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CIT - Seminário I

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Módulo Controle da Incidência Tributária
SEMINÁRIO I - REGRA-MATRIZ DE INCIDÊNCIA, OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA E SUJEIÇÃO PASSIVA
1. Que é norma jurídica? E regra-matriz de incidência tributária (RMIT)? Qual a função do consequente normativo?
Ao falar sobre o Construtivismo Lógico Semântico, Paulo de Barros Carvalho[footnoteRef:1] possui duas acepções, podendo ser interpretada como enunciado prescritivo ou também significações destes enunciados. [1: CARVALHO, Paulo de Barros. Direito Tributário Linguagem e Método. São Paulo: Noeses, 2013. ] 
Entretanto, podemos entender como norma jurídica é o elemento do direito positivo também chamado de mensagem, construído a partir da leitura dos textos normativos, com um intuito de transmitir uma ordem, em que se relacionam ao menos dois sujeitos de direito.
Assim, podemos dizer que norma jurídica é uma expressão linguística, que como tantas outras não escapa do vicio de ambiguidade, podendo ser utilizada nas mais diversas acepções. 
Paulo de Barros[footnoteRef:2] simplifica informando que a norma jurídica nada mais é que que o juízo que a leitura provoca em nosso espírito, podendo trazer significações diferentes. Ainda, para ser considera uma norma, haverá de ser constatado o mínimo irredutível de manifestação do deôntico, onde, nos é apresentado um antecedente (situação prevista no mundo social), a qual também poderemos chama-la de Hipótese que ao ocorrer dará ensejo a Consequência e assim, teremos a chamada Norma Jurídica. [2: CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019. Capítulos X e XI.] 
Por sua vez, estas normas não submetidas aos modais deônticos, onde haverão condutas permitidas (P) ou proibidas (V), como também haverão as condutas obrigatórias (O).
Ao falar de Regra Matriz de Incidência Tributária (RMIT) podemos dizer que esta possui sendo, uma técnica de organização de ideias interpretativas construídas a partir dos textos provindo de normas qual tem como proposito garantir-lhe uma melhor performance quanto a interpretação e ao final desta, haverão normas construídas pelo emprego da técnica. 
Graças ao seu esquema, proposto por Paulo de Barros, o cientista do direito consegue compor a norma de incidência de um tributo mesmo estes, sendo a originados de dispositivos espalhados pelos ordenamentos jurídicos, independente de sua hierarquia.
Assim, podemos dizer a RMIT descreve de maneira abstrata um evento social (assim como tempo e o espaço de sua ocorrência) convertida em linguagem competente apta a produzir efeitos jurídicos, assim como também estabelece os sujeitos da relação, seus elementos (alíquota, base de cálculo etc.).
Paulo de Barros sintetiza: 
“Ora, a regra matriz de incidência tributária é, por excelência uma norma de conduta, vertida imediatamente para disciplinar a relação do Estado com seus súditos, tendo em vista contribuições pecuniárias. Concretizando-se os fatos descritos na hipótese, deve-ser a consequência, e esta, por sua vez, prescreve uma obrigação patrimonial. Nela, encontraremos uma pessoa (sujeito passivo) obrigada a cumprir uma prestação em dinheiro. Eis o dever-ser modalizado. 
Por sua vez, o consequente normativo nada mais é que uma delimitação da relação jurídica prevista.
Aurora Tomazini[footnoteRef:3] leciona: [3: Curso de teoria geral do direito: o constructivismo lógico-semântico. 6. ed. São Paulo: Noeses, 2019. de CARVALHO, Aurora Tomazini de.] 
“Sua função é instituir um comando que deve ser cumprido por comando que deve ser cumprido por um sujeito em relação a outro (ex.: o contribuinte deve pagar ao fisco a quantia x ao fisco; o réu deve cumprir a pena de reclusão de x a y anos ao Estado). Nele encontramos a disciplina fundante do direito: a efetiva prescrição da conduta que se pretende regular. Por isso, é considerado, por muito autores, como a parte mais importante integrante da norma jurídica.”
O consequente se subdivide em dois critérios, o pessoal e o quantitativo, assim, traz uma previsão de relação entre dois sujeitos ligado a uma conduta prevista no antecedente normativo. 
2. Distinguir: obrigação tributária e deveres instrumentais. Multa pelo não pagamento caracteriza-se como obrigação tributária? Justifique analisando criticamente o art. 113 do CTN.
Obrigação tributária é a concretização do fato previsto no descritor da RMIT, após o aperfeiçoamento da relação jurídica tributária de cunho patrimonial podemos dizer que está concretizada a obrigação tributária. 
Paulo de Barros Carvalho ainda afirma a impossibilidade de dissociar o crédito tributário da obrigação tributária, uma vez que o crédito nasce no exato momento em que se irrompe o laço obrigacional, em outras palavras acontece logo após a conduta humana prevista no evento hipotético contido na RMIT.
Uma vez distinguido o momento da incidência daquele da aplicação, uma vez que o agente do Fisco toma ciência da conduta, aperfeiçoará em linguagem competente para que possa ser identificado o liame obrigacional. 
Afirma desta for o professor Paulo de Barros:
“O crédito é elemento integrante da estrutura lógica da obrigação, de tal sorte que ostenta a relação de parte para com o todo. A natureza de ambas as entidades é, portanto, rigorosamente a mesma.”
		
Ainda, enuncia o artigo 113 do Código Tributária dois tipos de obrigações, sendo uma principal e a outra acessória. 
Assim, a “obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente”, já a obrigação acessória é aquela que “decorre da legislação tributária1 e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos
Tributos
	Em outras palavras, podemos dizer que a obrigação tributária é o resultado do fato gerador, ou seja, a concretização do paradigma legal prevista na hipótese de incidência tributária. 
	Sobre o tema, Eduardo Sabbag[footnoteRef:4] ainda tece: [4: SABBAG, Eduardo. Código Tributário Nacional Comentado. 2017. Saraiva. ] 
“O objeto da obrigação tributária, é a prestação de cunho pecuniário ou não pecuniário, a que se submete o sujeito passivo diante da realização do fato gerador”
 Deveres Instrumentais nada mais são que as obrigações acessórias previstas no §2º do suso artigo. Ou seja, nada mais são do que os deveres que se sujeitam o contribuinte para facilitar a fiscalização da arrecadação do Fisco. 
Por sua vez, a multa por não pagamento caracteriza-se como obrigação tributária. Veja, o Código Tributário Nacional emprega o conceito de obrigação tributária como um gênero, a qual, em primeiras linhas dedilha a obrigação tributária como uma prestação pecuniária, qual seja, pagamento do tributo, ou penalidade pecuniária, por sua vez na segunda parte do dispositivo (Art. 113) há um comportamento positivo ou negativo do sujeito passivo, mas em ambos os casos há o cunho obrigacional da parte. 
3. Que é sujeição passiva? Definir os conceitos de: 
(i) sujeito passivo: é aquele que responde pelo débito inerente à obrigação tributária, o qual geralmente também chamado de contribuinte. Entretanto, á diversas modalidades de sujeição passiva tributária.
Trás o Código Tributário em seu artigo 121 que, o sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento do tributo ou penalidade pecuniária. Podemos entender que, sujeito passivo tributário é assim, a pessoa física ou jurídica que detém poderes para figurar como polo passivo da relação jurídica 
(ii) contribuinte: ainda sob a perspectiva do artigo 121, contribuinte é aquele que detém relação pessoal direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador, ou seja, é aquele previsto na RMIT, que tirou proveito econômico. 
(iii) responsável tributário: este é conhecido na doutrina também como sujeito passivo indireto, e estará configurado quando sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa em lei. 
Aqui trata-se de terceiro em relaçãoao fato jurídico previsto na RMIT entretanto, eleito pela lei para efetivar o pagamento do tributo. 
(iv) substituto tributário – este um dos casos previstos em norma conforme retro mencionado. Ocorrerá quando em virtude de lei expressa, a obrigação tributária surgindo desde logo contra pessoa a quem daquela qual normalmente seria imputada a obrigação de pagamento do tributo.
distinguindo:
substituição tributária para trás, para frente e convencional (concomitante): 
	A constituição federal, artigo 150 §7º prevê a possibilidade da substituição tributária para frente, também conhecida como substituição tributária progressiva, onde abre ensejo para que a lei possa atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. 
	Ou seja, um terceiro sujeito é selecionado mediante lei para recolher o tributo antes sequer da ocorrência do fato gerador. Exemplo seria o caso das indústria automobilísticas quando ao produzir o veículo e enviado a concessionária o ICMS já foi recolhido por ela (indústria) entretanto, tal fato gerador só ocorrerá com a venda efetiva do veículo enviado a concessionaria. 
	Entretanto, diferente é o caso da substituição tributária para trás ou também chamada de substituição tributária regressiva onde, o fato gerador primeiro ocorre e depois haverá o pagamento do tributo em si, postergando-se o pagamento do tributo, o chamado diferimento. Ocorre quando o pagamento é efetuado pelo contribuinte de fato e não pelo contribuinte de direito. 
	Por fim, a substituição tributária concomitante é aquela que atribuição a obrigação do pagamento do tributo a outro contribuinte que não aquele que esteja realizando o fato gerador.
Um bom exemplo seria quando há um serviço de transporte a ser realizado, entretanto, este é feito por um autônomo e este por sua vez, não possui Cadastro de Contribuinte do ICMS no estado em que a atividade for inicia. 
Em casos deste tipo, o responsável pelo recolhimento do ICMS não será o prestador de serviço, mas sim do tomador de serviço.
O responsável (art. 121, II, do CTN) é: (i) sujeito passivo da relação jurídica tributária; (ii) de relação de dever instrumental; ou (iii) de relação jurídica sancionatória?
4.	A empresa “A” adquiriu estabelecimento empresarial da empresa “B” e continuou sua atividade. Aproximadamente seis anos depois dessa operação, a empresa “A” foi surpreendida com sua inclusão no polo passivo de execuções fiscais ajuizadas pelo Fisco inauguralmente em face da empresa “B”, para exigir tributos relativos a fatos geradores por ela realizados. No contrato de compra e venda, não há disciplina a respeito das dívidas tributárias anteriores à aquisição. Pergunta-se:
a) Pode o Fisco exigir da empresa “A” os tributos cujos fatos geradores foram realizados pela empresa “B” antes da aquisição? Se positiva a resposta, qual o prazo que o Fisco tem para proceder à inclusão da empresa “A” no polo passivo das execuções fiscais? Em relação aos tributos decorrentes de fatos geradores ocorridos anteriormente à compra e venda do estabelecimento ainda não inscritos em dívida ativa no momento da operação, quem deve figurar na CDA: a empresa A, B ou ambas? Há relevância se houver no contrato cláusula de responsabilidade de “B” quanto aos débitos anteriores à operação?
O caso em tela trata-se de sucessão empresarial prevista no artigo 132 do Código Tributário Nacional, in verbis: 
 Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual.
A responsabilidade acima citada tem como o prazo decadencial de 05 anos a contar da constituição do crédito tributário. 
Ainda, quando houverem tributos em aberto decorrentes de fatos geradores ocorrido anterior a compra e venda do referido estabelecimento e, mesmo que ainda não inscrito em divida ativa quem deve figurar como polo passivo será tanto o sucedido como o sucessor vez que está configurada a hipótese prevista no §º do Artigo 133 do Código Tributário Nacional.
Ocorre que, ao analisar a situação fática, possivelmente não poderá mais o Fisco cobrar judicialmente os créditos tributários, visto que o prazo para se exigir judicialmente um direito é tão somente de 05 anos, conforme enunciado no artigo 174 do Código Tributário Nacional. 
Por fim, quanto a relevância se houver no contrato cláusula de responsabilidade de “B” quanto aos débitos anteriores à operação, nada importaria, visto que se trata de searas diferentes (direito tributário e direito civil). Sendo somente relevante a posteriori caso previsse a possibilidade de Ação de Regresso, o que por sua vez, está na seara cível e não tributária, o que por consequência nada afetaria na Execução Fiscal. 
b) A empresa “A” responde pela: (i) multa de mora, (ii) multa pelo não pagamento de tributo, (iii) juros e (iv) multa pelo descumprimento de deveres instrumentais, se constituídas antes da operação de compra e venda? E se constituídas depois da operação?
Entendo que a empresa “A” (adquirente) responde tão somente pelo tributo e juros, ao levarmos em consideração a subsunção das normas contidas no Código Tributário Nacional. 
Primeiramente necessário rememorar o previsto no artigo 112:
Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:
 I - à capitulação legal do fato;
 II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;
 III - à autoria, imputabilidade ou punibilidade;
 IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação
Ainda, o artigo 132 trás:
 Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.
Desta forma, não seria possível responsabilizar a empresa A pagar multa punitivas uma vez que são de responsabilidade pessoal de seu sucedido e possuem natureza de sanção e não de tributo[footnoteRef:5]. [5:  Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.] 
Entretanto, este não é o entendimento Sumulado Pelo STJ:
“Súmula 554 - Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão. (SÚMULA 554, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/12/2015, DJe 15/12/2015)
(DIREITO TRIBUTÁRIO - RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA)”
Por fim, ao se tratar de fatos ocorridos após a operação de compra e venda e houver o inadimplemento tanto das obrigações principais quanto deveres instrumentais, sucessor figurará o polo passivo da relação tributária, sendo o contribuinte de direito das obrigações perante o Fisco. 
5.	Quanto aos art. 124 e 135 do CTN, pergunta-se:
a) Qual a espécie de responsabilidade prevista no artigo 135 do CTN? Poderia o fiscal lavrar auto de infração contra o contribuinte e, posteriormente, executar o sócio de forma solidária à empresa? 
A espécie de responsabilidade prevista no artigo 135 do Código Tributário Nacional é de terceiros por atos praticadoscom excesso de poderes ou infração a lei, contrato social ou estatuto, e conforme previsto no artigo 134, não poderia tratar-se de responsabilidade subsidiária é totalmente transferida ao terceiro liberando assim os demais. 
É pacificado o entendimento nos tribunais Superiores que, caso seja comprovado o excesso de poder pelos administradores assim como os ditames previstos no artigo 135, poderá ocorrer o redirecionamento da execução sem que seus nomes constem na CDA, importante ressalvar que, cabe ao Fisco comprovar a conduta ilícita.
Desta forma, completamente possível a lavratura de Auto de Infração e Imposição de Multa em face do contribuinte e, em momento posterior a execução dos sócios ou administradores de forma solidária a empresas, entretanto, desde que tenha sido comprovado o excesso de poder ou infração. 
b) A dissolução irregular da sociedade caracteriza infração à lei apta a ensejar a responsabilidade do(s) sócio(s) pelas dívidas da pessoa jurídica? Em caso positivo qual sócio ou administrador pode ser alcançado: o da época do inadimplemento do tributo ou do momento em que ocorre a dissolução irregular? 
Segundo o entendimento sumulado pelo STJ[footnoteRef:6] a dissolução irregular gera a presunção de irregularidade, legitimando assim o Fisco a redirecionamento da Execução Fiscal contra os sócios, entretanto, importante ressalvar que cabe ao exequente comprovar a intenção fraudulenta, vez que o mero inadimplemento não enseja o redirecionamento da mesma. [6: Súmula 435 - Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente. (SÚMULA 435, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/04/2010, DJe 13/05/2010)
(DIREITO TRIBUTÁRIO - EXECUÇÃO FISCAL)] 
Sendo o sócio atingido aquele que esteja na condição de administração quando da dissolução irregular, independente de data da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária. 
c) O mero inadimplemento da obrigação de pagar o tributo pode ser justificativa para aplicação do artigo 135 do Código Tributário Nacional? 
Não, o previsto no artigo 135 deverá ser aplicando tão somente quando houver violação normativa, não enseja responsabilidade do sócio-gerente, sendo necessário que tenha agido com excesso de poder ou infração à lei, estatuto ou contrato social, sendo este o entendimento do STJ[footnoteRef:7]. [7: Súmula 430 - Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para o mandado de segurança.] 
6. Quanto à caracterização de grupo econômico, pergunta-se?
a) Que é grupo econômico? Quais são os requisitos para a aplicação da desconsideração da personalidade jurídica, prevista no art. 50 do CC? Ela pode ser aplicada ao direito tributário para fins de caracterização de grupo econômico? Há dispositivos específicos na legislação tributária que fundamentem a responsabilização do grupo econômico? A caracterização implica reconhecimento de responsabilidade solidária? 
Grupo econômico nada mais é que a existência de pelo menos duas pessoas jurídicas de direito privado que possuem os mesmos interesses econômicos e que estão submetidas ao mesmo poder de controle. 
Para a aplicação da desconsideração da personalidade jurídica dispõe o artigo Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. 
Sendo este dispositivo plenamente aplicável ao direito tributário vez que não previsão expressa no âmbito do Código Tributário Nacional.
b) Uma vez instaurado o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, nos termos dos arts. 133 e seguintes do NCPC (Lei nº 13.105 de 2015), a defesa apresentada pela pessoa jurídica responsabilizada pela obrigação tributária de outra empresa integrante do mesmo grupo econômico pode versar sobre o mérito da cobrança (inexigibilidade do crédito tributário), ou apenas sobre a ilegitimidade de sua inclusão no polo passivo da execução fiscal? 
Ao apresentar sua defesa, o responsabilizado pela obrigação tributária poderá tanto alegar a ilegitimidade no polo passivo (como um pedido principal) e em sua tese subsidiária a inexigibilidade do crédito tributário, vez que um não exclui o outro.
Caso a tese acerca da ilegitimidade não prospere, poderá então validar-se da alegada defesa acerca da inexigibilidade do crédito tributário, conforme disposto no artigo 327 do Código de Processo Civil, onde, é lícita a cumulação, em um único processo contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. Dispositivo este que pode ser alegado em sua defesa. 
7.	Dada a seguinte Lei (fictícia):
Prefeitura de São Pedro, Lei n. 5.151, de 12/10/2015, D.M. 25/10/2015
Art. 1º Fica instituída taxa de conservação e limpeza urbana para o custeio do serviço público municipal de conservação e limpeza de vias públicas. (RMIT)
Art. 2º A taxa tem como fato gerador a prestação do serviço de limpeza das vias públicas. (RMIT) Critério Material
Art. 3º A base de cálculo é o valor venal do imóvel. (RMIT) Critério Quantitativo
Art. 4º A alíquota é de 0,1%.(RMIT) Critério Quantitativo 
Art. 5º O contribuinte é o proprietário do imóvel. (RMIT) Critério Pessoal
Art. 6º Dá-se a incidência todo dia 1º de cada ano. (RMIT) Critério Temporal 
Art. 7º A importância devida a título de tributo deve ser recolhida até o décimo dia do segundo mês subsequente.
§ 1º No caso de locação, o locatário é responsável pelo recolhimento do tributo. (Responsável)
§ 2º No caso de compra e venda realizada antes do prazo para o pagamento e após o 1º dia do ano, o responsável pelo pagamento do tributo é o adquirente do imóvel.
§ 3º O não recolhimento no prazo estipulado implica multa de 20% do valor do tributo devido. (Norma Sancionatória)
Art. 8º Fica o contribuinte obrigado a entregar para a Secretaria de Planejamento Urbano declaração do valor imobiliário até o dia 10 de novembro de cada ano. (Dever Instrumental)
Parágrafo único. A ausência da entrega no prazo a que se refere o caput deste artigo implicará multa de 100 UFIRS. 
(Norma Sancionatória do dever instrumental)
[...]
Pergunta-se:
a) Construir as normas jurídicas veiculadas nessa lei, identificando os critérios do consequente da RMIT. 
RESPOSTAS INCLUÍDAS NA PRÓPRIA LEI. 
Antecedente:
Critério Material: quem possuir ou adquirir imóvel localizado em São Pedro terá serviço de limpeza das vias públicas. 
Critério Espacial: imóveis localizados em São Pedro.
Critério Temporal: primeiro dia de cada ano. 
Consequente:
Critério Pessoal:
	Sujeito Ativo: Prefeitura de São Pedro
	Sujeito Passivo: Proprietário do imóvel e no caso de locação, o locatário. 
Critério Quantitativo: 
	Base de Cálculo: valor venal do imóvel
	Alíquota: 0,1%. 
b) Quais as funções da base de cálculo? A base de cálculo eleita é compatível com a hipótese tributária? Se incompatíveis, qual deve prevalecer para efeito de se determinar a espécie tributária: o enunciado da hipótese tributária ou o enunciado da base de cálculo? Ambos? Nenhum dos dois?
Nítida é incompatibilidade entre a base de cálculo e o enuncia da hipótese tributário, vez que aquela reflete tão somente ao critério quantitativo do IPTU, sendo este de competência dos municípios e Distrito Federal. 
Ainda há proibição expressa na seara tributária de que a base de cálculo da taxa não pode ser a mesma base de cálculo de um imposto[footnoteRef:8], sendo a norma fictícia inconstitucional. [8: Súmula Vinculante 29 - É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.]

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