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1 Disciplina: Alunos com Deficiência Visual Autores: M.e Wania Aparecida Boer Revisão Conteúdos: Esp. Marcelo Alvino da Silva / D.ra Maria Tereza Costa Revisão Ortográfica: Jaqueline Morissugui Cardoso Ano: 2016 Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em cobrança de direitos autorais. 2 Wania Aparecida Boer Alunos com Deficiência Visual 1ª Edição 2016 Curitiba, PR Editora São Braz 3 FICHA CATALOGRÁFICA BOER, Wania Aparecida. Alunos com Deficiência Visual / Wania Aparecida Boer – Curitiba, 2016. 44 p. Revisão de Conteúdos: Marcelo Alvino da Silva / Maria Tereza Costa. Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso. Material didático da disciplina de Alunos com Deficiência Visual – Faculdade São Braz (FSB), 2016. ISBN: 978-85-94439-16-1 4 PALAVRA DA INSTITUIÇÃO Caro(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão Universitária. A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas também brasileiros conscientes de sua cidadania. Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e estudantes. Bons estudos e conte sempre conosco! Faculdade São Braz 5 Apresentação da disciplina A partir da Declaração de Salamanca (1994), um marco fundamental para o processo de inclusão escolar, a Educação Especial vem redimensionando o seu papel, ou seja, de um sistema de ensino paralelo, no qual o atendimento dos educandos com deficiência era segregatório em escolas especiais, instituições e classes especiais para um sistema de transversalidade nos diferentes níveis da educação básica (BRASIL, 2001). Nesse enfoque, a “Educação Especial deve ocorrer nas escolas públicas e privadas da rede regular de ensino, com base nos princípios da escola inclusiva” (BRASIL, 2001, p. 42) ofertando atendimento educacional especializado aos educandos com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, em um trabalho colaborativo com os professores das salas regulares, para a melhoria das condições de aprendizagem e a participação de todos. Portanto, implica numa visão diferente da educação comum, baseada na heterogeneidade e não na homogeneidade, considerando que cada aluno tem uma capacidade, interesse, motivações e experiência pessoal única, quer dizer, a diversidade está dentro do “normal” (AINSCOW e FERREIRA, 2003). Nesta disciplina a ênfase será no processo de inclusão escolar de alunos com cegueira e baixa visão, público alvo denominado por deficiência sensorial. Para tanto, faz-se necessário entender o conceito, as causas, o histórico, as patologias, os recursos de acessibilidade, a orientação e mobilidade, o que é o Atendimento Educacional Especializado (AEE), o Plano de AEE e como se constrói as adequações/adaptações às necessidades desse público alvo e a relação família-escola. Esses temas serão desenvolvidos em 4 aulas com materiais complementares para pesquisa e aprofundamento de estudo. 6 Aula 1 – História, mitos, conceito, causas, avaliação: cegueira e baixa visão Apresentação da Aula 1 Nesta aula, serão abordados aspectos histórico-sociais sobre a deficiência visual ao longo do tempo, bem como os mitos e concepções que a falta da visão agrega ao imaginário social. O conceito de cegueira e baixa visão, causas e avaliação da acuidade visual irão nortear o trabalho e reflexões de como o professor da sala regular poderá desenvolver as necessidades e potencialidades desse alunado em conjunto com o professor especializado. 1. História, mitos, conceito, causas, avaliação: cegueira e baixa visão Pensar historicamente na pessoa com deficiência visual é um pensamento comum a todos os tipos de deficiências, pois os conceitos evoluem conforme as crenças, valores culturais e sociais e as políticas públicas que ocorrem nos diferentes momentos históricos. Na antiguidade essas pessoas eram vistas como inábeis, anormais, deformadas, mal constituídas. Enfim, muitos rótulos e estigmas eram apregoados e impediam o entendimento das especificidades e potencialidades desses indivíduos. Eram colocados a margem, sem cuidados, negligenciados, apartados do convívio social. Na Idade Moderna, com a evolução das ciências, o conhecimento científico assegura algumas tentativas de educação às pessoas com deficiências, mas sob o enfoque da patologia. Ou seja, ainda o foco do olhar estava na “doença” e não naquilo que o indivíduo poderia ser capaz de fazer. Com o passar do tempo, houve destaque de algumas pessoas cegas por meio de suas contribuições nas diferentes áreas do conhecimento, revelando o potencial humano, como poderemos constatar a seguir: Homero foi um poeta da Grécia Antiga, cego, que nasceu e viveu no século VIII a.C. Responsável pelo registro de fatos sociais que possibilitaram o levantamento da história de um povo. 7 Fonte:https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/ea/Homeros_Naples_5 113_copy_MFA_Munich.jpg/754px-Homeros_Naples_5113_copy_MFA_Munich.jpg Nicholas Saunderson (182-1739) um dos mais renomados cientistas cegos. Matemático, foi professor de Cambridge e membro da Royal Society. Fonte: http://learn-math.info/history/photos/Saunderson.jpeg François Huber, zoólogo inglês, do Séc. XVIII, tido como a maior autoridade sobre o comportamento das abelhas. 8 Fonte: http://www.wikiwand.com/de/Fran%C3%A7ois_Huber Na área educacional, um dos primeiros a se destacar no séc. XVI, foi um médico italiano, Girolínia Cardono que testou a possibilidade de algum aprendizado de leitura por meio do tato. Com a repercussão do sucesso de algumas técnicas e métodos que impulsionavam a capacidade de aprendizagem das pessoas cegas, chega ao Brasil, José Álvares de Azevedo que concluiu seus estudos em Paris, no Instituto Real dos Jovens Cegos, para corroborar com a criação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos (1854), hoje conhecido como Instituto Benjamin Constant (RJ), destinado a promover a educação das pessoas cegas e de baixa visão. Pesquise Pesquise sobre as funções, capacitações e publicações nos sites indicados, os quais balizam no auxílio aos deficientes visuais: Instituto Benjamin Constant Link: http://www.ibc.gov.br/ Fundação Dorina Nowill Link: http://www.fundacaodorina.org.br/ Em 1946, em São Paulo, deu-se a criação da Fundação para o Livro do Cego (hoje conhecida como Fundação Dorina Nowill), objetivando divulgar os livros do Sistema Braille, prestando serviços relevantes na formaçãocontinuada de professores, bem como na construção de materiais de acessibilidade para as pessoas com cegueira e baixa visão. Na década de 50, inauguraram no estado de São Paulo e no Rio de Janeiro, nas escolas comuns da rede Regular de Ensino, o ensino integrado. A partir daí inúmeras regiões do Brasil oportunizaram a educação de pessoas com deficiência visual por meio de salas especiais, salas de recursos e Centros de Apoio Pedagógico Especializado. Portanto, a sociedade dá indícios de que há http://www.wikiwand.com/de/Fran%C3%A7ois_Huber 9 necessidade de se preparar para acolher, atender e subsidiar as necessidades dessas pessoas em prol da aprendizagem e desenvolvimento de autonomia. 1.1 Mitos sobre a cegueira Os mitos são construídos pelo imaginário social por meio de crenças que limitam a falta de conhecimento das peculiaridades da cegueira e suas reais consequências. São expressos em falas, gestos e posturas das pessoas dificultando ou impedindo a aproximação, o relacionamento e o aprendizado. Alguns mitos mais comuns, são: a pessoa cega tem uma audição privilegiada; atribuição de um sexto sentido e de poderes extra-sensoriais; pessoas que tem um dom ou talento para a música; quando alguém fala diretamente com a pessoa cega, costuma elevar a voz; tem uma memória extraordinária; incapacitados de se moverem ou se localizarem sozinhos e que a pessoa cega tem um déficit cognitivo. A maioria desses mitos circula no contexto educacional. Com isso, os educadores olham a cegueira como algo de “inferioridade”, ou seja, como se as pessoas cegas necessitassem de gestos e atitudes de proteção ou superproteção, dependência, tutela, estigmatização ou incapacidade. Precisamos rever posturas, atitudes e concepções para podermos realmente ensinar e desenvolver autonomia a quem têm direitos. Saiba Mais Para saber mais sobre os mitos vinculados deficiência visual, lei o artigo Os mitos acerca da deficiência visual, de autoria de Sandra Estevão Rodrigues. Disponível no acesso: 10 http://www.lerparaver.com/lpv/mitos-acerca-deficiencia- visual 1.2 Conceito sobre a cegueira e baixa visão Para se falar sobre a ausência de visão é preciso lembrar que a mesma pode ocorrer desde o nascimento ou durante os primeiros anos de vida e denomina-se de cegueira congênita. Pode ser ocasionada por lesões ou enfermidades que comprometem ou afetam as funções do globo ocular. As principais causas são: retinopatia da prematuridade; catarata; glaucoma; atrofia do nervo óptico. É uma alteração drástica que causa dificuldades de comunicação, interação, contato com objetos, mobilidade, locomoção, reconhecimento de espaço e tempo, etc. Mas é preciso desenvolver, desde cedo, uma estimulação precisa e constante, para que essa criança crie formas novas de explorar o meio em que vive, bem como o contato físico com as pessoas ao seu entorno. É de fundamental importância construir um referencial perceptivo não visual para que essa criança não crie comportamentos estereotipados, maneirismos ou tiques. Há limitações, mas há possibilidades que facilitam a estimulação de habilidades para um desenvolvimento infantil eficaz. Segundo Sá e Simão (2010), afirmam que: Uma pessoa cega congênita constrói imagens e representações mentais na interação com o mundo que a cerca pela via dos sentidos remanescentes e da ativação das funções psicológicas superiores. A memória, atenção, a imaginação, o pensamento e a linguagem são sistemas funcionais dinâmicos que colaboram decisivamente para a organização da vida em todos os aspectos (BRASIL, 2010, p.31). 11 A pessoa com cegueira congênita tem apenas uma maneira diferente de ver o mundo e de construir suas representações sobre aquilo que a cerca, mas tem capacidades que precisam ser exploradas por todos que convivem com ela. Ví deo Assista o filme Vermelho como o céu (Rosso come il cielo), dirigido por Cristiano Bortone, o filme traz uma a compreensão de como lidar com a estimulação constante de uma criança com cegueira congênita. Link do trailler: https://www.youtube.com/watch?v=Y- DClxApUoo A cegueira adquirida pode ocorrer por uma perda de visão na infância, na adolescência, na fase adulta ou na velhice. As causas mais comuns são as doenças infecciosas, traumas oculares ou acidentes. Essas pessoas têm mais possibilidades dos que as citadas anteriormente, pois conservam na memória um repertório de imagens visuais mais consolidado. Lembrando: as maneiras de lidar ou estimular essas pessoas são diferentes das anteriores Ví deo Assista o trecho do documentário Janela da Alma (2001), sobre o fotógrafo Evgen Bavcar, no qual traz a compreensão de como lidar com a pessoa que perdeu a visão na idade adulta. Link: https://www.youtube.com/watch?v=3z3cwcNKZIQ Segundo a Sociedade Brasileira de Visão Subnormal (também citada como baixa visão, ambioplia ou visão reduzida), uma pessoa com baixa visão é aquela 12 que possui um comprometimento de seu funcionamento visual e tem uma acuidade visual inferior a 20/60, ou seja, de 0,3 e 0,05 no olho de melhor visão e com a melhor correção óptica. Alguns comportamentos (sintomas) podem ser observados em sala de aula ou em outros espaços de convívio que podem alertar os professores sobre a baixa visão: olhos vermelhos; lacrimejam após ou durante um esforço ocular; o piscar contínuo; a visão dupla ou embaçada; dificuldades para enxergar na lousa; aproximação do caderno ou livro aos olhos; sensibilidade a luz; dores de cabeça constante; náuseas; tonturas; o dispersar da atenção; esquivar-se das pessoas. Quando isso ocorrer com um aluno, o professor deverá encaminhá-lo para o oftalmologista. Esse aluno também deverá ser encaminhado ao professor da Sala de Recursos Multifuncionais para uma avaliação das necessidades e possibilidades de intervenção para se planejar ações junto a família e a escola. A baixa visão pode trazer perda de campo visual e, consequentemente, comprometer a visão central ou periférica. O campo visual é o mapeamento e a mensuração da amplitude e a abrangência do ângulo da visão em que os objetos são focalizados a partir de um ponto de fixação. Quando há um significativo estreitamento da visão periférica, a pessoa percebe somente os estímulos presentes na mira de um tubo ou túnel imaginário. Assim, o comprometimento da visão central desvia o olhar para um lado ou outro, para cima ou para baixo, em busca dos quadrantes ou ângulos de focalização dos estímulos em uma 13 determinada área ou campo da visão. Como por exemplo a Visão Central e a Visão Periférica. Visão Central Fonte: http://ichef.bbci.co.uk/news/ws/624/amz/worldservice/live/assets/images/2015/07/21/15 0721194626_sp_visao_flynn_624x351_bbc.jpg Visão Periférica Fonte: http://www.popsci.com/sites/popsci.com/files/styles/medium_1x_/public/import/2013/im ages/2012/03/Eye_disease_glaucoma.jpeg?itok=C7z2CSrn 1.3 Avaliação funcional da visão É necessário avaliar quantitativamente e qualitativamente a acuidade e o campo visual da pessoa com baixa visão, pois permitirá entender como ela 14 recebe, assimila, integra e interpreta os estímulos diante dos inúmeros fatores de interação entre a percepção visual, iluminação do ambiente e a execução das tarefas do dia a dia. Os professores e a família são os principais mediadores dessa avaliação. Só a partir disso é que se pode definir procedimentos, estratégias e adaptações dos materiais ou das condições do ambiente. Resumo da aula 1 Nesta aula evidenciaram-se pontos importantes sobre a história da deficiênciavisual, os primeiros personagens que ganharam destaque em diferentes campos de atuação, enquanto cegos; primeiras conquistas da educação e a criação de fundações e institutos. Os mitos e os conceitos de cegueira e baixa visão que facilitam a compreensão das necessidades e intervenções em relação a essas pessoas e o quão é fundamental uma avaliação funcional da visão o mais cedo possível na vida de uma criança para que suas possibilidades aumentem em relação ao convívio social e aprendizado. Atividade de Aprendizagem A cegueira adquirida pode ocorrer por uma perda de visão na infância, na adolescência, na fase adulta ou na velhice. Discorra sobre as causas comuns, as quais acarretam a perda de visão. Aula 2 – Atendimento Educacional Especializado (AEE) em Sala de Recursos Multifuncionais (SRM) para alunos com cegueira e baixa visão Apresentação da aula 2 Nesta aula o foco será sobre o Atendimento Educacional Especializado (AEE) para alunos com cegueira e baixa visão em Sala de Recursos Multifuncionais (SRM). Qual o papel desse professor em interface com o professor da sala regular, como é a avaliação das necessidades do aluno e como 15 se planeja as ações para que haja eliminação de barreiras ao aprendizado, o que é e como se constrói um Plano de AEE, o que é Currículo Adaptado e quais os critérios de avaliação compatíveis com as especificidades desse alunado. 2. Atendimento Educacional Especializado-AEE: Sala de Recursos Multifuncionais para alunos com cegueira e baixa visão A partir da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU, 2006), o Brasil assumiu o compromisso de assegurar o acesso das pessoas com deficiência a um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, bem como o de adotar medidas que garantam as condições para eliminar barreiras ao aprendizado e efetivar a participação de todos. A Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação inclusiva (BRASIL, 2008) vem corroborar com o compromisso firmado em 2006, pois disponibiliza recursos e serviços e o atendimento educacional especializado, complementar ou suplementar ao público alvo da Educação Especial. A Resolução CNE/CEB nº 4, de 2 de outubro de 2009, institui as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado (AEE) na Educação Básica, Modalidade Educação Especial, na qual define a função do AEE, o público alvo, onde pode ser realizado, a dupla matrícula, a elaboração e execução do plano de AEE, como organizar o Projeto Político Pedagógico em relação a esse atendimento e as atribuições dos professores especializados. O Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011, dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado e dá providências. Portanto, o decreto operacionaliza a resolução, ou seja, o compromisso deve ser cumprido a rigor nas escolas estaduais e municipais. Segundo Alves (2006), o Atendimento Educacional Especializado (AEE) se define como: [...] uma ação do sistema de ensino no sentido de acolher a diversidade ao longo do processo educativo, constituindo-se num serviço disponibilizado pela escola para oferecer o suporte necessário às necessidades educacionais especiais dos alunos, favorecendo seu acesso ao conhecimento (ALVES, 2006, p.15). 16 Importante O AEE deverá ser ofertado no turno oposto ao do ensino regular, não podendo ser confundido com atividades repetitivas dos conteúdos que são desenvolvidos na sala de aula, mas deve se constituir em um conjunto de procedimentos específicos mediadores do processo de apropriação e produção de conhecimentos. Portanto, assume um caráter exclusivamente de suporte e apoio à educação regular, por meio do atendimento à escola, ao professor da sala regular e ao aluno. O AEE acontecerá, de fato, após o estudo de caso com a família, a equipe escolar e a saúde. (ALVES, 2006). No contexto educacional e na área da Saúde, muitas vezes há uma confusão entre os conceitos de AEE e Salas de Recursos Multifuncionais (SRM). Para melhor entender ao conceito de SRM, faz-se importante saber que: As salas de recursos multifuncionais cumprem o propósito da organização de espaços, na própria escola comum, dotados de equipamentos, recursos de acessibilidade e materiais pedagógicos que auxiliam na promoção da escolarização, eliminando barreiras que impedem a plena participação dos alunos público alvo da educação especial, com autonomia e independência, no ambiente educacional e social (BRASIL, 2010, p.6). Reafirmando que são espaços físicos nos quais recebem equipamentos, recursos de acessibilidade e materiais pedagógicos. O professor especializado atuará nesses espaços para planejar e desenvolver ações interventivas que atendam as especificidades de cada aluno. Isso se denomina AEE. Precisamos entender que o espaço é a sala-SRM e o atendimento em si é o AEE. Quem atua nele pode ser chamado de professor especializado ou professor de AEE. Essas salas são classificadas pelo Ministério da Educação (MEC), conforme especificações técnicas, em dois tipos (I e II). A sala de tipo II contém 17 todos os recursos da sala tipo I, adicionados os recursos de acessibilidade para alunos com deficiência visual, conforme a tabela abaixo: Tabela 1: Especificação dos itens da Sala Tipo II: EQUIPAMENTOS E MATÉRIAS DIDÁTICO/PEDAGÓGICO 01 Impressora Braille – pequeno porte 01 Máquina de datilografia Braille 01 Reglete de Mesa 01 Punção 01 Soroban 01 Guia de Assinatura 01 Kit de Desenho Geométrico 01 Calculadora Sonora Fonte: BRASIL, 2010, p.12 Para que esse atendimento seja de fato eficaz, o professor deverá ter o seguinte perfil: ter curso de graduação, pós-graduação e ou formação continuada que o habilite para atuar em áreas da Educação Especial. Sendo assim, para lidar com a cegueira e a baixa visão, a formação docente deve abranger os conhecimentos acerca de: Comunicação Alternativa e Suplementar; Sistema Braille; Orientação e Mobilidade; Soroban; Tecnologia Assistiva. Para tanto, as atribuições do professor de AEE são: Promover e apoiar a alfabetização e o aprendizado pelo Sistema Braille; 18 Realizar a transcrição de materiais, braile/tinta, tinta/braile e produzir gravação sonora de textos; Realizar adaptação de gráficos, mapas, tabelas e outros materiais didáticos para o uso dos alunos cegos; Promover a utilização de recursos ópticos e não ópticos; Adaptar material em caracteres ampliados para uso de alunos com baixa visão, além de disponibilizar outros materiais didáticos; Desenvolver técnicas e vivências de orientação e mobilidade e atividades da vida diária para autonomia e independência; Desenvolver o ensino para o uso do Soroban; Promover adequações necessárias para o uso de tecnologias de informação e comunicação. Com isso evidencia-se a importância da participação do professor do AEE nas reuniões pedagógicas, no planejamento, nos conselhos de classe/série/ano, na elaboração do projeto político pedagógico e no desenvolvimento de uma ação conjunta com os professores da sala regular e demais profissionais da escola para garantir o processo de inclusão escolar do aluno com cegueira e baixa visão. 2.1 Avaliação Pedagógica: como realizá-la no AEE? Segundo Poker (2013), o AEE deve ser pensado individualmente, ou seja, cada aluno é único nas suas especificidades, capacidades e potencialidades. A autora afirma ainda que: O estudo de caso pode ser desenvolvido individualmente pelo professor especializado ou coletivamente, com a participação do orientador pedagógico ou mesmo de outros profissionais da escola. Terá como base diferentes fontes de dados,como: entrevista com os pais; dados do prontuário escolar do aluno; relatórios de profissionais da saúde; anamneses anteriormente realizadas etc. (POKER, 2013, p. 21). Portanto, o professor especializado deverá construir uma avaliação fundamentada nas áreas cognitiva (percepção, atenção, memória, linguagem, 19 raciocínio lógico), social, afetiva, emocional e motora, com o objetivo de identificar os elementos facilitadores e as barreiras que estão dificultando a aprendizagem do aluno, na escola e na sala de aula. Lembrando que no caso de um aluno com cegueira devemos avaliar também: locomoção, noção de espaço e tempo, o verbalismo, consciência corporal, maneirismos, esquemas de representação, resíduo visual. Mas, se o aluno tiver uma baixa visão, o professor deverá avaliar: a capacidade visual, projeção de luz no ambiente; acuidade visual, campo visual e o desempenho visual. É importante que a avaliação seja eficaz e bem elaborada, pois trará dados quantitativos e qualitativos do aluno, que deverão ser descritos minuciosamente num relatório, pelo professor especializado. Só assim, a avaliação e a intervenção passam a se relacionar diretamente na busca de um aprendizado real e autônomo. Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Leia o livro Plano de Desenvolvimento Individual para o Atendimento Educacional Especializado, autoria de Rosimar Bortolini Poker... [et al.], no qual traz considerações importantes para o AEE, São Paulo, 2013, 184p. Disponível em: https://www.marilia.unesp.br/Home/Publicacoes/af- livro_9_poker_v7.pdf 2.2 Plano de AEE: o que é? Como construí-lo? O Plano de AEE é um documento elaborado pelo professor especializado, com apoio do coordenador pedagógico da unidade escolar, que tem como objetivo registrar os dados da avaliação do aluno e criar intervenções eficazes para eliminar barreiras para o aprendizado. O Plano é construído por meio de alguns itens: identificação do aluno, habilidades a serem desenvolvidas, objetivos previstos, organização do atendimento, atividades, interlocução entre 20 o professor do AEE e o professor da sala regular, parcerias intersetoriais e resultados obtidos (BRASIL, 2010). Saiba Mais Para saber mais sobre o Plano AEE e o AEE para deficientes visuais, acesse os links do MEC indicados: Link 1: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_dv.pdf Link 2: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&vie w=download&alias=7104-fasciculo-2-pdf&Itemid=30192 2.3 Currículo Adaptado e critérios de avaliação para alunos com cegueira e baixa visão Partindo do princípio que a escola é para todos, o grande desafio está em propiciar uma pedagogia centrada no aluno e que respeite suas especificidades, potencialidades, capacidades, ritmo e estilo de aprendizagem. Portanto, para que de fato a escola se torne inclusiva, Galve e Sebastian (2002) apontam que o professor precisa identificar e conhecer as competências e os recursos/estratégias de ensino que proporcionam a aprendizagem, de forma a superar ou compensar os comprometimentos e/ou dificuldades existentes. O Projeto Político Pedagógico construído coletivamente na escola, deverá descrever quem são os alunos cegos e de baixa visão e como serão efetuadas as adequações/adaptações dos recursos, conteúdos, objetivos, metodologia e critérios de avaliação. Algumas atividades pedagógicas requerem estratégias de aprendizagem adaptadas aos alunos cegos. Segue alguns exemplos: 21 Exibição de um filme ou documentário. Há necessidade de descrição oral de imagens, cenas, leitura de legendas para que o aluno construa sua representação mental com dados da realidade; Uso de slides, gravuras, cartazes, fotos, obras de arte. Devem ser precedidos de informações e descrições orais de forma objetiva e sucinta ou um resumo ou uma sinopse escrita em braile ou um texto em voz; Uso de mapas, gráficos, desenhos, ilustrações, diagramas. Devem ser representados em alto-relevo; Atividades de Educação Física. O aluno deve ficar próximo do professor para receber as orientações e pistas táteis dos exercícios. Para os alunos com baixa visão as adaptações são menores, pois apenas precisamos lembrar sobre o campo visual, o uso de recursos ópticos ou não ópticos e textos com letras ampliadas. Por exemplo, em uma atividade com um texto informativo, como um panfleto de supermercado, poderemos utilizar uma lupa ou binóculo para que o aluno realize a leitura. Alguns critérios de avaliação devem estar descritos no Projeto Político Pedagógico em relação aos alunos com cegueira: Fazer uso da máquina braile, gravador, reglete, soroban; As provas devem ser transcritas de tinta para o braille e vice e versa; Presença de um ledor; Maior tempo na realização da prova; Uso de computador ou notebook com o sistema operacional Dosvox; Intervalos nas sessões dos testes; Realização da prova em um lugar tranquilo; Explicações diretas e de várias maneiras. Alguns critérios de avaliação devem estar descritos no Projeto Político Pedagógico em relação aos alunos com baixa visão: O professor especializado poderá ampliar o tamanho da fonte das provas e imprimi-las; 22 Podem utilizar lupas manuais ou de mesa; Uso de computador ou notebook com o sistema operacional Dosvox; Aumento do tempo para realização de provas; Realização das provas num lugar tranquilo. Faz-se importante não esquecer de que as adequações (adaptações) são construídas para cada aluno, de forma individual (como é de direito de cada aluno). Para tanto, o professor especializado deverá trabalhar colaborativamente com o professor da sala regular para garantia desses direitos. Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Amplie seus estudos lendo o artigo Entendendo o trabalho colaborativo em educação e revelando seus benefícios, de Magda Floriana Damian. O mesmo afirmar a importância do desenvolvimento de atividades colaborativas nas escolas, trazendo importantes considerações. Disponível no acesso: http://revistas.ufpr.br/educar/article/view/12795/8687 Resumo da aula 2 Nesta aula foram abordados os aspectos legais, conceito sobre o Atendimento Educacional Especializado (AEE), o significado de Sala de Recursos Multifuncionais (SRM), o papel do professor especializado e suas atribuições, como podemos avaliar esse alunado e construir intervenções eficazes, como são as adequações/adaptações necessárias e quais critérios de avaliação devemos elaborar ou construir no Projeto Político Pedagógico da escola. O foco do estudo é o “fazer educativo”, diretamente ligado aos professores e equipe gestora, responsáveis pela execução do que ensinar, quando ensinar, como ensinar, o que e quando avaliar. 23 Atividade de Aprendizagem Discorra sobre a importância do desenvolvimento das atividades colaborativas. Aula 3 – Ajudas Técnicas e adaptação de materiais Apresentação da aula 3 Nesta aula será abordada a importância de recursos de acessibilidade aos alunos com cegueira e baixa visão para promover uma aprendizagem mais eficaz e condizente com suas especificidades. Dentre eles estão: auxílios ópticos e não ópticos, a história do Braille e sua escrita, o uso do soroban e programas federais que podem ser utilizados nas escolas para facilitar a comunicação desse alunado. 3. Ajudas Técnicas e Adaptação de Materiais Os alunos com cegueira e baixa visão são sujeitos de direitos. A Lei nº 13.146 de 6 de julho de 2015, institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) e no artigo 3º, inciso III define a tecnologia assistiva ou ajuda técnica,como: [...] produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social (BRASIL, 2015). A Tecnologia Assistiva (TA) abrange todos os recursos da sala de aula e dos ambientes da escola, proporcionando o acesso e a participação efetiva de todos os alunos. O professor e a equipe escolar têm responsabilidade em construir um ambiente acessível e inclusivo para a eliminação de barreiras arquitetônicas e atitudinais. Esses recursos são prescritos por um oftalmologista e dependem de cada caso ou patologia. As escolhas e os níveis de adaptação desses recursos devem 24 ser definidos a partir do estudo e análise de vários fatores, como: necessidades específicas, diferenças individuais, faixa etária, preferências, interesses e habilidades que vão determinar as modalidades de adaptações e as atividades mais adequadas. O professor especializado tem papel importante na conscientização do uso desses recursos pelo aluno e na colaboração da família e do professor da sala regular. Para que de fato a Tecnologia Assistiva (TA) seja usada adequadamente e tenha êxito para o aprendizado das pessoas com cegueira ou baixa visão é função do oftalmologista (prescrevê-las), do professor especializado e da família (executá-los). Os recursos de acessibilidade para os alunos com baixa visão poderão ser os auxílios ópticos e auxílio não ópticos. 3.1 Auxílios ópticos Os auxílios ópticos (ou recursos de acessibilidade) são lentes que permitem a ampliação de imagem e a visualização de objetos, favorecendo o uso da visão residual, tanto para longe, como perto. Por exemplo: lupas de mão e de apoio, óculos bifocais ou monoculares e telescópios, óculos com lentes especiais. O aluno poderá fazer uso desses recursos para ler um texto, ver o que está escrito na lousa, identificar a placa na porta do banheiro, observar objetos. Fonte: http://www.alexandrerosa.com/?p=124 3.2 Auxílios não ópticos Os auxílios não ópticos estão relacionados às mudanças do ambiente, ao mobiliário, à iluminação, aos recursos para leitura e escrita, como contrastes e ampliações para melhorar o funcionamento visual. Por exemplo: iluminação http://www.alexandrerosa.com/?p=124 25 natural do ambiente, uso de lâmpada incandescente ou fluorescente no teto ou luminária, contraste nas cores, visores, bonés, folhas com pautas escuras e com maior espaçamento entre as linhas, livros com texto ampliado, canetas com ponta porosa, lápis 6B, colas em relevos coloridos, prancheta inclinada para leitura, guia de leitura ou tiposcópio, lupa eletrônica, Softwares com magnificadores de tela e Programas com síntese de voz, Circuito fechado de televisão (CCTV). 3.2.1 Caderno de pauta ampliada O caderno de pauta ampliada é um recurso e ou um acessório para os alunos com Baixa-Visão, trata-se de um caderno que possui a pauta ampliada (mais larga), o qual pode ser comprado em lojas especializadas, mas também pode ser confeccionado utilizando o próprio caderno do aluno riscando com uma caneta hidrocor preta uma linha sim, outra não. Como normalmente os cadernos encontrados hoje em dia as linhas são claras, não haverá problema pois, normalmente o aluno não consegue enxergar as linhas mais clara somente as mais escuras e ele poderá escrever no espaço entre elas (no caso utilizando 2 linhas). Fonte: http://zadante.orgfree.com/acessibilidade04.jpg 3.2.2 Prancheta Inclinada A prancheta inclinada serve de apoio ao material de leitura em posição confortável e adequada ao melhor desempenho da atividade de ler. Especialmente para os com baixa visão. 26 Fonte: http://rcaescolas.com.br/produtos/index.php?route=product/product&product_id=603 3.2.3 Tiposcópio ou guia de leitura O tiposcópio ou guia de leitura é um auxílio simples e ajuda no controle da iluminação reduzindo a reflexão da luz, além de serem úteis na orientação da leitura e escrita. Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=7105- fasciculo-3-pdf&Itemid=30192 3.2.4 Circuito fechado de Televisão (CCTV) O circuito fechado de televisão (CCTV), é um aparelho acoplado a um monitor de TV monocromático ou colorido que amplia até 60 vezes as imagens e as transfere para o monitor. Fonte: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_dv.pdf http://rcaescolas.com.br/produtos/index.php?route=product/product&product_id=603 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=7105-fasciculo-3-pdf&Itemid=30192 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=7105-fasciculo-3-pdf&Itemid=30192 http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_dv.pdf 27 3.2.5 Lupa eletrônica É um equipamento que pode possuir uma prancha ou bandeja fixa com trilhos metálicos funcionando como guia XY para uma câmera de vídeo colorida instalada em anel deslizante, a qual aumenta a imagem de 10 a 80 vezes em tela de 32. Fonte: http://assistiva.mct.gov.br/catalogo/lupa-eletronica-8 Importante A seguir estão algumas dicas importantes para o uso desses recursos no contexto da sala de aula: - Sentar o aluno a uma distância de aproximadamente um metro do quadro negro na parte central da sala. - Evitar a incidência de claridade diretamente nos olhos da criança. - Estimular o uso constante dos óculos, caso seja esta a indicação médica. - Colocar a carteira em local onde não haja reflexo de iluminação no quadro negro. - Posicionar a carteira de maneira que o aluno não escreva na própria sombra. - Adaptar o trabalho de acordo com a condição visual do aluno. - Em certos casos, conceder maior tempo para o término das atividades propostas, principalmente quando houver indicação de telescópio. - Ter clareza de que o aluno enxerga as palavras e ilustrações mostradas. - Sentar o aluno em lugar sombrio se ele tiver fotofobia (dificuldade de ver bem em ambiente com muita luz). - Evitar iluminação excessiva em sala de aula. http://assistiva.mct.gov.br/catalogo/lupa-eletronica-8 28 - Observar a qualidade e nitidez do material utilizado pelo aluno: letras, números, traços, figuras, margens, desenhos com bom contraste figura/fundo. - Observar o espaçamento adequado entre letras, palavras e linhas. - Utilizar papel fosco, para não refletir a claridade. - Explicar, com palavras, as tarefas a serem realizadas. (BRASIL, MEC, SEESP, 2007, p. 20) 3.2.6 Tecnologia da informação e comunicação (TICs) As TICs ajudam o aluno com baixa visão a realizar as atividades e o professor especializado em produzir materiais didático-pedagógicos. O computador tem aplicativos e recursos que atendem as especificidades de casa aluno em relação a ampliação, contraste, edição de texto e leitura via áudio. Para tanto, há necessidade de um monitor de 17 polegadas que deverá estar elevado à altura da linha mediana da visão, numa distância de 30 cm. Para acessar esses recursos de acessibilidade é só entrar no ambiente Windows, clicar em mouse, teclado e vídeo. Amplie Seus Estudos Para ampliar seus estudos em relação as TICs, acesse o manual Alunos com Deficiência Visual: Baixa visão e cegueira (MEC, 2010), lendo das páginas 16 à 25. Disponível no acesso: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&vie w=download&alias=7105-fasciculo-3-pdf&Itemid=30192 3.2.7 Alfabeto Braille Vale atentar-se também aos recursos para os alunos com cegueira. O sistema Braille é conhecidouniversalmente como código de escrita e leitura tátil das pessoas cegas. Teve origem na França em 1825 com Louis Braille, que ficou cego aos três anos de idade, vítima de um acidente seguido de oftalmia. Esse sistema consta do arranjo de seis pontos em relevo, dispostos na vertical em duas colunas de três pontos cada. Os seis pontos formam o que se 29 convencionou chamar "cela braile". A diferente disposição desses seis pontos permite a formação de 63 combinações ou símbolos Braille e podem ser produzidos por impressoras elétricas e computadorizadas, máquina de datilografia e, manualmente, por meio da reglete e punção. O sistema possibilita o contato direto com a grafia, o que é muito importante para a compreensão e o emprego das letras, das palavras, do sistema de pontuação e de acentos. Alfabeto em Braille Fonte: http://www.infoescola.com/portugues/braile/ Reglete e Punção http://www.infoescola.com/portugues/braile/ 30 Fonte: http://www.canavicomercial.com/_regletes_e_pun_es.html Máquina Braille Fonte: https://ticsinclusaoacessibilidade.wordpress.com/2006/10/02/maquina-braille/ Impressora Braille Fonte: http://www.sme.pmmc.com.br/site2011/imagens/caic/pro-escolar/pro- escolar_068.jpg http://www.canavicomercial.com/_regletes_e_pun_es.html 31 A leitura tátil é um processo que envolve as características do código, atenção e discriminação tátil. É realizada da esquerda para a direita, percorrendo letra por letra ou sílaba por sílaba, de modo fragmentário e analítico. Lembrando que a leitura e a escrita por meio do Sistema Braille são realizadas em sentido inverso. Leitura Tátil Fonte: http://www.pi.senac.br/ver.php?pt=not&jq=not&id=2382 Outro recurso é o Soroban, nome dado ao ábaco japonês, que consiste em um instrumento de cálculo surgido na China há cerca de quatro séculos. O uso desse instrumento pelas pessoas cegas se deu nos anos 40 e 50, com o objetivo de apropriação de conceitos matemáticos. A Portaria Ministerial nº 1.010 de maio de 2009, autoriza o uso do Soroban em concursos públicos, vestibulares e outros exames. Esse instrumento deve ser apresentado ao aluno desde o início da escolarização, a partir de atividades exploratórias, junto com o material dourado e blocos lógicos, para possibilitar o ensino e a aprendizagem do sistema de numeração decimal, posicional e das operações fundamentais. Soroban http://www.pi.senac.br/ver.php?pt=not&jq=not&id=2382 32 Fonte: http://soroban-88.com/image/soroban.jpg Amplie Seus Estudos Para ampliar seus conhecimentos a respeito do Soroban, leia SOROBAN: Manual de Técnicas Operatórias para Pessoas com Deficiência Visual (MEC, 2012), no qual traz importantes considerações ao uso e estratégias de sua utilização sala de aula. Disponível no acesso: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&vi ew=download&alias=12454-soroban-man-tec-operat- pdf&category_slug=janeiro-2013-pdf&Itemid=30192 Leia também o livro Auxílios Para Baixa Visão, de autoria de Maria Aparecida Onuki Haddad; Marcos Wilson Sampaio e Newton Kara-josé. A obra traz considerações dos principais auxílios ópticos, não ópticos e eletrônicos, características, vantagens, desvantagens e treinamento para seu uso. O Ministério da Educação (MEC) implementa, em parceria com os sistemas de ensino, alguns programas relacionados as pessoas com cegueira: Programa Escola Acessível, o qual disponibiliza recursos para adequações estruturais, de acessibilidade nas escolas públicas e a aquisição de recursos de tecnologia assistiva. Projeto Livro Acessível, que possibilita o desenvolvimento do sistema de informação digital acessível (Mecdaisy), o qual facilita o acesso ao texto por meio de áudio, caráter ampliado e diversas funcionalidades de navegação pela estrutura do livro. Esse projeto realiza a reprodução das obras escolhidas pelas escolas, seguindo o cronograma estabelecido no âmbito dos programas de distribuição de livros do MEC/FNDE. 33 Para finalizar é preciso dar ênfase no uso adequado desses recursos e programas, pois eles eliminam ou diminuem as barreiras que impedem ou dificultam o acesso as atividades curriculares. Para tanto, o conhecimento, a competência, a pesquisa, a responsabilidade e o comprometimento dos profissionais que atuam diretamente com o aluno é fundamental para o êxito da inclusão escolar. Resumo da aula 3 Nesta aula foi possível a compreensão de que a pessoa com cegueira e baixa visão possui direitos a recursos e serviços, os quais promoverão a autonomia e independência em relação à sua aprendizagem. Enfatizando a importância de ofertar-se a Tecnologia Assistiva. Atividade de Aprendizagem Discorra sobre a importância da aplicabilidade da Tecnologia Assistiva. Aula 4- Orientação e Mobilidade, Atividades de Vida Diária e o Reconhecimento do papel da família e do contexto educacional para o desenvolvimento de alunos com cegueira e baixa visão Apresentação da aula 4 Nesta aula daremos ênfase a possibilidade que uma pessoa com cegueira ou baixa visão tem de entrar e se locomover nos espaços, sejam eles escolares ou não, de maneira mais segura e independente. Serão evidenciados também os aspectos legais que embasam essa possibilidade, bem como, a importância de uma postura adequada em favorecimento ao contato visual com livros, objetos, atividades, etc. 34 4. Orientação e Mobilidade, Atividades de Vida Diária e o Reconhecimento o papel da família e do contexto educacional para o desenvolvimento de alunos com cegueira e baixa visão A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT NBR 9050-2015), revisa as normas de acessibilidade e define: [...] os aspectos relacionados às condições de acessibilidade no meio urbano. Estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem observados quando do projeto, construções, instalação e adaptação de edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos às condições de acessibilidade (inclusão), indicando especificações que visam proporcionar à maior quantidade possível de pessoas independentemente de idade, estatura ou limitação de mobilidade a utilização segura do ambiente ou equipamento (BRASIL, 2015). Essas normas beneficiam as pessoas com cegueira e baixa visão, pois fornecem referências para o alcance manual e visual, formas de comunicação e sinalização horizontal e vertical, como é o caso da implantação do piso tátil e o Braille. Dessa forma, para que as barreiras de locomoção sejam eliminadas, é necessário que a pessoa com cegueira e com baixa visão adquira orientação e mobilidade adequada para chegar aos locais desejados com mais facilidade. Mover-se de forma orientada com segurança e independência, porém com conhecimento das técnicas de guia vidente, de autoproteção e de bengala longa. Nesse caso, utilizam-se os pontos de referência, tais como: pontos cardeais, lojas comerciais, seu próprio guia de mapas táteis ou descritivos, informações com pessoas, leitura de informações de placas com símbolos (de preferência em alto contraste para as pessoas que tem baixa visão) ou escrita ampliada e com bom contraste ou em Braille, mapas táteis (BRASIL, 2010, p.8). Por conseguinte, uma das ações do Plano de AEE, responsabilidade do professor especializado, é criar oportunidades e estratégias de exploração, identificaçãoe reconhecimento do espaço concreto de toda a escola e de seu entorno, bem como, disposição do mobiliário da sala de aula e sala de recursos multifuncionais e do trajeto rotineiro do aluno. 35 Segundo Giacomini (BRASIL, 2010, p. 8), no treinamento de orientação e mobilidade utiliza-se de pontos de referências, tais como: pontos cardeais, lojas comerciais, informações com pessoas, etc. Portanto, o objetivo desse treinamento para as pessoas com cegueira e baixa visão é de construir um mapa mental de cada espaço explorado, formando assim, suas próprias referências. Para assimilar essa construção mental, o professor pode construir maquetes ou mapas táteis. Fonte: http://vamoscontar.ibge.gov.br/images/vamoscontar/blog/post_deborazornio_04.jpg Saiba Mais Para saber mais sobre a Cartografia Tátil, leia o artigo Cartografia tátil: mapas para deficientes visuais, e autoria de de Ruth Emilia Nogueira Loch. O artigo evidencia a importância e as vantagens dos produtos da cartografia tátil, os quais podem ser enquadrados como recursos da tecnologia assistiva, promovendo a independência de mobilidade e ampliar a capacidade intelectual de pessoas cegas ou com baixa visão. Disponível em: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/portalcartografia/arti cle/view/1362/1087 36 Existem algumas técnicas de orientação e mobilidade para facilitar o deslocamento da pessoa com cegueira e de baixa visão: Guia Vidente: um voluntário ou profissional que guiará e orientará a pessoa cega em ambientes internos e externos. A posição correta é a colocação da mão no cotovelo do guia. O braço do guia deverá formar um ângulo de 90º com seu corpo. Bengala longa: têm a função de aumentar o alcance da perna e do braço de um indivíduo cego, bem como de proteção, orientação e detecção das informações ambientais captadas por sensações táteis e percebidas pelos receptores localizados na mão do indivíduo cego, sendo enviadas ao seu cérebro. Cão Guia: exige do seu usuário idade própria, pois a pessoa cega deverá ter condições para a realização dos cuidados e manutenção da sobrevivência, saúde e higiene do cão. É raro e de relativa aceitação social. Equipamentos eletrônicos: facilita a identificação dos obstáculos. Por exemplo: sistema de alerta sonoro e vibratório e/ou bengala com sistema de leitura óptica com laser. Garcia (2001), evidencia aspectos relevantes sobre a postura de uma pessoa com cegueira: É geralmente regulada por um mecanismo reflexo que a visão estrutura e organiza na pessoa vidente. [...] A postura adequada traz uma boa percepção proprioceptiva e cinestésica, e a boa locomoção depende de uma postura correta, o que podemos conseguir com programas de Orientação e Mobilidade (GARCIA, 2001). Ví deo Assista os vídeos - Escola Interativa - Orientação e Mobilidade e a Autonomia da Pessoa Cega nos Ambientes Escolares, o vídeo irá aprofundar o estudo em relação a orientação e mobilidade. Link1: https://www.youtube.com/watch?v=qoEk0cntbtA 37 - Orientação e Mobilidade, o vídeo evidencia condutas e procedimentos do uso adequado dessas técnicas. Link2: https://www.youtube.com/watch?v=wrHh8izPKto 4.1 Atividade de Vida Diária - AVD Na educação da criança com cegueira ou com baixa visão é importante ressaltar a importância da Atividade de Vida Diária (AVD) que tem como objetivo proporcionar condições para que, dentro de suas potencialidades e especificidades, possa formar hábitos de autossuficiência, permitindo assim participar ativamente do ambiente em que vive. Há necessidade de um treinamento intensivo para o desenvolvimento dos comportamentos adaptativos, como: sentar-se à mesa, usar os talheres, a adequação para se vestir e a higiene pessoal. O treinamento inicia-se no lar, mas a escola é um local de complementação do ensino e prática. O professor especializado, no seu Plano de AEE, deverá desenvolver junto ao aluno com cegueira e baixa visão, habilidades funcionais e práticas que o ajudem na realização de determinadas tarefas do dia a dia. Para que isso ocorra satisfatoriamente, é necessário desenvolver também um trabalho com a família, principalmente, pelo fato de que a maioria desconhece as possibilidades de seus filhos e não sabe a forma correta de auxiliá-los. Segundo publicação do MEC, Saberes e Práticas da Inclusão: desenvolvendo competências para o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos cegos e de alunos com baixa visão (BRASIL, 2006, p.86), as “Atividades da Vida Diária - AVD se referem a um conjunto de atividades que visam o desenvolvimento pessoal e social nos múltiplos afazeres do cotidiano”. Tem como objetivo desenvolver habilidades para a aquisição de hábitos salutares na alimentação, na higiene, na saúde, no convívio social e no vestuário. É importante lembrar que todo o trabalho a ser desenvolvido deverá partir das vivências reais do aluno, associando a outras práticas do cotidiano. O trabalho é composto por passos, nos quais se devem considerar as habilidades 38 necessárias para sua execução, tais como: desenvolvimento sensorial, perceptivo, motor, noções de espaço e tempo, etc. A AVD consiste em desenvolver habilidades para: Higiene Pessoal; Vestuário; Atividades domésticas; Alimentação e boas maneiras à mesa; Saúde e segurança; Cortesia social. Essas habilidades deverão ser aprendidas gradualmente. Para ensinar é preciso conhecimento das estratégias, paciência, compreensão, habilidade e constância por parte da professora e da família. 4.2 Reconhecimento do papel da família e do contexto educacional para o desenvolvimento de alunos com cegueira e baixa visão Para maior entendimento do tema, faz-se importante uma reflexão sobre o papel da sociedade na construção do imaginário coletivo em relação às pessoas com cegueira e baixa visão. Elas são vistas como incapazes e impossibilitadas de sentir e viver no mundo real, porque fogem do padrão pré- estabelecido por essa sociedade. Portanto, são colocadas em situação de desigualdade gerando laços de dependência. Assim, dentro do núcleo familiar, elas passam a ocupar um status privilegiado, ou seja, como elas não podem realizar certas coisas e recebem um “tratamento especial”. Segundo Piñero, Quero e Díaz (2003): [...] no momento em que os pais aceitarem a deficiência do filho e conseguirem criar um âmbito familiar adequado para que a criança viva integrada terá sido dado um grande passo na sua educação (PIÑERO, QUERO, DÍAZ, 2003, p. 203). A forma que os pais concebem a deficiência, irá determinar como o filho se percebe e se relaciona na sociedade, ou seja, isso influenciará diretamente no seu desenvolvimento pessoal e no contexto escolar. 39 A mesma situação pode ocorrer quando um professor recebe, em sua sala de aula, um aluno com cegueira ou baixa visão. Se ele focar seu olhar na deficiência, no “defeito”, na incapacidade, o processo de ensino e aprendizagem tenderá a não se realizar a contento. Primeiro é preciso entender quem é esse aluno, suas especificidades, necessidades e potencialidades. Segundo, acreditar no aluno como uma pessoa de direitos e depois planejar, em ação conjunta com o professor especializado, atividades eficazes para seu pleno desenvolvimento e autonomia. A parceria entre a família, escola e saúde é fundamental para a humanização do indivíduo e o processo de socialização, sendo um trabalho colaborativo. Ví deo Assista o filme A cor do Paraíso (The Color of Paradise), dirigido por Majid Majidi (1999). O filme traz a história de Mohammad (8 anos), que é aluno em uma escola para cegos no Teerã. Link do trailler: https://www.youtube.com/watch?v=3_RvGYkUhEkLink (trecho do filme): https://www.youtube.com/watch?v=y92hQ5v5GYs Resumo da aula 4 Nesta aula evidenciou-se a importância do trabalho de orientação e mobilidade desde cedo com as pessoas com cegueira e baixa visão para que desenvolvam autonomia e independência, bem como o treino das habilidades do comportamento adaptativo em relação as Atividades de Vida Diária (AVD). Outro tema trabalhado foi a aceitação da família diante da deficiência e seu engajamento na procura de um programa de estimulação precoce para construir referências e identidade nessas pessoas. Para se desenvolver https://www.youtube.com/watch?v=3_RvGYkUhEk 40 adequadamente as habilidades de AVD é necessário um treinamento intensivo e deve se iniciar desde os primeiros anos de vida. Esse treinamento é planejado e desenvolvido pelo professor especializado, professor da sala regular, especialistas da saúde e família fará a diferença na vida desses indivíduos pois, por meio das relações sociais, construirá sua personalidade e determinará sua funcionalidade para que mais tarde se torne um cidadão e possa ser inserido no mercado de trabalho. Atividade de Aprendizagem Discorra sobre a importância do papel conjunto da escola e família na estimulação do processo de construção de personalidade e socialização do pessoa com deficiência visual. 41 Resumo da disciplina Nesta disciplina foram abordados contextos históricos da deficiência visual, com os primeiros personagens que ganharam destaque em diferentes campos de atuação (enquanto cegos), evidenciando as primeiras conquistas da educação e a criação de fundações e institutos especializados. Foram abordados também os aspectos legais, conceito sobre o Atendimento Educacional Especializado (AEE), o significado de Sala de Recursos Multifuncionais (SRM) e a necessidade de ofertar-se a Tecnologia Assistiva, enfatizando a importância do docente e a necessidade de sua capacitação. O Projeto Político Pedagógico que é construído coletivamente na escola, deverá conter a descrição dos alunos com deficiência visual e como serão efetuadas as adequações/adaptações dos recursos, conteúdos, objetivos, metodologia e critérios de avaliação. A responsabilidade de planejar, desenvolver e executar o treinamento de orientação e mobilidade, bem como registrar essas ações, são do professor especializado, por meio do registro das ações no Plano de AEE. A avaliação pedagógica do AEE para alunos com cegueira ou baixa visão tem a finalidade de identificar os elementos facilitadores e as barreiras que estão dificultando a aprendizagem do aluno, na escola e na sala de aula. Para finalizar evidenciou-se a importância das ações conjuntas entre a família e a escola, no desenvolvimento da autonomia e independência, bem como o treino das habilidades do comportamento adaptativo em relação as Atividades de Vida Diária (AVD). O papel da família no reconhecimento da pessoa com cegueira e baixa visão é fundamental para o seu desenvolvimento e aprendizado. Para que isso ocorra, de fato é preciso um trabalho colaborativo entre família, escola e saúde. 42 Referências AINSCOW, M.; FERREIRA, W. Compreendendo a educação inclusiva: algumas reflexões sobre experiências internacionais. In D. Rodrigues (Ed.), Perspectivas sobre inclusão: da educação à sociedade (pp. 103-116). Porto Editora. Porto, 2003. ALVES. D.O. Sala de Recursos Multifuncionais: espaços para atendimento educacional especializado. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2006. BRASIL. Programa de Capacitação de Recursos Humanos do Ensino Fundamental: deficiência visual. V.1-fascículos I-II-III. B. M.M.G., M.M.G.B.; colaboração do Instituto Benjamin Constant. MEC, SEE, p.196. Brasília, 2001. ______. A Educação Especial na Perspectiva da inclusão escolar: os alunos com deficiência visual: baixa visão e cegueira. D. C. A. [et al.]. MEC, SEE, Universidade Federal do Ceará, v. 3, p.60. Brasília, 2010. ______. Formação Continuada a Distância de Professores para o Atendimento Educacional Especializado-Deficiência Visual. S.E.D. [et al.]. Ministério da Educação. SEESP/SEED. Brasília, 2007. _______. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: os alunos com deficiência visual: baixa visão e cegueira. D.C.A. [et al.]. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, v. 3. Brasília, 2010. _______. Orientações para implementação Da política de educação especial na Perspectiva da educação inclusiva. Ministério da Educação. SEESP. Brasília, 2015. _______. Lei nº 13.146 de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). 6 de julho de 2015; 194º da Independência e 127º da República. Publicada no D.O.U. de 7 de julho de 2015. Brasília, 2015. 43 ______. Norma NBR 9050, referente à acessibilidade em edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Brasília, 2015. Disponível em: www.aedesenho.com.br/informativo/abnt-nbr-2015-norma-acessibilidade. Acesso em: 14 de julho de 2016. _______. Saberes e práticas da inclusão: desenvolvendo competências para o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos cegos e de alunos com baixa visão. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial, p. 208. Brasília, 2006. _______. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: orientação e mobilidade, adequação postural e acessibilidade espacial. L. G. ...[et al.]. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. [Fortaleza]: Universidade Federal do Ceará, v. 7. Brasília, 2010. _______. Política Nacional de Educação Especial, na perspectiva da Educação Inclusiva. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Especial. Brasília, 2008. ______. Resolução 4/2009. Diário Oficial da União de 5 de outubro de 2009, Seção 1, p.17. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Brasília, 2009. _______. Manual de Orientação: Programa de Implantação de Sala de Recursos Multifuncionais. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. Brasília, 2010. ______. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: o atendimento educacional especializado para alunos com deficiência intelectual. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial; [Fortaleza]: Universidade Federal do Ceará, v. 2. Brasília, 2010. _______. Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011. Casa Civil; Subchefia para Assuntos Jurídicos. Brasília, 2011. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Decreto/D7611.htm. Acesso em: 10/07/2016. GALVE, J.L.; SEBASTIAN, E. ... [et al.]. Adaptaciones curriculares de la teoria a la practica. Editora CEPE. Madrid, 2002. http://www.aedesenho.com.br/informativo/abnt-nbr-2015-norma-acessibilidade 44 GARCIA. N. Programas de Orientação e Mobilidade no processo de educação da criança portadora de cegueira. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo – USP. São Paulo, 2001. ONU. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Assembleia Geral das Nações Unidas. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias =424-cartilha-c&category_slug=documentos-pdf&Itemid=30192. Acesso em 10/07/2016. PIÑERO, D.M.C. [et.al.]. O sistema Braille. In MARTIM, M.B.; BUENO, S.T (org.). Deficiência Visual: aspectos Psicoevolutivos e Educativos. p.227-246. Santos - SP, 2003. POKER, R. B. ... [et al.]. 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