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Módulo II

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Universidade do Minho FBFT 
 Escola Superior de Enfermagem Módulo II – Patologia Genética e Farmacogenética 
 
Sara Gonçalves (1ºAno) – 2012/2013 1 
Módulo II – Patologia Genética e Farmacogenética 
BLOCO TEMÁTICO 1: GENÉTICA MENDELIANA E NEO-MENDELIANA 
 CICLO CELULAR: 
o O ciclo celular é um processo através do qual uma célula duplica o seu material 
genético e o reparte igualmente pelas suas células-filhas; 
o Conjunto de transformações que decorre entre a formação de uma célula e a 
sua própria divisão em duas células-filhas; 
o Da divisão da célula depende a manutenção e continuidade da vida  A este 
processo está sempre associada a replicação da informação genética; 
o Está dividido em duas fases principais: a interfase e a mitose (fase M) ou 
período da divisão celular; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
o A interfase corresponde ao período compreendido entre o fim de uma divisão 
celular e o início da seguinte, nela ocorre a duplicação do DNA e a preparação 
para a fase seguinte; 
o A fase mitótica diz respeito ao período durante o qual ocorre a divisão celular 
e, apesar de ocupar uma pequena parte do ciclo, é crucial para o crescimento 
e diferenciação do organismo; 
o Interfase – Na interfase, os cromossomas encontram-se distendidos. A 
replicação do DNA de uma célula ocorre durante uma parte limitada de 
Citocinese 
G0 
Se em G1 a célula não tem 
condições necessárias para 
iniciar um ciclo celular (ou 
porque não é necessária divisão, 
ou porque não tem nutrientes 
suficientes, p.e.), a célula entre 
numa fase de G0, em que fica 
num estado de “dormência”  
Frequente em células de 
leveduras 
Verificação da 
replicação  
Importante para 
prevenir os erros 
genéticos 
Se a célula não tiver as 
condições necessárias (existir 
algum erro), esta entra em 
apoptose (morte celular) Caso estes mecanismos de verificação 
falhem pode gerar um cancro 
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 Escola Superior de Enfermagem Módulo II – Patologia Genética e Farmacogenética 
 
Sara Gonçalves (1ºAno) – 2012/2013 2 
interfase, denominada período S que é precedido pela fase G1 e seguido pela 
fase G2; 
 Fase G1 – Corresponde ao período que decorre entre o fim da mitose e 
o início da síntese de DNA. Caracteriza-se por uma intensa atividade 
biossintética, nomeadamente de proteínas estruturais, enzimas e RNA, 
havendo ainda formação de organelos celulares e, consequentemente, 
um notório crescimento da célula; 
 Fase S – Ocorre a autorreplicação de cada uma das moléculas de DNA. 
A estas novas moléculas associam-se as respetivas proteínas e, a partir 
desse momento, cada cromossoma passa a ser constituído por dois 
cromatídios ligados pelo centrómero; 
 Fase G2 – Decorre entre o final da síntese de DNA e o início da mitose. 
Neste período dá-se, sobretudo, a síntese de biomoléculas necessárias 
à divisão celular, como, por exemplo, proteínas, que vão ser utilizadas 
na fase mitótica; 
o Fase mitótica – Na fase mitótica podem considerar-se duas etapas: 
 Mitose ou Cariocinese – Diz respeito ao conjunto de transformações 
durante as quais o núcleo das células eucarióticas se divide, formando-
se núcleos com o mesmo número de cromossomas que o inicial. 
Distinguem-se quatro estádios: 
1. Prófase – Na prófase, os filamentos de cromatina condensam-
se, tornando-se cada vez mais grossos e mais curtos, e cada 
cromossoma é constituído por dois cromatídios unidos pelo 
centrómero. Os dois pares de centríolos começam a afastar-se 
em sentidos opostos e, quando atingem os pólos, a membrana 
nuclear desorganiza-se e os nucléolos desaparecem; 
o Pró-metáfase – os cromossomas começam a alinhar-se no 
meio da célula; 
2. Metáfase – Neste estádio, os cromossomas atingem o seu 
máximo encurtamento e dispõem-se com os centrómeros no 
plano equatorial, voltados para o centro desse plano e com os 
braços abertos para fora. Assim os cromossomas estão 
prontos para se dividirem; 
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 Escola Superior de Enfermagem Módulo II – Patologia Genética e Farmacogenética 
 
Sara Gonçalves (1ºAno) – 2012/2013 3 
3. Anáfase – Aqui dá-se a clivagem de cada um dos centrómeros, 
separando-se os cromatídios, que passam a constituir dois 
cromossomas independentes. Os cromossomas começam a 
afastar-se, migrando para pólos opostos; 
o Fibras contínuas: servem para manter a estabilidade do 
fuso; 
o Fibras descontínuas: unem-se aos cromossomas e “puxam-
nos” para os pólos; 
4. Telófase – Por último, na telófase, a membrana nuclear 
reorganiza-se à volta dos cromossomas de cada célula-filha, os 
nucléolos reaparecem, dissolve-se o fuso mitótico e os 
cromossomas descondensam-se e alongam-se, tornando-se 
menos visíveis. A célula fica constituída por dois núcleos, 
terminando assim a mitose; 
 
 
 
 
 Citocinese (*) – Divisão do citoplasma  Individualização das duas 
células filhas; 
1. Células Animais – por estrangulamento do citosol; 
 
 
 
 
2. Células Vegetais – por alinhamento e fusão das vesículas do 
complexo de Golgi na região equatorial (formam uma 
membrana), com posterior deposição da celulose (forma a 
parede celular); 
 
 
 
1 2 3 4 
Antes da Citocinese 
há 92 cromossomas 
(46+46)  Ser 
humano 
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Sara Gonçalves (1ºAno) – 2012/2013 4 
 MEIOSE: 
o Processo de divisão celular através do qual se assegura a redução do número 
de cromossomas para metade (redução cromossómica), passando de 2n 
(diplóide) para n (haplóide); 
o Células Haplóides (n) possuem núcleos com um cromossoma de cada par de 
homólogos; 
o É antecedida por uma Interfase, em cujo período S o material genético é 
duplicado  No início da meiose, cada cromossoma é formado por dois 
cromatídios; 
o Ocorrem duas divisões sequenciais (divisão I e a divisão II) dando origem a 
quatro núcleos haplóides; 
 DIVISÃO I (Divisão reducional) – Um núcleo diplóide origina dois núcleos 
diplóides; 
1. Prófase I (Fase mais longa) 
o Filamentos de cromatina iniciam a sua condensação; 
o Emparelhamento dos cromossomas homólogos (gene 
com gene) formando bivalentes; 
o Permuta de segmentos entre cromatídeos de 
cromossomas homólogos – crossing-over; 
o O ponto de cruzamento dos filamentos é o ponto de 
quiasma; 
o Individualização dos cromossomas, afastamento dos 
centríolos e formação do fuso acromático; 
2. Metáfase I 
o Os cromossomas atingem o seu grau máximo de 
condensação; 
o Lado a lado, os pares de homólogos ocupam o plano 
equatorial – dispostos pelos pontos de quiasma; 
3. Anáfase I 
o Separação aleatória dos cromossomas homólogos; 
o Cada cromossoma, constituído por dois cromatídios, 
migra para um dos pólos da célula; 
o Rompimento dos centrómeros; 
o Número de cromossomas é reduzido para metade; 
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Sara Gonçalves (1ºAno) – 2012/2013 5 
4. Telófase I 
o Descondensação dos cromossomas e reconstituição 
dos núcleos; 
o Cada núcleo tem metade do número de cromossomas 
do núcleo diplóide inicial; 
(Entre a Telófase I e a Prófase II pode haver, ou não, novamente Interfase, mas se ocorrer não há 
fase S. Pode haver, ou não, citocinese) 
 DIVISÃO II (Divisão equacional) – Separação dos cromatídeos obtendo 
quatro núcleos haplóides; 
1. Prófase II – Os cromossomas tornam-se mais grossos e mais 
curtos, organiza-se o fuso acromático e o invólucro nuclear 
desaparece; 
2. Metáfase II – Os cromossomas, bastante condensados, estão 
na região equatorial, ligados às fibras do fuso pelos 
centrómeros; 
3.Anáfase II – Os centrómeros rompem-se, e os dois cromatídios 
de cada cromossoma separam-se e migram para pólos opostos 
da célula; 
4. Telófase II – Nos pólos, o invólucro nuclear refaz-se, e o 
citoplasma divide-se. Surgem quatro células-filhas haplóides, 
com metade da quantidade de DNA da célula inicial (cada uma 
com um cromossoma de cada par de homólogos inicial); 
 CITOCINESE (*); 
 MEIOSE E MITOSE – DIFERENÇAS: 
o Nos processos de reprodução, a divisão celular é fundamental. A mitose 
permite a formação de células geneticamente idênticas à célula parental; a 
meiose ocorre na reprodução sexuada, permitindo a formação de células 
haplóides; 
 
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Sara Gonçalves (1ºAno) – 2012/2013 6 
 
 VARIABILIDADE GENÉTICA: 
o Os indivíduos formados por reprodução sexuada são únicos do ponto de vista 
genéticos – diferem entre si e dos seus progenitores; 
o A recombinação genética decorre da meiose e da fecundação; 
o A variabilidade genética resulta da separação aleatória dos cromossomas 
homólogos e da recombinação de genes no crossing-over, durante a meiose, e 
da união aleatória dos gâmetas, aquando a fecundação; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 BASES DA GENÉTICA: 
o Gene – unidade básica da informação genética, a qual possui informação para 
determinadas caraterísticas; 
o Genoma – conjunto de genes de uma espécie; 
o Cromossoma – unidade de armazenamento de genes; 
o DNA – ácido nucleico que contém a informação genética; 
o Cariótipo – conjunto de todos os cromossomas que caraterizam uma 
determinada espécie; 
CARATERÍSTICAS MITOSE MEIOSE 
Número de divisões 1 2 
Número de núcleos formados 2 4 
Emparelhamento de cromossomas 
homólogos 
Não Ocorre Ocorre 
Número de cromossomas das 
células-filhas em relação à célula-
mãe 
Igual Metade 
Fenómenos de crossing-over Não se efetuam Efetuam-se 
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Sara Gonçalves (1ºAno) – 2012/2013 7 
o Clone – grupo de células genotipicamente iguais e descendentes de uma só 
célula inicial; 
o Necrose – morte celular natural; 
o Apoptose – morte celular programada; 
o Locus – local do cromossoma onde se encontra uma determinada informação 
genética; (loci = plural de locus) 
o Alelo – formas alternativas do mesmo locus/gene; 
o Genótipo – composição alélica específica de um individuo, para um dado gene 
ou para um grupo de genes; em cada locus existem dois genes (exceto nos 
cromossomas sexuais) que originam uma determinada caraterísticas; 
o Fenótipo – expressão do genótipo; manifestação física da característica do 
genótipo; 
 Ex.: 
1. Fenótipo: liso; Genótipo: LL ou Ll 
2. Fenótipo: rugoso; Genótipo: ll 
o Homozigóticos – organismos com dois alelos iguais num mesmo locus em 
cromossomas homólogos (pode ser recessivo ou dominante); 
o Heterozigóticos – organismos com dois alelos diferentes num mesmo locus em 
cromossomas homólogos; 
o Hemizigóticos – organismos com apenas uma cópia de um gene (situação 
anómala – termo geralmente utilizado para genes associados ao cromossoma X); 
o Alelo dominante – um alelo que expressa os seus efeitos fenotípicos, mesmo 
nos heterozigóticos (letra maiúscula); 
o Alelo recessivo – os seus efeitos não se manifestam nos heterozigóticos, mas 
apenas nos homozigóticos recessivos (letra minúscula); 
o Autossómico – não relacionado com os alelos sexuais (nos humanos são 44 
cromossomas autossómicos  Autossomas); 
o Heterossomas – cromossomas sexuais (X e Y); 
o Dominância – expressão em todas as gerações (ganho de função); 
o Recessividade – quando uma doença/alelo não se manifesta em todas as 
gerações (perda de função); 
o Germinativo – relacionado com os gâmetas (cromossomas sexuais); 
o Monoibridismo – transmissão de uma característica; 
o Diibridismo – transmissão de dois carateres em simultâneo; 
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Sara Gonçalves (1ºAno) – 2012/2013 8 
 EXPERIÊNCIAS DE GREGORY MENDEL: 
o Mendel iniciou os seus estudos obtendo linhagens puras em relação a cada 
uma das características em estudo; 
o Selecionou uma ervilheira para os seus estudos devido: 
 Facilidade de cultivo; 
 Elevado número de descendentes; 
 Disponibilidade de variedades com características diferentes; 
o Caraterísticas de Mendel (alelos): 
 Forma da semente – lisa/rugosa; 
 Cor da semente – amarela/verde; 
 Forma de vagem – lisa/rugosa; 
 Cor da vagem – amarela/verde; 
 Posição das flores – flores axiais/flores terminais; 
 Cor das flores – branca/púrpura; 
 Tamanho do caule – caule alto/caule anão; 
 
o Primeira lei de Mendel  Lei da Segregação Independente (Fatorial) 
 Durante a formação dos gâmetas, os dois alelos de um gene 
segregam-se de tal forma que cada gâmeta apenas recebe um dos 
alelos, para uma determinada característica (Pureza dos Gâmetas); 
1. Mendel cruzou indivíduos puros de plantas brancas e plantas 
púrpura e apercebeu-se que todos os indivíduos da geração F1 
eram iguais e manifestavam unicamente um dos fenótipos da 
geração parental  Alelo dominante; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 R R 
r Rr Rr 
r Rr Rr 
Rr 
RR rr 
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Sara Gonçalves (1ºAno) – 2012/2013 9 
2. Cruzou as plantas de F1 entre si e observou que a maioria dos 
descendentes apresentava a forma dominante da 
característica (cor púrpura), mas surgiram alguns em que a 
forma recessiva (cor branca) era observável  Proporção 3:1; 
 
 
 
 
 
 Cruzamento-teste e retrocruzamento: 
1. Quando num fenótipo de um individuo se manifesta o alelo 
dominante surgem dúvidas quanto ao seu genótipo, pois este 
pode ser homozigótico dominante (RR) ou heterozigótico (Rr); 
2. Procede-se assim ao cruzamento teste com um homozigótico 
recessivo (rr), e obtém-se: 
o 100% de fenótipo igual ao alelo dominante se o 
progenitor desconhecido for homozigótico dominante; 
 
 
 
 
 
 
o 50% de indivíduos com fenótipo de alelo dominante e 
50% de alelo recessivo, se o progenitor desconhecido 
for heterozigótico; 
 
 
 
 
 
o Segunda lei de Mendel  Lei da Independência dos Carateres 
 Durante a formação dos gâmetas, os alelos de diferentes pare de 
genes segregam-se independentemente uns dos outros; 
 R r 
R RR Rr 
r Rr rr 
 R R 
r Rr Rr 
r Rr Rr 
 R r 
r Rr rr 
r Rr rr 
Rr 
RR Rr Rr rr 
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Sara Gonçalves (1ºAno) – 2012/2013 10 
 Para tentar perceber se a segregação é independente, Mendel cruzou 
uma ervilha amarela e lisa (VVRR) com uma verde e rugosa (vvrr), 
obtendo uma geração de indivíduos com o fenótipo amarelo e liso 
(VvRr); 
 De seguida, promoveu a autofecundação das plantas de F1 que 
originaram a geração F2 com 4 fenótipos diferentes (amarelo e liso, 
amarelo e rugoso, verde e liso, verde e rugoso); 
 Na geração F2 surgem 9 genótipos e 4 fenótipos, na razão 9:3:3:1; 
 
 
 
 
 
 
o As Leis de Mendel e a Meiose 
 A segregação dos alelos de um gene e a segregação independente dos 
alelos que determinam características distintas, ocorrem como 
consequência da localização dos genes nos cromossomas, e do 
comportamento destes, durante a formação dos gâmetas; 
 A Primeira Lei de Mendel afirma que os gâmetas são “puros”, ou seja, 
carregam somente um dos fatores responsável por uma determinada 
característica. Assim,a Primeira Lei de Mendel é, portanto, 
consequência da separação física dos cromossomas homólogos; 
 A Segunda Lei de Mendel também é uma consequência da separação, 
durante a anáfase da primeira divisão da meiose, dos cromossomas de 
origem paterna e materna que estavam previamente duplicados e 
emparelhados na metáfase; 
 PEDIGREE: 
o Interpretação visual da transmissão de um alelo; 
o A montagem de uma árvore genealógica obedece a algumas regras: 
 Em cada casal, o homem deve ser colocado à esquerda, e a mulher à 
direita, sempre que for possível; 
Cruzamentos Diíbridos 
(transmissão de 2 carateres em 
simultâneo) confirmaram os 
resultados previstos para a 
segregação independente dos 
fatores de carateres 
diferentes. 
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 Escola Superior de Enfermagem Módulo II – Patologia Genética e Farmacogenética 
 
Sara Gonçalves (1ºAno) – 2012/2013 11 
 Os filhos devem ser colocados em ordem de nascimento, da esquerda 
para a direita; 
 Cada geração que se sucede é indicada por algarismos romanos (I, II, 
III, etc.); 
o Para a elaboração do pedigree utilizam-se diversos símbolos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
o A primeira informação que se procura obter, na análise de um pedigree, é se o 
carácter em questão é condicionado por um gene dominante ou recessivo. 
Para isso devemos procurar casais que são fenotipicamente iguais e tenham 
um ou mais filhos diferentes deles. Se a característica permaneceu oculta no 
casal, e se manifestou no filho, só pode ser determinada por um gene 
recessivo. Pais fenotipicamente iguais, com um filho diferente deles, indicam 
que o carácter presente no filho é recessivo; 
 
 HEREDITARIEDADE MONOGÉNICA: 
o Determinadas caraterísticas dependem de um só gene; 
o Tipos de hereditariedade monogénica/Mendeliana: 
 Recessiva Autossómica; 
 Dominante Autossómica; 
 Recessiva ligada ao X; 
 Dominante ligada ao X; 
 Ligada ao Y; 
 Outras formas Mendelianas não clássicas; 
 
 
Homem Afetado 
Mulher não 
afetada 
Falecimento 
Casamento 
Casamento 
consanguíneo 
Gravidez 
Homem heterozigótico com 
alelo autossómico recessivo 
Mulher heterozigótica com alelo 
autossómico recessivo ou ligado ao X 
Gémeos Dizigóticos 
(não idênticos) 
Gémeos 
Monozigóticos 
(idênticos) 
Aborto 
espontâneo 
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Sara Gonçalves (1ºAno) – 2012/2013 12 
1- Hereditariedade Recessiva Autossómica 
o Quando uma doença/alelo não se manifesta em todas as gerações; 
o Afeta tanto homens como mulheres (dominância); 
o Apenas um número reduzido de indivíduos manifesta a caraterística 
(só os homozigóticos recessivos); 
o Pais normais podem ter descendência afetada; 
o Para dois pais fenotipicamente iguais terem um filho infetado, ambos 
têm de ser heterozigóticos  25% da progenia é afetada; 
 
Doenças autossómicas recessivas: 
 Albinismo - Distúrbio congénito caracterizado pela ausência completa 
ou parcial de pigmento na pele, cabelos e olhos, devido à ausência ou 
defeito de uma enzima envolvida na produção de melanina; 
o Associado a defeitos de visão; 
o A falta de pigmentação da pele faz com que o organismo 
fique mais suscetível a queimaduras solares e cancro da pele; 
o Tratamento: proteger a pele e olhos do sol; 
 Fibrose Cística – Distúrbio génico autossómico recessivo fatal, mais 
comum nas crianças caucasianas (1:3200); 
o Ocorre devido à mutação do gene CFTR no cromossoma 
7q31; 
o Tem fenótipos variáveis devido às mais de 1000 mutações 
diferentes no CFTR; 
 Principais caraterísticas fenotípicas: doença 
pulmonar progressiva, insuficiência pancreática 
exócrina, cloreto elevado no suor, falta de 
crescimento; 
o Órgãos afetados: vias respiratórias, pâncreas, vesícula biliar, 
genitais masculinos, glândulas sudoríparas; 
o Tratamento: ainda não existe; 
 Síndrome de Zellweger – Doença rara e congénita, caracterizada pela 
redução ou ausência de peroxissomas nas células do fígado, rins e 
cérebro; 
Cálculo de Risco: 
 Aa x aa = 2Aa + 2 aa (50% 
probabilidade de ter a doença) 
 Aa x Aa = 1AA + 2Aa + 1 aa 
(25% probabilidade de ter a 
doença) 
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Sara Gonçalves (1ºAno) – 2012/2013 13 
o Os indivíduos portadores desta doença apresentam 
anomalias severas no cérebro, fígado e rim 
(Consequentemente morrem logo após o nascimento); 
 Atrofia Muscular Espinal (SMA) – Caracteriza-se por uma atrofia da 
musculatura, devida a uma degenerescência progressiva das células 
da medula espinhal e do tronco cerebral; 
o Os sintomas iniciais aparecem na primeira ou segunda 
infância; 
 Doença de Batten - Transtorno mortal e hereditário do sistema 
nervoso que começa na infância; 
o Sintomas: convulsões, problemas de visão, mudanças de 
personalidade e comportamento, lentidão na aprendizagem, 
tropeços ao caminhar, incapacidades mentais, perda 
progressiva das capacidades motoras  Provoca morte; 
 Fenilcetonúria (PKU) – Distúrbio autossómico recessivo do 
metabolismo da fenilalanina, afetando aproximadamente 1 em cada 
15.000 indivíduos da população caucasiana; 
o O gene responsável pela PKU, o que codifica a enzima 
fenilalanina hidroxilase (PAH), foi clonado e sequenciado, e 
está localizado no cromossoma 12, em 12q22; 
o A acumulação deste aminoácido (fenilalanina) prejudica o 
desenvolvimento do sistema nervoso central; 
o Principais caraterísticas fenotípicas: retardo mental, 
microcefalia, prejuízo de crescimento, malformações 
(principalmente cardíacas); 
o Tratamento: Triagem neonatal, e adequação da dieta (pobre 
em fenilalanina); 
2- Hereditariedade Autossómica Dominante 
 Quando o alelo/característica é manifestado em todas as gerações, ou está 
presente em, pelo menos, três gerações consecutivas; 
 Ocorre quer em homens quer em mulheres (dominância); 
 Se um casal não for afetado, os filhos nunca serão afetados; 
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Sara Gonçalves (1ºAno) – 2012/2013 14 
 Para os descendentes possuírem a característica é necessário um dos 
progenitores ser portador do alelo responsável (caso se trate de uma doença, tem 
de estar infetado), isto é, pode ser heterozigótico ou homozigótico dominante; 
 
 
 
 
 
 
Doenças autossómicas dominantes: 
 Doença de Machado-Joseph (DMJ) - Doença crónica que afeta 
estruturas neurológicas responsáveis principalmente pela coordenação 
dos movimentos e pelo equilíbrio; 
o Causada devido à mutação do gene ATXN3 localizado no 
cromossoma 14q, que resulta na degradação da parte 
posterior do cérebro; 
o Sintomas: perda de memória, contratura muscular, 
dificuldades na fala e deglutição, fraqueza nos membros, 
micção frequente, movimentos involuntários dos olhos; 
o Tratamento: não há cura; 
 Doença de Huntington – Distúrbio neurodegenerativo progressivo 
autossómico dominante raro, causado por mutações no gene HD; 
o Principais caraterísticas fenotípicas: anomalias de 
movimento, cognitivas e psiquiátricas, mudanças de 
personalidade, psicose, esquizofrenia, perda de peso, 
distúrbios do sono, incontinência, mutismo (ausência de 
linguagem); 
o Tratamento: não há  Sintomas podem ser minimizados 
com medicação; 
 Paramiloidose – Doença que se manifesta normalmente entre os 25 e 
os 35 anos e que é transmitida por via genética; 
Cálculo de Risco: 
 Aa x aa = 2Aa + 2 aa (50% 
probabilidade de ter a doença) 
 Aa x Aa = 1AA + 2Aa + 1 aa 
(75% probabilidade de ter a 
doença) 
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o Sintomas: grande perda de peso e de sensibilidade a 
estímulos, perturbações a nível do sistema digestivo, 
problemas cardíacos e do sistema nervoso; 
o Doença ainda mortal, mas que pode ser retardada através de 
um transplante hepático; 
 Hipercolesterolemia familiar – Doença genética associada a deficiência 
do metabolismo lipídico, nomeadamente o transporte e metabolismo 
do colesterol; 
o Sintomas: níveis anormalmente altos de colesterol no 
sangue; 
o Estes indivíduos têm um risco elevado de aterosclerose, 
doença coronária e morte prematura; 
 Polidactilia – Consiste na alteração quantitativa anormal dos dedos da 
mão ou dos dedos do pé; 
o Há uma variação muito grande na expressão dessa 
característica, desde a presença de um dedo extra, 
completamente desenvolvido, até a de uma simples profusão 
carnosa; 
o Não costuma causar problemas a quem possui; 
o A remoção cirúrgica é o único tratamento; 
 Acondroplasia – Distúrbio autossómico dominante causado por 
mutações específicas em FGFR3; 
o Forma mais comum de nanismo (pode estar relacionado com 
um aumento da idade paterna na época da conceção); 
o Principais características fenotípicas: baixa estatura, 
megaencefalia, compressão da coluna dorsal, hipoplasia da 
face média (crescimento anormal dos ossos faciais), articulações 
hiperextensíveis, obesidade; 
o Tratamento: monitorização constante do doente, terapia 
com hormonas de crescimento, alongamento cirúrgico das 
pernas,… 
 Síndrome de Marfan – Distúrbio autossómico dominante do tecido 
conjuntivo que resulta de mutações do gene de fibrilina1 (FBN1); 
o Manifesta-se na proporção de 1:5000; 
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o Principais caraterísticas fenotípicas: altura 
desproporcionalmente grande, anomalias esqueléticas, 
dilatação e rutura aórtica, pneumotórax espontâneo, 
anomalias oculares e cardiovasculares, escoliose, anomalias 
de pele, insuficiência cardíaca; 
o Tratamento: não há; 
 Braquidactilia – Anomalia genética que provoca o encurtamento dos 
dedos da mão. 
o Geralmente ocorre no polegar, eventualmente em 70% são 
mulheres; 
3- Hereditariedade Recessiva Ligada ao X 
 Afeta mais homens que mulheres (pois estes só têm um cromossoma X); 
 Perante uma mãe doente (homozigótica) todos os filhos do sexo masculino serão 
doentes, e as raparigas serão, pelo menos, portadoras (heterozigóticas)  100% 
Filhos (masculino) doentes; 
 Perante uma mãe portadora (heterozigótica), 50% dos filhos (masculino) serão 
afetados; 
 O pai nunca transmite ao filho (homem) doenças relacionadas com o 
cromossoma X, pois este tem de transmitir o cromossoma Y, que não está 
ligado à doença; 
Doenças recessivas ligadas ao X: 
 Daltonismo - Perturbação da perceção visual caracterizada pela 
incapacidade de diferenciar todas ou algumas cores, manifestando-se 
muitas vezes pela dificuldade em distinguir o verde do vermelho; 
 Hemofilia – Doença relacionada com a coagulação, ou seja, pela 
dificuldade em coagular, por falta de fatores de coagulação; 
o Resultam de mutações nos genes F8 e F9; 
o 30% dos casos são mutações de novo; 
o Principais características fenotípicas: diátese hemorrágica 
(sangramento), hematomas, hemartroses, sangramento nos 
tecidos moles, músculos e articulações; 
o Tratamento: não há nenhum, a não ser a reposição 
intravenosa do fator deficiente; 
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 Síndrome do X-Frágil – Distúrbio de retardo mental causado por 
mutações no gene FMR1 no cromossoma Xq27.3; 
o Segunda causa herdada mais comum de atraso mental e do 
autismo; 
o Sintomas: face alongada, orelhas grandes ou salientes, 
testículos de grandes dimensões e baixo tónus muscular. A 
nível comportamental, podem observar-se movimentos 
estereotipados e desenvolvimento social atípico, 
particularmente timidez e contacto ocular limitado; 
 Distrofia Muscular de Duchenne – Distúrbio na musculatura 
esquelética, causado por mutações no gene DMD; 
o Principais características fenotípicas: fraqueza muscular, 
hipertrofia da pantorrilha (barriga da perna), 
comprometimento cardíaco, escoliose; 
o Tratamento: diminuir a progressão da doença, manter a 
mobilidade, otimizar a função pulmonar e cardíaca; 
 Adrenoleucodistrofia – Doença genética rara que atinge as glândulas 
adrenais, sistema nervoso e os testículos; 
o Atinge particularmente os homens e pode-se manifestar em 
qualquer idade; 
o O indivíduo afetado perde as capacidades de falar, interagir, 
tem que usar óculos devido ao estrabismo, tem dificuldades 
para andar, passa a alimentar-se através de uma sonda, tem 
muitas convulsões e, em pouco tempo, fica como se estivesse 
em coma; 
 
4- Hereditariedade Dominante ligada ao X 
 Um fenótipo ligado ao X é descrito como dominante caso se expresse 
regularmente nos heterozigóticos; 
 Afeta tanto homens como mulheres; 
 Está presente em, pelo menos, três gerações consecutivas; 
 Um pai doente nunca transmite a doença aos filhos (masculino), mas transmite 
sempre às filhas (feminino); 
 Uma mãe doente homozigótica transmite a doença a 100% da progenia; 
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 Uma mãe doente heterozigótica transmite a doença a 50% da progenia; 
 
Doenças recessivas ligadas ao X: 
 Doença de Charcot-Marie-Tooth – A CMT atinge os nervos periféricos, 
que conectam a medula espinhal aos músculos, ocasionando uma 
perturbação na condução dos impulsos nervosos; 
o Causa prejuízos na sensação, movimento, cognição e outras 
funções dependendo dos nervos envolvidos; 
o Tipicamente, não afeta a esperança de vida e não causa 
atraso mental; 
 Síndrome de Rett – Anomalia no gene mecp2 que causa desordens de 
ordem neurológica; 
o Um dos tipos mais graves de autismo; 
o Compromete progressivamente as funções motora e 
intelectual, provoca distúrbios de comportamento e 
dependência; 
o Principais características fenotípicas: microcefalia, 
desenvolvimento lento, perda de 
movimentos/habilidades manuais, estagnação do 
desenvolvimento neuropsicomotor; 
 Incontinentia Pigmenti – Trata-se de uma patologia hereditária 
multissistémica caracterizada por anomalias de pele, cabelo e unhas, 
esqueléticas, musculares, neurológicas, oculares e dentárias; 
5- Hereditariedade Ligada ao Y 
 Quando o alelo responsável pela doença se localiza no cromossoma Y, todos os 
filhos de progenitores com a anomalia apresentam a caraterística; 
 Só os homens são afetados; 
 
Doenças recessivas ligadas ao X: 
 Hipertricose Auricular – Distúrbio localizado no cromossoma Y, que se 
carateriza pela presença de pelos longos e abundantes no bordo das 
orelhas; 
 
 
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6- Outras formas Mendelianas não clássicas 
 Hereditariedade Mitocondrial/Materna: 
o Uma mãe portadora de uma mutação no cromossoma mitocondrial 
(netDNA) transmitirá a mutação para toda a sua descendência, 
enquanto o pai portador da mesma mutação não a passará a ninguém, 
porque é o oócito e não o espermatozoide que fornece ao zigoto todas 
as suas mitocôndrias; 
o Doenças raras; 
 Mosaicismo: 
o Somático – alteraçãono número de cromossomas somáticos; 
 Uma pessoa que é mosaica para uma mutação somática pode ou 
não ser afetada pela disfunção causada por uma mutação; 
 Os indivíduos expressam o fenótipo dependendo de quantas e 
quais células estão afetadas; 
 Muitas disfunções genéticas têm demonstrado Mosaicismo 
somático, incluindo a síndrome de Down; 
o Germinativo – alteração no número de cromossomas sexuais; 
 Uma mutação na linhagem germinativa mosaica pode ser 
transmitida aos descendentes; 
 Tipicamente, uma pessoa com apenas mosaicismo de linhagem 
germinativa não será afetada com o distúrbio causado pela 
mutação (devido à mutação não estar em outras células do corpo); 
 O mosaicismo de gâmetas tem sido observado em um número e 
condições, incluindo a osteogenesis imperfecta, a distrofia 
muscular de Duchenne e Síndrome de Turner; 
 FATORES QUE AFETAM OS PADRÕES DE HEREDITARIEDADE MENDELIANA: 
o Dominância Incompleta: Quando aparece um terceiro fenótipo que apresenta 
características “médias” das manifestadas pelos progenitores, resultante da 
interação entre os dois alelos, em indivíduos heterozigóticos. 
 Exemplo: Na anemia falciforme, a substituição do aminoácido ácido 
glutâmico pelo aminoácido valina, numa das cadeias de hemoglobina, 
conduz a uma alteração na forma da proteína toda. Essa alteração 
muda o formato do glóbulo vermelho, que passa a ser incapaz de 
transportar oxigênio. Outra consequência, grave, é que hemácias com 
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formato de foice grudam umas nas outras nos capilares sanguíneos, o 
que pode provocar obstruções no trajeto para os tecidos; 
 Codominância: quando ambos os alelos, o recessivo e o dominante, se 
manifestam simultânea e completamente. É o caso do sistema 
sanguíneo A,B, O. O A e o B são codominantes e o O é recessivo (o A e 
o B dominam em relação ao O, mas codominam entre si); 
o Penetrância: É a probabilidade de um gene ter qualquer expressão fenotípica. 
Quando alguns indivíduos que têm o genótipo apropriado não o expressam de 
modo algum, diz-se que o gene exibe penetrância incompleta e que há falta de 
penetrância do gene nestes indivíduos. 
 Exemplos: 
1. Polidactilia  Só 70% dos indivíduos a manifestam; 
2. BRCA1  Só 75% dos casos desenvolvem cancro; 
o Depende de vários fatores que afetam a forma como a 
doença se manifesta: condições do meio, sexo, 
hereditariedade, peso, … 
o Expressividade Variável: Quando a manifestação de um fenótipo difere em 
pessoas que apresentam o mesmo genótipo diz-se que o fenótipo tem 
expressividade variável. 
 Exemplos: Síndrome de Waardenburg, a Neurofibromatosis e o 
Síndrome de Marfan; 
 O Síndrome de Waardenburg, autossómico dominante, manifesta-se 
por alterações da pigmentação e alterações na audição, que podem ir 
de inexistentes a perda total; 
 O Síndrome de Marfan é uma mutação no gene FBN1, provocando 
indivíduos altos e esguios e com dedos finos, escoliose, problemas de 
visão, anomalias no coração e aorta,… 
o Pleiotropia: Quando um único gene ou par de genes anormal produz efeitos 
fenotípicos diversos. 
 Exemplo: 
o Síndrome de Bardet-Bield; 
o Síndrome de Marfan; 
o Fibrose Cística; 
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o Osteogenesis Imperfecta (doença dos ossos de origem genética) – os 
indivíduos nascem sem a proteína colagénio e sem capacidades para a 
sintetizarem; 
o Heterogeneidade Genética – Inclui diversos fenótipos semelhantes, mas 
determinados por genótipos diferentes. 
 Exemplos: 
o Osteogénese Imperfeita – Dois genes (cr17 e cr7)  Mesmo fenótipo; 
o Retinitis Pigmentosa; 
o Tuberous Sclerosis – Dois genes (tumor supressor de genes): TSC1 (cr9) e 
TSC2 (cr16); 
o Imprinting Genómico – Dá-se quando certos genes são expressos apenas a 
partir de um alelo, enquanto o outro é inativado. 
 Na formação dos gâmetas, apenas na fase de diferenciação pode ocorrer 
Imprinting genómico (nunca antes desta fase); 
 Exemplo: 
o Síndromes de Angelman e Prader-Willi, em que uma deleção 
numa região do cromossoma 15 resulta em dois síndromes 
diferentes. Caso a metilação se verifique no alelo paterno, 
manifesta-se o Síndrome de Prader-Willi mas, caso a deleção 
seja no alelo materno, manifesta-se o Síndrome de Angelman; 
o Fator de Crescimento (IGF2) e recetor deste fator (M6P) 
 O fator de crescimento é expresso no alelo paterno e o 
recetor no alelo materno, se ambos estiverem ativos é 
normal; contudo, se IGF2 estiver “ligado” e M6P metilado, a 
indivíduo tem um aumento abrupto de tamanho (o contrário 
também se verifica); 
o Mutação de Novo - Uma nova mutação que não foi herdada de nenhum dos 
pais é chamada de mutação de novo. 
 Exemplo: Acondroplasia em que em casa 8 casos, 7 são mutações de 
novo; 
o Idade de Início Variável – Certos fenótipos só se manifestam perante certa 
idade; 
o Antecipação – Pode ocorrer uma antecipação da manifestação da doença; 
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o Mutação Germinativa vs. Somática – As mutações germinativas ocorrem nas 
células sexuais (células que originam gâmetas) e as mutações somáticas 
ocorrem nas células não sexuais; 
o Desvios na Inativação do X 
 Como as mulheres (XX) recebem dois cromossomas X, teriam o dobro 
da informação deste cromossoma, sendo necessária a inativação 
completa de um dos cromossomas X, aleatoriamente; 
o Depois de inativado, o corpo (X) é condensado  
Forma Barr Bodies (compensação natural dos indivíduos 
femininos); 
o Esta inativação ocorre de forma aleatória, porém se um dos 
cromossomas X possuir uma anomalia, será 
preferencialmente inativado; 
 Nos indivíduos masculinos (XY) não há corpúsculos de Barr ou 
cromatina sexual, pois somente se manifesta um cromossoma X (a 
informação contida nos cromossomas X e Y é diferente, necessitando o 
homem de ambas); 
 Explica a viabilidade de Síndrome de Turner (45,X) e Síndrome de 
Klinefelter (47,XXY); 
 TIPOS DE MUTAÇÕES: 
o Mutações Cromossómicas: 
 Mutações Cromossómicas Numéricas: 
o Euploidia – envolve a alteração completa do genoma; 
o Aneuploidia – número anormal de cromossomas (existem 
cromossomas a mais ou a menos em relação ao número normal), por 
não disjunção ou não junção de cromossomas homólogos na 
meiose ou por atraso na anáfase; 
 Polissomia – Se surgirem mais do que dois 
cromossomas homólogos num dos pares. Pode surgir 
uma trissomia (2n+1), quando existem três 
cromossomas de um certo tipo, ou ainda uma 
tetrassomia, se o número de cromossomas homólogos 
é igual a quatro. Como exemplos de trissomia temos a 
 Diploidia (2n)  Normal; 
 Triploidia (3n)  Todos os 
pares têm um cromossoma a 
mais; 
 Trissomia (2n+1)  Só um par é 
que tem um cromossoma a 
mais; 
 Autossomopatia  Doença 
resultante de uma anomalia 
cromossómica localizada num 
dos autossomas; 
 Heterossomopatia  Alteração 
nos cromossomas sexuais; 
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21 ou Síndrome de Down, a 13 ou Síndrome de Patau, 
a 18 ou Síndrome de Edwards; 
 Monossomia – Quando ocorre uma diminuição do 
número de cromossomas homólogos (2n – 1); 
 Nulissomia – Acontece se determinado tipo de 
cromossomas não estiver sequer presente na célula (2n 
– 2); 
o Em relação aos cromossomas sexuais: 
 Síndromede Turner – As mulheres com Síndrome de 
Turner possuem apenas um X e são mais baixas que a 
média da população feminina, são estéreis, pois 
possuem ovários atrofiados e sem folículos, e podem 
apresentar pregas de pele no pescoço; 
 Síndrome de Klinefelter – Neste caso não ocorre a 
disjunção dos cromossomas na mulher e o cariótipo do 
homem é 47, XXY. Os homens que têm esta síndrome 
são estéreis, altos e magros, têm os membros 
inferiores relativamente longos, hipogonadismo e os 
caracteres sexuais secundários são subdesenvolvidos; 
 Síndrome de Jacobs – Verifica-se uma não disjunção no 
homem, aquando a meiose II, e o individuo apresenta 
47, XYY. Os homens com esta síndrome são altos, 
apresentam distúrbios motores e na fala, níveis de 
testosterona elevados, o que poderá justificar o 
aumento da agressividade; 
 Mutações Cromossómicas Estruturais: 
o Deleção - Considera-se que ocorreu este tipo de mutação 
quando é eliminado um segmento cromossómico do 
cromossoma. 
 Exemplo: Síndrome Cri-du-Chat, onde há uma deleção 
de uma porção significante do material genético do 
braço curto de um dos pares do cromossoma cinco; 
o Duplicação - Produzem-se segmentos cromossómicos 
repetidos, uma ou várias vezes (Ex.: Síndrome do X-Frágil); 
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o Inversão – Remoção de um segmento de DNA e inserção numa 
posição invertida num outro local do cromossoma; 
o Translocação - Ocorre a ligação de uma porção de um 
cromossoma a outro cromossoma diferente, não homólogo; 
 Exemplo: Síndrome de Down; 
o Isocromossomas – Quando um dos cromossomas fica com os 
dois braços iguais (se perder um braço curto, duplica o longo e 
ficam os dois iguais – vice-versa); 
o “Cromossoma anel” – As pontas do cromossoma fundem-se e 
formam assim um anel; 
 --//-- 
o Locais “Frágeis” – locais (locus) onde ocorrem muitas 
anomalias; 
o Fragmentos Cêntricos; 
o Mutações Pontuais: 
 Mutações que afetam uma única posição no gene, o que pode causar 
mudanças na proteína por ele codificada; 
 As mutações pontuais são muitas vezes geradas por erros na 
duplicação do DNA ou na hora de transcrever o DNA para RNA; 
 Exemplo: mutação no gene P-53  Deixa de haver uma monitorização do 
ciclo celular; 
 Podem ser por: substituição, deleção ou inserção; 
 Podem dar origem a: 
o Mutações Missense – Ocorrem por substituição de uma base 
nucleotídica de forma que o codão resultante codifica um 
aminoácido diferente. Exemplo: Anemia Falciforme; 
o Mutações Nonsense – A modificação leva à codificação de um 
codão de finalização (codão “STOP”); 
o Mutações Silenciosas – Quando a alteração de uma base 
azotada ou de um codão não se “nota”, pois codifica o mesmo 
aminoácido (Redundância do Código Genético); 
o Mutações no processamento do RNA: 
 A proteína final pode ser diferente  Pode ter ou não consequências; 
 
 
 
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o Mutações Dinâmicas: 
 Consistem na expansão do número de unidades repetitivas, 
tipicamente constituídas por tripletos (por exemplo CAG), presentes 
num determinado gene ou na sua vizinhança; 
 Em condições normais, um indivíduo é portador de um número 
reduzido de tripletos repetidos sequencialmente; 
 
 A expansão repetitiva do número de tripletos até um certo número de 
unidades repetitivas, não afeta a expressão normal do fenótipo, 
designando-se esta fase como pré-mutação. A partir de um 
determinado número de tripletos, que varia consoante as doenças, 
observa-se um efeito patogénico em relação com essa expansão; 
 Doenças associadas a expansão de tripletos: 
o Doenças de poliglutaminas (Huntington, DMJ); 
 DMJ  Em genes normais, contém entre 13-41 sequências do 
tripleto CAG, sendo que acima de 51 já se considera uma 
expansão suficiente para expressar a doença (Quantas mais 
repetições se verificarem, mais cedo aparecerão os sintomas da 
doença) 
o Distrofia Miotónica; 
o Ataxia de Friederich; 
o Ataxias espinocerebelosas; 
o Síndrome de X-Frágil (a expansão superior a 200 do tripleto CGG 
leva à metilação do gene FMR-1 no cromossoma Xq27.3); 
 TÉCNICAS MOLECULARES NO RASTREIO GENÉTICO: 
o Método Citogenético - A observação microscópica de cromossomos normais e 
anormais permitiram a construção de mapas citogenéticos do genoma de 
muitas espécies, que mostram a localização relativa de características 
morfológicas dos cromossomas, por exemplo centrómeros, marcadores 
citogenéticos ou bandas, e lesões cromossómicas visíveis; 
 FISH (Fluorescent In Situ Hybridization) – Método rápido de diagnóstico 
de mutações, que utiliza sequências de DNA clonadas (sondas ou 
“probes”), marcadas por fluorescência, para detetar ou confirmar 
anomalias genéticas ou cromossómicas; 
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 Chromossome Painting – Usam-se sondas específicas de regiões muito 
separadas ao longo de um único cromossoma, dando a ilusão de 
"pintar" o cromossoma inteiro. Estas são usadas para a identificação 
de material extra, por exemplo em casos de translocação; 
 G Banding – O padrão de bandas de um cromossoma depende da 
técnica usada e do corante. As bandas G constituem o bandeamento 
“standard”. São produzidas por digestão de tripsina e posterior 
coloração com Giemsa. As bandas escuras alternam com bandas 
claras; 
o PCR in Situ – O procedimento é semelhante ao que ocorre para amplificar uma 
sequencia de DNA em solução, com a diferença de que é realizado na 
superfície da lâmina. Para além dos “primers” específicos para a sequência de 
DNA ou RNA a localizar e dos reagentes próprios para PCR, um dos nucleótidos 
adicionados é marcado com biotina para posterior deteção do local onde se 
irão acumular os fragmentos de DNA, se houver amplificação (Possível detetar, 
por exemplo, DNA viral ou proviral, rearranjos do DNA e translocações); 
o Hibridação de Ácidos Nucleicos – É importante para analisar genes expressos 
assim como genes não expressos. A visualização destes genes de interesse dá-
se pelo emparelhamento das sondas que se encontram marcadas por 
radioatividade, por quimioluminescência ou por um anticorpo. (Várias as 
técnicas de biotecnologia: Northern-Blot, Souther-Blot e Colony-Blot); 
o Sequenciação de DNA – A sequenciação de DNA consiste em determinar a 
sequência exata de unidades estruturais que compõem o DNA (nucleótidos). 
Baseia-se numa eletroforese de alta resolução que permite resolver 
fragmentos de DNA que diferem de um nucleótido. Muitos dos equipamentos 
de sequenciação utilizam ainda géis de eletroforese, no entanto a eletroforese 
capilar predomina nos modelos mais recentes. Para sequenciar um fragmento 
de DNA é necessário pelos menos 2 requisitos: marcação seletiva das quatro 
bases (A-adenina, T-timina, G-guanina, C-citosina); fragmentação do DNA marcado 
de forma a poder ser estabelecida uma sequência nucleotídica com base na 
eletroforese dos fragmentos marcados. 
o Rastreio Bioquímico – Baseia-se na comparação dos valores obtidos com os 
valores esperados numa gravidez normal com o mesmo tempo de gestação. 
Os resultados são corrigidos para o peso da grávida, e para outros fatores que 
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se sabe terem influência, como a raça, a existência de diabetes ou ter-se 
tratadode uma gravidez obtida por métodos ‘in vitro’, e combinados com o 
risco inerente à idade da grávida, para calcular um valor de risco específico. O 
risco específico é então comparado com um nível de decisão pré-definido: o 
rastreio é positivo quando o risco calculado é superior a esse nível de decisão, 
e negativo quando é inferior; 
 Metabolismo; 
 Atividade Enzimática; 
 MS/MS; 
o CGH (Comparative Genome Hybridization) – Trata-se de um método 
citogenético molecular com o potencial de detetar desarranjos cromossómicos 
previamente inacessíveis. Baseia-se na marcação com cores diferentes para o 
DNA teste ou tumoral (verde) e para o DNA normal usado como controle 
(vermelho). As duas amostras são misturadas e hibridizadas com cromossomas 
metafásicos normais. Se a amostra-teste contém mais DNA de uma região 
cromossómica particular do que a amostra-controlo, essa região é identificada 
por um aumento na fluorescência do verde em relação ao vermelho, 
caracterizando uma amplificação génica. Similarmente, uma deleção na 
amostra testada é identificada como uma redução na fluorescência do verde 
em relação ao vermelho; 
 
BLOCO TEMÁTICO 2: CÁLCULOS DE RISCO EM FAMÍLIAS 
 TESTE DO X2: 
o Permite saber se as Leis de Mendel estão a ser “aplicadas” ou se há um desvio; 
o Comparação entre o valor esperado e o real; 
o Para se testar uma hipótese genética é necessário obter duas estatísticas: 
 X2 calculado – obtido a partir dos dados experimentais, levando-se em 
conta os valores observados e aqueles que seriam esperados; 
 X2 tabelado – depende dos graus de liberdade e do nível de 
significância adotado; 
o Comparando-se os dois valores: 
 Se X2 calculado> X2 tabelado  Rejeita-se a Hipótese; 
 Se X2 calculado <X2 tabelado  Não se rejeita a Hipótese; 
o O grau de liberdade (Df) é igual ao número de classes fenotípicas menos 1,0; 
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o O valor do qui-quadrado calculado utiliza a seguinte fórmula: 
X2 = ∑ 
 
 
 
o O nível de significância (p) representa a máxima probabilidade de erro que se 
tem ao rejeitar uma hipótese; 
o Quanto maior for o p, menor o valor de confiança, isto é, se p=0,05, então 
existe 95% de certeza/confiança; 
 Para p ser significativo, deve ser menor ou igual a 0,05; 
o Exemplo: 
 Será testada a hipótese de que o carater é regulado por 2 genes (A e B), 
segundo as Leis de Mendel. Considere o cruzamento entre plantas de 
frutos alongados e pretos, resultando a descendência: 
 
 
 
 
 
 
 TOTAL  1600 
Considerando um nível de significância de 5%, verifique se a hipótese 
é válida; 
AaPp x AaPp 
 AP Ap aP ap 
AP AAPP AAPp AaPP AaPp 
Ap AAPp AApp AaPp Aapp 
aP AaPP AaPp aaPP aaPp 
ap AaPp Aapp aaPp aapp 
 
 Proporção esperada  9:3:3:1 
o (9/16) x 1600 = 900  Alongados e pretos esperados 
o (3/16) x 1600 = 300  Alongados e brancos 
esperados/ Redondos e pretos esperados 
o (1/16) x 1600 = 100  Redondos e brancos esperados 
FENÓTIPOS OBSERVADO 
Alongados e pretos 860 
Alongados e brancos 280 
Redondos e pretos 350 
Redondos e brancos 110 
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X2 = ∑ 
 
 
 
  X2 =
 
 
 + 
 
 
 + 
 
 
 + 
 
 
 
  X2 = 
 
 
 + 
 
 
 + 
 
 
 + 1 
  X2 ≈ 12,444 (3 c.d.)  X2 calculado 
 Df (graus de liberdade) = 4-1 = 3 
 p = 0,05 
 
 
 
 
 
 
 
 
 X2 tabelado = 7,815 (Valor Crítico) 
 
 Como o X2 calculado> X2 tabelado (12,444> 7,815), rejeitamos 
a hipótese, ou seja, o ratio não é de acordo com as leis de 
Mendel; 
 FREQUÊNCIA DE ALELOS: 
o Equilibrio de Hardy-Weinberg ou equilíbrio génico 
 As frequências relativas dos diferentes alelos tendem a ser constantes. 
Assim, para uma doença genética autossómica recessiva: 
1. O alelo mutante (a) tem uma frequência q; 
2. O alelo normal (A) tem uma frequência p; 
Se estes forem os únicos alelos do locus, então: 
 p + q = 1 
 O somatório das frequências 
1. Homozigótico normal (AA) – p x p ou p2 
2. Heterozigótico (Aa) – 2 x p x q ou 2pq 
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3. Homozigótico mutante (aa) – q x q ou q2 
p2 + 2pq + q2 = 1 
 
Serve para prever as frequências dos heterozigóticos na população 
geral, sendo por isso importante para o aconselhamento genético 
 Exemplos: 
1. Qual a frequência de heterozigóticos de PKU (autossómica 
recessiva)? 
o Frequência – 1:15000 
 q2 = 1/15000 
  q = √1/15000 ≈ 0,008 
o Alelo normal – p 
 p + q = 1 
  p = 1 – q 
  p = 1 – 0,08 
  p = 0,992 
o Heterozigótico – 2pq 
 2pq = 2 x 0,992 x 0,008 
  2pq = 0,016 = 1,6%  1/60 
2. Calcular a frequência de portadoras femininas do gene da 
hemofilia (doença ligada ao X), sabendo que a frequência é de 
1:5000 em bebés masculinos. 
o q = 1:5000  q = 0,0002 
o p + q = 1  p = 1 – q 
  p = 1- 0,0002 
  p = 0,9998 
o 2pq = 2 x 0,9998 x 0,0002 
  2pq = 0,0004 ou 0,04%  Frequência de portadoras 
femininas 
 
 
 
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BLOCO TEMÁTICO 3: MECANISMOS DE DIVERSIDADE 
 EPISTASIS: 
o Modelação que pode aumentar ou diminuir a expressão de um gene; 
o Interação entre genes  Efeitos de um gene são modificados por um ou mais 
genes; 
o Genes modificadores: 
 Supressores – suprimem o fenótipo; 
 Enhancers – ampliam o fenótipo; 
o Quantitive Trait Loci (QTL) – Zonas específicas de DNA ligadas a genes que 
fundamentam uma característica fenotípica; 
o Herança Poligénica – Muitas caraterísticas dos seres vivos são influenciadas 
por múltiplos genes; 
 VARIAÇÃO: 
o Doenças Poligénicas  Variação contínua e quantitativa; 
 Têm mais de um gene envolvido, sendo que cada um tem efeito 
aditivo no fenótipo (a presença do segundo gene potencia o efeito dos dois); 
 Traços Poligénicos: altura, cor dos olhos, cor do cabelo; 
o Transmissão Mendeliana  Variação descontínua e qualitativa (ou existe ou não 
existe o fenótipo); 
 Herança monogénica; 
 Fenótipos muito diferentes; 
 Qualidades fenotípicas; 
 Distribuição populacional descontínua; 
 Um ou poucos genes; 
 Quase sem efeito ambiental; 
o Doenças Multifatoriais  Requerem a interação de fatores ambientais e 
genéticos para se manifestarem; 
o Doenças Poligénicas e Multifatoriais: 
 Obesidade; 
 Asma; 
 Autismo; 
 Cancro; 
 Diabetes; 
 Atraso mental; 
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 Epilepsia; 
 Esquizofrenia; 
 Doenças autoimunes; 
 Defeitos do tubo neural; 
 Lábio leporino; 
 Hérnia Diafragmática; 
 HEREDITARIEDADE: 
o Estudos genéticos: 
 Estudos familiares; 
 Estudos de associação de polimorfismos; 
 Estudos de linkage; 
o Gémeos: 
 Monozigóticos (gémeos verdadeiros)  Quando um óvulo é produzido e 
fecundado por um só espermatozoide que se divide em duas culturas 
de células completas. Possuem, sempre, o mesmo sexo e o mesmo 
genoma; 
 Dizigóticos  São formados a partir de dois óvulos que são 
fecundados por dois espermatozoides, formando dois embriões 
diferentes; 
 
A genética tem um papel importante nas caraterísticas,mas não é 
exclusiva, visto que mesmo em gémeos homozigóticos a concordância de 
caraterísticas não é de 100% (p.e. a personalidade é diferente); 
o Anomalias Congénitas: 
 Existem desde o nascimento; 
 Base genética; 
 Sofrem alterações causadas pelo meio  Ex.: Teratogenes 
 Podem ser multifatoriais como: 
1. Malformações; 
2. Deformações; 
3. Displasias (anomalia no desenvolvimento de um órgão ou tecido); 
4. Perturbações; 
 
 
Traços Multifatoriais 
Descontínuos 
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 Problemas maternais: 
o Diabetes Mellitus (aumento no feto de doenças coronárias, defeitos 
no tubo neural…); 
o Epilepsia (drogas anti-epilépticas causam no feto defeitos do tubo 
neural, anomalias urogenitais, defeitos nos membros); 
o PKU (fenilcetonúria); 
o Infeções (toxoplasmose, rubéola, citomegalovirus, sífilis); 
 Deformações Congénitas: 
o Deslocação da anca (1:1000); 
o Amputação de membros (constrição pelas bandas amnióticas – 1:5000); 
o Defeitos na parede abdominal (gastrosquise e onfalocele – 1:6000); 
 Teratogenes: 
o Mercúrio; 
o Tabaco; 
o Álcool em excesso; 
o Drogas lícitas e ilícitas; 
o … 
 LINKAGE: 
o Tendência para dois ou mais alelos segregaram em conjunto, para se ligarem; 
o LOD score (Logarithm of the odds): 
 Logaritmos que permitem saber se há tendência para linkage ou não; 
 LOD > 3  Linkage; 
 LOD < -2  Não existe Linkage; 
o Quanto mais perto os genes estiverem, maior a probabilidade de ocorrer 
linkage; 
 MUTAÇÕES vs. POLIMORFISMOS: 
o Mutação  Alteração no material genético; 
 Não usual; 
 Potencialmente patogénico; 
 Maioritariamente em zonas codificantes; 
o Polimorfismos  Alteração no material genético, mais comum e não 
patogénico, apesar de poder facilitar patologias (tornam a pessoa mais sensível à 
doença); 
 Em zonas codificantes e não codificantes; 
Depende da fase do ciclo 
embrionário em que o 
teratogene é inserido 
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Sara Gonçalves (1ºAno) – 2012/2013 34 
 Cerca de 30% dos genes são polimórficos; 
 Análise de Polimorfismos: 
o Variable number of tandem repeats (VNTRs); 
o Restriction fragment length polymorphism (RFLP); 
o Single Nucleotide Polymorphisms (SNPs) – 90% da variabilidade 
genética existente deve-se aos SNPs e pode ocorrer em zonas 
codificantes, não codificantes e intergénicas (por substituições, 
deleções e inserções); 
 Exemplos de Polimorfismos: 
1. Intolerância à Lactose 
o Incapacidade de digerir a lactose devido à ausência ou 
quantidade insuficiente de enzimas digestivas; 
o Ocorre devido a uma mutação no promotor (MCM6) que 
controla a expressão da enzima (lactase); 
o Associada a países como a China e o Japão; 
2. Álcool desidrogenase 
o O metabolismo do álcool ocorre no fígado por ação de 3 
enzimas: álcool desidrogenase (ADH), CAP2E1 e Catalase; 
o A produção de acetaldeído é a principal consequência 
metabólica da ADH; 
o Muitos asiáticos são intolerantes ao álcool; 
3. Anemia Falciforme/Malária 
o A anemia falciforme causa a malformação das hemácias, o 
que causa deficiência no transporte de oxigénio nos 
indivíduos afetados; 
 Ocorre por uma mutação no cromossoma 11; 
 É comum na África, na Europa mediterrânea, no 
Médio Oriente e em regiões da Índia; 
o A Malária provoca a destruição de glóbulos vermelhos e 
consequente anemia; 
4. Talassemia 
o Doença hereditária autossómica recessiva que afeta o 
sangue; 
o Resulta na redução da taxa de síntese de uma das cadeias 
globina (formam a hemoglobina) que pode causar a formação de 
moléculas de hemoglobina anormais, causando anemia; 
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o Em homozigotia é letal; 
o Em heterozigotia oferece resistência contra a Malária; 
o Muito comum no sudoeste da Ásia; 
5. Progressão Lenta do HIV 
o O gene CCR5 codifica um recetor de citosina, sendo que não 
ocorrendo a produção do recetor (por mutação do gene), o vírus 
não o reconhece, pelo que a progressão do mesmo não 
ocorre ou ocorre de uma forma mais lenta; 
o A perda de função do CCR5 é uma característica benigna e a 
sua única consequência fenotípica conhecida é a resistência 
à infeção por HIV; 
BLOCO TEMÁTICO 4: FARMACOGENÉTICA 
 FARMACOGENÉTICA: 
o Ciência que estuda a base genética das variações individuais em resposta a 
determinado fármaco; 
 As respostas adversas a determinados fármacos podem ser fatais; 
 Diferenças genéticas: alelos que conferem suscetibilidade ou 
resistência; 
o Em termos mais restritos, a Farmacogenética pode ser restrita às variações 
genéticas que alteram a habilidade do corpo no que diz respeito a absorver, 
transportar, metabolizar, ou excretar drogas ou os seus metabolitos. Em 
termos mais gerais, inclui qualquer variação geneticamente determinada em 
resposta a uma droga; 
o Suscetibilidade à Succinilcolina: 
 A Succinilcolina é um relaxante muscular composto por duas 
moléculas de acetilcolina e normalmente é hidrolisado pela colinerase 
 Processo que reduz a quantidade de Succinilcolina que atinge os 
terminais das placas motoras; 
 O gene alterado na sensibilidade a este fármaco é o BCHE 
(Butirilcolinesterase), situado no cromossoma 3; 
 Efeito: paralisia muscular e apneia prolongada; 
o Isoniazida: 
 Fármaco utilizado no tratamento da Tuberculose; 
 O metabolismo da Isoniazida processa-se por acetilação (introdução de 
acetil) da droga por meio da enzima N-acetiltransferase (NAT2); 
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o Acetiladores rápidos – acetila e degrada mais rapidamente; 
o Acetiladores lentos – acetila e degrada mais lentamente; 
 Efeitos secundários da metabolização lenta (Acetiladores lentos): 
neuropatia periférica (perturbação do sistema nervoso nas regiões das 
mãos, pés e extremidades); 
 Portugal  64% Acetiladores rápidos (diminui o efeito terapêutico; risco 
elevado de toxicidade hepática); 
o Hipertermia Maligna: 
 Habitualmente desencadeada pela inalação de halotano (para 
adormecer), sobretudo quando o relaxante muscular foi obtido com 
administração de Succinilcolina  Halotano + Succinilcolina; 
 Mutações num canal de cálcio; 
 Sintomas: hipertermia, rigidez muscular, taquicardia, taquipneia, 
edema cerebral, coma; 
o Glucose-6-Fosfato Desidrogenase (G6PD): 
 Anomalia hereditária mais frequente no homem (ligado ao cromossoma 
X); 
 G6PD é uma enzima do citosol que “transforma” a glicose-6-fosfato 
em glicolactona-6-fosfato; 
 Os baixos níveis de G6PD, especialmente no metabolismo das células 
vermelhas do sangue, provoca anemia hemolítica; 
 Este gene é polimórfico, o que lhe confere uma vantagem seletiva, 
como por exemplo a anemia falciforme e a talassemia em que 
conseguem ser mais resistentes ao parasita da Malária (em 
heterozigotia); 
 Efeitos adversos: baixos níveis de glóbulos vermelhos e hemoglobina, 
dores abdominais, urina negra, icterícia (derrame de bílis no sangue; 
caracterizada pela cor amarela da pele), … 
BLOCO TEMÁTICO 5: ACONSELHAMENTO GENÉTICO E DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL 
 ACONSELHAMENTO GENÉTICO: 
o Processo pelo qual os pacientes ou familiares em risco de possuírem uma 
doença hereditária são “aconselhados” acerca das características e 
consequências da doença, da probabilidade de transmissão e formas de 
prevenir, tratar ou impedir a mesma;Universidade do Minho FBFT 
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o Rastreio Genético – recolha e análise de uma amostra de DNA para identificar 
se um individuo é portador de determinada mutação/anomalia; 
o Diagnóstico clínico vs. Diagnóstico Genético (São diferentes mas complementam-se) 
 
 
 
o O diagnóstico e aconselhamento são muito importantes e passam pelo estudo 
de várias componentes: 
 Anamnese (questionário médico a nível familiar e individual) 
o Construção do pedigree (calcular probabilidade); 
o História familiar; 
o Consanguinidade; 
o Ascendência (etnia e raízes); 
o Outros filhos; 
 Exame físico e investigações complementares 
o Fazer ou confirmar um diagnóstico; 
o Cariótipo; 
o Exames bioquímicos (para doenças metabólicas); 
o Exames moleculares (para síndromes genéticos específicos); 
o Erros inatos do metabolismo; 
o Amniocentese; 
 Elaborar as hipóteses diagnósticas 
o Genético? 
o Cromossómico? 
o Monogénico, poligénico ou multifatorial? 
 Laudo 
o Relatório escrito; 
 DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL: 
o Realizado, predominantemente, no período fetal da gravidez; 
o É aconselhado: 
 Mulheres que tenham o 1º filho com idade superior a 35 anos; 
 Em caso de ultrassom anormal; 
 Resultado anormal da avaliação bioquímica; 
Perfil a nível de 
história clínica e de 
família 
Pode comprovar, ou 
não, o diagnóstico 
médico 
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 Dependendo da história familiar; 
 Consoante a história da progenitora (drogas, parentesco, teratogenes, 
filho nati ou neomorto, filho com malformações…); 
o Técnicas: 
 Não invasivas 
1. Marcadores Bioquímicos 
o Rastreio bioquímico no 1º trimestre (11-13 semanas) 
 Gonadotropina coriónica (hCG) – Glicoproteína 
produzida na gravidez. Os seus níveis são 
facilmente medidos através do sangue e da urina. 
Quando a concentração de hCG é elevada, pode 
indicar risco de Síndrome de Down; 
 PAPP-A (Pregnancy associated plasma protein A) – 
Baixo nível plasmático dessa proteína sugere uma 
gestação de um feto com aneuploidia (nº anormal de 
cromossomas), assim, induz uma probabilidade 
aumentada para Síndrome de Down; 
o Rastreio bioquímico no 2º trimestre (14-17 semanas) 
 Alfa-fetoproteína (AFP) – Molécula produzida no 
desenvolvimento de embriões e do feto. Os teste 
de sangue ou líquido amniótico para medir AFP, 
são utilizados para pesquisar algum tipo de 
malformação congénita. Um valor elevado de AFP 
indica uma maior probabilidade de espinha bífida e 
anencefalia (ausência de cérebro), e pode levar a 
aborto; 
 Estriol – Baixo nível pode indicar a probabilidade 
de anencefalia ou morte fetal; 
 Inhibin A – Níveis elevados podem significar 
Síndrome de Down; 
2. Ecografia (ultrassonografia) 
o 10-14 Semanas 
 Translucência nucal: máxima espessura da 
translucência subcutânea da parte posterior 
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Sara Gonçalves (1ºAno) – 2012/2013 39 
do pescoço do feto, entre a pele e os tecidos 
moles que cobrem a coluna cervical; 
 O teste/exame avalia a quantidade de líquido 
atrás do pescoço do feto, na translucência; 
 O excesso de líquido no feto aumenta a risco 
de Síndrome de Down; 
o 18-22 Semanas 
 Marcadores ecográficos de cromossopatia; 
 Detalhe anatómico fetal: osso nasal; 
 
 
 Invasivas  Extraem-se células fetais; 
1. Amniocentese 
o Consiste na aspiração transabdominal duma pequena 
quantidade de líquido amniótico (15-30mL) da bolsa 
amniótica que envolve o feto; 
o Normalmente ocorre entre 15-18 semanas de 
gestação (altura em que existe quantidade suficiente de líquido); 
o Aconselhado: 
 Mães com idade superior a 35 anos; 
 Ecografias anormais; 
 Marcadores bioquímicos alterados; 
 Como forma de “esclarecimentos” e 
confirmações; 
o Este exame permite saber sexo fetal, grupo sanguíneo, 
revelar anomalias bioquímicas, prever patologias, 
infeções… 
o A amniocentese é executada com uma agulha fina 
introduzida no útero através da parede abdominal, 
sob o controlo ecográfico; 
2. Biópsia de vilosidades coriónicas (membrana externa do embrião) 
o Em tudo semelhante à amniocentese, mas a extração 
é feita via vaginal ou via abdominal, sendo recolhidos 
20-40mg de tecido coriónico (10 semanas de gestação); 
Normal 
Síndrome de Down 
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BLOCO TEMÁTICO 6: NEOPLASIAS 
 NEOPLASIA: 
o Crescimento anormal produzido pelo desequilíbrio entre a proliferação celular 
normal e o atrito celular normal; 
o Possui mais do que uma mutação; 
o A maioria das anomalias nas células dá-se pelo crescimento descontrolado das 
células; 
NEOPLASIA 
Novo + Formação 
 
Proliferação anormal das células 
 
Aumentada Sem controlo da proliferação 
o As neoplasias podem ser: 
 Neoplasias Benignas (Tumores)  Não têm capacidade de metastizar 
(“invadir” outros órgãos); 
 Neoplasias Malignas (Cancros)  Metastiza (“invade” outros tecidos e 
prolifera); 
 
o Autossuficiência em sinais de crescimento celular (não necessita de 
outras células para crescer; vai provocar um crescimento descontrolado); 
o Insensibilidade a sinais anti-proliferativos; 
o Invasão e Metastização; 
o Crescimento ilimitado; 
o Escape à morte celular; 
SÍNDROME DE DOWN 
 Elevada concentração de hCG (Gonadotropina coriónica); 
 Baixo nível de PAPP-A; 
 Concentrações diminuídas de AFP (alfa-fetoproteína); 
 Excesso de líquido na parte posterior do pescoço; 
 Translucência nucal, espessura aumentada; 
 Não ocorrência do osso nasal; 
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o Angiogénese (formação de novos vasos sanguíneos para as células de 
alimentarem); 
o Os processos de divisão e morte celular são regulados por uma grande gama 
de genes. Na maioria dos cancros, as mutações ocorrem numa única célula 
somática (mutações germinativas  Hereditárias). Em condições normais, se uma 
célula morre é substituída por outra de uma forma controlada. Em situações 
anormais, essas células não morrem e começam a crescer e a ser rodeadas e 
alimentadas por vasos sanguíneos (Angiogénese). Assim, são largadas para a 
corrente sanguínea metástases, que são tumores que podem atingir outras 
partes e órgãos do corpo, proliferando o cancro; 
 
 
 
 
 
 
 
o Tipos de Mutações: 
 Mutações Germinativas 
o Ocorrem nos tecidos germinativos; 
o São hereditárias, originando síndromes familiares; 
o São raras (≈5%); 
o Progenitor: mutação na gametogénese 
 
 Descendente: todas as células são afetadas; 
 Mutações Somáticas 
o Ocorrem em tecidos não germinativos; 
o Não são hereditárias; 
o Constituem a maioria (ex.: mama); 
o Mutações durante o desenvolvimento embrionário, 
manifestando-se como anormalidade segmentar ou desigual; 
 
 
 
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 CRESCIMENTO TUMORAL: 
o A maioria das células tumorais são monoclonais, isto é, surge de uma única 
célula, um único clone com características geneticamente muito distintas; 
 Todas as células são exatamente iguais (sóassim têm sempre capacidade 
de auto-proliferação continuada); 
 Clones de uma célula que sofreu perturbações no seu mecanismo de 
regulação de proliferação e apoptose  Um clone com um perfil de 
DNA específico, igual à célula que primeiramente sofreu alterações; 
 As células tumorais têm variantes, pois têm funções diferentes, o que 
permite o crescimento do tumor; 
o A maioria das células tumorais são monoclonais, isto é, surge de uma única 
célula, um único clone com características geneticamente muito distintas; 
o Este crescimento depende de fatores internos e externos, e ocorre variação do 
tipo de tumores por cooperação entre as células que segregam diferentes 
compostos (para crescimento, alimentação…); 
o Célula Normal  Transformação  Progressão; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Regressão do Tumor 
Neoplasia Maligna 
Invasão e Metástases 
Mutações Adicionais 
Angiogénese 
Escape da imunidade 
Proliferação não regulada da célula Diminuição da apoptose 
Expansão clonal 
Ativação de promotores de crescimento 
(oncogenes) 
Inativação de genes supressores de 
tumores 
Alterações em genes que regulam a 
apoptose 
Mutações no genoma das células somáticas 
Célula Normal 
Dano no DNA 
Agentes ambientais prejudiciais: 
 Químicos; 
 Radiações; 
 Vírus; 
Mecanismo de reparação do DNA 
Mutações herdadas em: 
 Genes que afetam a reparação do DNA; 
 Genes que afetam o crescimento celular 
ou a apoptose; 
 
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 AGENTES CARCINOGÉNICOS: 
o Promovem a formação de neoplasias; 
o Podem ser: 
 Intrínsecos (genéticos e epigenéticos) – relacionados com o indivíduo; 
 Extrínsecos 
o Químicos (ex.: benzopireno no cigarro); 
o Radiação ionizante; 
o Naturais (substâncias produzidas por fungos e cogumelos); 
 METILAÇÃO: 
o Neoplasia é caraterizada por um “desequilíbrio-metilação”, onde pode ocorrer 
uma hipometilação do genoma ou uma hipermetilação localizada; 
o A metilação consiste numa modificação covalente do DNA na qual um grupo 
metil (CH3) é transferido pelo carbono 5’ de uma citosina. A presença deste 
grupo metil gera um supressor do tumor, ou seja, a proteína cancerígena não 
se expressa; 
o Uma célula tumoral quer que ocorra a transcrição do oncogene, e para tal 
ativa fatores de transcrição que desmetilam o gene, promovendo assim a 
expressão do oncogene e a proliferação da célula cancerígena; 
 
 
 
 
 
 ONCOGÉNESE: 
o O organismo humano encontra-se exposto a múltiplos fatores carcinogénicos, 
com efeitos aditivos ou multiplicativos; 
o A oncogénese é a indução ou formação de cancro e, para tal, existem vários 
genes envolvidos entres os quais: 
 Oncogenes; 
 Genes supressores tumorais; 
 Genes reparadores de DNA; 
 Genes que regulam a morte celular programada; 
 
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1. Oncogenes 
 Genes promotores de tumores; 
 Resultam da mutação de proto-oncogenes, que codificam proteínas 
que estimulam o crescimento e a divisão celular e têm uma função 
essencial nas células normais, ou seja, estão inicialmente inativos. 
Aquando indevidamente ativados promovem uma proliferação celular 
excessiva; 
 A ativação de um oncogene pode resultar de diferentes mutações: 
o Substituição de bases no DNA  Alteração na sequência de 
aminoácidos, leva à formação de uma proteína com maior atividade e 
resistente à degradação; 
o Amplificação do proto-oncogene  Tradução em maior quantidade 
do produto codificado pelo gene; 
o Inversões e translocações; 
 Podem ter ganho de função: 
o Fatores de crescimento (ex.: PDGF); 
o Recetores de fatores de crescimento (ex.: EGFR); 
o Moléculas de transdução intracelular de sinal (ex.: ras); 
o Fatores de transcrição (ex.: myc); 
o Promotores do ciclo celular (ex.: ciclinaD); 
 Oncogene Ras 
o Transdutor intracelular de sinal (do exterior da célula para o núcleo); 
Transferência de material genético de uma célula para 
outra, por intermedio de um vírus ou de um 
bacteriófago; 
o Função: proliferação, organização do citoesqueleto, migração de 
vesículas, divisão celular, adesão celular, apoptose… 
o 1/3 dos genes cancerígenos têm mutação no Ras ou em genes 
que o constituem; 
o Um ativo e outro inativo  Na alteração em que o inativo passa 
a ativo, ocorre uma maior proliferação; 
o 3 genes: H-Ras, K-Ras, N-Ras; 
o Ativação constitutiva (permanente); 
 Ras  Normalmente é transitório, ou seja, é necessário um mecanismo 
para o ativar. Mas devido à mutação, está permanentemente ativo; 
 Universidade do Minho FBFT 
 Escola Superior de Enfermagem Módulo II – Patologia Genética e Farmacogenética 
 
Sara Gonçalves (1ºAno) – 2012/2013 45 
2. Genes Supressores Tumorais 
o Os produtos destes genes inibem a divisão celular, impedindo que as 
células se multipliquem descontroladamente; 
o Estes genes podem estar na origem do cancro quando sofrem mutações 
(deleções – perda; substituição de base do DNA – perda de função de uma proteína); 
o Deste modo, os agentes mutagénicos podem desativar genes supressores 
de tumores e causar cancro. Há, portanto, uma perda de função do gene 
supressor; 
o Exemplos: TP53; PTEN; p53 
 
 Gene muito importante, no cromossoma 17; 
 Não permite a reparação dos sistemas; 
 Promove a apoptose; 
 Proteína citoplasmática; 
 
 
 
 
3. Genes Reparadores de DNA 
o As mutações nos genes que codificam proteínas reparadoras de DNA 
permitem a acumulação de outras mutações; 
o Estes genes regulam a proliferação celular; 
o A integridade do DNA está sob constante agressão, pelo que existem 
várias vias complexas de reparo de DNA. Se um erro “escapa” a um 
mecanismo de reparo, provavelmente será reparado por outro; 
o Há quatro mecanismos gerais de reparo do DNA: 
 Mapeamento (em erros de replicação); 
 Direto (em dímeros de pirimidinas); 
 Excisão de bases (em bases anormais e modificadas); 
 Excisão de nucleótidos (em danos no DNA que distorcem a dupla hélice, 
bases anormais e modificadas); 
4. Genes Reguladores da Apoptose 
o O gene bcl-2 é o gene regulador da apoptose mais conhecido  Protege a 
célula da apoptose; 
 Universidade do Minho FBFT 
 Escola Superior de Enfermagem Módulo II – Patologia Genética e Farmacogenética 
 
Sara Gonçalves (1ºAno) – 2012/2013 46 
o Genes que regulam a apoptose, isto é, a morte celular programada, 
podem sofrer mutações inativantes (em ambos os alelos), enquanto genes 
que inibem a apoptose podem sofrer mutações que os tornem 
hiperativos; 
o O p53 também pertence a esta classe porque promove a apoptose caso os 
danos no DNA sejam incorrigíveis; 
o As proteínas regulam a permeabilidade da membrana externa da 
mitocôndria, e podem ser pró-apoptóticas ou anti-apoptóticas; 
 METÁSTASE: 
o É a formação de uma nova lesão tumoral a partir de outra pré-existente, mas 
sem continuidade entre as duas  Implica que as células neoplásticas se 
desprendam do tumor primário formando uma nova colónia neoplástica num 
outro local distante; 
o Assim sendo, uma metástase é um tumor secundário, que se movimenta 
através da corrente sanguínea ou do sistema linfático; 
 
 
 
 
 
 
 ANGIOGÉNESE E LINFOGÉNESE: 
o A angiogénese é o mecanismo de crescimento de novos vasos sanguíneos a 
partir dos já existentes e a linfogénese é o mesmo, mas para os vasos 
linfáticos; 
o Ambos os processos são muito importantes na alimentação do tumor; 
o O tumor, só por si, pode libertar fatores que promovam a angiogénese (Ex.: 
VEGF que é largado pelo

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