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REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.1, n.3, jan./jul. 2010 – ISSN 1807-9539 1 TEORIA DE REDES: UMA ABORDAGEM SOCIAL Toniel Ferreira 1 Valdir Antonio Vitorino Filho 2 RESUMO O presente artigo aborda a teoria de redes, onde a troca de informações entre os atores, baseada na busca pelo preenchimento das necessidades é fator fundamental para sua existência. O objetivo desse artigo é caracterizar as interações nas redes sociais. A pesquisa é caracterizada como exploratória e básica, com uma revisão de literatura. A principal contribuição é demonstrar a importância das redes na área social, como uma inovação para o entendimento das interações sobre a coletividade. Palavras-chave: 1. Teoria Ator-Rede. 2. Rede Social. 3. Cooperação. 4. Interação Social. 1 Graduando em Administração pela FACECAP – Faculdade Cenecista de Capivari. E- mail: toniel.xadrez@gmail.com 2 Mestre em Administração Estratégica pela UNIMEP – Universidade Metodista de Piracicaba; Graduado em Administração pela FACECAP – Faculdade Cenecista de Capivari. E-mail: valdirxadrez@bol.com.br REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.1, n.3, jan./jul. 2010 – ISSN 1807-9539 2 INTRODUÇÃO Novas formas de pensar, agir e vivenciar vão surgindo a todo instante no mundo da comunicação e das tecnologias, onde as relações entre o ser humano, a sociedade, o trabalho e o capital intelectual interagem na transformação contínua dos mais variados dispositivos informacionais na sociedade. Gasolina, alimento, roupas, médicos. Diariamente os seres humanos, num mundo capitalista e globalizado necessitam de produtos e serviços para sua sobrevivência e, interagem entre si para conseguir e tornar mais fácil o acesso ao suprimento dessas necessidades. A Teoria de Redes pode ser entendida como uma análise complexa das interações entre os atores envolvidos, atores esses que podem ser pessoas, organizações, meio ambiente, a partir do instante em que haja algum tipo de troca entre eles, sendo tangíveis (bens, materiais) ou intangíveis (idéias, valores). Por se tratar de uma teoria inovadora é difícil encontrar um consenso entre os autores sobre a sua exata definição. Devido às complexidades das interações, onde os meios de comunicação são fundamentais para que isso ocorra, não se pode ter uma única via de interação. O estudo pretende fornecer uma análise no campo social, mas para que isso ocorra faz-se necessário o entendimento preliminar da influência das formas de redes no campo econômico, organizacional, tecnológico, cultural, político e ambiental, visto haver interação com o campo social em todos eles. O fio condutor será uma abordagem generalista das redes. A pesquisa pretende responder a seguinte questão: Como as interações entre os atores ocorrem? Essa questão evidencia que nem sempre a troca de informações acontece de maneira similar, onde um ator acaba levando vantagem sobre o outro, onde a retenção das informações acorre de modo assimétrico. O objetivo dessa pesquisa é caracterizar as interações nas redes sociais, para viabilizar expansões no conhecimento dessa área, além de favorecer a difusão do conhecimento mútuo. REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.1, n.3, jan./jul. 2010 – ISSN 1807-9539 3 Com base nas afirmações acima, este trabalho visa uma abordagem exploratória do tema teoria de redes, na área social. A pesquisa caracteriza-se como sendo básica e, procura inicialmente uma contextualização teórica sobre os conhecimentos em redes sociais. Segundo Lakatos e Marconi (1985) a pesquisa básica é toda aquela que investiga processo científico, ou seja, uma ampliação de conhecimentos teóricos, sem ter a preocupação da utilização prática. É uma pesquisa formal, tendo em vista generalização, princípios. Dessa forma o artigo procura contribuir para o entendimento das interações em sociedade. TEORIA DE REDES A teoria de redes, também conhecida como teoria ator-rede, ou ANT, sigla originária do inglês: Actor-Network Theory é uma teoria que surgiu no campo social, e que atualmente se expande para várias áreas do conhecimento além das sociais, originando-se em estudos científicos, sociais e tecnológicos. Um trabalho importante na área foi o intitulado “L'irruption des non-humains dans les sciences humaines: quelques leçons tirées de la sociologie des science et des techniques”, inicialmente publicado em francês por Callon e Law (1997), com tradução como: O surgimento de não humanos na área de humanas: algumas lições da sociologia, da ciência e da tecnologia. Essa teoria, que consiste na abordagem de atores “não humanos”, em constante interligação entre os atores humanos de acordo com as interações estratégicas dos mesmos. Para Waarden (1992) as redes têm suas funções, mas estas por sua vez dependem das intenções, das necessidades, dos recursos e, principalmente, das estratégicas de todos os atores envolvidos. A importância do conceito de função deve-se ao fato de representar uma ligação na estrutura do ator (individual) da rede com a sua estrutura (todo). Mizruchi (2006) define que o princípio básico da análise de redes (AR) é que a estruturação das relações entre os atores determina o conteúdo da rede. Enfatiza ainda que em uma análise de redes há que se considerar duas áreas de importância conceitual: REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.1, n.3, jan./jul. 2010 – ISSN 1807-9539 4 O efeito da Centralidade; A identificação de sub-grupos; O efeito da Centralidade: As conexões de atores indiretamente a outros da rede através de um nó central, permite que tenhamos uma visão mais clara sobre o efeito da centralidade. O ator central geralmente é considerado o coordenador das trocas de informações já que é através dele que isso é possível, sem contar o seu poder de influenciar os demais em razão de sua posição de domínio (Mizruchi, 1993), pois tem o prestigio de ser o único caminho entre o restante da rede, visto que sua ausência provocaria uma ruptura entre seus atores (Marques 2000, p. 225). Essa posição central tem o poder de comportar-se de forma positiva ou negativa na rede, pois pode servir como intensificador e incentivador de atores distantes ou distorcer e interromper a informação entre os pontos extremos da rede. (Owen-Smith & Powell, 2004, p. 16). Figura 1- Centralidade Fonte: Adaptado de Martinho (2009). A identificação de sub-grupos: As redes são compostas de nós que se interligam de formas variadas, havendo conjuntos de nós que se conectam de formas diretas ou indiretas (essas regiões densamente conectadas podem estar localizadas em regiões consideradas periféricas, intermediárias ou até mesmo centralizadas), mantendo uma interação e formando os chamados “cliques” ou agrupamento específico, que se REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.1, n.3, jan./jul. 2010 – ISSN 1807-9539 5 baseiam em laços coesos entre os agentes, (Friedkin, 1984) e (Mizruchi, 1993), sugerem que agentes estruturalmente equivalentes têm a probabilidade de apresentar comportamentos semelhantes, por sofrerem influências de agentes em comum, dando origem aos subgrupos. Esses subgrupos além de se interligarem entre si direta e indiretamente tem ainda a possibilidade de estarem ligados a um nó central ou a outros subgrupos. Figura 2 – Sub-Grupos Fonte: Adaptado de Martinho (2009). Para Mizruchi (2006) a formação das redes tem suas bases fundamentas em dois conceitos principais: Díades e Tríades, onde: Díades: É uma ligação direta entre dois atores. Tríades: É uma ligação direta ou indireta entre três atores. REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari,v.1, n.3, jan./jul. 2010 – ISSN 1807-9539 6 A Figura abaixo demonstra exemplos da formação de redes, quando sua base de formação ocorre a partir de uma díade ou uma tríade. 1 2 3 4 5 Figura 3- Díades e Tríades Fonte: Adaptado de Mizruchi (2006). Na parte um pode-se ver um exemplo de ligação direta entre os pares, formando assim uma díade. Na segunda etapa vê-se uma ligação direta entre três atores (tríade). Já na terceira etapa há ligação indireta, onde os três atores estão ligados, mas um ator recebe as informações por um intermediário. Seguindo a evolução da figura há uma interação de díades e tríades, onde existem ligações indiretas, através de um centro transmissor. E a última parte da figura, indica uma maior complexidade entre as interações, onde todos estão ligados diretamente, sem haver a necessidade um centro transmissor. Para Sacomano (2004) uma análise de redes deve levar em consideração as propriedades: centralidade, equivalência estrutural, autonomia estrutural, densidade e coesão. Essas propriedades têm o papel de auxiliar os analistas e ajudar a investigar fatores nas complexas relações entre os atores, como demonstra a tabela a seguir: REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.1, n.3, jan./jul. 2010 – ISSN 1807-9539 7 Tabela 1 – Propriedades das Redes Fonte: SACOMANO (2004). Podemos ver exemplos abaixo: Centralidade: O ator central tem o uma posição privilegiada onde é um ponto referencial e tem a oportunidade e acesso a recursos, poder e informações dos outros atores. Autonomia estrutural: Nessa estrutura o ator intermedia a interação de outros atores também possibilitando ao mesmo, privilégios, como acesso a informações, poder, status, controle, recursos, coordenar, entre outros aspectos. REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.1, n.3, jan./jul. 2010 – ISSN 1807-9539 8 Equivalência estrutural: Está relacionada a posições iguais ou equivalentes dentro de uma rede entre dois atores que proporciona comportamentos similares entre os atores. Densidade: Mostra a intensidade de uma comunicação entre dois atores quanto maior a interconexão maior a densidade de informações, confianças, enfim aumenta a troca entre os dois atores consolidando ainda mais o relacionamento entre os atores. Coesão: Mede a força de uma conexão tipo forte ou fraca, deixa claro - A cumplicidade entre os atores, comprometimento, relações que coloca em jogo ganhos, troca de conhecimentos sociais, materiais e estratégicos. Já, para Barabási (2002), as teorias de redes complexas, contribuem muito na representação da modelagem e estrutura que estão presentes na natureza e sociedade. Segundo Augusto de Franco (2008), a essência para que possamos compreender uma rede social está ligada a sua topologia estrutural, a simbologia da rede é que possibilita a percepção da topologia mais ou menos eficientes, conduzindo assim as ações necessárias para cada grupo social, para ilustra de forma mais clara elas podem ser representadas por três formas básicas: REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.1, n.3, jan./jul. 2010 – ISSN 1807-9539 9 Figura 4 – (A) Centralizada; (B) Descentralizada; (C) Distribuída Fonte: Adaptado de Cuero (2009). Para Baran (1964 apud CUERO, 2009), a rede centralizada (A) tem o formato de uma estrela e tem um nó centralizado que recebe as conexões dos demais atores, já a rede descentralizada (B), é aquela composta por vários grupos de nós que possuem um centro específico, não estão conectados a um centro em comum e estão interligados entre si, na distribuída (C), notamos uma distribuição e conexões similares entre os nós onde todos não possuem uma valoração hierárquica e não possuem um centro de referência. Redes de Cooperação Para Carneiro (1981) a sobrevivência da raça humana sempre esteve atrelada à cooperação, desde o início das civilizações. A palavra cooperação provém do latim cooperatione, derivado do verbo cooperati, de cum + operari = operar, trabalhar em conjunto. (Pinho, 1997). A forma com que a cooperação deve ser encarada pelas organizações é, a de criar uma visão integradora que se encontra acima de conceitos político-ideológicos de qualquer natureza. (AUMANN, 1964 e SCHELING, 1958) REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.1, n.3, jan./jul. 2010 – ISSN 1807-9539 10 Na mesma linha de raciocínio, a análise que se faz da atribuição de poder organizacional, ou seja, mensurar o quanto os “futuros parceiros” são parecidos ou não com a organização que pretende a aliança é, de fato, essencial para o sucesso, pois delimita o equilíbrio com que se dará o relacionamento de confiança entre os agentes. A atuação do mercado cada vez mais busca a utilização de uma “visão social” como estratégia empresarial e como conseqüência um fortalecimento do diferencial de mercado. Para Day e Reibstein (1997) as sociedades devem escolher estratégias de equilíbrio, visando buscar três características: estabilidade, caráter ideal e racionalidade. Em suma, cada indivíduo acredita estar fazendo o melhor possíveis dadas as ações dos outros. Entende-se por tudo isso que para uma organização, com um grupo de pessoas interagindo entre si, a melhor estratégia consiste em cada individuo fazer o melhor para si e para o grupo, atingindo assim, o equilíbrio entre as partes. Numa relação que envolve interesses mútuos, é necessário em um dado momento desse “jogo”, uma ou algumas das partes cederem no presente para colher frutos melhor no futuro. Para que a sociedade humana funcione é necessário criar o mecanismo do ostracismo, em que o individuo não-cooperativo seja excluído do grupo ou da organização da qual faz parte. Para isso criou-se o estigma, que é uma marca que o individuo “condenado” ao ostracismo carrega para ser facilmente identificado pelos demais jogadores, ao longo do tempo. Trivers (1971) formula a teoria do altruísmo recíproco, onde há uma forma simplificada de encarar o mundo vivo que é a de “uma mão lava a outra”. Pode-se qualificar de altruísmo aquilo que fazemos com vistas na retribuição futura, sempre com a sensação de que sobre a pele de “cordeiro” do altruísmo vê-se o “lobo” egoísta. As organizações amparadas pela Teoria dos Jogos parece identificarem um fundo de interesses em qualquer gesto desprendido. REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.1, n.3, jan./jul. 2010 – ISSN 1807-9539 11 Fiani (2006) exemplifica cooperação com o exemplo das pequenas lojas que se unem (poder de negociação com fornecedores, menores custos e outros benefícios) para poderem competir em nível igual no varejo e não serem “engolidas” pelas grandes redes. Redes Sociais Para Wellman (1988) as análises das redes têm suas raízes em diversas perspectivas teóricas e podem ser consideras uma base para a análise geral da sociologia estrutural. Para alguns sua contextualização, está ligada a sociometria do psiquiatra J. L. Moreno (1934), em que as relações interpessoais eram representadas graficamente. Outros acreditam no trabalho dos antropólogos britânicos John Barnes (1954), Elizabeth Bott (1957) e J. Clyde Mitchell (1969). Ainda outros, ligam à primeira aproximação as redes sociais, as análises etnográficas das estruturas elementares de parentesco de Claude Lévi-Strauss. Na concepção de Barnes (1972) não existe uma teoria específica para as redes sociais, já que as estruturas das redes se aplicam em qualquer campo teórico. Simmel (1950), em análise formal sobre a vida social padronizada, salienta que numa relação entre três agentes, sobressai aquele que possa explorar melhor o conflito entre os outros dois. Ainda Simmel, ressalta que as redes sociais e a influência entre os seus agentesse dá por uma gama de contextos e, para entender esses comportamentos perante essa relação, usa a sociologia estrutural a qual dá uma visão mais ampla sobre o assunto. Essa por sua vez, deixa claro que as estruturas sociais, as oportunidades, restrições e os vínculos influenciam mais o comportamento humano do que normas culturais ou outras condições subjetivas. Os princípios e métodos de análises das redes são complexos ao passo que tomamos uma visão além da estrutural, pois no seu todo, como os comportamentos começam a sofrer influências diferenciadas e anteriores a seu momento, dizer que uma pessoas tem suas tendências políticas devido a sua rede de convívio atual é um erro já que ela possa ter sofrido influências de uma experiência de socialização anterior ao seu grupo de convívio. REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.1, n.3, jan./jul. 2010 – ISSN 1807-9539 12 As redes sociais se destacam tanto em sua concepção metafórica quanto na concepção analítica, pois em ambas contribuem muito para entendimento no campo da sociologia, política, antropologia e outros ramos que buscam através de seus estudos, compreenderem as relações entre os indivíduos de um determinado grupo. Relacionamentos afetivos, profissionais, interesses mútuos tudo está relacionado às redes sociais, mas dizer que as redes sociais se resumem a isso e que sua expansão é previsível seria uma afirmação longe da verdade, já que hoje, podemos ver que as redes no geral estão começando a ser conhecida e sua complexidade e campo são inúmeros, a partir daí podemos citar sua complexidade, analisando uma pesquisa de Mark Granovetter sobre o conceito de laços fracos e fortes. Granovetter (2007) defende que os laços fracos, são de suma importância dentro de uma rede, e cita como exemplo de laços fracos os contatos próximos e familiares, mas que estão integrados a diferentes meios; já os laços fortes, estão relacionados a contatos que possuem amigos íntimos, parentes e que estão conectados a várias pessoas que você também se relaciona. Granovetter através do estudo Getting a Job (Conseguindo um Emprego), ressalta que 56% dos empregos são encontrados a partir de um contato pessoal, desses 56%, 16,7% são através dos laços fortes, ou seja, conseguem esse emprego através de um contato com pais, parentes, amigos íntimos, enquanto 83,3% através dos laços fracos que compreende amigos que você tem contato ocasionalmente e também alguns que raramente vê. Isso mostra que em certas ocasiões os laços fracos são mais importantes que os laços fortes. Barabási (1999) no estudo que apresentou sobre Redes sem escalas, discorda que as conexões das redes entre os agentes (nós) são feitas de forma aleatória e sem um padrão pré-estabelecido. Acredita que há uma ordem dinâmica nas estruturas das redes, consequentemente nas redes sociais e que enquanto alguns indivíduos têm poucas conexões, outros têm uma gama enorme de conexões, esse último é o considerado hubs, ou conectores potenciais, que além de receberem muito mais contatos que os outros, também possuem a tendência de receberem ainda mais conexões, ou seja, quanto mais conexões um nó possuir maior será a chance de ele receber mais conexões. REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.1, n.3, jan./jul. 2010 – ISSN 1807-9539 13 Entretanto essa posição “privilegiada”, segundo Barabási, por deter a centralidade e poder tem seus pontos fracos, porque tudo está direcionado ao mesmo tempo em certos pontos como esse. Por exemplo, os sites como (Amazon, Google, Yahoo e Ebay), se tirados do ar por alguns instantes, de forma geral afetaria a rede da Web inteira, uma queda em massa e uma reação em cadeia, isso servindo como referência geral em todos os outros meios de redes, tanto na biologia como na política, países, entre outros. Tudo está centralizado em alguns nós, e este foco começa a trazer preocupações já que se tornam alvos para o desequilíbrio de uma rede em geral. Figura 5 – Hubs Fonte: Adaptado de Cuero (2009). Na Figura 5, pode-se visualizar os “nós” em destaque que são considerados os hubs, ambos possuem o maior número de conexões na rede apresentada, essa rede descentralizada, mostra que um ator em evidência tem a tendência de receber e aumentar muito mais suas conexões proporcionalmente a todos da rede. REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.1, n.3, jan./jul. 2010 – ISSN 1807-9539 14 De um modo geral as redes sociais, estão conectadas tanto no ramo estrutural como na subjetividade de suas conexões e nós, além de caracterizar sua busca pela necessidade individual e da rede, de modo geral. De acordo com Maslow (1943 apud KOTLER, 2000) as necessidades fisiológicas constituem a sobrevivência do indivíduo e a preservação da espécie: alimentação, sono, repouso, abrigo, etc. As necessidades de segurança constituem a busca de proteção contra a ameaça ou privação, a fuga e o perigo. As necessidades sociais incluem a necessidade de associação, de participação, de aceitação por parte dos companheiros, de troca de amizade, de afeto e amor. As necessidades de estima envolvem a auto-apreciação, a autoconfiança, a necessidade de aprovação social e de respeito, de status, prestígio e consideração, além de desejo de força e de adequação, de confiança perante o mundo, independência e autonomia. A necessidade de auto- realização são as mais elevadas, visto que compete a cada pessoa realizar o seu próprio potencial e de auto desenvolver-se continuamente. As redes sociais crescem e são encontradas nos mais improváveis campos da ciência social, hoje deparamos com infinidades de caminhos novos a serem explorados e o que mais chamam atenção são os meios virtuais onde seus limites são improváveis. RESULTADOS E DISCUSSÕES Uma definição importante em Teoria de Redes é a relação de poder entre elas, onde o poder tem forma de expressão em todo tipo de interação social, às vezes caracterizado pela política, ou pela forma política de se agir em um meio. Isso cria a necessidade da interpretação e concepção dos relacionamentos entre os atores na rede. Outro ponto importante na teoria é que as redes estão sempre se expandindo, com a possível abertura para demais atores interagirem com a rede. Com base nisso as redes sociais não necessariamente têm um fim definido ou estático, pois as interações são dinâmicas, e o que pode ocorrer é em um determinado instante, imaginar-se que ela terá fim, mas nessa análise apenas não se visualizou ainda sua possível expansão ou integração. REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.1, n.3, jan./jul. 2010 – ISSN 1807-9539 15 Ponto determinante para rede é sua estrutura, ou seja, como ela se forma, ou se dá, como se organiza, se distribui e se expande para formar novas interações e assim suprimir necessidades e, conseqüentemente, gerar outras a serem supridas. Essa expansão ocorre devido às informações nela contidas e como se dá a troca de informação nesse meio ambiente em que a rede está inserida. Reforça-se aqui o conceito de expansão das redes sociais. Nessa expansão que a rede proporciona o conteúdo das trocas de informações não é tão importante quanto o modo como elas se relacionam e se formam. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo limita-se a fornecer uma análise teórica sobre o assunto, por isso tem algumas limitações importantes no tocante ao teste das aplicações indicadas pela teoria de redes. O presente estudo, pela sua abordagem exploratória, pode gerar pesquisas futuras nesta área. Considerações sobre possibilidade de pesquisas futuras partem do fato de que a quase totalidade dos estudos em teoria de redes envolve diretamente a sociedade e suas interações. Segundo Granoveter (2007) a sociedade moderna sabe e preocupa-se tanto sobre assuntos como cosmologiae imunologia, mas carecemos de uma estrutura para pensar sobre porquê e como os homens (atores) devem interagir e cooperar entre si. Parte do motivo disso é uma velha história que contamos a nós mesmos sobre o mundo: negócios e nações obtêm sucesso sendo competitivos. Biologia é uma guerra, onde apenas os aptos sobrevivem. Política é sobre vencer. Mercados crescem exclusivamente por conta de seus próprios interesses. Enraizados nas eras de Adam Smith e Charles Darwin, a história científica, a social, a econômica e a política dos séculos XIX e XX enfatizaram de maneira exagerada o papel da competição como condutora da evolução, progresso, comércio e sociedade. O esboço de uma nova narrativa está se tornando visíveis histórias, onde planos de cooperação, interdependência e ação coletiva têm um papel mais proeminente. E a essencial, mas não onipotente história da competição e sobrevivência dos mais aptos, encolhe um pouco. REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.1, n.3, jan./jul. 2010 – ISSN 1807-9539 16 De acordo com a pergunta problema dessa pesquisa: como as interações entre os atores ocorrem? Pode-se afirmar que com o passar do tempo e os avanços da tecnologia as redes cada vez mais estão presentes em locais conhecidos, e principalmente, desconhecidos, e devido ao aumento da conectividade entre os atores torna-se intenso e determinante para o funcionamento das redes, proporcionando um maior número de conexões. Mas ainda restam algumas questões de ordem conceitual como: quem seria o verdadeiro responsável direto a tudo isso? Quem seria o responsável por uma via de informação mais rica ou menos rica, mais coesa ou menos coesa? Por se tratar de uma rede interrelacionada aos mais variados campos da ciência a precisão de tudo isto ainda se mostra uma incógnita, que com os passar dos anos poderá estar mais distante da realidade se é que a mesma tem seu início. Sobre o objetivo principal em caracterizar as interações nas redes sociais, a pesquisa buscou conhecer o funcionamento das redes na sua forma estrutural e as distribuições entre os atores nela inseridos, com um foco na sua importância e influência perante os demais atores. Baseado nisso buscou-se um aprofundamento teórico em pesquisas recentes como o estudo de Barabási (2003) com uma contribuição ao entendimento dos hubs, onde existem poucos atores na totalidade da rede que fazem o maior número de ligações nela existentes, enquanto a maioria dos atores realizam poucas conexões. Os hubs são os que recebem mais conexões, com uma tendência a receber ainda mais conexões, proporcionando um equilíbrio na cooperação dos atores na rede. Já Sacomano (2004) formula as propriedades que envolvem as interações na rede. Mizruchi (2006) procura de forma simplista o entendimento da base e formação de uma rede, através de conexões entre díades e tríades. Acrescenta Granoveter (2007) com um estudo direcionado para o entendimento dos laços forte e os laços fracos de conexão na rede, ao apontar que em determinados momentos e circunstâncias os laços fracos são tão importantes quanto os fortes, sendo assim ponto primordial para a expansão das redes. REVISTA CONTEÚDO ARTIGO © Revista Conteúdo, Capivari, v.1, n.3, jan./jul. 2010 – ISSN 1807-9539 17 Cuero (2009) acredita que com a influência da tecnologia, principalmente movida pela internet, proporciona a diminuição das distâncias entre as interações dos atores. Contribuiu, também, para o entendimento da distribuição nas redes. Pode-se notar que os limites nesse campo ainda são obscuros e intangíveis, pois não está somente ligado a fatos concretos e limitado a um campo específico, mas torna visível as infinitas possibilidades de aplicações, tanto para estudos teórico-práticos, como analítico, contribuindo assim com diversas áreas do conhecimento. As redes sociais em sua particularidade estão desencadeando uma fonte de inovações aos fatos sociais, econômicos, políticos entre outros, sendo que, esse tema em potencial, não possui uma raiz totalmente definida e suas contribuições também estão cada vez mais sendo ampliadas, pois essas conexões e restrições de relacionamentos podem ser invertidas a qualquer momento, sendo as redes criadas, intensificadas, destituídas, construídas a partir de outras, destruídas e reconstruídas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AUMANN, R. J. e MACHAEL, M. The Bargaining Set for Cooperative Games. Princeton: Princeton University Press, p. 443-476, 1964. BARNES, J.A. Social Networks. 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