciário próprios; representantes eleitos pelo voto; Constituições estaduais e etc. 
	A caracterização do Estado Federal esta intimamente ligada à formação histórica do sistema no país. No caso brasileiro, o federalismo como forma de Estado, foi criado em 1891, após a proclamação da República, por um decreto que colocou fim ao Estado Unitário e centralizado e permitiu a criação dos Estados Federados. 
	Classicamente, há três formas de estado: a unitária, a federação e a confederação. Quando só há um centro de poder, ou seja, apenas um órgão legislativo, executivo e judiciário, temos o estado unitário. Quando este poder é fragmentado entre um ente central e vários entes regionais, sem que, no entanto, haja a possibilidade dos Estados-membros serem soberanos e se separarem, temos a federação. Quando, além da fragmentação, o pacto de constituição fixa que os Estados-membros terão plenos poderes, inclusive de soberania e, portanto, de se separarem, temos a confederação. 
	 Em 12 de agosto de 1834, frente à impossibilidade de manutenção de uma rígida centralização de poder sobre todo um extenso território nacional, com elevadas dificuldades de comunicação e sem um sistema de estradas e transportes, optou-se, através de um Ato Adicional, por dotar as  províncias de Assembleias Legislativas Provinciais, ou seja, cada uma passou a ter seu próprio Poder Legislativo. 
	Na Constituição de 24 de fevereiro de 1891, foi copiado o modelo norte-americano e passamos a ser um estado federal, sem uma preparação para o novo padrão. 
	Em 1934, entramos em uma nova ordem constitucional que, vem a federação assimétrica, que perdura, até hoje, no Brasil. Promoveu-se uma grande centralização em torno da União, retirando-se competências antes afetas aos estados. Nas demais Constituições, essa tendência centralizadora foi se acentuando. Até mesmo na Constituição de 1946, de caráter democrático, não houve alteração neste quadro. O período de autoritarismo, pós-1964, com Atos Institucionais, Constituições outorgadas, intervenção em entes federados, cassações de políticos regionais, fortaleceram, em muito, a força da União frente aos Estados.  
	A Constituição de 1967 estava contida na ampliação do poder Executivo Federal. O período é tangido pela ampliação do poder da União através de ações políticas extremamente centralizadoras. Com base na orientação geopolítica centralizadora de planejamento autoritário e de segurança nacional, dar-se-á um tratamento estritamente tecnocrático às questões nacionais, regionais e locais.

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