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1 UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL CURSO DE ADMINISTRAÇÃO GESTÃO DA QUALIDADE: TRABALHO PADRONIZADO EM UMA EMPRESA DO COMPLEXO INDUSTRIAL AUTOMOTIVO DE GRAVATAÍ/RS Maicon Roht1 Eliane Vargas de Campos 2 RESUMO O presente trabalho tem o objetivo de demonstrar um assunto sobre a gestão da qualidade na área do trabalho padronizado para evitar os desperdícios de peças no momento da inspeção final das peças metálicas. Para melhorar a situação do trabalho padrão das empresas, as documentações que avaliam o passo a passo da produção sugerem planos de melhorias através dos indicadores de desempenho com a aplicação como meio de medição mediante a uma peça padrão de comparação e usando as ferramentas da qualidade. Para a padronização de empresas, as atividades devem ser executadas de uma forma simples, assim a empresa mantém um processo produtivo controlado para a padronização para o cliente, a empresa e o processo. Os sistemas Kaizen e Kanban é muito utilizado no trabalho padronizado, pois realiza-se a análise do layout das peças desse fluxo verificando onde existem fontes de desperdícios na produção e regular os níveis de estoque, mantendo-os o mais baixo possível sem comprometer a produção e o excesso de trabalho e serviço dos operadores. Esta pesquisa se utiliza no método quantitativo, com caráter exploratório e descritivo para compor a fundamentação dos assuntos abordados e para realizar o estudo será feito um questionário relatando como pode ser feito o trabalho padronizado das peças metálicas e propor planos de melhorias na empresa estudada. Palavras-Chave: Gestão da Qualidade. Trabalho Padronizado. Indicadores de Desempenho. 1 ROHT, Maicon, Acadêmico do Curso de Administração da ULBRA – Universidade Luterana do Brasil, Campus Gravataí/RS; maiconroht20@gmail.com 2 CAMPOS, Eliane Vargas, Docente do Curso de Administração da ULBRA – Universidade Luterana do Brasil, Campus Gravataí/RS; orientadora deste trabalho: eliane_ulbra@terra.com.br 2 1 INTRODUÇÃO A Gestão da Qualidade e o trabalho padronizado analisam fatores de abrangência da área da qualidade para melhorar ações e processos de fabricação no chão de fábrica, identificando possíveis falhas sobre o trabalho padronizado das peças metálicas, documentações dos processos de montagem, itens de inspeção e falhas no processo de montagem com possíveis planos de melhorias, usando as ferramentas da qualidade. A importância do estudo representa melhorias na rotina do trabalho na empresa, pois os padrões de qualidade demonstram que a padronização das peças automotivas metálicas podem sofrer alterações no decorrer do tempo, garantindo ótimos resultados. O trabalho padronizado é algo esperado pelas empresas de classe mundial e industrial, porém, as empresas apresentam um processo isento de desperdícios e verificam se há padronização de valor não agregado e visam criar estabilidade básica nos processos através da eliminação das fontes de variação para balancear a carga de trabalho. As empresas podem usar a necessidade de padronização como critério para a definição da necessidade de documentação das atividades. A padronização da realização das atividades da operação, primárias e de suporte, é uma regra fundamental para a gestão da qualidade. Umas das ferramentas da qualidade e formas de avaliação mais utilizada no trabalho padronizado é a inspeção final das peças. A inspeção da qualidade é o processo que visa identificar se uma peça ou um lote atende a certas especificações da qualidade e as características com padrões preestabelecidos, conforme as documentações. Os sistemas Kaizen e Kanban utilizam-se muito nas empresas, pois consistem em benefícios como operacionais e financeiros para a padronização, e a utilização de ferramentas nas estações de trabalho, reduzindo os níveis de estoque e o excesso de trabalho e serviço para os operadores. Os maiores fatores de abrangência sobre as ferramentas da qualidade são a Gestão da Qualidade Total, mais conhecida por TQM é reconhecida como fator de geração de vantagem competitiva para as organizações, ajudando a ofertarem produtos e serviços de alta qualidade para seus consumidores. Os indicadores de desempenho são avaliados normalmente em duas dimensões: eficácia e eficiência. 3 Avaliar a eficácia significa avaliar em que medida o resultado planejado foi atingido e a eficiência significa avaliar o quanto de recursos materiais e humanos foi utilizado para a geração do resultado, assim as qualificações em serviços e práticas da qualidade são trabalhos que a organização deve focar em termos de execução e de avaliação, para conseguir cumprir a sua missão. 1.1 TEMA: Gestão da Qualidade 1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA: Gestão da qualidade e do trabalho padronizado de uma empresa do Complexo Industrial Automotivo, situada em Gravataí, RS. 1.3 SITUAÇÃO PROBLEMÁTICA OU DA OPORTUNIDADE DE MELHORIA: A empresa em questão, no caso uma sistemista da GM trabalha com desenvolvimento e fabricação de componentes automotivos metálicos na montagem dos carros dos modelos Ônix, Prisma e do projeto novo GEM. Os operadores de produção montam as partes da caixa de roda, assoalho, longarinas, etc. Na organização estudada, existem documentos que auxiliam na área de produção, solda, montagem e inspeção final das peças que citarei a seguir, que são Plano de Controle, Trabalho Padronizado e Relatório de Qualidade e Solda das peças. Além disso, tem também itens que na hora de certo problema ou falha no momento da produção ou inspeção das peças que verificam se está com problema como: o Andon, este item se caracteriza pela possibilidade de identificar, parar, notificar as anormalidades e permitir à correção da falha no processo e o Poka Yoke que é um dispositivo a prova de erros destinados a evitar a ocorrência de defeitos em processos de fabricação e/ou na utilização de produtos. As oportunidades de melhoria estão na qualidade dos produtos que serão entregues nas próximas operações em máquinas ou ao próximo cliente externo, pois toda vez que existem falhas no processo de produção e montagem, devem ser acionadas alguns dos seguintes planos de reação, como por exemplo, parar a produção, acionar o facilitador ou líder da área de produção para um alarme de escalonamento para definir uma implementação no processo a ser seguido e a ordem de execução. As paradas de produção servem para serem resolvidos os problemas de execução das tarefas, solucionando o que devem ser feitos de melhoria do produto. 4 A rotina de trabalho no chão de fábrica é bastante rotineira e devem ser seguidas conforme o que está escrito na documentação do trabalho padrão, conforme as peças padrões de cada máquina e dando prioridade para o que está escrito em seu plano de controle e trabalho padronizado para a produção, montagem e inspeção final das peças. Estes procedimentos servem para que não aconteçam falhas na avaliação do que está sendo mandado para a próxima operação ou cliente externo. Diante deste contexto, a maior influência do trabalho padronizado para a empresa ajuda a manter ótimos resultados de melhorias, pois um chão de fábrica ou em qualquer outra área da empresa, visualize o que está sendo feito da melhor maneira possível, contribuindo para melhorar a satisfação dos clientes. Por isso, existem alertas de qualidade para que quando aparece um problema no produto na próxima operação, todos os operadores envolvidos assinem a folha do alerta para que a falha não ocorra novamente. A questão deste estudo é: Como contribuir com melhorias no trabalho padronizado das peças metálicas? 1.4 OBJETIVOS 1.4.1 Objetivo geral ● Identificar possíveisfalhas sobre o trabalho padronizado das peças metálicas; 1.4.2 Objetivos Específicos ● Avaliar as documentações dos processos de montagem para o bom andamento do trabalho padronizado; ● Analisar os possíveis planos de controle com seus respectivos itens e frequência com métodos de medição no momento da inspeção final; ● Identificar as falhas de processo e os possíveis planos de melhorias, usando as ferramentas de qualidade; 1.5 JUSTIFICATIVA O trabalho pesquisado tem uma justificativa pelo fato de ter conhecimento na área e pela convivência no dia-a-dia, pois a abrangência da área da qualidade melhora muitas ações e processos no chão de fábrica. A Qualidade para a empresa 5 é uma totalidade de aspectos e características de um produto ou serviço que contribui para a sua superioridade e excelência dos mesmos, na qual lhe confere a capacidade de satisfazer as necessidades e expectativas dos clientes. Existem vários significados para a qualidade, pois a produção e a qualidade estão sempre ligadas uma a outra na questão da expectativa na entrega final do produto, pois sua entrega foi de garantia de um trabalho padronizado. A pesquisa abordará sobre a qualidade e do trabalho padronizado do chão de fábrica e os possíveis planos de melhoria no futuro para que quando tiver a implementação de um projeto novo, ocorra da melhor forma possível. O trabalho padronizado são procedimentos específicos realizados pelos operários no processo de produção baseados no tempo takt, sequência de trabalho e estoque padrão, melhor dizendo o passo a passo de um processo contínuo na empresa, isto é, é um resultado baseado no kaizen, que é um resultado de melhorias, conforme ações que a empresa oferece para resolver falhas no processo de estoque e o melhor é a identificação dos produtos no estoque das peças. A importância do trabalho representa uma melhoria contínua na rotina do trabalho na empresa, pois os padrões de qualidade na empresa segue muito o trabalho padronizado. As empresas querem demonstrar que a gestão da qualidade e do trabalho padronizado das peças automotivas metálicas podem sofrer alterações no decorrer do tempo, conforme as implementações de novos projetos que as sistemistas da General Motors querem inovar para uma boa estratégia competitiva nas indústrias automotivas, usando as ferramentas da qualidade para obter ótimos resultados. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O trabalho padronizado é a base central das organizações para uma melhoria contínua ou trabalho padrão, é uma ferramenta da qualidade que centraliza os movimentos do trabalho e do operador e aplicado em situações de processos repetitivos, visando à eliminação de desperdícios. Nesta seção serão abordados assuntos referentes ao tema. 2.1Trabalho Padronizado Para Figueiredo (2018), o trabalho padronizado é algo esperado pelas empresas de classe mundial e industrial, porém, as empresas apresentam um processo isento de desperdícios e verificam se há padronização de valor não 6 agregado para as peças metálicas. Diante desses itens, a investigação de um processo produtivo já padronizado consiste em condições para identificar se há oportunidades de melhoria ou se essa técnica já está em seu estado da arte de verificação das peças a serem inspecionadas. O trabalho padronizado e a melhoria do desempenho operacional abordam uma relação por meio de uma pesquisa-ação com mensuração dos resultados através dos indicadores de produtividade, qualidade e segurança. Segundo Oliveira (2018), a inclusão do trabalho padrão como uma prática integral da equipe de liderança elevará a chance de sucesso nos negócios para alcançar ótimos resultados. O trabalho padronizado está ligado à identificação e alocação das atividades entre os operadores da melhor forma possível, além de permitir redução dos desperdícios das peças dos tempos de movimentação de operadores entre as operações das máquinas. Alguns autores afirmam que o estabelecimento de procedimentos precisos para a execução das tarefas, fornece condições para uma produção estável. A utilização da padronização do trabalho é um requisito básico para garantir estabilidade no sistema produtivo, sendo assim, usando as documentações que seguem os passos das tarefas a serem seguidas pelos operadores de produção e inspetores de qualidade, segundo afirmam Marodin et al (2013) apud Santos et al ( 2017) e Saurin (2010). Oliveira e Figueiredo (2018) afirmam que as empresas buscam padrões cada vez mais elevados de produtividade e qualidade dos produtos a serem entregues ao próximo cliente externo, pois a Produção Enxuta tem como foco o combate às perdas trazendo ganhos substanciais em qualidade, prazos de entrega e custos com a produção. Silva et al. (2011) e Saurin et al. (2010) afirmam que a aplicação de técnicas como Lean tem motivado substanciais mudanças no sistema físico de produção, mas, para se alcançar os resultados superiores, é imperativo que as pessoas desenvolvam novas competências para trazer novos conhecimentos, habilidades e atitudes. A Produção Enxuta pode ser considerada como uma estratégia viável, pois nela temos planejamento de curto e de longo prazo, promovendo o desempenho superior em várias dimensões que eram consideradas conflitantes, tais como: baixo custo, alta qualidade, velocidade e flexibilidade das padronizações das peças. Conforme destaca Carpinetti (2016): 7 As empresas podem usar a necessidade de padronização como critério para a definição da necessidade de documentação das atividades. A padronização da realização das atividades da operação, primárias e de suporte, é uma regra fundamental para a gestão da qualidade. Por padronização entende-se estabelecer uma maneira única de realizar uma atividade ou tarefa, ou seja, estabelecer um procedimento operacional padrão. ( CARPINETTI, 2016. P.96) Segundo Tortorella (2017 apud LEITE e SILVA 2013), o trabalho padronizado visa criar estabilidade básica nos processos através da eliminação das fontes de variação para balancear a carga de trabalho; e manter a qualidade através das rotinas, e a definição do trabalho devem ser rígida, porém, flexível o suficiente para que possa ser inovado e assim contribuir com os objetivos de custo, qualidade e entrega. O balanceamento de linha e as instruções de trabalho permitem elevar a eficiência de um processo produtivo nas operações das peças ou produtos, pois devem ser fornecidas com detalhes completos, permitindo sua compressão e interpretação. O Trabalho padronizado traz flexibilidade ao processo obtido por meio da utilização de operadores com várias habilidades, demonstrando que o trabalho padronizado pode trazer ganhos significativos na redução dos custos de manufatura e aumento da produtividade. As operações padronizadas resultam no estabelecimento de procedimentos para a execução das atividades, com documentação e exibição nas estações e divisões do trabalho. No desenvolvimento da produtividade, Ford revolucionou a idade moderna, referindo-se aos conceitos aplicados para o operador em pequenas tarefas no processo de montagem com ganhos significativos de tempos de montagem em série, nos tempos aonde a demanda era maior que a capacidade produtiva industrial. O conceito aplicado pelo sistema Lean é um pouco diferente, pois não visa a máxima capacidade produtiva das instalações, e sim a adequação desses elementos de trabalho ao Takt. Essa distribuição das atividades dos operadores em relação ao tempo Takt é composta por algumas etapas como: identificação dos elementos do trabalho; eliminação do trabalho desnecessário, que são as operações e processos que não agregam valor. O conceito de valor é abordado por diversas perspectivas,além de construir uma realidade mais coerente e útil do ponto de vista estratégica, destaca Figueiredo (2018). 8 Barbosa (2016) diz que o trabalho padrão é algo qualificado, inovador e criativo, pois é um trabalho submetido a mudanças e de difícil análise e controle para as peças. Possui alto grau de conhecimento geral e de conhecimento geral de conhecimento específico, é altamente especializado, representando formas de trabalho com muitos conhecimentos qualificados e inovadores. Facin (2016) afirma que esses tipos de trabalho não estão centralizados para padronização, sendo de difícil análise ou pouco formalizados, pois existe um bom ajuste com mudanças inerentes à criatividade e inovação no processo dos produtos. As políticas complementares de gestão da qualidade são extremamente importantes, pois, quando o trabalho é complexo e de difícil medição e controle, requer um reforço nas políticas de incentivo. 2.1.1 Métodos de Inspeção das peças metálicas Segundo Paladini (2011), uma forma de avaliação da qualidade frequentemente considerada é a inspeção final das peças. Como se sabe, a inspeção da qualidade é o processo que visa identificar se uma peça, uma amostra ou um lote atende a certas especificações da qualidade. O procedimento normal para operar a inspeção é o de avaliar níveis da qualidade de um item pelo confronto de seus característicos com padrões preestabelecidos. Em geral, a inspeção é direcionada para algumas características envolvidas na peça. Da avaliação deste característico, contudo, a inspeção pode determinar se toda a peça deve ser excluída de um processo ou de uma etapa do fluxo de produção. Essa decisão, é claro, depende da importância do característico em questão. A inspeção sempre requer alguma decisão a ser tomada, com base em cada característico analisado. Às vezes, pode ser apenas o retorno da peça a alguma operação anterior, ou a necessidade de refazer dada ação. Pode ser, porém, que a inspeção implique a transformação da peça em refugo. A execução da inspeção é sempre desenvolvida segundo regras bem determinadas. Isso evita que a inspeção seja feita conforme gostos, preferências ou outras características subjetivas do agente que realiza a inspeção. A seleção técnica a ser feita nos três últimos casos – finalidade, alcance e forma da inspeção – utiliza-se exatamente normas como esta. Especial atenção deve ser dada aos registros da inspeção. 9 Os registros veiculam as informações resultantes da inspeção. Devem ser relativos aos resultados obtidos. Exige-se que tais registros sejam feitos em nome da precisão que se deve ter na divulgação dos resultados da inspeção. (PALADINI, 2011. P. 111) 2.1.2 Padronização nas empresas Para Silva at al Silva (2017), a padronização é um elemento indispensável para a garantia da qualidade de um determinado produto. Em diversas empresas, a padronização faz parte da qualidade total e das ferramentas gerenciais da rotina do trabalho diário. A importância da padronização está em vários aspectos: ● Padronização para o cliente: consistem em produtos fabricados iguais para diferentes tipos de consumo ou até mesmo peças de reposição. ● Padronização para a empresa: utilizam a mesma quantidade de insumos e embalagens, assim a garantia do produto é sofrer o menor processo possível. ● Padronização para o processo: garantir que um colaborador utilize a mesma rotina para fabricar os produtos, podendo reduzir falhas de processo. A padronização tem o principal objetivo descrever como as atividades devem ser executadas de uma forma simples, assim a empresa mantém um processo produtivo controlado. A qualidade total nas empresas direciona as ações para manter os bons resultados, visando a rotina dos funcionários e simplificando as rotinas de trabalho. Segundo os mesmos autores, existem vários fatores que podem dificultar a padronização nas empresas, como por exemplo, a falta de planejamento, assim não conseguindo os resultados esperados. A padronização reúne ações e equipes de trabalho para observar o padrão que está sendo executado e buscar melhorias e metas. Padronizar é a maneira mais simples possível de realizar as atividades da empresa trazendo resultados diretos e efetivos por meio de padrões técnicos e mensuráveis, e também fazer dinâmica que envolve profissionais da empresa. Para a padronização ser feita é preciso de ferramentas do processo de padronização: fluxogramas, procedimento operacional padrão (POP), instruções de trabalho, alertas da qualidade 10 e checklist de inspeção. A seguir, exemplos de Procedimento Operacional Padrão (POP) e Fluxogramas: O estabelecimento de um sistema de padronização requer todo o trabalho gerenciado nas rotinas de trabalho, da manutenção e da melhoria dos padrões: especificação e projeto (padrões de qualidade), padrões de processo (padrão técnico de processo), e procedimento operacional padrão. Portanto, é essencial que haja um bom sistema de padronização montado na organização e que sirva como referência para o seu gerenciamento, destaca Campos (2014). Segundo o mesmo autor, o estabelecimento de fluxogramas é essencial para a padronização e para o entendimento do processo. Eles são estabelecidos para todas as áreas da empresa pelos próprios colaboradores que ali trabalham de forma participativa. A manutenção dos resultados é obtida pelo cumprimento dos padrões e é possivelmente o aspecto mais importante do controle da qualidade total. 2.2 Plano de Melhorias na empresa: sistema Kaizen e Kanban 11 Filho (2017) afirma que a concorrência enfrentada pelos setores de metalúrgicas no Brasil faz com que as empresas busquem tornarem-se cada vez mais competitivas nesse método. Essa condição induz planos de melhorias contínuas, dentre elas o desenvolvimento dos sistemas produtivos. Assim, uma nova orientação estratégica operacional se faz necessária para atingir os objetivos de maximização dos lucros, e de sobressair-se à concorrência, por meio de uma maior produtividade. Segundo Pires (2017), a concorrência global das indústrias tem impulsionado a se tornarem cada vez mais competitivas, pois a busca por melhorias contínuas torna-se muitas mudanças necessárias no sistema produtivo das organizações. Devido às essas mudanças, existe a necessidade de as organizações adotarem uma nova postura perante seus processos internos de fábrica, clientes, concorrentes e fornecedores, com nova orientação estratégica para atingir os objetivos da organização, tornando-as mais competitiva. A utilização do Kaizen dentro da estrutura do escopo da Produção Enxuta se reverte em benefícios operacionais, sendo ampliados para benefícios financeiros e competitivos para a padronização. Para Filho e Pires (2017), a implementação do Kaizen para as empresas industriais é necessária a aplicação de algumas ferramentas enxutas como o mapeamento do fluxo de valores, e para esses fluxos existem duas etapas. Em sua primeira etapa visualiza-se o fluxo de valor de estado atual e realiza-se a análise do layout das peças desse fluxo verificando onde existem fontes de desperdícios na produção, já na segunda etapa esses desperdícios identificados são reduzidos e cria-se um novo fluxo de valor ou estado futuro, atacando-se também prazos de entrega e redução dos inventários. São considerados sistemas de fluxo em linha ou contínuos, um sistema produtivo onde o layout possui uma alta eficiência e inflexibilidade intensa, geralmente produzindo por longos períodos de tempo, com alto volume e uma variedade baixa de produtos. Assim é considerado contínuo pelo fato do processo ser em um fluxo ininterrupto. Portanto, um sistema de produçãocontínua visa produzir uma maior quantidade no menor tempo possível, ou seja, uma produção constante sem paradas ou interrupções. ( PIRES, 2017) Conforme Filho (2017), uma das funções fundamentais do Sistema Toyota de Produção, que é a produção “puxada” e controlada por uma central de 12 planejamento que considera previsões de futuras demandas e também a padronização que envolve e capacita todos os funcionários para melhorar o sistema como um todo. O trabalho padronizado propõe uma maneira diferente de agir, motivando toda a organização para um trabalho mais eficiente, oferecendo uma qualidade superior a um menor custo. Segundo os mesmos autores, outra ferramenta que auxilia as empresas nesse processo de padronização é o 5S, o qual se origina da primeira letra de cinco operações: Seiri (utilização), Seiton (arrumação), Seiso (limpeza), Seiketsu (normalizar) e Shitsuke (disciplina). O 5S auxilia o desenvolvimento das equipes operacionais no chão de fábrica, alterando o modo de gestão e criando um padrão e disciplina entre todos. Tem como objetivo desenvolver um ambiente visual, limpo e bem organizado, com fluxos claramente identificados, informações e objetos facilmente disponíveis e padronizado visualmente. O Kanban (sistema de controle da produção) é uma ferramenta que funciona entre estações de trabalho consecutivas. Sua principal função é regular os níveis de estoque, mantendo-os o mais baixo possível sem comprometer a produção e o excesso de trabalho e serviço dos operadores. Quando o estoque intermediário da estação de trabalho seguinte está baixo, o Kanban permite que a produção se inicie na estação anterior. 2.3 Fatores de abrangência sobre as ferramentas de qualidade Ferraz (2017) aborda as abordagens específicas de gestão da qualidade com referências às ênfases a princípios e práticas que irão se diferenciar conforme seu setor de atuação, tamanho, contexto externo, entre outras variáveis situacionais. A Gestão da Qualidade Total, mais conhecida por TQM é reconhecida como fator de geração de vantagem competitiva para as organizações, ajudando a ofertarem produtos e serviços de alta qualidade para seus consumidores. Apesar de ser um conceito amplamente adotado no mundo, em especial, nas indústrias, ainda existem problemas a serem sanados para o alcance satisfatório de sua finalidade. Roldan (2017) diz que a gestão da qualidade evoluiu de uma ferramenta estreita e somente orientada para a técnica, para uma filosofia gerencial ou sistema de gestão holístico que abrange como questões centrais, a eficiência, a qualidade de vida no trabalho e a eficácia. A eficiência se fundamenta nas 13 tradições do controle estatístico de processos, engenharia de processos, gestão de operações e pesquisa operacional, com foco na melhoria contínua para qualquer tipo de padronização a ser feita na empresa. Ferraz e Roldan (2017) afirmam que a gestão da qualidade total pode ganhar significados diferentes para pessoas diferentes, por ter sido incorporado em mais de um tipo de organização, cada qual situada em contexto distinto. Para compreensão da abordagem da gestão da qualidade em determinada empresa, a análise pode ser feita ao nível de práticas e não de princípios, pois estes últimos são muito abrangentes para uma investigação empírica, enquanto as práticas são uma faceta mais observável da TQM. Em termos de princípios, a TQM se fundamenta em três itens essenciais: 1) foco sobre consumidores e stakeholders; 2) participação e trabalho em equipe em toda organização; 3) Foco no processo fundamentado na melhoria contínua e aprendizado. As práticas de gestão de qualidade têm sido definidas de maneiras distintas entre os pesquisadores, mas se complementam. Campos (2014) afirma que um dos maiores fatores de abrangência da área da qualidade é o controle da qualidade total, e as organizações humanas são meios destinados a se atingir determinados fins. Controlar uma organização humana significa detectar quais foram os fins, os efeitos ou os resultados não alcançados, analisar esses maus resultados buscando suas causas e atuar sobre essas causas de modo a melhorar os resultados. O ciclo PDCA consiste em um modelo organizado em quatro fases como planejar, fazer, verificar e agir, sendo identificado como um método utilizado para gerenciar a qualidade em situações de melhoria e resultados. É importante ressaltar que o PDCA é um método poderoso de controle, não somente uma ferramenta para auxiliar na solução do problema, destaca Silva at al Silva (2017). Para Silva at al Silva (2017), é possível fazer o uso de alguns recursos de qualidade ou mais conhecido como as sete ferramentas da qualidade para as padronizações da empresa. Vejamos quais são elas: ● Diagrama de Pareto: essa ferramenta é recomendada para identificar problemas e a frequência com que ocorrem; ● Diagrama de Causa e Efeito: mais conhecido como diagrama de espinha do peixe, sua finalidade é organizar o raciocínio e a discussão sobre as causas do problema. 14 ● Estratificação: compreender quais as ações a serem tomadas, em que ponto começar a resolver e o levantamento dos dados essenciais. ● Folha de verificação: conhecida como checklist, auxilia na coleta de dados através de uma planilha. ● Histograma: é utilizado para mostrar informações de uma distribuição de dados bem como o valor central e a dispersão em torno desta. ● Diagrama de Dispersão-Correlação: investigação de um problema e evidências que direcionam para a variação de dois processos. ● Gráficos de controle: são utilizados para controle e acompanhamento de processos e estudam a variação dentro de um limite estabelecido. 2.4 Qualidade em serviços Para Barbosa (2016), a qualidade em serviços de qualidade demonstra diferentes características, como consequência dos produtos e serviços que a empresa desenvolve e dado que os diferentes tipos de trabalho condicionam a forma de administrar a organização, que são: centralização (C), formalização (F), políticas de gestão de pessoas (GP) e nível de conhecimento ou especialização (K). Esses itens podem ajudar na centralização da padronização na empresa em qualquer tipo de trabalho ou serviço. Facin (2016) afirma que a relação entre o tipo de trabalho e a estrutura que a organização deve ter tipo um desenho organizacional para qualquer padronização que a empresa possa achar necessários como uma característica do trabalho e a forma pela qual é organizado e dirigido. É uma estratégia que se explica de uma maneira organizada de uma maneira que corresponde à visão da direção e como se materializa num conjunto de produtos e serviços com os quais se corresponde ao ambiente. Gerolamo e Carpinetti (2016) destacam que a visão geral do sistema da ISO 9001:2015, estabelecem serviços de gestão da qualidade e qualidade total, que são requisitos para certificação em que as atividades só conseguirão atingir os objetivos caso a empresa incorporar os sete princípios de gestão: foco no cliente, melhoria contínua, visão de processos, liderança, decisão baseada em evidência, engajamento de pessoas e relacionamento com stakeholders (influenciados pelo negócio). A melhoria contínua depende muito da cultura organizacional estabelecida pela liderança e de práticas que abordam o processo 15 e decisão baseada em fatos e dados. Cada um dos princípios de relacionamento são destacados a seguir: ⮚ Satisfação dos stakeholders ⮚ Melhoria da eficiência ⮚ Gestão de Relacionamento ⮚ Foco no cliente ⮚ Visão por processos ⮚ Liderança ⮚ Decisão baseada em evidências ⮚ Engajamento das pessoas ⮚ Melhoria ⮚ Redução de riscos 2.5 Caracterizações: Indicadores de desempenho ParaPacheco (2015), os indicadores de desempenho na indústria podem ser um fator decisivo para o sucesso da empresa e para estabelecer os indicadores de desempenho é necessária a dedicação da equipe multidisciplinar, definindo metas e compreendendo as variáveis envolvidas nos processos de fabricação. As metas definidas pela empresa têm por objetivo a sobrevivência no mercado automotivo, através das informações da alta administração cada processo deverá contribuir como resultado desejado para os fornecedores. Deste modo, fica evidente que o resultado dos indicadores parte do comprometimento das pessoas com os objetivos da organização. Segundo Martins (2015), a definição de indicador de desempenho, temos a aplicação como meio de medição mediante a uma peça padrão de comparação. A organização deve manter um padrão de medição definido de acordo com a expectativa dos resultados. O padrão de verificação estabelecido pela organização precisa de critérios qualitativos ou quantitativos, pois, a partir desta compreensão, será possível definir a evolução dos objetivos traçados e das metas comparativas. Contudo, é necessário estabelecer um método comparativo para justificar as ações que surgem da análise final dos resultados. Para Martins e Pacheco (2015) definir indicadores de desempenho, é necessário um planejamento em longo prazo. No processo de análise da situação inicial, o direcionamento da organização deve estabelecer vínculo com as 16 necessidades entre os processos. Após a definição dos indicadores, os procedimentos da organização devem estar alinhados com a execução das atividades. Portanto, as ações sobre os indicadores de desempenho devem ser tomadas de forma sistêmica. A medição dos indicadores deve ter como base as informações geradas pelo sistema. Os processos necessitam de monitoramento dos resultados, deste modo é possível mensurar o impacto sobre o resultado dos demais indicadores. A medição dos indicadores auxilia a gestão da operação e do orçamento. Independente do foco imputado à medição dos indicadores, o objetivo final é a eficiência e eficácia dos processos da organização. Para gerenciamento dos indicadores e objetivos da indústria automotiva, são utilizadas as ferramentas de qualidade. O mercado consumidor procura o carro mais desejado, bonito, útil, econômico, seguro, aquele com melhor custo-benefício e com mais equipamentos de série. Também falam sobre mobilidade, preço, segurança e meio ambiente. Contudo, é preciso aperfeiçoar os recursos com base nas informações geradas através da aplicação das ferramentas da qualidade, contextualizando com resultado geral, com base nas ações que garantem a sobrevivência da organização. A avaliação de desempenho é normalmente feita considerando duas dimensões: eficácia e eficiência. Avaliar a eficácia significa avaliar em que medida o resultado planejado foi atingido. Avaliar a eficiência significa avaliar o quanto de recursos materiais e humanos foi utilizado para a geração do resultado. A eficácia relaciona-se com o atendimento dos requisitos dos clientes e outras partes interessadas. A eficiência relaciona-se à produtividade. ( GEROLAMO, 2016 p.133). Gerolamo e Carpinetti (2016), diz que a análise das relações de causa e efeito de fatores que afetam a eficácia do sistema da qualidade permite que se identifiquem indicadores de desempenho relacionados a esses fatores, ou seja, a avaliação do sistema da qualidade deve incluir a avaliação, por exemplo, das atividades de planejamento, suporte, etc. Os fatores que fazem referência a elementos dessas perspectivas de avaliação são perspectivas de planejamento, clientes, liderança, operação e suporte. Roldan e Ferraz (2017) ressaltam que desempenho da organização tem recebido tratamentos distintos em muitos estudos. Alguns pesquisadores mensuram 17 o desempenho de natureza financeira, como lucratividade, participação no mercado, retorno sobre investimento. Outros avaliam o desempenho operacional da organização, em termos de qualidade de produtos e processos, ou investigam o desempenho referente à satisfação do consumidor. São diversos os termos utilizados: desempenho corporativo, desempenho do negócio, desempenho de qualidade, desempenho não financeiro. Em alguns estudos, o desempenho organizacional é tratado como um constructo multidimensional, e outros o consideram um constructo simples. No presente estudo, está sendo abordado o desempenho inovador, referente aos componentes resultantes da inovação, dentre eles, a inovação de produto, a inovação do processo e a inovação organizacional. Os indicadores da qualidade e da produtividade, ou seja, indicadores da qualidade são mecanismos de avaliação formulados em bases mensuráveis, ou seja, são expressos de forma quantitativa e definidos por números ou valores associados em escalas contínuas. Os elementos de avaliação do indicador considera-se a redução de defeitos, a eliminação de horas de retrabalho e a minimização dos custos com refugos. A conscientização do pessoal envolvido em uma campanha de prevenção de acidentes ou motivação de operadores da linha de produção não são em si, situações que imediatamente podem ser associadas a indicadores, destaca Paladini (2011). 2.6 Prática de controle da qualidade Roldan e Ferraz (2017) afirmam que as práticas de gestão de qualidade têm sido definidas de maneiras distintas entre os pesquisadores, mas se complementam. Essas práticas podem ser definidas como as áreas críticas que a organização deve focar em termos de execução e de avaliação, para conseguir cumprir a sua missão; ou na perspectiva são as práticas representadas pelas áreas gerenciais ou organizacionais para as quais devem ser dadas maior atenção para garantia do sucesso da organização. As práticas desenvolvidas pela qualidade não devem ser compreendidas como objetivos, mas como ações e processos essenciais, que alcançados, garantirão vantagem competitiva. Até o período que antecedeu a Revolução Industrial, a qualidade era uma atividade de autocontrole, realizada pelos artesãos. Nessa fase, o artesão desenvolvia todas as atividades: concepção, escolha de materiais, produção e comercialização, mantendo um contato direto com os clientes. Produziam-se 18 pequenas quantidades de cada produto, e as peças eram ajustadas manualmente. (CARPINETTI, 2016). Segundo o mesmo autor, as práticas de controle da qualidade eram voltados para a inspeção e controle dos resultados dos processos de fabricação, garantindo a conformidade dos resultados e a limitação do processo. Na década de 50, a prática da gestão da qualidade ganhou novas dimensões para o ciclo de produção, pois surgiu gurus da qualidade com novas teorias, como Juran, Feigenbaum, Deming e Ishikawa, serão citados teorias desses mestres da qualidade: ● As contribuições de Juran, livro “Manual de Controle da Qualidade” de 1950, Juran argumenta a adequação do produto ao uso de todos os processos direta ou indiretamente relacionados ao ciclo produtivo devem ser direcionados para o atendimento das expectativas do cliente. ● As contribuições de Feigenbaum, livro “Controle da Qualidade Total” de 1951, Feigenbaum destaca as atividades de controle da qualidade relacionadas a seguir: vender produtos de qualidade, projetar produtos de qualidade, planejar processos com qualidade, comprar material com qualidade, receber e inspecionar material de qualidade, fabricar produtos de qualidade, inspecionar e testar, distribuir com qualidade e por fim instalar e manter. ● As contribuições de Deming, pioneiro da qualidade no Japão, Deming tem 14 pontos em contribuições, mas serão citados alguns aqui como: Estabeleça propósitos para a melhoria do produto e do serviço, objetivandotornar-se competitivo, manter-se em atividade e gerar empregos; Não dependa da inspeção para atingir a qualidade e incorpore qualidade desde o começo; Institua treinamento no local de trabalho. ● As contribuições de Ishikawa, suas atividades é desenvolver ampla qualidade usando as ferramentas da mesma, e ver processo como um conjunto de causas que devem ser controladas para se obter bons produtos e serviços, ele desenvolveu o diagrama de causa e efeito. O diagrama de causa e efeito desenvolve os problemas indesejados no resultado de um processo e as possíveis causas do problema, tomando as ações corretivas a ser tomadas. A estrutura desse diagrama é no formato de um peixe para ilustrar melhor as causas do problema. 19 Segundo Carpinetti (2016), a gestão da qualidade no nível das operações de produção visa a melhoria do desempenho no atendimento dos requisitos dos clientes e ao mesmo tempo a redução dos custos da não qualidade. De modo geral, os custos da qualidade englobam os custos decorrentes da falta de qualidade, assim como os custos para se obter qualidade. Os custos da qualidade podem ser classificados em: Custos devido a falhas internas, Custos devidos a falhas externas, Custos de avaliação da qualidade e Custos de prevenção. Segundo o mesmo autor, o processo de melhoria contínua de produtos e processos envolve basicamente as seguintes etapas como identificação dos problemas prioritários, observação e coleta de dados, análise e busca de causas- raízes, planejamento e implementação de ações e verificação dos resultados. Esse processo é ilustrado de forma mais concisa nas etapas de controle de processos, vejamos a seguir o passo a passo: ⮚ Identificar o problema ⮚ Identificar as causas ⮚ Verificar o resultado ---Meta de Melhoria ⮚ Padronizar ⮚ Estabelecer o controle Para Campos (2014), a prática do controle da qualidade é o principal objetivo de um TQC (Controle da Qualidade Total) e obrigação de todos para ser seguido. O controle da qualidade total é um novo modelo gerencial centrado no controle de processo, tendo como meta a satisfação das necessidades das pessoas. O objetivo mais importante desse controle é garantir a qualidade do seu produto para o seu cliente externo e interno. É desse jeito que provém o famoso conceito: O próximo conceito é o seu cliente. 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Segundo Gil (2017), a pesquisa pode ser definida como um procedimento racional e sistemático, no intuito de resolver os problemas que são propostos. O presente estudo requer informações que em certos casos não se encaixam na pesquisa científica para responder ao problema, ou quando a informação disponível se encontra em tal estado de desordem que não possa ser adequadamente relacionada ao problema. A pesquisa é desenvolvida através de conhecimentos disponíveis e a utilização de métodos e técnicas de cunho 20 científico, portanto, o estudo desenvolve inúmeras fases de processos desde a formulação do problema até a satisfatória apresentação dos resultados. Para melhor desenvolver a metodologia, o planejamento da pesquisa concretiza-se mediante a elaboração de um projeto, que é o documento explicitador das ações a serem desenvolvidas ao longo do processo de pesquisa. O projeto deve, portanto, especificar os objetivos da pesquisa, apresentar a justificativa de sua realização, definir a modalidade de pesquisa e determinar os procedimentos de coleta e análise de dados. Deve, ainda, esclarecer acerca do cronograma a ser seguido no desenvolvimento da pesquisa e proporcionar a indicação dos recursos humanos, financeiros e materiais necessários para assegurar o êxito da pesquisa. (GIL, 2017) Procedimentos metodológicos são a definição do método dedutivo ou indutivo para a escolha dos tipos de pesquisa que serão utilizados, assim como a experimental, a teórica, a exploratória, a explicativa, a bibliográfica, a documental e por fim a qualitativa e a quantitativa. Esses tipos de pesquisa são aplicados e combinados em casos de uso de métodos quantitativos, pela qual se faz o uso da abordagem qualitativa para a discussão dos resultados da pesquisa. (SILVA, CHACON, PEDERNEIRAS e LOPES, 2004) 3.1 Abordagem da Pesquisa Segundo Cresweel (2010), a abordagem de método qualitativo emprega diferentes concepções filosóficas; estratégias de investigação e métodos de coleta dos dados da pesquisa para melhor interpretar os dados. Embora as abordagens sejam similares, eles baseiam-se em dados de texto e imagem, têm passos singulares na análise dos dados e se valem de diferentes estratégias de investigação. A pesquisa de abordagem quantitativa demonstra um projeto de levantamento de dados numéricos ou de tendências, atitudes ou opiniões de uma população, estudando-se uma amostra dessa população. A partir dos resultados da amostra, o pesquisador generaliza ou faz afirmações sobre a população, destaca Creswell (2010). A pesquisa será aplicada no método quantitativo, e na elaboração da mesma serão criadas hipóteses questionando o trabalho padronizado na empresa, terá o apoio do quadro de autores (Apêndice A), no intuito de garantir a satisfação dos colaboradores e obter melhores resultados sobre a interpretação dos mesmos. 21 3.2 Delineamento da Pesquisa A pesquisa exploratória tem a finalidade de descobrir novas teorias e práticas modificando a obtenção de alternativas ao conhecimento científico da pesquisa. O objetivo fundamental é a obtenção de novos princípios para substituírem os dados atuais, pois esse tipo de pesquisa não exige grandes teorias, mas sim experimentação para a coleta de dados com base em modelos inovadores ou explicativos, destaca Jung (2004). Segundo o mesmo autor, a pesquisa descritiva tem a finalidade de observar, registrar e analisar os fenômenos ou sistemas técnicos sem entrar no mérito dos conteúdos. A pesquisa exposta para determinado assunto não pode haver interferência do pesquisador e descobrir a frequência que o fenômeno acontece apontando a estrutura, sistema, método, processo ou realidade operacional. Para Gil (2017), a pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado incluindo material impresso, livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos. Esse tipo de pesquisa está passando por novos formatos para informações em fontes como discos, fitas magnéticas, CDs e matérias disponíveis na Internet. A presente pesquisa utiliza-se no método bibliográfico exploratório para compor a fundamentação teórica dos assuntos abordados, e também para interpretar a problemática da proposta do trabalho. 3.3 Definição da Área ou População ALVO A pesquisa será aplicada com colaboradores, inspetores e auditores da área da qualidade de uma empresa situada no Complexo Industrial Automotivo de Gravataí, RS (sistemista da General Motors), a empresa não terá seu nome divulgado por motivos éticos. A amostra desta pesquisa é garantir mais de 40 entrevistados numa empresa com mais de 400 funcionários. 3.4 Instrumento de coleta Para a realização da pesquisa, será aplicado um questionário (Apêndice B), com perguntas fechadas, na Escala Likert e questões abertas identificando as falhas 22 de processo e planos de melhorias das peças metálicas para o trabalho padronizado na empresa. 3.5 Tratamento dos Dados Os dados obtidos na pesquisa junto com questionário serão comparados aos conceitos desenvolvidos na parte teórica. Serão estudados os números e as tabelas para o levantamento dos resultados garantido com a pesquisa na empresa, identificando os planos de melhoria no trabalho padronizado. Com base nisso, respondendo o assuntoda pesquisa proposta. REFERÊNCIAS BARBOSA, R. A. L; FACIN, C.E.L. Gestão do trabalho: desenho organizacional, processo estratégico e tipos de trabalho. Cad. EBAPE.BR, v. 14, nº 2, Artigo 4, Rio de Janeiro, Abr./Jun. 2016. CAMPOS, Vicente Falconi. TQC: Controle da Qualidade Total ( no estilo japonês). 9ª ed. – Nova Lima: FALCONI Editora, 2014. CARPINETTI, Luiz Cesar Ribeiro; GEROLAMO, Mateus Cecílio. Gestão da Qualidade ISO 9001:2015: requisitos a integração com a ISO 14001:2015/ – 1.ed. – São Paulo: Atlas, 2016. CARPINETTI, Luiz Cesar Ribeiro. Gestão da qualidade: conceitos e técnicas/ Luiz Cesar Ribeiro Carpinetti. – 3.ed. – São Paulo: Atlas, 2016. CRESWELL, John W. Projeto de Pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto / John W. Creswell; tradução Magda Lopes; consultoria, supervisão e revisão técnica desta edição Dirceu da Silva. – 3. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2010. FILHO, M. G.; PIRES, S.R.I. Os Principais Passos Adotados na aplicação de Kaizen em fabricante de componentes Industriais Seriados. Revista Produção Online. Florianópolis, SC, v.17, n. 4, p. 1160-1178, 2017. 23 GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar projetos de pesquisa/ Antônio Carlos Gil. – 5. ed. – São Paulo: Atlas, 2017 JUNG, Carlos Fernando. Metodologia para Pesquisa & Desenvolvimento. Rio de Janeiro: Axcel Books do Brasil Editora, 2004. OLIVEIRA, U. R.; FIGUEIREDO, O. C.. O impacto da padronização dos desperdícios em uma indústria de autopeças. Revista Brasileira de Administração Científica, v.9, n.1, p.115-126, 2018. PACHECO, D. A. J.; MARTINS, M. Análise da Sistemática de Gestão dos Indicadores de Desempenho na Indústria Automotiva. Revista Ingeniería Industrial-Año 14 Nº3: 7-30, 2015. PALADINI, Edson Pacheco. Avaliação Estratégica da Qualidade. 2ª ed. – São Paulo: Atlas, 2011. ROLDAN, V.P.S.; FERRAZ, S. F. S. Práticas de Gestão da Qualidade, Estratégias Competitivas e Desempenho Inovador na Indústria de Transformação Brasileira. Revista Ibero-Americana de Estratégia – RIAE Vol. 16, N. 1. Janeiro/Março. 2017. SILVA, Rosinda Ângela da. Qualidade, Padronização e Certificação. Rosinda Ângela da Silva, Olga Rosa da Silva. Curitiba: InterSaberes, 2017. (Série: Administração da Produção). SILVA, M. C.; CHACON, M. J. M.; PEDERNEIRAS, M. M. M.; LOPES, J. E. G.. Procedimentos Metodológicos para a Elaboração de Projetos de Pesquisa Relacionados a Dissertações de Mestrado em Ciências Contábeis. Revista Contabilidade & Finanças - USP, São Paulo, n. 36, p. 97 - 104, setembro/dezembro 2004. 24 APÊNDICES APÊNDICE A: Quadro de Autores: Teorias X Questões Autor Teoria Objetivos Específicos Questões Figueiredo , 2018 O trabalho padronizado e a melhoria do desempenho operacional abordam uma relação por meio de uma pesquisa- ação com mensuração dos resultados através dos indicadores de produtividade, qualidade e segurança. ● Avaliar as documentaçõe s dos processos de montagem para o bom andamento do trabalho padronizado; a)O trabalho padronizado e as documentações do processo de montagem, melhora os níveis de produção e a qualidade das peças? b) O Kaizen consiste em benefícios operacionais, financeiros e competitivos para empresa, em sua opinião é o padrão ideal para sua empresa utilizar? c) O estabelecimento de fluxogramas é essencial para a padronização e para o entendimento do processo de produção ou inspeção? Paladini, 2011 Uma forma de avaliação da qualidade frequentemen te considerada é a inspeção. Como se sabe, a inspeção da qualidade é o processo que visa identificar se uma peça, uma amostra ou um lote ● Analisar os possíveis planos de controle com seus respectivos itens e frequência com métodos de medição no momento da inspeção final; a)A inspeção é uma ferramenta da qualidade na verificação das peças , em sua opinião é o método mais adequado na hora de qualificar as peças? b) A padronização tem o principal objetivo descrever como as atividades devem ser executadas de uma forma simples. Dessa forma, a empresa mantém um processo produtivo controlado. c) A execução da 25 atende a certas especificaçõe s da qualidade. O procedimento normal para operar a inspeção é o de avaliar níveis da qualidade de um item pelo confronto de seus característico s com padrões preestabeleci dos. inspeção é sempre desenvolvida segundo regras bem determinadas. Isso evita que a inspeção seja feita conforme gostos, preferências ou outras características? Campos, 2014 Um dos maiores fatores de abrangência da área da qualidade é o controle da qualidade total, e as organizações humanas são meios destinados a se atingir determinados fins. Controlar uma organização humana significa detectar quais foram os fins, os efeitos ou os resultados não alcançados, analisar esses maus resultados buscando ● Identificar as falhas de processo e os possíveis planos de melhorias, usando as ferramentas de qualidade; a)Toda vez que houver falhas na produção ou inspeção final das peças , o alerta da qualidade é o melhor plano de melhorias na empresa? b) O controle da qualidade total é um novo modelo gerencial centrado no controle de processo. Esse controle é de boa garantia na qualidade do seu produto para o seu cliente externo e interno? c) É necessário usar as sete ferramentas da qualidade na hora que aparecerem os problemas de processos de fabricação? 26 suas causas e atuar sobre essas causas de modo a melhorar os resultados. APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO GESTÃO DA QUALIDADE: TRABALHO PADRONIZADO EM UMA EMPRESA DO COMPLEXO INDUSTRIAL AUTOMOTIVO DE GRAVATAÍ/RS Prezados colaboradores, solicito o preenchimento do seguinte questionário, que levará poucos minutos. A pesquisa desenvolvida tem por objetivo fins acadêmicos, e os dados permanecerão em sigilo. A sua colaboração é extremamente importante, bem como a veracidade nas respostas que irão compor a pesquisa. Obrigado pela atenção de todos. Escolher apenas UMA alternativa por questão. 1. Idade: ( ) Entre 18 a 24 anos ( ) Entre 25 e 34 anos ( ) Entre 35 e 44 anos ( ) Entre 45 e 54 anos ( ) 55 anos ou mais 2. Gênero: ( ) Feminino ( ) Masculino 3. Cidade onde reside: ( ) Gravataí ( ) Cachoeirinha ( ) Outro(a):___________ 4. Escolaridade: ( ) Ens. Fundamental Incompleto ( ) Ens. Fundamental Completo ( ) Ens. Médio Incompleto ( ) Ens. Médio Completo ( ) Ens. Superior Incompleto ( ) Ens. Superior Completo 27 5. Estado Civil: ( ) Solteiro(a) ( ) Casado(a) ( ) União Estável ( ) Separado(a)/ Divorciado(a) ( ) Viúvo(a) 24 As questões do número 6 ao 16 têm escala de concordância nas respostas, que vai de 1 = Discordo Plenamente à 5 = Concordo Plenamente. Os valores 2, 3 e 4 representam posições intermediárias. 1 = Discordo Plenamente, 2 = Discordo, 3 = Nem concordo, nem discordo, 4 = Concordo e 5 = Concordo Plenamente. 5 4 3 2 1 6. O trabalho padronizado e as documentações do processo de montagem, melhoram os níveis de produção e a qualidade das peças? 7. O Kaizen consiste em benefícios operacionais, financeiros e competitivos para empresa, em sua opinião é o padrão ideal para sua empresa utilizar? 8. O estabelecimento de fluxogramas é essencial para a padronização e para o entendimento do processo de produção ou inspeção? 9. A inspeção é uma ferramenta da qualidade na verificação das peças , em sua opinião é o método mais adequado na hora de qualificar as peças? 10. A padronização tem o principal objetivo descrever como as atividades devem ser executadas de uma forma simples.Dessa forma, a empresa mantém um processo produtivo controlado? 11.A execução da inspeção é sempre desenvolvida segundo regras bem determinadas. Isso evita que a inspeção seja feita conforme gostos, preferências ou outras características? 12. Toda vez que houver falhas na produção ou inspeção final das peças , o alerta da qualidade é o melhor plano de melhorias na empresa? 13. O controle da qualidade total é um novo 28 modelo gerencial centrado no controle de processo. Esse controle é de boa garantia na qualidade do seu produto para o seu cliente externo e interno? 14. É necessário usar as sete ferramentas da qualidade na hora que aparecerem os problemas de processos de fabricação? 17. Em sua opinião, quais os outros métodos que podem ser feitos na hora de verificar um problema de inspeção, padronização ou fabricação das peças metálicas? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 29
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