Buscar

IBET_Módulo_IV_Seminário_I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

IBET
Módulo VI – Controle de incidência tributária
Seminário I – Regra-matriz de incidência, obrigação tributária e sujeição passiva
Aluna: Muryelle Reguengo Leite e Silva
1. Que é norma jurídica? E regra-matriz de incidência tributária (RMIT)? Qual a função do consequente normativo? 
A “norma jurídica” é um exemplo de expressão linguística ambígua, uma vez que comumente é utilizada por operadores do direito em diversas acepções (CARVALHO, 2009, p. 266). Isto ocorre pois, em inúmeras ocasiões, esta nomenclatura é utilizada para designar as unidades do sistema do direito positivo, que se manifestam em linguagem e se apresentam em quatro planos (CARVALHO, 2009, p. 267): I. físico (enunciados prescritivos); II. Significações isoladamente consideradas (proposições jurídicas); III. Significações estruturadas (normas jurídicas); IV. Plano da contextualização das significações estruturadas (sistema jurídico).
Para dirimir possíveis dúvidas, Paulo de Barros Carvalho distingue: 
(...) uma coisa são os enunciados prescritivos, isto é, usados na função pragmática de prescrever condutas, outra, as normas jurídicas, como significações construídas a partir dos textos positivados e estruturadas consoante a forma lógica dos juízos condicionais, compostos pela associação de duas ou mais proposições prescritivas (CARVALHO, 1998, p.22).
Assim “normas jurídicas em sentido amplo” englobam os dois primeiros planos citados, enquanto as “normas jurídicas em sentido estrito” aludem exclusivamente à composição articulada de dois ou mais juízos ou proposições de acordo com uma organização particular. São erigidas a partir dos enunciados do direito positivo, conforme modelo hipotético-condicional, de maneira que resulte em mensagens com sentido deôntico-jurídico completo (CARVALHO, 2011, p. 128). 
Sobre o tema aduz Paulo de Barros Carvalho:
A norma jurídica é a significação que obtemos a partir da leitura dos textos de direito positivo. Trata-se de algo que se produz em nossa mente, como resultado da percepção do mundo exterior, captado pelos sentidos. (...) Basta isso para nos advertir que um único texto pode originar significações diferentes, consoante as diversas noções que o sujeito cognoscente tenha dos termos jurídicos empregados pelo legislador. (CARVALHO, 2002, p. 8)
Não caberia dizer que são meramente os textos de lei em sentido amplo. Mas sim, a significação construída a partir do suporte físico (texto do direito positivo). Desta forma, depende também do intérprete o seu efeito. 
Por sua vez, a regra-matriz de incidência tributária (RMIT), criação de Paulo de Barros Carvalho, possui esquematização lógica derivada da aplicação da construção doutrinária de Lourival Vilanova, o chamado construtivismo lógico-semântico (CARVALHO, 2011, p. 611). 
Regra-matriz de incidência tributária é norma jurídica, definida por nós como sendo a significação organizada numa estrutura lógica hipotético-condicional (juízo implicacional), construída pelo intérprete a partir do direito positivo, seu suporte físico. Tem por função regular condutas intersubjetivas.
Difere das demais normas existentes no direito positivo apenas em virtude de seu conteúdo, que descreve um fato típico tributário e prescreve a relação obrigacional que se estabelece entre os sujeitos ativo e passivo, tendo por objeto o pagamento de uma prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nessa se possa exprimir, não decorrente de ato ilícito (tributo). (FERRAGOUT, 2013, p. 25)
É uma expressão utilizada pela doutrina em referência ao esqueleto lógico-sintático imperativo à sustentação deôntica das significações que foram construídas e estruturadas pelo intérprete a partir dos enunciados prescritivos. 
Nas palavras de Paulo de Barros Carvalho: 
(...) para obter-se a fórmula abstrata da regra-matriz de incidência, é mister isolar as proposições em si, como formas de estruturas sintáticas; suspender o vector semântico da norma para as situações objetivas, constituídas por eventos do mundo e por condutas; e desconsiderar os atos psicológicos de querer e de pensar a norma. Efetuadas as devidas abstrações lógicas, identificaremos, no descritor da norma, um critério material (...), condicionado no tempo (critério temporal) e no espaço (critério espacial). Já na consequência, observaremos um critério pessoal (sujeito ativo e sujeito passivo) e um critério quantitativo (...). A conjunção desses dados referenciais oferece-nos a possibilidade de exibir, na sua plenitude, o núcleo lógico-estrutural da proposição normativa (...). (CARVALHO, 2011, p. 533)
É plausível concluir que o prescritor da regra-matriz de incidência possui dois critérios: I. pessoal (sujeito ativo e passivo); e II. quantitativo (base de cálculo e alíquota). É o imprescindível para a identificação de uma obrigação tributária. 
A representação lógica de tal raciocínio é expressa com a seguinte notação simbólica: Cst≡Cp(sa.sp).Cq(bc.al). Ressaltando-se que “Cst” é o consequente tributário; “Cp” é o critério pessoal; “sa" o sujeito ativo; “sp” o sujeito passivo; “Cq” o critério quantitativo; “bc” a base de cálculo; “al” a alíquota; e “.” novamente o conjuntor ou multiplicador lógico (CARVALHO, 2019, p. 27).
2. Distinguir obrigação tributária e deveres instrumentais. Multa pelo não pagamento caracteriza-se como obrigação tributária? Justifique analisando criticamente o art. 113 do CTN. 
A obrigação tributária encontra-se prevista no art. 113 do CTN: 
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.
Permite-se classificá-la como uma prestação de natureza patrimonial. É prestação positiva de dar com certa que objetiva o recolhimento aos cofres públicos do montante devido pelo sujeito passivo. Conforme preceitua o mencionado dispositivo, o fato gerador constitui a obrigação principal e se extingue juntamente com o crédito dela decorrente. 
Por sua vez, os deveres instrumentais são aqueles que circulam a obrigação tributária, desprovidos do requisito patrimonial. Estão ligados à ideia de fiscalização que preserva a arrecadação e ao poder de polícia fazendário, uma vez que possibilitam o controle pelo ente federativo administrador da observância do cumprimento das obrigações estatuídas com a decretação dos tributos e decorrem da legislação tributária. Em regra, são prestações positivas ou negativas, como por exemplo a escrituração de livros contábeis. 
Paulo de Barros Carvalho salienta:
A correta distinção entre obrigação tributária e deveres instrumentais exige que se realize, primeiro, outra distinção: entre relação jurídica e obrigação. São obrigações as relações jurídicas cuja prestação possa ser objeto de apreciação econômica. Nessa mesma senda, a prestação prevista no art. 3º do Código Tributário Nacional, de cunho evidentemente patrimonial, que compõe a RMIT dos tributos, obviamente, caracteriza-se como obrigação, diferentemente das relações jurídicas que estatuem prestações de fazer ou não fazer de índole tributária. Estas, por não serem susceptíveis de apreciação econômica, constituem-se em meros deveres instrumentais ou formais. (CARVALHO, 2011, p. 158 e 159)
Ademais, o autor indica que é impróprio caracterizar os deveres instrumentais como obrigação tributária, pois não existe relação econômico entre o sujeito ativo e passivo, o que é necessário para que haja uma “obrigação acessória”. 
No que tange à questão da multa, em que pese o referido artigo traga tal previsão de forma expressa, é possível vislumbrar conflito com a previsão do próprio CTN que indica queo tributo não deverá constituir sanção. 
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
A previsão do artigo 113 claramente possui condão punitivo, indo de encontro aos princípios tributários.
3. Que é sujeição passiva? Definir os conceitos de: (i) sujeito passivo; (ii) contribuinte; (iii) responsável tributário; e (iv) substituto tributário – distinguindo: substituição tributária para trás; substituição (convencional); agente de retenção e substituição para frente. O responsável (art. 121, II, do CTN) é: (i) sujeito passivo da relação jurídica tributária; (ii) de relação de dever instrumental; ou (iii) de relação jurídica sancionatória?
	O CTN trata acerca do sujeito passivo em seu artigo 121 caput, indicando a seguinte redação: 
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
(...)[footnoteRef:1] [1: Art. 121 do CTN. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm>. Acessado em: 06/08/2019.] 
Nas palavras de Paulo de Barros Carvalho constata-se a seguinte definição: 
Sujeito passivo é a pessoa – sujeito de direitos – física ou jurídica, privada ou pública, de quem se exige o cumprimento da prestação: pecuniária, nos nexos obrigacionais; e insuscetível de avaliação patrimonial, nas relações que veiculam meros deveres instrumentais ou formais. (CARVALHO, 2002, p. 296)
Em linha com o exposto por Maria Rita Ferragout:
(...)É a pessoa física ou jurídica privada ou pública, detentora de personalidade, e de quem juridicamente exige-se o cumprimento da prestação. Consta, obrigatoriamente, do polo passivo de uma relação jurídica, única forma que o direito reconhece para obrigar alguém a cumprir determinada conduta. (FERRAGOUT, 2013, p. 34) 
Por sua vez, os incisos do parágrafo único do já mencionado artigo 121 trazem dois tipos de sujeito passivo, quais sejam – contribuinte e responsável tributário:
Art. 121. (...)
 Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador;
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.
Assim, sujeito passivo pode ser qualquer pessoa desde que a lei atribua a esta o dever jurídico de adimplir a prestação tributária. Em regra, é quem praticou o fato gerador - contribuinte. Porém, pode ser também, o responsável legal.
Contribuinte é a pessoa que realizou o fato jurídico tributário, e que cumulativamente encontra-se no polo passivo da relação obrigacional. Se uma das duas condições estiver ausente, ou o sujeito será o responsável, ou será o realizador do fato jurídico, mas não o contribuinte. Praticar o evento, portanto, é condição necessária para essa qualificação, mas insuficiente. (FERRAGOUT, 2013, p. 34) 
Já o responsável tributário, diferentemente do contribuinte, não praticou o fato gerador do tributo, mas possui formas de se ressarcir do tributo pago. 
Importa salientar que a responsabilidade tributária poderá ser pessoal, subsidiária ou solidária. A primeira ocorre quando compete exclusivamente ao terceiro o adimplemento da obrigação; a segunda quando somente ocorrer a dívida quando o devedor originário comprovadamente não puder fazê-lo e, por fim, a terceira quando tal responsabilidade for compartilhada com outros sujeitos passivos (FERRAGOUT, 2013, p. 39).
A substituição tributária, então, nasce para o substituto no dever de pagar o tributo desde o momento da incidência tributária, atribuído por lei. Assim aduz Hector Villegas: 
O legislador cria o substituto tributário quando resolve substituir ab initio o destinatário legal tributário da relação jurídica tributária principal. Surge, ali, um só vinculum júris entre o sujeito ativo (fisco) e o sujeito passivo (substituto).
O substituto – que é totalmente alheio à realização do fato imponível – ocupa o lugar do realizador do fato imponível (o destinatário legal tributário) e desloca para este último a relação jurídica tributária principal.
Por isso, o substituto não fica obrigado junto ao destinatário legal tributário [...] mas fica no lugar do destinatário legal tributário, o que motiva a exclusão deste último da relação jurídica tributária principal (VILLLEGAS, 1980, p. 112-113).
Paulo de Barros Carvalho, ao versar sobre o tema, indica que a lei apenas institui e não substitui o destinatário legal, uma vez que a obrigação só nasce a partir da determinação normativa. Ocorre que a essência do ordenamento jurídico tributário direciona ao entendimento de que aquele que realiza o fato gerador do tributo deverá paga-lo, o que leva a conclusão de que, inicialmente, o contribuinte seria o próprio realizador do fato e não terceiro. 
As normas legais trazem tributos que incidem sobre fatos geradores subsequentes. Isto configura uma cadeia de hipóteses de incidência tributária e que o legislador substitua todo o pagamento do tributo da cadeia atribuindo-o a um dos seus integrantes. 
Tal substituição poderá ocorrer para frente (antecipada ou por fato futuro), onde o substituto recolhe o tributo relativo ao fato gerador que está praticando bem como o referente ao fato gerador que será praticado posteriormente (exemplo: ICMS – Montadora de veículos já recolhe o imposto referente a toda cadeia – Montadora/Concessionária/Consumidor Final).
Por sua vez, a substituição para trás ocorre quando o substituto recolhe, além do tributo referente ao fato gerador que praticou, o do fato gerador que foi praticado anteriormente (exemplo: ICMS – fazendeiro produz leite e vende para a indústria que venderá para consumidor final. A indústria será substituta e recolherá o imposto de toda a cadeia). 
Por fim, o responsável pelo pagamento do tributo, na concepção de Paulo de Barros Carvalho, o é em resultado de relação jurídica de natureza sancionatória, em virtude de estar além dos factuais do fato gerador. Quando o legislador extrapola a atribuição da obrigação tributária ao sujeito passivo que integra a ocorrência típica, a índole do vínculo que relaciona o responsável a tal situação possui, consequentemente, caráter sancionatório.
Acercado do assunto, demonstra Leandro Paulsen:
a lei atribuía determinado pressuposto de fato específico – normalmente o descumprimento de determinados deveres de colaboração para com o Fisco (e. g ., o dever do tabelião de exigir a comprovação do pagamento de tributos relativos às operações que formaliza; o dever do sócio gerente de gerir a sociedade zelando pelo adequado pagamento dos tributos sem incorrer em violações à lei) – a consequência de responder pelo pagamento de tributo cujo inadimplemento tenha relação como descumprimento daquele dever.
 
(... ) na obrigação principal, o sujeito passivo direto ou contribuinte é o protagonista do fato ensejador do nascimento do vínculo; já o chamado sujeito passivo indireto ou responsável, terceiro em relação ao fato jurídico tributário, é o protagonista de relação jurídica distinta, uma vez que alcançado pela lei para satisfazer a prestação objeto da obrigação principal contraída por outrem em virtude da prática de ato ilícito (descumprimento de dever próprio), ou em função de disciplina assecuratória da satisfação do crédito tributário. 
4. A empresa “A” adquiriu estabelecimento industrial da empresa “B” e continuou sua atividade. Aproximadamente um ano depois da aquisição, a empresa “A” é demandada pelo Fisco em relação a fatos geradores realizados pela empresa “B”. No contrato de compra e venda não há disciplina a respeito das dívidas tributárias anteriores à aquisição. Pergunta-se:
a) Pode o Fisco, após a indigitada operação de compra e venda, exigir os tributos, cujos fatos geradores foram realizados por “B” antes de sua aquisição diretamente de “A”? Há relevância se houver no contrato cláusulade responsabilidade de “B” quanto aos débitos anteriores à operação? (Vide anexo I)
Assim dispõem os artigos 132 e 133 do CTN: 
Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual.
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato:
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.
(...)
	Resta claro que há responsabilidade do adquirente relativamente aos tributos devidos pela empresa, ainda que se trate do período anterior à compra, uma vez que o caso não se enquadra em nenhuma das hipóteses do artigo 133, §1° do CTN. Há que se verificar se a responsabilidade seria integral ou subsidiária, de acordo com as previsões dos incisos I e II acima destacados. 
	Ressalte-se, ainda, que existe posicionamento doutrinário, reforçado pela jurisprudência (de acordo com o Anexo I) que indica que o “integralmente” do inciso I deve ser compreendido como “solidariamente” e não como “exclusivamente”. 
	Por fim, o estabelecimento de cláusulas contratuais somente teria relevância na esfera civil, uma vez que, dependendo de seus termos, poderia permitir direito de regresso em face do alienante. Porém, não afastam o direito do fisco em executar o adquirente. 
b) A empresa "A" sujeita-se às sanções tributárias materiais: (i) multa de mora, (ii) multa pelo não pagamento de tributo, (iii) juros, (iv) multa pelo descumprimento de deveres instrumentais, se aplicadas antes da operação de compra e venda? E se aplicadas depois da operação? (Vide anexos II e III).
A empresa “A” está sujeita às sanções tributarias materiais, conforme demonstrado na jurisprudência dos Anexos II e III. A responsabilidade dos sucessores, disciplinada do artigo 133 estende-se às multas, de caráter moratório ou punitivo, já que estas participam do patrimônio jurídico material da sociedade empresarial. 
Porém, cabe destacar as palavras de Sacha Calmon: 
Torna-se imprescindível, todavia, fixar um ponto: a multa transferível é só aquela que integra o passivo da pessoa jurídica no momento da sucessão empresarial ou está em discussão (suspensa). Insistimos em que as nossas razões são axiológicas. É dizer, fundam-se em valores que julgamos superiores aos do Fisco em tema de penalidades. Nada têm a ver com as teorias objetivistas ou subjetivistas do ilícito fiscal.
Não faz sentido apurar-se infração ocorrida no pretérito e imputa-la a uma nova pessoa jurídica formal e institucionalmente diversa da que praticou a infração, sob a direção de outras pessoas naturais. (COELHO, 2001, p. 609)
Portanto, as sanções aplicadas após a sucessão não serão devidas pela sucessora, uma vez que à época da sucessão o montante não integrava o passivo da empresa sucedida.
5. Quanto aos art. 124 e 135 do CTN, pergunta-se:
a) Qual a espécie de responsabilidade prevista no artigo 135 do CTN? Poderia o fiscal lavrar auto de infração contra o contribuinte e, posteriormente, executar o sócio de forma solidária à empresa? (Vide anexos IV e V).
Dispõe o artigo 135 do CTN: 
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
		II - os mandatários, prepostos e empregados;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.
Da leitura da norma legal pode-se interpretar que a responsabilidade é pessoal, imediata, plena e exclusiva de terceiro. Desta forma, seria possível que o fisco promovesse a substituição do sujeito passivo havendo dolo nos atos ilícitos praticados por terceiro.
Há também entendimento doutrinário no mesmo sentido: 
Assim, diante da prática de qualquer dos atos ilícitos discriminados no art. 135, devidamente relatado pela linguagem das provas, a obrigação de pagar tributos passa a recair integral e exclusivamente sobre a pessoa do infrator, deixando de existir fundamento para a válida exigência do devedor original. (DARZÉ, Conteúdo complementar, p. 179).
Porém a posição jurisprudencial, apesar de demonstrar divergências, indica que a responsabilidade do sócio é solidária, uma vez que a interpretação literal do artigo poderia gerar conclusões inaceitáveis diante dos casos concretos, desrespeitando princípios lógicos, éticos e jurídicos (vide os julgados dos anexos IV e V). 
b) A dissolução irregular da sociedade caracteriza infração à lei apta a ensejar a responsabilidade do(s) sócio(s) pelas dívidas da pessoa jurídica? Em caso positivo qual o sócio ou administrador pode ser alcançado: o da época do inadimplemento do tributo ou do momento em que ocorrer a dissolução irregular? (VI e VII)
Acerca do tema trata a Súmula 435 do STJ: 
Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.
A dissolução irregular é uma infração que gera sanção aos sócios, que serão responsáveis solidários pelo pagamento da dívida. De acordo com os ensinamentos de Paulo de Barros, trata-se do caráter sancionatório da responsabilidade. 
Frise-se trecho da jurisprudência constante no Anexo VII:
o pedido de redirecionamento da execução fiscal, quando fundado na dissolução irregular ou em ato que presuma sua ocorrência - encerramento das atividades empresariais no domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes (Súmula 435/STJ) -, pressupõe a permanência do sócio na administração da sociedade no momento dessa dissolução ou do ato presumidor de sua ocorrência, uma vez que, nos termos do art. 135, caput, III, CTN, combinado com a orientação constante da Súmula 435/STJ, o que desencadeia a responsabilidade tributária é a infração de lei evidenciada na existência ou presunção de ocorrência de referido fato. Consideram-se irrelevantes para a definição da responsabilidade por dissolução irregular (ou sua presunção) a data da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, bem como o momento em que vencido o prazo para pagamento do respectivo débito
Importa salientar que o STJ divulgou a Súmula Vinculante n° 430 que indica que “o inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente”.
Registre-se o posicionamento em consonância de Maria Rita Ferragout, que listou uma série de motivos para concluir que a falta de pagamento do tributo não constitui, por si só, infração legal (FERRAGOUT, 2013, p. 152). 
c) O mero inadimplemento da obrigação de pagar o tributo pode ser justificativa para a aplicação do artigo 135 do código tributário nacional? (Vide anexos IX e X)
Conforme já comentado na resposta anterior, o mero inadimplemento da obrigação de pagar o tributo não se caracteriza como infração legal. Tal entendimento é reforçado por meio da Súmula Vinculante nº 430 do STJ. 
De acordo com o explicitado por Maria Rita Ferragout, a falta de pagamento do tributo, em regra, não foi tipificadacomo fato jurídico que, por si só, desencadeie relação jurídica sancionadora ao administrador como responsável tributário. 
Além disso, a infração de lei refere-se à prática de atos jurídicos ilícitos prévios e não ao inadimplemento da obrigação. A responsabilidade pessoal do administrador quando a sociedade estiver inadimplente é afastada quando as demais condições do artigo 135 do CTN não forem preenchidas. 
A inadimplência, pura e simples, não gera responsabilidade tributária. Não obstante, cria apenas a obrigação de pagar o tributo acrescido das penalidades moratórias (FERRAGOUT, 2013, p. 152 e 153). 
A jurisprudência manifesta-se no mesmo sentido, vide anexo IX:
É igualmente pacífica a jurisprudência do STJ no sentido de que a simples falta de pagamento do tributo não configura, por si só, nem em tese, circunstância que acarreta a responsabilidade subsidiária do sócio, prevista no art. 135 do CTN. É indispensável, para tanto, que tenha agido com excesso de poderes ou infração à lei, ao contrato social ou ao estatuto da empresa (ERESP 374.139/RS, 1ª Seção, DJ de 28.02.2005).
6. Quanto a caracterização de grupo econômico, pergunta-se:
a) Que é grupo econômico? Quais são os requisitos para a aplicação da desconsideração da personalidade jurídica, prevista no art. 50 do CC? Ela pode ser aplicada ao direito tributário para fins de caracterização de grupo econômico? Há dispositivos específicos na legislação tributária que fundamentem a responsabilização do grupo econômico? A caracterização implica reconhecimento de responsabilidade solidária? (Vide anexo XI e XII).
	O grupo econômico é caracterizado pela existência de duas ou mais pessoas jurídicas de direito privado que compõe um conjunto de interesses econômicos subordinado à comando único. Seu objetivo de aumentar o lucro e reduzir despesas.
	Na norma legal brasileira, o grupo econômico é mencionado na Lei previdenciária, bem como no artigo 124, I do CTN. 
Art. 124. São solidariamente obrigadas:
I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal;
(...)
Entende-se que esta norma autoriza de forma implícita a responsabilidade solidária. Ocorre que no grupo econômico ter um interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal é um requisito. 
O posicionamento jurisprudencial indica que a responsabilidade poderá ser solidária, porém não basta mera participação da empresa acionada em grupo econômico para que haja inclusão das demais pessoas jurídicas integrantes no polo passivo da execução fiscal ou outra medida punitiva, conforme assevera julgado constante no anexo XII. 
O redirecionamento automático da execução na pessoa dos sócios corresponsáveis, em razão da existência de grupo econômico, não se verifica, por ora, plausibilidade dos elementos comprobatórios acerca de fraude ou abuso de poder por parte dos sócios em relação à sociedade.
A responsabilização requer o cumprimento de alguns requisitos, de acordo com esta mesma decisão: 
A caracterização do grupo econômico de empresas, que se valem dessa condição para sonegar suas obrigações tributárias, requer alguns elementos que apontem esse intuito fraudatório, a ser analisado no caso concreto. Podemos assim ser exemplificá-los: empresas de um mesmo grupo econômico, apenas quando realizem conjuntamente a situação configuradora do fato gerador, não bastando o mero interesse econômico; a confusão patrimonial apta a ensejar a responsabilidade solidária na forma prevista no art. 124 do CTN, administradas pelos mesmos diretores, estando submetidas a um mesmo poder de controle, o que evidencia a existência de grupo econômico de fato; atuação num mesmo ramo comercial ou complementar, sob uma mesma unidade gerencial; empresas que exerçam atividades empresariais de um mesmo ramo e estão sob o poder central de controle; abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial; abuso de autoridade, sociedades sob o mesmo controle e com estrutura meramente formal, o que ocorre quando diversas pessoas jurídicas do grupo exercem suas atividades sob unidade gerencial, laboral e patrimonial; existência de fraudes, abuso de direito e má-fé com prejuízo a credores; grupo familiar definido etc.
Por fim, cabe destacar que os requisitos para a aplicação da desconsideração da personalidade jurídica estão dispostos no artigo 50, CC, quais sejam: "abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial"
Assim, para que haja tal desconsideração, os requisitos devem ser analisados e estarem presentes no caso concreto, conforme demonstrado na jurisprudência do Anexo XI.
NORMAS PROCEDIMENTAIS DESCONSIDERAÇÃO DA PER-SONALIDADE JURÍDICA. CARACTERIZAÇÃO SEGURADOS EMPREGADOS. POSSIBILIDADE. Constatando-se a existência dos elementos constituintes da relação empregatícia entre o suposto “tomador de serviços” e o tido “prestador de serviços”, deverá o Auditor Fiscal desconsiderar a personalidade jurídica da empresa prestadora de serviços, enquadrando os trabalhadores desta última como segurados empregados da tomadora, com fulcro no artigo 229, § 2º, do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto n. 3.048/99, c/c Pareceres/CJ n.s 330/1995 e 1652/1999.
b) Uma vez instaurado o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, nos termos do arts. 133 e seguintes do NCPC (Lei nº 13.105 de 2015), a defesa apresentada pela pessoa jurídica responsabilizada pela obrigação tributária de outra empresa integrante do mesmo grupo econômico pode versar sobre o mérito da cobrança (inexigibilidade do crédito tributário), ou apenas sobre a ilegitimidade de sua inclusão no polo passivo da execução fiscal?
	Uma vez instaurado o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, a defesa poderá versar sobre os pontos que acharem relevantes, não se apenas sobre a inexigibilidade do crédito tributário ou da ilegitimidade de sua inclusão no polo passivo, atendendo aos princípios constitucionais da ampla defesa e contraditório.
	Conforme demonstrado na jurisprudência do anexo XI, é direito do contribuinte, ainda que responsável solidário, ter conhecimento de todo o teor da notificação. Caso contrário será preterido o seu direito de defesa. 
NORMAS PROCEDIMENTAIS. GRUPO ECONÔMICO. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DO INTEIRO TEOR DA NOTIFICAÇÃO. CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA – NULIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. Ao ser constatada a existência de Grupo Econômico pela fiscalização, todos os solidários devem ser intimados de todo o teor da notificação e não apenas através do Termo de Sujeição Passiva e/ou Ofício que informa a atribuição da responsabilidade solidária, sob pena de preterição do direito de defesa. É nula a decisão de primeira instância que, em evidente preterição do direito de defesa, é proferida sem a devida intimação dos contribuintes responsáveis solidários da integralidade dos documentos de constituição do crédito tributário, oportunizando-lhes a interposição de impugnação.
7. Dada a seguinte Lei (fictícia):
Prefeitura de São Pedro, Lei n. 5.151, de 12/10/2015, D.M. 25/10/2015
Art. 1º Fica instituída taxa de conservação e limpeza urbana para o custeio do serviço público municipal de conservação e limpeza de vias públicas.
Art. 2º A taxa tem como fato gerador a prestação do serviço de limpeza das vias públicas.
Art. 3º A base de cálculo é o valor venal do imóvel.
Art. 4º A alíquota é de 0,1%.
Art. 5º O contribuinte é o proprietário do imóvel.
Art. 6º Dá-se a incidência todo dia 1º de cada ano.
Art. 7º A importância devida a título de tributo deve ser recolhida até o décimo dia do segundo mês subsequente.
§ 1º No caso de locação, o locatário é responsável pelo recolhimento do tributo.
§ 2º No caso de compra e venda realizada antes do prazo para o pagamento e após o 1º dia do ano, o responsável pelo pagamento do tributo é o adquirente do imóvel.
§ 3º O não recolhimento no prazo estipulado implica multa de 20% do valor do tributo devido.
Art.8º Fica o contribuinte obrigado a entregar para a Secretaria de Planejamento Urbano declaração do valor imobiliário até o dia 10 de novembro de cada ano.
Parágrafo único. A ausência da entrega no prazo a que se refere o caput deste artigo implicará multa de 100 UFIRS.
[...].
Pergunta-se:
a) Construir as normas jurídicas veiculadas nessa lei, identificando os critérios do consequente da RMIT.
RMIT
· Critério material: conservação de vias públicas
· Critério espacial: Município de São Pedro.
· Critério temporal: incidência todo dia 1º de cada ano.
· Critério quantitativo: A base de cálculo é o valor venal do imóvel e A alíquota é de 0,1%.
· Critério subjetivo:
· Sujeito ativo: Município. 
· Sujeito passivo: Proprietário de imóvel que esteja dentro dos limites do município de São Pedro.
Antecedente: Contribuinte é proprietário de imóvel
Consequente: Pagar taxa de conservação e limpeza urbana
Antecedente: Entrega de declaração do valor imobiliário
Consequente: Ausência da entrega implicará em multa de 100 UFIRS
Antecedente: Locação
Consequente: Locatário é o responsável pelo recolhimento
Antecedente: caso de compra e venda antes do prazo para pagamento e após o 1º dia do ano.
Consequente: o responsável pelo pagamento do tributo é o adquirente do imóvel.
b) Quais as funções da base de cálculo? A base de cálculo eleita é compatível com a hipótese tributária? Se incompatíveis, qual deve prevalecer para efeito de se determinar a espécie tributária: o enunciado da hipótese tributária ou o enunciado da base de cálculo? Ambos? Nenhum dos dois?
	A base de cálculo é definida como a grandeza que dimensiona a materialidade da hipótese de incidência. É a base aplicada sobre uma alíquota para que se calcule o valor devido. 
De acordo com Paulo de Barros Carvalho, a base de cálculo possui três funções, quais sejam: mensuradora, objetiva e comparativa. 
Isto porque, respectivamente, mede as proporções reais do fato por meio do padrão dimensível ínsito ao núcleo de incidência, selecionado entre as possibilidades pelo legislador; compõe a específica determinação da dívida, estipulando seu valor matemático; ao ser comparada com o critério material de hipótese é capaz de confirmá-lo, infirmá-lo ou afirmar o que consta na letra da lei. 
A lei fictícia apresentada traz incompatibilidade entre o enunciado da base de cálculo e o enunciado da hipótese tributária (fato descrito pela lei), uma vez que aquele traz em seu texto o critério quantitativo de imposto, necessariamente o IPTU, de competência municipal e do Distrito Federal (Art. 156, inciso I, da CF/88), sendo sua base de cálculo prevista no art. 33 do CTN.
Não é possível que a mesma base de cálculo seja incidência para dois tipos de tributos. A previsão constitucional (artigo145, §2º) demonstra que taxas não podem ter base de cálculo de impostos.
A taxa de conservação de vias e logradouros públicos tem como fato gerador serviços que beneficiam toda a comunidade em seu entorno, portanto insuscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários, contrariando o disposto no art. 79, III, do CTN.
Havendo incompatibilidade do critério material da hipótese com a base de cálculo, prevalecerá a natureza disposta nesta última. Indica o autor acima mencionado, que o texto de lei é, muitas vezes, falho na definição do tributo exposto. Com isso, para correta definição de certas exações, é melhor que se verifique a sua natureza por meio de sua base de cálculo, que dará a proporção real do fato.
BIBLIOGRAFIA
CARVALHO, Aurora Tomazini de. Curso de Teoria Geral do Direito: constructivismo lógico-semântico. São Paulo: Noeses, 2009.
CARVALHO, Paulo de Barros. Direito Tributário. Linguagem e Método. São Paulo: Noeses, 2011.
CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: hipótese de incidência. São Paulo: Saraiva, 1998.
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 14. ed. ver. e atual. São Paulo: Saraiva, 2002.
COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de direito tributário brasileiro. 6 ed., Rio de Janeiro: Forense, 2001.
DARZÉ, Andréa - Responsabilidade tributária: Norma geral e abstrata, cáp 3, pág. 138
FERRAGOUT, Maria Rita. Responsabilidade Tributária e o Código Civil de 2002. Sâo Paulo: Noeses, 2013.
PAULSEN, Leandro. Direito Tributário – Constituição e Código Tributário – 17 ed. Livraria do Advogado. 2015.
VILLEGAS, Hector. Curso de Direito Tributário. trad. por Roque Antonio Carraza. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1980.

Continue navegando