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Aula de Nestor Távora - Processo penal - Competência

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COMPETÊNCIA 
-Jurisdição é um poder-dever positivado na Constituição e entregue ao judiciário para resolver a demanda judicial. Para organizar a jurisdição foi criada a competência (medida da jurisdição, delimita).
· Critérios definidores da competência:
1. Em razão da matéria
· Qual a justiça competente para julgar um certo delito?
	Justiça comum(gênero) estadual (espécie) 
	Residual, não tem competência definida por afirmação na CF e sim exclusão;
Crimes excluídos 
	Justiça comum federal (espécie)
	Não é residual, está explicitada na CF, arts. 108 e 109, IV e ss.	Comment by castrobezerra17@gmail.com: Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:I - processar e julgar, originariamente:a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região;c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal;d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição.Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;               (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;XI - a disputa sobre direitos indígenas.
	Justiça eleitoral
	Julga crimes eleitorais e crimes comuns interligados por continência ou conexão (estadual ou federal) -STF;
Os institutos benéficos da lei dos juizados aplicam-se, arts. 74, 76, 89: composição civil, transação penal, sursis processual, respectivamente.
	Justiça militar
	Infrações dos artigos 9º e 10º do código penal militar;	Comment by castrobezerra17@gmail.com: Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:        I - os crimes de que trata êste Código, quando definidos de modo diverso na lei penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição especial;        II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal, quando praticados:   (Redação dada pela Lei nº 13.491, de 2017)        a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma situação ou assemelhado;        b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;      c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou civil; (Redação dada pela Lei nº 9.299, de 8.8.1996)        d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;        e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob a administração militar, ou a ordem administrativa militar;         f) revogada.   (Redação dada pela  Lei nº 9.299, de 8.8.1996)        III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil, contra as instituições militares, considerando-se como tais não só os compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos:        a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem administrativa militar;        b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no exercício de função inerente ao seu cargo;        c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, vigilância, observação, exploração, exercício, acampamento, acantonamento ou manobras;        d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em função de natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para aquêle fim, ou em obediência a determinação legal superior.        § 1o Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por militares contra civil, serão da competência do Tribunal do Júri.    (Redação dada pela Lei nº 13.491, de 2017)§ 2o Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por militares das Forças Armadas contra civil, serão da competência da Justiça Militar da União, se praticados no contexto:      (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017)I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo Presidente da República ou pelo Ministro de Estado da Defesa;      (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017)II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão militar, mesmo que não beligerante; ou      (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017)III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e da ordem ou de atribuição subsidiária, realizadas em conformidade com o disposto no art. 142 da Constituição Federal e na forma dos seguintes diplomas legais:      (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017)a) Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro de Aeronáutica;      (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017)b) Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999;        (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017)c) Decreto-Lei no 1.002, de 21 de outubro de 1969 - Código de Processo Penal Militar; e        (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017)d) Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral.      (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017)        Crimes militares em tempo de guerra        Art. 10. Consideram-se crimes militares, em tempo de guerra:        I - os especialmente previstos neste Código para o tempo de guerra;        II - os crimes militares previstos para o tempo de paz;        III - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição na lei penal comum ou especial, quando praticados, qualquer que seja o agente:        a) em território nacional, ou estrangeiro, militarmente ocupado;        b) em qualquer lugar, se comprometem ou podem comprometer a preparação, a eficiência ou as operações militares ou, de qualquer outra forma, atentam contra a segurança externa do País ou podem expô-la a perigo;        IV - os crimes definidos na lei penal comum ou especial, embora não previstos neste Código, quando praticados em zona de efetivas operações militares ou em território estrangeiro, militarmenteocupado.
Não será aplicado institutos benéficos da lei dos juizados, art. 90-A da lei 9.099/95.
Dividido em:
· Estadual: PM e bombeiros militares;
· Federal: membros das forças armadas e pessoas comuns que pratiquem crimes militares federais. Ex: réu que subtrai armamento do exército.
												O tráfico internacional de drogas é de competência da justiça como federal. Justiça do Trabalho não tem competência criminal, única das justiças especiais. 
-Subcritério dela é a competência em razão da natureza do delito:
· Tribunal do júri art. 5º, XXXVIII, d da CF:
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
· Juizados especiais:
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau.	Comment by castrobezerra17@gmail.com:  Art. 61.  Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa
Ex: Crimes de menor potencial ofensivo e as contravenções penais.
2. Em razão do lugar: Juízo territorialmente competente.
· Regras de definição dela são hierárquicas;
1) Territorial; Teorias territoriais.
a) Teoria do resultado (regra geral) 
· Lugar da consumação do crime
Art. 70.  A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
§ 1o  Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução.
§ 2o  Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.
§ 3o  Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
b) Teoria da Ação
· Local do último ato de execução;
· É aplicada aos crimes tentados:
Art. 14, CP:  II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
c) Teoria híbrida/da ubiquidade
· Mescla a ação e o resultado, tanto faz o local da ação como do resultado.
· É aplicada aos crimes à distância: ação nasce no BR e transcendem a fronteira brasileira (competência do local da ação), ou ação nasce no estrangeiro e o resultado ocorre no BR (competência do local do resultado).
2) Domicílio do réu: regra subsidiária às teorias territoriais.
· Não se sabe o lugar do crime:
Art. 72.  Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu.
§ 1o  Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção.
§ 2o  Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.
OBS: Domicílio da vítima não define competência, nem mesmo em violência doméstica.
3) Prevenção = antecipação (chega primeiro)
· Juiz que receber primeiro a petição inicial ou aplica medidas cautelares inerentes ao futuro processo;
· Crimes que se alastram por mais de uma localidade, a competência é de qualquer uma, mas será competente o que se antecipar. Exemplos: 
i. crimes permanentes ou continuados (ex: sequestro);
ii. crimes consumados na divisa de duas comarcas.
OBS: Na ação penal privada, mesmo que se saiba o local do crime, o autor pode optar pelo domicilio do réu. Exceto quando for ação privada subsidiária da pública.
Se o réu tem mais de um domicílio, é competente qualquer deles por prevenção.
Art. 3º-B: juiz de garantia, com mudança do pacote anticrime, ele quem vai receber a petição e aplicar as medidas cautelares, mas não pode julgar o processo, assim o juiz vinculado a ele que terá a competência em caso de prevenção.
3. Em razão da pessoa/Foro por prerrogativa de função: É idealizado em razão do cargo ou da função, não da pessoa.
· Tribunais julgam diretamente;
· Regras de interpretação:
1) Pleno do STF filtrou esse foro por 2 requisitos:
a) Durante o exercício da função ou cargo;
b) Crimes que digam respeito ao desempenho da função.
· Pertinência de exercício e função
· Ex: não será julgado por prerrogativa de foro o deputado que comete crimes antes de ser deputado ou mesmo diplomado e comete crime de violência doméstica, o julgamento será na 1ª instância.
2) Foro por prerrogativa x Júri: Autoridade com foro por prerrogativa não vão à júri, são julgados no tribunal de competência inicial se preenchidos os requisitos: Súm vinculante 45.
Ex: A Constituição estadual confere foro por prerrogativa ao vice-governador, mas se não está presente na CF vai para júri, mesmo preenchidos os requisitos.
3) Foro por prerrogativa x pessoa comum: Pessoa comum também podem ser julgadas por foro, se tiver praticado crime junto com a autoridade que a goza.
· Fica facultado ao julgador separar os processos, se for conveniente: art. 80 do CPP.
Súmula 704
Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados.
4) Foro por prerrogativa x Deslocamento: Crime praticado em estado que não está vinculado, ele será julgado no TJ do estado onde ele desempenha suas funções.
5) Até quando dura o foro por prerrogativa de função? STF declara a inconstitucionalidade do §1º e §2º 84 do CPP. Para os crimes, uma vez esgotado o cargo ou mandato, encerra-se o foro.
· Ação de improbidade administrativas não são ajuizadas por foro de prerrogativa, mesmo ainda sendo autoridade, corre na 1ª instancia;
· STF decide que a renúncia do mandato poderá ser feita até antes da intimação para as alegações finais, quando ocorrer força a remessa para 1º grau. Se depois, mantém no tribunal.
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