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o desafio

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UNIVERSIDADE PAULISTA 
LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA 
 
ANA LETÍCIA DA SILVA 
GUILHERME ARAUJO DOS SANTOS 
KISSIA THAIS CHAVES DA SILVA 
JAMILLE CHRISTINA FARIAS LIRA 
MARCOS DOS SANTOS SILVA 
MARCELO RAMOS DE SOUZA 
RAIQUE DA SILVA E SILVA 
REGINALDO RODRIGUES PAIXAO 
 
 
 
 
O DESAFIO DO PROFESSOR DO GÊNERO MASCULINO EM EDUCAÇÃO 
INFANTIL NA CIDADE DE SANTARÉM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SANTARÉM 
2019 
 
 
ANA LETÍCIA DA SILVA 
GUILHERME ARAUJO DOS SANTOS 
KISSIA THAIS CHAVES DA SILVA 
JAMILLE CHRISTINA FARIAS LIRA 
MARCOS DOS SANTOS SILVA 
MARCELO RAMOS DE SOUZA 
RAIQUE DA SILVA E SILVA 
REGINALDO RODRIGUES PAIXÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O DESAFIO DO PROFESSOR DO GÊNERO MASCULINO EM EDUCAÇÃO 
INFANTIL NA CIDADE DE SANTARÉM 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Paulista – 
UNIP, como requisito obrigatório para cumprimento do Curso de 
Licenciatura Plena em Pedagogia. 
Orientadora: Prof.ª Simone Santana. 
 
 
 
 
 
 
SANTARÉM 
2019 
 
 
FOLHA DE APROVAÇÃO 
 
 
 
 
O DESAFIO DO PROFESSOR DO GÊNERO MASCULINO EM EDUCAÇÃO 
INFANTIL NA CIDADE DE SANTARÉM 
 
 
 
 
 
 
Aprovado em: _______________ 
 
 
 
Banca Examinadora: 
 
Prof.ª Orientadora: 
 
_____________________________/___/___/______ 
Prof.ª Simone Santana 
Universidade Paulista – UNIP 
 
Banca Examinadora: 
 
 
_____________________________/___/___/______ 
 
 
 
_____________________________/___/___/______ 
 
 
 
 
_____________________________/___/___/______ 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
Dedicamos nosso Trabalho de Conclusão de Curso a todos os familiares e amigos 
que nos incentivaram nessa caminhada. Sabemos que não seria fácil, porém cada 
esforço foi pensando em um futuro melhor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTO 
 
Agradecemos em primeiro lugar a Deus, por ser a base de todas as conquistas 
alcançadas na vida. 
À nossa orientadora Simone Santana que nos orientou de maneira positiva e 
decisiva, e esteve conosco na busca pelo conhecimento enquanto acadêmicos. 
Aos que acreditaram em nosso potencial e estiveram somando conosco para a 
realização desta etapa de nossa vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação. 
(Paulo Freire) 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
RESUMO .......................................................................................................... 7 
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 8 
1. CONTEXTO HISTÓRICO ........................................................................... 10 
2. O PROFESSOR DO SEXO MASCULINO .................................................. 13 
2. 1. A questão salarial ................................................................................ 15 
2. 2. O professor e a questão sexualidade .................................................. 16 
2. 3. O homem e sua representatividade na família .................................... 18 
2. 4. A Escola e o professor do gênero masculino ...................................... 19 
3. METODOLOGIA ......................................................................................... 23 
3. 1. Resultados .......................................................................................... 24 
3. 2. Análise dos resultados da entrevista com acadêmicos UNIP ............. 27 
3. 3. Análise dos resultados entrevista com professores ............................ 27 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 29 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 32 
 
 
 
 
 
7 
 
RESUMO 
 
O presente Trabalho de Conclusão de Curso tem como tema “O desafio do 
professor do gênero masculino em Educação Infantil na cidade de Santarém” e vem 
abordar acerca das dificuldades enfrentadas no atuar do professor na Educação 
Infantil. Sabe-se que nos dias atuais são poucos os professores do sexo masculino 
exercendo sua pedagogia em salas de aulas infantis. A prática do ensinar dedicada 
ao infantil é uma área profissional exercida em maioria por mulheres no Brasil e isso 
também ocorre em outros países no mundo como Alemanha, Estados Unidos, Israel 
entre outros. Como em todos os setores profissionais se encontram dificuldades, no 
ramo educacional não seria diferente. Existe em grande parte um perceptível receio 
com relação ao professor do sexo masculino. Com esse tema em mãos podemos 
dizer que é complexo falar sobre este assunto pois envolve muitas áreas e muitos 
dilemas que são poucos discutidos na sociedade. Em nossa abordagem realizamos 
entrevistas com alunos da Universidade Paulista-UNIP, para identificar se estes já 
sentem alguma dificuldade na área pedagógica relativa ao tema. Também 
questionamos professores acerca de pré-julgamentos encarados no cotidiano 
educacional. No primeiro capítulo trazemos um breve contexto histórico acerca de 
como surgiram as primeiras instituições infantis. No segundo capítulo, relatamos as 
experiências e análise do que foi colhido juntos aos alunos e professores 
entrevistados. Com esta interpelação, visamos repassar que este profissional do 
gênero masculino é uma peça imprescindível no campo da educação de modo geral, 
mas em especial na Educação Infantil. Internalizar esse profissional como educador 
e transmissor de conhecimento fará com que o preconceito atual e os 
prejulgamentos sejam excluídos da sociedade e das futuras gerações. 
 
Palavras-chave: Infantil; professor; masculino; preconceito; prejulgamentos. 
8 
 
INTRODUÇÃO 
 
Esta pesquisa é de grande relevância pois aborda especificamente quanto à 
competência do professor do sexo masculino atuando na Educação Infantil, vindo a 
levantar a questão da segregação de gêneros dentro da atuação em diversos 
campos profissionais. Tomamos como campo de estudo a cidade de Santarém. 
É muito importante falar sobre esta problemática, tendo em vista que 
culturalmente somos levados a fazer diferenciação sobre o que o homem e a mulher 
podem ou não fazer. E no campo profissional não é diferente. No entanto, sabe-se 
que a busca do conhecimento, através de estudos e pesquisas pode ajudar a 
romper barreiras preconceituais, levando a uma sociedade mais justa e igualitária. 
A prática do ensinar dedicada ao infantil tornou-se com o passar dos anos 
quase que totalmente preenchida por mulheres, isso ocorreu de forma natural e 
devido a vários fatores históricos que delinearam para essa realidade. Esse 
fenômeno ocorreu no Brasil assim também com em outros países no mundo a partir 
do século XIX, como Alemanha, Estados Unidos, Israel entre outros. Pontua Vianna: 
 
Assim, desde o século XIX, pouco a pouco os homens vão abandonando as 
salas de aula nos cursos primários, e as escolas normais vão formando 
mais e mais mulheres. Essa característica mantém-se por todo o século XX, 
estimulada, sobretudo, pelas intensas transformações econômicas, 
demográficas, sociais, culturais e políticas por que passa o país e que 
acabam por determinar uma grande participação feminina no mercado de 
trabalho em geral. Tendência, aliás, observada também em muitos outros 
países11, inclusive da América Latina, entre eles Uruguai,Venezuela, México 
e Brasil (VIANNA, 2001, p. 85). 
 
Considerando a estimativa da ausência de pessoas do sexo masculino 
atuando em Educação Infantil, esta pesquisa vem propor um questionamento acerca 
desta realidade, levando a refletir quais os motivos que contribuem para que homens 
não se interessem em atuar nesta fase da educação de crianças em sala de aula, e 
se este desinteresse é próprio do homem ou reflexo do que a comunidadeescolar 
anseia. 
Quando se fala em Educação Infantil, vem logo em nossa mente, que as 
crianças vão ser educadas e cuidadas por uma professora porque os olhos estão 
totalmente voltados para elas. Só que não era para funcionar dessa forma, a 
oportunidade de atuação na área ofertada devia ser de igualdade perante homens e 
mulheres. 
9 
 
Pensa-se que um professor, não dará conta de educar e cuidar de uma 
criança, e até ter o mesmo cuidado que uma professora teria, não levando em conta 
a capacidade e o querer de cada um. Na docência masculina sempre há 
questionamentos se este terá os mesmos cuidados como atenção, afetividade e 
sensibilidade que as professoras e mulheres naturalmente têm com crianças. 
Sabemos que essa desigualdade ou falta de oportunidade inicia no estágio, 
quando o professor está procurando uma escola para estagiar, onde recebe várias 
negativas enquanto que as mulheres têm mais facilidade de aceitação. A dificuldade 
em conseguir estágio em Educação Infantil leva muitos aspirantes da Pedagogia a 
estagiar somente em anos iniciais, por ser mais fácil a aceitação da escola, deixando 
de lado a experiência na Educação Infantil. Esse preconceito pode ser 
desconstruído e aos poucos trabalhado um novo conceito que irá fazer com que as 
pessoas tenham um pensar diferenciado sobre ele. 
Através desta problemática almejamos desmistificar a ideia de que o homem 
não é um candidato de qualidade para atuar na Educação Infantil, buscando atenuar 
quaisquer tipos de segregação de gêneros, sexismo, preconceitos, estereótipos, 
barreiras que impeçam ou dificultem o ingresso de homens na sala de aula atuando 
na educação de crianças de 0 a 6 anos. 
 
10 
 
1. CONTEXTO HISTÓRICO 
 
Ao longo da história, homens e mulheres desempenharam papéis sociais 
distintos. A mulher era responsável por realizar as funções domésticas como cuidar 
dos filhos e educá-los enquanto o homem teria que trabalhar para promover o 
sustento da família. Ao longo de anos, o cuidar e a educação das crianças estiveram 
totalmente sob a responsabilidade da família e especialmente da mãe. 
Com a Revolução Industrial no séc. XVIII, iniciam-se extremas mudanças 
sociais e econômicas na Inglaterra que refletirão no mundo todo. Neste momento, as 
mulheres passam a integrar o mercado de trabalho, antes ocupado somente por 
homens que eram os principais provedores financeiros da família. 
No Brasil, como no resto do mundo não foi diferente, com a Revolução 
Industrial ocorreram mudanças na sociedade e as mulheres passaram a ocupar um 
espaço antes totalmente voltado à homens trabalhadores e vieram a ofertar mão-de-
obra para a indústria. A mulher passaria a exercer uma atividade fora do domicílio, o 
que ocasionaria uma reorganização e mudança na rotina familiar, sendo antes era 
ela a principal responsável pelo cuidado e educação dos filhos, e agora passaria a 
ter também outro papel na sociedade em construção. 
Como algumas mulheres com filhos pequenos, agora operárias, tinham a 
necessidade de trabalhar e ter que deixá-los em segurança, bem cuidados e em um 
local adequado, surgiu a questão com relação onde deixar os filhos pequenos 
quando a mãe saísse para o trabalho. Sabendo as mães que seus filhos estavam 
bem, isso acarretaria em maior produção e aumento de lucros para as empresas, o 
que viria a ampliar ainda mais o mercado de trabalho para mulheres. 
Com o aumento da produção e lucro das empresas, os operários, homens e 
mulheres, passam a reivindicar um lugar seguro para deixar seus filhos, para poder 
trabalhar com tranquilidade. Por este motivo e para satisfazer a real necessidade 
dos trabalhadores, que agora reivindicavam este lugar às indústrias, surgiram as 
primeiras instituições infantis. 
No fim do século XIX, surgiu no Brasil a instituição creche decorrente da 
industrialização e urbanização no país. Nesse contexto, o intuito era liberar a mulher 
para o mercado de trabalho. 
As primeiras instituições direcionadas para o acolhimento infantil eram 
informais, e tinham um caráter assistencialista e geralmente ofertadas pelas fábricas, 
11 
 
pois foram criadas para assegurar cuidados que antes eram prestados por suas 
genitoras. O Estado não era responsável por fornecer recursos ou auxílio para 
promover uma educação para as crianças, pois estas ainda não estavam incluídas 
em um sistema educacional. 
 
Somente no período republicano é que encontramos referências à criação 
de creches no país. A primeira delas, vinculada à Fábrica de Tecidos 
Corcovado no Rio de Janeiro, é inaugurada em 1899, mesmo ano da 
fundação do “Instituto de Proteção e Assistência à Infância do Rio de 
Janeiro” (CERISARA, P. 476, 2002). 
 
A Constituição de 1988 veio trazer a Educação a um outro nível, colocando-a 
em seu lugar no que diz respeito à importância na construção da sociedade, 
atendendo aos anseios do cidadão brasileiro. Esta política educacional veio para 
garantir o acesso à educação para todos, sendo essa de responsabilidade do 
Estado e da família. A Carta Magna de 1988 é vista como a constituição cidadã, pois 
vejamos que garante em seu art. 205º o direito à educação: 
 
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será 
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e 
sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988). 
 
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) foi aprovado em 1990 veio 
para reforçar a responsabilidade do Estado e da família em assegurar os direitos da 
criança e do adolescente, vindo a frisar em seu art. 4º: 
 
Art. 4. É dever da família, da sociedade, e do poder público assegurar, com 
absoluta prioridade a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à 
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à 
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e 
comunitária (ECA, 1990). 
 
As Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) em sua lei 
9.394/96, surgiu com regulamentações nos diversos níveis de educação, garantindo 
ainda mais o que frisa a Constituição Brasileira nos princípios que dizem respeito à 
educação. Com relação à Educação Infantil, recebeu uma atenção especial e veio a 
estabelecer idade e finalidade para este atendimento, sendo esta a primeira etapa 
da educação básica, vejamos: 
 
12 
 
Art. 29. A Educação Infantil, primeira etapa da educação básica, tem como 
finalidade o desenvolvimento intelectual da criança até seis anos de idade, 
em seus aspectos físico, psicológico intelectual e social, complementando a 
ação da família e da comunidade. 
Art. 30. A Educação Infantil será oferecida em: 
I – creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de 
idade; 
II – pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade (LDB, 
1996). 
 
Formalizada, regulamentada e incluída a Educação Infantil no sistema 
educacional brasileiro como a primeira etapa da educação básica, o Estado ficou 
responsável por desenvolver políticas públicas que viessem a oferecer educação de 
qualidade para crianças em geral. 
Com a criação das escolas e centros de atendimento para a Educação 
Infantil, surgiram os educadores infantis. De maneira involuntária o espaço da 
Educação Infantil foi sendo ocupado por educadoras, em um primeiro momento por 
se entender ser uma luta de mulheres que ansiavam por um local onde deixariam 
seus filhos em segurança para ingressarem no mercado de trabalho, e por entender 
que o papel da educação de crianças pequenas era exclusivamente feminino, por 
demandar cuidados corporais e atenções que em princípio somente mulheres 
poderiam atender. Quanto aos requisitos para ser um educador infantil, a LDB 
informa em seu artigo 62, sobre a formação mínima sendo o curso Magistério para 
atuar nesta área de educação. 
 
Art. 62. A formação de docentes paraatuar na educação básica far-se-á em 
nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em 
universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação 
mínima para o exercício do magistério na Educação Infantil e nas quatro 
primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na 
modalidade Normal (LDB, 1996). 
 
Não podemos deixar de referir que o desejo e a vocação para ser um 
educador infantil são de grande importância, tendo em vista que para desenvolver o 
trabalho com louvor este fator é essencial. No entanto, em momento algum a LDB, 
ou qualquer outro referencial da educação, discrimina ou menciona como requisito 
que estes educadores sejam exclusivamente do sexo feminino. 
 
 
13 
 
2. O PROFESSOR DO SEXO MASCULINO 
 
Atualmente, as mulheres executam papéis que antes eram atribuídos 
somente a homens, em contrapartida, homens também desempenham atividades 
que já foram consideradas exclusivamente femininas tais como organizar a casa, 
cuidado e educação dos filhos. 
São poucas as pesquisas direcionadas sobre o estudo da presença do 
professor na prática da Educação Infantil, no entanto, devido a expressiva ausência 
do gênero masculino, se faz necessária essa reflexão tendo em vista que contribuiria 
para a desconstrução de preconceitos, tabus e quaisquer tipos de barreiras culturais 
sobre este assunto. 
No entanto, é notório que a cada ano cresce o número de estudantes homens 
que optam pelo curso de Pedagogia, o que acabará refletindo em uma presença 
gradativa da figura masculina nas escolas e em salas de aula, até mesmo pela 
realização de concursos públicos voltados a cobrir vagas destinadas à Educação. 
Já nas unidades infantis não é isso que vem ocorrendo e há registros do 
baixo ingresso de professores do gênero masculino nesta modalidade, ainda que 
muitos optem pelo curso de Pedagogia, têm dificuldade de se inserir no mercado de 
trabalho por este ser um campo ocupado quase em sua totalidade por mulheres. 
 
A expressão “divisão sexual do trabalho” vem sendo utilizada em dois 
sentidos distintos, sendo que o primeiro refere à distribuição desigual de 
homens e mulheres no mercado de trabalho, nos ofícios e nas profissões no 
decorrer do tempo, diferença associada à desigualdade na divisão do 
trabalho doméstico entre os sexos. No segundo sentido, busca-se revelar a 
sistematicidade dessas desigualdades no mercado de trabalho, analisando 
a forma como a sociedade utiliza tais diferenças para hierarquizar as 
atividades e, consequentemente, os sexos, criando um “sistema de gênero” 
com enfoque nas relações sociais entre os sexos (MONTEIRO; 
ALTMAMANN, 2014, p. 20). 
 
A Educação Infantil compreende a primeira etapa da educação básica e é 
dividido em dois ciclos o 1º creche que atende crianças de 0 a 3 anos e 2 º pré-
escola que atende crianças de 4 a 5 anos de idade, é o início da infância e essa 
idade exige uma atenção especial e cuidados específicos. A criança por vezes irá 
cochilar no educandário, tomar banho, ir ao banheiro e essas necessidades terão 
que ser auxiliadas pelo professor/cuidador infantil. 
14 
 
Falamos sobre a importância da figura feminina na idade escolar infantil, 
justamente devido a mulher culturalmente representar a forma de afetividade 
familiar, sendo a mãe uma espécie de transmissora de afeto direto. Gonçalves e 
Penha apud Araújo e Hammes (2012), em seu estudo sobre “Professor homem na 
Educação Infantil: o olhar de acadêmicos e alunos egressos do curso de pedagogia” 
fala sobre a predominância do gênero feminino neste espaço de educação, no 
entanto em suas pesquisas revela que nem sempre as mulheres atuaram na 
educação de crianças: 
 
A Educação Infantil foi historicamente constituída como espaço de 
predominância do gênero feminino, sendo que um dos motivos refere-se ao 
fato de que mulheres há muitos anos serem associadas ao ato de cuidar e 
educar, conforme Araújo e Hammes (2012). Diante deste pensamento, tal 
atividade não deveria ser exercida pelo homem. 
Os referidos autores ressaltam quer no caso da educação de crianças 
maiores, ou o que atualmente é conhecido como anos iniciais do Ensino 
Fundamental, a realidade era diferente. Se voltarmos no passado na época 
Jesuítica percebemos que os educadores eram homens e as mulheres 
sequer podiam frequentar as salas de aula. Dessa forma não poderia se 
tornar professoras (PENHA; GONÇALVES, 2015, p. 174). 
 
Com a incorporação das mulheres no mercado de trabalho, este gênero foi 
natural e gradativamente se afirmando no Magistério e tomando de forma 
predominante o espaço na Educação Infantil. 
O professor do sexo masculino em busca de seu espaço na docência infantil 
vem se qualificando para demonstrar que é capaz de preencher os requisitos 
necessários, e nada impede que este possa estar lidando com crianças sem 
qualquer tipo de amparo no que diz respeito ao cuidar da criança. 
Devemos entender como o homem decidiu tornar-se docente em uma escola 
de Educação Infantil, conhecer as relações de seu gênero durante a jornada de 
construção social da identidade deste professor tendo em vista que é uma 
modalidade onde há muito preconceito da escola, dos pais e da sociedade. 
Os homens vêm buscando espaços profissionais que trazem maiores 
vantagens financeiras mediante isso as mulheres acabam ganhando o campo 
educacional. Para as crianças e para os pais o ser professora representa como uma 
extenção do lar, sendo que assume as práticas habituais do dia a dia. A 
naturalização da Educação Infantil como espaço feminino acaba por dificultar, a 
construção da profissão de professor de Educação Infantil. 
15 
 
Os homens que escolhem essa modalidade vão encontrando dificuldades na 
jornada de trabalho, já começando no estágio onde muitos desistem, pelo fato de 
não ter tido boas experiências, muitos nem ousam em tentar, optam pelo caminho 
mais viável, que é o da gestão entre outros ramos da Pedagogia. 
 
2. 1. A questão salarial 
Um dos motivos pelo qual muitos professores do sexo masculino não 
escolhem a Educação Infantil tem relação quanto à questão salarial, que atualmente 
ainda é significativamente inferior em comparação à outras profissões. E esse é um 
dos principais motivos para um menor índice de atuação dos professores do sexo 
masculino em Educação Infantil. Com a baixa remuneração o profissional acaba se 
sentindo desmotivado a atuar na área educacional. 
Como os homens vêm buscando espaços profissionais que possam trazer 
maiores salários, as mulheres acabam sendo maioria no ramo educacional devido o 
inferior valor oferecido com remuneração pelo trabalho. Os profissionais do gênero 
masculina tendem a optar por profissões que resultem em salários mais 
significativos. Devido a isso, o ser professora representa de certa forma para a 
sociedade a continuidade das funções domésticas e cuidados fora de casa e, devido 
o espaço de certa forma cedido pelo homem ao não escolher a Educação Infantil, é 
“natural” que o espaço infantil seja ocupado predominante pela classe feminina. 
 Os salários são baixos, até mais baixos que o das mulheres, nessa mesma 
modalidade de educação básica. Para falar a verdade o professor, tanto faz homem 
ou mulher é desvalorizado na parte salarial, o Brasil ao todo no ramo da educação é 
precário. 
Acredita-se que se os salários fossem maiores, as condições de trabalho 
fossem mais atrativas, quando dizemos em condições, falo quanto à forma de 
recepção em uma escola nova, a reação das pessoas ao verem um professor 
homem na sala dos pequeninos seria diferente. 
 
Não é só pelo problema financeiro, da baixa remuneração que os homens 
não buscam o Magistério. Vejo mais como um preconceito, um estereótipo 
social. Existem homens trabalhando no setor de serviços, às vezes 
portadores de escolaridade de segundo grau, trabalhando no comércio ou 
em escritórios que, considerando a sua jornada de trabalho, têm salárioinferior ao das professoras. Não é que eu considere o salário das 
professoras alto, não há como pensar assim. O problema é que parece, os 
homens não buscam o magistério porque tradicionalmente, essa é uma 
16 
 
profissão vista como feminina, “Lidar com criança é serviço de mulher”, em 
casa e na escola. É assim que pensam, na nossa sociedade, não só os 
homens, mas, o que é pior, as próprias mulheres (NOVAES, 1994, p.96). 
 
Na Educação Infantil existem paradigmas que não é preciso muito 
conhecimento, ou seja, menosprezando esse profissional, o fato é, que ser mulher, é 
saber cuidar de uma criança o suficiente e assim fortalecendo esse vínculo cultural 
do sexo feminino na Educação Infantil. São muito evidentes as preferências pelo 
sexo feminino tendo em vista que estão presentes nas escolas de Educação Infantil, 
e mesmo as escolas ainda sendo predominantemente femininas e os homens tendo 
preenchido pouco espaço, há uma grande necessidade de visibilizar essas 
questões. 
 
2. 2. O professor e a questão sexualidade 
Quando um professor do sexo masculino assume uma sala de aula, 
principalmente da Educação Infantil precisa mostrar para a instituição e para os pais 
sua competência, habilidade e aptidão pela profissão, e mais importante que a sua 
sexualidade não trará perigos para as crianças. Os educadores do sexo masculino, 
de maneira geral, ainda não são bem vistos pela sociedade, existe um preconceito 
cultural, ainda que ele tenha uma boa metodologia de ensino, e que as crianças 
estejam aprendendo, o receio vem na parte da higiene da criança, que todos julgam 
ser “papel” das mulheres, isso acaba acontecendo pelo fato de existirem históricos 
de que outros professores já incorreram em práticas criminosas e algo como carícias 
inadequadas, assédios e até mesmo estupro. Mas temos que entender que nem 
todo ser humano é igual ou tem as mesmas intenções. Há muitos exemplos de 
professores homens que são amados e que desenvolvem um ótimo trabalho, 
mostrando ao contrário do que muitos pensavam ou especulavam. 
 
A principal formulação é que, em consequência de uma propalada 
preocupação com a pedofilia e a ocorrência de abusos sexuais, há uma 
“falofobia” que se expressa em relação à criança. A presença dos homens 
nas atividades de cuidado direto com bebês, a partir dos três meses de 
vida, e crianças até cinco anos de idade não é vista, via de regra, com bons 
olhos. Há, por parte da criança, uma impossibilidade de defesa, e uma 
ingenuidade que, associada ao afeto característico feminino, não podem ser 
postas em risco, assumindo-se que as mulheres são mais confiáveis para a 
realização da tarefa de educação e cuidado com os pequenos” (BARBOSA, 
2013, p. 09). 
 
17 
 
Essa é a principal dificuldade enfrentada pelo profissional de pedagogia do 
sexo masculino, a qual vai se refletir em números, comprovando toda essa 
dificuldade desse profissional que por mais formado e preparado que seja se depara 
com esse antigo pensamento da nossa sociedade, onde só os homens podem 
oferecer perigo às nossas crianças, como se fossem o “lobo mal” causando 
possíveis estranhamentos ou preconceitos. 
O que está em questão não é acerca da capacidade deste em educar a 
criança, e sim no que diz respeito ao contato físico, o que pode ocasionar diversas 
interpretações. A maior preocupação dos pais é com relação a atual situação de 
violência no mundo em relação à abusos infantis e a expressiva atuação do homem 
nesse aspecto. Continua Sayão em sua reflexão: 
 
É indubitável a crença disseminada de um homem sexuado, ativo, perverso 
e que deve ficar distante do corpo das crianças. Em contrapartida, há 
formas explícitas de conceber as mulheres como assexuadas e puras e, 
portanto, ideais para este tipo de trabalho. No entanto, além de nossas 
crenças mais comuns e, muitas vezes préconcebidas, o que sabemos sobre 
como atuam professores em creches (SAYÃO, 2005, p. 6). 
 
O receio está diretamente ligado em relação ao professor atuante da 
Educação Infantil na sala de aula, sendo aquele que estará em contato direto e 
diário com a criança. Em outras esferas não gera qualquer tipo de desconforto. 
Sendo considerado normal a presença de homens na coordenação ou gestão 
pedagógica deste segmento de ensino. 
Alguns acontecimentos colaboraram para que a figura do homem represente 
“medo”, porém isso não quer dizer que o homem não seja um bom cuidador. 
Se em uma determinada escola o professor do sexo masculino comete o 
crime de abuso com um aluno ou qualquer outro tipo de assédio, e nesta mesma 
escola atuem outros professores do mesmo sexo, a comunidade escolar, 
consequentemente passará a ter um olhar negativo sobre o mesmo. 
Isso acontece pelo fato da generalização, isso não afeta somente a escola 
onde ocorreu o fato, mas também a sociedade, dependendo do fato ocorrido, 
causará um impacto local de amplo alcance. 
Vivenciando várias situações durante sua prática que levam a questões como 
preconceito, desvalorização do trabalho desse profissional e construções que 
envolvem toda a comunidade escolar, este profissional está no foco dos olhares 
18 
 
preconceituosos que irão duvidar da sua capacidade e sexualidade, provocando 
desconforto, constrangimentos e outras sensações, gerando questionamentos e 
pensamentos acerca de si mesmo, da sua escolha e da sua didática. Porém, o 
desejo, o carinho, amor e a vontade de romper barreiras e desigualdades fazem com 
que os professores do gênero masculino não desistam do trabalho com crianças 
pequenas e se dediquem e desempenhem com louvor o seu trabalho, dando ênfase 
ao cuidar, não deixando de lado o educar. 
 
2. 3. O homem e sua representatividade na família 
No que tange à representativamente da mãe com relação às funções dentro 
do ambiente familiar, o homem não deixa de ter menos importância quanto à esta 
representatividade afetiva na família. Sendo que sua figura presente na Educação 
Infantil contribuiria e muito, levando-se em conta que muitas crianças não possuem 
referência de pai, ou quaisquer figuras masculinas em seu cotidiano domiciliar. 
Ainda que muitas crianças possuam apenas a figura de mãe como referência de 
família, não podemos dizer que a figura paterna não tenha importância nas relações 
sociais. 
A afetividade é um dos fatores para que o índice de professoras seja 
extremamente maior do que o número de professores na Educação Infantil. Sabe-se 
que o ser mãe é relativo ao cuidar, mas isso não quer dizer que homem também não 
tenha essa capacidade, nos dias atuais existem famílias em que o homem sendo ele 
pai, tio ou avó é além de provedor, o responsável por todo o encargo de afetividade 
que a criança irá receber. O índice de monoparentalidade onde o pai é o 
mantenedor e cuidador da família vem crescendo cada vez mais no Brasil e no 
mundo. A monoparentalidade masculina ainda é expressivamente menor que a 
feminina, mas já é uma realidade nos dias atuais. Oliveira (2009) falando sobre o 
conceito de família, nos leva a refletir sobre os vários segmentos que hoje 
encontramos, dentro dos quais a família veio a ter novos formatos, dentre eles a 
monoparentalidade onde o pai é responsável pelo cuidar e sustentar a família: 
 
Pode-se observar que a monoparentalidade masculina é significativamente 
menor que a feminina. Desta forma tem tido pouca visibilidade, pois 
sabemos pouco sobre essas famílias, e, não estudando sobre elas, temos 
nosso senso crítico e nosso senso comum, podendo vir a reforçar a ideia de 
que os homens não são capazes de cuidar de uma família (OLIVEIRA, p, 
12, 2009). 
19 
 
Entender que o profissional da Educação Infantil do gênero masculino pode 
ser como espécie de “tio” para as crianças na escola assim como a professora uma 
“tia”, como assim é chamada por esses alunos ainda não é suficiente. É um 
necessário beneficiar o professor no sentido de dar o crédito. Deve-se trabalhar esse 
benefício, afim de superara ideia de que somente mulheres nasceram e estão 
preparadas para cuidar com excelência de nossas crianças. 
 
2. 4. A Escola e o professor do gênero masculino 
É notório que a presença do educador masculino cause, em um primeiro 
momento, estranheza que muitas das vezes parte do próprio estabelecimento de 
ensino e por sua equipe técnica. Em um segundo momento, vemos que este 
desconforto emana dos pais que por ter que deixar seus filhos para frequentarem a 
escola sentem-se inseguros ao depararem com um professor homem na sala de 
aula, por estarem habituados a relacionar o papel de cuidador/educador infantil a 
uma mulher. Sendo assim, a dificuldade de se inserir no campo da Educação Infantil 
por objeção da comunidade escolar na qual está inserido é evidente. Conforme 
sentencia Sayão: 
 
São evidentes os preconceitos e estigmas originários que vêem a profissão 
como eminentemente feminina porque lida diretamente com os cuidados 
corporais de meninos e meninas. Dado que, historicamente, e como uma 
continuação da maternidade, os cuidados com o corpo foram atributos das 
mulheres, a proximidade entre um homem lidando com o corpo de meninos 
ou/e meninas de pouca idade provoca conflitos, dúvidas e questionamentos, 
estigmas e preconceitos (SAYÃO, 2005, p. 6). 
 
O preconceito presente culturalmente na sociedade impede que este 
professor seja considerado um profissional tão exemplar e merecedor do seu lugar 
na Educação Infantil, tanto em suas habilidades ao interagir com uma criança, 
quanto ao direcioná-la ao seu desenvolvimento integral em todos os aspectos, sejam 
eles físico, psicológico, intelectual e social. 
Hoje o medo e a desconfiança são fatores que caminham lado a lado com os 
pais dos pequenos. O profissional atuante tem que mostrar a cada dia que é capaz 
de fazer seu trabalho mostrando que sabe lidar com as críticas e os olhares 
preconceituosos da sociedade, dos próprios pais e muitas das vezes de seus 
próprios colegas de profissão. 
20 
 
Está mais que comprovado que homens e mulheres podem e têm direito ao 
exercício de qualquer profissão ou atuação. Existem mulheres que tomam conta da 
família e essa atividade também pode ser realizada pelo homem. 
Em pleno século XXI enquanto luta-se por igualdade observa-se este meio 
onde ainda existe desigualdade, onde a mulher é a mais favorecida nessa profissão, 
e o homem acaba ficando para traz sendo menos favorecido e tendo menos 
oportunidades de atuação na Educação Infantil. Essa profissão é vista com uma 
tarefa feminina onde há paradigmas que esse trabalho só pode ser feito por 
mulheres tendo em vista que o homem tem poucas oportunidades de mostrar o seu 
trabalho, uma vez que envolve o cuidar de uma criança pensa-se que o homem não 
dará conta de cuidar. 
As poucas oportunidades que o professor tem de atuar em sala de aula, se 
ele demonstrar um bom trabalho, esse tabu vai sendo quebrado e a sociedade em 
geral e corpo técnico escolar começa a aceitá-lo. 
Em uma escola particular é quase impossível o professor do sexo masculino 
atuar no meio, uma vez que funciona da seguinte maneira: a escola sendo privada e 
mantida pelo pagamento de mensalidade pelos pais, estes clientes influenciam e 
cobram que os professores que irão atuar na Educação Infantil nessa entidade 
privada, além e capacitados sejam do sexo feminino. Silva faz a seguinte reflexão: 
 
Esse profissional mesmo apresentado uma boa formação acadêmica 
dificilmente consegue trabalhar nessa área a não ser que seja através de 
concurso público, mesmo assim, tendo que lidar com preconceitos tendo 
que diariamente provar sua capacidade e “verdadeiras intenções” devido 
estar atuando junto a crianças de pouca idade. Enfrentando várias reações 
negativas dos pais, as críticas do corpo docente da escola, o modo como a 
sociedade o vê, e as questões relacionadas ao cuidar e ao ensinar (SILVA, 
2014, p. 16). 
 
Quando se questiona sobre o motivo da ausência do professor na Educação 
Infantil, a resposta geral da comunidade interessada refere-se à incapacidade 
quanto ao cuidar da criança, sendo avaliado que a mulher é a mais indicada. A 
resposta referente à insegurança e desconfiança quanto a este educador existe e é 
explícita, no entanto, timidamente manifestada. 
O temor dos pais em pensar que algo de ruim pode acontecer ao seu filho, 
tendo como responsável da sala um educador do sexo masculino, se revela quando 
o responsável sabe que este professor terá o contato direto com a criança, pois este 
21 
 
entre tantas atividades na sala de aula será o responsável por levar a criança ao 
banheiro, para questões de higiene. Essa preocupação é repassada à gestão 
escolar, mediante a preocupação é existente pois trata da relação corpo da 
criança/corpo do homem adulto, presente em momentos de cuidados corporais. No 
entanto, quando se trata de uma professora este receio dificilmente irá ocorrer. 
Acerca dos questionamentos do corpo docente escolar, reflete Silva: 
 
O professor do sexo masculino que atua junto às crianças pequenas gera 
inicialmente estranheza e questionamentos no corpo docente escolar, 
tensões e reflexões acerca das razões que os motivaram a ingressar nesta 
função, fazendo-se necessário compreender as relações estabelecidas 
entre eles com os demais sujeitos das instituições e como a comunidade 
escolar percebe e convive com a presença desses sujeitos (SILVA, 2014, p. 
17). 
 
Isto nos leva a questionar se algumas funções na instituição deveriam ser 
direcionadas somente ao sexo feminino, limitando ao professor somente a cuidar e 
educar dentro dos limites da sala de aula. 
A forma que as instituições avaliam seus docentes também pode ser um fator 
decisivo, seja uma instituição privada ou pública. Esta deveria adotar alguns critérios 
para a função professor na Educação Infantil focando no desenvolvimento pleno da 
criança. Toda ação educativa deve basear-se no crescimento cognitivo, físico, 
emocional, psicomotor e social da criança. 
O time determinante para este desenvolvimento é formado por pais e 
professores interessados, sabendo que devem estar ordenados nesta garantia. Esta 
união pode ser promovida através de encontros entre pais, professores e alunos. A 
concordância entre escola e comunidade escolar gera o entrosamento que ajudaria 
a quebrar barreiras, o que levaria a uma relação mais próxima e transparente, 
transmitindo segurança e esse é um fator principal para que pais não vejam temor 
em deixar seus filhos com este educador. 
As crianças até mesmo já estão acostumadas com a figura feminina na sala 
que e ao se depararem com uma pessoa do sexo masculino como professor reagem 
com um olhar diferente para o mesmo. Algumas são instruídas sobre o não contato 
direto com pessoas estranhas e, principalmente a não deixar que pessoas do sexo 
masculino, que não sejam as de sua própria confiança entrem em contato com seu 
corpo. Isso mostra o quanto, culturalmente, o prenconceito está enraizado na 
maneira de pensar da sociedade e é reflexo da violência que vivemos em todo o 
22 
 
mundo e da qual devemos nos proteger, mas que acaba refletindo a respeito desse 
profissional. 
Na sala de educação haverá situações onde as crianças irão pedir um abraço 
do professor e este, prevenindo-se de interpretações maldosas terá que ter 
estratégias para driblar esse afeto para evitar especulações ou interpretações 
duvidosas. 
A criança é sempre carinhosa e vários momentos o professor irá passar por 
essas situações, pois busca afeto e acalento, proteção e nessas horas como em 
todas as profissões exigem cuidados e respaldos resguardo, o professor tem que se 
sobressair, mostrando a postura de um excelente profissional conquistando assim, a 
confiança e a admiração de todos a sua volta no ambiente escolar. 
Tendo essa questão torna-se interessante compreender como os professores 
homens buscam se inserir nas escolas de Educação Infantil pois constatadaa 
discussão sobre o gênero masculino na docência com crianças pequenas mobiliza 
uma variedade de opiniões, atitudes e crenças em torno da aceitação ou recusa à 
ideia de que o trabalho com crianças pequenas em creches e pré-escolas possa ser 
desenvolvido por homens. 
 
23 
 
3. METODOLOGIA 
 
Em busca de obter informações acerca da situação do professor do sexo 
masculino, esta pesquisa realizou-se na cidade de Santarém-PA, e baseia-se na 
atuação destes professores na Educação Infantil (0 a 5 anos) nas CEMEI (Centro 
Municipal de Educação Infantil), EMEI (Espaço Municipal de Educação Infantil), 
UMEI (Unidade Municipal de Educação Infantil) e Escolas Municipais procurando 
levantar dados qualitativos e quantitativos a respeito da presença desses 
profissionais, através de solicitação de dados junto à Secretaria de Educação do 
Município e acesso a sites dos órgãos/entidades de domínio público de acordo com 
a Lei nº 12.527/2011, que determina o amplo acesso às informações. 
De acordo com dados levantados o município de Santarém conta com mais 
de 400 instituições de Educação Infantil em toda sua região, na zona urbana e rural 
do município. Dentre essas instituições são um total de 36 as creches e unidades 
infantis municipais que atendem crianças de 0 a 6 anos de idade. Para atender o 
público infantil professores foram admitidos através de contratos e mais 
recentemente por concurso público realizado pela Prefeitura Municipal de Santarém. 
Com o propósito de levantar questionamentos acerca da dificuldade do 
professor sexo masculino estar inserido de maneira democrática no âmbito do 
sistema educacional infantil, foram aplicados questionários junto aos professores e 
através de entrevistas exploramos acerca das dificuldades e situações com as quais 
confrontam-se habitualmente dentro e fora desta atmosfera escolar 
Buscando-se informações com acadêmicos em formação, foram elaborados 
questionários virtuais relevantes sobre o tema e aplicados junto aos cursantes dos 5º 
e 6º semestres da Universidade Paulista (UNIP), levantando questões acerca da 
motivação desses alunos em ingressar no Curso de Pedagogia. Foi relevante 
questionar também se estes sentem a existência de algum tipo de dificuldade para 
que homens atuem como professores na Educação Infantil. Os acadêmicos do curso 
de Pedagogia da UNIP, por estarem em reta final e por já estarem entrando em 
contato com o cotidiano escolar infantil, através de projetos em escolar e estágios 
supervisionados, têm uma relevante contribuição para esta pesquisa. 
 
 
24 
 
3. 1. Resultados 
Para enriquecer a pesquisa sobre o desafio do professor do gênero masculino 
na Educação Infantil, aplicamos questionários direcionados aos acadêmicos do 5º e 
6º semestre da Universidade Paulista-UNIP, verificamos em uma amostra com 100 
alunos de ambos os sexos, dentre os quais 82% do gênero feminino e 17% do 
masculino, já nos dando um parâmetro de que nosso público entrevistado tratava-se 
em sua maioria de mulheres, e os entrevistados tinham idades entre 19 a 45 anos. 
Questionamos em um primeiro momento acerca das dificuldades enfrentadas 
pelos acadêmicos dentro e fora da universidade, tendo em vista que já estão 
exercendo algumas atividades em núcleos escolares. Vejamos o gráfico sobre as 
dificuldades: 
 
Gráfico 1: Dificuldades enfrentadas dentro e fora da universidade 
 
 
 
 
 
Fonte: Acadêmicos do 5º e 6º semestre UNIP, 2019. 
 
Quando questionados se o professor do gênero masculino sofre preconceito 
na Educação Infantil, obtivemos a expressiva resposta em 93% sim e 7% não 
percebem preconceito com relação ao gênero do professor. Verificamos o gráfico 
obtido: 
 
Gráfico 2: O professor do gênero masculino sofre preconceito na 
Educação Infantil 
 
 
 
 
 
Fonte: Acadêmicos do 5º e 6º semestre UNIP, 2019. 
42%
20%
33%
5% Preconceito
Falta de vocação
Tratamento com
crianças
Outros
93%
7%
Sim
Não
25 
 
Sobre a área de atuação que pretendem trabalhar 65% dos entrevistados 
confirmaram que pretendem desempenhar suas atividades na sala de aula, 29% 
preferem estar na gestão escolar. Como verifica-se a seguir: 
 
Gráfico 3: Área de atuação 
 
 
 
 
 
Fonte: Acadêmicos do 5º e 6º semestre UNIP, 2019. 
 
Além da entrevista com os acadêmicos da UNIP, elaboramos um questionário 
que foi direcionado a professores atuantes nas diversas unidades infantis do 
município de Santarém/Pará, de onde foram extraídos alguns trechos relevantes 
acerca do tema apresentado. 
Como resultado quando perguntados se sofreram algum tipo de 
constrangimento pelo fato de ser do gênero masculino e trabalhar em Educação 
Infantil. Obtivemos o resultado: 
 
Gráfico 4: Sofreu Preconceito devido o gênero 
 
 
 
 
 
Fonte: Professores Educação Infantil, 2019. 
 
65%
29%
6%
Gestão Escolar Sala de Aula Outros
75%
25%
Sim
Não
26 
 
Ao serem perguntados se o fato de ser do gênero masculino dificultou sua 
atuação no campo da Educação Infantil, obtivemos o seguinte gráfico: 
 
Gráfico 5: Dificuldades em atuar na Educação Infantil 
 
 
 
 
 
Fonte: Professores Educação Infantil, 2019. 
 
Em resposta ao questionamento sobre a visão da sociedade de o professor 
do gênero masculino ser menos capacitado que o feminino no cuidar de crianças, se 
estes compartilham dessa opinião. Tivemos o seguinte resultado: 
 
Gráfico 6: Capacidade no cuidar de crianças 
 
 
 
 
 
Fonte: Professores Educação Infantil, 2019. 
 
Este gráfico reflete a opinião do professor sobre a opinião da sociedade sobre 
a capacidade quanto ao cuidar da criança, sendo avaliado que a mulher é a mais 
indicada. A resposta tem forte influência acerca da insegurança e desconfiança 
quanto a este educador quando ingressa no mercado de trabalho almejando a 
esfera educacional infantil. 
25%
75%
Sim
Não
80%
20%
Sim
Não
27 
 
3. 2. Análise dos resultados da entrevista com acadêmicos UNIP 
 
Diante das informações colhidas através do questionário direcionado 
concluiu-se que em sua maioria os acadêmicos da UNIP, pretendem trabalhar com 
Educação Infantil correspondendo a 80% e expressaram o que os levou a escolher 
este curso foi vocação para ensinar totalizando 42%. Tivemos também o resultado 
de que 86% compartilham da opinião que a UNIP prepara os alunos de maneira 
igualitária para atuar na Educação Infantil independente do sexo do acadêmico. 
Sobre as dificuldades enfrentadas dentro e fora da universidade tivemos 
como resultado que 42% já sentiram ou passaram por algum tipo de situação 
considerada como preconceito. Outros 32% tem dificuldade no tratamento com 
crianças, referindo não saber lidar com situações como desobediência. Referem 
falta de vocação 32%, sendo que muitos pretendem trilhar por outros ramos que não 
o de Educação Infantil. Entre os outros motivos tivemos 5% alegando a 
desvalorização do professor no que diz respeito ao salário pago a este trabalhador e 
até mesmo dizendo ser pouco valorizado na sociedade. 
 
3. 3. Análise dos resultados entrevista com professores 
Será que gênero masculino como educador/cuidador infantil é capaz de atuar 
em uma sala com crianças? 
O professor de Educação Infantil e Ensino Fundamental, que chamaremos de 
professor X, afirma que sim. Relata que há mais de treze anos de profissão em sua 
comunidade sempre fez o seu melhor porque ama o que faz. Os seus colegas de 
trabalho o abraçam e o apoiam assim como toda a comunidade. A sua escola fica 
em uma comunidade ribeirinha no Rio Tapajós que faz parte de Santarém e talvez 
pelo fato de estarem em uma comunidade onde existam pessoas amigáveis isso 
facilite seu trabalho e amenize a visão de desconfiança da sociedade. Mas, não está 
totalmente descartada essa possiblidade. Ele diz que fazendo sempre o melhor de si 
e tendo os cuidados como todo profissional que atua em uma área tão delicada e 
importante para a sociedade deveria ter, tem conquistadoainda mais a confiança 
das pessoas e isso ajuda para a quebra dessas barreiras que impedem o progresso 
desse profissional imprescindível para a sociedade. 
Um outro professor que chamaremos de Y relatou que o receio existe em 
partes e na verdade é no medo do homem cuidar de crianças, sendo que procurou 
28 
 
desde o início fazer a família confiar em seu trabalho, referindo essa conquista como 
um dos maiores desafios para se sentir bem em atuar na Educação Infantil. Informa 
que sua maior dificuldade ao trabalhar na Educação Infantil foi ganhar a confiança 
da família dos pequenos para poder desenvolver seu trabalho. Em uma das 
perguntas que fizemos ao professor, se a sociedade tinha visão que o professor do 
sexo masculino é menos capacitado para exercer a profissão do que uma professora 
do gênero feminino para cuidar de uma criança, ele não concorda totalmente. 
Porém, tem sua particularidade e complementa que existem certas atividades que a 
sociedade se habituou a pensar que o cuidar da criança é destinado à mulher, 
porém um homem como educador tem a mesma capacidade que a mulher. 
Em um outro caso, professor W relata que quando iniciou sua docência sentiu 
um pouco de receio da parte dos pais, pois de início trabalhou em uma turma de 
maternal. Explica que sempre buscou conhecer o universo infantil e aliar à sua 
prática docente. Refere que a sociedade acha que o gênero masculino tem menos 
capacidade de cuidar de uma criança, pois esse universo é predominantemente 
feminino. 
Os dados da pesquisa de campo mostram que o professor do sexo masculino 
sofreu e ainda sofre vários tipos de constrangimentos, pelo fato dos mesmos serem 
minoria na área da Educação Infantil, podendo assim aumentar as dificuldades pelo 
fato de ser uma situação incomum, um homem dando aulas para crianças de 0 a 5 
anos. 
O trabalho com Educação Infantil é delicado e precisa do máximo de atenção. 
O profissional de educação não deve ser selecionado pelo gênero sexual ou 
qualquer outra característica senão a habilidade e formação. 
O homem evolui a cada dia no campo da Educação Infantil e a presença do 
professor em sala de aula pode causar desconfiança devido o índice de violência 
contra crianças e adolescentes. Porém, não podemos banalizar pois assim como 
existem profissionais despreparados também temos aqueles que honram a sua 
profissão. 
 
 
29 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Trabalhar na Educação Infantil requer disposição, paciência e um bom 
preparo cognitivo, com tantas obrigações nos perguntamos se realmente o homem 
pode equilibrar esse espaço com mulheres. E a resposta é Sim! Ser professor não 
consiste apenas na formação pedagógica, ser professor é gostar da área, se dedicar 
pelo futuro dos pequenos além de ter respeito por tudo e por todos, tanto homens 
como mulheres podem estar dentro desse perfil. 
Diante da pesquisa realizada abordamos um assunto muito criticado, 
professores homens são e podem ser cuidadores e educadores, o que faz toda a 
diferença é a preparação profissional, respeito. Ainda que lentamente o homem 
ganha respeito e espaço no campo da Educação Infantil. 
Sabe-se que ao escolher o curso de Pedagogia os desafios a serem 
enfrentados no decorrer da vida acadêmica são muitos e um dos detalhes para 
muitos do gênero masculino é deparar no primeiro dia de aula com um público 
praticamente tomado por mulheres. 
O professor do gênero masculino representa na Educação Infantil uma 
minoria e isso pode favorecer uma desvalorização do trabalho desse profissional e 
até alimentar julgamentos errôneos por acharem que o mesmo está invadindo um 
espaço dominado por mulheres. Então para que todo esse preconceito criado acerca 
do professor do gênero masculino seja quebrado o mesmo terá que mostrar o 
desejo, carinho, amor e a vontade de romper essas barreiras através de sua didática 
com muita dedicação ao desempenhar o seu trabalho. 
Uma das soluções cabíveis, seria que as instituições se preocupassem em 
contratar bons profissionais baseando-se em sua capacitação, suas práticas 
metodológicas, seu conhecimento e vocação e não pelo fato do gênero apresentado. 
No entanto, como os prejulgamentos sempre existem, deve-se a começar a 
trabalhar uma consciência na sociedade de que todos são iguais e por isso devemos 
respeitar as diferenças sejam elas quais forem, pois elas existem. 
A presença do gênero masculino na Educação Infantil está gradativamente 
tomando seu espaço no âmbito educacional, ainda que em passos lentos. Assim 
também como o gênero feminino vem trilhando batalhas e conquistando vitórias, 
ocupando áreas antes relacionadas apenas ao gênero oposto. E não é possível 
pensar que será fácil internalizar algo assim na sociedade, pois é um tema que 
30 
 
precisa gerar reflexões para que cada vez mais busquem conhecimentos, debates 
para que possa ser compreendido, pensando em todos os lados envolvidos para 
uma melhor progressão. 
Não podemos regredir nas conquistas alcançadas por diversas bandeiras 
para uma convivência mais harmoniosa, e se não quisermos uma sociedade onde 
algumas profissões são privadas por conta da cor ou gênero, entre outros, 
precisamos resgatar e trabalhar alguns valores. Se homens não pudessem atuar na 
Educação Infantil o curso de Pedagogia seria voltado apenas ao gênero feminino. 
Podemos pensar também que foi criada uma linha de opiniões em que 
homens e mulheres são desafiados a refletir sobre o contexto biológico, psicológico 
e social onde não podemos separar profissões de homens ou mulheres por conta de 
gênero do indivíduo, pois estamos falando de profissionais que foram capacitados 
durante a sua formação e estão aptos para exercer suas funções na escola seja ela 
na gestão ou docência. 
Levar em consideração o bom trabalho do docente e suas práticas 
educacionais é um dos principais motivos para a contratação de um profissional para 
o corpo técnico. O índice de docentes do gênero masculino que querem estar na 
sala de aula é baixo e especificamente na Educação Infantil é menor ainda, porém 
existem, bons profissionais que são conscientes que diariamente enfrentarão 
dificuldades, mas que esperam uma oportunidade para mostrar o seu melhor. 
Esses professores precisam de uma oportunidade para exercer a função e 
assim não restar dúvidas do que são capazes e merecem a confiança que deveria 
ser espontânea. A confiança tem que ser conquistada de todos os lados, corpo 
técnico escolar, família e professor. Pode não aparentar mas este é o primeiro 
desafio de todo docente do gênero masculino em Educação Infantil. 
Solucionar essa problemática será um processo dificultoso, uma vez que o 
medo se se ter um professor homem já está lá existente. Por conta de casos de 
abuso infantil relacionados com homens e crianças que aconteceram na sociedade, 
o medo é externado, o receio de se contratar um homem para sala de aula no meio 
da Educação Infantil aumenta cada vez mais. Precisa-se de uma discussão ampla 
onde todos lados possa exprimir suas opiniões de forma democrática: escola, pais, 
sociedade em geral e principalmente os professores. 
Na sociedade de hoje as pessoas acabam falando somente aquilo que as 
interessa e evitam falar sobre o estranhamento que a presença de um professor 
31 
 
homem em uma sala de Educação Infantil causa, pois as opiniões podem ofender ou 
constranger e falar abertamente sobre isso se torna arriscado quando exposto dessa 
maneira, no entanto necessário para que possam dirimir as desconfianças, medos e 
receios presentes na sociedade de forma cultural. 
É notório que todas as grandes conquistas foram alcançadas com muito 
esforço e determinação expondo ao máximo a causa para que todos formassem 
opiniões e lutassem a favor ou contra. Sendo assim expor “O desafio do professor 
do gênero masculino em Educação Infantil” é essencial para que estimulemos a 
reflexão social. 
Precisamos entender que estamos falandosobre a profissão de um cidadão 
onde privar ele de exercê-la por conta do gênero é também crime já que a 
Constituição Federal em seu artigo 5º diz prima em informar que todos somos iguais 
perante a lei sem distinção de qualquer natureza. 
Acredita-se que futuramente homens e mulheres terão o mesmo nível de 
confiança da sociedade. Pois a partir desta pesquisa mudamos nossa forma de 
pensar e passamos a respeitar ainda mais as crianças, os professores e a escola 
como um todo. 
Para finalizar, este trabalho possibilitou um entendimento mais amplo e 
compreender que homens e mulheres merecem respeito da sociedade, se a lei 
permite direitos iguais para ambos, devemos compreender de forma vigorosa. 
 
 
32 
 
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