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Alunos com Deficiência Visual

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Prévia do material em texto

1 
 
Disciplina: Alunos com Deficiência Visual 
Autores: M.e Wania Aparecida Boer 
Revisão Conteúdos: Esp. Marcelo Alvino da Silva / D.ra Maria Tereza Costa 
Revisão Ortográfica: Jaqueline Morissugui Cardoso 
Ano: 2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material 
integral ou de suas páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita 
da equipe da Assessoria de Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento 
destas solicitações poderá acarretar em cobrança de direitos autorais. 
 
 
 
 
2 
 
Wania Aparecida Boer 
 
 
 
Alunos com Deficiência Visual 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2016 
Curitiba, PR 
Editora São Braz 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
BOER, Wania Aparecida. 
Alunos com Deficiência Visual / Wania Aparecida Boer – Curitiba, 2016. 
44 p. 
Revisão de Conteúdos: Marcelo Alvino da Silva / Maria Tereza Costa. 
Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso. 
Material didático da disciplina de Alunos com Deficiência Visual – 
Faculdade São Braz (FSB), 2016. 
 ISBN: 978-85-94439-16-1 
 
 
 
 
4 
 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
 Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, 
nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de 
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão 
Universitária. 
 A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas 
também brasileiros conscientes de sua cidadania. 
 Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão 
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e 
grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e 
estudantes. 
 
 
 Bons estudos e conte sempre conosco! 
 Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
Apresentação da disciplina 
 A partir da Declaração de Salamanca (1994), um marco fundamental para 
o processo de inclusão escolar, a Educação Especial vem redimensionando o 
seu papel, ou seja, de um sistema de ensino paralelo, no qual o atendimento dos 
educandos com deficiência era segregatório em escolas especiais, instituições 
e classes especiais para um sistema de transversalidade nos diferentes níveis 
da educação básica (BRASIL, 2001). 
 Nesse enfoque, a “Educação Especial deve ocorrer nas escolas públicas 
e privadas da rede regular de ensino, com base nos princípios da escola 
inclusiva” (BRASIL, 2001, p. 42) ofertando atendimento educacional 
especializado aos educandos com deficiências, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, em um trabalho 
colaborativo com os professores das salas regulares, para a melhoria das 
condições de aprendizagem e a participação de todos. Portanto, implica numa 
visão diferente da educação comum, baseada na heterogeneidade e não na 
homogeneidade, considerando que cada aluno tem uma capacidade, interesse, 
motivações e experiência pessoal única, quer dizer, a diversidade está dentro do 
“normal” (AINSCOW e FERREIRA, 2003). 
 Nesta disciplina a ênfase será no processo de inclusão escolar de alunos 
com cegueira e baixa visão, público alvo denominado por deficiência sensorial. 
Para tanto, faz-se necessário entender o conceito, as causas, o histórico, as 
patologias, os recursos de acessibilidade, a orientação e mobilidade, o que é o 
Atendimento Educacional Especializado (AEE), o Plano de AEE e como se 
constrói as adequações/adaptações às necessidades desse público alvo e a 
relação família-escola. Esses temas serão desenvolvidos em 4 aulas com 
materiais complementares para pesquisa e aprofundamento de estudo. 
 
 
 
 
 
6 
 
 
Aula 1 – História, mitos, conceito, causas, avaliação: cegueira e baixa visão 
Apresentação da Aula 1 
 Nesta aula, serão abordados aspectos histórico-sociais sobre a deficiência 
visual ao longo do tempo, bem como os mitos e concepções que a falta da visão 
agrega ao imaginário social. O conceito de cegueira e baixa visão, causas e 
avaliação da acuidade visual irão nortear o trabalho e reflexões de como o 
professor da sala regular poderá desenvolver as necessidades e potencialidades 
desse alunado em conjunto com o professor especializado. 
 
1. História, mitos, conceito, causas, avaliação: cegueira e baixa visão 
 Pensar historicamente na pessoa com deficiência visual é um pensamento 
comum a todos os tipos de deficiências, pois os conceitos evoluem conforme as 
crenças, valores culturais e sociais e as políticas públicas que ocorrem nos 
diferentes momentos históricos. 
 Na antiguidade essas pessoas eram vistas como inábeis, anormais, 
deformadas, mal constituídas. Enfim, muitos rótulos e estigmas eram 
apregoados e impediam o entendimento das especificidades e potencialidades 
desses indivíduos. Eram colocados a margem, sem cuidados, negligenciados, 
apartados do convívio social. 
 Na Idade Moderna, com a evolução das ciências, o conhecimento 
científico assegura algumas tentativas de educação às pessoas com 
deficiências, mas sob o enfoque da patologia. Ou seja, ainda o foco do olhar 
estava na “doença” e não naquilo que o indivíduo poderia ser capaz de fazer. 
 Com o passar do tempo, houve destaque de algumas pessoas cegas por 
meio de suas contribuições nas diferentes áreas do conhecimento, revelando o 
potencial humano, como poderemos constatar a seguir: 
 Homero foi um poeta da Grécia Antiga, cego, que nasceu e viveu no 
século VIII a.C. Responsável pelo registro de fatos sociais que 
possibilitaram o levantamento da história de um povo. 
 
 
7 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/ea/Homeros_Naples_5
113_copy_MFA_Munich.jpg/754px-Homeros_Naples_5113_copy_MFA_Munich.jpg 
 
 Nicholas Saunderson (182-1739) um dos mais renomados cientistas 
cegos. Matemático, foi professor de Cambridge e membro da Royal 
Society. 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://learn-math.info/history/photos/Saunderson.jpeg 
 
 
 François Huber, zoólogo inglês, do Séc. XVIII, tido como a maior 
autoridade sobre o comportamento das abelhas. 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
Fonte: http://www.wikiwand.com/de/Fran%C3%A7ois_Huber 
 Na área educacional, um dos primeiros a se destacar no séc. XVI, foi um 
médico italiano, Girolínia Cardono que testou a possibilidade de algum 
aprendizado de leitura por meio do tato. Com a repercussão do sucesso de 
algumas técnicas e métodos que impulsionavam a capacidade de aprendizagem 
das pessoas cegas, chega ao Brasil, José Álvares de Azevedo que concluiu seus 
estudos em Paris, no Instituto Real dos Jovens Cegos, para corroborar com a 
criação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos (1854), hoje conhecido como 
Instituto Benjamin Constant (RJ), destinado a promover a educação das pessoas 
cegas e de baixa visão. 
 
Pesquise 
Pesquise sobre as funções, capacitações e publicações nos 
sites indicados, os quais balizam no auxílio aos deficientes 
visuais: 
 
Instituto Benjamin Constant 
Link: http://www.ibc.gov.br/ 
 
Fundação Dorina Nowill 
Link: http://www.fundacaodorina.org.br/ 
 
 
 Em 1946, em São Paulo, deu-se a criação da Fundação para o Livro do 
Cego (hoje conhecida como Fundação Dorina Nowill), objetivando divulgar os 
livros do Sistema Braille, prestando serviços relevantes na formaçãocontinuada 
de professores, bem como na construção de materiais de acessibilidade para as 
pessoas com cegueira e baixa visão. 
 Na década de 50, inauguraram no estado de São Paulo e no Rio de 
Janeiro, nas escolas comuns da rede Regular de Ensino, o ensino integrado. A 
partir daí inúmeras regiões do Brasil oportunizaram a educação de pessoas com 
deficiência visual por meio de salas especiais, salas de recursos e Centros de 
Apoio Pedagógico Especializado. Portanto, a sociedade dá indícios de que há 
http://www.wikiwand.com/de/Fran%C3%A7ois_Huber
 
 
9 
 
necessidade de se preparar para acolher, atender e subsidiar as necessidades 
dessas pessoas em prol da aprendizagem e desenvolvimento de autonomia. 
 
1.1 Mitos sobre a cegueira 
Os mitos são construídos pelo imaginário social por meio de crenças que 
limitam a falta de conhecimento das peculiaridades da cegueira e suas reais 
consequências. São expressos em falas, gestos e posturas das pessoas 
dificultando ou impedindo a aproximação, o relacionamento e o aprendizado. 
Alguns mitos mais comuns, são: 
 a pessoa cega tem uma audição privilegiada; 
 atribuição de um sexto sentido e de poderes extra-sensoriais; 
 pessoas que tem um dom ou talento para a música; 
 quando alguém fala diretamente com a pessoa cega, costuma elevar 
a voz; 
 tem uma memória extraordinária; incapacitados de se moverem ou 
se localizarem sozinhos e que a pessoa cega tem um déficit 
cognitivo. 
 
A maioria desses mitos circula no contexto educacional. Com isso, os 
educadores olham a cegueira como algo de “inferioridade”, ou seja, como se as 
pessoas cegas necessitassem de gestos e atitudes de proteção ou 
superproteção, dependência, tutela, estigmatização ou incapacidade. 
Precisamos rever posturas, atitudes e concepções para podermos realmente 
ensinar e desenvolver autonomia a quem têm direitos. 
 
Saiba Mais 
 
Para saber mais sobre os mitos vinculados deficiência visual, 
lei o artigo Os mitos acerca da deficiência visual, de autoria 
de Sandra Estevão Rodrigues. 
Disponível no acesso: 
 
 
10 
 
http://www.lerparaver.com/lpv/mitos-acerca-deficiencia-
visual 
 
 
1.2 Conceito sobre a cegueira e baixa visão 
 Para se falar sobre a ausência de visão é preciso lembrar que a mesma 
pode ocorrer desde o nascimento ou durante os primeiros anos de vida e 
denomina-se de cegueira congênita. Pode ser ocasionada por lesões ou 
enfermidades que comprometem ou afetam as funções do globo ocular. 
 As principais causas são: 
 retinopatia da prematuridade; 
 catarata; 
 glaucoma; 
 atrofia do nervo óptico. 
 
É uma alteração drástica que causa dificuldades de comunicação, 
interação, contato com objetos, mobilidade, locomoção, reconhecimento de 
espaço e tempo, etc. Mas é preciso desenvolver, desde cedo, uma estimulação 
precisa e constante, para que essa criança crie formas novas de explorar o meio 
em que vive, bem como o contato físico com as pessoas ao seu entorno. É de 
fundamental importância construir um referencial perceptivo não visual para que 
essa criança não crie comportamentos estereotipados, maneirismos ou tiques. 
 Há limitações, mas há possibilidades que facilitam a estimulação de 
habilidades para um desenvolvimento infantil eficaz. Segundo Sá e Simão 
(2010), afirmam que: 
Uma pessoa cega congênita constrói imagens e representações 
mentais na interação com o mundo que a cerca pela via dos sentidos 
remanescentes e da ativação das funções psicológicas superiores. A 
memória, atenção, a imaginação, o pensamento e a linguagem são 
sistemas funcionais dinâmicos que colaboram decisivamente para a 
organização da vida em todos os aspectos (BRASIL, 2010, p.31). 
 
 
 
11 
 
 A pessoa com cegueira congênita tem apenas uma maneira diferente de 
ver o mundo e de construir suas representações sobre aquilo que a cerca, mas 
tem capacidades que precisam ser exploradas por todos que convivem com ela. 
 
 
Ví deo 
 
 
Assista o filme Vermelho como o céu (Rosso come il cielo), 
dirigido por Cristiano Bortone, o filme traz uma a compreensão 
de como lidar com a estimulação constante de uma criança com 
cegueira congênita. 
 
Link do trailler: https://www.youtube.com/watch?v=Y-
DClxApUoo 
 
 
 
 A cegueira adquirida pode ocorrer por uma perda de visão na infância, 
na adolescência, na fase adulta ou na velhice. As causas mais comuns são as 
doenças infecciosas, traumas oculares ou acidentes. Essas pessoas têm mais 
possibilidades dos que as citadas anteriormente, pois conservam na memória 
um repertório de imagens visuais mais consolidado. Lembrando: as maneiras de 
lidar ou estimular essas pessoas são diferentes das anteriores 
 
Ví deo 
 
 
Assista o trecho do documentário Janela da Alma (2001), sobre 
o fotógrafo Evgen Bavcar, no qual traz a compreensão de como 
lidar com a pessoa que perdeu a visão na idade adulta. 
 
Link: https://www.youtube.com/watch?v=3z3cwcNKZIQ 
 
 
 
 Segundo a Sociedade Brasileira de Visão Subnormal (também citada como 
baixa visão, ambioplia ou visão reduzida), uma pessoa com baixa visão é aquela 
 
 
12 
 
que possui um comprometimento de seu funcionamento visual e tem uma 
acuidade visual inferior a 20/60, ou seja, de 0,3 e 0,05 no olho de melhor visão 
e com a melhor correção óptica. 
 
 Alguns comportamentos (sintomas) podem ser observados em sala de aula 
ou em outros espaços de convívio que podem alertar os professores sobre a 
baixa visão: 
 olhos vermelhos; 
 lacrimejam após ou durante um esforço ocular; 
 o piscar contínuo; 
 a visão dupla ou embaçada; 
 dificuldades para enxergar na lousa; 
 aproximação do caderno ou livro aos olhos; 
 sensibilidade a luz; 
 dores de cabeça constante; 
 náuseas; 
 tonturas; 
 o dispersar da atenção; 
 esquivar-se das pessoas. 
 
Quando isso ocorrer com um aluno, o professor deverá encaminhá-lo para 
o oftalmologista. Esse aluno também deverá ser encaminhado ao professor da 
Sala de Recursos Multifuncionais para uma avaliação das necessidades e 
possibilidades de intervenção para se planejar ações junto a família e a escola. 
 A baixa visão pode trazer perda de campo visual e, consequentemente, 
comprometer a visão central ou periférica. O campo visual é o mapeamento e a 
mensuração da amplitude e a abrangência do ângulo da visão em que os objetos 
são focalizados a partir de um ponto de fixação. Quando há um significativo 
estreitamento da visão periférica, a pessoa percebe somente os estímulos 
presentes na mira de um tubo ou túnel imaginário. Assim, o comprometimento 
da visão central desvia o olhar para um lado ou outro, para cima ou para baixo, 
em busca dos quadrantes ou ângulos de focalização dos estímulos em uma 
 
 
13 
 
determinada área ou campo da visão. Como por exemplo a Visão Central e a 
Visão Periférica. 
 
 
Visão Central 
 
 
 
 
 
Fonte: 
http://ichef.bbci.co.uk/news/ws/624/amz/worldservice/live/assets/images/2015/07/21/15
0721194626_sp_visao_flynn_624x351_bbc.jpg 
 
Visão Periférica 
 
 
 
 
 
 
Fonte: 
http://www.popsci.com/sites/popsci.com/files/styles/medium_1x_/public/import/2013/im
ages/2012/03/Eye_disease_glaucoma.jpeg?itok=C7z2CSrn 
 
 
1.3 Avaliação funcional da visão 
 É necessário avaliar quantitativamente e qualitativamente a acuidade e o 
campo visual da pessoa com baixa visão, pois permitirá entender como ela 
 
 
14 
 
recebe, assimila, integra e interpreta os estímulos diante dos inúmeros fatores 
de interação entre a percepção visual, iluminação do ambiente e a execução das 
tarefas do dia a dia. Os professores e a família são os principais mediadores 
dessa avaliação. Só a partir disso é que se pode definir procedimentos, 
estratégias e adaptações dos materiais ou das condições do ambiente. 
Resumo da aula 1 
 Nesta aula evidenciaram-se pontos importantes sobre a história da 
deficiênciavisual, os primeiros personagens que ganharam destaque em 
diferentes campos de atuação, enquanto cegos; primeiras conquistas da 
educação e a criação de fundações e institutos. Os mitos e os conceitos de 
cegueira e baixa visão que facilitam a compreensão das necessidades e 
intervenções em relação a essas pessoas e o quão é fundamental uma avaliação 
funcional da visão o mais cedo possível na vida de uma criança para que suas 
possibilidades aumentem em relação ao convívio social e aprendizado. 
 
Atividade de Aprendizagem 
A cegueira adquirida pode ocorrer por uma perda de visão na 
infância, na adolescência, na fase adulta ou na velhice. 
Discorra sobre as causas comuns, as quais acarretam a perda 
de visão. 
 
 
 
Aula 2 – Atendimento Educacional Especializado (AEE) em Sala de 
Recursos Multifuncionais (SRM) para alunos com cegueira e baixa visão 
Apresentação da aula 2 
 Nesta aula o foco será sobre o Atendimento Educacional Especializado 
(AEE) para alunos com cegueira e baixa visão em Sala de Recursos 
Multifuncionais (SRM). Qual o papel desse professor em interface com o 
professor da sala regular, como é a avaliação das necessidades do aluno e como 
 
 
15 
 
se planeja as ações para que haja eliminação de barreiras ao aprendizado, o 
que é e como se constrói um Plano de AEE, o que é Currículo Adaptado e quais 
os critérios de avaliação compatíveis com as especificidades desse alunado. 
 
2. Atendimento Educacional Especializado-AEE: Sala de Recursos 
Multifuncionais para alunos com cegueira e baixa visão 
 A partir da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência 
(ONU, 2006), o Brasil assumiu o compromisso de assegurar o acesso das 
pessoas com deficiência a um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, 
bem como o de adotar medidas que garantam as condições para eliminar 
barreiras ao aprendizado e efetivar a participação de todos. 
 A Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação 
inclusiva (BRASIL, 2008) vem corroborar com o compromisso firmado em 2006, 
pois disponibiliza recursos e serviços e o atendimento educacional 
especializado, complementar ou suplementar ao público alvo da Educação 
Especial. 
 A Resolução CNE/CEB nº 4, de 2 de outubro de 2009, institui as Diretrizes 
Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado (AEE) na 
Educação Básica, Modalidade Educação Especial, na qual define a função do 
AEE, o público alvo, onde pode ser realizado, a dupla matrícula, a elaboração e 
execução do plano de AEE, como organizar o Projeto Político Pedagógico em 
relação a esse atendimento e as atribuições dos professores especializados. 
 O Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011, dispõe sobre a educação 
especial, o atendimento educacional especializado e dá providências. Portanto, 
o decreto operacionaliza a resolução, ou seja, o compromisso deve ser cumprido 
a rigor nas escolas estaduais e municipais. 
 Segundo Alves (2006), o Atendimento Educacional Especializado (AEE) 
se define como: 
[...] uma ação do sistema de ensino no sentido de acolher a diversidade 
ao longo do processo educativo, constituindo-se num serviço 
disponibilizado pela escola para oferecer o suporte necessário às 
necessidades educacionais especiais dos alunos, favorecendo seu 
acesso ao conhecimento (ALVES, 2006, p.15). 
 
 
16 
 
 
 
 
 Importante 
 O AEE deverá ser ofertado no turno oposto ao do ensino 
regular, não podendo ser confundido com atividades 
repetitivas dos conteúdos que são desenvolvidos na sala 
de aula, mas deve se constituir em um conjunto de 
procedimentos específicos mediadores do processo de 
apropriação e produção de conhecimentos. Portanto, assume 
um caráter exclusivamente de suporte e apoio à educação 
regular, por meio do atendimento à escola, ao professor da sala 
regular e ao aluno. O AEE acontecerá, de fato, após o estudo 
de caso com a família, a equipe escolar e a saúde. (ALVES, 
2006). 
 
 No contexto educacional e na área da Saúde, muitas vezes há uma 
confusão entre os conceitos de AEE e Salas de Recursos Multifuncionais (SRM). 
Para melhor entender ao conceito de SRM, faz-se importante saber que: 
As salas de recursos multifuncionais cumprem o propósito da 
organização de espaços, na própria escola comum, dotados de 
equipamentos, recursos de acessibilidade e materiais pedagógicos 
que auxiliam na promoção da escolarização, eliminando barreiras que 
impedem a plena participação dos alunos público alvo da educação 
especial, com autonomia e independência, no ambiente educacional e 
social (BRASIL, 2010, p.6). 
 
 Reafirmando que são espaços físicos nos quais recebem equipamentos, 
recursos de acessibilidade e materiais pedagógicos. O professor especializado 
atuará nesses espaços para planejar e desenvolver ações interventivas que 
atendam as especificidades de cada aluno. Isso se denomina AEE. Precisamos 
entender que o espaço é a sala-SRM e o atendimento em si é o AEE. Quem atua 
nele pode ser chamado de professor especializado ou professor de AEE. 
 Essas salas são classificadas pelo Ministério da Educação (MEC), 
conforme especificações técnicas, em dois tipos (I e II). A sala de tipo II contém 
 
 
17 
 
todos os recursos da sala tipo I, adicionados os recursos de acessibilidade para 
alunos com deficiência visual, conforme a tabela abaixo: 
 
 
 Tabela 1: Especificação dos itens da Sala Tipo II: 
EQUIPAMENTOS E MATÉRIAS DIDÁTICO/PEDAGÓGICO 
01 Impressora Braille – pequeno porte 
01 Máquina de datilografia Braille 
01 Reglete de Mesa 
01 Punção 
01 Soroban 
01 Guia de Assinatura 
01 Kit de Desenho Geométrico 
01 Calculadora Sonora 
 Fonte: BRASIL, 2010, p.12 
 
Para que esse atendimento seja de fato eficaz, o professor deverá ter o 
seguinte perfil: ter curso de graduação, pós-graduação e ou formação 
continuada que o habilite para atuar em áreas da Educação Especial. Sendo 
assim, para lidar com a cegueira e a baixa visão, a formação docente deve 
abranger os conhecimentos acerca de: 
 Comunicação Alternativa e Suplementar; 
 Sistema Braille; 
 Orientação e Mobilidade; 
 Soroban; 
 Tecnologia Assistiva. 
 
Para tanto, as atribuições do professor de AEE são: 
 Promover e apoiar a alfabetização e o aprendizado pelo Sistema 
Braille; 
 
 
18 
 
 Realizar a transcrição de materiais, braile/tinta, tinta/braile e produzir 
gravação sonora de textos; 
 Realizar adaptação de gráficos, mapas, tabelas e outros materiais 
didáticos para o uso dos alunos cegos; 
 Promover a utilização de recursos ópticos e não ópticos; 
 Adaptar material em caracteres ampliados para uso de alunos com 
baixa visão, além de disponibilizar outros materiais didáticos; 
 Desenvolver técnicas e vivências de orientação e mobilidade e 
atividades da vida diária para autonomia e independência; 
 Desenvolver o ensino para o uso do Soroban; 
 Promover adequações necessárias para o uso de tecnologias de 
informação e comunicação. 
 
Com isso evidencia-se a importância da participação do professor do AEE 
nas reuniões pedagógicas, no planejamento, nos conselhos de classe/série/ano, 
na elaboração do projeto político pedagógico e no desenvolvimento de uma ação 
conjunta com os professores da sala regular e demais profissionais da escola 
para garantir o processo de inclusão escolar do aluno com cegueira e baixa 
visão. 
 
2.1 Avaliação Pedagógica: como realizá-la no AEE? 
 Segundo Poker (2013), o AEE deve ser pensado individualmente, ou seja, 
cada aluno é único nas suas especificidades, capacidades e potencialidades. A 
autora afirma ainda que: 
O estudo de caso pode ser desenvolvido individualmente pelo 
professor especializado ou coletivamente, com a participação do 
orientador pedagógico ou mesmo de outros profissionais da escola. 
Terá como base diferentes fontes de dados,como: entrevista com os 
pais; dados do prontuário escolar do aluno; relatórios de profissionais 
da saúde; anamneses anteriormente realizadas etc. (POKER, 2013, p. 
21). 
 
 Portanto, o professor especializado deverá construir uma avaliação 
fundamentada nas áreas cognitiva (percepção, atenção, memória, linguagem, 
 
 
19 
 
raciocínio lógico), social, afetiva, emocional e motora, com o objetivo de 
identificar os elementos facilitadores e as barreiras que estão dificultando a 
aprendizagem do aluno, na escola e na sala de aula. Lembrando que no caso de 
um aluno com cegueira devemos avaliar também: locomoção, noção de espaço 
e tempo, o verbalismo, consciência corporal, maneirismos, esquemas de 
representação, resíduo visual. Mas, se o aluno tiver uma baixa visão, o professor 
deverá avaliar: a capacidade visual, projeção de luz no ambiente; acuidade 
visual, campo visual e o desempenho visual. 
 É importante que a avaliação seja eficaz e bem elaborada, pois trará dados 
quantitativos e qualitativos do aluno, que deverão ser descritos minuciosamente 
num relatório, pelo professor especializado. Só assim, a avaliação e a 
intervenção passam a se relacionar diretamente na busca de um aprendizado 
real e autônomo. 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
 
Leia o livro Plano de Desenvolvimento Individual para o 
Atendimento Educacional Especializado, autoria de Rosimar 
Bortolini Poker... [et al.], no qual traz considerações 
importantes para o AEE, São Paulo, 2013, 184p. 
 
Disponível em: 
https://www.marilia.unesp.br/Home/Publicacoes/af-
livro_9_poker_v7.pdf 
 
 
2.2 Plano de AEE: o que é? Como construí-lo? 
 O Plano de AEE é um documento elaborado pelo professor especializado, 
com apoio do coordenador pedagógico da unidade escolar, que tem como 
objetivo registrar os dados da avaliação do aluno e criar intervenções eficazes 
para eliminar barreiras para o aprendizado. O Plano é construído por meio de 
alguns itens: identificação do aluno, habilidades a serem desenvolvidas, 
objetivos previstos, organização do atendimento, atividades, interlocução entre 
 
 
20 
 
o professor do AEE e o professor da sala regular, parcerias intersetoriais e 
resultados obtidos (BRASIL, 2010). 
 
 
 
Saiba Mais 
Para saber mais sobre o Plano AEE e o AEE para deficientes 
visuais, acesse os links do MEC indicados: 
 
Link 1: 
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_dv.pdf 
 
Link 2: 
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&vie
w=download&alias=7104-fasciculo-2-pdf&Itemid=30192 
 
2.3 Currículo Adaptado e critérios de avaliação para alunos com 
cegueira e baixa visão 
 Partindo do princípio que a escola é para todos, o grande desafio está em 
propiciar uma pedagogia centrada no aluno e que respeite suas especificidades, 
potencialidades, capacidades, ritmo e estilo de aprendizagem. Portanto, para 
que de fato a escola se torne inclusiva, Galve e Sebastian (2002) apontam que 
o professor precisa identificar e conhecer as competências e os 
recursos/estratégias de ensino que proporcionam a aprendizagem, de forma a 
superar ou compensar os comprometimentos e/ou dificuldades existentes. 
 O Projeto Político Pedagógico construído coletivamente na escola, deverá 
descrever quem são os alunos cegos e de baixa visão e como serão efetuadas 
as adequações/adaptações dos recursos, conteúdos, objetivos, metodologia e 
critérios de avaliação. 
 Algumas atividades pedagógicas requerem estratégias de aprendizagem 
adaptadas aos alunos cegos. Segue alguns exemplos: 
 
 
21 
 
 Exibição de um filme ou documentário. Há necessidade de descrição 
oral de imagens, cenas, leitura de legendas para que o aluno 
construa sua representação mental com dados da realidade; 
 Uso de slides, gravuras, cartazes, fotos, obras de arte. Devem ser 
precedidos de informações e descrições orais de forma objetiva e 
sucinta ou um resumo ou uma sinopse escrita em braile ou um texto 
em voz; 
 Uso de mapas, gráficos, desenhos, ilustrações, diagramas. Devem 
ser representados em alto-relevo; 
 Atividades de Educação Física. O aluno deve ficar próximo do 
professor para receber as orientações e pistas táteis dos exercícios. 
 
 Para os alunos com baixa visão as adaptações são menores, pois apenas 
precisamos lembrar sobre o campo visual, o uso de recursos ópticos ou não 
ópticos e textos com letras ampliadas. Por exemplo, em uma atividade com um 
texto informativo, como um panfleto de supermercado, poderemos utilizar uma 
lupa ou binóculo para que o aluno realize a leitura. 
 Alguns critérios de avaliação devem estar descritos no Projeto Político 
Pedagógico em relação aos alunos com cegueira: 
 Fazer uso da máquina braile, gravador, reglete, soroban; 
 As provas devem ser transcritas de tinta para o braille e vice e versa; 
 Presença de um ledor; 
 Maior tempo na realização da prova; 
 Uso de computador ou notebook com o sistema operacional Dosvox; 
 Intervalos nas sessões dos testes; 
 Realização da prova em um lugar tranquilo; 
 Explicações diretas e de várias maneiras. 
 
 Alguns critérios de avaliação devem estar descritos no Projeto Político 
Pedagógico em relação aos alunos com baixa visão: 
 O professor especializado poderá ampliar o tamanho da fonte das 
provas e imprimi-las; 
 
 
22 
 
 Podem utilizar lupas manuais ou de mesa; 
 Uso de computador ou notebook com o sistema operacional Dosvox; 
 Aumento do tempo para realização de provas; 
 Realização das provas num lugar tranquilo. 
 
 Faz-se importante não esquecer de que as adequações (adaptações) são 
construídas para cada aluno, de forma individual (como é de direito de cada 
aluno). Para tanto, o professor especializado deverá trabalhar colaborativamente 
com o professor da sala regular para garantia desses direitos. 
 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
 
Amplie seus estudos lendo o artigo Entendendo o trabalho 
colaborativo em educação e revelando seus benefícios, de 
Magda Floriana Damian. O mesmo afirmar a importância do 
desenvolvimento de atividades colaborativas nas escolas, 
trazendo importantes considerações. 
 
Disponível no acesso: 
http://revistas.ufpr.br/educar/article/view/12795/8687 
 
 
 
Resumo da aula 2 
 Nesta aula foram abordados os aspectos legais, conceito sobre o 
Atendimento Educacional Especializado (AEE), o significado de Sala de 
Recursos Multifuncionais (SRM), o papel do professor especializado e suas 
atribuições, como podemos avaliar esse alunado e construir intervenções 
eficazes, como são as adequações/adaptações necessárias e quais critérios de 
avaliação devemos elaborar ou construir no Projeto Político Pedagógico da 
escola. O foco do estudo é o “fazer educativo”, diretamente ligado aos 
professores e equipe gestora, responsáveis pela execução do que ensinar, 
quando ensinar, como ensinar, o que e quando avaliar. 
 
 
 
23 
 
Atividade de Aprendizagem 
Discorra sobre a importância do desenvolvimento das 
atividades colaborativas. 
 
 
 
Aula 3 – Ajudas Técnicas e adaptação de materiais 
Apresentação da aula 3 
 Nesta aula será abordada a importância de recursos de acessibilidade aos 
alunos com cegueira e baixa visão para promover uma aprendizagem mais 
eficaz e condizente com suas especificidades. Dentre eles estão: auxílios ópticos 
e não ópticos, a história do Braille e sua escrita, o uso do soroban e programas 
federais que podem ser utilizados nas escolas para facilitar a comunicação desse 
alunado. 
 
3. Ajudas Técnicas e Adaptação de Materiais 
 Os alunos com cegueira e baixa visão são sujeitos de direitos. A Lei nº 
13.146 de 6 de julho de 2015, institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com 
Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) e no artigo 3º, inciso III define 
a tecnologia assistiva ou ajuda técnica,como: 
 
[...] produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, 
estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a 
funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa com 
deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, 
independência, qualidade de vida e inclusão social (BRASIL, 2015). 
 
 A Tecnologia Assistiva (TA) abrange todos os recursos da sala de aula e 
dos ambientes da escola, proporcionando o acesso e a participação efetiva de 
todos os alunos. O professor e a equipe escolar têm responsabilidade em 
construir um ambiente acessível e inclusivo para a eliminação de barreiras 
arquitetônicas e atitudinais. 
 Esses recursos são prescritos por um oftalmologista e dependem de cada 
caso ou patologia. As escolhas e os níveis de adaptação desses recursos devem 
 
 
24 
 
ser definidos a partir do estudo e análise de vários fatores, como: necessidades 
específicas, diferenças individuais, faixa etária, preferências, interesses e 
habilidades que vão determinar as modalidades de adaptações e as atividades 
mais adequadas. O professor especializado tem papel importante na 
conscientização do uso desses recursos pelo aluno e na colaboração da família 
e do professor da sala regular. Para que de fato a Tecnologia Assistiva (TA) seja 
usada adequadamente e tenha êxito para o aprendizado das pessoas com 
cegueira ou baixa visão é função do oftalmologista (prescrevê-las), do professor 
especializado e da família (executá-los). 
 Os recursos de acessibilidade para os alunos com baixa visão poderão 
ser os auxílios ópticos e auxílio não ópticos. 
 
3.1 Auxílios ópticos 
Os auxílios ópticos (ou recursos de acessibilidade) são lentes que 
permitem a ampliação de imagem e a visualização de objetos, favorecendo o 
uso da visão residual, tanto para longe, como perto. Por exemplo: lupas de mão 
e de apoio, óculos bifocais ou monoculares e telescópios, óculos com lentes 
especiais. O aluno poderá fazer uso desses recursos para ler um texto, ver o que 
está escrito na lousa, identificar a placa na porta do banheiro, observar objetos. 
 
 
 
 
 
Fonte: http://www.alexandrerosa.com/?p=124 
 
3.2 Auxílios não ópticos 
Os auxílios não ópticos estão relacionados às mudanças do ambiente, ao 
mobiliário, à iluminação, aos recursos para leitura e escrita, como contrastes e 
ampliações para melhorar o funcionamento visual. Por exemplo: iluminação 
http://www.alexandrerosa.com/?p=124
 
 
25 
 
natural do ambiente, uso de lâmpada incandescente ou fluorescente no teto ou 
luminária, contraste nas cores, visores, bonés, folhas com pautas escuras e com 
maior espaçamento entre as linhas, livros com texto ampliado, canetas com 
ponta porosa, lápis 6B, colas em relevos coloridos, prancheta inclinada para 
leitura, guia de leitura ou tiposcópio, lupa eletrônica, Softwares com 
magnificadores de tela e Programas com síntese de voz, Circuito fechado de 
televisão (CCTV). 
 
 3.2.1 Caderno de pauta ampliada 
 O caderno de pauta ampliada é um recurso e ou um acessório para os 
alunos com Baixa-Visão, trata-se de um caderno que possui a pauta ampliada 
(mais larga), o qual pode ser comprado em lojas especializadas, mas também 
pode ser confeccionado utilizando o próprio caderno do aluno riscando com uma 
caneta hidrocor preta uma linha sim, outra não. Como normalmente os cadernos 
encontrados hoje em dia as linhas são claras, não haverá problema pois, 
normalmente o aluno não consegue enxergar as linhas mais clara somente as 
mais escuras e ele poderá escrever no espaço entre elas (no caso utilizando 2 
linhas). 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: http://zadante.orgfree.com/acessibilidade04.jpg 
 
 3.2.2 Prancheta Inclinada 
 A prancheta inclinada serve de apoio ao material de leitura em posição 
confortável e adequada ao melhor desempenho da atividade de ler. 
Especialmente para os com baixa visão. 
 
 
 
26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: 
http://rcaescolas.com.br/produtos/index.php?route=product/product&product_id=603 
 3.2.3 Tiposcópio ou guia de leitura 
 O tiposcópio ou guia de leitura é um auxílio simples e ajuda no controle 
da iluminação reduzindo a reflexão da luz, além de serem úteis na orientação da 
leitura e escrita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: 
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=7105-
fasciculo-3-pdf&Itemid=30192 
 
 
3.2.4 Circuito fechado de Televisão (CCTV) 
O circuito fechado de televisão (CCTV), é um aparelho acoplado a um 
monitor de TV monocromático ou colorido que amplia até 60 vezes as imagens 
e as transfere para o monitor. 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_dv.pdf 
http://rcaescolas.com.br/produtos/index.php?route=product/product&product_id=603
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=7105-fasciculo-3-pdf&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=7105-fasciculo-3-pdf&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_dv.pdf
 
 
27 
 
 
 
 
3.2.5 Lupa eletrônica 
É um equipamento que pode possuir uma prancha ou bandeja fixa com 
trilhos metálicos funcionando como guia XY para uma câmera de vídeo colorida 
instalada em anel deslizante, a qual aumenta a imagem de 10 a 80 vezes em 
tela de 32. 
 
 
 
 
 
Fonte: 
http://assistiva.mct.gov.br/catalogo/lupa-eletronica-8 
 
 
Importante 
 
 A seguir estão algumas dicas importantes para o uso desses 
recursos no contexto da sala de aula: 
 
- Sentar o aluno a uma distância de aproximadamente um metro 
do quadro negro na parte central da sala. 
- Evitar a incidência de claridade diretamente nos olhos da 
criança. 
- Estimular o uso constante dos óculos, caso seja esta a 
indicação médica. 
- Colocar a carteira em local onde não haja reflexo de 
iluminação no quadro negro. 
- Posicionar a carteira de maneira que o aluno não escreva na 
própria sombra. 
- Adaptar o trabalho de acordo com a condição visual do aluno. 
- Em certos casos, conceder maior tempo para o término das 
atividades propostas, principalmente quando houver indicação 
de telescópio. 
- Ter clareza de que o aluno enxerga as palavras e ilustrações 
mostradas. 
- Sentar o aluno em lugar sombrio se ele tiver fotofobia 
(dificuldade de ver bem em ambiente com muita luz). 
- Evitar iluminação excessiva em sala de aula. 
http://assistiva.mct.gov.br/catalogo/lupa-eletronica-8
 
 
28 
 
- Observar a qualidade e nitidez do material utilizado pelo aluno: 
letras, números, traços, figuras, margens, desenhos com bom 
contraste figura/fundo. 
- Observar o espaçamento adequado entre letras, palavras e 
linhas. 
- Utilizar papel fosco, para não refletir a claridade. 
- Explicar, com palavras, as tarefas a serem realizadas. 
(BRASIL, MEC, SEESP, 2007, p. 20) 
 
3.2.6 Tecnologia da informação e comunicação (TICs) 
As TICs ajudam o aluno com baixa visão a realizar as atividades e o 
professor especializado em produzir materiais didático-pedagógicos. O 
computador tem aplicativos e recursos que atendem as especificidades de casa 
aluno em relação a ampliação, contraste, edição de texto e leitura via áudio. Para 
tanto, há necessidade de um monitor de 17 polegadas que deverá estar elevado 
à altura da linha mediana da visão, numa distância de 30 cm. Para acessar esses 
recursos de acessibilidade é só entrar no ambiente Windows, clicar em mouse, 
teclado e vídeo. 
Amplie Seus Estudos 
Para ampliar seus estudos em relação as TICs, acesse o 
manual Alunos com Deficiência Visual: Baixa visão e 
cegueira (MEC, 2010), lendo das páginas 16 à 25. 
 
Disponível no acesso: 
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&vie
w=download&alias=7105-fasciculo-3-pdf&Itemid=30192 
 
 
 
3.2.7 Alfabeto Braille 
Vale atentar-se também aos recursos para os alunos com cegueira. 
O sistema Braille é conhecidouniversalmente como código de escrita e 
leitura tátil das pessoas cegas. Teve origem na França em 1825 com Louis 
Braille, que ficou cego aos três anos de idade, vítima de um acidente seguido de 
oftalmia. 
 Esse sistema consta do arranjo de seis pontos em relevo, dispostos na 
vertical em duas colunas de três pontos cada. Os seis pontos formam o que se 
 
 
29 
 
convencionou chamar "cela braile". A diferente disposição desses seis pontos 
permite a formação de 63 combinações ou símbolos Braille e podem ser 
produzidos por impressoras elétricas e computadorizadas, máquina de 
datilografia e, manualmente, por meio da reglete e punção. O sistema possibilita 
o contato direto com a grafia, o que é muito importante para a compreensão e o 
emprego das letras, das palavras, do sistema de pontuação e de acentos. 
 
Alfabeto em Braille 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: http://www.infoescola.com/portugues/braile/ 
 
Reglete e Punção 
 
 
 
 
 
http://www.infoescola.com/portugues/braile/
 
 
30 
 
 
 
 
Fonte: http://www.canavicomercial.com/_regletes_e_pun_es.html 
 
Máquina Braille 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://ticsinclusaoacessibilidade.wordpress.com/2006/10/02/maquina-braille/ 
 
Impressora Braille 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://www.sme.pmmc.com.br/site2011/imagens/caic/pro-escolar/pro-
escolar_068.jpg 
 
http://www.canavicomercial.com/_regletes_e_pun_es.html
 
 
31 
 
A leitura tátil é um processo que envolve as características do código, 
atenção e discriminação tátil. É realizada da esquerda para a direita, percorrendo 
letra por letra ou sílaba por sílaba, de modo fragmentário e analítico. Lembrando 
que a leitura e a escrita por meio do Sistema Braille são realizadas em sentido 
inverso. 
 
Leitura Tátil 
 
 
 
 
 
Fonte: http://www.pi.senac.br/ver.php?pt=not&jq=not&id=2382 
 
Outro recurso é o Soroban, nome dado ao ábaco japonês, que consiste 
em um instrumento de cálculo surgido na China há cerca de quatro séculos. O 
uso desse instrumento pelas pessoas cegas se deu nos anos 40 e 50, com o 
objetivo de apropriação de conceitos matemáticos. A Portaria Ministerial nº 1.010 
de maio de 2009, autoriza o uso do Soroban em concursos públicos, vestibulares 
e outros exames. 
 Esse instrumento deve ser apresentado ao aluno desde o início da 
escolarização, a partir de atividades exploratórias, junto com o material dourado 
e blocos lógicos, para possibilitar o ensino e a aprendizagem do sistema de 
numeração decimal, posicional e das operações fundamentais. 
 
 Soroban 
 
 
http://www.pi.senac.br/ver.php?pt=not&jq=not&id=2382
 
 
32 
 
 
 
 
 Fonte: http://soroban-88.com/image/soroban.jpg 
 Amplie Seus Estudos 
Para ampliar seus conhecimentos a respeito do Soroban, 
leia SOROBAN: Manual de Técnicas Operatórias para 
Pessoas com Deficiência Visual (MEC, 2012), no qual traz 
importantes considerações ao uso e estratégias de sua 
utilização sala de aula. 
Disponível no acesso: 
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&vi
ew=download&alias=12454-soroban-man-tec-operat-
pdf&category_slug=janeiro-2013-pdf&Itemid=30192 
 
Leia também o livro Auxílios Para Baixa 
Visão, de autoria de Maria Aparecida Onuki 
Haddad; Marcos Wilson Sampaio e Newton 
Kara-josé. A obra traz considerações dos 
principais auxílios ópticos, não ópticos e 
eletrônicos, características, vantagens, 
desvantagens e treinamento para seu uso. 
 
 
O Ministério da Educação (MEC) implementa, em parceria com os 
sistemas de ensino, alguns programas relacionados as pessoas com cegueira: 
 Programa Escola Acessível, o qual disponibiliza recursos para 
adequações estruturais, de acessibilidade nas escolas públicas e a 
aquisição de recursos de tecnologia assistiva. 
 Projeto Livro Acessível, que possibilita o desenvolvimento do 
sistema de informação digital acessível (Mecdaisy), o qual facilita o 
acesso ao texto por meio de áudio, caráter ampliado e diversas 
funcionalidades de navegação pela estrutura do livro. Esse projeto 
realiza a reprodução das obras escolhidas pelas escolas, seguindo 
o cronograma estabelecido no âmbito dos programas de distribuição 
de livros do MEC/FNDE. 
 
 
33 
 
 
Para finalizar é preciso dar ênfase no uso adequado desses recursos e 
programas, pois eles eliminam ou diminuem as barreiras que impedem ou 
dificultam o acesso as atividades curriculares. Para tanto, o conhecimento, a 
competência, a pesquisa, a responsabilidade e o comprometimento dos 
profissionais que atuam diretamente com o aluno é fundamental para o êxito da 
inclusão escolar. 
 
Resumo da aula 3 
Nesta aula foi possível a compreensão de que a pessoa com cegueira e 
baixa visão possui direitos a recursos e serviços, os quais promoverão a 
autonomia e independência em relação à sua aprendizagem. Enfatizando a 
importância de ofertar-se a Tecnologia Assistiva. 
 
Atividade de Aprendizagem 
Discorra sobre a importância da aplicabilidade da Tecnologia 
Assistiva. 
 
 
 
Aula 4- Orientação e Mobilidade, Atividades de Vida Diária e o 
Reconhecimento do papel da família e do contexto educacional para o 
desenvolvimento de alunos com cegueira e baixa visão 
Apresentação da aula 4 
 Nesta aula daremos ênfase a possibilidade que uma pessoa com cegueira 
ou baixa visão tem de entrar e se locomover nos espaços, sejam eles escolares 
ou não, de maneira mais segura e independente. Serão evidenciados também 
os aspectos legais que embasam essa possibilidade, bem como, a importância 
de uma postura adequada em favorecimento ao contato visual com livros, 
objetos, atividades, etc. 
 
 
34 
 
 
 
 
4. Orientação e Mobilidade, Atividades de Vida Diária e o Reconhecimento 
o papel da família e do contexto educacional para o desenvolvimento de 
alunos com cegueira e baixa visão 
 A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT NBR 9050-2015), 
revisa as normas de acessibilidade e define: 
[...] os aspectos relacionados às condições de acessibilidade no meio 
urbano. Estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem 
observados quando do projeto, construções, instalação e adaptação 
de edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos às 
condições de acessibilidade (inclusão), indicando especificações que 
visam proporcionar à maior quantidade possível de pessoas 
independentemente de idade, estatura ou limitação de mobilidade a 
utilização segura do ambiente ou equipamento (BRASIL, 2015). 
 
 Essas normas beneficiam as pessoas com cegueira e baixa visão, pois 
fornecem referências para o alcance manual e visual, formas de comunicação e 
sinalização horizontal e vertical, como é o caso da implantação do piso tátil e o 
Braille. 
 Dessa forma, para que as barreiras de locomoção sejam eliminadas, é 
necessário que a pessoa com cegueira e com baixa visão adquira orientação e 
mobilidade adequada para chegar aos locais desejados com mais facilidade. 
Mover-se de forma orientada com segurança e independência, porém 
com conhecimento das técnicas de guia vidente, de autoproteção e de 
bengala longa. Nesse caso, utilizam-se os pontos de referência, tais 
como: pontos cardeais, lojas comerciais, seu próprio guia de mapas 
táteis ou descritivos, informações com pessoas, leitura de informações 
de placas com símbolos (de preferência em alto contraste para as 
pessoas que tem baixa visão) ou escrita ampliada e com bom contraste 
ou em Braille, mapas táteis (BRASIL, 2010, p.8). 
 
 Por conseguinte, uma das ações do Plano de AEE, responsabilidade do 
professor especializado, é criar oportunidades e estratégias de exploração, 
identificaçãoe reconhecimento do espaço concreto de toda a escola e de seu 
entorno, bem como, disposição do mobiliário da sala de aula e sala de recursos 
multifuncionais e do trajeto rotineiro do aluno. 
 
 
35 
 
Segundo Giacomini (BRASIL, 2010, p. 8), no treinamento de orientação e 
mobilidade utiliza-se de pontos de referências, tais como: pontos cardeais, lojas 
comerciais, informações com pessoas, etc. Portanto, o objetivo desse 
treinamento para as pessoas com cegueira e baixa visão é de construir um mapa 
mental de cada espaço explorado, formando assim, suas próprias referências. 
Para assimilar essa construção mental, o professor pode construir maquetes ou 
mapas táteis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://vamoscontar.ibge.gov.br/images/vamoscontar/blog/post_deborazornio_04.jpg 
Saiba Mais 
Para saber mais sobre a Cartografia Tátil, leia o artigo 
Cartografia tátil: mapas para deficientes visuais, e autoria de 
de Ruth Emilia Nogueira Loch. O artigo evidencia a 
importância e as vantagens dos produtos da cartografia tátil, 
os quais podem ser enquadrados como recursos da 
tecnologia assistiva, promovendo a independência de 
mobilidade e ampliar a capacidade intelectual de pessoas 
cegas ou com baixa visão. 
Disponível em: 
http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/portalcartografia/arti
cle/view/1362/1087 
 
 
 
 
36 
 
 Existem algumas técnicas de orientação e mobilidade para facilitar o 
deslocamento da pessoa com cegueira e de baixa visão: 
 Guia Vidente: um voluntário ou profissional que guiará e orientará a 
pessoa cega em ambientes internos e externos. A posição correta é 
a colocação da mão no cotovelo do guia. O braço do guia deverá 
formar um ângulo de 90º com seu corpo. 
 Bengala longa: têm a função de aumentar o alcance da perna e do 
braço de um indivíduo cego, bem como de proteção, orientação e 
detecção das informações ambientais captadas por sensações táteis 
e percebidas pelos receptores localizados na mão do indivíduo cego, 
sendo enviadas ao seu cérebro. 
 Cão Guia: exige do seu usuário idade própria, pois a pessoa cega 
deverá ter condições para a realização dos cuidados e manutenção 
da sobrevivência, saúde e higiene do cão. É raro e de relativa 
aceitação social. 
 Equipamentos eletrônicos: facilita a identificação dos obstáculos. 
Por exemplo: sistema de alerta sonoro e vibratório e/ou bengala com 
sistema de leitura óptica com laser. 
 Garcia (2001), evidencia aspectos relevantes sobre a postura de uma 
pessoa com cegueira: 
É geralmente regulada por um mecanismo reflexo que a visão estrutura 
e organiza na pessoa vidente. [...] A postura adequada traz uma boa 
percepção proprioceptiva e cinestésica, e a boa locomoção depende 
de uma postura correta, o que podemos conseguir com programas de 
Orientação e Mobilidade (GARCIA, 2001). 
 
Ví deo 
Assista os vídeos 
- Escola Interativa - Orientação e Mobilidade e a Autonomia da 
Pessoa Cega nos Ambientes Escolares, o vídeo irá aprofundar 
o estudo em relação a orientação e mobilidade. 
Link1: https://www.youtube.com/watch?v=qoEk0cntbtA 
 
 
 
37 
 
- Orientação e Mobilidade, o vídeo evidencia condutas e 
procedimentos do uso adequado dessas técnicas. 
Link2: https://www.youtube.com/watch?v=wrHh8izPKto 
 
 
4.1 Atividade de Vida Diária - AVD 
 Na educação da criança com cegueira ou com baixa visão é importante 
ressaltar a importância da Atividade de Vida Diária (AVD) que tem como objetivo 
proporcionar condições para que, dentro de suas potencialidades e 
especificidades, possa formar hábitos de autossuficiência, permitindo assim 
participar ativamente do ambiente em que vive. Há necessidade de um 
treinamento intensivo para o desenvolvimento dos comportamentos adaptativos, 
como: sentar-se à mesa, usar os talheres, a adequação para se vestir e a higiene 
pessoal. 
 O treinamento inicia-se no lar, mas a escola é um local de 
complementação do ensino e prática. O professor especializado, no seu Plano 
de AEE, deverá desenvolver junto ao aluno com cegueira e baixa visão, 
habilidades funcionais e práticas que o ajudem na realização de determinadas 
tarefas do dia a dia. Para que isso ocorra satisfatoriamente, é necessário 
desenvolver também um trabalho com a família, principalmente, pelo fato de que 
a maioria desconhece as possibilidades de seus filhos e não sabe a forma 
correta de auxiliá-los. 
 Segundo publicação do MEC, Saberes e Práticas da Inclusão: 
desenvolvendo competências para o atendimento às necessidades educacionais 
especiais de alunos cegos e de alunos com baixa visão (BRASIL, 2006, p.86), 
as “Atividades da Vida Diária - AVD se referem a um conjunto de atividades que 
visam o desenvolvimento pessoal e social nos múltiplos afazeres do cotidiano”. 
Tem como objetivo desenvolver habilidades para a aquisição de hábitos 
salutares na alimentação, na higiene, na saúde, no convívio social e no vestuário. 
 É importante lembrar que todo o trabalho a ser desenvolvido deverá partir 
das vivências reais do aluno, associando a outras práticas do cotidiano. O 
trabalho é composto por passos, nos quais se devem considerar as habilidades 
 
 
38 
 
necessárias para sua execução, tais como: desenvolvimento sensorial, 
perceptivo, motor, noções de espaço e tempo, etc. A AVD consiste em 
desenvolver habilidades para: 
 Higiene Pessoal; 
 Vestuário; 
 Atividades domésticas; 
 Alimentação e boas maneiras à mesa; 
 Saúde e segurança; 
 Cortesia social. 
 
 Essas habilidades deverão ser aprendidas gradualmente. Para ensinar é 
preciso conhecimento das estratégias, paciência, compreensão, habilidade e 
constância por parte da professora e da família. 
 
4.2 Reconhecimento do papel da família e do contexto educacional 
para o desenvolvimento de alunos com cegueira e baixa visão 
Para maior entendimento do tema, faz-se importante uma reflexão sobre 
o papel da sociedade na construção do imaginário coletivo em relação às 
pessoas com cegueira e baixa visão. Elas são vistas como incapazes e 
impossibilitadas de sentir e viver no mundo real, porque fogem do padrão pré-
estabelecido por essa sociedade. Portanto, são colocadas em situação de 
desigualdade gerando laços de dependência. Assim, dentro do núcleo familiar, 
elas passam a ocupar um status privilegiado, ou seja, como elas não podem 
realizar certas coisas e recebem um “tratamento especial”. 
Segundo Piñero, Quero e Díaz (2003): 
[...] no momento em que os pais aceitarem a deficiência do filho e 
conseguirem criar um âmbito familiar adequado para que a criança viva 
integrada terá sido dado um grande passo na sua educação (PIÑERO, 
QUERO, DÍAZ, 2003, p. 203). 
 
A forma que os pais concebem a deficiência, irá determinar como o filho 
se percebe e se relaciona na sociedade, ou seja, isso influenciará diretamente 
no seu desenvolvimento pessoal e no contexto escolar. 
 
 
39 
 
 A mesma situação pode ocorrer quando um professor recebe, em sua sala 
de aula, um aluno com cegueira ou baixa visão. Se ele focar seu olhar na 
deficiência, no “defeito”, na incapacidade, o processo de ensino e aprendizagem 
tenderá a não se realizar a contento. Primeiro é preciso entender quem é esse 
aluno, suas especificidades, necessidades e potencialidades. Segundo, 
acreditar no aluno como uma pessoa de direitos e depois planejar, em ação 
conjunta com o professor especializado, atividades eficazes para seu pleno 
desenvolvimento e autonomia. 
 A parceria entre a família, escola e saúde é fundamental para a 
humanização do indivíduo e o processo de socialização, sendo um trabalho 
colaborativo. 
 
Ví deo 
Assista o filme A cor do Paraíso (The Color of Paradise), dirigido 
por Majid Majidi (1999). O filme traz a história de Mohammad (8 
anos), que é aluno em uma escola para cegos no Teerã. 
 
Link do trailler: 
https://www.youtube.com/watch?v=3_RvGYkUhEkLink (trecho do filme): 
https://www.youtube.com/watch?v=y92hQ5v5GYs 
 
 
Resumo da aula 4 
 Nesta aula evidenciou-se a importância do trabalho de orientação e 
mobilidade desde cedo com as pessoas com cegueira e baixa visão para que 
desenvolvam autonomia e independência, bem como o treino das habilidades do 
comportamento adaptativo em relação as Atividades de Vida Diária (AVD). 
Outro tema trabalhado foi a aceitação da família diante da deficiência e 
seu engajamento na procura de um programa de estimulação precoce para 
construir referências e identidade nessas pessoas. Para se desenvolver 
https://www.youtube.com/watch?v=3_RvGYkUhEk
 
 
40 
 
adequadamente as habilidades de AVD é necessário um treinamento intensivo 
e deve se iniciar desde os primeiros anos de vida. Esse treinamento é planejado 
e desenvolvido pelo professor especializado, professor da sala regular, 
especialistas da saúde e família fará a diferença na vida desses indivíduos pois, 
por meio das relações sociais, construirá sua personalidade e determinará sua 
funcionalidade para que mais tarde se torne um cidadão e possa ser inserido no 
mercado de trabalho. 
 
Atividade de Aprendizagem 
Discorra sobre a importância do papel conjunto da escola e 
família na estimulação do processo de construção de 
personalidade e socialização do pessoa com deficiência visual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
 
 
 
Resumo da disciplina 
 Nesta disciplina foram abordados contextos históricos da deficiência 
visual, com os primeiros personagens que ganharam destaque em diferentes 
campos de atuação (enquanto cegos), evidenciando as primeiras conquistas da 
educação e a criação de fundações e institutos especializados. 
 Foram abordados também os aspectos legais, conceito sobre o 
Atendimento Educacional Especializado (AEE), o significado de Sala de 
Recursos Multifuncionais (SRM) e a necessidade de ofertar-se a Tecnologia 
Assistiva, enfatizando a importância do docente e a necessidade de sua 
capacitação. 
 O Projeto Político Pedagógico que é construído coletivamente na escola, 
deverá conter a descrição dos alunos com deficiência visual e como serão 
efetuadas as adequações/adaptações dos recursos, conteúdos, objetivos, 
metodologia e critérios de avaliação. A responsabilidade de planejar, 
desenvolver e executar o treinamento de orientação e mobilidade, bem como 
registrar essas ações, são do professor especializado, por meio do registro das 
ações no Plano de AEE. A avaliação pedagógica do AEE para alunos com 
cegueira ou baixa visão tem a finalidade de identificar os elementos facilitadores 
e as barreiras que estão dificultando a aprendizagem do aluno, na escola e na 
sala de aula. 
Para finalizar evidenciou-se a importância das ações conjuntas entre a 
família e a escola, no desenvolvimento da autonomia e independência, bem 
como o treino das habilidades do comportamento adaptativo em relação as 
Atividades de Vida Diária (AVD). O papel da família no reconhecimento da 
pessoa com cegueira e baixa visão é fundamental para o seu desenvolvimento 
e aprendizado. Para que isso ocorra, de fato é preciso um trabalho colaborativo 
entre família, escola e saúde. 
 
 
42 
 
 
 
 
 
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