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CONCEITO 
 
O Direito Administrativo disciplina o exercício das atividades da 
Administração Pública. O estudo do Direito Administrativo requer a 
compreensão de institutos dos mais diversos ramos do Direito e, 
especialmente, do Direito Constitucional. 
Antes de iniciarmos os estudos do Direito Administrativo, devemos 
entender o que é Direito, podendo ser conceituado como: ramo das 
ciências sociais que estuda as normas obrigatórias que 
controlam as relações dos indivíduos em uma sociedade. 
O Direito é o que possibilita a vida em comunidade, determinando as 
regras de convivência e estabelecendo até onde vão as 
possibilidades de ação de um para permitir a atuação plena do 
outro, sendo dividido em Direito Público e Direito Privado. 
Direito Público é o conjunto de normas que disciplina os 
interesses do Estado, seja internamente como em relação aos 
interesses particulares. É o ordenamento jurídico de natureza 
pública e caráter social, que preza pela soberania do Estado e a 
ordem das relações entre a sociedade. 
Estabelece uma relação vertical entre sociedade e particular, visto 
que, os interesses sociais são sempre superiores aos das pessoas 
individuais. Dedica-se à regulamentação das atividades estatais, as 
relações do Estado com particulares, e as ações dos próprios 
cidadãos dentro da esfera pública da sociedade. 
Em contraposto, o Direito Privado é o ordenamento jurídico que 
rege os interesses particulares, como as questões de 
patrimônio familiar, sucessões e contratos entre particulares. A 
 
relação derivada do Direito privado é horizontal, visto não haver 
superioridade entre os particulares, partes interessadas envolvidas 
nela. 
Podemos conceituar então o Direito Administrativo como um 
conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os 
órgãos e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, 
direta e indiretamente os fins desejados do Estado. 
A disciplina surge com o próprio conceito de Estado. Nada mais é 
que sua gestão administrativa diante da elaboração de um 
regramento ao qual também se submete o Estado. 
Houve um momento da história em que o Estado não encontrava 
limites. Sua atuação era autoritária e nós, particulares, não tínhamos 
como exercer qualquer controle sobre a atividade estatal. Inclusive 
não poderíamos exigir em nosso benefício qualquer direito básico 
(como liberdade e propriedade). 
Nesse momento em que o Estado vivia em um regime absolutista, 
não havia que se falar em Direito Administrativo. Só a partir da 
superação desse modelo de Estado e da inauguração de um Estado 
Democrático de Direito é que surge também o Direito 
Administrativo. 
Tendo como preocupação regular essa atuação do Estado e, junto 
com o Direito Constitucional, impor limites e restrições a essa 
atuação. 
A doutrina apresenta muitos critérios para definir o Direito 
Administrativo, entre os quais “é o ramo do direito público que 
disciplina a função administrativa, bem como pessoas e órgãos 
que a exercem”, segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, e 
ainda “o conjunto de normas e princípios que, visando sempre o 
interesse público, regem as relações jurídicas entre as pessoas 
e órgãos do Estado e ente este e as coletividades a que devem 
servir”, para José dos Santos Carvalho Filho. 
 
 
 
AUSÊNCIA DE CODIFICAÇÃO 
Importante ressaltar que o Direito Administrativo no Brasil não é 
codificado, ou seja, não existe um código que reúna e consolide 
em um único diploma legal as principais normas 
administrativas, diferentemente do que ocorre com o Direito Civil, 
o Penal, o Tributário, etc. 
Não há um Código de Direito Administrativo, mas o Direito 
Administrativo é uma matéria que tem autonomia própria, assim, o 
que temos para o estudo dessa disciplina jurídica é uma vasta 
legislação esparsa, produzida por todos os entes políticos. 
 
FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
Quando se aponta uma fonte de algo, ela está relacionada à origem 
daquele objeto de estudo, onde podemos buscar a fundamentação 
para encontrar o Direito Administrativo, onde poderemos nos 
pautar, nos firmar para executar o Direito Administrativo. 
Fonte primária 
Lei 
A lei é a fonte primária e principal do Direito Administrativo. 
Devemos entender que são as leis em sentido amplo, pois parte 
desde a Constituição Federal (artigos 37 ao 41) até os atos 
administrativos normativos inferiores. Assim, a lei feita pelo 
Parlamento e, também, atos normativos expedidos pela 
Administração, como, por exemplo, decretos e resoluções, incluindo 
os tratados internacionais. 
Vamos diferenciar lei em sentido amplo e lei em sentido estrito para 
melhor elucidação da matéria. 
Lei, em sentido amplo, representa todas as fontes com conteúdo 
normativo: Constituição, lei ordinária, lei complementar, medida 
provisória, tratados internacionais, atos administrativos normativos 
(decretos, resoluções, regimentos, etc.). 
 
Lei, em sentido estrito, é a lei feita pelo Parlamento, pelo Poder 
Legislativo: Lei ordinária e lei complementar. E, também, outras 
normas que estão no mesmo nível, como, por exemplo, a medida 
provisória, que tem o mesmo nível da lei ordinária. Todos esses atos 
citados são considerados fonte primária (Lei) do Direito 
Administrativo. 
 
Fontes Secundárias 
Jurisprudência 
É a reiteração de julgamentos no mesmo sentido. São decisões de 
um Tribunal que vão à mesma direção, travando uma orientação 
acerca de determinada matéria. Trata-se de fonte secundária do 
Direito Administrativo, de grande influência na construção e na 
consolidação desse ramo do Direito, inclusive, diante da ausência de 
codificação legal. 
Doutrina 
São teses de doutrinadores que influenciam nas decisões 
administrativas, como no próprio Direito Administrativo. Visa a 
indicar a melhor interpretação possível da norma administrativa ou 
indicar as possíveis soluções para casos concretos. 
Costumes 
Costume administrativo é caracterizado como prática 
reiteradamente observada pelos agentes administrativos 
diante de determinada situação concreta. A prática comum na 
Administração Pública é admitida em casos de lacuna normativa e 
funciona como fonte secundária de Direito Administrativo, podendo 
gerar direitos para os administrados, em razão dos princípios da 
lealdade, boa-fé, moralidade administrativa, entre outros. 
Princípios gerais do Direito 
Os princípios gerais do Direito são normas não escritas que 
servem de base para ele, configurando-se vetores genéricos que 
informam o ordenamento do Estado, sem previsão legal 
 
expressa. São apontados, como exemplos, a máxima que define que 
ninguém deve ser punido sem ser ouvido previamente, a de que não 
se pode permitir que alguém se beneficie da sua própria torpeza, 
entre outros. 
Alguns autores apresentam, também, como fonte do Direito 
Administrativo os princípios gerais do Direito. Mas não é a maioria. 
No entanto, se aparecer alguma questão dizendo: “são fontes do 
Direito Administrativo a lei, a doutrina, a jurisprudência, os 
costumes e os princípios gerais do Direito”, a questão estará correta, 
pois, provavelmente, o examinador tirou a questão de um desses 
autores. 
 
CRITÉRIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Vários foram os critérios que buscaram estabelecer o conteúdo 
(objeto) do Direito Administrativo no correr da história. Dentre as 
várias correntes, adotou-se a Escola da Administração Pública, 
permitindo-se estabelecer um conceito e objeto para o Direito 
Administrativo. 
Sendo a Administração Pública o conjunto de órgãos, entidades e 
agentes públicos (aspecto formal), bem como o conjunto de 
atividades a seu cargo (aspecto material). 
Com efeito, por essa Escola, procuramos definir o Direito 
Administrativocomo o ramo do direito que rege a atividade 
administrativa, seja tal atividade realizada pelo Poder executivo, 
legislativo ou Judiciário. 
Considerando que a atividade administrativa está presente em todos 
eles, embora com maior intensidade no Executivo – atividade típica 
– entende-se que todos os Poderes exercem atividade 
administrativa, portanto a todos é aplicado o Direito Administrativo. 
Sentido objetivo (funcional/ material): É a gestão de interesses 
públicos, executada pelo Estado”. A atividade administrativa 
propriamente dita. Tem como finalidade atender ao interesse 
público. 
 
Sentido subjetivo (orgânico/formal): É o conjunto de agentes, 
órgãos e pessoas, na incumbência de executar atividades 
administrativas. 
 
 
 
 
 
 
1 - (FGV-FBN/2013) Administração Pública é o conjunto harmônico 
de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as 
atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e 
imediatamente os fins desejados pelo Estado. Assinale a afirmativa 
 
que indica os dois sentidos em que se divide o conceito de 
Administração Pública. 
a) Objetivo e funcional. 
b) Material e funcional. 
c) Objetivo e subjetivo. 
d) Subjetivo e orgânico. 
 
2- (Cespe AJAA/TRE TO/2017) O direito administrativo consiste em 
um conjunto de regramentos e princípios que regem a atuação da 
administração pública, sendo esse ramo do direito constituído pelo 
seguinte conjunto de fontes: 
a) lei em sentido amplo e estrito, doutrina, jurisprudência e 
costumes. 
b) lei em sentido amplo e estrito, jurisprudência e normas. 
c) costumes, jurisprudência e doutrina. 
d) lei em sentido amplo, doutrina e costumes. 
e) lei em sentido estrito, jurisprudência e doutrina. 
 
3- (Ano: 2019 Banca: Unesc - Órgão: FLAMA-SC) No que se refere às 
fontes formais do Direito Administrativo é correto afirmar o 
seguinte: 
a) Os costumes são considerados uma fonte primária, sendo a 
principal fonte do direito administrativo. 
b) A doutrina é considerada a principal fonte do direito 
administrativo e tem como base os estudos dos teóricos e 
doutrinadores da área pública do direito. 
c) A jurisprudência é considerada a principal fonte do direito 
administrativo, pois tem como origem as decisões reiteradas dos 
tribunais superiores. 
 
d) A lei, em sentido amplo, é considerada uma fonte primária, sendo 
a principal fonte do direito administrativo. 
 
(2016/FCC/SEGEP-MA/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL) 
São fontes do Direito Administrativo: 
I – lei. 
II – razoabilidade. 
III – moralidade. 
IV – jurisprudência. 
V – proporcionalidade. 
Está correto o que consta APENAS em 
a) I e II. 
b) II e IV. 
c) I e IV. 
d) III e V. 
e) IV e V. 
 
GABARITO 
1- C 
2- A 
3- D 
4- C

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