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DIMENSÕES 
BIOLÓGICAS E 
BIOQUÍMICAS DA 
ATIVIDADE 
MOTORA
Salma Hernandez
Células procariontes 
e eucariontes
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar as diferenças entre procariontes e eucariontes.
  Descrever as estruturas que compõem uma célula procarionte.
  Reconhecer as características presentes em uma célula eucarionte.
Introdução
Acompanhando as linhas teóricas que descreveram a origem e a evolução 
dos organismos vivos na Terra, é impossível não admitir um aumento na 
complexidade e na organização das células, independentemente da linha 
teórica a que se fundamenta sua origem. As células indiscutivelmente 
evoluíram, tornando-se mais complexas e especializadas para executar 
funções importantes e determinantes para a perpetuação da vida. Nesse 
sentido, estão situadas as células procariontes e eucariontes, sendo as 
primeiras mais simples e as outras mais complexas e organizadas.
Ambas as células constituem uma grande infinidade de organismos 
vivos e são, portanto, vitais para nosso ecossistema. O aprofundamento 
sobre a visão dessas células também nos remete ao processo de evolução 
dos organismos vivos, passando dos seres mais simples para os mais 
complexos e especializados como nós mesmos. 
Portanto, neste capítulo, você entenderá quais são as principais di-
ferenças entre as células procariontes e eucariontes, além de ser capaz 
de reconhecer e descrever suas estruturas e características, realizando 
relações com os seres representantes dessas características.
Organização celular
A classifi cação dos seres vivos foi proposta a fi m de facilitar o estudo sobre 
esses organismos e de se compreenderem suas relações evolutivas. Atual-
mente se admite que todos os organismos estão incluídos em três grandes 
domínios: Bacteria, Archaea e Eukarya. Essa classifi cação foi proposta por 
Carl Woese (1928-2012), em 1990, e criada por meio de dados de análise 
de nucleotídeos de RNA ribossômico. O domínio Bacteria agrupa todas as 
bactérias verdadeiras ou simplesmente bactérias que são seres procarion-
tes. O domínio Archaeae inclui todas as arqueas, que anteriormente eram 
consideradas erroneamente como grupo basal das bactérias e também são 
procariontes. O domínio Eukarya, por sua vez, é composto de todos os 
organismos eucariontes existentes, estando inclusos nesse grupo os reinos 
Protoctista (algas e protozoários), Fungi (fungos), Plantae (plantas e vegetais) 
e Animalia (animais).
Refletindo essas classificações, no estudo segmentado por classificações 
no ramo da biologia, as células podem ser avaliadas diante de sua estruturação 
organizacional. Desse modo, aquelas que possuem uma estruturação mais sim-
ples, principalmente no quesito material genético, são consideradas procariontes, 
como os Lactobacillus, uma bactéria presente em nossa flora intestinal, enquanto 
aquelas que possuem uma estruturação mais complexa e material genético envolto 
por membrana são consideradas células eucariontes, como animais (incluindo a 
nós mesmos), plantas, vegetais, fungos, algas e protozoários (BRODY; BRODY, 
1999; LOPES; ROSSO, 2013; REECE et al., 2015). 
O termo procarionte é oriundo dos termos gregos pro = primeiro e ka-
ryon = noz ou amêndoa, núcleo, organismos unicelulares na sua vasta maio-
ria e que apresentam material genético disperso no citoplasma. Já o termo 
eucarionte provém do grego eu = bom, perfeito e karyon = noz ou amêndoa, 
núcleo, organismos que possuem um envoltório para o material genético e 
diversas organelas citoplasmáticas. 
Os organismos procariontes não possuem nenhum tipo de divisão interna 
por membranas, estando ausentes várias organelas. Eles se caracterizam por 
não apresentarem um envoltório para o material genético e pela presença de 
ribossomos, estando ausentes outras organelas. Já os organismos eucariontes 
são caracterizados pela presença de um envoltório que circunda o material 
genético (a carioteca) e a presença de várias organelas com funções especí-
ficas dispostas no citoplasma. Tais características conformam as principais 
diferenças entre esses organismos.
Células procariontes e eucariontes2
As células procariontes surgiram primeiro, bilhões de anos atrás, na era 
primitiva, e possuem um núcleo mais simples, isto é, o material genético (DNA) 
fica esparso no citoplasma sem nenhuma separação. Pelo grande processo de 
seleção natural a que são submetidas essas células, desde a era primitiva, elas 
possuem grande diversidade de formatos, colorações e características ligadas 
ao meio em que vivem. As células procariontes são extremamente resistentes 
às condições extremas, como alta salinidade, radiação, condições climáticas, 
entre outros. São menores quando comparadas com as células eucariontes 
(enquanto as procariontes medem, geralmente, entre 1 e 5 µm, as eucariontes 
medem entre 10 e 100 µm). Em geral, são unicelulares, porém são células 
extremamente organizadas e realizam funções vitais de um organismo dentro 
de uma única célula. Outra característica dessas células é que possuem a ca-
pacidade da taxia, isto é, mobilidade por meio de uma estrutura denominada 
flagelo, não sendo, porém, todas que possuem essa capacidade. As trocas de 
substâncias com o meio externo são realizadas por meio da parede celular, 
que apresenta permeabilidade. Os procariotos se reproduzem rapidamente 
por um processo chamado fissão binária, no qual uma célula se divide em 
duas, depois em quatro, em oito e assim por diante. Além disso, possuem a 
capacidade de mutação e recombinação gênica, garantindo a perpetuação e 
a proliferação dessas células. Por fim, é importante ressalvar que as células 
procariontes não formam seres pluricelulares, mas podem se constituir em 
colônias. Sua nutrição é realizada por energia proveniente da luz (fototrófica) 
ou de compostos químicos (quimiotrófica) (AMABIS; MARTHO, 2006; 
JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2005; LOPES; ROSSO, 2013; REECE et al, 2015).
Confira na Figura 1 os formatos e tamanhos diferentes das bactérias.
Figura 1. a) Cocos; b) bacilos; c) espiralados. 
Fonte: Adaptada de Alberts et al. (2017a, p. 13).
3Células procariontes e eucariontes
Já as células eucariontes são caracterizadas pela presença de estruturas 
e organelas ausentes nos procariontes. Seu núcleo é organizado, possuindo 
uma membrana que circunda o material genético. Além disso, apresenta 
organelas cujas funções são especializadas e vitais ao organismo vivo, 
e, por esses motivos, são mais complexas do que as células procariontes. 
O processo evolutivo das células procariontes para as eucariontes não 
é totalmente claro, mas acredita-se que ao longo de bilhões de anos as 
membranas das células procariontes tenham emitido invaginações de sua 
superfície e, por meio da multiplicação dessas invaginações e do aumento 
da complexidade, aglomeraram-se ao redor do bloco inicial, formando uma 
das primeiras estruturas características das células eucariontes: o retículo 
endoplasmático. A partir desse evento teriam surgido as demais organelas 
das células eucariontes. 
Por toda essa estruturação celular, as células eucariontes possuem a capa-
cidade de trocar substâncias com o meio externo por meio dos processos de 
endocitose e exocitose (AMABIS; MARTHO, 2006; JUNQUEIRA; CAR-
NEIRO, 2005; LOPES; ROSSO, 2013; REECE et al, 2015). 
O link a seguir traz uma animação dos processos de endoci-
tose e exocitose, ambos processos de troca de substâncias 
das células eucariontes (MEMBRANA…, 2017). 
https://goo.gl/Qbhpn9
Por possuírem citoesqueleto, estrutura cuja função proporciona suporte 
celular, podem apresentar formatos irregulares. Geralmente são unicelulares e 
possuem reprodução sexuada, isto é, divisão celular, tanto por meio da mitose 
quanto da meiose (AMABIS; MARTHO, 2006; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 
2005; LOPES; ROSSO, 2013; REECE et al, 2015). 
Células procariontes e eucariontes4
São principais exemplos de células eucariontes os fungos, os protozoários, os animais 
e asplantas. A Figura 2 ilustra uma célula animal e uma célula vegetal. Repare como 
ambas são organizadas, complexas e possuem estruturas parecidas.
Figura 2. Células animal e vegetal. 
Fonte: Adaptada de Tefi/Shutterstock.com.
No organismo humano, as células procariontes formam mais de 100 tipos 
de células que dão origem aos tecidos com funções específicas em nosso 
organismo. Essas células estão presentes em nossos tecidos epitelial, conjun-
tivo, muscular, nervoso. De maneira geral, é importante frisar que todos nós 
possuímos tanto células procariontes como eucariontes e que a relação dessas 
células ocorre de maneira suficientemente equilibrada para que tenhamos 
condições de saúde para a sobrevivência. Assim, ambas são importantes para 
o estabelecimento e a prevalência da vida em nosso ecossistema. 
Diante disso, acredita-se que as células complexas eucariontes tiveram 
origem e evoluíram de uma célula mais simples, mas também importante, as 
células procariontes sobre as quais veremos a função e as características mais 
detalhadamente a seguir.
5Células procariontes e eucariontes
No site a seguir, você encontrará mais detalhes das dife-
renças entre as células procariontes e eucariontes (STEIN, 
[2017?]).
https://goo.gl/yxdCyd
Organização das células procariontes
As células procariontes são células unicelulares dos domínios Bacteria e Archaea, 
possuem uma organização mais simples em comparação às células eucariontes, 
seu material genético fi ca espalhado no citoplasma e poucas organelas estão 
presentes. A seguir, vamos analisar quais são suas principais características.
Essas células são revestidas pela parede celular, estrutura localizada no 
exterior da membrana celular cuja função está ligada com a proteção contra 
a entrada excessiva de água e agentes patógenos, além de garantir forma e 
rigidez à célula. Essa estrutura é formada por polissacarídeos, aminoácidos e 
peptidoglicano, um polímero de açúcares associados e polipeptídeos. 
A membrana celular é uma camada lipoproteica (bicamada fosfolipí-
dica) que separa o conteúdo citoplasmático do meio em que ela se encontra e 
controla as trocas de substâncias com o meio ambiente. Alguns procariontes 
ainda possuem uma camada externa à parede celular chamada cápsula, uma 
estrutura mucosa composta principalmente de polissacarídeos. A cápsula, além 
de favorecer a adesão às superfícies, impede a desidratação e dá proteção à 
célula. Assim, estão dispostas de fora para dentro a cápsula (quando presente), 
a parede celular e a membrana celular.
O citoplasma é o espaço correspondente à área intracelular. Nele está 
contido o citosol, um material gelatinoso formado por água, proteínas, íons, 
sais minerais, açúcares e aminoácidos. O citoplasma de cada célula varia de 
acordo não apenas com cada espécie, como também com o tecido do qual a 
Células procariontes e eucariontes6
célula faz parte, podendo ser dividido, de acordo com a densidade do citosol, 
em: ectoplasma, mais denso e localizado na região mais externa da célula; ou 
endoplasma, menos denso, mais fluido, e que fica na região mais interna da 
célula. Também se sabe que o citoplasma da célula procarionte é bem mais 
complexo se comparado às células eucariontes, nas quais encontramos um 
sistema de membranas, citoesqueleto e diversas organelas. 
No citoplasma, é possível encontrar ribossomos, pequenas unidades res-
ponsáveis pela síntese proteica. O nucleoide ou cromatina é a região irregular 
onde se localiza o material genético; trata-se de uma estrutura semelhante ao 
núcleo, porém, não é envolta por membrana. É o nucleoide que determina as 
características da célula e comanda as suas atividades. Os plasmídeos são 
pequenos fragmentos moleculares de DNA capazes de se reproduzir indepen-
dentemente do DNA cromossômico.
Para a realização da locomoção celular são utilizados os flagelos ou 
cílios, estruturas citoplasmáticas anexas à membrana plasmática das célu-
las. Os cílios são curtos e finos (semelhante ao fio de cabelo) e podem ser 
relacionados à locomoção e à remoção de impurezas. A função primária 
dos cílios consiste em movimentar fluido sobre a superfície celular ou des-
locar células isoladas por meio de um fluido. Já os flagelos são longos e 
relacionam-se basicamente com a locomoção, trabalhando como chicotes 
que puxam e empurram o organismo pela água. Estruturalmente, cílios e 
flagelos são idênticos. Ambos são cilíndricos, exteriores às células e cobertos 
por membrana plasmática. Internamente, cada cílio ou flagelo é constituído 
por um conjunto de nove pares de microtúbulos periféricos de tubulina, 
circundando um par de microtúbulos centrais. O movimento dos flagelos é 
muitas vezes ondulante, enquanto o dos cílios é semelhante a um chicote: 
uma batida para a frente, na qual o cílio se estende totalmente golpeando o 
líquido circundante, seguida por uma fase de recuperação, na qual ele retorna 
à sua posição original com um movimento de enrolamento que minimize o 
arrasto viscoso (AMABIS; MARTHO, 2006; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 
2005; LOPES; ROSSO, 2013).
A Figura 3 ilustra uma célula bacteriana com as estruturas características 
dos seres procariontes.
7Células procariontes e eucariontes
Figura 3. Célula bacteriana.
Fonte: Adaptada de Designua/Shutterstock.com.
Você sabia que vírus não são nem procariontes nem eucariontes?
Vírus são parasitas obrigatórios, isto é, para multiplicar seu material genético necessi-
tam estar dentro de outro organismo. São constituídos basicamente de uma cápsula 
proteica que envolve o material genético (DNA ou RNA), não realizam a maioria 
das funções vitais características dos seres vivos, nem possuem células, tampouco 
organização celular. Por essas características, alguns estudiosos classificam os vírus 
como acelulares. 
Até hoje persiste uma discussão entre os cientistas a respeito do fato de os vírus serem 
seres vivos ou não. Muitos cientistas os consideram apenas partículas infecciosas, pelo 
fato de serem acelulares e por não manifestarem nenhuma atividade vital quando se 
encontram fora de células. Outros defendem que eles são seres vivos extremamente 
econômicos, já que reduziram ao máximo as funções vitais, mantendo apenas a carac-
terística mais típica da vida, que é a capacidade de reprodução, o que lhes possibilita 
ser classificados como organismos celulares bastante simples. 
Desse modo, destacamos a importância dos organismos procariontes, pois, 
ainda que constituam seres mais simples, são importantes para a manutenção 
do ecossistema e a perpetuação da vida em nosso planeta. Também cabe refletir 
Células procariontes e eucariontes8
que foi a partir desses seres mais simples que houve intensas modificações 
permitindo e resultando em seres mais complexos e organizados. A seguir, 
vamos analisar a constituição dos seres eucariontes.
Organização das células eucariontes
As células eucariontes pertencem ao domínio Eukaria, são mais complexas que 
as procariontes, sendo sua principal diferença para com as células procariontes 
a carioteca, uma membrana que envolve o material genético. Porém, por ser 
uma célula mais complexa, apresenta outras características que as diferem. 
Vamos analisá-las as seguir.
As células eucariontes apresentam um citoesqueleto composto de micro-
túbulos e filamentos intermediários que garantem a estrutura e a organização 
interna da célula. A membrana plasmática envolve o citoplasma e controla 
as trocas de substâncias com o meio ambiente; semelhante às células proca-
riontes, possui uma bicamada fosfolipídica que separa o interior da célula do 
ambiente exterior. A facilidade de as moléculas cruzarem a membrana depende 
de seu tamanho e polaridade. Algumas moléculas pequenas, apolares, como 
oxigênio, podem passar diretamente pela porção fosfolipídica da membrana, 
enquanto outras moléculas maiores e mais polares, hidrofílicas, como ami-
noácidos, devem cruzar a membrana por canais proteicos, um processo que 
geralmente é regulado pela célula. No citoplasma (espaçocorrespondente à 
área intracelular), é possível identificar o retículo endoplasmático (liso ou 
rugoso) que constitui sacos membranosos ocos distribuídos por toda a célula, 
os quais se relacionam com a síntese de proteínas e lipídeos. O retículo endo-
plasmático rugoso possui ribossomos aderidos à sua membrana e, portanto, 
está relacionado com a síntese de proteínas, podendo ser encontrado em 
grande quantidade no fígado, por exemplo. Já o retículo endoplasmático liso 
relaciona-se com a síntese de lipídeos e hormônios esteroides, desintoxicação 
de medicamentos e venenos, além de armazenamento de íons cálcio. Nas 
células musculares, um tipo especial de retículo endoplasmático liso chamado 
retículo sarcoplasmático é responsável pelo armazenamento de íons cálcio 
necessários para a ativação das contrações coordenadas das células muscu-
lares. As mitocôndrias são responsáveis pela respiração celular, e é por meio 
dessa organela que é produzida a energia celular (ATP). Muitos dos passos da 
respiração celular acontecem dentro da mitocôndria, que possui formato oval 
e duas membranas: uma externa, envolvendo toda a organela, e uma interna, 
com muitas saliências internas chamadas cristas que aumentam a área de 
9Células procariontes e eucariontes
superfície. O complexo de Golgi localiza-se próximo ao núcleo, é constituído 
por vesículas achatas cuja função é concentrar, armazenar e secretar proteínas. 
Suas funções são modificar, armazenar e exportar proteínas sintetizadas no 
retículo endoplasmático rugoso e, além disso, originar os lisossomos e os acros-
somos dos espermatozoides. O núcleo é formado pela carioteca, cromatina 
e nucléolo, cujas funções são respectivamente: delimitar o núcleo, armazenar 
material genético, e síntese de ribossomos. O núcleo é como o “cérebro” da 
célula, pois é a partir dele que partem as “decisões”. É onde se localizam os 
cromossomos compostos de moléculas de ácido desoxirribonucleico, DNA, 
que carrega toda a informação sobre as características da espécie e participa 
dos mecanismos hereditários. Os ribossomos possuem mesma função que nas 
células procariontes: são pequenas unidades responsáveis pela síntese proteica. 
Eles são fundamentais para o crescimento, a regeneração celular e o controle 
metabólico. Lisossomas ou lisossomos são bolsas esféricas que armazenam 
enzimas digestivas responsáveis pela digestão celular, degradando substâncias 
como lipídeos, carboidratos e proteínas. Quando comparados aos ribossomos, 
esses são bem maiores. A peroxissoma é uma organela esférica semelhantes 
aos lisossomos quanto à sua função. São estruturas responsáveis por digerir 
diversas substâncias, visto a quantidade de enzimas que contêm. O que os 
difere dos lisossomos é o tipo de enzima que apresentam (enzimas oxidases).
Os centríolos são pequenos pedaços de microtúbulos que exercem função 
vital no processo de divisão celular e ajudam no momento da separação. 
Possuem, portanto, a capacidade de duplicação durante o ciclo da divisão 
celular, organizando o fuso acromático. Após o processo de duplicação, os 
centríolos migram em direção aos polos da célula. Além disso, os centríolos 
auxiliam na formação dos cílios e dos flagelos. Os vacúolos, espaços que 
conferem volume à célula, além de armazenarem nutrientes e água, tratam-se 
de espaços preenchidos por solução de água, sais, açúcares etc. Em células 
animais é rara a presença de vacúolos, só podendo ser vista em células do 
tecido adiposo, pois estas terão vacúolos que servem como reserva energética, 
armazenando gordura. Os organoplastos possuem funções variadas, podendo 
armazenar substâncias para reserva nutritiva, hídrica ou pigmentos, como 
os cloroplastos nas células vegetais responsáveis pela fotossíntese, ou ainda 
regular pH, controlar a entrada e saída de água por osmorregulação, fazer a 
digestão e excretar os resíduos (AMABIS; MARTHO, 2006; JUNQUEIRA; 
CARNEIRO, 2005; LOPES; ROSSO, 2013). 
A Figura 4 representa uma célula animal eucarionte e suas principais 
características.
Células procariontes e eucariontes10
Figura 4. Célula animal eucarionte.
Fonte: Alberts et al. (2017b, p. 642).
Assim, cabe refletirmos toda a história da concepção da vida na terra 
e seus diversos e intermináveis processos evolutivos, partindo de células 
procarióticas, simples como as bactérias, até a formação dos organismos 
mais complexos e completos, como nós mesmos, por meio das células eu-
carióticas também.
11Células procariontes e eucariontes
ALBERTS, B. et al. Fundamentos da biologia celular. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017a.
ALBERTS, B. et al. Biologia molecular da célula. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017b.
AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Fundamentos da biologia moderna: volume único. 4. ed. 
São Paulo: Moderna, 2006.
BRODY, D. E.; BRODY, A. R. A evolução e o princípio da seleção natural. In: As sete maiores 
descobertas científicas da história. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. p. 221-238.
JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Biologia celular e molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2005.
LOPES, S.; ROSSO, S. Bio: volume único. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
MEMBRANA Plasmática VI endocitose, exocitose e Pi. Videoaula ministrada por Me Salva. [S. l.], 
2017. 1 vídeo (11min04s). Disponível em: <https://goo.gl/Qbhpn9>. Acesso em: 30 out. 2018.
REECE, J. B. et al. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: 2015.
STEIN, T. Células procariontes e células eucariontes. Diferença, [S. l.], [2017?]. Disponível 
em: <https://goo.gl/yxdCyd>. Acesso em: 30 out. 2018.
Células procariontes e eucariontes12
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