Buscar

Perguntas - Jurisdição

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1ª Parte – (já enviada por e-mail no dia 21/03/2020)
1) O que é jurisdição?
A palavra jurisdição vem do latim ius (direito) e dicere (dizer), querendo significar a “direção do direito”, correspondendo à função jurisdicional, que emana do Estado. Logo a jurisdição é uma função do Estado, pela qual este atua o direito objetivo na composição dos conflitos de interesses.
2) Quais os princípios da jurisdição? Defina cada um deles.
· Princípio da investidura: a jurisdição somente é exercida por quem tenha sido regularmente e legitimamente investido na autoridade de juiz, em regra por concurso público;
· Princípio da aderência ao território: os magistrados somente têm autoridade nos limites territoriais do Estado;
· Princípio da indelegabilidade: é vedado ao juiz, que exerce atividade pública, delegar as suas funções a outra pessoa ou mesmo a outro Poder estatal;
· Princípio da inafastabilidade ou indeclinabilidade: segundo o qual a todos é possibilitado o acesso ao Judiciário em busca da solução de suas situações litigiosas e conflitos de interesses em geral, bem assim para a administração de interesses privados pela jurisdição voluntária (artigo 5º, inciso XXXV da CF/1988);
· Princípio do juiz natural: assegura que ninguém pode ser privado do julgamento por juiz independente e imparcial, indicado pelas normas constitucionais e legais, proibidos os juízos/tribunais de exceção (artigo 5º, inciso XXXVII, da CF/1988);
· Princípio da inércia: não pode haver “jurisdição sem ação”, pois a jurisdição depende de provocação do interessado mo seu exercício. Em regra, as partes têm que tomar a iniciativa de pleitear a tutela jurisdicional.
· Princípio do acesso à justiça: é assegurado a todos o acesso ao Judiciário, para defesa de seus direitos. Primeiro o sistema deve ser igualmente acessível a todos e segundo, deve ele produzir resultados que sejam individual e socialmente justos.
· Nula poena sine iudicio: é um princípio exclusivo da jurisdição penal, significando que nenhuma sanção penal pode ser imposta sem a intervenção do juíz, através do competente processo.
3) Qual a diferença entre jurisdição contenciosa e voluntária?
	Jurisdição contenciosa
	Jurisdição voluntária
	· Atividade jurisdicional
(substitutiva)
	· Atividade administrativa
(não substitutiva)
	· Escopo de atuar a lei
	· Escopo constitutivo
	· Existência de partes
	· Existência de interessados
	· Produz coisa julgada
	· Não há coisa julgada
	· Existe um lide
	· Existe um dissenso de opinião
4) Quais os critérios existentes para distinguir jurisdição contenciosa e jurisdição voluntária?
· Critério da contenciosidade da relação jurídica;
· Critério da coação;
· Critério da pressão e prevenção;
· Critério de constitutividade;
5) Em que consiste a tese revisionista do conceito de jurisdição voluntária? 
Contrariando a doutrina tradicional, que afirma a natureza administrativa da jurisdição voluntária, negando haver nela atividade jurisdicional, opõe-se a tese revisionista, que afirma o seu caráter de verdadeira e própria jurisdição, permitindo a seus adeptos falar em processo contencioso e processo voluntário.
6) Pode-se afirmar que, na arbitragem, há exercício de jurisdição?
Na arbitragem existe o exercício de verdadeira jurisdição, só que exercida por orgãos-pessoas, aos quais o Estado reconhece uma parcela do seu poder, e cujas decisões ele chancela com o selo de sua autoridade, outorgando-lhes idêntica eficácia à que confere às decisões de seus próprios juízes.
2ª Parte
7) “Jurisdição é a função atribuída a terceiro imparcial para que realize o direito de maneira imperativa e criativa, reconhecendo/protegendo/efetivando situações jurídicas concretamente deduzidas, através de decisão insuscetível de controle externo e com aptidão a tornar-se indiscutível.” (Fredie Didier Junior)
As premissas abaixo integram o conceito de jurisdição proposto por Fredie Didier Junior. Explique cada uma dessas premissas separadamente. 
a) Decisão por terceiro imparcial.
As partes resolvem eleger um terceiro imparcial de boa-fé para que ponha fim a lide, achando uma solução para a mesma. Logo, a imparcialidade do juiz consiste na ausência de vínculos subjetivos com o processo, mantendo-se o julgador distante o necessário para conduzir o litígio com isenção.
b) Imperatividade e inevitabilidade da jurisdição.
Para o exercício da jurisdição o Estado dispensa a anuência do demandado. E os resultados do processo serão impostos às partes, independentemente de aceitação.
c) A jurisdição constitui atividade criativa.
É através da jurisdiçãoque se cria a norma jurídica do caso concreto.
d) A jurisdição sempre atua em uma situação jurídica concreta.
É preciso perceber que a juriscÍição sempre atua sobre uma si· tuação concreta, um determinado problema que é levado à apreciação do órgão jurisdicional. A atuação jurisdicional é sempre tópica. O raciocínio do órgão jurisdicional é sempre problemático: ele é chamado a resolver um problema concreto.
e) Insuscetibilidade de controle externo.
A jurisdição tem competência para avaliar os atos administrativos e legislativos, mas estes, não tem competência para avaliar a jurisdição, a mesma só poderá ser controlada pela própria jurisdição.
f) Aptidão para a coisa julgada.
A coisa julgada é situação jurídica que diz respeito exclusivamente às decisões jurisdicionais. Somente uma decisão judicial pode tornar-se indiscutível e imutável pela coisa julgada.
8) Quais são as espécies de jurisdição? Aponte e explique cada uma das classificações.
· Quanto à gradação dos seus órgãos: jurisdição inferior e jurisdição superior.
A jurisdição inferior é a que se exerce na primeira instância, por juízo que conhece e julga, originalmente, as causas: a jurisdição superior é a exercida nos tribunais, por força de recurso interposto em causa já sentenciada, como consequência do duplo grau ou por força de remessa necessária.
· Quanto à matéria; jurisdição penal e jurisdição civil;
A jurisdição penal tem por objeto as lides de natureza penal; a jurisdição civil compreende as causas de natureza extrapenal, como as civis, comerciais, administrativas, tributárias, constitucionais, trabalhistas, etc.
· Quanto à origem: jurisdição legal e jurisdição convencional;
A jurisdição legal é permanente, nasce da investidura do juiz no cargo com as atribuições próprias de seu ofício, de dizer ou declarar o direito; a jurisdição convencional é momentânea, exercida pelo àrbitro pu tribunal arbitral, por força de compromisso assumido pelas partes.
· Quanto aos organismos judiciários que a exercem: jurisdição especial e jursidição comum;
A jurisdição especial tem o seu campo de atuação assinalado pela lei, como a militar, eleitoral e trabalhista; e a jurisdição comum tem competência sobre todas as causas que não estejam expressamente atribuídas a outras jurisdições, como a jurisdição comum federal e estadual.
· Quanto à forma: jurisdição contenciosa e jurisdição voluntária;
A jurisdição contenciosa é exercida em face de litígio, quando há controvérsia, e a jurisdição vonlutária, quando o juiz se limita a homologar a vontade dos interessados, ou quando o juiz decide, mas em face de interesses não litigiosos.
9) Sobre os procedimentos de jurisdição voluntária, leia o Capítulo XV, do Título III, do Livro I, do Código de Processo Civil e, em seguida, responda:
a) Quais são os pedidos que tramitam pelo procedimento comum de jurisdição voluntária? (art. 725, do CPC)?
· emancipação; 
· sub-rogação;
· alienação, arrendamento ou oneração de bens de crianças ou adolescentes, de órfãos e de interditos;
· alienação, locação e administração da coisa comum; 
· alienação de quinhão em coisa comum;
· extinção de usufruto, quando não decorrer da morte do usufrutuário, do termo da sua duração ou da consolidação, e de fideicomisso, quando decorrer de renúncia ou quando ocorrer antes do evento que caracterizar a condição resolutória; 
· expedição de alvará judicial; 
· homologação de autocomposição extrajudicial, de qualquer natureza ou valor.
 b) Quais são os procedimentosespeciais de jurisdição voluntária (art. 726 e seguintes, do CPC)?
O CPC, nos arts. 726 a 770, prevê onze procedimentos específicos de jurisdição voluntária, quais sejam:
· notificação e interpelação;
· alienação judicial;
· extinção consensual de união estável e matrimônio, e alteração do regime de bens do matrimônio;
· testamento e codicilos;
· herança jacente; 
· bens do ausente; 
· coisas vagas;
· interdição; 
· tutela e curatela; 
· organização e fiscalização das Fundações;
· ratificação dos protestos marítimos e dos processos testemunháveis formados a bordo.
 
10) O que é a tutela cognitiva?
Na doutrina clássica, entende-se por tutela cognitiva (ou de conhecimento) a que acerta o direito, ou seja, contém a afirmação acerca da existência ou não do direito postulado em juízo.
11) Qual a diferença entre cognição exauriente e cognição sumária? Exemplifique. 
Sumária, como o próprio nome já diz, é uma cognição apressada, que exige uma resposta rápida do juiz. Assim, ela acontece antes que sejam produzidas todas as provas possíveis, e antes mesmo de que as partes estabeleçam todo o debate que podem estabelecer no processo. Exemplos de situações de cognição parcial são as tutelas de urgência. Já a cognição exauriente é aquela que acontece após o estabelecimento do contraditório, com todo o debate das partes, e a produção de prova. Ela é a cognição encontrada na sentença.
12) O que é uma tutela executiva?
A tutela executiva é usualmente definida como a que engloba a satisfação ou realização de um direito já acertado.
13) O que são títulos executivos judiciais? E títulos executivos extrajudiciais?
O título executivo judicial é formado mediante atuação jurisdicional, enquanto o título executivo extrajudicial é formado por ato de vontade das partes envolvidas na relação jurídica de direito material (ou somente de uma delas).
14) O que é uma tutela provisória? Quais os requisitos?
A tutela provisória é uma tutela jurisdicional sumária e não definitiva.
· É sumária porque fundada em cognição sumária, ou seja, no exame menos aprofundado da causa. Na tutela provisória exige-se apenas um juízo de probabilidade e não um juízo de certeza.
· Não é definitiva porque pode ser revogada ou modificada em qualquer tempo. A tutela provisória normalmente não dura para sempre e pode ser substituída por outra tutela.
15) Quais os tipos de tutela provisória? 
A tutela provisória pode ser de urgência ou de evidência.
· Tutela de urgência: exige-se periculum in mora.
· Tutela de evidência: não se exige periculum in mora.
A tutela de urgência, antecedente ou incidental, pode ser cautelar (quando for conservativa) ou antecipada (quando for satisfativa).
16) O que é tutela antecipada e o que é tutela cautelar?
Entende-se por tutela cautelar uma ação com o objetivo de garantir o êxito do processo principal, assegurando a eficácia do resultado e evitando que, com o passar do tempo, o mesmo se torne inútil. De acordo com o Livro III do Processo Cautelar do Código de Processo Civil, a precaução cautelar é ato judicial que ao mesmo tempo declara interesses e os satisfaz temporariamente.
Portanto, a tutela cautelar pode ser definida como uma tutela definitiva não satisfativa com efeitos antecipáveis. Ela tem como objetivo, portanto, preservar os efeitos úteis da tutela definitiva satisfativa.
Já a tutela antecipada é caracterizada por dar eficácia imediata à tutela definitiva. A característica de antecipação dos efeitos da tutela é a capacidade que o advogado dá ao juiz de conceder antecipadamente ao requerente o que somente poderia ser obtido com uma sentença de procedência de mérito. Entretanto, o juiz só concede a tutela antecipada mediante prova substancial e irrefutável, ou seja, somente se ele estiver totalmente convencido que as alegações são verdadeiras.
A tutela antecipada, quando de caráter temporário, pode ser revertida.
17) O que é tutela de evidência? Cite as hipóteses previstas no CPC.
Trata-se de uma tutela jurisdicional sumária satisfativa, fundada em um juízo de alta probabilidade ou de quase certeza da existência do direito que prescinde da urgência.
HIPÓTESE (art. 311 do NCPC)
a) Inciso I – tutela punitiva;
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;
a) Trata da tutela punitiva: ABUSO DO DIREITO DE DEFESA (a maioria sustenta que é uma tutela punitiva ou sancionatória; outros dizem que não é uma punição, pois, se fosse, sobreviveria à improcedência).
b) Abuso de direito é um desvio de finalidade, vale dizer, a parte se utiliza de um direito para obter um fim não desejado pelo ordenamento jurídico (tem direito de defesa, mas está usando este direito apenas para protelar).
c) É preciso observar o comportamento do réu durante o processo (não é só na contestação).
d) Exemplo de abuso do direito de defesa: subtrair documentos dos autos; prestar informações erradas; adotar fundamentação antagônica no processo conexo (em um processo fala uma coisa e no outro processo fala outra coisa) ou apresentar contestação padrão, com argumentos que não dizem respeito a inicial.
e) Segundo o FPPC 34, considera-se abusiva a defesa da administração pública que contraria orientação administrativa vinculante.

Continue navegando