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35-Emissoes_atmosfericas

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26 Revista Meio Ambiente Industrial Julho/Agosto 2009
O universo das 
e a atuação do setor industrial
emissões atmosféricas
Emissões Atmosféricas
Julho/Agosto 2009 Revista Meio Ambiente Industrial 27
A indústria vem buscando, nas últimas décadas, além de soluções para a 
mitigação das emissões atmosféricas provocadas pelas suas atividades, meios 
para prevenir tais emissões, através de iniciativas próprias envolvendo a 
aplicação de conceitos e tecnologias
Por Lilian Quintanilha
S egundo definição na Resolução Conama – Conselho Nacional de Meio Ambiente nº 03-90, poluente atmosférico é toda e qualquer forma de matéria ou 
energia com intensidade e em quantidade, concentração, 
tempo ou características em desacordo com os níveis 
estabelecidos em legislação, e que tornem ou possam tornar 
o ar impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, inconveniente 
ao bem-estar público, danoso aos materiais, à fauna e à flora 
ou prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às 
atividades normais da comunidade.
O nível de poluição atmosférica é medido pela quantidade de 
substâncias poluentes presentes no ar. A variedade das substâncias 
que podem ser encontradas na atmosfera é muito grande, o que 
torna difícil a tarefa de estabelecer uma classificação. 
A medição sistemática da qualidade do ar é restrita a um 
número de poluentes, definidos em função de sua importância 
e dos recursos disponíveis para seu acompanhamento. 
Os grupos de poluentes que servem como indicadores de 
qualidade do ar, adotados universalmente e que foram 
escolhidos em razão da frequência de ocorrência e de seus 
efeitos adversos, são:
- MP – Material Particulado
Inclui Material Particulado, PTS – Partículas Totais em 
Suspensão, MP10 – Partículas Inaláveis e FMC – Fumaça.
Sob a denominação geral de “Material Particulado” se 
encontra um conjunto de poluentes constituídos de poeiras, 
fumaças e todo tipo de material sólido e líquido que se 
mantém suspenso na atmosfera por causa de seu pequeno 
tamanho. As principais fontes de emissão de particulado para 
a atmosfera são: veículos automotores, processos industriais, 
queima de biomassa e ressuspensão de poeira do solo, entre 
outros. O material particulado pode também se formar na 
atmosfera a partir de gases como SO
2
 – dióxido de enxofre, 
NO
x
 – óxidos de nitrogênio e COVs – compostos orgânicos 
voláteis, que são emitidos principalmente em atividades de 
combustão, transformando-se em partículas como resultado 
de reações químicas no ar.
O tamanho das partículas está diretamente associado 
ao seu potencial para causar problemas à saúde, sendo que, 
quanto menores, maiores os efeitos provocados. Outra 
observação é que o particulado também pode reduzir a 
visibilidade na atmosfera.
- SO2 – Dióxido de Enxofre
Resulta, principalmente, da queima de combustíveis que 
contêm enxofre, como óleo diesel, óleo combustível industrial 
e gasolina. Essa substância é uma das principais formadoras 
da chuva ácida. O dióxido de enxofre pode reagir com outras 
substâncias presentes no ar formando partículas de sulfato 
que também são responsáveis pela redução da visibilidade 
na atmosfera.
- CO – Monóxido de Carbono
É um gás incolor e inodoro que resulta da queima 
incompleta de combustíveis de origem orgânica, 
combustíveis fósseis, biomassa, etc. Em geral, é encontrado 
em maiores concentrações nos grandes centros urbanos, 
emitido, principalmente, por veículos automotores. Altas 
concentrações de CO são encontradas em áreas de intensa 
circulação de veículos.
- O3 – Ozônio e Oxidantes Fotoquímicos
“Oxidantes fotoquímicos” é a denominação que se dá 
Fo
to
s:
 H
ol
ci
m
28 Revista Meio Ambiente Industrial Julho/Agosto 2009
Julho/Agosto 2009 Revista Meio Ambiente Industrial 29
30 Revista Meio Ambiente Industrial Julho/Agosto 2009
à mistura de poluentes secundários formados pelas reações 
entre os óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis, 
na presença de luz solar, sendo esses últimos liberados na 
queima incompleta e evaporação de combustíveis e solventes. 
O principal produto desta reação é o ozônio, por isso mesmo 
utilizado como parâmetro indicador da presença de oxidantes 
fotoquímicos na atmosfera. Esses poluentes formam a 
chamada “névoa fotoquímica”, ou “smog fotoquímico”, cujo 
nome foi dado porque causa na atmosfera uma diminuição 
da visibilidade.
O ozônio encontrado na faixa de ar próxima do solo, 
onde respiramos, é tóxico. Entretanto, na estratosfera, a cerca 
de 25 km de altitude, o ozônio tem a importante função 
de proteger a Terra, como um filtro, dos raios ultravioletas 
emitidos pelo Sol. Além de prejuízos à saúde, o ozônio pode 
causar danos à vegetação.
- HC – Hidrocarbonetos
São gases e vapores resultantes da queima incompleta e 
evaporação de combustíveis e de outros produtos orgânicos 
voláteis. Diversos hidrocarbonetos, como o benzeno, são 
cancerígenos e mutagênicos, não havendo uma concentração 
ambiente totalmente segura.
Participam ativamente das reações de formação da névoa 
fotoquímica.
- NO – Óxido de Nitrogênio e NO2 – Dióxido de 
Nitrogênio
São formados durante processos de combustão. Em 
grandes cidades, os veículos geralmente são os principais 
responsáveis pela emissão dos óxidos de nitrogênio. O NO, 
sob a ação de luz solar, se transforma em NO
2
 e tem papel 
importante na formação de oxidantes fotoquímicos, como 
o ozônio. Dependendo das concentrações, o NO
2
 causa 
prejuízos à saúde.
A concentração de poluentes está fortemente relacionada 
às condições meteorológicas. Alguns dos parâmetros que 
favorecem altos índices de poluição são: alta porcentagem de 
calmaria, ventos fracos e inversões térmicas a baixa altitude. 
Este fenômeno é particularmente comum no inverno 
paulista, quando as noites são frias e a temperatura tende a se 
elevar rapidamente durante o dia, provocando alteração no 
resfriamento natural do ar.
Vale lembrar que a chamada inversão térmica se 
caracteriza por uma camada de ar quente que se forma sobre 
a cidade, aprisionando o ar e impedindo a dispersão dos 
poluentes.
Os padrões de qualidade do ar definem legalmente 
o limite máximo para a concentração de um poluente 
na atmosfera, que garanta a proteção da saúde e do meio 
ambiente. Os padrões de qualidade do ar são baseados em 
estudos científicos dos efeitos produzidos por poluentes 
específicos e são fixados em níveis que possam propiciar uma 
margem de segurança adequada.
No Brasil, os padrões nacionais foram estabelecidos 
pelo Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos 
Recursos Naturais Renováveis, e aprovados pelo Conama, 
por meio da Resolução Conama 03/90.
Os poluentes são divididos em duas categorias:
Conama 03/1990: Padrões Nacionais de 
Qualidade do Ar
Conama 08/1990: Limites máximos de emissão 
de poluentes do ar para processos de combustão 
externa em fontes fixas
A medição da qualidade do ar é restrita a um número de poluentes, levando em conta sua 
importância e os recursos disponíveis para seu acompanhamento
Komatsu, da Cetesb: “Para a indústria paulista, o marco nesse tema foi o decreto 
estadual nº 52.469, de dezembro de 2007”
Fo
to
s:
 C
et
es
b
Emissões Atmosféricas
Julho/Agosto 2009 Revista Meio Ambiente Industrial 31
O IPT trabalha no diagnóstico e recomendações de soluções para a indústria na redução 
de emissões de poluentes em fontes estacionárias
Fo
to
: I
PT
- Primários: são aqueles emitidos diretamente pelas 
fontes de emissão. São as concentrações de poluentes 
que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população. 
Podem ser entendidos como níveis máximos toleráveis de 
concentração de poluentes atmosféricos, constituindo-se em 
metas de curto e médio prazo.
- Secundários: são aqueles formados na atmosfera 
através da reação química entre poluentes primários e 
componentes naturais da atmosfera. Foram estabelecidos 
dois tipos de padrões de qualidade do ar: os primários 
e os secundários. São as concentrações de poluentes 
atmosféricos abaixodas quais se prevê o mínimo efeito 
adverso sobre o bem-estar da população, assim como o 
mínimo dano à fauna e à flora, aos materiais e ao meio 
ambiente em geral. Podem ser entendidos como níveis 
desejados de concentração de poluentes, constituindo-se 
em meta de longo prazo.
O objetivo do estabelecimento de padrões secundários 
é criar uma base para uma política de prevenção da 
degradação da qualidade do ar. Devem ser aplicados às 
áreas de preservação. Não se aplicam, pelo menos a curto 
prazo, a áreas de desenvolvimento, onde devem ser aplicados 
os padrões primários. Como prevê a própria resolução, a 
aplicação diferenciada de padrões primários e secundários 
requer que o território nacional seja dividido em classes I, II 
e III conforme o uso pretendido. A mesma resolução prevê, 
ainda, que enquanto não for estabelecida a classificação das 
áreas, os padrões aplicáveis serão os primários.
Os parâmetros regulamentados são os seguintes: 
partículas totais em suspensão, fumaça, partículas inaláveis, 
dióxido de enxofre, monóxido de carbono, ozônio e dióxido 
de nitrogênio. A mesma resolução estabelece, ainda, os 
critérios para episódios agudos de poluição do ar.
32 Revista Meio Ambiente Industrial Julho/Agosto 2009
Os padrões nacionais de qualidade do ar são apresentados 
na Tabela 1. 
A declaração dos estados de “Atenção”, “Alerta” e 
“Emergência” requer, além dos níveis de concentração 
atingidos, a previsão de condições meteorológicas 
desfavoráveis à dispersão dos poluentes.
Para Carlos Eduardo Komatsu, gerente do Departamento 
de Qualidade Ambiental da Cetesb – Companhia de 
Tecnologia de Saneamento Ambiental, nesse tema o maior 
entrave é o transporte individual. “Em uma cidade como São 
Paulo é inviável esse tipo de transporte, porém antes de tudo 
é imprescindível que haja muito investimento no transporte 
coletivo”, considera.
As emissões surgem de fontes fixas, também conhecidas 
como estacionárias ou pontuais, e difusas, ou móveis. Luiz 
Henrique de Souza Lúcio, diretor da Interação Ambiental, 
as define como:
- Fontes Pontuais – Pontos de emissão contínua de um 
dado processo, cuja característica deste determina o perfil da 
emissão. “Por exemplo: chaminés, tubulações, desgaseificação 
de equipamentos e outras”, explica Lúcio.
- Fontes difusas – Pontos eventuais de emissão cuja 
característica é normalmente variável e influenciada pelas 
condições ambientais locais. Nesse caso, Lúcio cita como 
exemplos os tanques de estocagem, as emissões evaporativas 
de processos e as emissões fugitivas, as quais ele ressalta que 
nem sempre são consideradas nos inventários de emissões.
A qualidade do ar é afetada pelas emissões de fontes 
móveis e estacionárias, bem como pelas características 
atmosféricas da região considerada, principalmente a 
capacidade de dispersão do local. “O conceito de qualidade 
do ar é relativo a uma dada região, que pode ser uma bacia 
aérea, uma cidade, um bairro ou qualquer outra região 
delimitada, como uma área industrial”, acrescenta o diretor 
da Interação Ambiental.
De um modo geral, a emissão de poluentes num nível 
local gera efeitos na saúde pública; danos aos materiais, à 
fauna e à flora; redução da visibilidade; e chuva ácida. “Já 
Emissões Atmosféricas
Conama 05/1989: Institui o Pronar - Programa 
Nacional de Qualidade do Ar
Lei nº 8723/1993: Dispõe sobre a redução de 
emissão de poluentes
Tabela 1: Padrões nacionais de qualidade do ar 
(Resolução CONAMA Nº 03 de 28/06/90)
Fonte: Cetesb
Julho/Agosto 2009 Revista Meio Ambiente Industrial 33
num nível global, os poluentes estão diretamente associados 
às mudanças do clima e à redução da camada de ozônio”, 
alerta Wai Nam Chan, presidente da AW&MA – Air Waste 
Management Association Seção Brasil. 
Sérgio Machado, professor adjunto da UERJ – 
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, revela que as 
condições atmosféricas do Brasil, quando comparadas às de 
países em desenvolvimento, apresentam uma situação bem 
melhor, com muito mais qualidade. Contudo, o nível está 
ainda abaixo em comparação às dos países desenvolvidos. 
Machado conta que a maior tendência no campo das 
pesquisas nesse tema é em eficiência energética, e já houve 
muito avanço. “Por exemplo, hoje em dia um veículo de 
passeio emite 95% menos poluentes do que há 20 anos, mas 
Figura 1: Emissões relativas de poluentes por tipo de 
fonte na RMSP – 2008
Fonte: Cetesb
34 Revista Meio Ambiente Industrial Julho/Agosto 2009
Emissões Atmosféricas
houve o enorme aumento da frota, mesmo assim o resultado 
da qualidade do ar atualmente está melhor”, enfatiza.
Machado explica que há dois grupos de poluentes. Os 
legislados e os não-legislados. São eles:
Poluentes legislados:
- Ozônio
- NO
x
- SO
2
- CO
- PTS
- MP
10
- MP 
2,5
- HCNM
Não-legislados:
- Aldeídos
- Cetonas
- Ácidos Carboxílicos
- Alcoóis
- HC Alifáticos
- HC Aromáticos
- HC Policíclicos
- Metais
- Microbiológicos
Para exemplificar o cenário atual das condições 
atmosféricas dos grandes centros urbanos, Komatsu, da 
Cetesb, conta o caso do Estado de São Paulo. Ele explica 
que o monitoramento da qualidade do ar, com a avaliação 
das concentrações de poluentes no Estado de São Paulo, 
foi iniciado na Região Metropolitana no início da década 
de 70, com a instalação de 14 estações para medição diária 
dos níveis de SO2 e fumaça preta. Parte das estações, 
denominadas manuais, continuam sendo utilizadas pela 
Cetesb no monitoramento da qualidade do ar.
Já no início da década posterior, Komatsu lembra que foi 
dado um salto qualitativo, com o início do monitoramento 
automático e a instalação de novas estações para a avaliação 
de dióxido de enxofre, material particulado inalável, ozônio, 
óxidos de nitrogênio, monóxido de carbono e hidrocarbonetos 
não-metânicos, além dos parâmetros meteorológicos como 
direção e velocidade do vento, temperatura e umidade 
relativa do ar. Em 2000, o monitoramento automático foi 
ampliado para algumas cidades do interior do Estado. “Além 
da medição diária desses poluentes, atualmente, a Cetesb 
realiza estudos sobre outros poluentes, dentre os quais se 
destacam o chumbo, aldeídos e compostos reduzidos de 
enxofre, além de estudos específicos, alguns dos quais em 
parceria com universidades”, conta o gerente da Cetesb.
De acordo com Komatsu, segundo um levantamento feito 
pela Cetesb, existem no Estado de São Paulo 211 municípios 
saturados ou em vias de saturação, sendo os principais deles 
localizados em áreas de intensa industrialização, como as 
regiões de Cubatão, de Paulínia, de São José dos Campos, 
de Ribeirão Preto e da Região Metropolitana de São Paulo, 
entre outras. 
Para que uma determinada área seja considerada 
saturada, será determinada para os poluentes legislados a 
média aritmética das médias anuais dos últimos três anos, 
maior que o padrão nacional de qualidade do ar estabelecido 
Figura 2: MP10 – Evolução da distribuição percentual da 
qualidade do ar – RMSP
Decreto 2652, de 1 de julho de 1998: Promulga 
a Convenção - Quadro das Nações Unidas sobre 
mudanças do clima
Fonte: Cetesb
Julho/Agosto 2009 Revista Meio Ambiente Industrial 35
pela resolução do Conama já citada. Para as áreas em vias de 
saturação, essa média aritmética dos últimos três anos terá 
que ser maior que 90% do padrão. Segundo Komatsu, nas 
áreas saturadas ou em vias de saturação, a Cetesb estabelecerá 
um PREA – Programa de Redução de Emissões Atmosféricas 
para as indústrias em operação, condicionando a renovação 
da Licença de Operação a uma série de exigências, como 
a utilização de sistemas de controle baseados na melhor 
tecnologia disponível no mercado, a implementação de Plano 
de Monitoramento das Emissões Atmosféricas, segundo o 
Termo de Referência estabelecido pela agência ambiental, e, 
a partir de janeiro de 2013, o cumprimento de metas de 
redução de emissões. “As reduções das emissões dos poluentes 
que levaram à saturação gerarão créditos que poderão ser 
utilizados pelo próprio emissorpara renovar a licença ou 
oferecidos no Mercado de Créditos de Poluição, uma nova 
modalidade está sendo estudada na BM&F – Bolsa de 
Mercadorias & Futuros para serem adquiridos por empresas 
interessadas em se instalar nos locais saturados ou em vias de 
saturação, promovendo uma compensação pelo impacto a 
ser causado”, conta Komatsu. Esses créditos, com validade de 
dez anos, serão aprovados pela Cetesb. Os créditos gerados 
por fontes móveis poderão ser efetivados mediante reduções 
das emissões das frotas cativas, como as frotas de veículos de 
uma determinada empresa, que comprovadamente circulem 
na região onde o crédito será utilizado.
Komatsu explica que para os novos empreendimentos 
há duas opções: se instalar em uma área que ainda não esteja 
saturada ou assumir as compensações e se adequar. Segundo 
ele, são inúmeras as formas de adaptação, e isso varia de 
empreendimento. A empresa precisa, primeiramente, 
apresentar um plano de compensação de suas emissões junto 
ao órgão ambiental. Caso não sejam cumpridas as exigências, 
a empresa pode não obter a renovação da sua licença de 
operação. “Em se tratando de controle de emissão atmosférica 
só há duas possibilidades: não poluir ou controlar. A tendência 
na indústria é prevenir a emissão, outra tendência é a busca 
pela eficiência energética”, comenta Komatsu.
Desafios – Segundo os entrevistados, ainda são muitos 
os desafios envolvendo o tema. Elisete Dutra, gerente de 
Gestão da Qualidade do Ar da Feam – Fundação Estadual 
de Meio Ambiente, órgão ambiental de Minas Gerais, avalia 
que hoje há a necessidade de focar nas emissões de fontes 
difusas, em todos os grandes centros urbanos. “Em relação 
à qualidade do ar, hoje se reduziu muito a concentração 
de enxofre, e isso se deve à redução dessa substância nos 
combustíveis. Sem dúvida, o maior problema que temos 
que enfrentar é o material particulado. Outra constatação 
é de que o problema das emissões atmosféricas não é, sem 
sombra de dúvida, por falta de informação, mas, sim, por 
falta de ação”, comenta Elisete.
Outro problema sério hoje nos centros urbanos é a 
grande concentração de ozônio, gerado da frota de veículos 
e das refinarias de petróleo. Elisete acredita que o grande 
gargalo nesse assunto é a frota de veículos, sobretudo a 
movida a diesel. 
Já para Giovana Rubim Gomes, da Corplab 
Environmental Analytical Services, o maior desafio é a 
necessidade de compreender mais e melhor sobre emissões 
atmosféricas, isso em todos os polos de atuação do setor 
produtivo. “Ainda é necessário muito investimento para 
contribuir com a melhoria da qualidade do ar”, comenta. Ela 
ainda avalia que a legislação existente que trata desse assunto 
é aplicável, porém mal aplicada.
Segundo Chan, da A&WMA Seção Brasil, o tema 
“emissões” implica em políticas públicas e mudanças de 
comportamento e de modos de produção. 
Para Lúcio, da Interação Ambiental, é fato que a origem 
da emissão atmosférica vinda das fontes fixas e móveis é o 
principal fator de poluição, porém é necessário ressaltar que 
a capacidade de dispersão atmosférica também influencia na 
qualidade do ar.
Ainda de acordo com Lúcio, uma das substâncias mais 
emitidas pela indústria é o material particulado, mas o setor 
Resolução Conama nº 264/1999: Dispõe sobre o 
licenciamento de fornos rotativos de produção de 
clinquer para atividades de coprocessamento
Vergnhanini Filho, do IPT: “Há três fatores que interferem na emissão: o tipo de combustível, o 
equipamento responsável pela sua queima e a forma que se opera o equipamento”
Fo
to
: I
PT
36 Revista Meio Ambiente Industrial Julho/Agosto 2009
Emissões Atmosféricas
produtivo tem condições de controlar essa emissão, já que 
existem, hoje, técnicas bem sedimentadas com esse intuito e 
ainda há muitas tecnologias sendo desenvolvidas. 
Lúcio informa, também, que são muitas as ferramentas 
e soluções aplicadas pelo setor produtivo para o controle e a 
redução de emissões a partir de seu processo de produção. 
“Porém, a indústria de ponta já vem trabalhando de forma 
limpa, prevenindo a geração de poluentes dos mais diversos 
tipos”, observa o especialista.
A indústria
Mesmo com o assunto explorado há muitas décadas, as ações 
realmente efetivas envolvendo a indústria e a problemática 
das emissões atmosféricas é recente – ainda assim é possível 
avaliar os benefícios das medidas tomadas em prol da 
qualidade do ar
 Avaliando o comportamento do setor produtivo nesse 
tema, a constatação a que se chega é de que a preocupação 
com o controle e com a prevenção da poluição é assunto diário 
nos empreendimentos. Segundo Chan, da A&WMA Seção 
Brasil, o percentual de participação da indústria nas emissões 
atmosféricas numa região metropolitana é de apenas 10%. 
Todo o restante, ou seja 90%, vem de fontes móveis. “Em 
se tratando de emissões da indústria, sem dúvida um marco 
foi o decreto estadual de bacias aéreas nº 52.469/07, que 
trata da compensação em áreas saturadas. Vale ressaltar que a 
compensação varia de empresa para empresa”, afirma Chan.
Para Elisete, da Feam, em uma breve análise da 
indústria nas últimas décadas, é possível afirmar que seu 
comportamento melhorou muito. Hoje há pessoas nas 
grandes empresas muito conscientes da importância e dos 
benefícios de aplicar boas práticas ambientais. Contudo, 
ela acredita que os órgãos ambientais devem ser ainda mais 
exigentes com o setor produtivo, agindo como uma forte 
fiscalização. “Minas Gerais está um pouco atrasado em 
fiscalização, uma vez que os órgãos ambientais têm que exigir 
e acompanhar se o setor está em conformidade, e nisso o 
Estado ainda tem que avançar”, observa Elisete.
No caso de São Paulo, Komatsu, da Cetesb, conta que 
atualmente a situação está bem melhor do que no passado, 
a concentração de poluentes está bem menor, e um dos 
fatores é o número menor de indústrias instaladas na Região 
Metropolitana de São Paulo, já que muitas se transferiram 
para outros municípios e até para outros estados. “Porém, 
as que permaneceram se atualizaram em relação às suas 
emissões atmosféricas por exigência do órgão ambiental, 
mas, especialmente, por comprometimento ambiental e 
busca pela eficiência energética”, explica.
Para a indústria, ainda segundo Komatsu, o marco nesse 
tema foi o decreto estadual nº 52.469, de dezembro de 2007, 
que se refere ao novo modelo de licenciamento ambiental de 
fontes industriais em áreas já saturadas por poluição atmosférica. 
Antes do decreto, havia restrição à instalação de novos 
empreendimentos de qualquer porte em regiões saturadas, 
provocando um desestimulo para investimentos em novas 
tecnologias ambientais e, principalmente, limitação à atividade 
econômica. Já as emissões por origem veicular são bem mais 
representativas, mas em razão do Proconve – Programa de 
Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores e da 
renovação da frota, reduziu-se bastante a quantidade de emissão 
de poluentes. “Isso se deu pelas novas tecnologias nos veículos, 
além da melhoria na qualidade dos combustíveis, ainda que com 
a visível piora no trânsito na região metropolitana, a qualidade 
do ar está melhor”, analisa Komatsu.
Figura 3: CO – Evolução da distribuição percentual da 
qualidade do ar – RMSP
Fonte: Cetesb
Julho/Agosto 2009 Revista Meio Ambiente Industrial 37
Para Chan, A&WMA Seção Brasil, em se tratando de controle da poluição 
do ar é necessário criar culturas globais para redução de emissões, desde 
mudanças políticas até mudanças de comportamento. De acordo com ele, 
inventariar as emissões é um primeiro passo para identificar as prioridades de 
ação, e o monitoramento da qualidade do ar deve ser intensificado em regiões 
metropolitanas e industriais. “Sempre que possível, antes de se instalar uma 
indústria, deve-se avaliar a dispersão atmosférica da região. Além disso, a prevenção 
da contaminação é melhor do que seu controle, e no caso de emissões atmosféricas, 
a abordagem preventiva está intimamente relacionada com a eficiênciaenergética, 
a qual deve ser bem explorada na fase de projeto dos empreendimentos. Para 
unidades existentes, a abordagem corretiva é aplicada através da instalação de 
equipamentos de controle de poluição, soluções de fim de tubo”, ressalta Chan.
Ele ainda comenta algumas tendências mundiais nesse assunto. Segundo 
ele, há hoje exigências locais mais rígidas do que as federais, como no Estado 
da Califórnia, nos Estados Unidos. Outras tendências são: inventários regulares 
e metas de redução global, monitoramento contínuo de fontes de grande 
porte, rede de monitoramento mantida pelo Estado, novos investimentos com 
restrições mais rígidas, dependendo da área, e mercado de “cotas de emissão”.
Soluções – São inúmeras as soluções disponíveis para o controle, a redução 
e até mesmo a prevenção da emissão de poluentes atmosféricos. Os principais 
equipamentos são: câmara de sedimentação, ciclone, filtros de manga, 
precipitadores eletrostáticos, lavador de gases, torre de lavagem de gases, filtro 
de carvão ativo e pós-queimador.
No entanto, apesar da diversidade, os especialistas concordam que a forma 
mais racional de reduzir emissões atmosféricas é através da melhoria energética, 
em fontes fixas e móveis. A equação é simples: se eu consumo menos, o que vou 
emitir também será menor. Para isso, segundo eles, é fundamental a contribuição 
dos centros de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, formando parcerias 
com governo e indústria. “Todavia, para a viabilização desses convênios são 
necessários mecanismos de incentivos fiscais e diferenciação no tratamento 
de impostos”, comenta Chan. Para ele, as maiores tendências nesse tema são: 
melhoria em eficiência energética, fontes alternativas de energia e aumento do 
uso de gás natural, ou, ainda, a sinergia entre esses três fatores, trabalhando em 
busca da sinergia dos recursos naturais.
Chan elenca as premissas básicas para uma boa gestão de emissões em um 
empreendimento. São elas:
- Elaboração de Inventário de Emissões;
- Base consistente de dados, projeto e processo;
- Inclusão de fontes existentes e novas;
- Conhecimento das emissões atuais, de preferência através de amostragens 
de chaminés;
Decreto nº 99280, de 6 de junho de 1990: Promulga a 
Convenção de Viena para a proteção da camada de ozônio e o 
Protocolo de Montreal
38 Revista Meio Ambiente Industrial Julho/Agosto 2009
- Aplicação de protocolos de cálculo e fatores de 
emissão;
- Conhecimento detalhado do termo de referência 
emitido pelo órgão ambiental que orienta o que deve estar 
contido no estudo, que pode ser um EIA-RIMA ou não;
- Conhecimento da legislação aplicável;
- Conhecimento das melhores práticas e tecnologias de 
controle, seus custos e seus impactos, de forma a buscar bons 
equipamentos no mercado.
Inventário de emissões: Trata-se de um relatório 
contemplando os aspectos técnicos das emissões de um 
empreendimento, parque industrial ou localidade, cujos dados 
subsidiam a tomada de decisões do empreendedor ou do Poder 
Público. “Ao realizar o inventário de emissões atmosféricas 
é possível compreender melhor o comportamento do seu 
empreendimento”, afirma Lúcio, da Interação ambiental.
Deve conter:
- Caracterização da área;
- Levantamento das fontes emissoras;
- Qualificação e quantificação das emissões
- Conclusões, inclusive relacionadas à legislação, quando 
aplicável.
No Brasil, muitas das soluções surgem a partir do trabalho 
do IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas, cuja sede está na 
cidade de São Paulo, mas o trabalho é realizado em todo o país. 
De acordo com Renato Vergnhanini Filho, engenheiro químico 
do Laboratório de Energia Térmica, Motores, Combustíveis e 
Emissões do Centro de Tecnologias Ambientais e Energéticas 
do IPT, naquele departamento, o trabalho do Instituto está 
voltado para o diagnóstico e recomendações de soluções para 
a indústria para a redução de emissões de poluentes e fontes 
estacionárias. “A indústria procura o IPT para solucionar o 
problema de emissões ou para otimizar seus processos. Os 
estudos são feitos no próprio laboratório do IPT ou na própria 
empresa, para isso o Instituto dispõe de uma unidade móvel, 
e nos últimos anos está indo cada vez mais in loco”, comenta 
Vergnhanini Filho.
Ele conta que, geralmente, só alterando o processo de 
combustão dos equipamentos já se obtém melhoria na emissão, 
e que a primeira coisa a ser feita é alterar as condições de 
operação do equipamento – essa é a principal recomendação, 
e que leva a menos custos. Segundo Vergnhanini Filho, há 
três fatores que interferem na emissão de poluentes: o tipo de 
combustível utilizado, o equipamento responsável pela queima 
desse combustível e a forma que se opera esse equipamento. 
“Hoje, o que está presente na emissão industrial é material 
particulado, NOx, SOx e CO, os quais podem ser controlados 
em equipamentos de combustão, e são todos controlados pela 
legislação. Também é importante lembrar que quanto maior 
for o rendimento do meu processo de queima de combustível, 
menos poluentes irei emitir”, acrescenta Vergnhanini Filho.
Estudo de caso – Holcim 
Para controlar e reduzir as emissões atmosféricas, a 
Holcim realiza várias ações em suas três unidades fabris: 
Pedro Leopoldo e Barroso, em Minas Gerais, e Cantagalo, 
no Rio de Janeiro. Valéria Soares A. Pereira, gerente de Meio 
Figura 4: O3 – Evolução da distribuição percentual da 
qualidade do ar – RMSP
Resolução Conama nº 316/2002: Dispõe sobre 
procedimentos e critérios para o funcionamento 
de sistemas de tratamento térmico de resíduos
Emissões Atmosféricas
Fonte: Cetesb
Julho/Agosto 2009 Revista Meio Ambiente Industrial 39
Ambiente, conta que há a instalação de filtros de mangas 
em diversos pontos potenciais de emissão de pó, como 
transferências de correias transportadoras, topos de silos e 
pontos de descarregamento de caminhões. Além dos filtros 
de mangas e eletrostáticos instalados nas chaminés dos 
fornos, moinhos e ensacadeiras.
Ela explica que a empresa também faz o monitoramento 
contínuo de material particulado, garantindo o controle da 
emissão de pó nas atividades industriais. A Holcim possui 
equipamentos de alta tecnologia para monitoramento 
contínuo de gases como SO
2
 e NO
x
, compostos orgânicos 
e HCl instalados nas chaminés dos fornos de clínquer, 
matéria-prima do cimento. “Esses equipamentos permitem 
um controle sistemático, com ações imediatas para garantir 
o atendimento aos padrões estabelecidos pela legislação 
ambiental”, acrescenta a gerente.
Além do efetivo controle operacional, ela lembra que 
a empresa investe continuamente na modernização dos 
equipamentos de controle ambiental, de forma a contribuir 
para a melhoria continua da qualidade do ar. “Como exemplo, 
podemos citar a substituição de filtros eletrostáticos por 
filtros de mangas em pontos de significativa emissão de pó, 
como resfriadores, fornos e moinhos”, exemplifica Valéria.
Ela também conta que a empresa realiza o inventário 
de emissões de GEE – Gases de Efeito Estufa e assumiu, 
junto ao WBCSD – Word Business Council for Sustainable 
Development, metas de redução de CO2. “Algumas ações, 
como a otimização do processo de fabricação do clínquer, 
para maior eficiência energética, o coprocessamento de 
combustíveis alternativos, a utilização de biomassa como 
combustível e a utilização de escória, possibilitam a busca 
continua para redução da emissão de GEE, além de reduzirem 
o consumo dos recursos naturais não-renováveis. No Brasil, 
até 2008 a empresa reduziu em 20,5% as emissões específicas 
de CO
2
, se comparadas ao ano base, 1990”, ressalta Valéria.
Uma das soluções, em se tratando de emissões 
atmosféricas, é o coprocessamento, técnica adotada pela 
Holcim. “A disposição inadequada de resíduos sólidos gera 
emissões, como no caso dos aterros e incineradores, que são 
formas de disposição menos sustentáveis, comparadas às 
demais. Uma opção é o coprocessamento, já que aproveita a 
energia e os resíduos”, destaca Edmundo Ramos, gerenteda 
Resotec, braço da Holcim responsável pelo coprocessamento. 
Ele explica que o que é emitido não é nocivo, e esse processo 
é um dos mais adequados para a destruição de resíduos, 
pela alta temperatura, podendo chegar até dois mil graus, 
e pelo tempo de residência – os sólidos permanecem por 
30 minutos, já os resíduos gasosos ficam de quatro a seis 
segundo, muito acima do que é exigido pela regulamentação: 
acima de dois segundos. 
Mesmo assim, Ramos lembra que o coprocessamento não 
é capaz de eliminar totalmente as emissões, pois vapor d’água, 
CO2 e outros gases, controlados por lei, são emitidos, mas em 
um nível permitido. Ainda assim, em se tratando de GEE, ele 
conta que as emissões são inferiores em relação ao que é emitido 
em aterros e incineradores. “Desde 1999, quando a Holcim 
iniciou o trabalho com coprocessamento mo Brasil, até hoje, 
200 mil toneladas de resíduos são coprocessadas todos os anos 
e o ganho em produção foi de substituição de 10 a 15% na 
utilização de combustíveis tradicionais”, lembra Ramos. 
Relatório de Qualidade do Ar no Estado de São Paulo 
– No mês de julho de 2009, a Cetesb apresentou os dados 
de qualidade do ar, em forma de relatório, no Estado de São 
Paulo durante o ano de 2008. De acordo com o documento, 
comparando-se especificamente o ano de 2007 com 2008, 
houve na Região Metropolitana de São Paulo uma ligeira 
diminuição das concentrações de monóxido de carbono e 
partículas inaláveis, apesar de o inverno do ano passado ter 
sido bastante desfavorável para a dispersão dos poluentes, 
com pouca chuva e baixa ventilação. Esses poluentes são 
emitidos, principalmente, pela frota de aproximadamente 
9,2 milhões de veículos.
A companhia afirma em seu estudo que, no ano de 2008, 
Resolução Conama nº 382/2006: Estabelece os 
limites máximos para emissão de 
poluentes em fontes fixas
Elisete, da Feam: “Um problema sério nos centros urbanos é a grande 
concentração de ozônio, gerada pela frota de veículos e refinarias de petróleo”
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40 Revista Meio Ambiente Industrial Julho/Agosto 2009
Especialistas debateram
questões envolvendo emissões atmosféricas da indústria
No dia 29 de julho de 2009, a revista 
Meio Ambiente Industrial, em parceria com 
a Interação Ambiental, e sob a organização 
da Ambientepress, promoveu o encontro 
técnico “Emissões Atmosféricas”. O evento foi 
realizado na sede do CRQ – Conselho Regional 
de Química, em São Paulo, e contou com a 
presença de aproximadamente 50 pessoas, 
vindas dos mais variados ramos de empresas 
do país, interessadas em mais informações 
sobre o tema.
O encontro foi dividido em quatro painéis 
que contemplaram as principais questões 
em se tratando de emissões atmosféricas, 
como, por exemplo: conceito, legislação, 
gerenciamento de emissões, tecnologias 
disponíveis, estudos de caso, no geral.
Luiz Henrique de Souza Lúcio, diretor da 
Interação Ambiental, abriu o evento com a 
palestra “Sistemas de Gestão como ferramenta 
para o gerenciamento das emissões atmosféricas 
no setor industrial”. Com uma abordagem 
conceitual, Lúcio focou sua apresentação 
em fontes fixas e inventários de emissões, 
poluentes, legislação e amostragem de fontes 
fixas. O palestrante explicou que existe poluição 
do ar quando a presença de uma substância, 
ou a variação importante na proporção de seus 
constituintes, é suscetível de provocar efeitos 
prejudiciais ou doenças, tendo em conta o estado 
dos conhecimentos científicos. 
Já a palestra “O controle da poluição do 
ar no licenciamento ambiental de indústrias”, 
sob o comando de Wai Nan Chan, presidente 
da A&WMA Seção Brasil, teve como principal 
objetivo apresentar uma visão panorâmica dos 
aspectos relacionados ao controle da poluição 
do ar no licenciamento ambiental de indústrias. 
Para Chan, é necessário criar culturas globais 
para redução de emissões. Desde mudanças 
políticas até mudanças de comportamento.
A segunda metade do evento iniciou-se 
com a palestra “As questões relacionadas à 
poluição atmosférica no Brasil”, por Sérgio 
Machado, professor adjunto da UERJ. De 
acordo com Machado, essa era uma área 
pouco explorada até início dos anos 90, e 
acreditava-se que a atmosfera era grande o 
suficiente para dissipar todos os poluentes. “É 
possível evitar solo contaminado, é possível 
evitar água contaminada, porém é muito difícil 
evitar ar contaminado”, explicou Machado.
A palestra de encerramento foi ministrada 
por Giovana Rubim Gomes, da Corplab, com 
o tema “Amostragem – Medições da Qualidade 
do Ar”. 
Os especialistas convidados ministraram palestras em quatro 
painéis que contemplaram conceito, legislação, gerenciamento 
de emissões, tecnologias e estudos de caso
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AI
o Governo do Estado de São Paulo investiu R$ 7 milhões 
na modernização da rede de monitoramento da qualidade 
do ar e instalou 11 novas estações de medição no Estado, 
que conta atualmente com 42 estações automáticas em 27 
municípios. “Com a expansão da rede de monitoramento, 
a agência passou a ter um maior controle dos poluentes 
emitidos pelos veículos e indústrias, e mais informações 
meteorológicas para avaliar as condições de dispersão dos 
mesmos”, esclarece Komatsu, da Cetesb.
Os dados gerais mostram que, na Região Metropolitana, 
as concentrações de dióxido de enxofre, monóxido de 
carbono e partículas inaláveis são menores do que o 
observado no final de década de 90, em função dos diversos 
programas de controle adotados. No caso dos dois últimos 
parâmetros, houve interrupção da tendência de queda que 
vinha sendo verificada, e as concentrações têm se mantido 
relativamente estáveis nos últimos anos, embora ainda se 
observe algumas ultrapassagens do padrão de qualidade do 
ar para esses poluentes.
O ozônio continua sendo o poluente que mais ultrapassa 
o padrão de qualidade do ar, principalmente na Grande São 
Paulo, embora esse número tenha sido menor em 2008. 
Foram 49 dias acima do padrão de qualidade, contra 72 
registrados em 2007.
No entanto, os técnicos da Cetesb não observam uma 
tendência definida ao longo do tempo para esse poluente. Nos 
meses de janeiro a março e de setembro a dezembro, quando 
frequentemente se observam concentrações mais elevadas 
de ozônio, houve em 2008 muitos dias de precipitação 
pluviométrica, ou seja, dias de chuva, o que tornou as condições 
atmosféricas menos propícias à formação desse poluente.
Segundo os técnicos, a RMSP apresenta um alto 
potencial de formação de ozônio, devido à grande emissão dos 
compostos precursores, principalmente de origem veicular, 
que, sob a ação da luz solar, geram o poluente na atmosfera. As 
concentrações dos poluentes atmosféricos refletem as variações 
na matriz de suas emissões, tais como modificações na frota 
de veículos, alteração no tráfego, mudanças de combustível, 
alterações no parque industrial e implantação de tecnologias 
mais limpas, além das condições meteorológicas observadas 
ano a ano. Para conferir o relatório na íntegra, acesse o link: 
http://www.cetesb.sp.gov.br/Ar/publicacoes.asp
Emissões Atmosféricas

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