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Daniel Vingren, Fernando Ribeiro, Gabriel Gonçalves, Jaqueline Guerra, José Henrique, Letícia Borralho, Luana Mendonça, Pedro Victor, Suélio Moura, Thiago Moreira, Thiago Prado, Vitor Leão ESTUDO DE CASO: Praia da Graciosa no município de Palmas – TO Palmas – TO 2016 Daniel Vingren, Fernando Ribeiro, Gabriel Gonçalves, Jaqueline Guerra, José Henrique, Letícia Borralho, Luana Mendonça, Pedro Victor, Suélio Moura, Thiago Moreira, Thiago Prado, Vitor Leão ESTUDO DE CASO: Praia da Graciosa no município de Palmas – TO Trabalho elaborado como requisito parcial para aprovação na disciplina de Geologia Aplicada a Engenharia Civil do curso de bacharel em Engenharia Civil pelo Centro Universitário Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA). Ministrada pelo professor Éder Soares Pinto. Palmas – TO 2016 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 4 1.2 Objetivos ............................................................................................................................... 5 1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................... 5 1.2.2 Objetivos Específicos ........................................................................................................ 5 2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................... 6 2.1 Minerais ................................................................................................................................ 6 2.2 Rochas .................................................................................................................................. 9 2.3 Solos ................................................................................................................................... 11 2.4 Águas .................................................................................................................................. 15 2.4.1 Fontes de Água ................................................................................................................ 17 2.4.2 Aquíferos ......................................................................................................................... 18 3 METODOLOGIA .................................................................................................................. 19 3.1 Métodos de Investigação .................................................................................................... 19 3.1.1 Métodos diretos ............................................................................................................... 20 3.1.2 Métodos indiretos ............................................................................................................ 21 3.2 Mapas ................................................................................................................................. 23 3.2.1 Mapas Geológicos ........................................................................................................... 23 3.2.2 Mapas Pedológicos .......................................................................................................... 31 3.2.3 Mapas Hidrográficos ....................................................................................................... 37 3.2.4 Uso de Rochas ................................................................................................................. 44 4 RESULTADOS ..................................................................................................................... 49 5 CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 50 REFERENCIAL ....................................................................................................................... 52 APÊNDICE .............................................................................................................................. 54 ANEXO .................................................................................................................................... 56 4 1 INTRODUÇÃO “Geologia é a ciência da Terra, de seu arcabouço, de sua composição, de seus processos internos e externos e de sua evolução. ” (POPP, 1979 p.3) Segundo a IAEG (International Association for Engineering Geology and the Environment) (1992) “geologia de engenharia é a ciência dedicada à investigação, estudo e solução dos problemas de engenharia e meio ambiente decorrentes da interação entre as obras e atividades do homem e o meio físico geológico. ” O conhecimento de materiais rochosos bem como o contexto e a sua utilização tem fundamental importância às obras e serviços de engenharia civil, visto que é responsabilidade do engenheiro civil prever e se adaptar as irregularidades encontradas na sua área de atuação. Como forma de integrar os conceitos de Geologia de Engenharia e as obras em Palmas – TO, o estudo de caso apresentado busca analisar as mudanças geomorfológicas e os efeitos destas em obras e serviços de engenharia civil, próximas a margem do reservatório da Usina Hidroelétrica de Lajeado antes e após sua instalação. O estudo realizado ainda infere um referencial em torno dos materiais rochosos, solos e águas subterrâneas e suas respectivas alterações no terreno analisado. Sobretudo ressaltando as propriedades de cada elemento e classificando em níveis micro e macroscópicos, do ponto de vista da Engenharia Civil. 5 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral Verificar a importância da geologia de engenharia em obras e serviços de engenharia civil. 1.2.2 Objetivos Específicos Verificar a importância do uso das rochas e dos solos como materiais de construção em obras e serviços de engenharia civil Verificar a importância das águas superficiais e subterrâneas em obras e serviços de engenharia civil 6 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 MINERAIS Conforme dizem Klein & Dutrow (2012), um mineral é um sólido de ocorrência natural com um arranjo atômico altamente ordenado e uma composição química homogênea e definida. Estes são habitualmente formados por processos inorgânicos. Ao explicar o significado de cada elemento do conceito acima, é possível um melhor entendimento do significado de mineral: De ocorrência natural: Demonstra que o mineral deve ter sido formado por processos naturais, diferenciando-se daqueles formados em laboratórios ou processos industriais. Sólido: Exclui da definição os líquidos e gases, pois somente os sólidos possuem posição fixa para os átomos. Um exemplo disto são os gelos presentes nas geleiras que são considerados minerais, diferentemente da água que não é. Um arranjo atômico altamente ordenado: Aponta uma estrutura interna de átomos (ou íons) arranjados em um padrão geométrico regular e recorrente. Devido a isto, os minerais são considerados cristalinos. Uma composição química homogênea e definida: Pode haver variação dentro dos limites, implica que a composição de um mineral pode ser expressa por uma fórmula química específica. Habitualmente formados por processos inorgânicos: Está aumentando a aceitação à formação de minerais organicamente como exemplo o carbonato de cálcio provenientes das conchas dos moluscos. Abaixo tem-se alguns exemplos de minerais: Figura 01 – Mineral Talco. Fonte: EDUCAÇÃO PÚBLICA (2016) 7 Figura 02 – Mineral Calcita. Fonte: Rochas, Minerais, Gemas, Fósseis. Fonte: EDUCAÇÃOPÚBLICA (2016) Ao explicar o significado de cada elemento do conceito acima, é possível um melhor entendimento do significado de mineral: De ocorrência natural: Demonstra que o mineral deve ter sido formado por processos naturais, diferenciando-se daqueles formados em laboratórios ou processos industriais. Sólido: Excluem da definição os líquidos e gases, pois somente os sólidos possuem posição fixa para os átomos. Um exemplo disto são os gelos presentes nas geleiras que são considerados minerais, diferentemente da água que não é. Um arranjo atômico altamente ordenado: Aponta uma estrutura interna de átomos (ou íons) arranjados em um padrão geométrico regular e recorrente. Devido a isto, os minerais são considerados cristalinos. Uma composição química homogênea e definida: Pode haver variação dentro dos limites, implica que a composição de um mineral pode ser expressa por uma fórmula química específica. Habitualmente formados por processos inorgânicos: Está aumentando a aceitação à formação de minerais organicamente como exemplo o carbonato de cálcio provenientes das conchas dos moluscos. Os solos são formados pela sedimentação das rochas que por sua vez são basicamente formadas pelos minerais, desta forma é possível afirmar quais os minerais presentes em determinado solo somente pelas características apresentadas pelo mesmo como sua coloração, porosidade, compactação, impermeabilidade, entre outras maneiras de avaliação. 8 O conhecimento dos minerais também permite prever o comportamento das rochas baseado na sua composição mineralógica. Pegamos como exemplo o Granito, altamente utilizado na construção civil devido ao seu alto valor de resistência a compressão sendo bastante útil na fabricação de concreto. Esta rocha é composta por três importantes minerais: o Quartzo, o Feldspato e a Mica. Cada um destes minerais desempenha uma função diferente contribuindo para o conjunto. Cabe ao engenheiro civil utilizar-se do conhecimento sobre as propriedades das rochas e solos baseando-se na composição mineralógica destes para então ter a capacidade de escolher os materiais que terão melhor desempenho para uma específica função. Os minerais podem ser divididos em dois tipos de acordo com a sua composição: Minerais metálicos – Formados por elementos químicos metálicos, tendo assim boa condutividade elétrica. Exemplo: Alumínio, ferro e cobre. Minerais não metálicos – Ao contrário do anterior, estes não possuem elementos químicos metálicos. Exemplos: Diamante, calcário e areia. Para a classificação dos diversos minerais existentes, foram definidos critérios para avaliação das suas características, assim possibilitando sua catalogação. 1. Cristalização ou Hábito: Corresponde a sua forma geométrica tridimensional; 2. Coloração: Se refere a sua cor externa dada pela absorção dos comprimentos de ondas pela sua composição química; 3. Transparência: Capacidade de absorver a luz. Podem ser divididos em translúcido e opaco; 4. Brilho: Refletância de luz pelo mineral; 5. Dureza: Relacionado a capacidade de riscar e não ser riscado; 6. Traço: A cor deixada em uma porcelana ao ser riscada pelo mineral; 7. Fratura: É a superfície irregular do mineral resultante da sua quebra; 8. Densidade: Quantidade de vezes que um mineral é mais pesado do que um volume igual de água; 9. Clivagem: Nível de ruptura dos minerais em superfície plana ou regular; 10. Propriedades eletromagnéticas: Capacidade dos minerais de conduzirem ou não corrente elétricas e sua capacidade de relacionar-se ao magnetismo, entre algumas outras propriedades de nível semelhante. 9 2.2 ROCHAS A crosta terrestre é constituída particularmente de rochas que são compostas de minerais. Com o conhecimento das rochas que constituem uma determinada região, o geólogo é capaz de identificar todos os acontecimentos passados. Diante disso, existem três ambientes geológicos que favorecem a formação das rochas, denominados: ambiente magmático, ambiente sedimentar e ambiente metamórfico. Sendo que, o que diferencia esses ambientes entre si são os fatores de pressão, temperatura e composição química. Esses ambientes formam respectivamente as rochas magmáticas ou ígneas, sedimentares e metamórficas. As rochas magmáticas são provenientes de locais, na qual, as temperaturas são elevadas e as pressões muito variadas. Dessa forma, as condições geológicas interferem formando dois tipos de rocha: intrusivas (plutônicas) e extrusivas (vulcânicas) Intrusiva ou plutônica: é resultado de o magma ter se resfriado a quilômetros de distância abaixo da crosta terrestre. Extrusiva ou vulcânicas: é fruto da expulsão do magma para a superfície e logo após seu resfriamento. Exemplos de rochas ígneas: basalto, granito, obsidiana, piroxênio, piroxênio granito, quartzo, entre outros. As rochas sedimentares são geradas de uma erosão de qualquer tipo de rocha e para conclusão de formação é auxiliada pelo intemperismo. Esse fenômeno se dá por um conjunto de modificações mecânicas, físicas e químicas sobre as rochas quando em contato com agentes atmosféricos e variações de temperatura e pressão. O clima é um dos principais fatores que contribuem para o intemperismo. Em regiões tropicais, como o Brasil, por exemplo, existem duas estações predominantes, seca e úmida, enquanto na primeira ocorrem algumas alterações físico-químicas no solo, na segunda ressalta-se a lixiviação no manto. A interferência do clima sobre o processo de intemperismo ocorre com o aumento ou diminuição do índice de precipitação que pode favorecer a erosão das rochas, acumulação de sedimentos e formação das bacias sedimentares. Além disso, o tipo de vegetação que varia de acordo com as características climáticas, pode tornar o solo com maior ou menor impermeabilidade, textura, componentes químicos entre outras características. Logo, com ação do intemperismo, os sedimentos se assentam e ocorre a diagênese, na qual, ocorre a cimentação, proveniente da cristalização do material e a compactação dos sedimentos e assim se consolida a formação das bacias sedimentares. Exemplos de rochas sedimentares: arenito, argilito, calcário, conglomerado, siltito, entre outros. 10 Figura 03 – Formação de Rochas Sedimentares. Fonte: Colégio Vasco da Gama As rochas metamórficas são formadas a partir de alterações sofridas pelos minerais que compõe as rochas ígneas e sedimentares, associadas a mudança de temperatura, pressão e fortes atritos, originando uma nova rocha. Dependendo da maneira de foi formada, poderá ou não mudar sua composição mineralógica, porém sua textura obrigatoriamente se modifica. Geralmente podem ocorrer uma cristalização dos minerais que constitui a rocha original ou a formação de algum novo mineral. Soma-se a isso, os tipos de metamorfismo que pode ser de quatro formas: o metamorfismo de contato, de fundo oceânico, de ultra-alta pressão, de soterramento, regional, impacto e de alta pressão - baixa temperatura. O metamorfismo de contato se dá pela intrusão magmática que metaforiza a rocha mais próxima pela ação do calor. O metamorfismo de fundo oceânico é característico dos rifts das cadeias meso- oceânicas, com a crosta recém-formada e quente ligada a água fria do mar. O metamorfismo de ultra alta pressão ocorre na litosfera continental profunda e na crosta oceânica. O metamorfismo por soterramento está geralmente interligado com bacias sedimentares formadas na margem de alongamento das placas. O metamorfismo regional acontece, quando a rocha está submetida a altas pressões. O metamorfismo de impacto ocorre em regiões limitadas da crosta, em locais de impacto de grandes meteoritos. O metamorfismo de alta pressão – baixa temperatura existe em localidades de subducção de crosta oceânica. 11 Exemplo de rochas metamórficas: ardósia, filito, gnaisse,mármore, quartzito, xisto, entre outros. Segundo Skinner (1996, p. 85): “Entre os recursos obtidos da Terra, os materiais de construção ocupam o primeiro lugar quanto à tonelagem e o segundo quanto ao valor, logo após os combustíveis”. Diante disso, os minerais, rochas e solos são pilares fundamentais na construção civil. Isso porque, esses são matéria-prima para a fabricação de materiais de construção e suporte para firmação de fundações. A literatura realiza uma classificação em dois grupos de materiais de construções, sendo eles: materiais naturais – sem modificações e materiais que necessitem de tratamentos químicos. O primeiro engloba areia, cascalho e rocha britada; o segundo grupo inclui argila para cerâmica, matéria-prima para cimento, gesso e amianto. Rochas Naturais Existem três classes de produto de rochas em estado natural com benefícios para a construção civil. Subdivide-se em: Rochas de construções: abrange desde tijolos até a ornamentação de fachada. Rochas britadas: são utilizadas para a fabricação do concreto. Areia e Cascalho: mais utilizados em leitos de estradas 2.3 SOLOS A natureza do solo está diretamente ligada ao clima e a topografia, mas também é influenciada pelas características da rocha matriz, que pela decomposição e desintegração de seus elementos, fornece a matéria-prima para sua formação e consequentemente da sua qualidade. Os vários processos que ocorrem continuamente sobre as rochas e o sistema natural aberto, fatores geológicos, geográficos e biológicos, caracterizam a formação do solo ao longo do tempo geológico. Solo é um material mineral com ocorrência ou não de componentes orgânicos, que sofreram a ação da pedogênese, material de origem com interferência do clima, organismos vivos, relevo e ação do tempo. O solo da parte superior do manto, decompõem-se e libera alguns nutrientes que favorecem o crescimento de determinados tipos de vegetais. Ao longo da decomposição dos dejetos de animais e plantas, o solo adquire componentes orgânicos e continua o processo de transformação adquirindo suas características típicas. 12 Figura 04 – Processo de formação do solo. Fonte: GEOGRAFO. A água é o constituinte do solo onde se encontram substâncias dissolvidas. Desempenha uma importante função na formação de um solo e é indispensável às formas de vida que nele vivem. O ar entra na constituição do solo para preencher os espaços existentes entre as partículas sólidas que não são preenchidos pela água. O ar presente nos "buracos" entre as partículas de solo resulta da combinação dos gases da atmosfera com os gases liberados durante as atividades biológicas e químicas ocorridas ao nível do solo, daí ser também chamado atmosfera do solo. Um solo pouco arejado é também pouco produtivo pois não oferece oxigênio suficiente para a respiração das raízes. Em solos maduros pode-se identificar a presença de alguns horizontes principais, no primeiro horizonte encontram-se depósitos de matéria orgânica não totalmente em decomposição, logo abaixo tem-se o horizonte que é rico em húmus e areia, no horizonte seguinte identifica-se o estrato escuro com grande acumulação de húmus, enquanto no horizonte posterior ocorre a acumulação de solo com grandes concentrações de alguns minérios como o óxido de ferro, no último horizonte antes da rocha mãe, encontra-se um material não consolidado, por último, tem-se o último horizonte que é a matriz original. Rocha matriz ou rocha mãe é a rocha que se desagregou para dar origem ao solo, com a influência de vários fatores físico-químicos e a ação do tempo geológico, se a rocha mãe for o granito por exemplo, o solo terá vários compostos dos minerais que formam o granito, como o quartzo, o feldspato e a mica . 13 Figura 05 – Horizontes do solo. Fonte: Experimentos Solos. “O solo é constituído por três fases: sólida, líquida e gasosa. A fase sólida é constituída pelo material parental (rocha) local ou transportado e material orgânico, originário da decomposição vegetal e animal. A fase líquida, a água ou a solução do solo (elementos orgânicos e inorgânicos em solução), e a fase gasosa, de composição variável, de acordo com os gases produzidos e consumidos pelas raízes das plantas e dos animais (CO2 e O2). ” (CETESB, 2016) Os solos variam quanto a densidade, granulometria, consistência e componentes químicos. Existem três tipos principais de texturas: argiloso, arenoso e médio (EMBRAPA, 2003). Alguns autores acrescentam ainda o solo siltoso e turfoso. Solos arenosos: teores de areia superiores a 70% e o de argila inferior a 15%. São solos permeáveis, de baixa capacidade de retenção de água e de baixos teores de matéria orgânica. Solos argilosos: com teores de argila acima de 35%. Esses solos, com exceção dos de cerrado, cuja fração de argila é representada com óxidos hidratados de ferro e alumínio, com elevado poder de floculação, apresentam baixa permeabilidade e alta capacidade de retenção de água. A alta força de coesão entre as partículas, além de proporcionar grande resistência a penetração, o solo agrega-se facilmente aos implementos, como também o torna muito suscetível à compactação. Solos médios: são solos que apresentam certo equilíbrio entre os teores de areia, silte e argila. Normalmente, apresenta boa drenagem, boa capacidade de retenção de água e índice médio de erodibilidade. Solos siltosos: apresentam uma granulação fina que possui pouca ou nenhuma plasticidade. Um torrão de silte seco ao ar pode ser desfeito com bastante facilidade. 14 Solos turfosos: conhecidos por seres ricos em matéria orgânica, sendo essa sua principal característica, podem possuir maior porcentagem de argila ou areia de acordo com a localidade. Não é muito aproveitado na construção civil. O conhecimento sobre a textura do solo é importante para se planejar adequadamente a forma de manejo do mesmo, para a agricultura determinado tipo de textura pode ser de melhor eficiência enquanto para a construção civil o mesmo tipo de solo pode ter menor campo de aplicação. Figura 06 – Triângulo de grupamento textura. Fonte: EMBRAPA (2006) O solo também pode ser classificado quanto à sua origem, envolvendo todo o processo de formação (UFJF, 2009): Solos residuais: São originados do processo de intemperismo (decomposição) de rochas pré-existentes, no qual ele se encontra sobre a rocha que lhe deu origem. Para que esse processo ocorre precisa-se que a decomposição da rocha seja mais rápida que a ação dos agentes externos por remoção. Em regiões de clima tropical, como o Brasil, ocorre uma facilidade para essa degradação mais rápida. Solos transportados ou sedimentares: formam depósitos mais desprendidos e fofos quando comparado ao solo residual e possui uma profundidade variável. É subdividido ainda, em três tipos: aluvião, orgânicos, coluviais e eólicos. Diferem-se quanto a formação sendo 15 transportados pela água, ação da gravidade ou pela ação do vento, quanto a composição constituída por mistura orgânica, materiais de grande granulometria e mais finos, e uma característica principal para a construção civil, quanto a resistência enquanto alguns apresentam mais capacidade de suporte, permeabilidade e compressibilidade, outros são possuem menor resistência, homogeneidade e consolidação. Solos de evolução pedogênica: sofre no seu local de formação ou deposição uma série de transformações físico-químicas, muito comuns no Brasil por possuir grandes diferenças de temperatura e umidade ao longo das estações anuais. O quadro abaixo resume como está disposto as propriedades de acordo com o tipo de solo Propriedades Tipos de solos Arenosos Siltosos Argilosos Turfosos Granulação Grossa (olho nu) Fina (tato) Muito fina Fibrosa Plasticidade Nenhuma Pouca Grande Pouca a média Compressibilidade(carga estática) Pouca Média Grande Muito grande Coesão Nenhuma Média Grande Pouca Resistência do solo seco Nenhuma Média Grande Pouco a média Quadro 01 – Resumo das características dos solos. Fonte: UFJF (2009) 2.4 ÁGUAS A água, existente em praticamente todo o planeta, na atmosfera, na superfície dos continentes, nos mares, oceanos e subsolo, encontra-se, nos seus diferentes estados físicos, em permanente circulação, desenvolvendo um processo denominado ciclo hidrológico, conforme apresentado na Figura 07 (Santos et al., 2001). 16 Figura 07 – Ciclo de Hidrológico. Fonte: MMA O processo desse ciclo se dá a partir da radiação solar e do metabolismo dos seres vivos (evapotranspiração), os quais fornecem energia para elevar a água da superfície terrestre para a atmosfera (evaporação). Somando-se este processo à força da gravidade, a água condensada nas nuvens se precipita (precipitação). Uma vez na superfície terrestre a água perpassa pelo solo e circula através de linhas de água que se reúnem em córregos e rios até atingir os oceanos (escoamento superficial) ou se infiltra nos solos e nas rochas entre os poros, através dos seus poros, fissuras e fraturas (escoamento subterrâneo). Em síntese, o ciclo hidrológico envolve 5 processos: evapotranspiração; evaporação; precipitação; escoamento superficial; escoamento subterrâneo. O conceito de ciclo hidrológico pode ser traduzido quantitativamente sob a forma de uma relação matemática denominada equação hidrológica ou equação do balanço hídrico. A equação hidrológica representa a quantificação da água presente nas fases do ciclo, para um intervalo de tempo escolhido, denominada de balanço hídrico. Conforme será discutido mais adiante, para a elaboração do balanço hídrico é necessário que se defina o espaço físico onde se realiza este balanço que, neste momento, será simplesmente denominado de sistema hidrológico. Considerando-se isoladamente os processos acima e abaixo da superfície do solo é possível descrever o balanço hídrico como se segue. Os estudos hidrológicos têm por finalidade avaliar a disponibilidade dos recursos hídricos de uma região para os processos de planejamento e manejo destes recursos, ou ainda, 17 atender a requisitos específicos em projetos de engenharia. De forma simplificada, estes dois casos podem ser entendidos por intermédio da aplicação da equação geral do balanço hídrico ou simplificada de acordo às características do estudo. Nos estudos de disponibilidade de recursos hídricos, o balanço hídrico deve ser elaborado a intervalos de tempo longos (anuais, bianuais), considerando-se os processos sob a forma de totais mensais. Processos que se desenvolvem a intervalos curtos, a exemplo da infiltração, não têm interesse direto ao balanço; a este caso interessam os processos dominantes como a precipitação, a evapotranspiração, o escoamento superficial e os armazenamentos superficial e subterrâneo, analisados sob a forma de totais. Os estudos hidrológicos destinados às aplicações diretas em engenharia referem-se, em muitos casos, à estimativa de vazões de cheia ou descargas de projeto, em seções determinadas de cursos d'água. Nestes casos, os processos dominantes, a precipitação, infiltração e o escoamento superficial são analisados sob a forma de taxas de ocorrência a curtos intervalos de tempo (minutos, horas ou dias). Nas duas situações acima, é necessário estabelecer os limites físicos da área considerada nos estudos. Na grande maioria dos casos, estes limites são definidos pelo critério geográfico de bacia hidrográfica. 2.4.1 Fontes de Água Manancial é toda fonte que serve para suprimento de água. O manancial de abastecimento pode ser classificado como superficial ou subterrâneo. Os mananciais superficiais geralmente são constituídos por rios, córregos, represas e lagos. Os principais rios e lagos da Terra constituem importantes reservatórios de água doce. Situados no interior dos continentes e drenando extensas áreas, estes vastos reservatórios são fundamentais para sobrevivência de organismos, plantas e animais e também para própria sobrevivência do ser humano. O manancial subterrâneo é a parte que se encontra totalmente abaixo da superfície terrestre, tendo sua captação feita através de poços rasos e profundos. As águas subterrâneas permanecem em aquíferos, que são camadas ou formações geológicas de material poroso e permeável. 18 2.4.2 Aquíferos Unidade Geológica saturada, constituída de rocha ou sedimento, suficientemente permeável para permitir a extração de água de forma econômica e através de técnicas convencionais. Geralmente o aquífero possui a capacidade de armazenar uma grande quantidade de água, mas de transmiti-la de forma lenta. Reservatórios de Águas Subterrâneas: Figura 08 – Tipos de Aquiferos. Fonte: CPRM Tipo de Aquíferos Aquífero Livre Formação geológica permeável e superficial e sua base por uma cama impermeável. Aquífero Confinado Pressão da água no aquífero é maior que a pressão atmosférica. Aquífero Suspenso Caso especial, pois é formado sobre uma camada impermeável ou semipermeável que não permite a troca de água Aquífero Fraturado Composto por rochas ígneas, metamórficas ou cristalinas, na qual a água percorre as fraturas nas rochas. Aquífero Poroso É formado por rochas sedimentares, na qual a água percorre os vazios encontrado na rocha Quadro 02 – Classificação dos aquíferos. Fonte: ABAS (2009) 19 3 METODOLOGIA A Praia da Graciosa, segundo a Prefeitura de Palmas possui 520 metros de orla, na qual possui bares e restaurantes, parque de diversão infantil, píer, quadras de esporte, comerciantes informais. Conta ainda com construções finalizadas e em processo, vista para a ponte Fernando Henrique Cardoso que possui 1 km de extensão e duas vazantes, cada uma com aproximadamente 100 metros, somando toda a extensão com aterro, totalizam-se 8 km de extensão. Além disso, a praia recebe turistas e moradores todos os dias e em eventos, principalmente virada de ano. Soma-se a isso, como a orla da graciosa possui grandes atrativos para a cidade e corresponde a uma área valorizada, na qual, encontra-se alguns edifícios e residenciais multifamiliares construídos e em processo de finalização. Entretanto, existe uma construção que não foi finalizada por conta de problemas com o lençol freático que comprometeu toda a estrutura. Por isso, é imprescindível a avaliação dos componentes geológicos das rochas, solos, águas subterrâneas e superficiais da localidade que será executada a edificação. 3.1 MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO O plano de investigação utilizado na obra localizada na região da praia da graciosa em Palmas – TO foi um conjunto composto por métodos diretos e indiretos. Segundo informações de uma funcionária da empresa responsável pela a obra de um residencial, foi realizado uma pesquisa pelo método indireto por meio da análise de imagens de satélites onde foi possível identificar a vegetação presente na área, o relevo, as características do solo baseadas na sua coloração e a drenagem natural hidrológica. Como método direto, foi utilizado o sistema SPT (Sondagem de percussão manual com circulação d’água), com o intuito de obter informações relacionadas à resistência compressão, perfil e profundidade das camadas do solo, disposição do lençol freático, presença de água livres, águas confinadas e vazios. Foram realizados seis furos distribuídos pelo terreno devido a área total da obra. Esses furos estavam espaçados por distâncias menores que 40 metros de forma a garantir maior aproveitamento das sondagens. Devido ao tipo de solo encontrado (Latossolo Vermelho-Amarelo) apresentar elevadas concentrações de silte e argila foram necessárias fundações que alcançassem grandes profundidades no intuito de encontrarbases sólidas que suportassem as cargas da edificação. 20 Dessa forma, o sistema de fundação escolhido pela empresa foi a Estaca Hélice Contínua chegando a profundidade de até 18 metros com diâmetro de até 50 cm. 3.1.1 Métodos diretos: permitem a observação direta do subsolo através de amostras coletadas ao longo de uma perfuração ou a medição direta de propriedades in situ. Ex. escavações, sondagens e ensaios de campo. Manuais Poços Trincheiras Trados manuais Mecânicos (Sondagens) À percussão (SPT) Rotativa Mistas Especiais Quadro 03 –Principais métodos diretos utilizados. Fonte: Adaptado de Geoanalisys. A sondagem a percussão é também chamada de “Simples reconhecimento” ou, ainda, de “Sondagem SPT”. Este nome vem da abreviação dos termos ingleses “Standard Penetration Test”, ou seja, “Teste de Penetração Padrão”. Este processo é muito usado para conhecer o subsolo fornecendo subsídios indispensáveis para escolher o tipo de fundação. (ZÌNGANO, 2013) Ainda sobre o sistema STP, Zìngano (2013) destaca os passos desse modelo de sondagem. “O ensaio consiste em fazer uma perfuração vertical com diâmetro normal 2,5" (63,5mm). A profundidade varia com o tipo de obra e o tipo de terreno, ficando em geral entre 10 a 20 m. Enquanto não se encontra água, o avanço da perfuração é feito, em geral, com um trado espiral (helicoidal). O avanço com trado é feito até atingir o nível de água ou então algum material resistente. Daí em diante, a perfuração continua com o uso de trépano e circulação de água, processo denominado de “lavagem”. O trépano é uma ferramenta da largura do furo e com terminação em bisel cortante, usado para desagregar o material do fundo do furo. O trépano vai sendo cravado no fundo do furo por repetidas quedas da coluna de perfuração (trépano e hastes). O martelo cai de uma altura de 30 cm, e a queda é seguida por um pequeno movimento de rotação, acionado manualmente da superfície, com uma cruzeta acoplada ao topo da coluna de perfuração. Injeta-se água sob pressão pelos canais existentes nas hastes, esta água circula pelo furo arrastando os detritos de perfuração até a superfície. Para evitar o desmoronamento das paredes nas zonas em que o solo se apresenta pouco coeso é instalado um revestimento metálico de proteção (tubos de revestimento). A sondagem prossegue assim até a profundidade especificada pelo projetista (que se baseia na norma), ou então até que a percussão atinja material duro como, por exemplo, rocha, matacões, seixos ou cascalhos de diâmetro grande. Durante a perfuração, a cada metro de avanço é feito um ensaio de cravação do mostrador no fundo do furo, para medir a resistência do solo e coletar amostras. Esse ensaio, denominado ensaio de penetração ou ensaio SPT, é feito com equipamento e procedimento padronizados no mundo todo, para permitir a correlação de seu resultado com a experiência consolidada de muitos estudos feitos no Brasil e no exterior. ” (ZÌNGANO, 2013) 21 3.1.2 Métodos indiretos São aqueles em que a determinação das propriedades das camadas do subsolo é extraída indiretamente pela medida, seja da sua resistividade elétrica ou da velocidade de propagação de ondas elásticas. Os índices medidos mantêm correlações com a natureza geológica dos diversos horizontes, podendo-se ainda conhecer as suas respectivas profundidades e espessuras. Incluem-se nessa categoria os métodos geofísicos. Ex: Sísmica de refração; Eletro-resistividade. Também se inclui o sensoriamento remoto, como conjunto de técnicas que possibilita a obtenção de informações sobre alvos na superfície terrestre, através do registro da interação da radiação eletromagnética com a superfície, realizado por sensores distantes, ou 8 remotos. Geralmente estes sensores estão presentes em plataformas orbitais ou satélites (ZÌNGANO, 2013). 22 Geo-Radar Eletromagnético Eletrorresistividade Magnetométrico Profundidade de investigação Até 30 metros, Até 60 metros, 100 metros ou mais, Até 20 metros, depende de: depende de: depende de: depende de: ● Antenas Utilizadas ● Equipamento ● Abertura do Eletrodos ● Quantidade de material ferroso enterrado ● Geologia Local ● Geologia Local ● Corrente injetada no solo ● Geologia Local Suscetibilidade às interferências ● Rede elétrica ● Rede elétrica ● Mau contato dos eletrodos com o solo ● Linhas de alta tensão ● Objetos metálicos próximos ● Objetos metálicos próximos ● Objetos metálicos próximos ● Outras correntes elétricas no solo Características mais destacadas ● Método de maior definição ● Detecção de contaminantes disseminados no solo ● Determinação da resistividade em profundidade ● Detecção e quantificação de objetos metálicos ● Detenção de qualquer tipo de material enterrado ● Determinação rápida de variações laterais ● Grande profundidade de investigação Quadro 04 – Características principais dos métodos geofísicos. Fonte: Adaptado de Geoanalisys. 23 3.2 MAPAS 3.2.1 Mapas Geológicos Na Figura 09 é possível perceber a importância do relevo da região para a distribuição das águas provenientes de Taquaruçu. Por meio de uma declividade maior a transposição dessa água torna-se viável. “O atual aterro sanitário municipal está localizado em formação de relevo (Depressão dos Altos Rio Tocantins/Araguaia) onde a declividade média varia de 0 a 10% (Figura 1). Tal aspecto é importante para se definir a viabilidade técnica de implantação de aterro sanitário no local ou não, pois terrenos com declividades superiores a 10% não são indicados para atividades mecanizadas. ” (MARCOLINO et al, 2013, p. 52). Figura 09 – Mapa referente à declividade da região de Palmas – TO. Fonte: Prefeitura Municipal de Palmas Mediante a legenda é possível analisar coberturas cenozoicas, a extensão da bacia sedimentar de Parnaíba, a faixa de dobramentos do proterozoico médio e superior, e a região 24 Vulcano-sedimentar próxima a capital, sendo a última de grande proximidade a ponto de ser observada da zona urbana na Figura 10. Figura 10 – Mapa referente aos ambientes geológicos da região de Palmas – TO. Fonte: Prefeitura Municipal de Palmas O território de Palmas/TO está inserido em dez unidades geológicas, conforme demonstra a Tabela 01. 25 Tabela 01 - Áreas Correspondentes as Unidades Geológicas existentes no Território de Palmas/TO em Hectares e em percentual da área total Fonte: Adaptado de SEPLAN (2013). No mapa representado pela Figura 11 é possível analisar a extensão urbana e rural da região de Palmas – TO, seu plano diretor, a demonstração gráfica da região de Taquaruçu e Lajeado, a pecuária intensiva no decorrer da via estadual TO – 030 próximo a Buritirana, a hidrografia regional e também a presença do bioma Cerrado e suas subdivisões. Figura 11 – Mapa referente à cobertura e uso de terras. Fonte: Prefeitura Municipal de Palmas. Unidade Geológica Hectares % (em relação à área total) Rio Araguaia 3.723,51 2 Formação Pimenteiras 176.740,45 72 Formação Serra Grande 2.652,98 1 Suíte Ipueiras 20.595,54 8 Formação Poti 1.058,19 0 Cobertura Detrito – laterítica 0,012 0 Complexo Goiano 14.251,81 6 Depósitos Aluvionares 12.658,54 5 Granitos Intrusivos 9.672,43 4 Complexo Porto Nacional 5.509,08 2 26 Mediante a lei municipal complementar nº 58, de 16 de setembro de 2002 artigo 8º a delimitação da área de urbanização restrita II começa no cruzamento do Ribeirão Taquaruçu Grande com a Rodovia TO-050; segue por esta até o marco MP-45,cravado na margem da estrada vicinal 03; daí segue margeando a referida vicinal no azimute e distância de 74º30`29" - 310,63 metros até o marco MP-216 de coordenadas UTM E=222.585,214 N=3.861.628,942, cravado nas margens das estradas vicinal 03 e vicinal 07; daí segue margeando a última nos seguintes azimutes e distâncias: 179º32`39" - 185,62 metros, 179º32`18" - 100,00 metros, 179º31`07" - 57,62 metros, passando pelos marcos MP-184, MP-186, indo até o marco MP- 224; daí, segue confrontando com os lotes: 77, 79, 82, 86, 87, 91, 93, 95, 97, 143, 145, 147, 149, 151, 153, 155, 157, 277, 280, 282 e 285, nos seguintes azimutes e distâncias: 179º32`15" - 42,38 metros, 179º32`17" - 2.600,00 metros, passando pelo marco MP-491, indo até o marco MP-261, cravado na confrontação da Chácara 285 da Gleba Ribeirão Taquaruçu segunda etapa; daí segue confrontando com a Chácara 285 com o seguinte azimute verdadeiro e distância: 86º43`45" - 665,23 metros até o marco MP-43, cravado na margem da estrada vicinal 11; segue daí cruzando a estrada vicinal 11 com seguinte azimute verdadeiro e distância: 78º15`35" - 64,39 metros, chegando-se ao marco MP-308, cravado na confrontação da Chácara 111 da Gleba Ribeirão Taquaraçu segunda etapa; segue daí confrontando com a Chácara 111 com o seguinte azimute verdadeiro e distância: 159º04`00" - 445,64 metros, chegando-se ao marco MP-306, cravado na confrontação da Chácara 110; segue daí confrontando com a Chácara 110 com os seguintes azimutes verdadeiros e distâncias: 158º08`23" e 695,06 metros, chega-se ao marco MP-74; daí segue margeando as Chácaras 110, 112, 113, 115, 116 e 118, com o seguinte azimute verdadeiro e distância: 67º09`13" e 673,26 metros, e chegando-se ao marco MP-38, cravado na margem da estrada vicinal 09; segue daí margeando a estrada vicinal 09 com o seguinte azimute verdadeiro e distância: 175º19`19" e 440,89 metros, chegando-se ao marco MF-02, cravado na confrontação da Chácara 307 com a margem da Avenida Taquaraçu; segue pela Avenida Taquaraçu até seu encontro com o Córrego Cipó; desce pelo Córrego Cipó até a Barra do Ribeirão Taquaruçuzinho; desce pelo Ribeirão Taquaruçuzinho até a Barra do Ribeirão Taquaraçu Grande; desce pelo Ribeirão Taquaraçu Grande até o ponto inicial desta delimitação. 27 Nessa demonstração gráfica (Figura 12), é possível visualizar as diferenças em relação ao bioma Cerrado na região, onde nas regiões esverdeadas é possível perceber a presença da Savana e suas subdivisões. Figura 12 – Mapa sobre as Regiões Fitoecológigas da região de Palmas – TO. Fonte: Prefeitura Municipal de Palmas Em relação direta com a vegetação, é conclusiva a análise do mapa com auxílio da Tabela 2 a seguir. Tabela 2 – Tipos de Vegetação existentes na Unidade Territorial de Palmas/TO de acordo com suas áreas em hectares e em percentual da área total. Fonte: Adaptado de SEPLAN (2013). VEGETAÇÃO Área (hectares) % (em relação à área total) Savana 224.316,46 91 Floresta Estacional Semi-decidual 22.564,86 9 28 Na Figura 13 é permitido visualizar características regionais da capital, tal como sua, área urbana I (plano diretor), área urbana II (Aurenys e Taquaralto), os distritos de Buritirana e Taquaruçu, o Parque Estadual do Lajeado, assim como toda a Serra do Lajeado. Figura 13 – Mapa referente ao Macrozoneamento de Palmas – TO. Fonte: Prefeitura Municipal de Palmas. As unidades de conservação sob tutela estadual existentes no Território de Palmas são: Área de proteção Ambiental Serra do Lajeado; Área de Proteção Ambiental Lago de Palmas; Parque Estadual do Lajeado. Ainda, o território Municipal confronta seus limites a oeste com a Área de Proteção Ambiental Lago de Palmas, a Área de Proteção Ambiental Serra do Lajeado estende-se ao Norte abrangendo os municípios de Aparecida do Rio Negro, Lajeado e Tocantínia, o Parque Estadual do Lajeado se estende ao Norte em território de Aparecida do Rio Negro. A lei municipal complementar nº 58, de 16 de setembro de 2002 define em seu artigo 3º que o macrozoneamento territorial do Município de Palmas é constituído pelas seguintes áreas: I - áreas de urbanização, que se subdividem em: a)área de urbanização prioritária I; b)área de urbanização prioritária II; c)área de urbanização preferencial; d)área de urbanização restrita I; e)área de urbanização restrita II; 29 f)área de urbanização restrita III; g)área de urbanização restrita IV. II - áreas de preservação ambiental, que se subdividem em: a)Área de Proteção Ambiental - APA Serra do Lajeado; b)Área de Contorno da APA Serra do Lajeado; c)Parque Estadual do Lajeado; III - área rural. Na Figura 14 é possível observar as restrições para o uso da terra próximo de Palmas. Tal como boa parte da região da Serra do Lajeado, onde a limitação para uso é grande. Figura 14 – Mapa referente ao potencial uso da Terra do município de Palmas – TO. Fonte: SEPLAN A Tabela 3 elenca as unidades de conservação situadas dentro dos limites do município e suas respectivas áreas. 30 Tabela 3 – Área das unidades de Conservação inseridas no município de Palmas. UNIDADE DE CONSERVAÇÃO Área (hectares) % (em relação ao total) Área de proteção ambiental lago de palmas 336,0 0,4 Área de proteção ambiental serra do lajeado 62.402,0 80,7 Parque estadual do lajeado 9.597,0 12,4 Unidades de Conservação Municipal 5.034,9 6,5 Fonte: Adaptado de SEPLAN (2013) e Lei complementar nº 155/2007 “As áreas prioritárias para biodiversidade localizadas no território de Palmas fazem parte da Serra do Lajeado, tal localidade compreende extensa área do perímetro urbano e também o Aterro Sanitário municipal. Dessa forma, existe definida apenas uma área prioritária para a biodiversidade localizada dentro dos limites territoriais de Palmas/TO, onde ela é considerada de alta importância e de prioridade muito alta. ” (MARCOLINO et al, 2013, p. 60) 31 3.2.2 Mapas Pedológicos O mapa caracteriza os solos do município de Palmas, percebe-se que a malha urbana é composta por latossolo vermelho-amarelo. O tipo de solo concrecionário corresponde a maior parte do território considerando ainda os solos hidromórficogleizado, latossolo vermelho- escuro, concrecionários e litólicos. Figura 15 – Mapa dos tipos de solos no município de Palmas. Fonte: Prefeitura Municipal de Palmas. Latossolo Vermelho-Amarelo (LVA) São solos que possuem cor amarelada, característica essa causada por um composto mineral a base de óxido de ferro conhecido como goethita. É um tipo de solo muito comum no cerrado, apresentando em sua maioria um caráter ácido e poucos nutrientes, esses fatores ocasionam um cuidado especial quanto ao seu uso para a agropecuária. 32 A textura do LVA varia desde média até muito argilosa, sua massa possui aspecto maciço poroso com estrutura granular pequena, sendo constituído com teores de argila entre 15% e 80% enquanto as porcentagens de silte são inferiores a 20%. (SIBCS, 2006) Para o uso desse tipo de solo na construção civil é necessária uma análise detalhada do solo de modo que a base de sustentação de projetos, como prédios por exemplo, consiga suportar toda a carga exercida. Outro aspecto importante para a infraestrutura próxima ao Lago UHE Lajeado é a resistência superficial do solo e a influência dos lençóis freáticos, pois a quantidade excessiva de agua compromete a durabilidade dos materiais, diminui a segurança e pode elevar o custo com possíveis manutenções e adaptações no projeto ou obra já executada. Solos concrecionários São fortemente ácidos típicos em zonas quentes e úmidas com estação seca bem definida. É constituído de 50% ou mais, por volume, de material grosseiro com predomínio de petroplintita dotipo concreções ou nódulos de ferro ou ferro e alumínio. São horizontes normalmente característicos de solos de zonas tropicais do planeta, são característicos por possuírem boa drenagem. Hidromórficogleizado São solos sujeitos a encharcamento temporário ou permanente. A água, mais ou menos enriquecido em matéria orgânica, provoca intensos fenómenos de redução, sobretudo dos óxidos de ferro. As quantidades de ferro livre distribuem-se principalmente de acordo com os níveis do perfil, sendo maiores na zona ou zonas de oscilação. Latossolo vermelho-escuro São solos que contem teores elevados de óxidos, com porosidade alta a muito alta característicos no cerrado brasileiro. Possuem como propriedades de serem resistentes à erosão laminar, baixa fertilidade natural e elevada drenagem. Solos Litólicos São solos férteis devido à soma de bases e a presença de alumínio e tem como grande limitação a sua reduzida espessura que na prática significa reduzida disponibilidade de água. Ocorrem em toda região semiárida, principalmente nas áreas onde são encontrados afloramentos rochosos. 33 Para que se escolha adequadamente um solo a ser utilizado na construção civil, seja como material ou base de sustentação, é necessário que se tenha conhecimento sobre o projeto, as características e propriedades necessárias para suportar determinados usos que podem depender consideravelmente da consistência, plasticidade, drenagem e componentes do material, o estado hídrico do solo é um fator importante para a composição do projeto. Segundo Santiago (2001, p. 57), classifica-se em: Seco: Inclui-se os solos compactos, que podem ser cortados ou escavados com facilidade. Úmido: São os solos compactados. Plástico: o estado hídrico em que se consegue a moldagem manual do solo. Líquido: o solo é diluído em ·água, podendo se apresentar como uma massa viscosa mais ou menos líquida ou como uma calda rala. Em geral, quanto mais próximo de lençóis freáticos, córregos e rios, mais liquido torna- se o solo. Em Palmas, os tipos de solo encontrados possuem a facilidade de drenagem como característica comum, ou seja, absorvem rapidamente a umidade. Porém, próximo ao Lago tem- se cuidados especiais com a resistência do solo e o excesso de umidade que existe continuamente. Por isso é importante que se estabeleça técnicas adequadas para o manejo do solo e os meios disponíveis para sua estabilização, caso de taludes de corte e aterro por exemplo. Dessa forma, o projeto depende diretamente do tipo de solo regional e dos equipamentos existentes para o seu melhor uso, de maneira que se eleve a resistência e diminua-se gastos desnecessários. 34 Ordenamento Urbano Foram definidas duas vias principais de modo que o crescimento urbano se expandisse ao redor, sendo a Avenida Teotônio Segurado que divide o perímetro urbano em leste e oeste e a Avenida Juscelino Kubitschek que reparte o município entre norte e sul como demonstra a Figura 16. Figura 16 – Ordenamento urbano de Palmas. Fonte: Prefeitura Municipal de Palmas. A contagem das quadras inicia-se a partir da Praça dos Girassóis, que se localiza na intersecção da Avenida Teotônio Segurado com a Avenida Juscelino Kubitschek. De acordo com o mapa percebe-se que as áreas em torno dessas avenidas são de ocupação prioritária. As regiões delimitadas pela cor verde correspondem a unidades de conservação que auxiliam na proteção das nascentes e córregos os quais são de extrema importância para a obtenção de água potável e fortalecimento das matrizes hídricas. Além disso, os serviços regionais e as instalações industriais são aglomerados próximos à rodovia TO-050 para facilitar o abastecimento das atividades desenvolvidas e não comprometer fluxo urbano. 35 Próximo à Praia da Graciosa foram estabelecidas Áreas de Lazer e Cultura que promovem a interação entre os moradores locais e atraem visitantes de todas as partes do país, com o mesmo objetivo estabeleceu-se essas delimitações na Praia do Prata e a região próxima ao córrego Taquaruçu Grande. Unidades de Conservação As Unidades de Conservação (UC) são regiões que objetivam a proteção dos recursos naturais assegurando a implantação de projetos ecologicamente viáveis que favoreçam os habitats e ecossistemas regional, recursos hídricos e a fauna existente, Figura 17. Figura 17 – Distribuição das Unidades de Conservação. Fonte: Prefeitura Municipal de Palmas. “A Área de Proteção Ambiental do Lago de Palmas foi criada pela Lei Nº 1.098 de 20 de outubro de 1999, compreendendo uma área de 50.370 hectares no município de Porto Nacional - TO. Administrada pelo Instituto Natureza do Tocantins - Naturatins, essa unidade de conservação visa disciplinar a implantação de empreendimentos potencialmente poluidores e a urbanização de seu território. Os objetivos da APA do Lago de Palmas são proteger a fauna, a flora, o solo, a qualidade das águas, de forma a garantir o aproveitamento equilibrado sustentável e compatível com a conservação dos ecossistemas locais. De acordo com a Lei Nº 9.985 de 18 de julho de 2.000 que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC a APA é uma área em geral extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem estar das 36 populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. ” (GOVERNO DO TOCANTINS, 2016) 37 3.2.3 Mapas Hidrográficos As bacias hidrográficas são zonas onde ocorre a drenagem das aguas pluviométricas seguindo o relevo em direção a áreas mais baixas onde geralmente se formam cursos de agua, (geralmente, rios) que desaguam em corpos hídricos maiores formando uma bacia, assim uma bacia hidrográfica é formada por um ou mais rios principais e os diversos afluentes que desaguam nele. A bacia do Tocantins, a montante da cidade de Miracema do Tocantins, encontra-se entre os paralelos 9 e 17 graus de latitude sul e os meridianos 46 e 50 graus de longitude oeste. Corresponde a uma área de drenagem de cerca de 186.000 Km², correspondente a cerca de 24 % do total da bacia hidrográfica do Tocantins, com aproximadamente de 770.000 Km².( Instituto internacional de ecologia,2002). O rio Tocantins apresenta uma extensão de cerca de 2.500 Km até aonde desagua, na Bacia de Marajó. Cerca de 1.100 Km corresponde ao Alto Tocantins e 370 Km ao trecho que alcança a localidade de Miracema, no Médio Tocantins, área de influência da UHE Lajeado (THEMAG, 1996). A bacia hidrográfica contribuinte limita-se à leste pela Serra do Lajeado, atingindo até 600m de altitude e outras pequenas serras, no sentido norte-sul, com pequenas bacias que nascem nessa serra e desaguam no rio Tocantins (ribeirões Água Fria, Taquaruçu e São João) e mais ao sul com afluentes mais longos pelo distanciamento dos divisores (rios Água Suja e Formiga). Outros pequenos cursos fazem parte destas bacias ou abastecem diretamente no Tocantins, como sub-bacias que se originam próximo ao rio, em geral entre o baixo-terraço e as rampas ou os terraços. Uma grande faixa de baixos terraços, encaixada entre os terraços ou rampas, contém estas pequenas bacias, que muitas vezes tem suas nascentes gerando lagoas e extensos buritizais, ou ainda nascendo em outros desníveis de terraços superiores ou das rampas. (Instituto internacional de ecologia,2002) As Aguas subterrâneas presentes em micro bacias podem ser afetadas por grandes obras, pois o ao excesso de peso sobre o solo pode causar a compactação e torna-lo menos permeável desviando aguas subterrâneas de seus cursos naturais, esse fato é uma grande consequência da construção da usina hidrelétrica de lajeadoe também, mais anteriormente, da implantação do município de palmas em 1990 em que a pressão crescente sobre a sub bacia do Ribeirão Taquaruçu elevou seu nível a ponto de ela se tornar a principal fornecedora de água na região. 38 Outros fatores que também podem ter influenciado na alteração da bacia Ribeirão Taquaruçu foram a construção da rodovia TO-030, pois os taludes não foram estabilizados corretamente causando intenso processo erosivo do Ribeirão Taquaruçu grande. O estabelecimento da estação de tratamento de água, responsável por abastecer os bairrosTaquaralto, AurenyI, Aureny II, AurenyIII, Aureny IV, e a região central de Palmas sendo responsável pelo abastecimento de quase 65% do município de Palmas. Figura 18 – Sistema de Informações Hidrológicas do Tocantins Fonte: ArcGis (2016) A figura abaixo mostra o mapa da hidrografia da região de Palmas – TO na escala 1:125000, nela podem ser vistas o trecho do reservatório da usina hidrelétrica de Lajeado bem como os cursos e espelhos de água. 39 Figura 19 – Bacia Araguaia-Tocantins. Fonte: ArcGis (2016) Na Figura 20, está evidente as micro bacias do municípios de Palmas. Figura 20 – Micro Bacias do município de Palmas – TO. Fonte: Prefeitura de Palmas. 40 A disponibilidade Hídrica é o resultado da divisão da vazão média pela população por ano (m³/hab/ano), representado na Figura 21. Figura 21 – Disponibilidade Hídrica. Fonte: Ministério do Meio Ambiente A inundação se deu em uma área de cerca de 66.000 ha que somados área de calha do rio Tocantins correspondem a cerca de 77.000 ha de área inundada totalizando uma elevação do nível da água em média 22 m, levando pouco menos de um mês para encher o reservatório. Os impactos dessa inundação podem ser vistos nas fotos de satélite abaixo que apresentam dois trechos do reservatório antes e depois da inundação, o primeiro corresponde a área onde a barragem foi construída em Lajeado-To, o segundo corresponde a área do município de Palmas- TO. As imagens referem-se aos anos de 2001 e 2002. 41 Figura 22 – Lajeado (1990). Fonte: Google (2016) Figura 23 – Lajeado (2001). Fonte: Google (2016) Figura 24 – Lajeado (2002). Fonte: Google (2016). 42 Figura 25 – Lajeado (2014). Fonte: Google (2016). Figura 26 – Palmas (1990). Fonte: Google (2016). 43 Figura 27 – Palmas (2001). Fonte: Google (2016) Figura 28 – Palmas (2002). Fonte: Google (2016) Figura 29 – Palmas (2016). Fonte: Google (2016 44 3.2.4 Uso de Rochas Principais propriedades das rochas Influência devido a formação: 1. Composição mineralógica: a base das rochas e toda sua composição; 2. Estrutura: como a estrutura está armada em determinadas posições; 3. Textura: aspecto da superfície; 4. Granulometria: relaciona-se ao tamanho dos grãos dispostos que unidos formam as rochas; Propriedade das rochas que influência na construção civil: 1. Resistência mecânica: é a capacidade da rocha de não sofrer deformidades ou até mesmo entrar em crise por conta da força aplicada nela. Dessa forma, é primordial análises de resistência a compressão, flexão, tração, cisalhamento, choque e desgaste. Figura 30 – Resistência Mecânica das Rochas . Fonte : (Livro: Materiais de Construção Civil. Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia) 1.1. Resistência à compressão: é o resultado de um esforço exercido em uma superfície que comprime a peça ocasionando uma mudança em uma de suas dimensões. Com isso, é capaz de determinar a resistência que uma peça rochosa é capaz de suportar em uma estrutura. 1.2. Resistência a flexão: capacidade da peça em suportar esforços fletores, capazes de provocar sua ruptura. 2. Absorção: tendência que a rocha tem de absorver água 3. Porosidade: quantidade de vazios que a rocha contém 4. Dilatação térmica: as rochas têm a propriedade de se dilatar com o aumento da temperatura e de contrair com a diminuição de temperatura. Dessa forma, é possível determinar a junta de dilatação da rocha para suas aplicações na construção civil. 5. Dureza: é uma propriedade dos minerais, porém como as rochas são compostas por minerais ela contém essa característica que é primordial para a compressão do desgaste que a peça pode sofrer. 45 Tabela 4 – Listagem de matérias-primas utilizadas na obra da ponte e dos aterros na Orla de Palmas TO. MATERIAIS COMPONENTES ORIGEM Cimento e aditivos Silicatos e aluminatos Rochas calcárias e argila. Degradação de rochas pelo intemperismo, ciclo da água Brita Granito (feldspato, mica e quartzo); Basalto (silicatos de magnésio e ferro) Rochas ígneas, com resfriamento do magma no interior da Terra (granito) ou próximo à superfície (basalto) Aterros Latossolo Vermelho - Amarelo Argilo-Arenosos, maior porcentagem de argila e quantidade significativa de areia quartzoza Fundações Granito Rocha ígnea composta de quartzo, feldspato e minerais ferro-magnesianos Areia Dióxido de silício Processo de sedimentação dos diversos tipos de rochas, intemperismo. Cal e Gesso Óxido de Cálcio Decomposição térmica do calcário à 900°C Aço e outros metais Ferro, Cobre, alumínio Geralmente encontrados em minas como óxidos de ferro, bauxita e azurita, ocorrem em todos os tipos de rocha Madeira Fibras de celulose Plantas que utilizam os minerais disponíveis no solo, água, CO2 e luz solar Tubos e encanamentos Hidrocarbonetos Petróleo Tinta Dióxido de Titânio, Óxido de Ferro Hematita é um mineral que ocorre em várias rochas (ígneas, metamórficas e sedimentares), extraído através da mineração EPS Hidrocarbonetos Petróleo Fiação elétrica Cobre e PVC O cobre é obtido pela mineração enquanto o PVC é derivado do petróleo e cloreto de sódio Fonte: Do autor. 46 Catálogo De Rochas Ornamentais do Estado Do Tocantins Executado pela Companhia de Mineração do Tocantins – MINERATIS, com o intuito de organizar as rochas de ornamentação que são encontras do estado. Esse catálogo reúneSegundo Freitas (2008, p. 7). Segundo Freitas (2008, p. 7) “A produção e o consumo das rochas ornamentais do Brasil apresentaram crescimento notável nas últimas décadas, sendo utilizadas amplamente para revestimento externo de prédios, pisos, paredes, mesas, pias etc. O uso das rochas ornamentais no Brasil é expressivo, sobretudo das rochas altamente decorativas, de coloração vermelha, rosa, amarela, verde e azul, chamadas popularmente de “rochas coloridas”. As nossas rochas ornamentais são abundantes tanto em quantidade quanto em variedade”. Em palmas, encontra-se: Granito São João Figura 31 – Granito São João. Fonte: SEPLAN 47 Granito Prata Anhanguera Figura 32 – Granito Prata Anhanguera. Fonte: SEPLAN Granito Amêndoa Ruge Figura 33 – Granito Amêndoa Ruge. Fonte: SEPLAN 48 Granito Floral Figura 34 – Granito Floral. Fonte: SEPLAN Granito Cinza Metropolitano Figura 35 – Granito Cinza Metropolitano. Fonte: SEPLAN 49 4 RESULTADOS Com base na pesquisa realizada podemos observar principalmente nas imagens 27 e 28, localizada na página 40, o tamanho das modificações que as regiões próximas ao lago passaram, causadas pela construção da Usina de Lajeado. Ficando explícitos os pontos negativos da construção da hidrelétrica, onde a mesma causou grandes impactos. A população ribeirinha sofreu, pois tiveram que deslocar de suas terras, onde moravam desde que nasceram, o nível de água do rio subiu mais de 20 metros inundando mais de 63.000 há, atingindo principalmente os pequenos produtores rurais que ali viviam. Os impactos geológicos não pararam por aí, houve grande alteração nos canais subterrâneospor causa da pressão do volume de água e modificação do solo. Com todas essas mudanças as construções próximas ao lago, região da praia da graciosa entre outras, agora precisam de atenção maior voltada ao estudo geológico, para evitar surpresas, como a paralização de obras para a realização de drenagem de água não previstas, recálculo de sapatas das construções para o solo úmido também não previstos encarecendo e atrasando as obras. Os impactos gerados pelo empreendimento afetaram a biocenose terrestre e aquática, através do afogamento de seus componentes, define-se biocenose o conjunto de fauna e flora, coexistindo em um determinado biótopo em determinado tempo (ACIESP). Os estudos da dinâmica populacional, infraestrutura, organização territorial entre vários outros tiveram que ser todos apresentados. A geologia aplicada as obras civis é de extrema importância, pois através dela é possível prevê várias atividades na região onde a obra será aplicada, tendo o conhecimento do futuro e do passado de um determinado lugar. 50 5 CONCLUSÃO As rochas são materiais essenciais para a construção civil, utilizados no concreto auxiliam no aumento da resistência do mesmo e por terem menor custo que o Cimento Portland e aditivos, favorecem na diminuição do custo da obra. A contenção de solos irregulares também é feita com o auxílio de muros de arrimo, por exemplo, que estabilizam o solo e evitam possíveis desmoronamentos que causam transtornos para a população local. As propriedades dos solos impactam diretamente nas obras da construção civil, pois, no período de planejamento inicial é necessária a utilização de métodos de investigação diretos e indiretos, primeiramente para conhecer e analisar as propriedades de drenagem, resistência, porosidade, presença de matéria orgânica e possíveis compostos que possam reagir quimicamente com componentes estruturais. As condições climáticas favoreceram a formação de solos extremamente pobres, ou seja, com baixa fertilidade natural e rica em óxidos de ferro e alumínio. Além disso, os solos quando sujeitos a uma intensa pressão tendem a compactar-se diminuindo o seu índice de vazios e tornando-se assim, menos permeáveis de acordo com composição mineralógica da rocha matriz e sua textura, variando a porcentagem de silte, argila e areia quartzosa. Segundo o RIMA (Relatório de Impacto Ambiental sobre o Meio Ambiente) feito em 1996 pela companhia de distribuição de energia estatal da época, foram inundados aproximadamente 66.000 ha que somados a calha do rio correspondem a cerca de 77.000 ha, com um nível da água da inundação com uma média de 22 m acima do nível do rio. Esse grande volume de água adicional sobre o solo causou uma grande pressão sobre os canais subterrâneos que alimentavam o rio Tocantins, gerando desvios e afloramentos de muitos lençóis freáticos. As áreas afetadas pela inundação proveniente da construção do reservatório da Usina Hidrelétrica de Lajeado possuem grande importância, tanto para o meio rural onde foi necessário o deslocamento de cerca de 1500 famílias (segundo o relatório de impacto ambiental RIMA CELTINS), quanto para o meio urbano, impactando diretamente a construção civil local devido às mudanças de umidade no solo. Os terrenos que fazem parte da área alagada são de dois tipos de relevos diferenciados, depressão do Tocantins e planalto residual. A depressão do Tocantins foi ao longo do tempo sendo esculpida sobre rochas muito diferenciadas desde rochas granitóides, filitos, quartzitos e xistos de idade muito antiga até rochas sedimentares como arenitos esiltitos. As vias de transporte urbano além de facilitar e melhorar a movimentação da população, deve ter como característica um sistema de drenagem eficiente. Posteriormente à regularização 51 do terreno, são adicionadas camadas de solo e rochas para elevarem a resistência e estabilidade da via, então, adiciona-se uma pequena inclinação de modo que a água das chuvas seja conduzida para a tubulação do sistema de esgoto. Dessa forma evita-se alagamentos no perímetro urbano. Diante desse exposto no dia 18 de fevereiro de 2016 na visita técnica a praia da graciosa no período da tarde com o professor Eder Pinto, foi possível observar parte do reservatório UHEL, a ponte FHC e algumas edificações no local, que devido ao desvio das águas subterrâneas causado pelo peso da inundação, dificultou ainda mais a construção civil, não só no entorno do reservatório, mas em áreas mais afastadas como a obra de expansão do Shopping Capim Dourado, pois o solo se tornou consideravelmente mais úmido e instável, além de perder boa parte da capacidade de drenagem natural. Deste modo, após a visita a praia da graciosa foi possível notar alguns aspectos negativos da construção da Usina Hidrelétrica de Lajeado, do ponto de vista da geologia aplicada a obras civis, pois as construções passaram a demandar de estudos mais detalhados para analisar o solo, e de fundações com custos maiores, além da necessidade de drenagem devida a alta umidade e sistemas de escoamento da água da chuva melhores. Todas essas dificuldades geram maiores custos e tempo na obra, devido às instabilidades do terreno, por esse motivo o conhecimento de geologia aplicado a obras civis tem grande importância, pois assim é possível desenvolver obras com o menor custo, melhor segurança, durabilidade e qualidade. 52 REFERENCIAL CETESB. Qualidade do solo. Governo do estado de São Paulo. Disponível em: http://solo.cetesb.sp.gov.br/solo/informacoes-basicas/informacoes-basicas-solo/propriedades/. Acessado em 04/06/2016. DOS SANTOS, Humberto Gonçalves; ZARONI, Maria José. Solos tropicais. 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