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Coragem e Superação

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y 
EtES coNflARAr.l [1,I oEUS E VENCERAr.l D r,IEDO
rRAouçú
WP.LQUÍRIA FERREIRA
CASA PUBLIC ADORA 
TATUÍ 
BRASILEIRA 
, SP 
2023 
T'rtulo original em inglCs:
CouR^ctous KrDs
Copyright@ da edigao em ingEs: Pacifrc Prest |,lamp4 EUA
Direitos internacionais reservadot
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Ligacao gratuita: 0800 9790606
<ita lzirl<.nh.^m h.
E-mail: infantojuvenil@rcpb,com.br
Cootdend|fu Hito al:Sueli Ferreira de Oliveira
fdttoroCdoi Sueli Feffeira de Oliveira
Revirdo: E5ther Femanths
Ediedo de Attefhi&o LohD
Profto Grdfcor Rodrigo Neto
Copoi Samuel KJummenauer Santana
IMPRESSO NO ERASIL ,/ Pinted in Brczil
1e edlC5o
2023
O..lo.Ini.rn dordr d! C.r.beSfo || A*llc.do (cD)
(Cfth.r. 3.sldr. do Linq, Sq &.dD
cDD{285
ldNc.r p.. Glttlogo ,&trn6tkol
L Liteatura infantil 0285
2. Literatura Infantoju€nil 028.5
Aline Glazhle Eenitez' Biuiotec&ia - CRFI/1I29
Os textos blblicos citador neste lMo frram extailos da Nova VeE5o Tranrformadora, ralvo outra lrdicado
(o * l l*n::ltl"J:; 
""#ffi#y:til"f,r,:&l#:trffiiri
\-=-/ =*=a- | entreoutrot ranprdMboutotE4bq! asatiro daediwa,
I
Mittt Cha es
Corag€m! el€s confiaram em Deus e venceram
o medo / Charles Mills i taduc6o Walquftia
Fereira. - Tatui, 5P : Gsa Ardl?doE &aslleta,
2023.
T'tulo original Courageous KiJs
rsBN 97&85-3,t5-31 52-8
L Coag€m - Litelatua infantojuvenil LTItulo.
23r60939
Tipologia: FP oan<e.srif 10,5/16 21343/4761s
\..
':;::{i#!;:!;:"Wy
suFlrto
seqio 3
U. Meu htewolo Porticulor........................
seqio {
12. O Goroto que Pegovo MonstDs
14. A Escolho de Mois6s....................
9. Bolos, Bombos e 86n96os..........................
,,.,,.....',.,',.,........'.''.97
7n1
..........................724
h?N6,S6NTAqAO
o longo dos onos, tenho escrito muitos hist6rios sobre jovens
e odultos que enfrentoram situoqdes terriveis, circunstAncios
ossustodoros e ot6 eventos que omeoeorom o vido deles. Mos
eles ndo recuorom. Eles nAo desistirom. Como o jovem postor Dovi,
oquelos pessoos enfrentoram os gigontes e permonecerom {irmes em
suo fe de oue Deus estovo com elos.
Reuni essos hist6rios neste livro poro opresentdJos o voc0. Espero
que elos o inspirem.
Primeiro, deixe-me esclorecer umo coiso: ser corojoso e destemido
nao signilico ndo se sentir com medo, preocupodo ou desejondo ndo
ter de fozer o que preciso ser feito. Significo simplesmente que voc6
estA com medo, preocupodo, desejondo nao ter que fozer o que preciso
ser feito e, mesmo ossim, ndo recuorA. Isso exige corogem!
Como vocd descobrirA nestos.p6ginos, os pessoos que escolhem o
corogem oprendem ligdes voliosos. Suos experi€ncios reolmente for-
tolecem o f6 em Deus e lhes ddo cqpocidode de lidor com os desofios
do vido: grondes ou pequenos. E verdodel Porque, com Deus oo lodo,
elos reolmente t€m menos medo.
Ao longo do liwo, voce tomb€m encontroni olgumos pdginos espo-
lhodos chomodos "NAo tenho medo'. Elos podem ojud6-lo o desenvol-
ver suo morco pessool de corogem. Por que isso 6 importonte? Porque
h6 muitos pessoos neste mundo openos esperondo que olgu€m venho
em seu socorro o fim de mostrarlhes como sentir menos medo. Esse
olgu6m pode ser vocC, se estiver disposto o fozer isso.
- ^t.ril[0n- -rt ll \r,ttr.-
EsPEnrrl;*nA,'s';
r sElA UALEtt 5i^-trrf UOn'
- -^'tal,Y rLr'
^..1 L\FLIIF - ..
S6F SAiDA
lice Holl, de Bor Horbor, Estodos Unidos, estovo voltondo do tro-
bolho poro coso e decidiu pegor um otolho oo longo do costo. Elo
esqueceu qudo ropidomente os mor6s podem subir.
Elo dirigio por um corddo litorol quondo, de repente, percebeu
que o dguo do mor jd estovo no olturo dos colotos. "Sem problemos",
o jovem pensou, "vou openos oceleror um pouco."
Errodo! Em minutos, os ondos botiom contro os portos do corro e
subiom. Elo estovo preso. Ndo hovio soido.
t*t**
Wolter Koester sentiu seus p6s escorregorem. Ele olhou poro cimo o
tempo de ver tonelodos de terro coindo em suo diregdo. Em segundos,
ele estovo enterrodo ote o cinturo, com mois terro e pedros o cominho.
O poi de Wolter, que trobolhovo nos proximidodes, pegou o rinico
coiso que conseguiu encontror - umo mongueiro de jordim - e jogou-o
10 lcometrt
no poqo que se enchio ropidomente. Assim que seu {ilho o ogorrou,
o teno soterrou completomente o menino o 2,5 metros de profundidode.
No escuridao, Wolter enfiou o ponto do mongueiro no boco e tentou
respiror. Pordm, tinho um problemo: o mongueiro do jordim estovo
cheio de dguo. Wolter estovo em opuros. Ndo hovio soido.
t***t
Fronk Brown, um t6cnico de roios X que trobolhovo no Hospitol
Bellewe, em Novo Iorque, instruiu seu pociente o ficor im6vel no meso.
Umo enfermeiro em otendimento, Groce Fusco, viu Brown tentondo
desligor o m6quino poro fozer olguns pequenos ojustes. Entretonto,
olgo estronho oconteceu. Pelo mdo, Fronk fechovo um circuito eletrico
de olto voltogem. Ele ndo conseguio folor nem se mover e desmoiou,
mos suo mdo permonecio enroscodo, {irmemente preso pelo poder
mortol que possovo otrov6s dos cobos.
Com o rosto p6lido, o pociente soltou poro o chdo e soiu conendo
do solo. A enfermeiro, ogindo por impulso, correu poro o tecnico e
ogorrou-o pelos ombros. O choque o otingiu como um 6nibus em qlto
velocidode, jogondo-o poro trds no solo e contro o porede.
Groce tentou mois duos vezes resgotor o homem do corrente el6tri-
co. Mois duos vezes elo se viu jogodo contro o porede oposto. Elo esto-
vo prestes o perder o conscidncio. Ndo hovio soido poro Fronk Brown.
*tti*
VocC i6 possou por tudo. Avido 6 demois poro ser suportodo. Tudo,
tudo mesmo, porece projetodo poro mochucd-lo, destrui-lo, impedi-lo
de encontror quolquer felicidode verdodeiro.
Seus omigos riem de voc6. Seus pois porecem despreocupodos.
O pregodor no igreio nunco diz nodo que voce preciso ouvir.
sritsaioa I ll
Tudo estd perdido. Se olgo ndo ocontecer logo, voc€ ocobord com
o pr6prio vido, Esso 6 o inico moneiro l6gico de soir de umo situoedo
desesperodoro. Ndo hd soido.
*****
As dguos continuovom subindo. Alice Holl olhou desesperodomen-
te oo redor do corro que ofundovo lentomente. Sem lonterno. Sem
quolquer meio de comunicoe ao.
Suo mdo boteu no volonte, fozendo soor o buzino. Espere. A buzino.
A buzino! "Mos os pessoqs no mqrgem escuro pensordo que olgu6m
estA openos buzinondo poro um omigo ou dizendo o outro motoristo
poro soir do cominho." O copitao Fred Houes, um morinheiro que vi-
vio perto do proio, inclinou o cobego poro o lodo e desligou seu rddio.
O que ele estovo escutondo?
Houes empolideceu. Aquelo buzino oo longe estovo tocondo um
c6digo, o sinol de socorro internqcionol conhecido por todos os mo-
rinheiros: Bi-bi-bi!, biiii-biiii-biiii!, bi-bl-bil (C6digo Morse poro SOS).
Soindo de coso, Houes ovistou o corro no orrebentogoo.
Ropidomente ele chomou olguns omigos, pegou um borco e se opres-
sou poro reolizor o resgote. Alice continuou buzinondo ot6 que viu olgo
se oproximondo.
A mulher foi solvo no momento em oue o mor6 envolveu o corro
com seus broqos oqudticos.
*ftt*
Wolter Koester sobio que, se quisesse respiror o or fresco ld de cimo,
terio de beber o dguo do mongueiro do jordim.
Ele contou mois torde que tinho certezo de que devio ter pelo me-
nos um goldo de dguo (o equivolente o 3,78 litros).
12 lcomorrr
Quondo o mongueiro secou, ele teve um pouco de or poro respiror.
Logo os socorristos colocorom um tonque de oxigdnio no outro ex-
tremidode. Depois de duos longos e ogonizontes horos, Wolter estovo
livre - obolodo e sem nem um pouco de sede.
**l**
O borulho no solo de roios X incomodou outro t6cnico, que perce-
beu olgo errodo no solo oo lodo. Ele invodiu o ombiente correndo e
ficou horrorizodo com o que viu. Entdo ele fez umo coiso muito cten-
ti{ico - noo tdo heroicq quonto q corogem impulsivo do enfermeiro,
mos muito mois eficoz.Ele pulou ot6 o disjuntor principol no porede
e desligou todo o eletricidode do solo.
Meio eletrocutqdo. Fronk Brown coiu no chdo, totolmente incons-
ciente. Ele sofreu queimoduros por couso do choque, mos os m6dicos
disserom que ele se recuperorio. E ele se recuperou.
A enfermeiro se mochucou um Douco, mos estovo bem.
*t *t*
Voc6 reflete sobre suo situoqao pessool. Quem voi ouvir seu SOS no
meio dos ferozes ondos? Quem voi jogor umo mongueiro de jordim em
suo direqdo enquonto o terro coi e os luzes se opogom? Quem entrord
correndo e desligord o energio que porece determinodo o ocobor com
suo vido?
NAo hA soido. Voc6 estd desomporodo, sem esperongo, perdido.
Espere! Voce ve um homem correndo em suo direqdo. Ele estA com
os mdos estendidos. "Finolmente", voc6 penso. 'Ai vem meu solvodor!"
Mos, entao, o homem 6 pego por umo multiddo enfurecido e pre-
godo em umo cruz. Voc6 olho poro Ele, e Ele olho poro vocd.
- Estou oqui - Ele sussurro. - Estou oqui poro solvor voc6.
sErsilorl ll
Mesmo que tudo poreqo fohor, confie no Homem que sobe o que
6 senfr como se n6o houvesse saitlo. Jesus ndo estd mois no cruz.
Quondo vocd oceito o solvogdo qre Ele oferece, Jesus posso o hobitor
em seu corogdo e estd pronto pom lhe dor o corogem necess6rio poro
vocC vencer quolquer situocdo. Ele estd pronto poro ojud6-lo o enfren-
tor quolquer medo, circunstdncio ou desolio. Bosto pedir!
P6TDIDO
pedro fortemente lonqodo por Jeremg quicou nos cloros oguos
do logo do montonho e formou pequenos ondos que corriom
em todos os direq6es. Junto d morgem, dois covolos soltorom e
relinchorom de susto em resposto oo profundo splosh do dguo.
- Ei! - disse Corolun, omigo de longa doto do ropoz, que estovo
sentodo em umo toolho de piquenique estendido sobre o gromo oli
perto. - Voc0 estd ossustondo nossos onimois. Vd com colmo.
Jeremg enliou os mdos nos bolsos e chutou umo pedro solto
- Como posso reloxor quondo minho vido est6 indo de mol o pior?
Ele ouviu o risodo de Corolgn.
- Aqui no ocompomento, voce tem umo otividode tdo legol! Al6m
disso, tem o minho omizode. Seu irmdo me ocho bonito.
o odolescente sorriu, opesor de suo frustroqAo.
- Meu irmAo tem cinco onos
- Bem - retrucou Corolgn, fingindo orrumor o cobelo -, ele jo tem
idode pqro oprecior os belos coisos do vido.
mnorno I tb
Jeremu foi ot6 o toolho e se sentou oo lodo do omigo.
- f s6 que... bem... ds vezes, fico meio confuso- euero dizer, estou
oqui, boncondo o conselheiro de um grupo de criongos, ensinondo-os o
ondor o covolo e tentondo ojudd-los o se divertir neste ocompomento.
Entao umo delos me foz umo pergunto que eu ndo consigo respon-
der. Eu me sinto tAo estipido. Quondo se troto de religido, eu sou
um frocosso,
- Por que voc6 diz isso?
- Eu sei folqr sobre Doniel no covo dos le6es ou sobre Mois6s otro-
vessondo o MorVermelho, mos um menino me perguntou como eu sei
que Deus me omo mesmo quondo ndo sinto que Ele me omo. Como
explicor isso?
Corolgn concordou com o cobeqo.
- Eu entendo o que voc€ quer dizer.
Elq fez umo pouso.
- Tolvez voc6 devesse perguntor isso oo postor de nosso igrejo. Ele
porece ser legol.
- Ele 6 - concordou Jeremu -, mos ele ndo p6de vir neste ocompo-
mento. 56 sei que esse goroto voi me incomodor de novo hoje d noite.
Ele 6 um gorotinho insistente.
A goroto olhou poro o c6u de {im de torde.
- Bem, ndo sei o que dizer. E ocho que 6 melhor voltormos poro
o ocompomento.
Elo sorriu poro seu omigo.
- costei do nosso piquenique, emboro voc€ tenho ossustodo os
covolos e botido no logo.
Jeremu riu.
- Desculpe-me por isso. Eu tomb6m me diverti. Vocd 6 umo
verdodeiro omigo.
Corolgn suspirou.
- Sim, eu sei.
16 lconlorrr
os dois juntorom os coisos e montorom nos covolos. Duronte o co-
volgodo de volto poro o ocompomento, ndo se ouvio quolquer borulho,
exceto o pio distonte de um folcdo e o forfolhor suove dos onduloq6es
no logo.
Jeremu e Corolun estovom opreciondo o poisogem e se deliciondo
com o or fresco do montonho quondo, de repente, o 6guo do ropoz
comeqou o ogir de moneiro estronho.
- Quol 6 o problemo, goroto? - perguntou Jeremu.
- Olhe - Corolgn opontou poro um tronco coido o olguns metros
de onde os duos trilhos se cruzovom.
Ld, sentodo sozinho, estovo um menino de sete ou oito onos.
Seu rosto estovo sujo de lomo e suo ioqueto porecio rosgodo, como
se ele tivesse rostejodo pelo moto.
- Old? - disse Jeremg, controlondo ropidomente seu onimol poro
foz€-lo poror. - Voc6 estd bem?
O menino ergueu o queixo.
- Nao - disse ele. - Estou perdido.
- Hd quonto tempo voc€ estd oqui?
- Desde esto monhd. Meus pois estovom pescondo no Big Lake,
e eu fui dor umo volto. Voce sobe onde fico o Big Lake?
- Cloro que sim - respondeu jeremu, escorregondo de suo selo e
cominhondo ot6 o gorotinho. - Eu trobolho em um ocompomento 16
perto. Quer umo corono de volto?
- Vomos encontror suo mae, seu poi e todo mundo.
o menino concordou.
- Fiquei meio ossustodo.
- Eu sei - disse o odolescente. - Isso e o que ocontece quondo voce
{ico perdido. Mos voc6 fez o coiso certo. vocC veio poro esso trilho e
licou oqui. Estou muito orgulhoso de voc6. Agoro, deixe-me ojudd-lo
o subir. Vomos voltor e encontror seus Dois. Eles provovelmente estdo
muito preocupodos.
PEBotoo I 17
Enquonto o menino estovo sendo iqodo poro o selo, ele notou outro
pessoo em um covolo esperondo por perto.
- Quem 6 elo? - ele perguntou.
- O nome delo 6 Corolgn - disse Jeremg. - Elo 6 umo omigo minho.
O menino olhou poro o goroto por um longo momento.
- Elo 6 lindo - disse ele.
Jeremg revirou os olhos.
- Jo ouvi isso ontes.
Trinto minutos depois, quondo o trio entrovo no Big Lake Summer
Comp, rostos surpresos e oplousos os cercqrom imediotomente.
- Onde voc6s o encontrorom? - perguntou o diretor do ocornpu-
mento, correndo otd os covolos. - Temos equipes de busco procurondo
por horos.
Jeremu estovo prestes o explicor o que hovio ocontecido quondo
um homem e umo mulher obrirom cominho no meio do multidAo.
- Oh, Willie! Eles encontrorom vocO. Grogos o Deus, voc6 est6
o solvo!
- Mde! - o menino chorou oo coir nos broqos obertos do mde.
O homem e o mulher obrogorom o filho enquonto ldgrimos de ole-
grio escorriom por dezenos de rostos. jeremu estovo feliz. Quondo ele
olhou poro Corolgn, elo estovo com seu lorgo sorriso. Ambos estovom
contentes por terem porticipodo do resgote do pequeno Willie.
O olegre reencontro continuou se repetindo no mente deJeremg en-
quonto ele cumprio suos torefos noquelq noite, cuidondo dos covolos
e certificondo-se de que os ocompqntes estivessem olimentodos e os
protos, devidomente lovodos. Ele ndo conseguio tiror o ceno doquele
poi e doquelo mde de seus pensomentos, mesmo quondo o sol se pds
sobre o logo e os grilos comeqorom suos serenotos noturnos.
Umo oragdo especiol de ogrodecimento foi oferecido no inicio do
reuniao em torno do fogueiro do ocompomento. EntAo o diretor pediu
oJeremg e Corolgn que contossem poro todos os detolhes do resgote.
18 lconrorut
os dois odolescentes olegremente comportilhorom os oconteci-
mentos do torde. Quondo terminorom, Jeremg disse:
- Sobem, umo pessoo me fez umo pergunto importonte. Ele quer
sober como podemos ter certezo de que Deus nos omo mesmo quondo
ndo sentimos que Ele nos omo. Bem, esso torde descobri o resposto.
0 pequeno Willie estovo perdido, mos seus pois ndo pororom de omd-
-lo. Eles estovom procurondo em todos os lugares, mesmo que seu
filho ndo soubesse. Deus oindo nos procuro, mesmo que n0o posso-
mos vC-Lo. Ele oinda nos omo, mesmo quondo nos sentimos perdidos.
Cobecinhos iovens se moverom, concordondo, oo redor do brilho do
fogo, enquonto brosos quentes subiom no escuriddo totol.
- Portonto - Jeremu concluiu, com um sorriso gentil morcondo
seu rosto jovem -, poro quem tem pensodo nisso, eu digo que ndo se
preocupe. Ndo hd lugor poro onde vocd posso ir ou nodo que posso
fozer que impeqo o Poi Celestiol de poror de procurd-lo e omd-lo. E isso
deve nos fozer sober que temos muito volor.
0 odolescenteolhou poro Corolgn, que estovo sentodo com um
orgulhoso sorriso iluminondo seu rosto por couso do omigo. Porecio
que duos pessoos hoviom sido resgotodos noquelo torde.
Pessoos que confiom em Deus tendem o ser mois corojosos. Elos
ocreditom em Deus quondo outros se recusom o foze-lo. Elos fo-
lom com Deus quondo todo mundo lico em silOncio. Elos se tornom
pessoos incomuns.
No entonto, elos estdo em boo componhio. Jesus tomb6m
ero incomum.
Ele curou pessoos no sdbodo, emboro os lideres do igrejo de Suo
epoco dissessem que isso ero contro os leis religiosos feitos pelos ho-
mens. Ele jontou com homens e mulheres de md reputagdo, trozendo
ocusogdes dos religiosos e fozendo com que os linguos dos que se
ochovom mois sontos se ogitossem. Ele ero omigo dos pobres e ot6
percebeu quondo umo virivo deu umo pequeno oferto no templo. Ele
ondovo com leprosos e oleijodos, trotondo-os como iguois.
Portonto, se vocd quer se tornor tdo incomum quonto Cristo ero:
t Foqo coisos boos e ojude os pessoos, ndo importo que dio sejo;
D NAo vire os costos poro os pessoos que sdo olvo de bootos deso-
groddveis ou risodos injustos;
D Se um oluno pobre oporecer no oulo usondo um por de t6nis novos
que ndo sao exotomente do fltimo modo, digo-lhe: "Ei, t6nis legois!
Aposto que voc6 consegue correr mois r6pido com eles!";
D Se vocC vir olgu6m com mobilidqde reduzido lutondo pora subir
escodos, obrir umq porto ou iogor futebol em umo codeiro de rodos,
ojude esso pessoo o levontor-se, possor e vencer!
Dffffllfi'^
ngelino cuidodosomente se ergueu mois olto, obroqondo o golho
estreito com os broqos e os pernos. A copo dos dwores bolonqovo
no briso fresco, levondo-o poro o frente e poro tros em um orco
vertiginoso. Mos elo ndo se importovo. Ali em cimo, o mundo porecio
um pouco menos omeogodor, um pouco menos ossustodor.
- Angelino Shiwotenko - elo ouviu umo voz distonte chomor -, voc6
ndo deve subir tdo olto. Vocd pode coir.
A jovem sorriu e olhou poro o mde, porodo ld emboixo.
- Estou bem - respondeu elo. - Quero ver quondo o popoi estiver
voltqndo. Tolvez ele trogo olgumos moqds ou pdo...
Suos polovros forom interrompidos pelo som de um veiculo se
oproximondo ropidomente. Um cominhdo do ex6rcito olemdo se cho-
cou em umo elevoqdo e seguiu pesodomente pela estrodo rurol; seu
motoristo estovo obviomente com muito presso. Quondo o veiculo
possou derropondo perto de onde o goroto estovo, Angelino ogorrou
o golho com mois forgo. No cocombo oberto do cominhdo, estovom
A GUT8BA 0E Ail0iu A | 2l
v6rios homens, seus uniformes estovom monchodos de songue e co-
bertos de lomo. Em um instonte, eles se forom, deixondo poro trds o
leve cheiro do fumoqo do escopomento.
- Desqo doil - o menino ouviu o mde pedir novomente. - Seu poi
estA ocupodo trotondo dos soldodos feridos. NAo ocho que ele queiro
odicionor o filho mois novo d Iisto de pocientes.
Angelino concordou com o cobeqo.
- Estd bem, momAe. Estou indo.
Enquonto fozio seu cominho por entre os golhos, o menino de dez
onos bolonqavo o cobeqo tristemente. Nos fltimos tr6s onos, elo e o
fomilio virom o vido no pequeno ossentomento ucroniono ir de mol
o pior. Com o Segundo Guerro Mundiol devostondo o Europo, nunco
hovio o suficiente poro comer. Agoro, com os forqos militores olemds
lutondo contro os russos, eles tinhom de dividir os escossos provisdes
que o terro oferecio com dois ex6rcitos inimigos.
E tinho o poi. No noite onterior, elo owiu seus pois conversondo.
- Os olemdes me obrigorom o cuidor de seus doentes - disse o
homem, em voz boixo -, mos posso ofirmor que eles estdo iicondo
nervosos. As forqos comunistos russos estdo ficondo mois fortes o
codo dio. Folo-se em umo retirodo. Se os nozistos portirem, eles pro-
metem nos levor com eles. Voco 6 um quorto olemd, pouline. Hitler
quer voc6 poro suo noqdo especiol, "limpo". podemos comeqor umo
novo vido longe doqui.
Enquonto Angelino ouvio, o homem fez umo pouso e entAo suo
mde folou boixinho.
- Tolvez eles ot6 deixem vocd recuperor suo licenqo m6dico. Aqui no
Ucrdnio, voce ndo pode otuor enquonto se recusor o entror poro o por-
tido comunisto. Mos oindo pode continuor seu trobolho como postor.
- Ndo. Isso ndo 6 suficiente - o homem interrompeu, com {irme-
zo. - Deus me chomou poro curor olmos feridos, ossim como corpos
feridos. Devo fqzer os duos coisos.
22 lconmtrt
- EntAo iremos com os olemdes quondo eles recuorem - concluiu
momde, suavemente. - Vomos levor os meninos e deixor este lugor
poro sempre.
"Deixar este lugar. Deixor este lugar." As polovros ecoorom nos
pensomentos de Angelino duronte todo o noite e no dio seguinte.
Mesmo depois, elo se lembrova do urg6ncio no decloroqdo de suo mde
AAlemonho porecio ser suo inico esperonqo. Elo se perguntovo como
serio o novo pois. Ser6 que eles se sentiriom seguros e, mois impor-
tonte, encontroriom o su{iciente poro comer noquelo terro distonte?
***a*
A locomotivo do trem de corgo chiovo com o vopor e cuspio dguo
fervente enquonto esperovo que os possogeiros subissem o bordo
O poi guiovo suo pequeno fomilio oo longo dq plotoformo do esto-
qdo, dondo instruq6es em voz olto ocimo do borulho dos ollciois que
gritovom dqndo ordens poro soldodos confusos e do estrondo de
tiros distontes. Angelino e suo irmd mois velho, Adventino, junto d
mAe, sentirom umq certo emoqAo oo enfrentor o longo iornodo. Poro
o jovem, o vido ero umo oventuro, ndo importovo o que estivesse
prestes o ocontecer.
Entdo elq viu os fileiros de homens feridos gemendo, deitodos em
comos de polho empoeirodos, corpos olinhodos em vdrios vog6es
como lenho rec6m cortodo- Essos vitimos feridos do guerro viojoriom
com os refugiodos. O trobolho do poi ero gorontir que o moior n0mero
possivel de soldodos chegosse vivo oo ponto {inol.
Cheiro de infecqdo e de suor poirovo no or como umo n6voo sufo-
conte. Mos esso ndo ero poro ser umo viogem de lozer. Os possogei-
ros que lotovom o plotoformo e se comprimiom nos vogdes obertos
fugiom poro solvor o vido. Ficor poro tr6s signiiicovo prisAo e morte
certo nos moos dos comunistos que se oproximovom.
t otjEnna m rrorurA | 23
Os dios seguintes tronscorrerom em umo misturo de longos espe_
ros e movimentos opressodos e bruscos sobre trilhos perigosos. Avi6es
de guerro sobrevoovom, jogondo morte de suos osos, com bombos
explodindo, levontondo tonelodos de terro e tronsformondo trilhos
de oqo em esculturqs grotescos. porecio que nodo poderio impedir o
corrido desesperodo e impetuoso dos russos em direqdo d Alemonho.
Os possogeiros sentovom-se omontoodos em vog6es, esperondo e
orondo poro que a pr6ximo bombo folhosse, ou coisse longe, e que
eles vivessem poro ver outro noscer do sol.
Por fim, o viogem ocobou. A fronteiro olemd chegou e ficou poro
tros. Enquonto o locomotivo suspirovo de olivio oo finol do viogem,
Angelino leu o ploco pendurodo no plotoformo do estqgdo. Com leuos
em negrito, onunciovo o todos que eles hoviom cheqodo o LEIpZIG.
**** *
O pr6dio tremio com os vozes e o comoqdo incessonte dos pessoos.
'Entdo esso 6 o Alemonho", refletiu Angelino enquonto seguio os pois
poro umo gronde solo com outros 40 pessoos.
- Porece que ogoro fozemos porte de umo gronde fomilio _ disse
o poi, olhondo poro os jovens e velhos morodores do movimentodo
ocompomento do cidode.
- Onde vqmos dormir? - perguntou Adventino.
- Ali - disse o mde, opontondo poro os fileiros de treliches olinho-
dos nos poredes. - Angelino, vou deixor voc€ {icor no como de cimo,
jd que vocd gosto de escolor os coisos.
- NAo 6 exotomente umo drvore - elo disse, sonindo _, mos, se
eu olhor pelo jonelo enquonto estou deitodo no minho como, tolvez
consigo fingir que estou no olto dos golhos ld de coso.
- Ndo - folou o poi. - Esta d nossa caso. Nunco mois voltoremos d
Ucranio. Voco entende?
24 lco8A6trr!
- Sim, popoi - respondeu Angelino, bolonqondo o cobeqo solene-
mente. - Estq 6 minho coso... por enquonto.
- Isso mesmo - disse o homem, sorrindo, com os olhos cheios de
temuro fomilior. - Somos umo fomilio. Aonde quer que formos, desdeque estejomos juntos, estomos em coso.
Avido no ocompqmento ditovo um podrdo de trobolho e de sono
Exceto pelos grondes insetos que percorriom o teto d noite, coindo
inesperodqmente em quem dormio logo oboixo, Leipzig definitivomen-
te estovo um posso ocimo do que o fomilio hovio deixodo poro trds
Mos, ossim que os coisos poreciom estor melhorondo, o governo
olemdo informou oo poi de Angelino que ele deverio se opresentor
poro o entrodo imedioto no ex6rcito como soldodo.
- NAo posso ir - sussurrou o homem no noite do onrincio.
Angelino se inclinou sobre o bordo do seu beliche no escuriddo,
tentondo ouvir suos polovros.
- Como posso eu, um m6dico e postor odventisto do sdtimo dio,
pegor umo ormo e motor olgu6m, mesmo que sejo um inimigo? Devo
obedecer o Deus, ndo oos homens.
- o que vocd voi fozer? - perguntou o mae.
Depois de umo longo pousq, o homem onunciou:
- Vou possor fome otti morrer.
Angelino perdeu o fdlego. Elo ouviu direitoT Depois de sobreviver
oos comunistos nq Ucranio e d ongustionte viogem de trem poro o
Alemonho, seu poi morrerio de fome?
UilA TAH1IIA
- Angelino Shiwotenko? - o homem com um uniforme cuidodo-
somente possodo lendo o listo fez umo pouso e olhou poro os rostos
reunidos oo seu redor. - Angelino estd oqui?
- Sim, senhor - veio umo resposto timido do meio do multidAo.
tcurnnaortn6Euila I 25
- 6timo - respondeu o oficiol, morcondo o nome do goroto. - Voce
e os outros do minho listo serdo enviodos poro outro compo poro
novos ordens de trobolho. Os 6nibus chegordo omonhd cedo. Ndo 6
longe e o trobolho ndo 6 dificil. FrihrerHitler oprecio seus esforgos em
nome do nosso gronde pois, o Alemonho, que luto nobremente conuo
o ogressao estrongeiro. Desejo umo noite ogrod6vel o todos voc6s.
Com isso, o homem de uniforme se virou e soiu rdpido do solo loto_
do, deixondo poro trds vozes ogitodos. Mois trobolho, moior circuloqdo
de pessoos e hobilidodes; o Alemonho estovo fozendo o possivel poro
resistir d pressao constonte oplicodo pelo ovongo dos ex6rcitos dos
Estqdos Unidos, Grd-Bretonho e Rtssio. Todos, homens, mulheres e
crionqos, dentro dqs fronteiros olemds erom obrigodos o trobolhor de
olgumo formo poro ojudor no esforqo de guerro.
- Mos... eu nAo quero deixorvoc6s! - Angelino solugovo nos broqos do
mde. - Vou ficor sozinho e com medo. Ndo seremos mois umo fomilio.
- Voc€ ndo deve se preocupor, filho - disse o poi disse, enquonto
lhe ocoriciovo o cobelo loiro e mocio. - Vou lhe dizer umo coisq. Todos
os dios, oo meio-dio, quondo os sinos do igrejo oqui em Leipzig toco_
rem, onde quer que estejomos ou o que quer que estejomos fozendo,
foremos umq pouso e ororemos. Estoremos orondo juntos, como se
estiv6ssemos no mesmo c6modo.
Angelino concordou enquonto olhovo poro o rosto gentil de seu poi.
- Popoi? VocC... voc6 voi morrer?
O homem perdeu o fdlego.
- Por que voce estd perguntondo umo coiso dessos?
- Eu owi voc€ e o momde conversondo olgumos semonos otr6s.
Vocd disse que irio morrer de fome poro que eles ndo o levossem poro
o exercito. VocC voi morrer?
O homem pegou o goroto nos brogos.
- Ndo, minho querido! Estou qpenos me enfroquecendo poro que
ndo me forcem o entror no ex6rcito e me ordenem o motor pessoos.
26 llonlottitt
Em vez disso, quero conseguir minho licenqo m6dico olemd poro poder
solvar vidos e contor oos outros sobre Jesus.
Angelino onolisou seu poi por um momento. Seus olhos estovom
escuros e fundos, seus brogos e dedos, ossudos e enrugodos. Entdo elo
entendeu. Ele ndo irio se motor de fome. Estqvo openos tentondo de
todos os formos ndo se tornor um soldqdo combotente.
Um olivio inundou seu corpo enquonto elo obrogovo o homem
- Amo muito voc6, popoi - disse elo, enterrondo o rosto em seu
peito esquel6tico. - As vezes tenho tonto medo. o que ocontecerd
conosco quondo os omericonos ou os russos vierem?
- Espero que os omericonos nos encontrem primeiro - sussurrou
o homem. - Owi dizer que eles sdo muito mois gentis do que os rus-
sos. Mos ogoro devemos trobolhor e sonhor com nosso futuro juntos
depois do guerro. Voc6 deve entror noquele 6nibus e, quondo ouvir os
sinos do igrejo tocondo, lembre-se de oror Desso formo, perrnonece-
remos umo fomilio, certo?
Angelino concordou.
**tt*
Ap6s olguns meses de seporogdo, Angelino e suo fomilio recebe-
rom o noticio de que estovom sendo tronsferidos poro outro ocom-
pomento em umo cidode distonte. A esso olturo, o poi do menino
precisou ser hospitolizodo por couso do desnutriqdo. Em poucos dios,
foi decidido que seus servigos ndo seriom necessdrios no exercito. Ele
estovo liwe poro buscor suo licengo m6dico olemd ou morrer, o que
viesse primeiro. o postor Shiwotenko venceu suo botolho porticulor e
secreto com o ex6rcito.
A fomilio se estobeleceu em suo novo coso no cidode de Freiburg.
Pelo menos, todos estoriom trobolhondo no esforqo de guerro no mes-
mo lugor, em vez de estarem em compos seporodos.
AG|JIRRADrailorr.till I 27
Certo torde, o poi pegou suos duos Iilhos pelo mdo e os levou colino
oboixo em busco de comido, umq qtividode comum dos refugiodos no
Alemonho devastodo pelo guerro.
- Aposto que hd umq mulher no vilo ossondo pdes neste exo-
to momento - o{irmou o homem, com con{ionqo, enquonto comi-
nhovom pelo estrodo poeirento - e elo ficord feliz em comportilhor
olguns conosco.
- Estou com frio, popoi - disse Angelino, tentondo ofostor o frio
do inverno.
- f s6 mexer os dedos dos p6s enquonto cominho - sugeriu o ho-
mem. - Isso pode ojudor o esquent6-los um pouco.
Chegondo d periferio do oldeio, eles decidirom se seporor e codo
um escolheu olgumos cosos poro boter e pedir comido. Angelino
boteu timidomente d porto do frente do primeiro coso e esperou
com expectotivo.
- Oro, oro - veio umo voz otrds do telo. - o que voce estd fozendo
oi foro em um dio tdo frio de inverno?
A qoroto somu. Emboro elo entendesse um pouco de olemAo, tinho
dificuldode em folor. Contudo, elo oprendeu umo frose com perfeiqdo.
- Temos fome - disse elo. - Voc6 tem olgo poro comer, por fovor?
Angelino viu o mulher sorrir colorosomente.
- Cloro - veio o resposto, ropidomente. - Acobei de ossor pdo.
Tenho olgumos moqAs tomb6m. Voce quer olgumos?
A goroto sorriu. O popoi estovo certo! Aquelo gentil mulher estovo
fozendo exotomente o que o poi hovio predito.
Correndo de volto poro os outros, Angelino orgulhosomente mos-
trou-lhes seus presentes-
- Espere - disse o homem. - VocC nao se esqueceu de olgumo coiso?
A goroto pensou por um momento e observou o pdo quentinho e
os mqqds crocontes Iirmemente seguros em seus broqos.
- Ndo, popoi. Acho que ndo.
!8 lconaorrr
- Voce se esqueceu de ogrodecer oo Senhor.
Angelino sorriu e concordou timidomente com o cobeqo.
- Acho que sim - disse elo.
EntAo, oli mesmo, porodos no estrodo rurol com o vento de inverno
ossobiondo no ouvido deles, os trds estrongeiros inclinorom o cobeqo
e ororom, ogrodecendo o Deus o bondode dos estronhos e o comido
do quol logo desfrutoriom.
***f*
Depois de um tempo, o poi fez os testes do governo e recebeu umo
licenqo poro exercer o medicino no Alemonho. Ele imediotomente en-
controu trobolho em Pirno, umo cidode o 18 quil6metros de Dresden.
- Ficoremos seguros Io - disse ele.
Logo eles descobrirom que ele estovo errodo.
- Ougom!
A mde ergueu o dedo, interrompendo subitomente todo o conver-
so. Angelino olhou oo redor do pequeno solo que ogoro chomovom
de lor. A principio, elo ndo ouviu nodo. Depois, um copo sobre o
meso comeqou o vibror, enviondo minrisculos ondos circulores pelo
superficie do dguo que estovo nele.
A jonelo bolongou ligeiromente, depois bolonqou novomente.
Angelino e suo irmd sentirom os tdbuos do ossoolho tremerem sob
seus p6s quondo um boixo e roivoso estrondo soou em seus ouvidos
e um borulho pressionou seu estdmogo como umo m6o invisivel.
- o que 6 isso? - os meninos perguntorom, em um rouco sussurro.
As tr6s se levontorom juntos e cominhorom ot6 o jonelo. Quondo
obrirqm os cortinos, {icorom boquiobertos. O c€u noturno brilhovo
em roso, vermelhoe omorelo poro o lqdo de Dresden. Botidos boixos
e percussivos pulsovom no or frio. Angelino olhou poro o ceu e notou
que os estrelos poreciom estor piscondo oleotoriomente. Mos esse
a ourBRt 0f tsr$r I 29
mist6rio logo se revelou quondo chomos brilhontes comeqorom o coir
de um c6u cheio de bombqrdeiros. Os oliodos escolherom o cidode o
18 quildmetros de distdncio como olvo de bombordeio poro oquelo
noite. Pelo c6u escuro voovom centenos de oeronoves poderosos, todos
corregodos com tonelodos de destruiqdo.
Como o povo olemdo hovio opogodo ou escondido cuidodosomente
todos os luzes nos cosos e cidodes oboixo, os pilotos ndo tinhom como
sober se estovom reolmente otingindo seus olvos. Alguns ficorom co-
nhecidos por lonqor suos bombos longe dos olvos pretendidos.
O poi entrou correndo no solo, com o rosto pdlido de ongristio.
- Venhom! Temos que fugir, temos que fugir ropidomente - gritou
ele - ou poderemos morrer!
I'IILA6RES
A estocdo de trem estovo tumultuodo. As pessoos gritovom e se
empurrovom, tentondo se posicionor oo longo do plotoformo poro que
estivessem porodos oo lodo dos portos obertos dos vog6es quondo
o pr6ximo trem chegosse . A distdncio, os botidos percussivos de bom-
bos estourondo ecoovom no or frio, e um brilho misterioso longodo
pelo cidode em chomos de Dresden refletio nos rostos oterrorizodos
que possovom opressodomente. O poi obrogou o mde e os duos filhos
pequenos, tentondo evitor que fossem empurrodos poro o lodo e, quem
sobe, ot6 seporodos do fomilio.
- Vomos ficor bem - ossegurou.
- Popoi, estou com medo - chorou Angelino.
- Continue orondo - pediu o homem.
Eles ficorom no plotoformo por horos, esperondo e orondo. De re-
pente, eles ouvirom o opito estridente de umo locomotivo que se opro-
ximovo. O vopor onwiondo o motor, o gemido profundo e o borulho
dos corros s6 oumentovom o medo.
30 lconaorrl
Com umo guinodo, o tronsporte porou. Ele.id estovo cheio de gen-
te, olgumos porodos precoriomente entre os corros. O poi percebeu
que ndo conseguirio reunir todos do fomilio oo mesmo tempo, entao
entrou em ogdo. Angelino sentiu-se sendo erguido no or e literol-
mente jogodo por umo pequeno jonelo oberto. Elo {icou no topo do
cobego dos pessoos e comeqou o escorregor sobre os ombros delos
e o coir lentomente, possondo por broqos e pernos que se mexiom.
- Popoil - elo gritou.
Tudo o que elo podio ouvir erom os reclomog6es dos pessoos
que o cercovom. Elo tinho di{iculdode paro respiror enquonto des-
lizovo lentomente codo vez mois poro boixo no direqdo dos p6s
de seus componheiros de viogem. O trem deu um solovonco poro
frente, jogondo-o nos tdbuos do ossoolho com umo duro poncodo.
Angelino comeqou o choror. Deitodo oli, cercodo por p6s nervosos
e botos de couro endurecidos pelo neve, elo chorovo muito. Suo
fomilio foi deixodo poro tr6s com os bombos coindo. Todos eles
morreriom ontes que o sol do monhd noscesse em meio d fumoqo
e oos escombros que jd estovom sendo longodos poro o olto como
um monto de morte.
EntAo elo ouviu umo voz chomondo seu nome. Porecio distonte.
- Angelino. ANGELINAI
- Popoi. Estou oqui. PAPAI!
- Angelino - gritovo o voz distonte. - Estomos todos o bordo. Aindo
estomos juntos!
A goroto estremeceu de olivio. De olgumo formo, o poi delo, o mAe
e Adventino conseguirom entror no treml Ao olhor em volto, entre os
pernos de seus componheiros de viogem, elo percebeu um voso soni-
t6rio de porcelono bem perto de suo cobeqo. No presso de colocor suo
precioso iilho no trem, o poi o jogou pelo.ionelo oberto de um bonheiro.
Pouco qntes do omonhecer, o sobrecorregodo trem entrou em
Wollersberg. Nao conhecendo ningudm, os quotro viojontes consodos
a ournnl or lncsuru I gl
sentorom-se em um bonco frio no plotoforma do estoeAo poro tentor
troqor um plono de oqdo. Eles estovom com fome. Suos rinicos posses
erom os roupos {inos e esforropodos que os protegiom do frio motinol.
De repente, olgu6m que estovo por perto folou:
- Voces tCm um lugor poro ficor?
A pequeno fomilio se virou e olhou nos olhos de um cosol olemdo
de meio-idode.
- Temos umo pequeno fozendo com espogo poro mois olguns con-
vidodos - continuou o homem -, se ndo forem muitos.
O poi levontou-se educodomente.
- Senhor, somos umo fomilio de quotro pessoos, mos... - ele fez
umo pouso - somos ucronionos. Seu pois estd em guerro com o nosso.
Deveriomos ser inimigos.
O fozendeiro estendeu o mAo.
- Somos todos vitimos do mesmo insonidode - o{irmou. - Venhom.
Voc6s podem Iicor em nosso coso.
Angelino e os outros seguirom o cosol poro foro do cidode e poro
o meio do floresto, onde encontrorom umo pequeno e oconchegonte
coso situqdo no meio de um tronquilo bosque. A goroto sorriu ober-
tomente enquonto olhovo poro os drvores oltos e imponentes que se
elevovom ocimo de suo cobeqo. Elo gostovo tonto de drvores, espe-
ciolmente quondo se sentovo no olto, entre seus golhos.
O or frio do compo o revigorovo. "Tolvez o piorjd tenho possodo",
elo pensou enquonto se sentovo perto do fogo crepitonte do cosol no
solo de estor. "Tolvez os coisos melhorem de oooro em dionte."
**ff*
Avido no pequeno fozendo porecio quose normol. Apenos o estron-
do distonte de bombos explodindo e o ocosionol corregomento de sol-
dodos feridos lembrovom d Angelino de que os botolhos continuovom.
32 lconlotltt
Certo monhd, o guerro do quol eles pensovom ter escopodo irrom-
peu no regido com forqo totol.
- Rdpido, temos que nos esconder no pordol -, o fozendeiro gritou
por cimo do borulho repentino de metrolhodoros e o tum-tum de mor-
teiros explodindo. - Ficoremos seguros lA.
Todos soirqm correndo pelo porto do frente do oconchegonte chol6
e mergulhorom no pequeno pordo subterrdneo covodo o poucos me-
tros do coso. Depois que olgumos horos se possorom, o som do botolho
diminuiu e todos derom um suspiro de olivio.
Entao ouvirom possos pesodos no entrodo do pordo. Lentomente,
o porto se obriu com um rongido e um longo e frio cono de rifle emer-
giu do feixe de luz do sol. Umo voz folou no escuriddo. Ningu€m tinho
certezo do signi{icodo doquelos polovros, mos o mensogem ero cloro.
Angelino e os outros levontorom os mAos ocimo do cobeqo e soirom cer-
codos por soldodos omericonos, com ormos opontodos em suo diregdo.
O oliciol encorregodo fez sinol poro que todos entrossem no coso
"Entdo 6 isso", Angelino pensou consigo mesmo enquqnto os ldgrimos
escorriom por seu rosto. "Eu vou morrer hoje."
Elo sentiu o poi olhondo poro elo. Curvondo-se, o homem sussurrou
em seu owido:
- Onde estd suo f6, minho pequeno? Ore muito!
De repente, os ormos dispororom oo redor, enchendo o qr com um
borulho terrivel de tremor de terro.
- De volto oo porAo! - o o{iciol ordenou, empurrondo o grupo poro
foro do cosq.
Enquonto Angelino se jogovo no chdo de terro, elo se virou poro se
certilicor de que suo fomilio estovo seguro otrds delo. Todos estovom
ld, exceto o poi.
- Popoi! - elo gritou. - Popoi, onde voc6 estd?
Porecio que os soldodos omericonos tinhom outros plonos poro o
gentil m6dico em seu poder. Eles ordenorom que ele licosse no frente
r 0uffi8a Drrx0fl.tm | 33
do coso, com os brogos erguidos em sinol de rendiqdo, de frente poro
os ortilheiros olemdes que otirovom por trds dos orbustos e dos dr-
vores. Os omericonos esperovom que o ex6rcito que se oproximovo
nAo motosse olgu6m que se porecesse com seus compotriotqs.
Horrorizodo, Angelino se encolheu no porto do porAo observon-
do os bolos ossobiondo no olto, botendo no reboco bronco do coso,
tronsformondo-o em um pd iino que coio sobre seu poi como umo
neve mortol. As poredes, jonelos e porto do frente explodirom e
formqrom pilhos quebrodos enquonto ele permonecio im6vel, com
broqos erguidos, olhos fechodos e com ldbios proferindo polovros
que s6 Deus podio ouvir.
De repente, ocobou. As ormos silenciorom. Todos os soldodos
omericonos estovom mortos. A coso estovo em ruinos. Mos popoi
n6o foi tocodo, grqqos d miro cuidodoso dos olemdes.
Angelino correu poro os broqos de seu poi e enterrou o rostoem seu cosoco coberto de gesso. Elo ndo conseguio folor. Elo s6
conseguio choror.
Algumos semonos depois, os forqos omericonos e britdnicos ovon-
qorom pelo dreo novomente, desto vez em moior ntmero, empurrondo
os olemdes poro tras. Todos sobiom que o guerro logo terminorio.
*** **
Certo monhd, Angelino ocordou com um silOncio estronho e sinis-
tro. Nenhum borulho de ormos nos compos distontes. Nenhum ovido
sobrevoovq. Nenhumo bombo coindo obolovo o terro.
Lentomente, o goroto soiu e escolheu um gronde corvolho. Com
os mdos tremulos, ela comegou o subir. Mois olto, mois olto, mois
olto... elo subiu ot6 que pudesse ver por quildmetros em todos os di-
reqOes. Nenhumo corrogo puxodo por covolos cheio de corpos feridos
e songrondo possou por boixo. Nenhumo fumoqo fedorento e detritos
3l lconmnr
flutuontes poirovom rn or frio. O sol estovo noscendo em um novo dio,
um dio morcodo pelo abenqoodo sil€ncio do poz.
Ld no olto, Angelino soniu enquonto o sol do monhA oquecio seu
rosto. Finolmente, o guerro hovio terminodo.
I't!. f t
Angelino e suo fomilia se mudoram poro os Estodos Unidos ol-
guns onos depois do guerro. Elo cresceu, se cosou e se estobeleceu
no norte do Colif6mio, onde tmbolhou pom o PociJic Press Rrblishing
Associotion por muitos e muitos onos.
Se voc6 perguntosse o Angelino o que o gueno lhe ensinou h6 tonto
tempo, elo dirio ropidomente:
- Aprendi o procuror por milogres. Eles est6o oo nosso redor.
VocC sobe como 6 um milogre? Ndo? Bem, conliro o listo o sequir
poro sober se tolvez voc6 jd tenho visto olgum ocontecendo:
D O cinto de seguronqo que solvo umo vido em um terrivel ocidente
de trdnsito.
D Um modico hobilidoso que restouro o soide de um corpo doente.
- Um omigo que fico oo seu lodo mesmo quondo todo mundo foge.
D Um professor que se recuso o desistir de voc€, mesmo que voc€
tenho reprovodo duos vezes no provo.
D Suo mde ou seu poi que trobolhom em dois empregos pora pogor
suo educogdo cristd.
t Voce sente o doguro do cheiro de lirios se obrindo.
D Um cosol de ondorinhos que retorno oo mesmo ninho ono op6s ono.
D Seus pois juntos em tempos dificeis e qt6 porecendo se omor mois.
D Umo pessoo que morre feliz com o amor de Deus preenchendo
seu coroeAo.
D Voc0 quer seguir seus omigos em olgumo otividode pecominoso,
mos ndo o foz.
Esses sdo milogres muito reois, que podem estor ocontecendo bem
deboixo do seu noriz. NAo subestime o Deus. Ele estd trobolhondo
duro ogoro mesmo, procurondo tornor suo vido melhor, mois seguro,
mois soud6vel e com menos medo. Por que ndo poror e ogrodecer o
Deus pelos milogres que vocd v6 hoje?
A OIOL$ 6NT6RRADA
essoos mortos iicom mortos poro sempre - o gorcto com o ros-
to vermelho gritou deso{iodoromente, socudindo o dedo no or.
- Ndo 6 isso o que estd no Biblio - Josef, de 12 onos, reboteu,
com seu rosto possondo de moreno cloro poro roso. - Jesus prometeu
voltor e ressuscitor os mortos. Leio por si mesmo.
Josef Greig ndo esperovo esso explosdo repentino de seu omigo,
emborq ele nao estivesse surpreso com isso. Poucos meninos de suo
idode se preocupovom com religido, muito menos com o que ocon-
tecio com os pessoos quondo elos morriom. Essos discuss6es erom
deixodos poro os evongelistos itinerqntes que olertovom sobre o iro de
Deus em pirlpitos portdteis que iicovom sob tendos de lono. O povo
de Wgoming viu muitos desses pregodores possorem, mesmo oqueles
que viviom em remotos compos de petr6leo e fozendos de godo.
Mos, quondo um goroto como Josef insistio que Jesus estovo vol-
tondo e obririo os sepulturos, isso certomente virou motivo de contes-
toqAo rdpido e ocolorodo.
aBisUAEnrnntoa| 37
- E isso o que ensinom em suo igrejo do Advento?
Josef levontou o queixo.
- Eles nos ensinom muitos coisos boos. Minho mde dirige quose
50 quildmetros o codo semono poro que possomos ouvir o sermdo.
Contomos mtisicos e ouvimos hist6rios tomb6m.
- Oro, oro - o ogressor suspirou, zombondo, enquonto olhovo poro
os outros. - Josef se tornou um religioso. Ele 6 um sonto ogoro. Olhem
poro ele, porodo oli com umo pilho de Biblios no mAo. euondo nos
dermos conto, ele voi querer tiror umo oferto e botizor todos n6s no rio.
Ele deu um posso a frente ot6 seu noriz quose tocor em Josef.
- Sem chonce de isso ocontecer - disse ele.
Josef{icou im6vel, olhondo de volto poro o goroto. Eles se conheciom
hd muito tempo, frequentorom o mesmo escolo de umo closse s6 em Big
Hom Flots, hoviom ocompodo juntos sob o c6u deverao, ouvindo o uivo
dos coiotes no escuro. E hoviom porticipodo de reuni6es de vizinhos,
nos quois comido e diversdo erom servidos em proporq6es generosos.
Mos, noquelo torde ensolorodo de sdbodo, porecio que eles hoviom
se deporodo com um temo de discussdo sobre o qual eles definiti-
vomente nAo se entendiom e, se o resposto do omigo dele fosse um
indicio, eles nuncq se entenderiom.
- Se voc€ oo menos procurosse olguns textos, verio que estou ceno
- Josef folou, jogondo um rdpido olhor poro os outros. - Eu trouxe o
Novo Testomento poro todos, olhem!
Ele levontou suo pilho omrmodo de liwos no frente dele.
- Nao voi levor mois que um ou dois minutos.
- Entdo - o menino provocodor soniu, ogindo como se de repente
ele tivesse se interessodo - voc6 folou que esse pequeno liwo pode
me provor queJesus estd voltondo e que os pessoos mortos brotorAo
do ch6o e cominhordo como se nodo tivesse ocontecido?
O goroto bolonqou o cobego e orroncou um dos testomentos dos
mAos estendidos de Josef. Ele o levontou poro que todos vissem.
38 lcoR^ctill
- Permito-me provor olgo poro voce de umo vez por todos.
Ele coiu de joelhos e comeqou o covor no solo mocio.
- Vou enterror esto Biblio oqui no ch6o.
Seus dedos covorom profundomente no oreio e no terro.
- lsso mostrord que o ressurreiqdo nunco voi ocontecer. Nunco!
Ele jogou o pequeno Novo Testomento no buroco que hovio ocobo-
do de fozer. olhondo poro cimo, ocrescentou:
- Quondo vocd morre e 6 enterrodo, 6 oi que voc€ permonece, ossim
como esto Biblio voi Iicor ot6 opodrecer.
Ele cobriu o buroco e deu um topinho no terro com firmezo.
Levontqndo-se, olhou poro Josef por um longo momento.
- E isso que eu penso sobre suo ideio moluco - disse ele. - Morto
6 morto, e ndo 6 Jesus quem voi mudor isso.
os meninos se virorom e se opressorom, deixondo Josef sozinho
com suo pequeno colegdo de Novos Testomentos, porodo oo lodo de
umo pilho de terro rec6m-remexido.
Mqs esse ndo 6 o {im do hist6rio. Ndo mesmo!
Muitos onos depois, quondo Josef jd ero odulto, ele se cosou e
ensinovo religido no Universidode de Andrews, em Berrien Springs,
Michigon. Ele foi convidodo poro um reencontro de omigos. A moiorio
doqueles meninos, ogoro homens odultos, que o confrontorom noque-
lo torde de sdbodo muito tempo otrds estovom noquele reencontro.
Duronte os felizes comemorog6es, ele sentiu um toque no ombro.
- Oi. Eu sou Pete - disse um homem bonito com um sorriso. - Eu so
querio que soubesse que voc6 6 o motivo de eu ser cristAo hoie. Estou
esperondo muito tempo poro lhe dizer isso pessoolmente.
Josef piscou de surpreso.
- Eu? - ele perguntou.
Pete deu um lorgo sorriso.
- VocE se lembro doquelo pequeno confusdo que voc6 teve com
um grupo quondo 6romos criongos?
ABisuAE rEnnaoa| 39
Josef sorriu.
- A gente orrumovo muito confusdo noquelo 6poco.
- Esso foi diferente - continuou Pete. - Voce insistiu que Jesus irio
voltor e ressuscitor os mortos. VocO ot6 tinho Biblios poro entregor
poro provor suo opinido.
O professor concordou com o cobego.
- Ah. sim. Eu me lembrei. Meu testemunho ndo deu muito certo.
Um dos meninos enterrou o presente dele no compo.
- Isso mesmo - Pete ossentiu. - Bem. eu estovo ld. Vi tudo. E nun-
co consegui esquecer cgmo voc6 defendeu suo f6, mesmo quondo o
ridiculorizomos e zombornos de suos polovros. Duronte onos, refleti
sobre o signi{icodo do seu'dese.jo de comportilhor o evongelho com
seus omigos e o cruel resposto que lhe demos. Com o tempo, cresgeu
em mim o convicqdo de que o que vocd disse sobre Jesus ero verdode,de que Ele ero de foto o Senhor de todo vido.
O estronho limpou o gorgonto, seus olhos comeqorom o se encher
de 169rimos.
- Eu s6 querio que voca soubesse que minho esposo e eu ogoro
noscemos novomente como cristaos e dedicomos o vido o ministror
oos morodores dos ruos de Los Angeles.
Josef ficou porodo, posmo. Serio possivel que umo semente plon-
todq hd 40 onos tenho se enroizodo, mudondo o vido de um homem
poro sempre?
EntAo ele sorriu. Cloro, ero possivel. Tudo 6 possivel quondo o
Espirito Sonto est6 envolvido.
- Louvodo sejo Deus! - Josef exclamou.
Em qlgum lugor, no solo orenoso de Wgoming, umo Biblio descor-
todo estd opodrecendo ot6 viror p6. Mos seu poder vive novido de dois
homens. Um que folou os polovros do verdode e o outro que os owiu
e refletiu sobre elos.
T6Nlt
As vezes, crionqos e odultos mostrom suo corogem usondo polovros
gentis e omorosos. Eles folom com confiongo, mesmo que poreqo que
ningu6m esto ouvindo.
Aqui estAo olgumos polovros do Biblio que devem nos ojudor o nos
tornormos testemunhos oindq mois poderosos. Como nosso hist6rio
demonstrou, os polovros podem mudor vidos.
Reserve um momento ogoro e memorize umo destos belos cito_
qOes. Voce pode escolher:
D "Voc€s receberAo poder quondo o Espirito Sonto descer sobre vo-
cos, e ser6o Minhos testemunhos [...] nos lugores mois distontes do
Terro" (At 1:8).
D "'Voco 6 Minho testemunho, 6 Isroel!', diz o SeuHon. 
,Voc€ 6 Meu
servo'" (ls 43:1-0).
D "Nao foz sentido ocender umo ldmpodo e depois colocd-lo sob um
cesto. Pelo contrdrio, elo 6 colocodo num pedestol, de onde ilumrno
todos que estAo no coso" (Mt 5:15).
D "Ndo se preocupem com o modo como se defenderAo nem com o
que dirdo, pois o Espirito Sonto, noquele momento, lhes dord os nolo_
vros certos" (Lc 12:LL, !2\.
Segdo
Mfi:fi'iTr
FILA6T6S 
DA S6L\JA
Uord Porks olhou bem o tempo de ver um wlto solit6rio soltor
poro dentro do selvo sem fozer borulho.
" Ld voi ele", o estudonte missiondrio pensou enouonto co-
locovq umo bolo de futebol surrodo em umo coixo orgonizodoro.
" Solomdo sai do escola todos os dias, indo sobe-se Id para onde. Diz
que estd dando estudos biblicos, mas ninqudm sabe oo certo],
BUord fronziu o testo.
" Vou resolver esse mistdio. AJinoI, ndo vrm do outro lado do mundo
s6 para ensinar educagdo fisica"
O jovem se opressou poro suo modesto coso, pegou suo Biblio e
correu pelo p6tio do escolo. "Aquele coru est1 tamando olguma coisa,
e eu vou descobrir o que 6."
SolomAo Sumner ouviu possos correndo otrds dele.
- VA pelos cominhos e volodosl - ele gritou. - lsso 6 o que
Deus ordenou.
GGiffiGTfti'14:23(NVr.
fltuonrs ors€lvr | 43
Bgord colocou-se oo lodo do jovem, de 28 onos, e tentou recuperor
\ o fdlego noquele or rimido.
- Aonde voco estd indo com tonto presso? - ele perguntou. - Dor
- um mergulho no logoo? Visitor o cochoeiro?
Solomdo riu.
- Vou fozer o que n6s dois viemos fozer oqui. Contor ds pessoos
sobre Jesus.
Ele fez umo pouso.
- Quer vir comigo?
- Cloro - Bgord respondeu concordondo com o cobego. - Mos ndo
sei como testemunhor. Sou um professor, ndo um pregodor.
- Vou lhe mostror como se foz - foi o resposto rdpido.
**** |
Ap6s 30 minutos de cominhodo, os dois soirom em umo cloreiro
onde hovio umo coso simples de modeiro com telhodo de zinco, os-
sentodo sobre polo{itos. Porcos e golinhos corriqm no sombro fresco
deboixo do estruturo.
, - old? - SolomAo chomou mois olto do que os guinchos e cocorejos.
- Jesus nos ordenou ir oo mundo poro opresentor o Biblio. Podemos
estudor com voce?
Bgord riu silenciosomente." Sim, claro, como se isso/ossefuncionor."
- Por fovor, entre em minho humilde coso.
. A resposto veio de um morodor que eles nao conseguiom ver.
os dois ropidomente subirom os fr6geis degrous.
Assim foi o torde todo. Os ropozes cominhovom ot6 outro cloreiro,
cumprimentovom estronhos em voz olto, erom convidodos o entror
em suos cosos e dovom estudos biblicos, sempre deixondo umo orogdo
ecoondo nos ouvidos de seus on{itri6es.
44 lcorletrt
- Por que voc6 foz isso? - BUord perguntou quondo eles Iinolmente
otrovessorom os sombros do noite em direcdo d escolo.
Solomdo sorriu.
- Eu estovo sentqdo no closse do Escolo Sqbotino ouvindo o pro-
fessor discutir olgo sobre Tiogo 2 ou olgum outro trecho do Biblio. Ei,
esto tudo certo poro pessoos mois velhos, mos oindo sou jovem. Quero
oqdo! EntAo me levontei, soi do igrejo, otrovessei o ruo correndo e boti
no primeiro porto que encontrei. "Bom dio", eu disse d mulher que
otendeu. "Voco se importo se eu estudor o Biblio com vocd?"
Bgord iicou odmirodo.
- E elo convidou voc6 do mesmo formo que os notivos desto ilho?
- Sim. Conversomos sobre o omor de Deus. Bem, eu disse d
Associoqdo Gerol que querio trobolhor em tempo integrol dondo es-
tudos biblicos. Portonto, eles me enviorom oqui poro o Micron6sro.
Doquele momento em dionte, Bgord possovo codo minuto dispo-
nivel cominhondo pelo selvo, seguindo seu novo omigo em miss6es
de oventuro. Em muito pouco tempo, Solomdo conseguiu dezenos de
novos estudos biblicos.
Alguns dos outros estudontes missiondrios entrorom em ogdo, le-
vondo viol6es, cortozes ilustrotivos e suos vozes poro lugores distontes
no belo ilho de Pohnpei. Solomdo e BUqrd ot6 comeqorom cinco filiois
do Escolo Sobotino no olto dos montonhos vulcdnicos otr6s do escolo.
*****
Um homem chomodo Sr. Luciono estovo provondo ser um deso{io
especiol poro os dois missiondrios.
- Ndo gosto de ir d coso dele - Bgord odmitiu certo torde enquonto
se oproximovom de onde moravo o homem_ - Ele tem umo foto de
umo mulher quose nuo pendurodo no porede. O diobo Iico tentondo
me fozer olhor poro elo enquonto estudomos o Biblio.
fl.aoBrs0tsrwA I il5
- Entendo o que voce quer dizer. Mos 6 o coso dele. Ndo hri muito
que possomos fozer sobre isso.
Com certezo, o gronde pdster ficovo do outro lodo do solo enquonto
eles se sentovom no chdo de cimento coberto com um topete.
- O sdbodo ndo 6 o s6timo dio - ofirmou o Sr. Luciono perto do lim
do estudo. - O domingo 6 o s6timo dio e o segundo-feiro 6 o primeiro.
Todo mundo sobe disso.
Buord olhou poro seu colego poro ver como ele responderio dquelo
r6plico. Poro suo totol surpreso, ele viu que Solomdo estovo olhondo
diretomente poro o cortoz.
- O que voc6 estd fqzendo? - o jovem sussurrou.
Um sorriso se espolhou no rosto do instrutor biblico.
- Sr. Luciono, o que tem noquelo foto?
Bgord ndo conseguio ocreditor no que ouvio! Solomdo estovo pedin-
do oo homem do coso que olhosse diretomente poro o mulher seminuq.
O homem se esforqou poro Iicor de p6 e cominhou ot6 o imogem
no porede. Ele se oboixou e onolisou olgumo coiso escrito espolhodo
pelo borrigo nuo do mulher.
O Sr. Luciono {icou espontodo, virondo-se poro encoror
seus convidodos.
- Voce estd certo. O sdbodo 6 o sotimo dio. Isso siqni{ico 0ue sdbodo
6 o sdbodo do Senhor.
BUord olhou otordoodo e em sil€ncio poro o cortoz. Ero um colen-
dorio. EntAo, de repente, ele entendeu o resposto do homem oo prestor
otenqao no que estovo oli. O obieto de tomonho tentoqao tornou-se
umo ferromento evongelistico muito incomum, porque o colenddrio
mostrovo cloromente que o sdbodo ero o s6timo dio do semono
*****
{6 lconreul
Certo torde, no colino ocimo do oldeio, umo senhoro idoso correu
poro cumprimentor SolomAo e Buord enquonto eles possovom por ld.
- Minhos netos, minhos netos! - gritovo elo, oflito.
- Quol 6 o problemo, Mongomi? - Solomdo perguntou.
- Elos tem umo doengo de pele. Ah, 6 terrivell - o mulher lomentovo.
Pelo descriqao que elo deu, os dois missiondrios sobiom que pode-
rio muito bem ser o temivel lepro.
- Por fovor, orem por elos. Agoro mesmo! Oreml
Os trCs se ojoelhorom no estrodo, e SolomAo derromou suo tristezo
oo ouvir o terrivel noticio. Fervorosomente, ele orou pedindo o Deus
que curosse cs duos meninos.
Umo semono depois, o idoso correu poro encontrd{os.
- Foi por couso de suos orogdes - disse elo, ofegonte - que minhos
netos forom curodos!
- Deus 6 bom! - resDondeu Solomdo. - Deus 6bom!
***t*
Enquanto porticipovom de um funerol, Solomdo e Bgord se virom
cercodos por choro olto e gritos de tristezo. O homem morto jozio en-
volto em montos coloridos no centro do solo. Solomdo coiu de.joelhos,
fechou os olhos, cruzou os mdos e comeqou o contor o oroqdo do poi-
-Nosso. "Poi nosso, que estds nos Ceus." O pronto diminuiu. "Sonti{icodo
o Teu nome." O silOncio tomou conto do solo enquonto todos owiom
o voz profundo e ressononte de seu visitonte. "Teu reino venho, Tuo
vontode, no Terro e no C6u se foco."
No instonte em que ele terminou de contor, o paz hovio se esto-
belecido sobre o multiddo enlutodo, umo colmo que s6 Jesus poderio
trozer oos coroedes portidos.
*****
i| .aSsES 0ASfl.UA | 47
Quondo o ono letivo chegou oo fim, todos os estudontes missio-
norios se preporovom poro retomor poro coso. pouco ontes de deixor
o ilho, Buord procurou seu omigo Solomdo. Eles se encontrorom no
selvo que se tornou o cominho deles poro testemunhor.
- Quem voi cuidor de todos os estudos biblicos que comeqomos? - ele
perguntou, sobendo que seu colego se mudorio poro ouUos ilhos em breve.
Solomdo olhou otrov6s do vegetoqdo poro o proio distonte.
- Deus sempre tem um Eliseu - disse ele colmomente. - Alquom
vird e continuord o trobolho que comeqomos.
Ap6s ter experimentodo tudo o que possorom no ono onterior,
Bgord sobio que o esperonqo de seu omigo se cumpririo.
Pouco depois do despedido deles, o telefone tocou no quorto do
coso de Buord, nos Estodos Unidos. Erom tres horos do monhd. Avoz
no linho folovo lentomente no ouvido do jovem.
- Lomento informor, mos seu omigo Solomdo morreu. Ele estovo
conduzindo estudos biblicos em umo pequeno ilho e sofreu umo in-
suficiOncio hepdtico. Ndo conseguimos levor os rem6dios o tempo.
O telefone coiu dos mAos de Bgord. A medido que ele comboleovo
,em direqdo oo bonheiro, ldgrimos coiom de seu rosto. Porodo em fren-
te d pio, ele se lembrou dos riltimos polovros que Solomdo disse poro
ele noquelo torde no selvo. Olhondo diretomente poro seu reflexo no
espelho, o jovem gritou em prontos e determinoqdo:
- Bgord, vocd 6 o Eliseu de Solomdo.
Entdo ele pediu o Deus que o obengoosse poro que ele pudesse ogir
conforme o compromisso que hovio feito.
Em olgum lugor, em umo pequeno ilho no Pocilico Norte, umo
pequeno cruz de modeiro guordo o lugor de desconso de Solomdo
Sumner, um homem que tocou o vido dos morodores de umo ilho
distonte e reolizou mois do que ele jomois imoginorio.
*t*tt
;6 lmumrr
Bgord Pork se tomou postor, ojudondo o orgonizor e conduzir
proietos que ouxiliom igrejos o crescer. Ele ojudou o DMsoo Norte-
-Americono no crioqdo de progmmos de preporoqdo de jovens poro
pop6is de lideronCo otroGs do tobolho voluntrlrio. Ele otuou no lindo
pois do 'lirrquio e ogom estd orgonizondo proietos de copocitogdo mi-
nisteriol no Oriente Medio.
O postor Porks ofirmo que n6o importo o qudo ocupcdo ele fique,
ou onde sejo seu lor, umo porte de seus pensonEntos e orogdes sem-
pre permonecerd centrodo no gentil pwo do Micron€sio.
$urr haos
hris ocordou ossim que seu poi possou por ele. Ele ouviu o ho-
mem coir no chdo, seguido de umq chuvo de livros.
- Botemos em umo boleio?
menino engoliu em seco. Robert Aros ndo respondeu enquonto
tropegovo nos livros dispersos do biblioteco do veleiro e subio q escodo
em direqdo oo conv6s. AIgo estovq terrivelmente errodo.
- O que oconteceu? - gritou poro suo esposo, Morgoret, que estovo
olhondo poro o escuriddo.
O vento engoliu suo pergunto com um rugido. O borco deles io poro
tr6s quondo umo ondo boteu no cosco. Agorrondo o timdo, o homem
deu vdrios rododos nele. Nodo. O leme ndo estovo no dguol
A luo soiu de trds dos nuvens do meio-noite e iluminou o oceono
com umo luz proteodo suove. Agoro, o homem e suo esposo podiom
entender por que os ondos do orrebentoqdo foziom tonto borulho d
distancio. Umo o umo, ontes de se jogorem contro o emborcogdo, elos
botiom no chdo firme.
50 lconmrrr
Chris oporeceu nq escodo do veleiro.
- O que estd ocontecendo conosco? - ele gritou.
O Sr. Aros se virou, seu rosto estovo p6lido.
- Chris, otingimos um recife. Estomos presos!
A luo desoporeceu otr6s dos nuvens, deixondo os trds viojontes no
escuriddo e no mor.
Esse deverio ser um cruzeiro dos sonhos, umo jornodo pelo Poci{ico
Sul. O Sr. Aros, o en6rgico copitdo do borco, hovio plonejodo cuidodo-
somente todos os cursos do emborcogdo. Ele, o esposo e o filho, Chris,
hoviom portido no yomonos, um soveiro de 36 p6s.
Eles tinhom soido do porto de Long Beoch, no Colif6rnio, e forom
poro Puerto Vollortq, no M6xico, onze meses otrds. Depois, novego-
rom poro bqixo do Linho do Equodor ot6 os Ilhos do Sociedode e o
Toiti, onde Chris {icou muito otroido pelo doce sorriso de umo ceno
goroto toitiono.
Em seguido, Boro Boro se levontou do mor, seguido pelos monto-
nhos de Rorotongo.
Poucos dios ontes, eles hoviom soido coutelosomente do estreito
porto Avotiu do ilho, corregodos com novos suprimentos poro o vio-
gem d Novo ZelAndio. Umo vez em mor oberto, eles iqorom os velos e
sentirom o vento corregd-los no direqao de Fiji.
Contudo, no noite de 9 de novembro de 1982, o sonho se tomou
um pesodelo.
- Morgoret, ligue o rddio - Chris ouviu seu pqi gritor. - Envie um
pedido de socorro.
A mulher mergulhou escodo oboixo e entrou nos pequenos olojo-
mentos deboixo do conv6s.
- Tolvez ele n6o tenho sido muito doni{icodo - ofirmou o Sr. Aros.
pegondo suo roupo de mergulho de um ormdrio pr6ximo.
- Vomos tentor oncord-lo - o goroto gritou por cimo do ombro
enquonto corrio poro o frente pelo conv6s.
riunloosl El
Ele loncou umo corrente e observou o dncoro pesodo coir no brovo
mor enquonto outro ondo se orrostovo sobre seus p6s.
- Elo ndo Iixou - onunciou Chris quondo o dncoro comegou o rolor e
ser orrostodo, empurrodo como um brinquedo pelo recife roso. - Devo
descer e fixolo?
- NAol - Mqrgoret gritou do topo do escodo. - Ndo sem um
colete solvo-vidos!
Encontrorom ropidqmente o equipomento de seguronqo e, em
segundos, Chrls e seu poi estovom se preporondo poro entror nos
ogitodos ondos.
- O que foi? - o Sr. Aros perguntou, sentindo o opreensdo do esposo.
- Voce esto sentindo cheiro de combustivel? - perountou elo. -
Estovo forte no beliche. E se...
- Vomos soir dele - disse o homem tronquilizodoromente. -
Comece q iuntor os coisos, openos por precougdo.
Outro ondo socudiu o borco, quose derrubondo o trio.
- Vomos ld, Chris - ordenou Aros.
O goroto mergulhou e encontrou um ponto de opoio no recife sub-
merso. Seguindo o corrente, ele se ofostou do borco ot6 ochor o dncoro.
- f corol-c6rebro - gritou Chris. - Liso e duro. Ndo h6 onde fixor.
O borco Vomonos se deslocou novomente, esmogondo-se con-
tro o corol. " Qual serA a hryura do recifeT', o Sr. Aros se perguntovo.
" Quanto tempo temos ontes de o mar empurrar o desgastado borco
sobre a bordaT
Ele coiu no 6guo escuro e ogorrou o ancoro de proo. Tolvez isso os
montivesse firmes. Lutondo contro o movimento constonte dos ondos,
ele correu poro um locol o olgumo distancio e permitiu que o peso de
quose 16 quilos ofundosse no corol. Quondo ele se virou, seus olhos
se orregolorom.
Iluminodos por pequenos relonces do luor, os velos do yamonos se
ogitorom como um fontosmo noquele vento uivonte, soltqndo-se de
52 lc0saorr!
suos omorros. As ondos botiom sem piedode contro q emborcoedo,
.iogondo oltos jotos de dguo no or. Mos o visao que porou o corogdo
do homem nesse meio-tempo foi o cosco. Ele estovo portido de proo
d popo, como um coco sendo preporodo poro umo refeiqdo. A luz fluiu
de seu interior, derromondo-se pelo superficie do mor.
Um poderoso odor oslixionte encheu suos norinos. Os tubos de
combustivel se sepororom.
- Ndo conseguimos oncoror o borco! - disse o Sr. Aros, tentondo
monter o voz cqlmo. - Chris! Morgoret! Temos que obondonor o borco.
Os dois voltorom poro o deque inclinodo, encontrondo um cominho
pelo luz froco enquonto ondo op6s ondo os otingio.
- Morgoret, temos que ir - gritou o homempelo escotilho.
Ele viu 69uo girondo e subindo oboixo do convds.
- Voc6 e Chris devem pegor o que precisom.
- Peguei comido - folou o mulher, oporecendo no bose do escodo
- e nossos possoportes, o grd{ico, os liwos nduticos, umq bfrssolo e
nosso Biblio.
- 6timo. Vomos! - seu morido gritou. - O borco estd cheio de fu-
moqo. As luzes e boterios oindo estao ligodos.
- Eu sei, eu sei! - interrompeu Morgoret enquonto levovo supri-
mentos poro o conv6s. - Elos podem soltor umo foisco. Estou com
tonto medo!
o homem se Iirmou.
- Vomos, Chris, vomos entror logo no bote.
O Sr. Aros e seu {ilho desdobrorom o pequeno emborcoqdo de
emergOncio de seu lugor de ormozenomento ocimo do cobine e co-
meqorom o inflor o bote de borrocho que hovio sido embolodo em suo
copo protetoro.
Enquonto Chris trobolhovo no bombo de p6, seu poi pegovo su-
primentos freneticomente. Vendo umo gronde bolso de lono cheio de
cocos, ele o levontou e comeeou o corregd-lo oo longo do convris. Sem
ili{jFf,roos I b3
emitir nenhum som, o bolso se obriu, soltondo os preciosqs fruos
no mor.
- O que mois, poi? - Chris perguntou enquonto iogovo o bote mocio
oo mor.
- Pegue o velejodor!
O Sr. Aros ogorrou vorios ferromentos de novegoqdo de suo meso
enquonto suo esposo jogovo umo fronho volumoso e recheodo no bote
que bolonqovo. Eles trobolhorom ropidomente, lutondo contro o sen-
socao oterrorizonte de que o quolquer momento o yomonos poderio
explodir em um clordo brilhonte, longondo-os em chomos no oceono.
- Temos que soir doqui! - o homem gritou. - Chris, subo no bote
infldvel e puxe o velejodor. Morgoret, pule. VocO tem que pulor!
- Bob... - elo olhou poro o morido, com o medo escurecendo seu
rosto normolmente olegre.
O homem fez umo pouso.
- VocC tem que pulor - ele repetiu, desto vez suos polovros erom
suoves e encorojodoros. - Eu estqrei bem otras de voc6.
Morgoret escorregou pqro o mor e desceu poro o bote que o es-
perovo. O Sr. Aros o seguiu ropidomente. Sem dizer umo polovro, ele
e Chris omorrorom os duos emborcoq6es e liberarqm suos conexoes
com o yornonos. Instontoneomente, eles possorom pelo borco e se
ofostorom, levodos pelo conente.
Olhondo poro tr6s, virom seu lindo borco se onostondo nos dguos,
os velos rosgados botendo, o orgulhoso mostro sendo lonqodo em um
dngulo vertiginoso. E, entao, ele se foi. Tudo o que restovo ero o noite.
**** *
O oceono do sul do Pocl{ico porecio um cobertor cinzento enrugodo
enquonto o sol subio em diregao oo horizonte distonte, perseguindo o
noite poro o oeste, com suo oproximogdo silencioso.
54 lconaornl
Em olgum lugqr, no vosto movimento dos correntes e mor6s, um
trio de vio.jontes sentovo-se omontoodo em um minrisculo bote infld-
vel, observondo o omonhecer com olhos questionodores_
Horos ontes, d meio-noite, eles virom seu borco Vomonos, donifico-
do e quebrodo, sumir de visto, engolido pelos ondos fortes que vorriom
o recife de Beveridge. Agoro, com o novo dio, um pensomento pesovo
no or quente: Quanto tempo eles sobreviveriamT
- Vdo ficor procurondo por n6s - disse Robert Aros, olhondo poro
seu {ilho de 17 onos, Chris, e suo esposo, Morgoret.
- Sim - disse o goroto, sorrindo. - Enviomos um pedido de socorro.
- Ah... ndo, ndo enviomos - interrompeu o mulher. - euondo desci,
o rddio porou de funcionor ossim que o liguei. A dguo hovio chegodo
ot6 ele. Ele nAo funcionou.
- Ndo funcionou! - Chris orfou, com umo corronco morcondo seu
rosto iovem.
Depois, voltou o se onimor.
- Mos eles vdo {icor sem o nosso check-in regulor e o relot6rio de
novegoeao no rede moritimo, certo?
- Sim, elesvao - o poi ossentiu. - Mos pode levor dios ot6 que eles
nos encontrem. E melhor fozermos um bolonco dos suDrimentos e um
plono de sobreviv6ncio.
Os tres comeqorom o vosculhor os socolos e outros recipientes que
hoviom jogodo ds pressos nos dois botes no noite onterior. Junto o um
kit de primeiros socorros, hovio um sinolizodor, umo lonterno, equi-
pomento de pesco e um dispositivo poro coletor umidode do or. Chris
encontrou algumos comisos, colqos e suo foco de sobrevivdncio. Hovio
tr6s coletes solvo-vidos e um recipiente com quose 20 litros de dguo.
- Espere oi - disse o Sr. Aros, levontondo os olhos. - Onde estd o
olmonoque ndutico? Onde estd o brissolo?
- Sinto muito - respondeu Morgoret. - Devo ter colocodo eles no
chdo, mos ndo os coloouei no soco.
O homem se
nlumoos | 55
e cruzou os broqos sobre o peito, cortondo
o converso.
Chris ndo gostovo quondo seu poi {icovo brovo. Normolmente, ele
ero um homem olegre, cheio de vido e de grondes ideios. Mos hovio
momentos em que seu poi podio ser um pouco teimoso e inflexivel.
Finolmente, o Sr. fuos quebrou o sil€ncio.
- Temos de montor umo velo e um leme. pelos meus rlltimos cdl-
culos, estomos o leste de Tongo. Esso dreo do oceono tem muitos
ilhos. Com o corrente indo nesso diregdo, devemos novegor porq umo
delos ontes que nosso comido ocobe. Mos ndo devemos ir poro o su-
doeste. Nao hd nodo ld emboixo ol6m de mois de 4 mil ouil6metros
de mor oberto.
- lsso porece bom, copitdo - Chris respondeu,
Ele olhou poro Morgoret.
- Sim, isso foz sentido - elo disse.
- Ei, o que tem poro o cof6 do monh6? - o goroto perguntou onimo-
domente, tentondo levor o converso poro um nivel mois confortdvel.
O Sr. Aros pegou o fronho que suo esposo hovio jogodo no noite
onterior e olhou seu conteido.
- Porece que temos principolmente produtos enlotodos.
- E sem rotulos - ocrescentou Chris, espiondo por trds de seu poi.
O homem fronziu o testo.
- Nodo mois? Nenhumo fruto? E um suco de loronjo?As bononos?
- Eu ndo peguei - disse Morgoret, boixinho. - Tudo o que eu con-
seguio pensor ero no borco ofundondo. Eu tinho que soir rdpido doli.
O Sr. Aros fechou os olhos e monteve o boco fechodo por um
longo momento.
- Ok, tudo bem.-. - disse, finolmente. - Temos 17 lotos de comi-
do, olguns omendoins e quqtro pocotes de mocorrdo seco. Acho que
levoremos de sete o nove dios poro chegor o Tongo, mos 6 melhor
estormos seguros. Vomos dividir umo lota de comido entre n6s o codo
urou
g6 lconrolut
monhA. A noite, codo um de n6s pode comer sete omendoins. Se isso
for feito corretomente, voi duror dez dios. EntAo comeqoremos com
os olimentos secos.
- Podemos sobreviver com isso - ofirmou Chris, esperonqoso.
- Sim - concordou Morgqret. - E temos dguo. Ndo muito, mos ocho
que temos o su{iciente poro oguentor.
A pequeno fomilio boixou o cobeqo e orou; depois, obriu o primeiro
loto de comido.
**** *
O dio possou enquonto os tres ndufrogos se preporovom poro o jor-
nodo. Prenderom umo velo improvisodo entre dois remos e o igorom.
Outro remo foi preso oo bote troseiro poro servir de leme.
Morgqret mol dormiu noquelo noite, enrolodo sob ovelo omorrodo,
tendo o morido e o enteodo posicionodos um de codo lodo delo.
Ao omonhecer, eles guordorom olguns grOos de milho do cof6 do
monhd poro usor como isco de pesco. Entretonto, nodo subiu poro
mordiscor o lonche no meio do oceono. A fome estovo comeqondo o
boter no estdmogo dos trds morinheiros.
Chris sentou-se, observondo os ondos, com um olhor distonte.
- Eles irdo nos encontror - disse ele, mois poro si mesmo do que
Doro os outros.
**** *
Sem ovisor, umo ondo troigoeiro ergueu-se do mor sem servisto e
foi em diregio oos botes. Seus movimentos erom sutis e rApidos. Antes
que olgu€m pudesse reogir, o gronde ondo estovo sobre eles. Como
folhos dionte do vento, os min0sculos emborcoq6es virorom, jogondo
seus ocuDontes nos ondos.
uurnlcos I b7
- Morgoret! Chris! - o Sr. Aros gritou no instonte em que voltou
poro o superficie.
- P0poil Aqui!
- Eu tombem.
Eles ropidomente endireitarom os borcos e voltorom o bordo, ofe-
gondo. Um remo se perdeu, ossim como os suprimentos m6dicos, um
por de tdnis e suo fnico lonterno. Entretonto, o comido e o dguo per-
moneciom bem omorrodos.
A vido logo se tronsformou em umo s6rie de eventos simples que
se tornovom codo vez mois dificeis com o possor dos dios. Todos os
tordes, o vento oumentovo, empurrondo os ondos codovez mois qto,
socudindo os botes, esticondo os cordos que os prendiom. Monter o
rumo tornou-se dificil enquonto os tres se revezovom poro monter o
pequeno flotilho indo direto poro os ondos.
- Sinto muito por ter nos metido nisto - disse Aros umo torde. _ Eu
deverio ter sido um novegodor melhor. Nao pensei que estiv6ssemos
perto doqueles recifes.
- Ah, o que 6 isso, poi - disse Chris. - Ndo seio tdo duro consrgo
mesmo.
- Novegor pelo Pocilico ero o meu sonho, ndo o de voc6s - reboreu
o homem.
- Estd tudo bem. Nds nos divertimos muito. Al6m disso, voc6 oindo
6 o copitdo. Sim,voce nos meteu nisto, mos sobemos quevoc€voi nos
tiror doqui.
O Sr. Aros tentou sorrir, mos ndo conseouiu.
*****
A proximovez que umo ondoUoiqoeiro os otingiu foi d noite. De repen-
te, os n6ufrogos se virom se debotendo em dguos escuros como breu, lu-
tondo poro respirar, sem verem noda, owindo openos o borulho dos dguos.
60 lconlotut
meus pr5s, omorrondo-os um oo outro. N6o conseguio usor os pemos.
56 os broqos. Tive de seguror o remo. Foi tdo dificil. Eu reolmente
pensei que irio me ofogor.
Por um longo momento, os tr€s ficorom obrogodos, tentondo opq-
gor do mente imogens do que poderio ter ocontecido.
No dio seguinte, o bote inJldvel comeqou o murchor.
***{r
Chris respirou profundomente e se segurou com firmezo oo lodo do
bote. Esses mergulhos repentinos no oceono estovom virondo rotino.
Logo que ele encontrovo um lugor confortdvel e coio em um sono
ogitodo, umo ondo troiqoeiro se levontovo e quebrovo sobre eles, jo-
gondo-os como lenho no oceono.
O filho olhou poro o poi, que estovo tentondo monter-se d tonq.
O homem estovo cheio de feridos. Seu rosto, gerqlmente bem borbe-
odo, estovo emoldurodo por umo borbo grisolho e crespo.
Chris viu Morgoret lutor poro chegor d superficie. A odoptocdo do
entrodo delo no fomilio hovio sido dificil poro ele. No entonto, elo o con-
quistou com suo devogdo implocdvel e oltruisto, tonto poro com seu poi
quonto poro com ele. Agoro, juntos, eles enfrentovom olgo que nenhum
deles jomois hovio imoginodo. Eles sentiom que morreriom no mor.
Dezenove dios se possorom desde que o Vomonos desoporeceu de
visto. A mqior porte do comido hovio ocobodo. Apenos olguns mocor-
r6es secos se intemunhom entre eles e o fome.
*ti* *
Dio vinte e um. A comido ocobou. Hovio pouco dguo fresco.
A distdncio, elesvirom ilhqs no horizonte, seduzindo-os com suo pro-
messo de todo tipo de frutos e rios de dguo limpido e doce. Mos sempre
ilA|JrMo0sl 6l
erom orrostodos poro foro do olconce. Algumos ot6 se erguiom d frente,
mos os correntes oceAnicos se deslocovom o cerco de um quil6metro
e meio do terro, levondo os n6ufrogos poro longe dos proios distomes,
onde coqueiros bolongovom no or tlmido. Em seu estodo enfroquecido,
o trio sobio que tentor nodqr ot6 o terro serio suicidio. E sempre hovio o
possibilidode de tubordes esperondo logo oboixo do superficie.
Umo torde, um novo inimigo possou o residir no bote.
- Poi!
0 homem fez umo pouso, com o gorrofo de dguo em seus ldbios.
O liquido quente tinho um gosto bom, muito bom. por que oquelos
duos pessoos estovom tentondo impedilo de terminor suo bebido?
- O que vocd estd fozendo? - perguntou Morgoret.
O Sr. Aros piscou e ndo disse nodo.
- Chris, segure ele.
O goroto segurou o poi, sentindo um choque imedioto oo perceber
como os brogos dele estovom leves e os ossos, opqrentes. Morgoret
focilmente tirou o recipiente de 69uo de seus ldbios.
- Quonto oindo temos? - Chris perguntou temerosomente.
- Menos de meio litro. Ele bebeu metode do que hovio sobrodo.
O homem olhou poro o mor. Ele nAo sentio tonto sede o0oro_
rt***
No meio do monhd do vig6simo terceiro dio, eles virom olqo novo
d frente, olgo roso no 6guo.
- E umbonco de oreio - oiirmou o Sr.Aros, com o respirogdo ofegonte.
Chris onolisou o foixo de terro que se oproximovo, projetondo-se o
poucos metros do superficie do mor.
- Ei, ndo estomos nos desviondo.
As ondos comeqorom o crescer. Ao meio-dio, elos estovom muito
oltos, empurrondo o bote em um bom ritmo.
52 lcoBAcEut
- Aindo nao estomos nos desviondo - onunciou o goroto, estudon-
do o morgem distonte.
- A que distdncio estomos? - perguntou o Sr. Aros.
- Menos de dois quil6metros. A boneiro oindo estd bem d frente.
Logo estovo o 400 metros de distancio. Depois, o 300 metros.
Duzentos. Cem metros.
- Aindo ndo estomos nos desviondo! - gritou Chris, tenso.
Cinquento metros. Quinze metros. O bote comeqou o se mover poro
o direito.
- O que vomos fozer? - Morgoret gritou. - Estomos tdo perto!
- Isso 6 corol! - Chris exclomou, opontondo poro o dguo.
Seu poi olhou poro o lodo.
- Sim! Voce consegue olconq6-lo?
Sem hesitor, o goroto pegou umo cordo e mergulhou no mor o
frente do bote. Morgoret e o morido virom Chris sendo puxodo por
cimo do corol, seu corpo sendo puxodo pelo cordo enquonto ele
tentovo omorrolo.
De repente, o bote porou bruscomente.
- Fontdstico! - o homem gritou quondo Chris surgiu ocimo do su-
perficie, procurondo or. - Voc6 conseguiu!
- Vomos chegor d terro seco! - exclomou o goroto, com mois entu-
siosmo do que hovio demonstrodo em semonos. - Quondo os ventos
diminuirem, vqmos remor.
Duronte todo o torde, o trio {icou olhondo poro o pequeno trecho
de oreio e terro o openos L5 metros de distdncio. Ndo hovio drvores,
openos olguns orbustos. Mos ero terro firme.
Serd que eles teriom energio suficiente no corpo poro remor os
iltimos 15 metros contrq o corrente? Eles tinhom openos um remo
sobrondo. A dguo e o comido hoviom ocobodo. A terrivel verdode ero
oue eles estovom morrendo.
nrunreosl 63
*****
Um telefone tocou no coso de Colin Busch, no Novo Zeldndiq.
- Aqui 6 Miller, do Equipe de Busco e Resgote.
- Algumo noticio? - ele perguntou.
A voz no linho hesitou.
- Nosso ovido ficou no or por um totol de l-4 horos. Eles virom os
destrogos de um borco do tomonho do yomonos no recife de Beveridge.
Ele estovo bem destruido. Ndo ero possivel ovistor o nome. Entao re-
vistorom o areo gerol entre o recife e Fiji. Se houvesse olgu6m tentondo
chomor o otenqdo do equipe de ovido, terio sido visto.
- Compreendo.
- Autorizei umo vorreduro de cinco horos omonhd de monhA. Isso
6 tudo que posso fozer por enquonto. Quero encontror seus omigos,
Sr. Busch.
- Obrigodo, Sr. Miller - disse Colin. - Eu ogrodeeo.
O homem desligou o telefone e olhou poro o esposo. Ele bolonqou o
cobeeo lentomente, depois pegou o microfone do rddio. Muitos outros
oguordovom noticios do fomilio Aros. Mois umo vez, ele terio que dizer
o eles que oindo estovom perdidos no mor.
t** lll
Noquele momento, ocimo de umo pequeno foixo de terro o muitos
quil6meuos de distdncio, umo esbelto ondorinho-do-mor rodeovo no
or quente do entordecer enquonto voltovo poro se empoleiror sobre
suo ninhodo de ovos. Antes de pousor, elo teve um vislumbre de umo
visdo curioso no praio.
Com botidos poderosos de suos osos, o ondorinho-do-mor ergueu-
-se no or e poirou por um momento. Aboixo delo, no oreio, hovio trds
64 lconmrul
formos deitodos im6veis no dguo roso. o pdssoro ndo porou poro in-
vestigqr, pois os objetos poreciom ndo oferecer perigo.
Sotisfeito, o pdssoro voltou oo ninho e se preporou poro o noite.
l ttrt**
Chris obriu os olhos e odmirou o c6u. Ele esteve sonhondo com um
lugor cheio de comido, risos e o reconfortonte sensoqAo de seguronqo.
Enquonto voltovo poro o reolidode, sentiu o oreio quente e seco
pressionondo suo pele. Que sensogdo morovilhoso op6s semonos bo-
longondo no bote sempre molhodo e em movimento!
Um pAssoro voovq no olto, olhondo poro ele de umo corrente de
or. Normolmente, o goroto odmirovo essos crioturos por suo belezo
e conto. Mos ogoro, depois de dois dios no recife, bondos de pdssoros
tinhom openos um otrotivo: erom fontes de olimento.
O goroto fronziu o testo e se ojeitou poro poderver seu poideitodo por
perto sob o sombro do bote infl6vel que hovio sido escorodo porum pedo-
eo de modeiro flutuonte. O homem porecio morto. Mos ndo estovo, oindo.
Silenciosomente,

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