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ARTIGO HIDROLOGIA (Reparado)1

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A IMPORTÂNCIA DA HIDROLOGIA PARA A ENGENHARIA CIVIL 
 
Érica Monique Prazeres de Oliveira* 
Erikles Silva Santos* 
Gilberto de Queiroz Leite Filho* 
Izabella Santos Monteiro Ribeiro* 
 Katilayne Tuvi Farias 
RESUMO 
Como ciência responsável pelo estudo das águas nas suas mais variáveis 
formas e propriedades, a hidrologia tem se tornado cada vez mais importante no 
âmbito mundial. Diante da grandeza com a qual a água está presente na vida do 
ser humano desde os primórdios da humanidade, seja através da sua atuação 
devido as ações da natureza, causadas pela interação da água com o meio 
ambiente, como por ações antrópicas, provocadas pelo homem, sejam elas 
através de barramentos, desvios do curso natural da água ou da 
impermeabilização de grandes áreas causada pela urbanização, trazem como 
consequência problemas e desastres como inundações, enchentes e 
deslizamento de terra. Diante dessas e outras razões notamos que o estudo da 
hidrologia tem sido essencial para a engenharia civil. 
À medida que a urbanização cresce o solo tem se tornado cada vez mais 
impermeabilizado, o solo verde vem dando lugar a pavimentos fazendo com que 
o escoamento de água aumente em grandes proporções. Essa mesma 
urbanização traz consigo uma demanda maior de consumo de energia elétrica e 
com isso a necessidade de construções de novas hidrelétricas para suprir essa 
carência. Neste artigo é apresentada a importância da hidrologia para a 
engenharia civil e suas relações dando ênfase a drenagem urbana e aos estudos 
hidrológicos em projetos de hidrelétricas. 
 
Palavras-chave: Hidrologia; Engenharia Civil. 
 
 
 Graduandos do Curso Superior em Engenharia Civil - Factiva. 
1 INTRODUÇÃO 
 
 A água é um recurso natural renovável essencial para o desenvolvimento 
socioeconômico de uma nação. Assim, é possível dizer que o progresso humano 
está ligado intrinsicamente com o entendimento sobre o domínio dos recursos 
hídricos. Grandes civilizações se estabeleceram por terem acesso aos rios e 
mares que sempre proveram alimentação, irrigação, navegação e manutenção 
da vida em geral. Ainda no período pré-histórico, vários povoados estabelecidos 
nessas proximidades elaboravam técnicas de manejo de água construindo obras 
de irrigação, como canais, diques e muros de contenção para ampliar sua 
produtividade agrícola. Com o passar dos anos, as técnicas construtivas não só 
permitiram o manuseio da água para consumo e plantio, como também 
marcaram a transição de uma população predominantemente rural para urbana. 
 Desde então, cada vez mais novas tecnologias surgiram no sentido de 
manipular os recursos hídricos e também de mitigar os efeitos muitas vezes 
devastadores causados por chuvas, inundações, secas e deslocamento de 
massa de solo em consequência. 
 A ação antrópica também é causadora de males à natureza, devido ao 
uso não sustentável dos recursos naturais. Estas ações provocam alterações no 
equilíbrio do ciclo hidrológico, devido ao crescimento urbano desordenado, uma 
preocupação mundial que envolve desde alterações lesivas ao meio ambiente e 
se estende até a escassez dos recursos hídricos e acidentes naturais 
decorrentes do desequilíbrio do ecossistema. 
 Quando se pensa em gestão de recursos hídricos ou em projetar uma 
obra hidráulica (barragens, pontes, hidrelétricas) deve-se ter em mente a 
compreensão dos processos hidrológicos que foram sofridos no determinado 
ambiente ao longo dos tempos, isto é, para iniciar um projeto que lidará com as 
águas é necessário primeiro conhecer um histórico extenso de como se 
comportou aquele curso d’água em termos de disponibilidade hídrica, ocorrência 
de inundações, interferências antrópicas, dentre outros fatores, para então obter 
um ajuste o mais preciso possível entre o empreendimento que será 
estabelecido e a qualidade da água, tanto utilizada como devolvida para a 
natureza. É neste sentido que os estudos hidrológicos são cada vez mais 
acessados pelos profissionais da área da construção civil, objetivando conhecer 
com acerto e rigor técnico os fenômenos físicos que podem influenciar na 
conjectura da situação. Por isso, a água é um assunto predominante nos estudos 
da engenharia e construção civil, sendo o insumo mais utilizado nos canteiros de 
obras, consumida em quase todos os serviços desta área, tanto como 
componente nos concretos, argamassas e umidificação do solo, quanto como 
ferramenta de limpeza e cura do concreto. Segundo os dados do Conselho 
Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), cerca de 50% da água potável 
fornecida para áreas urbanizadas é destinada para a construção civil, mas em 
algumas localidades, como em Vitória (ES), essa taxa pode chegar a ultrapassar 
80%. 
 Neste sentido, o papel da engenharia torna-se cada vez mais sistemático 
no intuito de compreender a dinâmica da natureza após as modificações por 
ações antrópicas, buscando assim reduzir os impactos de desastres naturais nas 
estruturas projetadas, mas também realçando o cuidado em gerir os recursos 
utilizados, propondo melhorias para os eventuais problemas que possam surgir. 
Como explanado anteriormente, os efeitos das ações antrópica, é 
possivelmente observado na relação direta entre o crescimento acelerado das 
áreas urbanas e os impactos ambientais decorrentes do uso e ocupação 
desordenados do solo, a exemplo da impermeabilização de grandes áreas, 
dificultando o processo de infiltração e percolação das águas pluviais, podendo 
gerar consequências graves, como inundações. Outro maleficio que a 
necessidade humana pelo uso da água pode gerar está relacionada ao 
barramento de corpos hídricos ou desvio do seu curso natural a fim de torná-la 
potável para consumo humano, pois além da quantidade de produto químico, 
que se mal dosado voltará para o ambiente, pode-se também ocasionar a perda 
de volume do curso d’agua se o local de abastecimento das Estações de 
Tratamento de Água (ETAs) for inadequadamente adotado. 
Nesta perspectiva, este artigo decorrerá sobre a importância da hidrologia 
na engenharia civil, evidenciando a indispensabilidade destes conhecimentos 
nas esferas da drenagem urbana e estudos hidrológicos em projetos de 
hidrelétricas. 
 
 
https://www.cbcs.org.br/_5dotSystem/userFiles/posicionamentos/CBCS_CTAgua_Posicionamentos_Aproveitamento%20de%20fontes%20alternativas%20de%20agua%20em%20edificios.pdf
https://www.cbcs.org.br/_5dotSystem/userFiles/posicionamentos/CBCS_CTAgua_Posicionamentos_Aproveitamento%20de%20fontes%20alternativas%20de%20agua%20em%20edificios.pdf
2 OBJETIVOS 
 
2.1 OBJETIVO GERAL 
 
 Visto que no dia-a-dia do engenheiro civil, este enfrentará problemas 
inevitáveis associados à manipulação dos recursos hídricos, o conteúdo a seguir 
abordará a relação direta entre hidrologia e desenvolvimento técnico no campo 
da construção civil. 
 
2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO 
 
 Pode-se dizer que em relação aos diversos efeitos da água na vida 
humana, o ofício do engenheiro civil corresponde a funções de controle de 
inundações, recursos hídricos e qualidade da água. Assim, o texto exposto neste 
artigo busca enfatizar a importância em associar estudos hidrológicos aos 
projetos de drenagem urbana e projetos de hidrelétricas. 
 
3 METODOLOGIA 
 
Visando a importância da hidrologia na engenharia civil, além de 
evidenciar o déficit existente nos sistemas de drenagem urbana e a importância 
dos estudos hidrológicos em projetos de hidrelétricas, foi realizado um leque de 
pesquisas através da internet objetivando encontra artigos científicos, 
dissertações e teses de mestrado até mesmo Leis relacionadas ao tema além 
da consulta de dados e estatísticas em alguns sites como o IBGE (Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística), ANA (Agencia Nacional de Águas). Logo 
após, foi realizada a análise e leitura de todo o material encontrado. 
 
4 DESENVOLVIMENTO 
 
 Com a metodologia adotada, foram focados em duasáreas da engenharia 
as quais o ciclo hidrológico tem grande influência, a drenagem urbana que está 
relacionada a impermeabilização do solo, devido a ocupação dos centros 
urbanos e lagos artificiais formados pelo represamento de corpos hídricos na 
construção das hidrelétricas. 
 
4.1 DRENAGEM URBANA 
 
 O processo de expansão da ocupação urbana trouxe consigo a 
impermeabilização do solo, ou seja, o nível de água da chuva que escoa é mais 
alto do que deveria em razão do asfaltamento, calçamento de vias e da 
construção de casas e prédios. O resultado disso é a alteração do ciclo das 
águas. A redução da capacidade de absorção da água pelo solo tende a diminuir 
as recargas de águas subterrâneas e causar problemas de inundações urbanas. 
Por isso, há necessidade de colocar em ação os planos de drenagem urbana, 
que também são conhecidos como manejo de águas pluviais. 
 A política de desenvolvimento e controle de impactos quantitativos na 
drenagem é um conceito que foi abandonado em 1970 pelos países 
desenvolvidos. Os projetos que tiveram base nesse conceito levaram ao 
aumento das inundações devido à canalização. Para o transporte de um grande 
volume de água, é necessário ampliar a capacidade de condutos e canais ao 
longo de todo o seu trajeto dentro da cidade até um local onde o seu efeito de 
ampliação não atinja a população. 
 O termo drenagem urbana é entendido aqui, no seu sentido mais amplo, 
como um conjunto de medidas que tenham por objetivo minimizar os riscos a 
que as populações estão sujeitas, diminuir os prejuízos causados por 
inundações e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmônica, 
articulável e sustentável (TUCCI, 2001, p. 804). 
 Para melhores medidas de controle sustentável, são necessários os 
componentes de drenagens que envolve o controle em nível de lote, medidas 
adotadas em nível de loteamento (microdenagem) e soluções de controle nos 
principais rios urbanos (macrodrenagem). Essas medidas são aplicadas 
conforme a necessidade do desenvolvimento de cada projeto. A Norma 
030/2004-ES do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) 
estabelece os procedimentos necessários para a construção de dispositivos de 
drenagem pluvial urbana, envolvendo galerias, bocas-de-lobo e poços de visita, 
destinados à coleta de águas superficiais e condução subterrânea para locais de 
descarga mais favorável. 
 Segundo a norma, os bueiros ou bocas-de-lobo devem ser executadas 
junto aos bordos dos acostamentos ou meios-fios da malha viária urbana com o 
objetivo de captar e transferir os deflúvios para as galerias ou outros condutores. 
Por motivos de segurança, elas devem ser capeadas com grelhas metálicas ou 
de concreto. As galerias são dispositivos que conduzem os deflúvios para os 
condutores de drenagem através de canalizações subterrâneas, de modo a 
permitir a livre circulação de pessoas e veículos. Já os poços de visita são 
câmaras intermediárias, no formato circular ou retangular, que permitem 
modificações de declividade, alinhamento, dimensões ou alterações de queda 
da rede. 
 
 
Figura 1- Esquematização de um sistema de drenagem urbana. Fonte: Imagem Google. 
 
 O aspecto ambiental, refere-se a forma como são caminhadas as águas 
de volta aos rios, mares e bacias. E a falta de encaminhamento consciente 
dessas águas gera transtornos como deterioração dos mananciais e a redução 
de água para a população. Os elementos que compõem o sistema de drenagem 
urbana são: pavimentos das ruas, guias e sarjetas, bocas de lobo, galerias de 
drenagem, sistemas de detenção e infiltração nos lotes e pavimentos, trincheiras 
e valas. 
 No dimensionamento hidráulico dos dispositivos de drenagem torna-se 
indispensável fazer o levantamento das características geométricas da via, a 
área de contribuição ou impluvio, intensidade de precipitação, capacidade de 
vazão da sarjeta e o comprimento crítico, calculados minuciosamente. 
 Dados do IBGE indicam que 78,6% das cidades brasileiras possuem 
sistema de drenagem, no entanto, a política existente de gestão de drenagem 
urbana na maioria dessas cidades ainda possui o conceito antiquado de escoar 
a água precipitada o mais rápido possível sem se preocupar com sua 
canalização. Falta a implementação de medidas sustentáveis para o setor, 
levando em conta a disponibilidade de recursos tecnológicos que estão em plena 
expansão: piso permeável drenante, cobertura vegetal, concregrama e micro 
reservatórios. Há inúmeros casos de enchentes e inundações no Brasil, 
igualmente acontecido a cidade litorânea de Tubarão, Santa Catarina. O 
município possui índices pluviométricos equivalentemente baixos, que no 
período de 40 anos sofreu consequentemente 11 alagamentos (SOUZA,2017). 
A aplicação de solução de drenagem resume-se na construção em áreas que 
sofrem frequentes alagamentos de filtros subterrâneos permeáveis, compostos 
por camadas sobrepostas de grama, areia, brita e manta geotêxtil, quem 
permitem reter poluentes e deter por um tempo volumes excessivos de água de 
chuva que escoa dentro deles. 
 O sistema de biorretenção funciona como reservatório para o 
amortecimento de água da chuva, armazenando-a por um período de tempo que 
posteriormente possa infiltrar ou ser absorvida pelo solo. Ajudando a reduzir o 
volume de água da chuva e a diminuir os picos de cheias em bacias ou 
microbacias (como rios e córregos). A utilização do pavimento permeável para a 
drenagem urbana permite a passagem rápida da água evitando que escoe 
superficialmente ou evite poças, facilitando infiltração, com redução do 
escoamento superficial, garantindo a utilização do pavimento. “Apesar de haver 
grande avanço acadêmico no desenvolvimento de técnicas e abordagens mais 
integradoras, com foco na bacia hidrográfica e nos impactos da urbanização 
sobre os processos naturais, ainda não houve apropriação desse conhecimento 
na prática dos técnicos municipais e tomadores de decisão. A ineficiência da 
implantação do sistema de drenagem urbano acarreta custos maiores na 
adequação do sistema. Levando a reconstrução de asfaltos, para minimizar a 
degradação decorrente das águas das chuvas. Com as obras de adequação 
torna-se possível a diminuição dos custos e da necessidade de reparos 
frequentes.” (Caramori Borges de Souza, Vladimir; 2013) 
 A execução com melhor desempenho em projetos de obras macro e micro 
drenagem das áreas urbanas está comprometida com à falta de recursos e 
escassez de mão de obra qualificada em todos os níveis, para a realização de 
uma infraestrutura necessária a evitar perda de bens e preservação da vida 
humana. 
 
3.2 ESTUDOS HIDROLÓGICOS EM PROJETOS DE HIDRELÉTRICAS 
 
 O avanço tecnológico na atualidade, seja este destinado as atividades 
urbanas ou rurais, gera uma crescente demanda pelo consumo de energia 
elétrica. No Brasil de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética – EPE, 
cerca de 65% da matriz elétrica é gerada por usinas hidrelétricas (Figura 2). 
Estas obras da engenharia são em geral de grande porte e causam grande 
impacto ambiental na área de sua implantação, por isso, a cessão de outorga 
para autorização do uso do potencial de energia hidráulica de corpos hídricos de 
domínio da união com potência instalada acima de 1 MW, documento este 
cedido pela Agência Nacional de Águas – ANA, são exigido uma série de estudos 
técnicos, que podem ser apresentados em um relatório denominado Relatório de 
Estudo de Disponibilidade Hídrica – REDH, cujo escopo deve conter como um 
dos itens indispensáveis, os estudos hidrológicos referentes à determinação: da 
série de vazões utilizadas no dimensionamento energético de cada um dos 
cenários de usos múltiplos dos recursos hídricos, inclusive para o transporte 
aquaviário; das vazões máximas consideradas no dimensionamento dos órgãos 
extravasores; das vazões mínimas; do transporte de sedimentos; do diagnóstico 
da qualidade da água;do prognóstico da qualidade da água. 
 
Figura 2- Matriz energética Brasileira em 2017. Fonte: http://www.epe.gov.br/ 
 
 Diversas pesquisas foram desenvolvidas analisando os impactos gerados 
pelos barramentos necessários para geração de energia elétrica por 
hidrelétricas, as quais analisa os efeitos causados pela diminuição da vazão dos 
corpos hídricos e alterações hidrológicas causadas pelo lagos artificiais, a 
exemplo, Gonçalves (2016) realizou pesquisa onde procurou avaliar os impactos 
da penetração de cunha salina e redução da produção de sedimentos na foz do 
rio São Francisco ocasionados pelas construções de hidroelétricas, nesse 
estudo o autor concluiu que apesar da grande importância do potencial 
energético gerados pelas hidrelétricas, situadas no leito principal da bacia do 
São Francisco, em relação ao desenvolvimento econômico do país, a diminuição 
da vazão restritiva em especial a causada pela barragem da hidrelétrica do 
Xingó, que até então descumpria a vazão mínima, liberando apenas 800 m³.s-1 
dos 1300 m³.s-1 estipulada pela IBAMA e a ANA, tem contribuído para o avanço 
da cunha salina, afetando assim a comunidade ribeirinha devido ao aumento do 
pH da água na foz provocado pela salinidade. 
 Souza (2010), realizou um estudo de caso em Presidente Prudente 
intitulado, Influência de lagos artificiais no clima local e no clima urbano - , o autor 
analisa a influência do lago artificial da Usina hidrelétrica Engenheiro Sérgio Mota 
(Porto Primavera), fundamentado na hipótese que, as transformações antrópicas 
de um determinado espaço físico podem ocasionar variações nos atributos 
climáticos, como a temperatura e umidade relativa do ar dentre outros fatores. 
http://www.epe.gov.br/
 No tópico formações de lagos artificiais e alterações climáticas desta 
pesquisa, Souza (2010) se baseia na literatura de diversos autores que 
realizaram pesquisas similares constatando que em alguns casos foram 
registrados um aumento relativo da evaporação, o aumento da temperatura 
mínima e queda da temperatura máxima e que, a grande dificuldade de análises 
mais precisas sobre a influência dessa ação antrópica é referente a falta de 
registros de dados locais anteriores a formação destes lagos e análise de outros 
fatores com desmatamento e impermeabilização do solo com a ocupação de 
regiões próximas a esses lagos. Usando procedimento de medição de 
temperatura e umidade relativa do ar, o mesmo utilizado na literatura por Armani 
(2003) e Armani e Galvani (2006), em diversos pontos da área de estudo no 
período de 1 ano (setembro 2008 a setembro), compreendendo o entorno do 
lago, passando pela zona urbanizada até a zona rural. Após o tratamento dos 
dados obtidos nesta pesquisa o autor conclui que o lago artificial formado pela 
usina hidrelétrica de Porto Primavera, não tem influência significativa no 
aumento da temperatura dos centro urbanos próximo a estes, e sim, contribui 
para um equilíbrio térmico. 
 
6 CONCLUSÃO 
 
 Os impactos negativos ocasionados pela água em projetos de 
engenharia, seja devido à má administração dos recursos hídricos, ou pela falta 
de compreensão dos processos hidrológicos, deram uma maior ênfase aos 
estudos da hidrologia, afim de que, se possa administrar os recursos de maneira 
a se evitar futuros problemas. 
 Inúmeros ainda são os prejuízos ocasionados pelas enchentes devido a 
crescente urbanização, apesar de grande parte dos municípios serem providos 
de sistema de drenagem, muito ainda se pode melhorar. Por esse motivo é 
necessário seguir as normas e processos que o DNIT impõe, desde o 
levantamento de dados e características sobre a região até os tipos de 
dispositivos de drenagem adequados a cada situação. Dessa forma, garantindo 
um sistema de drenagem rápido, sustentável e eficiente para que assim possa 
minorar os perigos e danos a população e ao meio ambiente. 
 Por fim, o estudo mostrou que, por ser uma obra de grande porte e que 
causa um grande impacto ambiental, é de grande valia a análise das 
consequências que alterações hidrológicas (como lagos artificiais), devido a 
instalação de uma hidrelétrica, podem causar a região onde será implementada. 
Por esse motivo, a ANA exige uma série de estudos técnicos e relatórios, 
necessários para aprovação e autorização de implantação da usina. 
 
7 REFERÊNCIAS 
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(Brasil). COMO REDUZIR O CONSUMO DE ÁGUA NA CONSTRUÇÃO CIVIL?. [S. l.], 2019. Disponível 
em: https://www.atex.com.br/blog/sustentabilidade/como-reduzir-o-consumo-de-agua-na-
construcao-civil/. Acesso em: 20 abr. 2020. 
CANHOLI, Aluísio Pardo. Drenagem urbana e controle de enchentes. 2ª. ed. aum. São Paulo: 
Oficina de Textos, 2014. 
DIRETORIA DE PLANEJAMENTO E PESQUISA/IPR. NORMA DNIT 030/2004 - ES. Drenagem: 
Dispositivos de drenagem pluvial urbana - Especificação de serviço, [S. l.], 2004. 
ECHOA ENGENHARIA. Planejamento urbano e infraestrutura: O que é drenagem urbana? [S. l.], 
6 mar. 2016. Disponível em: https://echoaengenharia.com.br/o-que-e-drenagem-urbana/. Acesso 
em: 23 abr. 2020. 
EOS. DRENAGEM URBANA: COMO FUNCIONA A DRENAGEM URBANA?. [S. l.], 24 jul. 2018. 
Disponível em: https://www.eosconsultores.com.br/como-funciona-drenagem-urbana/. Acesso em: 
23 abr. 2020. 
GESTA. GESTÃO DA DRENAGEM URBANA NO BRASIL: DESAFIOS PARA A SUSTENTABILIDADE. 
Revista eletrônica, 2013. Disponível em: 
https://portalseer.ufba.br/index.php/gesta/article/view/7105. Acesso em: 23 abr. 2020. 
Mar avança sobre Rio São Francisco e afeta população ribeirinha em Alagoas. Portal G1 Publicada em: 21 de 
março de 2017. Acessado em 13-04-2020. Disponível em: 
http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2017/03/mar-avanca-sobre-rio-sao-francisco-e-afeta-
populacao-ribeirinha-em-alagoas.html. 
 
http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2017/03/mar-avanca-sobre-rio-sao-francisco-e-afeta-populacao-ribeirinha-em-alagoas.html
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MARTINS, Dhiego de M. F et al. Impactos da construção da usina hidrelétrica de Sobradinho no 
regime de vazões no Baixo São Francisco. Rev. bras. eng. agríc. ambient., Campina Grande, v. 
15, n. 10, p. 1054-1061, Outubro 2011. 
 
SOUZA, Marcos Barros de. Influência de lagos artificiais no clima local e no clima urbano: estudo 
de caso em Presidente Epitácio (SP). 2010. Tese (Doutorado em Geografia Física) - Faculdade de 
Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010. 
doi:10.11606/T.8.2010.tde-08112010-162614. Acesso em: 2020-04-22. 
 
TUCCI, Carlos E. M. (ed.). DRENAGEM URBANA. In: DRENAGEM URBANA. Jornal online, 2003. 
Disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-
67252003000400020. Acesso em: 23 abr. 2020.

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