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Lei Penal em Branco e Interpretação da Lei Penal

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Lei Penal em Branco
Interpretação da Lei Penal
Prof. Me. Cláudio Daniel de Souza
Interpretação da Lei Penal: analogia e interpretação analógica
Nenhum sistema jurídico positivo é imune à presença de lacunas, especialmente um ramo fragmentário como é o Direito Penal;
Analogia: é um processo que pretende cobrir essa lacuna, não criando uma nova lei, mas aplicando lei que discipline casos semelhantes. Hipótese excepcional e apenas para beneficiar o réu (analogia in bonam partem);
Interpretação por analogia: processo interpretativo analógico previamente determinado pela lei, ou seja, um meio indicado para integrar o preceito normativo dentro da própria norma, estendendo-o a situações análogas;
Interpretação analógica:
Cláusula específica seguida de uma cláusula genérica;
(ii) Possível no Direito Penal.
Analogia:
(i) A Lei é feita para determinado caso e poderá ser aplicada para outro caso distinto, que não está previsto na Lei.
(ii) Possível somente em favor do réu.
Exemplos:
Interpretação analógica: art. 121, § 2º, inciso I, do CP;
	- Fórmula genérica.
Analogia: isenção de pena em crimes patrimoniais praticados contra cônjuge pode aplicar analogicamente para o companheiro de união estável (analogia benéfica) – art. 181 CP.
	- in bonam partem.
EXEMPLO MOTIVO TORPE
Torpe é o motivo que atinge mais profundamente o sentido ético-social da coletividade; é motivo repugnante, abjeto, vil, indigno, que repugna à consciência média. O motivo não pode ser ao mesmo tempo torpe e fútil. A torpeza afasta naturalmente a futilidade.
Fútil é o motivo insignificante, banal.
LEIS PENAIS EM BRANCO
	A maioria das normas penais incriminadoras compõe-se de normas completas, ou seja, com preceitos e sanções e, consequentemente, podem ser aplicadas sem a complementação de outras.
	
	Existem, contudo, normas penais incompletas, com preceitos genéricos e indeterminados, que precisam de complementação de outras normas, sendo conhecidas, por isso mesmo, como normas penais em branco (normas imperfeitas).
	
	A falta ou inexistência dessa dita norma complementadora impede que a descrição da conduta proibida se complete, ficando em aberto a descrição típica.
	
	
	Ou seja, a norma complementar de uma lei penal em branco integra o próprio tipo penal, uma vez que é imperfeita e, por conseguinte, incompreensível por não se referir a uma conduta juridicamente determinada e, faticamente, identificável.
Exemplo:
ARTIGO 268 DO CÓDIGO PENAL
Para a delimitação do conteúdo exato dessa proibição torna-se necessário acudir às determinações dos Poderes Legislativo e Executivo em matéria de prevenção de doenças contagiosas.
Classificação:
Normas penais em sentido lato – amplo (homogênia ou imprópria): são aquelas cujo o complemento é originário da mesma fonte formal da norma incriminadora;
Normas penais em sentido estrito (heterogênea ou própria): são aquelas cujo a complementação é originária de outra instância legislativa, diversa da norma a ser complementadas. 
Exemplos:
Norma penal em branco em sentido estrito: tráfico de drogas, Lei n. 11.343/2006.
O que deve ser considerado como uma droga? Depende de complemento, ou seja, pela portaria do Ministério da Saúde (Poder Executivo).
Norma penal em branco em sentido amplo: artigo 312 do Código Penal (Peculato).
ARTIGO 327 do CÓDIGO PENAL: explica o que deve ser considerado funcionário público para os efeitos penais.

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