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Aula I: Toxicologia Geral Professora: Greicy Michelle M. Conterato Universidade Comunitária da Regiâo de Chapecó Área: Ciências da Saúde Curso: Medicina Disciplina: Saúde do Adulto e do Idoso II Módulo: Toxicologia Programa da disciplina • Introdução à toxicologia: – Toxicologia e áreas de atuação; Fases da Intoxicação; Toxicocinética; Toxicodinâmica. • Toxicologia de medicamentos: – Monitorização terapêutica e Intoxicações por medicamentos: • paracetamol, salicilatos, antibióticos, imunossupressores, dipirona, broncodilatadores, digoxina, colchicina, • neuropsicofármacos: barbitúricos, benzodiazepínicos, anticonvulsivantes e antipsicóticos 1. INTRODUÇÃO À TOXICOLOGIA Programa da disciplina • Toxicologia Social Drogas de abuso: – Estimulantes (cocaína, anfetaminas); – Depressores (opiáceos e opióides); – Perturbadores do SNC (canabinóides, anticolinérgicos, ecstasy, ketamina, LSD-25); – Club Drugs, Date-rape Drugs. • Toxicologia Ocupacional: Metais e Praguicidas – Chumbo; Cádmio; Mercúrio; Arsênio; – Praguicidas: Inibidores da Colinesterase, Piretrinas e Piretróides e Herbicidas. 1. INTRODUÇÃO À TOXICOLOGIA Toxicologia • Origem da palavra grega “toxikon” – veneno das flechas “logos” – estudo de “toxikos” - arco 1. INTRODUÇÃO À TOXICOLOGIA Toxicologia É a ciência que estuda os efeitos nocivos produzidos por substâncias químicas sobre os organismos vivos em condições específicas de exposição. 1. INTRODUÇÃO À TOXICOLOGIA Toxicologia O Toxicologista avalia: Ocorrência; Incidência; Natureza; Mecanismos; Fatores de risco. Leves Moderados Graves 1. INTRODUÇÃO À TOXICOLOGIA Critérios para a caracterização do efeito NOCIVO ou TÓXICO: Exposição prolongada transtornos funcionais e/ou da capacidade do organismo em compensar nova sobrecarga; ↓ capacidade do organismo em manter a homeostasia; ↑ Suscetibilidade aos efeitos tóxicos de fatores ambientais. INTRODUÇÃO À TOXICOLOGIA 1. INTRODUÇÃO À TOXICOLOGIA Outros conceitos importantes em Toxicologia: 1. INTRODUÇÃO À TOXICOLOGIA Agente tóxico Toxicante Xenobiótico Dano ao organismo Disfunções Morte Aspecto qualitativo (CCl4) x quantitativo (Cloreto de vinila, toxina botulínica, etc) Outros conceitos importantes em Toxicologia: 1. INTRODUÇÃO À TOXICOLOGIA Aplicação da toxina botulínica em doses baixas Uso do selênio Paracelsus, 1493 - 1541 1. INTRODUÇÃO À TOXICOLOGIA “Toda substância é tóxica, não há nenhuma que não seja tóxica; é a dose que diferencia uma substância tóxica e um medicamento.” Outras condições : Vias de introdução; Dose, frequência, duração da exposição. QUANTO À ORIGEM Naturais Minerais Vegetais Animais Sintéticos Dioxina DDT QUANTO À FORMA Sólido Líquido Gasoso Vapor Radiação QUANTO AO ÓRGÃO-ALVO Hepatotóxicos Neurotóxicos Nefrotóxicos Cardiotóxicos QUANTO AO EFEITO Mutagênicos Carcinogênicos Embriofetotóxicos QUANTO AO USO Praguicidas Solventes Alimentos Medicamentos Matéria-prima Classificação dos Toxicantes 1. INTRODUÇÃO À TOXICOLOGIA Classificação dos agentes tóxicos • Gases tóxicos: – Irritantes; – Asfixiantes. • Compostos voláteis: – Solventes; – Metanol; – Etanol. • Orgânicos não voláteis: – Fármacos; – Drogas; – Agrotóxicos. • Inorgânicos: – Metais pesados. 1. INTRODUÇÃO À TOXICOLOGIA Veneno Substância química ou mistura de substâncias que causa intoxicação ou morte com baixas doses. Termo usado para designar substâncias provenientes de animais: cobras, abelhas, ... (AUTODEFSA ou PREDAÇÃO). Outros conceitos importantes em Toxicologia: Toxina moléculas protéicas de origem natural (microorganismos, plantas, animais) causam efeitos tóxicos. 1. INTRODUÇÃO À TOXICOLOGIA Outros conceitos importantes em Toxicologia: Droga Substância química modificação dos processos fisiológicos ou patológicos com ou sem benefícios à saúde. Cannabis sativa Analgesia, relaxamento muscular, sedativo. 1. INTRODUÇÃO À TOXICOLOGIA Outros conceitos importantes em Toxicologia: Droga Efeito benéfico Efeito tóxico FARMACOLOGIA TOXICOLOGIA Fármaco Agente tóxico 1. INTRODUÇÃO À TOXICOLOGIA Outros conceitos importantes em Toxicologia: Antídoto Antagonismo Exemplos: n-acetilcisteína x paracetamol; Quelantes x metais pesados; Oximas x praguicidas organofosforados. Outros conceitos importantes em Toxicologia: 1. INTRODUÇÃO À TOXICOLOGIA Toxicidade Capacidade inerente a uma substância química de produzir EFEITO NOCIVO sobre um organismo vivo “CASCATA DE EVENTOS”: 1. INTRODUÇÃO À TOXICOLOGIA Exposição Distribuição Biotransfor mação Interações c/ biomoléculas EFEITO NOCIVO ATENUAÇÃO: Excreção Reparo Outros conceitos importantes em Toxicologia: Fatores que interferem na toxicidade de um agente tóxico: • Idade, genética, gênero, dieta, condição fisiológica ou estado de saúde do organismo. Toxicidade aguda; Toxicidade subaguda; Toxicidade subcrônica; Toxicidade crônica. Outros conceitos importantes em Toxicologia: 1. INTRODUÇÃO À TOXICOLOGIA Toxicidade x Risco • Risco Probabilidade estatística de uma substância química de provocar efeitos nocivos. Assim: Uma substância química pode ter elevada toxicidade e baixo risco de causar intoxicações nas condições em que é utilizada!! 1. INTRODUÇÃO À TOXICOLOGIA Ação tóxica atividade sobre as estruturas teciduais MECANISMO DE AÇÃO. Intoxicação manifestação dos efeitos tóxicos alterações bioquímicas desequilíbrio fisiológico. – Sinais, sintomas ou exames laboratoriais. 1. INTRODUÇÃO À TOXICOLOGIA AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE DE UMA SUBSTÂNCIA QUÍMICA Análise dos dados toxicológicos de uma substância ou composto químico, com o objetivo de classificá-lo; O objetivo é saber se há risco ou perigo! Risco x Perigo • TODAS as substâncias são potencialmente tóxicas, assim como TODAS podem ser usadas de forma segura. • Condições de exposição < limites de tolerância; • Quando não for possível EVITAR a exposição. Ex: metais pesados CONSIDERAÇÕES GERAIS 2. AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE CONSIDERAÇÕES GERAIS • A toxicidade depende dos seguintes fatores: • Propriedades físico-químicas da substância; • Condição da exposição; • Susceptibilidade do sistema biológico. 2. AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE Fatores a serem investigados 1.Informações preliminares da substância; 2.Determinar toxicidade aguda, sub-crônica e crônica; 3. Avaliar a capacidade mutagênica, carcinogênica e teratogênica; 4. Determinar a toxicocinética; 5. Avaliar possíveis efeitos tópicos e reações alérgicas. 2. AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE Caracterização química: - Conhecimento da substância que será submetida ao estudo de toxicidade CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL. - Conhecimento quali e quantitativo das impurezas; - Determinação de propriedades físico-químicas. 1. INFORMAÇÕES PRELIMINARES: 2. AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE Determinação de propriedades físico-químicas: COR, ODOR; PF e PE; Pressão de vapor; Densidade; Viscosidade; Solubilidade e volatilidade 1. INFORMAÇÕES PRELIMINARES: 2. AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE 1. INFORMAÇÕES PRELIMINARES: Importância dessas determinações: Orientar quanto aos solventes, dissolução da amostra e via de administração. Comportamento da substância no ambiente (distribuição - ÁGUA, AR ou SOLO? - e ecossistema mais provavelmente afetado). Sempre que possível incluir nessa fase dados relativosaos possíveis níveis de exposição da população à substância. 2. ESTUDOS DE TOXICIDADE AGUDA Efeito tóxico testado em animais: Curto período: cerca de 24 horas; Única ou múltiplas exposições (potência ou efeitos cumulativos); Restrita a uma substância; Testar em diferentes espécies/linhagens e ambos os sexos; Qualquer via de administração. AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE 2. ESTUDOS DE TOXICIDADE AGUDA AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE OBJETIVOS: Caracterizar a relação dose-resposta cálculo da DL50 Parâmetro de toxicidade aguda (RELATIVA); Caracterizar a CL50 testes de LETALIDADE por inalação ou em indivíduos de meio aquático; Identificar mecanismos de ação; Determinar órgãos ou sistemas alvos testes anatomo- patológico. Determinar se os efeitos são reversíveis. Qual é o significado da DL50? Após administração oral de 1,5 g de AAS por kg de peso animal... ...50% da população morre ou existe a chance de 50% dos organismos morrerem. AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE 2. ESTUDOS DE TOXICIDADE AGUDA AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE Dose letal provável para humanos Toxicidade Dose, mg/kg de peso 1. Praticamente não tóxica > 15 000 2. Ligeiramente tóxica 5000 - 15 000 3. Moderadamente tóxica 500 - 5000 4. Muito tóxica 50 - 500 5. Extremamente tóxica 5 - 50 6. Super tóxica < 5 Rodrick, J.V. Calculated risks. 1994 AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE DL50 - Dose letal 50 • DL50 aproximada de alguns agentes químicos: Casarett & Doll`s 1991- capítulo 2 AGENTE DL50 (mg/kg) Etanol 10.000 Cloreto de sódio 4.000 Sulfato ferroso 1.500 Morfina 900 Estricnina 2 Nicotina 1 Dioxina (TCDD) 0,001 Toxina botulínica 0,00001 AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE • Concentração do agente tóxico presente na atmosfera necessária para matar 50% dos animais em estudo. CL50 - Concentração letal 50 Resumindo: DL50 mg/kg peso corporal CL50 mg/L de ar no ambiente de teste 2.2 TOXICIDADE SUBCRÔNICA Efeito tóxico em animais produzidos por: Exposições diárias repetidas em um período limitado de tempo (maior do que 21 dias, mas menor do que 90 dias). Qualquer via de administração (geralmente ORAL); Animais: duas espécies (uma NÃO ROEDORA), utilizando pelo menos 3 doses. AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE 2.2 TOXICIDADE SUBCRÔNICA Examinar os animais ao menos uma vez ao dia quanto à: Consumo da ração; Alteração do peso, cor e textura dos pêlos; Anormalidades motoras e comportamento; Após o término da exposição sacrificar e retirar os órgãos; Avaliações bioquímicas no sangue e urina. AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE 2.2 TOXICIDADE SUBCRÔNICA Objetivos: Determinar níveis nos quais não se observam efeitos tóxicos: Identificar e caracterizar os órgãos afetados e a severidade após as exposições repetidas. Se o efeito após o tempo de tratamento efeito devido ao acúmulo da substância ou não??? AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE 2.2 TOXICIDADE SUBCRÔNICA Objetivos: AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE Se os efeitos são reversíveis determinar tempo de observação pós tratamento. Definir doses para estudos de toxicidade crônica. 2.3 TOXICIDADE CRÔNICA Efeito tóxico após repetidas exposições por um longo período: Geralmente durante toda a vida do animal, ou > 80% do tempo de vida; Testes realizados por um período de 3 meses a 1 ano; Fornece informações acerca de toxicidade cumulativa e/ou carcinogênica,mutagênica e teratogênica. AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE Após a determinação dos índices de toxicidade da substância química, deve-se: 3. Avaliar a capacidade mutagênica, carcinogênica e teratogênica; 4. Determinar a toxicocinética; 5. Avaliar possíveis efeitos tópicos e reações alérgicas. AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE 3. AVALIAÇÃO TOXICOCINÉTICA TOXICOCINÉTICA: É a determinação e quantificação da absorção,distribuição, biotransformação e excreção, em função do tempo, de um agente tóxico. AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE Doses Agente químico Exposição Entrada no organismo Toxicocinética: Absorção Distribuição Biotranformação Eliminação Toxicodinâmica: Interação do agente químico-receptor, no órgão Efeito Dérmica, Digestiva Respiratória Secundária: Parenteral: IM, EV mucosas FASES DA UMA INTOXICAÇÃO AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE 3.1. Exposição • É uma medida do contato entre o agente químico e o organismo, é função da concentração e do tempo. AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE - TOXICOCINÉTICA 3.1.1 Tipos de Exposição • A) De curta duração ou aguda: • Uma ou várias exposições, em um período de 24 horas ou menos; o agente químico é rapidamente absorvido e produz efeito agudo, intoxicação. AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE - TOXICOCINÉTICA • Produz-se por quantidades pequenas, durante períodos longos; Os efeitos podem aparecer de imediato, depois de cada exposição ou produzir efeitos crônicos (carcinógenos). 3.1.1 Tipos de Exposição B) Exposição em longo prazo AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE - TOXICOCINÉTICA Ser humano Alimentos Medicamentos (via oral, im, iv) Exposição ocupacional (oral, dérmica, respiratória) Ar Água Exposição ocasional (acidentes, uso de cosméticos) 1 .2 F o n te s d e ex p o si çã o Exposição ambiental X Exposição ocupacional Exposição ambiental Exposição ocupacional População Crianças, adultos. anciãos, enfermos, hipersuscetíveis Adultos saudáveis Tempo 24 horas 8 h/ 5 dias, semana Agente químico Mistura, baixas concentrações Agentes desconhecidos, concentrações baixas Agente químico único Misturas conhecidas Concentrações altas AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE - TOXICOCINÉTICA 3.2. Absorção • A absorção implica que a substância química atravesse as membranas biológicas. • MECANISMOS e VIAS. AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE - TOXICOCINÉTICA Fonte: Repetto, 1997 3.2.1 Mecanismos de absorção de xenobióticos – Transporte através das membranas Composição da membrana 3.2.1 Transporte através da membrana Transporte passivo A) Difusão simples B) Filtração Transportes especializados A) Transporte ativo B) Difusão facilitada C) Endocitose Transporte Passivo A) Membrana lipídica intracelular extracelular Toxicante Toxicante Substâncias de natureza ácida atravessam mais facilmente a membrana em pH ácido. Fatores interferentes: Lipossolubilidade, Coef. O/A, concentração e ionização do agente químico (depende do pH do meio). • depende do tamanho, carga e forma das partículas B) Filtração extracelular intracelular Toxicante Toxicante membrana celular Transporte Passivo A) Transporte Ativo Requer um “transportador” Realiza-se contra gradiente de concentração Implica gasto de energia (ATP) Utilizado apenas por substâncias de peso molecular elevado, hidrossolúveis ou ionizadas Mecanismo utilizado por ácidos e bases fortes Transporte Especializado A) Transporte ativo Líquido extra-celular Citoplasma Sítios de fixação de K+ Bomba K+/ Na+ Sítios de fixação de Na+ Fonte: http://sis.nlm.nih.gov/enviro/toxtutor/Tox2/index.html Fonte: http://sis.nlm.nih.gov/enviro/toxtutor/Tox2/index.html Exemplos de transportadores no transporte ativo: Mdr1/P-gp: Glicoproteína P intestino, pulmões e placenta; Mrp: Proteínas multirresistentes a drogas Resistência aos fármacos!!!. B) Difusão facilitada a favor de um gradiente de concentração; • depende de transportador que torna a substância a ser transportada solúvelem lipídios. Ex: glicose, íons Líquido extra- celular Partícula insolúvel em lipídios Proteína transportadora Citoplasma Fonte: http://sis.nlm.nih.gov/enviro/toxtutor/Tox2/index.html B) Difusão facilitada Exemplos de transportadores na difusão facilitada: oatp: Polipeptídeo Transportador de Ânions Orgânicos: Transportam ânions orgânicos, cátions e comp. neutros; Captação hepática de xenobióticos. oat: Transportador de ânions orgânicos (RINS); oct: Transportador de cátions orgânicos (RINS e FÍGADO) • Ocorre por quebra da tensão superficial de vacúolos e formação de vesículas fagocíticas ou pinocíticas Ex: proteínas de alto peso molecular, material particulado nos alvéolos. C) Endocitose Líquido extra-celular Citoplasma Membrana Fonte: http://sis.nlm.nih.gov/enviro/toxtutor/Tox2/index.html C) Endocitose 2. Absorção • Via Dérmica: dificultada pelo extrato córneo Mecanismo: TRANSPORTE PASSIVO Absorção de drogas com alto coeficiente de partição O/A; Efeitos locais ou sistêmicos. 3.2.2 Vias de absorção “BARREIRA” • Via Respiratória: Caminho; Efeitos locais (irritação e/ou inflamação das vias aéreas superiores) ou sistêmicos; Tipos de xenobióticos: GASES e VAPORES; AEROSSÓIS e PARTÍCULAS. 3.2.2 Vias de absorção GASES E VAPORES HIDROSSOLÚVEIS E REATIVOS: Conchas nasais “depurador”. LIPOSSOLÚVEIS Coeficiente de partição SANGUE/GÁS é uma CONSTANTE de cada gás!!! 3.2.2 Vias de absorção ABSORÇÃO PULMONAR DE GASES E VAPORES • Solubilidade no sangue: Medida pelo coeficiente SANGUE/GÁS • Fatores limitantes da absorção: gases com baixo coef. partição sangue/gás POUCO SOLÚVEIS taxa de transferência p/ o sangue dependerá da CIRCULAÇÃO (perfusão). gases com alto coef. Partição sangue/gás MUITO SOLÚVEIS taxa de transferência dependerá da RESPIRAÇÃO (VENTILAÇÃO). Alvéolos Partículas > 5 µm REGIÃO NASOFARÍNGEA remoção mecânica ou TRATO DIGESTIVO (INSOLÚVEIS) ou DISSOLUÇÃO NO MUCO FARINGE OU ABSORÇÃO PELO EPITÉLIO NASAL. Partículas 1-5μm REGIÕES TRAQUEOBRONQUIAIS remoção mucociliar ou TRATO DIGESTIVO. Partículas < 1μm ABSORÇÃO ou REMOÇÃO: MUCOCILIAR; FAGOCITOSE; REMOÇÃO VIA LINFA. ABSORÇÃO PULMONAR DE AEROSSÓIS E PARTÍCULAS 3.2.2 Vias de absorção •Via oral: Absorção: estômago ou intestino Barreira mucosa do trato digestivo DIFUSÃO PASSIVA, FILTRAÇÃO E DIFUSÃO FACILITADA 3.2.2 Vias de absorção •Via oral: Fatores interferentes: •Irrigação local; •Características anatômicas; •Dependência de transportador (Ca, Fe); Competição por transportador; •Propriedades físico-químicas do xenobiótico (coeficiente de partição óleo-água); •Variação do pH do meio. Grau de ionização do toxicante • valores de pKa • pH do meio •(plasma, estômago, intestino, urina, etc.) Como o pH do meio interfere na absorção? PASSAGEM DE UM COMPARTIMENTO A OUTRO SEGUNDO O pH pH alto pH baixo BASES FRACAS ÁCIDOS FRACOS Fonte: Repetto, 1997 M E M B R A N A •Variação do pH do meio; •Metilmercúrio; •Organoclorados; •Arsênio orgânico. 4. Distribuição • É o transporte dos xenobióticos do sangue e linfa para os tecidos-alvo. Circulação sangüínea e linfática Espaço extracelular (interstício) Fluído intracelular Sítios de ação no tecido Mb celular Intensidade e tempo de ação Concentração do xenobiótico nesses sítios 3. Distribuição • Fatores importantes na distribuição: 3.1 Fluxo sangüíneo e linfático; 3.2 Propriedades físico-químicas do xenobiótico; 3.3 Complexação com proteínas do plasma; 3.4 Volume de distribuição; 3.5 Barreiras biológicas. • 4.1 Fluxo sangüíneo e linfático: • ↑fluxo distribuição mais rápida • ↓ fluxo distribuição mais lenta 4. Distribuição *** Órgãos de maior irrigação x órgãos de depósito. Ex: Chumbo, anestésicos e praguicidas lipofílicos. • 4.2 Propriedades físico-químicas do xenobiótico: – Lipossolubilidade; – Afinidade com o tecido DEPÓSITO DO XENOBIÓTICO. 3. Distribuição • 4.3 Complexação com proteínas plasmáticas 4. Distribuição • 4.3 Complexação com proteínas plasmáticas – Albumina (fármacos de caráter ácido – barbitúricos) – α- glicoproteína ácida (fármacos de caráter básico – imipramina) – Β-globulina (esteróides); – Lipoproteínas substâncias lipossolúveis de caráter básico. Ex: anestésicos locais, clorpromazina, imipramina, ... – *** Competição entre xenobióticos pela ligação às proteínas plasmáticas e DOENÇA HEPÁTICA. 4. Distribuição • 4.4 Volume de distribuição • É a extensão da distribuição de uma substância nos tecidos ou órgãos. • Unidade: ml ou L/kg 4. Distribuição • 4.4 Volume de distribuição 4. Distribuição Droga VD Varfarina 8L Teofilina, Etanol 30L Cloroquina 15000L http://pt.wikipedia.org/wiki/Varfarina http://pt.wikipedia.org/wiki/Teofilina http://pt.wikipedia.org/wiki/Etanol http://pt.wikipedia.org/wiki/Cloroquina • 4.5 Barreiras biológicas – Hematoencefálica – Placentária 4. Distribuição Passagem SELETIVA de xenobióticos Barreira Hematoencefálica: - Células do endotélio justapostas; -Bainha de astrócitos; -Presença de carreadores mdr; -Baixa [proteínas] no fluido intersticial limita passagem de compostos insolúveis em água. -PASSAGEM SELETIVA DE: •Drogas Lipossolúveis ↑ Elevado coeficiente de partição óleo/água (Barbitúricos e Anestésicos Gerais); • Tamanho molecular reduzido (Álcool); Barreira para tratamentos, mas proteção contra tóxicos!!! Barreira Placentária Vasos sanguíneos do feto – Revestido por uma única camada de células (Trofoblasto); • Maioria das drogas Retardo na transferência para o feto. Características gerais da transferência: • Difusão passiva; • PRESENÇA DE TRANSPORTADORES ATIVOS E BIOTRANSFORMAÇÃO. • Difusão limitada de fármacos hidrossolúveis; • Equilíbrio Mãe-Feto – 10 a 15 min. • Drogas lipossolúveis; • Drogas apolares; • Baixo peso molecular; • Ex. Hipnóticos, A.Gerais, Álcool, Morfina, Heroína. – Toxidade sobre o feto • Talidomina – Membros deformados; • Anticoagulante – Hemorragia fetal e neonatal; • Tetraciclinas – Dentição anormal; • Sulfonamidas – Icterícia neonatal. 5. Biotransformação • As alterações que ocorrem com os xenobióticos (estrutura química), através de processos bioquímicos dentro dos organismos vivos. • Compostos lipofílicos hidrofílicos • Biotransformação metabólitos ↑ excreção 5. Biotransformação • Reações de Biotransformação • Fase 1 oxidação, redução e hidrólise – Sistema P 450, esterases e amidases (inespecíficas) • Fase II Reações de síntese, conjugação – Sintetases e Transferases Inativação ou bioativação Local de biotransformação: fígado, pulmões, rins, adrenais, pele e mucosa gastrintestinal. Metabolismo de 1◦ passagem • Fase 1: • Citocromo P450, NADPH citocromo P-450 redutase e Citocromo b5 redutase. • São fixas aos fosfolipídios de membranas ou no retículo endoplasmático (microssomas). • Esterases (acetilcolinesterase), amidases e desidrogenases. – Citosol das células hepáticas e demais tecidos. 5. Biotransformação: Localização das enzimas de biotransformação: 5. Biotransformação: Localização das enzimas de biotransformação: • Fase 2: enzimas citosólicas • Reações de biotransformação são: – Glicuronidação (RE), sulfatação, acetilação, metilação, conjugação com glutationa (síntese do ácido mercaptúrico) e conjugação com aminoácidos (glicina, taurina e ácido glutâmico). • Primeira etapa: Síntese do doador de grupo químico SINTETASE. • Segunda etapa: Transferência do grupo TRANSFERASES 5. Biotransformação: Fatores que modificam a biotransformação: • Fatores internos: • Espécie/raça; • Fatores genéticos acetilação da isoniazida; • Sexo (o teor de citocromo P 450 é 40% maior em ratos machos do que em fêmeas hepatotoxicidade > do CCl4 em machos); • Idade; • Estado nutricional: – aumento do tempo de sono induzido por hexobarbital em ratos desnutridos. – Jejum de um dia aumento da toxicidade hepática por paracetamol e bromobenzeno. • Estado patológico doenças hepáticas. Fatores externos: Indução enzimática (fenobarbital; rifampicina versus varfarina); Inibição enzimática (organofosforados sobre a acetilcolinesterase); 5. Biotransformação: Fatores que modificam a biotransformação: 5. Excreção Excreção é o processo pelo qual os xenobióticos são removidos do organismo de forma quimicamente inalterada ou na forma de metabólitos. 5. Excreção Vias principais de excreção: Renal: Filtração glomerular (até 60kDa); Excreção tubular por difusão passiva (lipossolúveis); Secreção tubular ativa (xenobióticos ligados a proteínas). Fecal: compostos não absorvidos, excreção biliar (metabolismo de primeira passagem e circulação enterohepática), Parede e flora intestinais (favorece mais a reabsorção). Ar exalado: vapores e gases princípio da medição do etanol INGESTÃO INALAÇÃO ENDOVENOSA INTRAPERITONIAL TRATO GASTROINTESTINAL PULMÃO FÍGADO BILE FEZES SUBCUTÂNEA INTRAMUSCULAR DÉRMICA LíQUIDO EXTRACELULAR GORDURA RIM PULMÃO BEXIGA URINA ALVÉOLO AR EXPIRADO ÓRGÃOS SECRETORES SECREÇÕES ÓRGÃOS TECIDO OSSO Vias de absorção, distribuição e eliminação de agentes tóxicos no organismo humano (ROZMAN y KLAASSEN, 1996) Sangue e Linfa Vena porta
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