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EXERCÍCIO ILÍCITO DA ODONTOLOGIA

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EXERCÍCIO ILÍCITO DA ODONTOLOGIA
Introdução
O capítulo 3 da apostila Odontologia Legal produzida por Karla Leões Borges descreve acerca do exercício ilícito da odontologia. Em priori, a autora destaca que por um longo período o exercício ilícito desta profissão esteve relacionado a qualquer prática odontológica, exercida diretamente com o paciente sem ser realizada por um cirurgião-dentista habilitado. Entretanto, Borges relata a necessidade de analisar as chamadas “profissões paraodontológicas”, uma vez que essas passaram a inferir sobre atividades antes exclusivas de um cirurgião-dentista. 
Desenvolvimento
O artigo 282 do código penal brasileiro designa como atividade criminosa “Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização legal, ou excedendo-lhe os limites.” Sob pena de seis meses a 2 anos de prisão, com possibilidade de multa quando houver finalidade lucrativa na atividade. Nesse contexto, Borges destaca que o crime de ilegalidade da profissão previsto no artigo 282 refere-se tão somente as atividades realizadas cirurgiões-dentistas, não prevendo ilicitude de outras profissões da área odontológica como portanto de técnico em prótese dentária, técnico em higiene dental, atendente de consultório dentário e auxiliar de prótese dentária. 
Sob esta perspectiva a autora define duas formas de efetivar o exercício ilegal da odontologia, a primeira através da prática de atividades próprias de cirurgiões-dentistas sem a devida autorização, ou então, no caso de médicos e farmacêuticos que ultrapassem os limites legais da sua própria profissão.
Ao decorrer sobre o primeiro caso de exercício ilegal da profissão, Borges expõe a Lei nº 1.314/51 que limitou a prática odontológica para indivíduos que tenham concluído o curso perante uma instituição superior ou frente a outras instituições regulamentadas. Além disso, destaca a inscrição obrigatória no Conselho Federal de Odontologia como pré-requisito para assegurar a licitude do indivíduo ao realizar das práticas odontológicas, e destaca, juntamente a isso, a necessidade de analisar as atribuições definidas pelo conselho para o técnico em prótese dentária, técnico em higiene dental, atendente de consultório dentário e auxiliar de prótese dentária, uma vez que esses, apesar de deverem atuar obrigatoriamente sob supervisão de um cirurgião-dentista, podem ultrapassar os limites previstos para sua área, caracterizando o exercício ilícito da odontologia. 
Em priori, a autora trata a respeito dos técnicos em prótese dentária, para este profissional é vedada a assistência direta ao paciente, bem como o armazenamento de instrumentos odontológicos em sua oficina, além de ser proibido a realização de propagandas ao público geral, a divulgação do técnico em prótese dentária é limitada a ser destinada exclusivamente a cirurgiões-dentistas. Ao que se refere a esse profissional a autora conclui ser facilmente identificadas as situações que envolvem o mesmo com a prática ilegal da odontologia. 
Já ao que compete ao técnico de higiene dentária, Borges menciona que esses são passíveis de exercer de maneira ilícita a odontologia, visto que, realizam atividades como teste de vitalidade pulpar, remoção de indutos, placas e cálculos supragengivais, polir restaurações, colaborar nos programas educativos de saúde bucal e podem facilmente ultrapassar os limites legais da profissão.
No que se refere ao atendente de consultório dentário a autora reitera as atribuição desse profissional, entre as quais destacam-se: orientar os pacientes sobre higiene bucal, marcar consultas, revelar e montar radiografias intra-orais, preparar o paciente para o atendimento. Entretanto é vedada a esses profissionais o ato de prestar assistência direta ao paciente, bem como a realização de propagando sobre seus serviços em qualquer meio de comunicação. 
Já sobre o auxiliar de prótese dentária, Borges destaca que a esses profissionais é proibido a prática de atos relacionado ao atendimento direto ao paciente, o exercício da profissão de forma autônoma além da realização de propaganda sobre seus serviços, sob o risco de exercer de forma ilícita a odontologia. 
Além de analisar as chamadas profissões paraodontológicas, a autora destaca a relação da medicina e farmácia em relação a odontologia. Nesse sentido, farmacêuticos podem efetivar o exercício ilegal da odontologia uma vez que esse profissional prescrevesse, ministrasse ou aplicasse especialidade farmacêutica para alguém que estivesse apresentando um problema de origem odontológica, ou efetivasse qualquer ato operatório ao paciente.
Segundo Borges existem áreas da odontologia em que é facilmente identificado atos ilícitos ou invasivos de médicos, como por exemplo, o da dentística restauradora, da periodontia, da endodontia e outros. Entretanto, existem áreas em que há dificuldade em identificar o excesso da atuação desse profissional, como por exemplo, o campo da prótese bucomaxilofacial.
Não somente os excessos dos demais profissionais são explorados pela autora, mas também, o exercício de atividades dessas outras áreas pelo profissional cirurgião-dentista. Principalmente ao que se refere a medicina, Borges destaca que o cirurgião-dentista por de diversas maneiras infringir o limite da profissão, algumas vezes de maneira clara como ao aplicar anestesia geral, contudo existem situações clínicas em que esses limites não são facilmente identificados, o que pode levar ao profissional cirurgião-dentista a exceder os limites da sua profissão. 
Conclusão
A partir do capítulo O exercício Ilegal da Odontologia, da apostila Odontologia Legal foi possível inferir acerca dos limites legais de profissões auxiliares da odontologia, além dos limites de outras áreas da saúde para com a odontologia, bem como, a relação do cirurgião-dentista para com outras áreas.
Nesse sentido, é necessário destacar a eficiência de Borges ao descrever de forma elencada as práticas atribuídas ao técnico em prótese dentária, técnico em higiene dental, atendente de consultório dentário e auxiliar de prótese dentária, bem como as práticas vedadas para os mesmos. A partir disto, não é difícil observar que algumas áreas estão mais susceptíveis a confundirem os limites da profissão e exercerem de forma ilegal a odontologia, como o caso do técnico em higiene bucal. Entretanto, os demais profissionais não estão ilesos ao exercício ilícito da odontologia, porém os casos relacionados a isso ocorrem de maneira mais deliberada, uma vez que suas atribuições são facilmente separadas das atividades do cirurgião-dentista.
Além disto, a análise da relação de outras áreas como farmácia e medicina se procedeu de forma acertada pela autora. Nesse contexto, cabe destacar que apesar dos farmacêuticos não terem tantas atribuições para realizar o serviço odontológico, o contrário pode ocorrer com demasiada facilidade, como Borges reitera em seu texto, os cirurgiões-dentistas tem contato, durante a graduação, com diversos assuntos competentes ao farmacêutico e estão sujeitos a eventualmente exceder os limites de sua profissão.
De forma igualmente coerente a autora descreve a relação da odontologia com a medicina, embora para esses casos ser mais fácil de identificar os limites da odontologia perante a medicina, em algumas áreas os limites podem ser dificilmente identificados, sendo comum inclusive a atuação desses profissionais de forma cooperativa, como em cirurgias bucofaciais.

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