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Sindicância e Processo Administrativo Disciplinar - Atualização da Lei Municipal E Prática Processual

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SINDICÂNCIA E PROCESSO ADMINISTRATIVO 
DISCIPLINAR: ATUALIZAÇÃO DA LEI 
MUNICIPAL E PRÁTICA PROCESSUAL 
IEM 
• Advogado e Diretor do IEM: 1997-2013 
• Mestre em Direito 
• Técnico da EMATER – RS: 1979-1993 
• Docente da Universidade de Caxias do Sul, nos cursos de Direito, 
Gestão Pública, Especialização em Direito Ambiental e extensão em 
Direito do Estado (2005-2015) 
• Secretário Municipal de Administração: 1993-1997 
• Assessor Jurídico Municipal: 1998-2002 
• Livros publicados: Os Municípios e a Tributação Ambiental; 
Previdência Municipal – Guia dos Fundos e Institutos; Regime 
Próprio de Previdência do Município; Transporte Escolar: Segurança, 
Qualidade, Responsabilidade; Sinalização Viária, o Guia dos 
Municípios e Manual do Motorista e do Operador de Máquinas, além 
de participação em outros livros didáticos e revistas técnicas 
• Presta assessorias técnicas e ministra cursos nas regiões sul, 
sudeste e nordeste 
DARCÍ REALI 
OBJETIVOS DO CURSO 
• Apresentação dos fundamentos jurídicos essenciais à 
apuração de problemas disciplinares e aplicação das 
medidas administrativas 
• Atualizar os participantes relativamente às orientações 
jurisprudenciais e doutrinárias sobre sindicância e PAD 
• Contribuir para que os Municípios instruam seus 
processos com maior segurança jurídica, evitando 
nulidades com graves repercussões jurídicas e 
econômicas, dentre as quais a reintegração aos cargos 
e funções e indenizações diversas. 
 
1.1. REFERÊNCIAS HISTÓRICAS DO PAD 
IMPÉRIO 
Inexistência do contraditório 
Inadmissível a intervenção do 
Judiciário em respeito ao regime 
de separação de poderes 
“Daquele supremo senhorio majestático dimanam, porém, 
igualmente, a competência legislativa do monarca – que ‘he 
lei animada sobre a terra’ - e a jurisdição que nele tem a sua 
fonte [...]”. E complementa: “Fazem lei, portanto, as 
sentenças judiciárias que o soberano subscreve, e fôrça de 
lei obtêm os contratos que celebra, a ponto de entender-se 
abrogada a lei a que eles intencionalmente contravenham.” 
Ruy Cirne Lima, em Princípios de Direito Administrativo 
1.1. O ILUMINISMO E A CODICIZAÇÃO DO DIREITO 
 
• Início na Idade Média: Estados nacionais substituem 
gradativamente a cúria romana e o imperador 
• Burguesia (burgo: cidade murada autogovernada) – 
comerciantes, possuidores de riquezas - substituindo o 
feudalismo. Recursos = + força + liberdade 
• Movimento de codicização do direito: 
a) Domínio da razão contra o autoritarismo 
b) Predomínio do Direito Objetivo sobre o Direito Natural 
c) Direito deve estar em leis, não nos governantes 
d) Lei deve ser escrita 
e) Lei deve valer para todos 
f) Limite aos soberanos: liberdade, direito de propriedade, 
limitações da autoridade através da lei 
• Revolução Francesa: marco, influência e excessos 
 
1.1. AS INICIATIVAS DE CODICIZAÇÃO 
 
• Primeiros códigos modernos: Código da Prússia (1794), 
considerado o primeiro, e o Código da Áustria (1786) 
• Maior influência: Código Civil francês, encomendado por 
Bonaparte. Tom individualista e patrimonialista, com o principal 
objetivo de tutelar e proteger os direitos dos proprietários – 
relativização da autoridade estatal 
• Primeira Constituição do BR: 1824 – a Constituição do Império. 
Estabeleceu a criação de um código civil e um criminal 
• Código Civil Brasileiro: 1916 (de 1822 a 1916 em gestação), de 
inspiração individualista: alicerce no contrato e na propriedade 
(casamento, sucessões, etc.) 
• Valores existenciais em segundo plano: a pessoa ainda está à 
mercê de excessos do Estado 
1.1. O DIREITO PENAL NA HISTÓRIA 
 
• Direito penal grego: 
a) Platão (A República): caráter expiatório – retribuição ao delito 
b) Aristóteles (A política): caráter intimidatório, exemplo 
• Código de Hamurabi (1.772 ac - Irã): retaliação, reciprocidade 
Lei do Talião: olho por olho, dente por dente 
• Direito Penal Romano, a partir da República (509 ac) 
a) Crimina pública: punição pelo Estado – morte ou banimento 
b) Delicta privada: iniciativa do ofendido na justiça comum 
c) Lei das XII Tábuas: valoração dos delitos-penas 
• Direito Penal Medieval: juiz sem limites legais 
a) Pena de morte (antecedida de prisão de custódia) 
b) Construção de prisões medievais correcionais 
1.1. A HISTÓRIA DAS PENAS APLICADAS 
 
• Penas de caráter privado 
• Vingança divina (satisfação aos deuses - rituais) 
• Morte 
• Tortura 
• Mutilações em praça pública, apedrejamento 
• Desterro – exílio – deixar o lugar de origem 
• Prisão perpétua 
• Empalamento 
• Expropriação dos bens 
• Perseguição a familiares 
1.1. O DIREITO PENAL NO BRASIL 
 
• Ordenações Filipinas: até 1830 
• Código Criminal de 1830 (1831 a 1891) – D. Pedro I e Código de 
Processo Penal de 1832 
- Crimes públicos contra o Império, contra a tranquilidade 
interna do Império, contra a Administração, o tesouro e os 
bens públicos 
- Crimes privados: liberdade, segurança individual e 
propriedade 
- Policiais: contra as regras policiais e posturas públicas 
• Código Penal dos Estados Unidos do Brasil 
• Código Penal Brasileiro – DL 2.848, de 7.12.1940, no Estado 
Novo (Getúlio Vargas) 
1.1. O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO 
 
• Submissão do Executivo à Lei só se realizou com o surgimento 
do Estado de Direito (ainda não o democrático). Postulado 
básico: princípio da legalidade (sujeição ao Direito). Deve 
pautar-se pelo Direito 
• Dos atos indisciplinados da administração à noção de atos 
administrativos 
• Ato administrativo atual: decisões afirmadas de acordo com 
parâmetros previamente fixados, que assegurem os direitos dos 
particulares e dos servidores 
• Constituição de 1988: valores existenciais resgatados 
• Instauração do Estado Democrático de Direito: dignidade da 
pessoa humana como principal fundamento da República 
 
 
1.1. A CONSTITUIÇÃO DE 88 E DESEJO DE UMA NOVA ERA 
 
1.1. A CONSTITUIÇÃO DE 88 E DESEJO DE UMA NOVA ERA 
 
Quantos mesmo 
tinham que ser 
eliminados, Senhor 
Videla? 7 a 8 mil? 
Mas foram mais de 
30 mil mortos e 
desaparecidos, mais 
de 500 bebês... 
CF DE 1934 
Possibilidade de revisão, pelo 
Poder Judiciário, dos atos de 
demissão de servidores 
1.1. REFERÊNCIAS HISTÓRICAS DO PAD 
CF 1934, art. 169: 
 
“Os funccionários públicos, depois de dous annos, quando 
nomeados em virtude de concurso de provas, e, em geral 
depois de dez annos de effectivo exercício, só poderão 
ser destituídos em virtude de sentença judiciária ou 
mediante processo administrativo regulado por lei, e no 
qual lhe será assegurada plena defesa.” 
 
CCF de 1967 
Poder Executivo: 
prerrogativa de prisão 
administrativa, por 90 dias, 
por omissão na arrecadação 
de recursos públicos 
1.1. REFERÊNCIAS HISTÓRICAS DO PAD 
Outros aspectos: 
• Período de exceção 
• Excessivo poder nas autoridades administrativas 
• Desrespeito aos princípios da igualdade, isonomia, 
impessoalidade,... 
• Perseguições, prisões, desparecimentos 
• Indicação de livro: Brasil, Nunca Mais 
CCF de 1988 Constituição Cidadã 
1.1. REFERÊNCIAS HISTÓRICAS DO PAD 
• Direitos e garantias fundamentais (art. 5.º) 
• Proteção à privacidade 
• Proteção aos domicílios 
• Direito de informações (Lei 12.527/11) 
• Gratuidade dos processos 
• Devido processo legal, contraditório, ampla defesa e 
motivação 
• Demais garantias constitucionais (mandado de 
injunção, habeas data, etc.) 
1.1. A CONSTITUIÇÃO E AS GARANTIAS INDIVIDUAIS 
 
• Fundamentos da República: art. 1.º 
- Soberania, cidadania, dignidade da pessoa, valores sociais do 
trabalho e livre iniciativa, pluralismo político 
• Garantias individuais: art. 5.º 
- Vida, liberdade, igualdade, segurança, propriedade 
- Ningém se obriga a não ser em virtude de lei (II) 
- Banimento da tortura e tratamento desumano/degradante (III) 
- Inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da imagem (X) 
- Casa é asilo inviolável do indivíduo (XI) 
- Inviolabilidadeda correspondência, dados, telefone (XII) 
1.1. A CONSTITUIÇÃO E AS GARANTIAS INDIVIDUAIS 
 
• [...] Garantias individuais: art. 5.º 
- Direito de receber dos órgãos públicos informações de seu 
interesse (XXXIII) 
- Garantia, independente de taxas (XXXIV): 
a) do direito de petição para defesa de direitos, ilegalidades ou 
abuso de poder 
b) Obtenção de certidões, em repartições públicas, para defesa de 
direitos e esclarecimento de situações 
- Não há crime sem lei anterior que o define nem pena sem 
prévia cominação legal (XXXIX) 
- Individualização das penas, salvo indenizações (XLV) 
- Não haverá penas de morte, de caráter perpétuo, de trabalhos 
forçados, de banimento, cruéis (XLVII) 
1.1. A CONSTITUIÇÃO E AS GARANTIAS INDIVIDUAIS 
 
• [...] Garantias individuais: art. 5.º 
- Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o 
devido processo legal (LIV) 
- Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos 
acusados em geral, são assegurados (LV) 
a) Contraditório 
b) Ampla defesa 
- Motivação/fundamentação 
 
SINDICÂNCIA E PAD: ASPECTOS ATUAIS 
 
• Inexistência de lei nacional para uniformidade da 
disciplina aplicável (autonomia dos entes federados e 
dos Poderes da República) 
• Regimes jurídicos variáveis: 
a) celetistas 
b) estatutários 
• Jurisprudência em relevo, informando sobre a 
instrução dos aspectos controversos 
1.2. GARANTIAS CONSTITUCIONAIS DO 
PROCESSO ADMINISTRATIVO 
LEGITIMAÇÃO DA ATUAÇÃO DO ESTADO 
AFASTAMENTO DE DECISÕES ARBITRÁRIAS 
APLICAÇÃO DE SANÇÃO PRECEDIDA DE 
PROCESSO ADMINISTRATIVO COM 
OPORTUNIZAÇÃO DE AMPLA DEFESA E 
CONTRADITÓRIO 
1.3. DEVERES DE REPRESENTAR E APURAR AS 
IRREGULARIDADES 
REPRESENTAÇÃO À AUTORIDADE SUPERIOR 
APURAÇÃO DAS IRREGULARIDADES NOTICIADAS 
DAR CONHECIMENTO: 
Art. 15, Lei 8.429/92 
(PODEM NOMEAR 
REPRESENTANTE – ATO 
DE IMPROBIDADE) 
MUNICÍPIO: PODE PROPOR AÇÃO DE IMPROBIDADE 
ADMINISTRATIVA - ARTIGO 17, LEI 8.429/92 
MP e TCE – ATO DE 
IMPROBIDADE 
MP - CRIME 
 
Ação Popular 
 
 
Ação Civil Pública 
 
1.3. CONTROLE EXTERNO: QUANDO A 
CONDUTA DO AGENTE É ILÍCITA: 
 
Ação Civil Pública por 
Improbidade 
Administrativa - ACPIA 
 
Em regra, as 
ações são 
independentes, 
assim como 
seus efeitos 
Processo Crime 
 
 
Processo por Crimes 
de Responsabilidade 
 
Sindicância e PAD 
 
1.3. AS AÇÕES E SEUS FUNDAMENTOS 
 
 Ação Popular: Lei 4.717/65 – nulidade dos atos lesivos 
ao patrimônio público (ressarcimento) 
 Ação Civil Pública: Lei 7.347/85 – defesa ambiental, 
serviços públicos, consumidor, criança, minorias,... 
 Ação Civil Pública por Improbidade Administrativa - 
ACPIA: Lei 8.429/92 
 Ação por Crime de Responsabilidade e Infrações Político-
Administrativas: Decreto-Lei 201/67 
 Processo Crime: Decreto-Lei 3.689/41 (Código Penal DL 
2.848/40) 
 Sindicância e Processo Administrativo Disciplinar: lei local 
REPRESENTAÇÃO E DENÚNCIA 
 
• Consagraram-se, no âmbito Administrativo, por 
influência do processo disposto na Lei 8.112/90, as 
seguintes expressões: 
a) Representação: o ato informativo de infração, por 
iniciativa de servidor como dever de ofício (art. 116, VI e 
XII da Lei referida) 
b) Denúncia: a iniciativa de comunicar, por cidadão que 
não tem dever funcional (art. 144) 
Obs. A Lei de Improbidade define como crime a 
denúncia por quem sabe inocente, em sede de 
improbidade, além da responsabilidade civil por danos 
morais (art. 19) 
VALIDADE DE DENÚNCIA ANÔNIMA 
 
Apelação cível. Sindicância. Ausência de nulidades. 
Possibilidade de apuração de denúncia anônima. Prestígio 
aos princípios da moralidade e legalidade em detrimento da 
vedação ao anonimato. Precedentes do STF. AC Nº 
70057369100, 3.ª CC, TJ-RS. Relator: Maria Claudia 
Cachapuz, Julgado em 29/06/2017 
• STF tem se posicionado pela sua validade, mesmo no 
campo penal, desde que faça a autoridade pública 
investigações confirmatórias prévias que autorizem a 
abertura formal de investigação. 
• Na seara administrativa tal posicionamento igualmente é 
válido e se baseia no confronto da vedação ao anonimato 
com o da supremacia do interesse público e da atuação 
administrativa com base na legalidade e na moralidade. 
• Min. Celso de Mello: dever imperioso de investigar – 
legalidade, moralidade, impessoalidade (MS 24.369/DF) 
ORIGEM DO PAD 
 O Processo Administrativo Disciplinar nasce de uma 
irregularidade praticada e capitulada como infração 
disciplinar 
VIOLAÇÃO 
DOS DEVERES 
DAS PROIBIÇÕES 
PRESSUPOSTOS PARA A SINDICÂNCIA OU PAD 
 
• Por analogia com o Direito Penal, podem ser 
avocados os princípios: 
a) Intervenção Mínima: além do bem tutelado pela lei 
ser atingido, deve sê-lo em grau relevante (peculato-
peculatinho...) para avocação do processo penal 
b) Insignificância (ou Bagatela): refere-se a fatos 
inexpressivos, de valores desprezíveis para fins 
penais 
Do contrário, estaríamos em permanente estado de 
beligerância 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA - STF 
 
a) Não admitido: no HC 135404, um pescador foi 
denunciado no Paraná por ter, durante o período de 
defeso e com apetrechos proibidos, pescado 25 quilos 
de peixe. O réu foi condenado à pena de um ano de 
detenção pela prática do crime (art. 34 da Lei 
9.605/1998 da Lei de Crimes Ambientais), substituída 
por prestação de serviços à comunidade. A Defensoria 
Pública pedia a concessão da ordem buscando a 
aplicação do princípio da insignificância. 
O relator do HC, ministro Ricardo Lewandowski, explicou 
que, neste caso, o bem atingido não é uma empresa, 
mas o meio ambiente. Por se tratar de um bem 
altamente significativo para a humanidade – meio 
ambiente –, o princípio da insignificância não se aplica. A 
decisão, nesse caso, foi unânime (7.2.2017). 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA - STF 
 
b) Admitido: Já no caso do HC 137290, uma mulher foi 
denunciada, em Minas Gerais, pela prática do crime de 
furto tentado (artigo 155, combinado com artigo 14, do 
Código Penal), por tentar subtrair de um 
estabelecimento comercial dois frascos de desodorante 
e cinco frascos de goma de mascar – que totalizam R$ 
42,00. Anteriormente, tanto o TJ-MG quanto o STJ 
negaram o pleito de aplicação do princípio da 
insignificância ao caso. Neste, a Defensoria sustentou 
a insignificância, pela inexpressividade do valor dos 
bens que se tentou furtar e foram restituídos ao 
estabelecimento comercial. Foi absolvida. 
A jurisprudência do Supremo exige que se analise se o 
acusado não é reincidente ou contumaz e que não se 
trate de furto qualificado (julgado 7.2.2017). 
PRESSUPOSTOS PARA A SINDICÂNCIA OU PAD 
 
São relevantes os seguintes requisitos: 
1) Tipicidade: a conduta deve ter correlação com a 
definição legal (rever a legislação local, no caso de 
tipicidade muito aberta) 
1.1. Elemento objetivo: descrição formal da conduta 
1.2. Elemento subjetivo: o ânimo do cometimento 
 - dolo e/ou 
 - culpa 
b) Antijuridicidade: a conduta, além de típica, deve ser 
antijurídica (a lei exclui os crimes decorrentes de estado 
de necessidade, legítima defesa, exercício regular de 
direito e estrito cumprimento de dever legal) 
c) Culpabilidade: lei exclui a culpa em certos casos 
(mediante coação, estado de debilidade, etc.) 
RELAÇÃO DAS CONDUTAS ILÍCITAS 
• REGIME ESTATUTÁRIO: nas respectivas 
leis, autônomas, de cada ente federado 
 
 
• CELETISTAS: na CLT e, 
subsidiariamente, nos regulamentos-
regimentos instituídos pelos contratantes 
SUBMISSÃO A APURAÇÃO INFRACIONAL 
LEGISLAÇÃO ADMINISTRATIVA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA 
- Servidores efetivos e em estágio 
probatório 
- Servidores detentores de cargo em 
comissão 
- Servidores exercentes de funções 
de confiança 
- Empregados públicos, quando não 
em exercício de cargo em comissão 
(no caso, submeter-se-iam ao regime 
estatutário, quando naquele 
exercício) 
- Contratados temporariamente: 
verificar se a lei que criaesses 
contratos faculta o rito do processo 
administrativo ou remete à CLT (na 
União, Lei 8.745-93) 
Abrangência: 
- Administração Direta 
- Autarquias 
- Fundações de Direito Público 
- Associações Públicas (consórcios 
instituídos com base na Lei n.º 
11.107-05) 
Abrangência: 
- Administração Direta 
- Administração Indireta, 
independentemente do regime 
jurídico público ou privado da 
entidade, mas dependente do 
regime jurídico do agente público) 
CLT – RELAÇÃO DAS FALTAS 
Art. 482: Constituem justa causa para rescisão do 
contrato de trabalho pelo empregador: 
a) ato de improbidade; 
b) incontinência de conduta ou mau procedimento; 
c) negociação habitual por conta própria ou alheia 
sem permissão do empregador, e quando constituir 
ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o 
empregado, ou for prejudicial ao serviço; 
 
...CLT – Relação das faltas (Art. 482) 
d) condenação criminal do empregado, passada em 
julgado, caso não tenha havido suspensão da 
execução da pena; 
e) desídia no desempenho das respectivas funções; 
f) embriaguez habitual ou em serviço; 
g) violação de segredo da empresa; 
h) ato de indisciplina ou de insubordinação; 
i) abandono de emprego; 
 
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no 
serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, 
nas mesmas condições, salvo em caso de legítima 
defesa, própria ou de outrem; 
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas 
físicas praticadas contra o empregador e superiores 
hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, 
própria ou de outrem; 
l) prática constante de jogos de azar. 
 
...CLT – Relação das faltas (Art. 482) 
PODER DISCIPLINAR E O REGIME CELETISTA 
É requisito objetivo para o exercício do poder disciplinar 
no contrato a tipicidade da conduta obreira, inclusive 
com respeito à natureza da matéria envolvida, bem como 
a gravidade da conduta do trabalhador. Nesse sentido, o 
que pode ser tido como infração laboral será 
exclusivamente um comportamento do trabalhador que 
prejudique o cumprimento de suas obrigações 
contratuais trabalhistas ou, no mínimo, produza 
injustificável prejuízo ao ambiente laborativo. 
Importante ressaltar que a gravidade da infração atua, de 
maneira geral, na dosagem da pena a ser imposta. TST-
AIRR-432340-45.2007.5.09.0022, 6.ª Turma, 30/06/2010. 
 
1.4. AUTOTUTELA 
Possibilidade de anulação, de ofício, dos atos 
administrativos eivados de vício 
Súmula 473- STF 
 “A administração pode anular seus próprios 
atos, quando eivados de vícios que os 
tornam ilegais, porque deles não se originam 
direitos; ou revogá-los, por motivo de 
conveniência ou oportunidade, respeitados 
os direitos adquiridos, e ressalvada, em 
todos os casos, a apreciação judicial” 
1.5. FONTES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ESTADUAL E LEI ORGÂNICA 
MUNICIPAL 
LEIS 
PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO 
JURISPRUDÊNCIA E DOUTRINA 
RELATIVIZADOS: OS COSTUMES, A ANALOGIA E O 
DIREITO COMPARADO 
SINDICÂNCIA E PAD: LEGISLAÇÃO E PROCESSAMENTO 
2. ESPÉCIES DE PROCESSO 
ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
2. ESPÉCIES DE PROCESSO ADMINISTRATIVO 
• Inexistência de lei nacional 
• Legislação autônoma 
Fundamento constitucional - Artigo 5º: 
 - LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens, 
sem o devido processo legal 
 - LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e 
aos acusados em geral são assegurados o contraditório e 
ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes 
• Também: 
 - Direito de petição 
 - Obtenção de certidões e processo administrativo no âmbito 
da União: Lei 9.784-99, que institui o processo administrativo 
em geral nas demandas sociais 
2. ESPÉCIES DE PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 Completa autonomia dos entes federados para 
estabelecer: 
• Rito 
• Nomenclatura 
• Etapas de processamento 
 
 Limites e pressupostos: 
Constituição Federal e jurisprudência. 
 
2.1. PROCESSO ADMINISTRATIVO 
CONJUNTO 
SISTEMÁTICO DE 
ATOS DA 
ADMINISTRAÇÃO 
 
PROCESSO 
ADMINISTRATIVO 
(gênero) 
 
CONJUNTO DE 
DOCUMENTOS 
ORGANIZADOS 
EXPEDIÇÃO DE 
ATO 
ADMINISTRATIVO 
FORMALIZAM 
A AÇÃO DO 
ESTADO 
ASSUNTO 
ESPECÍFICO 
INTERESSE DA 
ADMINISTRAÇÃO 
OU DE SERVIDOR 
PROCESSO 
ADMINISTRATIVO 
DISCIPLINAR 
(espécie) 
2.2. MEIOS SUMÁRIOS DE APURAÇÃO 
Inquérito 
administrativo 
•SiSindicância 
É Conjunto de atos e atividades 
realizadas por ordem de 
autoridade administrativa com o 
objetivo de apurar irregularidades 
no serviço público 
 Preparatória ao PAD – 
investigatória, inquisitorial: 
apura as irregularidades no 
serviço público 
 
 Sancionadora: aplicação de 
sanções, em lei. Obediência ao 
princípio do contraditório e da 
ampla defesa 
2.3. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR - 
FASES 
DEFESA 
JULGAMENTO 
INSTRUÇÃO 
RELATÓRIO 
INSTAURAÇÃO 
SINDICÂNCIA E PAD: LEGISLAÇÃO E PROCESSAMENTO 
3. PRINCÍPIOS DO PROCESSO 
ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR - 
APLICÁVEIS TAMBÉM À 
SINDICÂNCIA 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS DO PROCESSO 
ADMINISTRATIVO 
DISCIPLINAR 
APLICÁVEIS TAMBÉM À 
SINDICÂNCIA 
3.1. PRINCÍPIOS DO PAD: 
DEVIDO PROCESSO LEGAL 
CF – artigo 5º, incisos LIV e LV 
PROCEDIMENTO PREVISTO EM LEI 
CONTROLE DOS ATOS DO ESTADO 
EFETIVIDADE DOS DIREITOS 
DECISÕES MOTIVADAS 
JULGAMENTO 
IGUALITÁRIO 
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O 
DEVIDO PROCESSO LEGAL 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito 
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens 
sem o devido processo legal; 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, 
e aos acusados em geral são assegurados o 
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a 
ela inerentes; 
3.1. PRINCÍPIOS DO PAD: 
DEVIDO PROCESSO LEGAL 
Garantia especial aos efetivos 
CF, ART. 41, II 
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo 
exercício os servidores nomeados para cargo de 
provimento efetivo em virtude de concurso 
público. (Redação da EC 19/1998) 
 
§ 1º O servidor público estável só perderá o 
cargo: (Redação da EC 19/1998) 
II - mediante processo administrativo em que lhe seja 
assegurada ampla defesa; (EC nº 19/1998) 
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O 
DEVIDO PROCESSO LEGAL 
• Toda apuração de responsabilidade deve ser formal 
• O devido processo é uma garantia contra a 
discricionariedade ilimitada 
• Aplica-se o rito das leis e regulamentos dispostos pelos 
entes federados 
• Subsidiariamente: aplicam-se as disposições emanadas 
da jurisprudência, da analogia (com o processo civil e 
penal, por exemplo), da doutrina 
GARANTIA DO PROCESSO NO 
REGIME CELETISTA 
ENUNCIADO Nº 77 DO TRIBUNAL SUPERIOR 
DO TRABALHO: 
 
NULA É A PUNIÇÃO DE EMPREGADO SE NÃO 
PRECEDIDA DE INQUÉRITO OU SINDICÂNCIA 
INTERNOS A QUE SE OBRIGOU A EMPRESA 
POR NORMA REGULAMENTAR 
 
Na Administração Pública, seria impensável 
demissão de celetista com base unicamente na 
discricionariedade 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
falta praticada em estágio probatório 
O não cumprimento das formalidades legais, mesmo 
em relação ao servidor concursado e que se encontre 
em período de estágio probatório, é passível de ensejar 
a declaração de nulidade do ato praticado e a prolação 
de provimento jurisdicional que vise a reintegração do 
servidor dispensado, porquanto, é assegurada a 
abertura de processo administrativo necessário à 
demonstração de sua conduta e eventual 
responsabilização – TRT – 2ª REGIÃO 
 
INDISPENSABILIDADE DE PROCESSO 
ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR 
 Supremo Tribunal Federal 
 
 
Súmula N.º 20 - É necessário processo 
administrativo com ampla defesa, para 
demissão de funcionário admitido por 
concurso. 
3.2. CONTRADITÓRIO 
INDICIADO NÃO É 
OBRIGADO A SE DEFENDERCITAÇÃO (1.º ATO) 
OS ARGUMENTOS DO 
INDICIADO DEVEM SER 
CONSIDERADOS 
INDICIADO PODE OFERECER 
RAZÕES, CONTESTAÇÃO, 
REQUERER PROVAS 
INSTRUÇÃO 
CONTRADITÓRIA 
INTIMAÇÃO PARA TODOS 
OS ATOS PROCESSUAIS 
3.2. CONTRADITÓRIO 
Indiciado: direito de acompanhar o PAD 
pessoalmente ou através de procurador 
(Verificar legislação local) 
Súmula vinculante nº 5 – STF 
A falta de defesa técnica por advogado no 
processo administrativo disciplinar não ofende 
a Constituição 
FALTA GRAVE – NECESSÁRIO ADVOGADO 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO 
[...] Em qualquer hipótese, a jurisprudência desta 
Suprema Corte já assentou a inaplicabilidade do 
verbete da Súmula Vinculante 5 aos processos 
disciplinares administrativos para apuração de 
cometimento da falta grave. 
(Rcl 8830 AgR, Relator(a): Min. ROSA WEBER, 
Primeira Turma, julgado em 23/02/2016, 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-046 DIVULG 10-03-
2016 PUBLIC 11-03-2016) 
3.3. AMPLA DEFESA 
DIREITO DO INDICIADO 
PROVAS ADMITIDAS 
Depoimento pessoal (mais amplo do que 
interrogatório), inquirição de testemunhas, exibição 
de documentos, certidões, traslados, prova pericial e 
inspeção, acareação, etc. (verificar a legislação local) 
Arrazoar, argumentar, contraditar, 
solicitar provas 
3.4. MOTIVAÇÃO 
PRINCÍPIO DOS MOTIVOS DETERMINANTES 
MOTIVO = FUNDAMENTO DO ATO 
MOTIVAÇÃO: CORRELAÇÃO LÓGICA ENTRE O 
FATO E O DIREITO APLICADO 
DECLARADO O MOTIVO = VINCULAÇÃO DO 
ADMINISTRADOR 
3.4. MOTIVAÇÃO 
 Se os motivos elencados não existiram, eram 
falsos ou não são congruentes com a 
fundamentação esposada 
INVALIDADE DO ATO 
3.4. MOTIVAÇÃO 
Relatório final 
Identificação do fato e 
da autoria 
Fundamentos para 
acolhimento de razões 
e provas 
Direito aplicável aos fatos e a 
correspondente sanção 
MOTIVAÇÃO E A DEMISSÃO SEM 
JUSTA CAUSA 
"Demissão sem justa causa. É dever do órgão 
administrativo, com poder de decisão, sob pena de 
nulidade, explicitar os motivos de fato e de direito dos atos 
administrativos que expedir e que tenham por objeto: a) o 
provimento, a dispensa, a exoneração, a demissão, a 
disposição e a disponibilidade. Recurso de revista 
conhecido e não provido" 
(TST, 7.ª Região, 5.ª T., Acórdão n. 278233/CE, RR n. 
278233, rel. Min. Francisco Caninde Pegado do 
Nascimento, v. u., j. em 30.9.1998, DJU de 20.11.1998, p. 
286). 
3.5. LEGALIDADE 
Administrador 
 público 
Ordens do 
proprietário 
dos bens 
Ordens emanadas 
das leis, regulamentos 
e atos administrativos 
Administrador 
particular 
Administrador 
 público 
ADMINISTRADOR PÚBLICO X CELETISTA 
Embora o Município recorrido se equipare ao 
empregador privado quando contrata servidor sob a 
regência da CLT, nem por isso despe-se da figura 
estatal, com autorização para desobedecer aos 
princípios administrativos. Por isso mesmo, se costuma 
dizer que o regime jurídico do servidor celetista é 
híbrido, pois embora a relação de emprego se submeta 
aos padrões celetistas, devem ser observados os 
princípios previstos no art. 37 da Constituição Federal, 
a que deve obediência o administrador público, em 
todas as suas ações. PROCESSO nº 0001422-
16.2010.5.02.0313 
3.6. PUBLICIDADE 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
ARTIGO 5º, INCISO LX 
“LX - a lei só poderá restringir a publicidade 
dos atos processuais quando a defesa da 
intimidade ou o interesse social o exigirem;” 
Lei nº 12.527/2011 – Lei de Acesso à 
Informação 
3.7. RAZOABILIDADE E 
PROPORCIONALIDADE 
 
 
RAZOABILIDADE 
 
BOM SENSO 
 
FATO X PENA 
PROPORCIONALIDADE: 
ADEQUAÇÃO DA PENA 
AO FATO 
 
PRINCÍPIO DA 
SUFICIÊNCIA 
AVALIAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA DIGNIDADE 
HUMANA 
3.8. MORALIDADE 
ÉÉTICA NA CONDUTA ADMINISTRATIVA 
ESTABILIDADE DAS RELAÇÕES JURÍDICAS 
AFASTA 
Avaliações 
tendenciosas 
Interesses pessoais 
e/ou políticos 
3.9. SEGURANÇA JURÍDICA 
RESPEITO ÀS REGRAS LEGAIS 
PREVISIBILIDADE DAS AÇÕES 
ESTABILIDADE DAS RELAÇÕES JURÍDICAS 
IMPÕE CONVALIDAÇÃO DE ATOS 
PROTEÇÃO AO DIREITO ADQUIRIDO, AO 
ATO PERFEITO E À COISA JULGADA 
3.10. FORMALIDADE 
REGISTRO ESCRITO DE TODOS OS ATOS 
REDUÇÃO A TERMO DE TODOS OS 
TESTEMUNHOS 
GARANTIA 
PUBLICIDADE 
CONTRADITÓRIO 
AMPLA DEFESA 
3.11. INTERESSE PÚBLICO 
ATRIBUÍDO À COLETIVIDADE 
E NÃO A UM INDIVÍDUO 
SUPREMACIA SOBRE O INTERESSE PRIVADO 
AUTORIZA A DISPENSA DE RITOS 
SACRAMENTAIS E FORMAS RÍGIDAS 
AUTORIZA O ESTRITAMENTE NECESSÁRIO À 
APURAÇÃO DA VERDADE, QUE É O INTERESSE 
PÚBLICO MAIOR 
3.12. EFICIÊNCIA 
OBJETIVA A SOLUÇÃO DOS CONFLITOS 
DECISÃO EM TEMPO RAZOÁVEL 
DISPENSA DE FORMALISMOS EXAGERADOS 
IMPEDE A PRÁTICA DE ATOS 
IMPERTINENTES, INOPORTUNOS E 
PROCRASTINATÓRIOS 
3.13. IGUALDADE 
Igualitário 
Situações desiguais 
Situações iguais 
Desigual 
TRATAMENTO ISONÔMICO 
Exemplo: se defere prova com base na analogia do CPC 
ou do CPP a um, deve-se facultar aos demais em 
situações análogas. 
DISPENSA DE EMPREGADOS PÚBLICOS 
Sendo regidos por um contrato trabalhista, os 
empregados públicos gozam, em princípio, de uma 
menor estabilidade funcional do que os servidores 
estatutários. Mas, para a dispensa do empregado 
público é preciso que haja uma razão prestante 
para fazê-lo, não se admitindo caprichos pessoais, 
vinganças ou quaisquer decisões movidas por mero 
subjetivismo e, muito menos, por sectarismo político 
ou partidário. É preciso que tenha havido um 
processo regular, com direito à defesa, para 
apuração da falta cometida ou de sua inadequação 
às atividades que lhe concernem. 
DISPENSA DE SERVIDOR CELETISTA EM 
ESTÁGIO PROBATÓRIO 
Servidor concursado em estágio probatório. Dispensa sem justa 
causa e levada a efeito sem abertura de processo administrativo 
disciplinar. Eventual conduta e responsabilidade do servidor não 
apurada. Nulidade da dispensa. Ao servidor concursado e admitido 
por Fundação de natureza pública, instituída por Lei Estadual, é 
assegurada a garantia da estabilidade no emprego prevista no artigo 
41 da Constituição Federal, sendo certo que eventual dispensa exige 
a submissão a processo administrativo destinado a apuração de sua 
conduta e eventual responsabilidade. Tal exigência se faz necessária 
não apenas ao servidor com mais de três anos de serviços prestados 
e portanto, considerado estável, mas também deve ser observada 
em relação aos servidores que se encontram no curso do 
denominado estágio probatório. A dispensa sem justa causa 
e desprovida de tal formalidade, enseja a declaração de nulidade do 
ato praticado. Inteligência da Súmula 21 do C. Supremo Tribunal 
Federal. TRT 2ª REGIÃO 
ESTABILIDADE DO SERVIDOR CELETISTA 
A questão foi pacificada pela jurisprudência 
majoritária do TST, cujo entendimento restou 
sedimentado na Súmula 390, I do referido 
Tribunal: 
 
SÚMULA 390, I DO TST: 
I – O servidor público celetista da 
administração direta, autárquica ou 
fundacional é beneficiário da estabilidade 
prevista no art. 41 da CF/1988 
3.14. DUPLA INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA 
RECURSO ADMINISTRATIVO À 
AUTORIDADE SUPERIOR 
REFORMA OU MODIFICAÇÃO DA DECISÃO 
ADMINISTRATIVA 
AUTOTUTELA: REVISÃO DOS PRÓPRIOS 
ATOS 
3.15. JUÍZO NATURAL 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ARTIGO 5º, INCISOS XXXVII E LIII 
Não haverá juízo ou 
tribunal de exceção 
Ninguém será 
processado ou julgado 
senão pela autoridade 
competente 
 A LEI 
DETERMINARÁ 
POR QUEM 
DE QUE FORMA 
COMO 
3.16. OFICIALIDADE 
DEVER DE OFÍCIO (DEVER-PODER DE 
APURAR) 
INICIATIVA DA AUTORIDADE 
ADMINISTRATIVA 
INDEPENDENTE DA VONTADE DO 
ADMINISTRADOR 
PREVALÊNCIA DO INTERESSE PÚBLICO: 
MOVIMENTAÇÃO PROCESSUAL DE OFICIO 
3.17. AUTO-EXECUTORIEDADE 
SINDICÂNCIA E PAD NÃO NECESSITAM, EM 
REGRA, DE INTERFERÊNCIAS EXTERNAS 
O PODER JUDICIÁRIO SÓ É NECESSÁRIO NOS 
CASOS DISPOSTOS PELA CF 
O PODER LEGISLATIVO, EM REGRA, SÓ 
CONTRIBUI ATRAVÉS DO PROCESSO 
LEGISLATIVO 
3.18. PRESUNÇÃO DE VERDADE 
ATRIBUTO REVESTE OS ATOS 
ADMINISTRATIVOS TRAZIDOSAOS AUTOS 
PERMITE, NO ENTANTO, A CONTESTAÇÃO, 
COM ÔNUS DA PROVA A QUEM CONTESTA 
PODER JUDICIÁRIO COM FREQUENCIA 
AVOCA A TEORIA DOS MOTIVOS 
DETERMINANTES (NÃO SE OBRIGA ALGUEM 
A PRODUZIR PROVA CONTRA SÍ) 
3.19. GRATUIDADE 
NÃO SE COGITA DE COBRAR PARA A 
APURAÇÃO DISCIPLINAR 
JUSTIFICATIVA: A MAIOR INTERESSADA É A 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
EM REGRA, SÃO GRATUITOS TAMBÉM OS 
PROCEDIMENTOS ONEROSOS SOLICITADOS 
PELO INTERESSADO, QUANDO 
IMPORTANTES À VERDADE REAL 
SINDICÂNCIA E PAD: LEGISLAÇÃO E PROCESSAMENTO 
4. PRINCÍPIOS SUBSIDIÁRIOS 
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO 
DISCIPLINAR 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS SUBSIDIÁRIOS 
PROCESSO CIVIL 
4.1 – ECONOMIA PROCESSUAL: APROVEITAMENTO 
DOS ATOS PROCESSUAIS 
4.2 – ÔNUS DA PROVA: COMPETE À PARTE QUE 
ALEGA COMPROVAR OS SEUS ARGUMENTOS 
4.3 – VERDADE REAL: BUSCA DE VERDADE QUE 
RESULTA DOS FATOS, AUTORIZANDO TRAZER AOS 
AUTOS QUALQUER PROVA E A EMPREENDER 
QUALQUER DILIGÊNCIA NECESSÁRIA 
PRINCÍPIOS SUBSIDIÁRIOS DO 
PROCESSO CIVIL 
4.4 SUCUMBÊNCIA: INEXISTE A PECUNIÁRIA, MAS 
TEM EFEITO RECURSAL; SÓ PODE RECORRER A PARTE 
QUE SUCUMBIU, NO TODO OU EM PARTE 
4.5 – DIALETICIDADE RECURSAL: AS RAZÕES 
RECURSAIS DEVEM REFLETIR A INCONFORMIDADE 
COM A DECISÃO RECORRIDA, ATACÁ-LA 
OBJETIVAMENTE (NÃO APENAS REPETIR OS TERMOS 
DO PROCESSO) 
4.6 – VOLUNTARIEDADE RECURSAL: RECORRER É ATO 
VOLUNTÁRIO. NÃO É OBRIGATÓRIA A REVISÃO DA 
DECISÃO, DIANTE DO SILÊNCIO DO INDICIADO 
SINDICÂNCIA E PAD: LEGISLAÇÃO E PROCESSAMENTO 
5. INSTAURAÇÃO, 
COMPETÊNCIA, IMPEDIMENTO E 
SUSPEIÇÃO 
 
 
 
 
 
5.1. INSTAURAÇÃO 
ATO 
INSTAURADOR 
PORTARIA 
DESPACHO 
AUTO DE 
INFRAÇÃO 
DECRETO 
ATO INSTAURADOR 
R 
E 
Q 
U 
I 
S 
I 
T 
O 
S 
AUTORIDADE SIGNATÁRIA 
DATA E ASSINATURA 
EXPOSIÇÃO COMPLETA DOS FATOS 
(IMPOSSIBILIDADE DE ACRÉSCIMO) 
INDICAÇÃO DO ENQUADRAMENTO 
LEGAL DA INFRAÇÃO 
IDENTIFICAÇÃO COMPLETA DO 
INDICIADO? QUANDO POSSÍVEL 
AUTUAÇÃO 
REGISTRO DO PROCESSO 
NUMERAÇÃO E DATA 
NOME DO INDICIADO 
TIPO: SINDICÂNCIA, ESPÉCIE, PAD 
PÁGINAS RUBRICADAS E NUMERADAS 
COMPETÊNCIA 
PODER ATRIBUIDO POR LEI OU REGULAMENTO A 
DETERMINADA AUTORIDADE 
DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA, DEVIDAMENTE 
MOTIVADA 
ESPECÍFICA PARA INSTAURAR O PROCESSO 
ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR 
AUTORIDADE INSTAURADORA É COMPETENTE PARA 
APLICAR A SANÇÃO 
COMPETÊNCIA – SERVIDOR CEDIDO 
• Apuração da infração: pode ser pelo órgão 
cedido 
• Julgamento: pelo órgão de origem 
• Pena: pelo órgão de origem 
• Importante: ver termos de convênio 
• Referência: STJ, MS 21.991/DF, Rel. 
Ministro HUMBERTO MARTINS, Rel. p/ 
Acórdão Ministro JOÃO OTÁVIO DE 
NORONHA, CORTE ESPECIAL, julgado em 
16/11/2016, DJe 03/03/2017 
 
COMISSÃO PROCESSANTE 
LEI LOCAL DETERMINA O NÚMERO DE 
INTEGRANTES 
INDICAÇÃO PELA AUTORIDADE 
COMPETENTE, NO ATO DE INSTAURAÇÃO, 
COM INDICAÇÃO DO PRESIDENTE 
(TAMBÉM DO SECRETÁRIO, SE FOR POR 
DISPOSITIVO LEGAL OU POR 
CONVENIÊNCIA) 
COMISSÃO POST FACTUM 
• Comissão permanente, para apuração de 
fatos futuros: garantia dos princípios do 
justo processo e juiz natural 
• Comissão post factum: inexigível, 
quando ausência de previsão legal 
• Referência: STJ, MS 19.045/DF, Rel. 
Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, 
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 23/11/2016, 
DJe 01/12/2016 
COMISSÃO PROCESSANTE: IMPEDIMENTOS 
PREVISÃO NA LEI LOCAL: PROIBE A 
PARTICIPAÇÃO 
IMPEDIMENTOS 
SEM PREVISÃO 
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, LEI 
13.105/15 (ART. 144) OU 9.784/99 
(NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO) 
- União estável 
- Cônjuge, parente ou afim até 
3.º grau 
- Interesse na matéria 
- Atuado como perito, 
testemunha ou representante 
- Estar litigando judicialmente 
COMISSÃO PROCESSANTE: SUSPEIÇÃO 
PREVISÃO NA LEI LOCAL 
INEXISTENTE: CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, 13.105/15 (ART. 
144) - MOTIVAR 
AMIGO ÍNTIMO OU INIMIGO NOTÓRIO DO INDICIADO OU DE 
SEU CÔNJUGE 
ARGUIÇÃO DA DEFESA ACOMPANHADA DE PROVAS 
SUSPEIÇÃO POR MOTIVO ÍNTIMO: INTEGRANTE DA COMISSÃO 
EFEITOS: PRESUNÇÃO RELATIVA DE INCAPACIDADE. VÍCIO FICA 
SANADO SE NÃO ARGUIDO PELO INDICIADO 
SINDICÂNCIA E PAD: LEGISLAÇÃO E PROCESSAMENTO 
6. ATOS PROCESSUAIS: FORMA, 
TEMPO, LUGAR E PRAZOS 
 
 
 
 
 
6. ATOS PROCESSUAIS 
SEMPRE ESCRITOS 
CONTEÚDO 
LOCAL 
DATA 
PRESENÇAS 
ASSINATURA 
OCORRÊNCIAS 
PRAZOS 
CONTAGEM 
- Dias corridos, excluindo o 
dia do começo (e o da data da 
publicação) e incluindo o do 
vencimento 
(que deverá ser sempre em 
dia útil) - CPC: 13.105/15 
(ART. 224). 
- Se definido em dias, 
contam-se apenas os 
úteis (art. 219). 
- Quando lei não define 
prazo à parte, 5 dias (art. 
218, § 3.º) útil) 
SINDICÂNCIA E PAD: LEGISLAÇÃO E PROCESSAMENTO 
7. COMUNICAÇÃO DOS ATOS E 
PRAZOS 
 
 
 
 
 
INTIMAÇÃO - CITAÇÃO 
CITAÇÃO INICIAL DO INVESTIGADO 
 
• IDENTIFICAÇÃO DO INTIMADO 
• FINALIDADE DA INTIMAÇÃO 
• DATA, HORA E LOCAL DO 
COMPARECIMENTO 
• DESCRIÇÃO DOS FATOS APURADOS 
• INDICAÇÃO DOS FUDAMENTOS LEGAIS 
PERTINENTES – OS QUE CONDUZEM O 
PROCESSO DISCIPLINAR 
 
7.1. INTIMAÇÃO 
COMUNICAÇÃO DE TODO E QUALQUER ATO 
PROCESSUAL ADMINISTRATIVO 
RESGUARDA O CONTRADITÓRIO E A AMPLA 
DEFESA 
DESCRIÇÃO DOS FATOS 
 
NÃO PODERÁ SER ALTERADA POSTERIORMENTE 
 
STF: O indiciado se defende dos fatos descritos 
na peça acusatória e não da capitulação 
 
+ DE UM ILÍCITO: + DE UM ENQUADRAMENTO 
ENQUADRAMENTO COERENTE COM AS PROVAS 
COLHIDAS 
7.1. INTIMAÇÃO 
 FORMAS DE INTIMAÇÃO 
 Verificar a legislação local: 
a) Pessoalmente, através de servidor público 
(indispensável a assinatura do intimado, com afixação da data da 
intimação) 
b) No caso de negativa: duas testemunhas 
c) Por via postal, com aviso de recebimento, com declaração de 
conteúdo 
d) Em local incerto: por edital, na forma usual do Município, com 
prazo de 15 dias ou o que a lei local indicar – conveniência 
 
Obs. Intimação contrária às disposições legais será nula, devendo 
ser renovada 
7.1. INTIMAÇÃO 
• Comparecimento espontâneo da parte supre a falha, não 
sendo possível a sua arguição posterior 
• Recusa do investigado a assinar a intimação: 
- servidor responsável pela intimação lavrará um termo do 
incidente e colherá a assinatura de duas testemunhas 
- qualquer cidadão qualificado pode testemunhar, não precisa 
ser servidor e nem membro da comissão processante 
7.1 - INTIMAÇÃO 
• Servidor em lugar incerto e não sabido: 
 - verificar lei local 
 - registro de todas as providências da 
comissão para localizar o indiciado e após 
determinar a publicação de edital de intimação 
• Intimação de testemunhas: conforme nomeação 
e qualificação prévia do indiciado 
AUSÊNCIA DO INDICIADO 
COMISSÃO RESOLVE, DEPENDENDO DA 
LEGISLAÇÃO LOCAL 
 
- NOMEAÇÃO DE DEFENSOR DATIVO, 
QUANDO NÃO COMPARECER AOS 
PRIMEIROS ATOS DO PROCESSO 
(APONTAMENTO DOUTRINÁRIO, 
NECESSÁRIO O EXAME DA LEGISLAÇÃO 
LOCAL) 
- SE FOI REGULARMENTE INTIMADO? 
- SE NÃO FOI POSSÍVEL A INTIMAÇÃO? 
LEI LOCAL PODE PREVER PROCEDIMENTOS 
ESPECÍFICOS (DEFENSOR, ETC.) 
 
7.2. AUSÊNCIA DO INDICIADO A UM 
DETERMINADO ATO 
A ADMINISTRAÇÃO NÃO PODE OBRIGAR 
ALGUÉM A SE DEFENDER 
• INDICIADO COMPARECE SEM ADVOGADO: 
CONSULTAR A LEGISLAÇÃO LOCAL 
• O PRÓPRIO INDICIADO PODE REALIZAR A 
SUA DEFESA, MESMO SEM SER ADVOGADO 
7.2. AUSÊNCIA DO INDICIADO EM 
DETERMINADO ATO 
• Defensor dativo (ad hoc): apenas se lei local 
assegura como obrigatório 
• Se regularmente citado, cabe ao interessado 
sua defesa 
• Se nomeado defensor ad hoc, não precisa ser 
defesa técnica (Súmula Vinculante N.º 5 – STF) 
 
7.3. AFASTAMENTO PREVENTIVO 
• MEDIDA EXCEPCIONAL 
• QUANDO O SERVIDOR POSSA TRAZER 
PREJUÍZO ÀS INVESTIGAÇÕES (COAGIR, 
ALTERAR OU DESTRUIR PROVAS, INFLUENCIAR 
ANDAMENTO,...) 
• PRAZO ESTABELECIDO NA LEI LOCAL (ART. 174 
DA LEI 8.112/90 PREVÊ 60 + 60 DIAS) 
• IMPOSSIBILIDADE DE PRORROGAÇÃO 
CONTRARIANDO A LEI LOCAL 
7.4. PRAZOS EM GERAL 
REGULADOS NA LEI LOCAL 
OMISSÃO SOBRE ALGUM ATO:5 DIAS - 
RAZOABILIDADE 
CONCLUSÃO DOS TRABALHOS: EM 
GERAL, 60 DIAS (PDL: 30 + 30, 60 + 2 x 
até 360 para o PAD) 
PRORROGAÇÃO PREVISTA NA LEI 
LOCAL: PEDIDO MOTIVADO 
7.4. PRAZOS EM GERAL 
QUANDO VENCIDOS OS PRAZOS SEM CONCLUSÃO 
DOS TRABALHOS? 
ENCERRA PROCESSO INVESTIGATÓRIO 
ABERTURA DE NOVO PROCESSO, COM 
APROVEITAMENTO DO CONTEÚDO DO PRIMEIRO 
(ECONOMIA PROCESSUAL) 
Jurisprudência: prazo dilatado não anula, se não 
houve prejuízo à defesa (TJSP - APELAÇÃO CÍVEL Nº 
9154065-82.2009.8.26.0000 e 
STJ - Mandado de Segurança nº 2969/DF) 
 
7.5. OS PRAZOS E O STJ 
 SÚMULA 592 STJ (publicação 18/09/2017): 
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR – EXCESSO 
DE PRAZO PARA CONCLUSÃO 
 
O excesso de prazo para conclusão do processo 
administrativo disciplinar só causa nulidade se houver 
demonstração de prejuízo à defesa 
SINDICÂNCIA E PAD: LEGISLAÇÃO E PROCESSAMENTO 
8. O CONTRADITÓRIO E A 
CONFISSÃO 
 
 
 
 
 
8. CONTRADITÓRIO 
• O indiciado pode alegar, preliminarmente: 
 - inexistência ou nulidade da intimação 
 - incompetência, impedimento ou suspeição da 
autoridade ou de integrante da comissão 
 - incapacidade de parte 
 - defeito de representação 
 - litispendência administrativa (atual PAD depende 
de outro processo sobre mesmos fatos) 
 - coisa julgada administrativa 
 - coisa julgada criminal, quando efeitos incidem 
no âmbito administrativo 
CONTRADITÓRIO 
DEPOIMENTO PESSOAL INICIAL 
VERIFICAR LEGISLAÇÃO LOCAL 
POSSIBILIDADE DE REALIZAR SEM 
PREVISÃO LEGAL (ESPÉCIE DE DEFESA 
PRÉVIA) 
VIABILIZA A CONFISSÃO (CONVENIÊNCIA) 
SINDICÂNCIA E PAD: LEGISLAÇÃO E PROCESSAMENTO 
9. O JULGAMENTO CONFORME 
O ESTADO DO PROCESSO 
 
 
 
 
 
9. JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO 
PROCESSO – LEI 13.105/15 (ART. 354) - CPC 
 Aplicável a previsão do CPC (MOTIVAR), quando 
ocorrerem as seguintes situações: 
 - paralisação do processo por negligência do indiciado 
 - abandono do processo por prazo superior a 30 dias 
 - quando houver desistência do processo 
 - quando não houver necessidade de produção de prova 
em audiência (inassiduidade, por exemplo, ou prova 
documental) 
SINDICÂNCIA E PAD: LEGISLAÇÃO E PROCESSAMENTO 
10. INSTAURAÇÃO PROBATÓRIA: 
AUDIÊNCIAS, PROVAS, 
DEPOIMENTPO PESSOAL, OITIVA DE 
TESTEMUNHAS, PROVA PERICIAL 
 
 
 
 
 
10.1. PROVAS 
PREVISÃO NA LEI LOCAL 
INEXISTINDO PREVISÃO: UTILIZAÇÃO 
DO CPC, DEVIDAMENTE MOTIVADA – 
ART. 369,... 
DOCUMENTAL 
TESTEMUNHAL 
PERICIAL 
DEPOIMENTO PESSOAL 
10.2. DEPOIMENTO PESSOAL E 
CONFISSÃO 
• Momento: ver rito da lei municipal. 
 (Judiciário examina o rito) 
 CPP: após ouvida das testemunhas 
• Membro da comissão informará a prerrogativa do 
direito de ficar calado e que tal postura não lhe 
causará prejuízo (CF, 5º, LXIII) 
• O indiciado poderá recusar-se a prestar depoimento 
e esta atitude não significará confissão 
10.2. DEPOIMENTO PESSOAL E CONFISSÃO 
• CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
Art. 5.º, LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os 
quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência 
da família e de advogado; 
• CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do 
inteiro teor da acusação, o acusado será informado pelo juiz, 
antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer 
calado e de não responder perguntas que lhe forem 
formuladas. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
 Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, 
não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa. (Incluído pela 
Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.792.htm#art186
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.792.htm#art186
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.792.htm#art186
10.2. DEPOIMENTO PESSOAL E CONFISSÃO 
• Roteiro da ouvida previamente elaborado (subsídios do art. 
187 e 188 do CPP) – PLANEJAMENTO É IMPORTANTE: 
 - se é verdadeira a imputação dos fatos sobre sua pessoa 
 - se não é verdadeira, se conhece o verdadeiro autor ... 
 - se esteve com os autores apontados 
 - onde estava no momento dos fatos imputados 
 - se tomou conhecimento dos fatos 
 - as provas apuradas 
 - se conhece as vítimas e testemunhas e se tem algum fato 
sobre elas a alegar 
 - se tem algo mais em sua defesa 
 
10.2. DEPOIMENTO PESSOAL E CONFISSÃO 
• O indiciado, notificado, não comparece: 
 - comissão agendará nova data 
 - novamente não comparece: comissão registrará 
em ata e dará continuidade aos trabalhos ( verificar a 
legislação local) 
• Ausência de procurador: não impede a realização do 
ato 
 
10.4 – PROVA DOCUMENTAL 
• DOCUMENTOS PÚBLICOS - GOZAM DE PRESUNÇÃO 
DE VALIDADE 
 - EXARADOS PELO PODER PÚBLICO 
 - PRODUZIDOS POR ESCRIVÃO, TABELIÃO 
 - PERMITE, NO ENTANTO, CONTESTAÇÃO, COM ÔNUS 
DA PROVA A QUEM CONTESTA 
 
• OUTROS DOCUMENTOS PRIVADOS, DESDE QUE 
INDISPENSÁVEIS AO ATENDIMENTO DA AMPLA 
DEFESA 
 
10.4 – PROVA DOCUMENTAL 
• COMISSÃO PODE: 
 - REQUERER DOCUMENTOS DE OUTRAS 
REPARTIÇÕES 
 - PESQUISAR, EM QUALQUER REPARTIÇÃO DE 
QUE FAZEM PARTE, EXISTÊNCIA DE DOCUMENTOS DE 
INTERESSE 
 - SOLICITAR PROVA EMPRESTADA 
 - QUANDO DOCUMENTOS PRIVADOS: SOLICITAR 
ESPONTANEAMENTE OU REQUERER POR ORDEM 
JUDICIAL 
10.5. PROVA TESTEMUNHAL 
• Todas as pessoas podem depor, exceto: 
 - as incapazes 
 - as impedidas (interesse no processo) 
 - as suspeitas 
• A lei local determinará o número máximo de 
testemunhas 
• Não havendo esta disciplina - regra do CPC, de oito 
testemunhas 
• Ordem – art. 456 do CPC: 
- Primeiro as do autor 
- Segundo as do réu 
10.5. PROVA TESTEMUNHAL 
 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL: 
Art. 447. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto 
as incapazes, impedidas ou suspeitas. 
 
§ 1o São incapazes: 
I - o interdito por demência; 
II - o que, acometido por enfermidade, ou debilidade mental, ao 
tempo em que ocorreram os fatos, não podia discerni-los; ou, ao 
tempo em que deve depor, não está habilitado a transmitir as 
percepções; 
III - o menor de 16 (dezesseis) anos; 
IV - o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos 
sentidos que Ihes faltam. 
10.5. PROVA TESTEMUNHAL 
 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL (art. 447): 
 
§ 2o São impedidos: I - o cônjuge, bem como o ascendente e o 
descendente em qualquer grau, ou colateral, até o terceiro grau, de 
alguma das partes, por consangüinidade ou afinidade, salvo se o 
exigir o interesse público, ou, tratando-se de causa relativa ao 
estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a prova, que o 
juiz repute necessária ao julgamento do mérito; 
II - o que é parte na causa; 
III - o que intervém em nome de uma parte, como o tutor na causa 
do menor, o representante legal da pessoa jurídica, o juiz, o 
advogado e outros, que assistam ou tenham assistido as partes. 
10.5. PROVA TESTEMUNHAL 
 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL (art. 447): 
 
§ 3o São suspeitos: 
I - o condenado por crime de falso testemunho, havendo transitado 
em julgado a sentença; 
II - o que, por seus costumes, não for digno de fé; 
III - o inimigo capital da parte, ou o seu amigo íntimo; 
IV - o que tiver interesse no litígio. 
§ 4o Sendo estritamente necessário, o juiz ouvirá testemunhas 
impedidas ou suspeitas; mas os seus depoimentos serão prestados 
independentemente de compromisso (art. 415) e o juiz Ihes 
atribuirá o valor que possam merecer. 
10.5 – PROVA TESTEMUNHAL 
• Oitiva de servidores - providências: 
 - oficiar chefia comunicando a necessidade de o 
indiciado comparecer 
 - intimar o indiciado 
 - intimar as testemunhas. 
 Dispensa da intimação: quando o indiciado diz que 
trará as testemunhas 
10.6. PROVA PERICIAL 
PROVAS PERICIAIS ADMITIDAS: 
EXAME, VISTORIA, AVALIAÇÃO, PERÍCIAS 
DIVERSAS 
COMISSÃO DEFERIRÁ AS PERÍCIAS: 
- LÍCITAS E NÃO PROTELATÓRIAS 
 - DEPENDENTES DECONHECIMENTO 
TÉCNICO 
- ABSOLUTAMENTE NECESSÁRIAS 
- EXEQUÍVEIS 
10.6. PROVA PERICIAL 
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
Art. 464. A prova pericial consiste em exame, vistoria 
ou avaliação. 
Parágrafo único. O juiz indeferirá a perícia quando: 
I - a prova do fato não depender do conhecimento 
especial de técnico; 
II - for desnecessária em vista de outras provas 
produzidas; 
III - a verificação for impraticável. 
10.7. PROVAS ILÍCITAS E ILEGÍTIMAS 
• Provas ilícitas: 
 - sem autorização judicial 
 - afrontam as garantias e direitos fundamentais: 
 intimidade, vida privada, honra, imagem 
 - inviolabilidade do lar e do sigilo de correspondência, 
telefônico, bancário e afins 
 - geram dano moral 
 
10.7. PROVAS ILÍCITAS E ILEGÍTIMAS 
• A PROTEÇÃO AO SIGILO – CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ART. 5.º 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por 
meios ilícitos; 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das 
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações 
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas 
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de 
investigação criminal ou instrução processual penal; 
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado 
o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício 
profissional; 
 
 
 
10.7. PROVAS ILÍCITAS E ILEGÍTIMAS 
• A PROTEÇÃO AO SIGILO – CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ART. 5.º 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos 
informações de seu interesse particular, ou de interesse 
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob 
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo 
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; 
 
Lei de Acesso à Informação: 
LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011. 
 
 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei 12.527-2011?OpenDocument
10.8. PROVA EMPRESTADA 
2. É cabível a chamada "prova emprestada" no 
processo administrativo disciplinar, desde que 
devidamente autorizada pelo Juízo Criminal. 
Assim, não há impedimento da utilização da 
interceptação telefônica produzida no ação penal, no 
processo administrativo disciplinar, desde que 
observadas as diretrizes da Lei n.º 9.296/96. 
Precedentes. (STJ – MANDADO DE SEGURANÇA 14140 
– Terceira Seção – Relator Ministra Laurita Vaz, julgado 
em 08.11.2012) 
 
 
10.9. PROVA POR VIDEO-CONFERÊNCIA 
• Adotadas pelo novo CPC e pelo Código de Processo Penal 
• Método pode ser avocado por analogia a um destes 
marcos legais, ou 
• Pode haver previsão expressa na própria lei municipal 
• Indicada em razão da celeridade, economicidade, 
eficiência,... 
• Importante: quando necessário evitar constrangimento, 
trauma ou risco a testemunhas (casos de assédio sexual, 
estupro e outras situações com riscos de dano físico ou 
moral) 
 
 
 
10.9. PROVA POR VIDEO-CONFERÊNCIA 
CPC CPP (Lei 11.690/08) 
Art. 236, 
§ 3.º 
Admite vídeo ou 
outra tecnologia 
Art. 185, 
§ 2.º a 6º 
Interrogatório do 
acusado 
Art. 385, 
§ 3.º 
Depoimento 
pessoal da parte 
Art. 217 Humilhação, temor 
e constrangimento 
Testemunhas Art. 222, 
§ 3.º 
Ouvida de 
testemunha 
Art. 461, 
§ 2.º 
Acareação 
Art. 937, 
§ 4.º 
Advogado da parte 
 
Possibilidades, por analogia ao CPC ou CPP e com base nos 
princípios gerais de direito (economicidade, eficiência,...) 
 
PROVA POR VIDEOCONFERÊNCIA – PREVISÃO LEGAL 
10.10 – LIVRE APRECIAÇÃO DA PROVA 
DECORRE DO CONVENCIMENTO DA 
COMISSÃO 
ELENCO DOS FUNDAMENTOS DA CONCLUSÃO 
MOTIVAÇÃO DAS RAZÕES DA ACEITAÇÃO OU 
REJEIÇÃO DAS PROVAS 
SINDICÂNCIA E PAD: LEGISLAÇÃO E PROCESSAMENTO 
11. MEMORIAIS 
 
 
 
 
 
11. MEMORIAIS 
IMPORTANTE (em geral não previstos) ou 
com outros nomes (alegações finais,...) 
DETERMINADA PELA COMISSÃO, MESMO SEM 
PREVISÃO LEGAL : ATENDE À AMPLA DEFESA 
PERMITE A SISTEMATIZAÇÃO DA DEFESA DO 
PROCESSADO 
SINDICÂNCIA E PAD: LEGISLAÇÃO E PROCESSAMENTO 
12. A ANULAÇÃO E 
CONVALIDAÇÃO DOS ATOS 
ADMINISTRATIVOS NO CURSO DO 
PROCESSO 
 
 
 
 
 
12. ANULAÇÃO E CONVALIDAÇÃO 
• Súmula n.º 473, do STF: 
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados 
de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam 
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou 
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em 
todos os casos, a apreciação judicial. 
• A convalidação é validar ato administrativo que, embora 
editado com vícios, é passível de recuperação. Este instituto 
tem três pressupostos: 
- não acarretar leão ao interesses público 
- não causar prejuízo a terceiros e, 
- que o defeito seja sanável. 
• Os princípios da economia processual e o da autotutela 
fundamentam o ato convalidatório 
 
 
SINDICÂNCIA E PAD: LEGISLAÇÃO E PROCESSAMENTO 
13. A DECISÃO: MOTIVAÇÃO 
 
 
 
 
 
13. A MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES 
• Motivar é 
- explicar o motivo, 
- fundamentar. 
Assim, decisão motivada é aquela que contém as 
razões de fato e de direito que fundamentam a decisão. 
O princípio constitucional do processo administrativo 
garante àqueles que demandam da Administração 
Pública o conhecimento das razões que decidiram o 
seu pleito. 
 
 
13. DISCORDÂNCIA DO RESULTADO E 
OPÇÃO POR PENA DIVERSA 
3. É certo que a autoridade coatora não está adstrita às 
conclusões tomadas pela comissão processante, porém, 
a discordância deve ser devidamente fundamentada em 
provas convincentes que demonstrem, de modo cabal e 
indubitável, a prática da infração pelo acusado capaz de 
ensejar a aplicação daquela penalidade máxima em 
reprimenda à sua conduta irregular. Todavia, na hipótese 
dos autos, a autoridade apontada como coatora não 
indicou qualquer outra evidência fática concreta que 
justifique a exacerbação da pena de suspensão 
anteriormente sugerida. (STJ – Mandado de Segurança 
17490-DF – Primeira Seção – Ministro Mauro Campbell 
Marques – Data do julgamento 14.12.2011) 
 
 
SINDICÂNCIA E PAD: LEGISLAÇÃO E PROCESSAMENTO 
14. OS ATOS 
ADMINISTRATIVOS QUE ENSEJAM 
RESPONSABILIDADE 
 
 
 
 
 
14. DEVERES E PROIBIÇÕES 
ELENCO NA LEI LOCAL 
 (NO PROJETO DE LEI ANEXO) 
AUTONOMIA DO MUNICÍPIO PARA DEFINIR 
OS DEVERES, AS PROIBIÇÕES E AS SANÇÕES 
DEMISSÃO: APLICAÇÃO RESTRITA ÀS 
SITUAÇÕES PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO LOCAL 
PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO 
DEMISSÃO: ABANDONO DE CARGO 
REQUISITOS: 
LEI LOCAL 
Consciência da 
ilicitude da conduta 
Ausência intencional 
por mais de 30 dias 
(PDL 5 dias 
imotivados) 
PRAZO PARA INSTAURAÇÃO: 
 31º DIA DE AUSÊNCIA 
INASSIDUIDADE HABITUAL 
FALTA HABITUAL AO SERVIÇO: 
LEI LOCAL 
 
POR SESSENTA DIAS (PDL 10 dias), 
INTERCALADOS 
NO PERÍODO DE DOZE MESES 
 
 
PODEM NÃO SER COINCIDENTES COM O 
ANO CIVIL 
 
14.4. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA 
CONDUTAS CRIMINOSAS: APURADAS 
ATRAVÉS DE AÇÃO PENAL PÚBLICA 
ARTIGOS 312 A 326 DO CÓDIGO PENAL 
INDICIAMENTO COM BASE NO CÓDIGO 
PENAL: SOBRESTAMENTO ATÉ DECISÃO 
JUDICIAL 
14.5. ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
SE INDICIAÇÃO COM BASE NA LEI 8.429/92: 
INVESTIGAÇÃO FEITA DEVE AGUARDAR A 
DECISÃO JUDICIAL 
INDICIAÇÃO COM BASE NO ESTATUTO: 
EX.: VALER-SE DO CARGO PARA OBTER 
VANTAGEM 
INVESTIGAÇÃO, PAD COM APLICAÇÃO DE PENA 
CABÍVEL 
14.11. RESPONSABILIDADE CIVIL 
• Responsabilidade civil do servidor é subjetiva 
• Poder Público tem o dever de indenizar o particular, 
uma vez comprovada a culpa do servidor 
• Necessidade de investigação, através de PAD para 
identificação da intencionalidade do servidor, ou da 
existência de negligência, imperícia ou imprudência 
14.11 – RESPONSABILIDADE CIVIL 
• Não havendo pagamento voluntário ou autorização 
para desconto em folha, a cobrança deverá ser 
efetivada em ação judicial 
 
• Necessidade de previsão legal para aplicação da 
pena de ressarcimento pecuniário 
 
 
SINDICÂNCIA E PAD: LEGISLAÇÃOE PROCESSAMENTO 
15. SANÇÕES APLICÁVEIS 
 
 
 
 
 
15. SANÇÕES ESTATUTÁRIAS 
• Advertência – infrações leves 
• Repreensão – reincidência em infrações leves 
• Multa. Ex. negligência que causa 
desaparecimento de bem ou avaria em material 
– substitutiva de pena de suspensão 
• Suspensão – infrações elencadas em lei 
• Demissão - infrações elencadas em lei 
• Destituição de CC e FG 
• Ressarcimento de prejuízos à Administração 
15. RESSARCIMENTO AO ERÁRIO 
• 6. Impossibilidade do desconto em folha à título de 
ressarcimento ao erário sem o prévio consentimento do 
servidor. RECURSO PROVIDO EM PARTE. (Apelação Cível Nº 
70049632557, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do 
RS, Relator: Rogerio Gesta Leal, Julgado em 11/10/2012) 
• Ausente previsão legal de penalidade de ressarcimento 
pecuniário correspondente ao prejuízo sofrido pelo erário, 
necessária a cobrança pela via judicial (AC 70025789389, TJ-
RS, Julgado em 09/07/2009) 
• À Administração Pública é defeso em processo administrativo 
disciplinar alterar o patrimônio jurídico do administrado sem a 
sua anuência e sem utilizar a via judicial, uma vez que 
somente lhe cabe a aplicação das sanções de natureza 
administrativa. (AC Nº 70038177259, TJ/RS - 17/05/2012) 
 
15.2. POR ATO DE IMPROBIDADE: 
LEI 8.429/92 
• POR SENTENÇA JUDICIAL 
 - perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente 
ao patrimônio 
 - ressarcimento integral do dano 
 - perda de função 
 - suspensão dos direitos políticos de 8 a 10 anos 
 - multa de até 100 vezes o valor dos vencimentos 
do envolvido 
 - proibição de contratar com o Poder Público 
15.4. CRIMES 
• POR SENTENÇA JUDICIAL: 
 - multa 
 - detenção de até 3 anos 
 - reclusão de até 12 anos + 1/3 
(agravantes) 
 
SINDICÂNCIA E PAD: LEGISLAÇÃO E PROCESSAMENTO 
16. RECURSOS 
ASSEGURADOS À PARTE 
 
 
 
 
 
16. RECURSOS 
• Lei local estabelecerá as instâncias 
administrativas: original (PAD), de 
reconsideração e recursal 
• Inexistência de previsão legal: imprescindível a 
admissão de duas instâncias, original e recursal 
• Reconsideração = retratação da autoridade 
processante, necessitando uma sólida 
fundamentação 
 
 
16. RECURSOS NO PDL – art. 164 
• Pedido de Reconsideração: prazo de 5 dias no 
rito sumário e 10 dias no rito ordinário 
• Recurso Administrativo: prazo de 5 dias no rito 
sumário e 10 dias no rito ordinário 
• Revisão do processo: de ofício ou provocada, 
quando surgirem fatos novos ou circunstâncias 
justificarem 
 
 
16.3. PRAZOS RECURSAIS E LEGITIMIDADE 
• Lei local estabelecerá o prazo para a interposição 
dos recursos 
• Legitimidade: sucumbência (só pode recorrer 
quem sucumbe) 
• A petição do recurso conterá: 
 - indicação da autoridade a quem é dirigida 
 - nome, qualificação e endereço do recorrente 
 - indicação da Administração recorrida 
 - exposição das razões de inconformidade 
 - data e assinatura do recorrente ou do advogado 
TRAMITAÇÃO DO RECURSO 
• A lei local estabelecerá o rito de tramitação do 
recurso e os seus efeitos 
• Inexistente a previsão dos efeitos: efeito 
devolutivo (efeito da sentença permanece) 
Lei nº 8.112, de 11/12/90 - Art. 109. O recurso poderá ser 
recebido com efeito suspensivo, a juízo da autoridade 
competente. 
• Inexistente a disciplina sobre o rito: 
encaminhamento à autoridade competente que 
determinará a sua instrução 
TRAMITAÇÃO DO RECURSO 
• Inexistente a previsão dos efeitos: efeito devolutivo (suspensivo, se 
lei prevê): 
 “O efeito devolutivo constitui, portanto, regra inerente a 
qualquer recurso, de aplicação automática, por devolver, sempre, à 
instância administrativa revisora, o conhecimento amplo sobre a 
matéria objeto do apelo. 
 O efeito suspensivo, não obstante a tendência verificada, no 
âmbito administrativo, de se adotá-lo diante do justo receio de 
prejuízo de difícil reparação, está, todavia, condicionado aos critérios 
de conveniência e oportunidade conferidos por lei à autoridade 
administrativa que, assim, é livre para formar o seu próprio 
entendimento sobre a forma de admissão, que, todavia, deverá ser 
justificado, fundamentadamente, em despacho.” Francisco Xavier da 
Silva Guimarães, “Regime Disciplinar do Servidor Público Civil da 
União”, pg. 198, Editora Forense, 2ª edição, 2006 
DECISÃO RECURSAL 
• O órgão recursal: 
 - modifica a decisão, total ou parcialmente ou 
 - anula total ou parcialmente 
 
• Cautela com a revogação: 
 - competência para utilizar o critério de 
conveniência e oportunidade 
 
SINDICÂNCIA E PAD: LEGISLAÇÃO E PROCESSAMENTO 
17. REVISÃO ADMINISTRATIVA: 
CEBIMENTO E RECURSO DE 
OFÍCIO 
 
 
 
 
 
17. REVISÃ0 ADMINISTRATIVA 
• difere do recurso e do pedido de reconsideração 
• ocorre nos processos encerrados 
• identidade com a rescisória do CPC 
• inexistindo regulação em lei local: aplicação 
subsidiária do CPC 
• cabimento: surgimento de fatos novos ou 
circunstâncias relevantes 
• petição 
• decisão: não pode agravar a penalidade 
• de ofício: Sumula 473 do STF 
SINDICÂNCIA E PAD: LEGISLAÇÃO E PROCESSAMENTO 
18. PRESCRIÇÃO, INDULTO E 
ANISTIA 
 
 
 
 
 
18.1. PRESCRIÇÃO 
DECURSO DO TEMPO: PRESCREVE A FACULDADE DE 
APURAR E APLICAR A PENALIDADE 
(art. 142 da Lei 8.112/90 – prescrição de 180 dias a 5 
anos, dependendo da capitulação – 
art. 82 do PDL) 
LEI LOCAL: PRAZO PRESCRICIONAL 
Contagem: da ciência do fato, não do fato. 
STF. Interrompe a prescrição o auto inaugural válido, 
com imputação dos fatos ao processado 
NECESSIDADE DE LEI LOCAL: PRAZO PARA A REVISÃO 
DOS ATOS ILEGAIS (SEGURANÇA JURÍDICA): 
Posição da jurisprudência 
18.1. PRESCRIÇÃO X DECADÊNCIA 
Lei 9.784/99, no art. 54, prevê como prazo 
decadencial 5 anos, para a Administração anular 
os atos administrativos ilegais que originam 
direitos para os destinatários, salvo quando estes 
agiram de má fé. 
Princípio da segurança jurídica presente 
Prescrição: é o prazo para instaurar processo 
de investigação e aplicar as penas 
18.2. INDULTO (EX. ART. 107 CP) 
FAVOR DE NATUREZA IMPESSOAL: EXTINÇÃO DE 
CONDENAÇÃO 
DIRIGIDO A TODA UMA CLASSE DE BENEFICIÁRIOS 
REPERCUSSÃO DIRETA SOBRE A PENA 
LEI LOCAL INDICARÁ AS PENAS E AS CONDIÇÕES 
PARA SUA CONCESSÃO 
18.3. ANISTIA (EX. ART. 107 CP) 
ATO DE CLEMÊNCIA, PERDÃO, COM 
PREVISÃO LEGAL 
ESQUECIMENTO DAS INFRAÇÕES E 
SUSPENSÃO DAS PENAS APLICADAS 
EX.: ANISTIA DOS DIAS DE GREVE 
CAUTELA DA CONCESSÃO: LIMITAÇÃO DOS 
SEUS EFEITOS 
SINDICÂNCIA E PAD: LEGISLAÇÃO E PROCESSAMENTO 
19. PROCESSO 
ADMINISTRATIVO CRIMINAL 
 
 
 
 
 
19. PROCESSO ADMINISTRATIVO 
CRIMINAL 
• Poucos autores admitem 
• Objeto: PAD investiga ato tipificado como crime 
• Tal especificidade não altera o rito processual 
estabelecido pela lei local 
• O PAD investiga infração disciplinar e não crime 
SINDICÂNCIA E PAD: LEGISLAÇÃO E PROCESSAMENTO 
20. SENTENÇA PENAL E 
PROCESSO ADMINISTRATIVO 
DISCIPLINAR 
 
 
 
 
 
20.1. INDEPENDÊNCIA DAS ESFERAS 
ADMINISTRATIVA E CRIMINAL 
SENTENÇA ABSOLUTÓRIA REFLETE NA ESFERA 
ADMINISTRATIVA 
INEXISTÊNCIA DO FATO 
( Art. 386, II, CPP) 
PROVADO QUE O RÉU 
NÃO FOI AUTOR 
(art. 386, V, CPP) 
20.1. INDEPENDÊNCIA DAS ESFERAS 
ADMINISTRATIVA E CRIMINAL 
SENTENÇA ABSOLUTÓRIA NÃO REFLETE NA 
ESFERA ADMINISTRATIVA 
 FATO NÃO 
CONFIGURA 
INFRAÇÃO PENAL 
(Art. 386, III, CPC) 
INSUFICIÊNCIA DE 
PROVAS 
(Art. 386, VII, CPC) 
20.1. INDEPENDÊNCIA CIVEL E CRIMINAL 
• Código Civil: 
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da 
criminal, não se podendo questionar mais sobre a 
existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, 
quando estas questões se acharem decididas no 
juízo criminal. 
19. PROCESSO ADMINISTRATIVO 
CRIMINAL 
• Poucos autores admitem 
• Objeto: PAD investiga ato tipificado como crime 
• Tal especificidade não altera o rito processual 
estabelecido pela lei local 
• O PAD investigainfração disciplinar e não crime 
20.1. INDEPENDÊNCIA DAS ESFERAS 
ADMINISTRATIVA E CRIMINAL 
SENTENÇA JUDICIAL PELA PERDA DO CARGO: 
DESNECESSIDADE DE PAD 
INFRAÇÃO DISCIPLINAR= ATO TÍPICO PENAL 
MOMENTO DE ENCAMINHAMENTO AO MP 
(ver projeto de lei) 
SINDICÂNCIA E PAD: LEGISLAÇÃO E PROCESSAMENTO 
21. CONTROLE JURISDICIONAL 
DO PAD E REPERCUSSÃO NA 
ESFERA ADMINISTRATIVA 
 
 
 
 
 
CONTROLE JURISDICIONAL DO PAD 
LEGALIDADE DO ATO SANCIONADOR 
OBEDIÊNCIA AOS PRINCÍPIOS 
CONSTITUCIONAIS 
EXCLUI O EXAME DO MÉRITO ADMINISTRATIVO 
REGULARIDADE DO PROCEDIMENTO 
ESCOLHA E QUANTIFICAÇÃO DA SANÇÃO 
TÉCNICA DE INVESTIGAÇÃO 
A teoria do fato 
Um dos grandes feitos recentes do MPF foi a consolidação de uma técnica de 
investigação chamada de "teoria do fato" – não confundir com o “domínio do fato”. 
Consiste em criar uma narrativa inicial, uma teoria inicial que explique o todo. A 
sistematização da informação facilita na organização dos fatos em torno de uma 
narrativa lógica. 
Mas para ser eficaz - no sentido de se buscar a verdade – a teoria não pode se 
sobrepor aos fatos. Na medida em que os fatos vão aparecendo, tem que haver 
ajustes na teoria. 
Esse modelo foi introduzido pelo procurador Douglas Fischer, tornou-se sinônimo 
de sofisticação investigação e foi adotado pela primeira vez no "mensalão". 
Fischer, aliás, foi o autor da livre adaptação da teoria do domínio do fato para 
condenar os réus da AP 470 – uma interpretação que provocou a indignação do 
próprio autor, Claus Roxin. 
Na verdade, essa teoria do fato é um método intuitivo adotado por qualquer repórter 
mais experiente. 
Luiz Nassif, 9.6.2016 
http://jornalggn.com.br/luisnassif

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