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ONDAS SÍSMICAS E DESCONTINUIDADES INTERNAS 1 PROPAGAÇÃO DE ONDAS As ondas,no seu percurso através daTerra, podem experimentar desvios ou até serem absorvidas. Significa que ocorrem mudanças na constituição ou nas características dos materiais que atravessam. Assim, quando uma onda encontra uma superfície de separação entre materiais com características distintas pode sofrer duas mudanças: Reflectir-se 2 PROPAGAÇÃO DE ONDAS Refractar-se: 3 PROPAGAÇÃO DE ONDAS Refracções e Reflexões na interface ar - água 4 PROPAGAÇÃO DE ONDAS Propagação das ondas sísmicas através de um planeta hipoteticamente uniforme Propagação das ondas sísmicas num planeta em que a velocidade aumenta com a profundidade Algumas das trajetórias possíveis através daTerra real 5 VELOCIDADE DAS ONDAS SÍSMICAS Tal como o som e a luz, também as ondas sísmicas apresentam diferentes velocidades de propagação nos diferentes meios, em função das suas características. Conhecida a velocidade com que as ondas se propagam no interior da Terra, é possível desvendar a natureza da constituição terrestre. Admite-se que a constituição e propriedades físicas dos materiais terrestres variam com a profundidade, condicionando assim a velocidade das ondas PeS. Por isso, a hipótese colocada de uma Terra uniforme e homogénea foi excluída. 6 VELOCIDADE COM A PROFUNDIDADE Quanto maior for a distância epicentral maior será a profundidade atingida pelas ondas P e S. Logo, maior é a velocidade média de propagação 7 VELOCIDADE COM A PROFUNDIDADE 8 VARIAÇÃO DA VELOCIDADE DAS ONDAS SÍSMICAS EM FUNÇÃO DA RIGIDEZ Uma rocha é tanto mais rígida quanto menor for a sua flexibilidade. Quanto maior for a rigidez, maior é a velocidade de propagação das ondas P e S. Logo, a rigidez condiciona a velocidade de propagação das ondas sísmicas na razão directa. A matéria no estado fluido (rigidez nula) não se deixa atravessar pelas ondas S (notar, a ausência das ondas S no núcleo) e retarda significativamente as ondas P. 9 VELOCIDADE COM A DENSIDADE A velocidade das ondas sísmicas aumenta com a rigidez e diminui com a densidade do material atravessado. A densidade dos materiais terrestres aumenta com a profundidade. Se a velocidade das ondas sísmicas aumenta com profundidade. A rigidez aumenta muito mais com a profundidade do que a densidade. 10 VARIAÇÃO DA VELOCIDADE DAS ONDAS SÍSMICAS EM FUNÇÃO DA DENSIDADE Quanto maior for a densidade, menor é a velocidade de propagação das ondas sísmicas. Logo, a densidade condiciona a velocidade de propagação das ondas sísmicas na razão inversa. O efeito do aumento da densidade dos materiais da geosfera com a profundidade, em consequência da pressão litostática e das mudanças composicionais, sobre a velocidade das ondas sísmicas, é compensado, no entanto, pelo aumento em profundidade da rigidez dos materiais. Em consequência disto (o “efeito rigidez” predomina sobre o “efeito densidade”), a velocidade das ondas sísmicas aumenta com a profundidade. 11 VARIAÇÃO DA VELOCIDADE DAS ONDAS SÍSMICAS EM FUNÇÃO DA PROFUNDIDADE Quanto maior for a distância percorrida pelas ondas, maior é a velocidade de propagação (a velocidade das ondas aumenta relativamente com a distância percorrida). Quanto maior for a distância epicentral, maior é a profundidade atingida pelas ondas na sua direcção de propagação. A velocidade das ondas sísmicas aumenta com a profundidade. 12 VELOCIDADE COM A RIGIDEZ Quanto maior for a rigidez, maior é a velocidade com que as ondas P e S atravessam a rocha. Na presença de materiais no estado líquido, a velocidade das ondas P é retardada. Este meio não se deixa atravessar pelas ondas S. 13 ONDAS SÍSMICAS E DESCONTINUIDADES INTERNAS Descontinuidade – superfície de separação entre dois meios com características diferentes (composição química e propriedades físicas) As ondas sísmicas podem ser reflectidas ou refractadas quando encontram superfícies no interior da Terra que separam materiais com diferentes caracerísticas. É devido a refracções contínuas das ondas (com desvios na direcção e modificações na velocidade) que a sua trajectória não é rectilínea, mas sim arqueada na direcção da superfície (curvilínea). 14 DESCONTINUIDADE DE MOHOROVICIC 15 DESCONTINUIDADE DE MOHOROVICIC Nas estações muito próximas do epicentro, as ondas P e S diretas chegam primeiro que as refratadas. Em estações mais distantes, a hora de chegada dos dois tipos de onda é a mesma. Nas estações que distam centenas de km do epicentro, registam-se primeiro as ondas refractadas. 16 DESCONTINUIDADE DE MOHOROVICIC As ondas P que se refractam no manto aumentam a sua velocidade, de 6 km/s (na crosta) para 8 km/s, o que denuncia uma composição distinta. A superfície de descontinuidade, existente no interior da Terra, que separa a crosta do manto (35 a 40 Km nas zonas continentais) designa-se por superfície de descontinuidade de Mohorovicic, Moho ou simplesmente M. 17 ONDAS SÍSMICAS E DESCONTINUIDADES INTERNAS 18 ONDAS SÍSMICAS E DESCONTINUIDADES INTERNAS Percorrer uma maior distância pode ser compensador quando se pode atingir uma maior velocidade. 19 DESCONTINUIDADE DE GUTENBERG Baseando-se em análises detalhadas de sismogramas, os sismólogos constataram que as ondas que percorrem trajectórias tangenciais ao núcleo externo, emergem em locais da superfície cuja distância epicentral corresponde a um ângulo de 103º. As ondas que seguem percursos mais internos, na direção do núcleo, na superfície de separação têm comportamentos distintos, consoante são ondas P ou S. 20 ZONA DE SOMBRA SÍSMICA Qualquer estação sismográfica que esteja, em relação ao epicentro, a uma distância compreendida entre os 103º (11459Km) e os 143º (15798Km) não regista nem ondas P nem ondas S – zona de sombra. Ex: Epicentro no Quénia 21 ZONA DE SOMBRA SÍSMICA As estações localizadas até aos 103º registam a chegada das ondas P e S nos horários previstos. As estações localizadas para além dos 143º não registam a chegada das ondas S,e as ondas P são registadas com atraso relativamente ao tempo previsto. 22 ZONA DE SOMBRA SÍSMICA 23 ZONA DE SOMBRA SÍSMICA 24 ZONA DE SOMBRA SÍSMICA 25 ZONA DE SOMBRA SÍSMICA 26 27 DESCONTINUIDADE DE GUTENBERG À profundidade de 2900km: A velocidade das ondas P diminui:14km/s para 8km/s Deixa de haver propagação das ondas S Há uma superfície de descontinuidade aos 2900Km – separa o manto do núcleo externo – Descontinuidade de Gutenberg 28 29 DESCONTINUIDADE DE WIECHERT/LEHMANN A cerca de 5150 Km de profundidade verifica-se uma variação importante na velocidade das ondas P –volta a aumentar – o que assinala uma nova superfície de descontinuidade. Separa o núcleo interno do núcleo externo 30 ONDAS SÍSMICAS E DESCONTINUIDADES INTERNAS A reflexão e refração das ondas sísmicas que atravessam o Globo, ondas P e S, permitem delimitar três superfícies de descontinuidade: 31 ONDAS SÍSMICAS E DESCONTINUIDADES INTERNAS Apesar da natureza geológica dos núcleos externo e interno ser a mesma, as condições físicas de ambos já não o são. Núcleo interno: sólido, porque a velocidade das ondas que se propagam até estações situadas a 180º do epicentro e nas suas proximidades é maior do que a prevista para um núcleo totalmente líquido. 32 ONDAS SÍSMICAS E DESCONTINUIDADES INTERNAS 33 ZONA DE BAIXA VELOCIDADE Entre os 100 e os 250/350Km de profundidade – astenosfera – as ondas P e S registam uma diminuição de velocidade – zona de baixa velocidade. 34 ZONA DE BAIXA VELOCIDADE Na zona de baixa velocidade, as características físicas dos materiais devem ser bastante distintas das outras zonas do manto. Talvez viscosa (mais plástica), que corresponderá a 1% de material fundido. A partir dos 350 km de profundidade a velocidade das ondas P e S volta a aumentar até aos 2900km. 35 ONDAS SÍSMICAS E DESCONTINUIDADES INTERNAS A pressão aumentacom a profundidade (gradientegeobárico). A Pressão altera a estrutura dos minerais (ficam mais densos e faz subir o seu ponto de fusão) A temperatura aumenta com a profundidade (gradientegeotérmico). A densidade aumenta com a profundidade. A velocidade das ondas sísmicas varia consoante a profundidade, sendo condicionada pela natureza e estado físico dos materiais. 36 MODELOS DA ESTRUTURA INTERNA DA GEOSFERA 37 MODELO QUÍMICO 38 MODELO FÍSICO 39 ESTRUTURA INTERNA DA GEOSFERA 40 41 CAMADA D 42 ESTRUTURA INTERNA DA GEOSFERA 43 A TERRA: ACREÇÃO E DIFERENCIAÇÃO Tal como os outros planetas, o planeta Terra também teve a sua origem a partir da acreção de materiais da nébula solar, passando por um processo de diferenciação da qual resultaram as várias camadas: atmosfera, crosta, manto. A acreção correspondeu à captura de materiais do meio, a diferenciação traduziu-se pela migração de materiais quer para o centro do planeta (para onde se deslocaram os mais densos como o ferro e o níquel), quer para a superfície (os menos densos). 44 A TERRA: ACREÇÃO E DIFERENCIAÇÃO 45
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