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[7958 - 24936]contabilidade_custos

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UnisulVirtual
Palhoça, 2018
Contabilidade de 
Custos
Universidade Sul de Santa Catarina
Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul
Reitor
Mauri Luiz Heerdt
Vice-Reitor
Lester Marcantonio Camargo
Pró-Reitor de Ensino, Pesquisa, Pós-graduação, Extensão e Inovação
Hércules Nunes de Araújo
Pró-Reitor de Administração e Operações
Heitor Wensing Júnior
Assessor de Marketing, Comunicação e Relacionamento
Fabiano Ceretta
Diretor do Campus Universitário de Tubarão
Rafael Ávila Faraco
Diretor do Campus Universitário da Grande Florianópolis
Zacaria Alexandre Nassar
Diretora do Campus Universitário UnisulVirtual
Ana Paula Reusing Pacheco
Campus Universitário UnisulVirtual
Diretora
Ana Paula Reusing Pacheco
Gerente de Administração e Serviços Acadêmicos
Renato André Luz
Gerente de Ensino, Pesquisa, Pós-graduação, Extensão e Inovação
Moacir Heerdt
Gerente de Relacionamento e Mercado
Guilherme Araujo Silva
Gerente da Rede de Polos
José Gabriel da Silva
Livro Didático
Professor conteudista
Onei Tadeu Dutra
Designer Instrucional
Luiz Henrique Milani Queriquelli (4ª edição)
Cristina Klipp de Oliveira (5ª edição)
Assistente Acadêmico
Thayanny Aparecida Bedinot Da Conceicao 
(4ª edição rev. e atual.)
Ester Konig da Silva (5ª edição)
Projeto Gráfico e Capa
Equipe UnisulVirtual
Diagramação
Fernanda Vieira Fernandes
Revisão Ortográfica
Diane Dal Magoi (4ª edição)
ISBN
978-85-506-0257-8
e-ISBN
978-85-506-0258-5
Ficha catalográfica elaborada por Carolini da Rocha CRB 14/1215
D97
Dutra, Onei Tadeu
Contabilidade de custos : livro didático / Onei Tadeu Dutra. – 5. ed. rev. e 
atual. – Palhoça : UnisulVirtual, 2018.
152 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia.
ISBN978-85-506-0257-8
e-ISBN 978-85-506-0258-5
1. Contabilidade de custos. I. Título.
CDD (21. ed.) 657.42
Copyright © UnisulVirtual 2018
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.
Livro didático
5ª edição
UnisulVirtual
Palhoça, 2018
Contabilidade de 
Custos
Onei Tadeu Dutra
Sumário
Introdução | 7
Capítulo 1
Introdução à contabilidade de custos | 9
Capítulo 2
Nomenclaturas básicas aplicadas à contabilidade 
de custos | 27
Capítulo 3
Elementos de custos | 43
Capítulo 4
Classificação dos custos | 69
Capítulo 5
Custeio | 79
Capítulo 6
Departamentalização | 95
Capítulo 7
Planilha de custos | 107
Considerações Finais | 131
Referências | 133
Sobre o Professor Conteudista | 135
Respostas e comentários das atividades de autoavaliação | 137
Anexos | 147
Introdução 
Nos dias de hoje, muito se tem falado da globalização. Para alguns, este 
fenômeno surgiu no final do século passado; para outros, trata-se de um 
fenômeno que sempre existiu na história do homem. Esta corrente alega 
que a troca de mercadorias entre países foi uma constante e que o comércio 
internacional é um prolongamento do comércio local.
O que se pode inferir neste sentido é que a globalização sempre existiu. O que se 
acentuou nos últimos anos foi a intermediação financeira, pois, se as transações 
também existiam, a intensificação das trocas monetárias adquiriu uma proporção 
maior do que as trocas internacionais de mercadorias diante da disseminação dos 
computadores.
À primeira vista, a globalização financeira beneficiou diretamente os bancos, 
pelo fato de o dinheiro ser a mercadoria do banco. Mas este benefício também 
atingiu diretamente o comércio internacional devido à facilidade de as empresas 
movimentarem as quantias monetárias resultantes do comércio globalizado.
A melhora nas transações comerciais entre países possui um lado positivo e um 
negativo. O lado bom da globalização é que as transações internacionais ficaram 
muito mais fáceis de serem realizadas. Para muitas empresas que já operam 
há algum tempo nesse tipo de Comércio, realizar uma transação comercial no 
seu país e realizar uma transação comercial com outro país é a mesma coisa, 
descontando-se o tempo e certa burocracia. Quanto ao ponto negativo, muitas 
empresas que somente possuíam concorrentes nacionais passaram a competir 
internacionalmente, pois seus clientes possuem facilidades de importação e, 
certamente, comparam os preços de venda do mercado interno com os do 
mercado externo. Para a população, o aumento da concorrência é benéfico, e, 
para as empresas, este aumento de concorrência leva-as a aumentar sua eficácia 
no processo de fabricação e venda.
A eficácia se traduz em redução de custos e aumento da exposição do produto 
perante os consumidores. Quanto à promoção do produto, existe todo um 
conteúdo específico sobre o assunto, que é a propaganda. A propaganda, o 
marketing constituem matéria a ser abordada em tópico específico.
O que cabe neste material de estudos é a redução de custos. Talvez a 
denominação “redução de custos” não seja a melhor forma de expressar o que 
você estudará neste livro didático. Afinal, entende-se que a redução de custos é 
somente uma faceta no gerenciamento das empresas. E saber onde a empresa 
gasta seus recursos é primordial na empresa moderna.
Para gerenciar os gastos com recursos, a empresa dispõe de uma ferramenta 
fornecida pela contabilidade de custos, que é a planilha de custos. Com este 
instrumental, a empresa tem condições de gerenciar onde são consumidos 
todos os recursos, podendo ser nos produtos ou nos departamentos. Utilizando 
esta planilha, a empresa pode avaliar o estoque, através do custo unitário, pode 
analisar os diversos setores da empresa que consomem recursos, pode analisar 
a rentabilidade dos produtos e pode utilizar a planilha para fazer projeções 
(orçamentos). Assim, estudando contabilidade de custos, você estará habilitando-
se a se debruçar sobre a redução de custos
Entretanto, para você dominar essa prática, é necessário, antes, o estudo da 
teoria: a prática sem a teoria não é muita coisa, somente uma maneira de fazer. E, 
convenhamos, o contador é muito mais do que a pessoa que digita os valores na 
planilha de custos. Ele é a pessoa que “desenha” e implanta a contabilidade de 
custos. Então, para efetuar essa implantação, o contador precisa muito mais do 
que fazer a planilha de custos: precisa discernir teoricamente a contabilidade de 
custos.
Bons estudos!
Professor Onei T. Dutra
9
Capítulo 1
Introdução à contabilidade de custos
Noções Preliminares
Com o estudo da unidade de aprendizagem Contabilidade de Custos, você estará 
habilitado a avaliar o estoque de uma empresa.
Entretanto, existe um conteúdo desta unidade de aprendizagem que não está 
relacionado com as técnicas da contabilidade de custos: você tem ideia de como 
avaliar o estoque de uma empresa quando a empresa não possui contabilidade 
de custos?
Bem, se a empresa possui contabilidade de custos, aplicam-se estes conteúdos 
para se avaliar o estoque. Mas, em caso negativo, como avaliar os estoques?
Esta pergunta estava no “ar”, insistente.
Então, vamos à resposta. Antes de iniciarmos o conteúdo propriamente dito, 
iremos aprender como avaliar o estoque de uma empresa quando não existe 
contabilidade de custos.
Preste atenção! Você irá estudar contabilidade de custos nesta unidade de 
aprendizagem. Mas antes, você estudará o que acontece quando não existe 
contabilidade de custos. De início, parece meio contraditório (avaliar o estoque 
sem contabilidade de custos, já que iremos estudar justamente esta matéria), mas 
trata-se de uma situação que se apresenta na prática, então devemos dominá-
la. Muitas vezes, os contadores avaliam os estoques apenas por não possuírem 
tempo de implantar a contabilidade de custos ou por não saberem utilizar o 
conteúdo da matéria.
Assim, na sequência do livro, primeiro você verá um conteúdo que está fora da 
unidade de aprendizagem, ouseja, avaliação do estoque quando a empresa não 
possui contabilidade de custos. Depois, o conteúdo da unidade de aprendizagem.
10
Capítulo 1 
Contabilidade de custos não integrada com a 
contabilidade geral
Antes de adentrarmos, efetivamente, a nossa unidade de aprendizagem 
Contabilidade de Custos, gostaríamos de propor-lhe a seguinte situação: digamos 
que você é convidado a assumir a contabilidade de custos de uma indústria no 
dia 20 de dezembro de um ano qualquer. Ao assumir o cargo, percebe que a 
empresa não possui contabilidade de custos.
Com isso, fica a pergunta: como você irá avaliar o estoque da indústria, se a 
mesma não possui contabilidade de custos?
Perceba, também, que a empresa deve avaliar o estoque para a publicação 
do balanço patrimonial e que este balanço deve ser publicado no início de 
janeiro. Como você não possui tempo hábil, de que modo avaliar o estoque sem 
contabilidade de custos?
Neste caso, quando a empresa não possui contabilidade de custos, deve-se 
utilizar os preceitos do Decreto-Lei n. 1.598, de 26/12/77.
O Decreto-lei 1.598/77 ainda está em vigor. Porém, para ficar mais prático, a Secretaria 
da Receita Federal condensou toda a legislação do Imposto de Renda em um único 
instrumento legal, no sentido de facilitar a tarefa do contribuinte. Assim, toda a legislação 
da Receita Federal está inserida no Decreto n. 3.000, de 26 de março de 1999.
Voltando ao assunto, se a empresa não possui contabilidade de custos, deve-se 
avaliar o estoque conforme as regras a seguir, inseridas no Artigo 14, parágrafo 
3º, do citado Decreto-lei 1 n.1.598/77.
a. Considerar os materiais em processamento, calculando por uma 
vez e meia o maior custo das matérias-primas adquiridas no 
período-base, ou em 80% do valor dos produtos acabados.
b. Os produtos acabados, em 70% do maior preço de venda do 
período-base (com ICMS).
Observe que, neste caso, é feita a avaliação do estoque de uma indústria – em 
outro momento veremos diferentes tipos de empresa.
1 Observe que, na hierarquia das leis, temos um Decreto-lei, o 1.598; e um Decreto, o 3.000. Decreto-lei e 
Decreto não são a mesma coisa. Decreto é o ato pelo qual o chefe do governo determina a observância de 
uma regra legal, cuja execução é de competência do Poder Executivo. O Decreto-Lei é um decreto com força 
de lei, que num período anormal de governo é expedido pelo chefe de fato do Estado, que concentra nas suas 
mãos o Poder Legislativo, então suspenso.
11
Contabilidade de Custos 
Tenha presente que o estoque de uma indústria é composto por três contas básicas: 
matéria-prima, produtos em processo e produtos acabados, diferentemente das 
empresas comerciais, que somente utilizam uma conta, ou seja, mercadoria.
Matéria-prima
A avaliação desta conta não requer nenhum tipo de técnica contábil da 
contabilidade de custos, pois será avaliada pelos valores lançados na 
contabilidade da empresa. Ou seja, os valores desta conta serão as compras 
de materiais que a empresa efetua ao longo do período (podendo ser mensal ou 
anual, dependendo do período que a empresa estiver utilizando. Se estivermos 
nos referindo ao balancete, o período é mensal; e, se estivermos nos referindo ao 
balanço, então o período é anual).
Perceba, também, que se o estoque será avaliado pelo preço médio ou pelo 
Primeiro que Entra Primeiro que Sai (PEPS), ou, ainda, pelo Último que Entra 
Primeiro que Sai (UEPS), isto não depende da contabilidade de custos. Ademais, 
perceba que o Decreto-lei 1.598/77 não faz referência a esta conta, somente às 
duas outras contas (observe o Art. 14, § 3º, já citado).
Produtos em Processo
Para esta conta, o referido Decreto-lei 1.598/77 (ou o artigo 296 do Decreto 
3.000/99) informa que os valores devem considerar o consumo de matéria-prima 
(M. P.), multiplicado por 1,5 ou 80% do produto acabado. Então, o valor total da 
conta é o consumo de M. P., multiplicado por 1,5. Ou o contador de custos pode 
avaliar o estoque de produtos em processo, multiplicando o valor do produto 
acabado por 80%.
Produto acabado
O estoque de produtos acabados deve ser avaliado em 70% do preço de venda 
(com ICMS). Ou seja, o valor deste estoque é a receita do produto multiplicado 
por 70%, incluindo, neste percentual, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias 
e Serviços (ICMS), incidente na venda do produto. 
Vamos transformar estas informações em lançamentos.
A avaliação dos estoques apresenta os seguintes lançamentos:
Matéria-prima: o valor do estoque deve estar de acordo com a contabilização 
das compras de M. P. (não interessa, não importa para a contabilidade de custos 
se o estoque é avaliado pelo preço médio, PEPS ou UEPS).
12
Capítulo 1 
Lançamento:
D – estoque de M. P.
C – caixa, banco ou fornecedores
Histórico e valor (valor: da nota fiscal da compra de M. P. no período).
Produtos em Processo: 1,5 da matéria-prima ou 80% do produto acabado.
Lançamento (para um produto):
D – produtos em processo
C – estoque de matéria-prima
Histórico e valor (valor: 1,5 do consumo de M. P. no período ou 80% do valor do 
produto acabado no período).
Produtos acabados: este estoque deve ser avaliado em 70% do preço de venda, 
com ICMS.
Lançamento (também para um produto):
D – produtos acabados
C – produtos em processo
Histórico e valor (valor: 70% do preço de venda no período, com ICMS).
Na venda do produto, os lançamentos são os seguintes:
Primeiro lançamento – recebimento do dinheiro ou direito
D – caixa, banco ou clientes
C – receita com vendas
Segundo lançamento – baixa do estoque
D – custo dos produtos vendidos
C – estoque de produtos acabados
Histórico e valor (valor: custo dos produtos vendidos).
13
Contabilidade de Custos 
Então, veja que, seguindo a sequência anterior, conseguiremos avaliar o estoque 
de uma indústria sem precisarmos utilizar a contabilidade de custos. Mas perceba 
que a nossa unidade de aprendizagem é, justamente, Contabilidade de Custos e 
que seu estudo inicia, de fato, na seção 1, na sequência.
Antes, atente para o fato de que o conteúdo de Custos é abordado em duas 
unidades de aprendizagem distintas: Contabilidade de Custos e Análise de Custos.
A Contabilidade de Custos possui a finalidade de avaliar o estoque de uma 
empresa. Ou seja, é um conteúdo totalmente formal, pois está calcado na Lei 
6.404/76, nos princípios fundamentais da contabilidade, nas normas brasileiras 
de contabilidade, nas normas da Comissão de Valores Mobiliários, nas normas 
dos três níveis de fisco (federal, estadual e municipal), entre outras normas que se 
aplicam à contabilidade.
Já o estudo da análise de custos é totalmente informal, pois a análise de 
custos não depende de leis ou normas. Depende exclusivamente da empresa, da 
necessidade de informação da empresa. E, óbvio, da competência dos contadores, 
de sua cultura, de seu conhecimento. Existem algumas regras e técnicas básicas 
para se fazer análise, mas podemos dizer que são poucas. A “maior” análise 
dependerá, mesmo, do contador de custos, como, por exemplo, aumento do 
consumo de M. P. em comparação à produção; aumento do gasto da mão de obra 
em relação à produção. Tais comparações não são ensinadas em uma disciplina, 
pois dependerão da necessidade de informação por parte da empresa.
Como você já sabe, a lei básica da contabilidade é a de número 6.404/76. Com 
exceção da noção de débito e crédito, esta lei regula a maioria das normas contábeis 
no Brasil (junto com os princípios contábeis, as normas brasileiras de contabilidade, 
normas da comissão de valores mobiliários, normas do fisco, entre outras). Esta Lei, ao 
entrar em vigor, alterou significativamente a prática de contabilidade no Brasil. Então, 
a partir dela, o fisco federal precisou se adaptar às novas normas da contabilidade e, 
para tanto, editou o Decreto-lei 1.598/77.A partir daí, o fisco foi atualizando -o, o que 
resultou no atual Regulamento do imposto de renda (Decreto n. 3.000/99), que é uma 
consolidação das leis e normas do imposto de renda.
Contabilidade de custos integrada com a contabilidade geral
Caro aluno, a partir deste momento, iniciamos propriamente os estudos da 
unidade de aprendizagem: iremos estudar as técnicas contábeis para avaliar os 
estoques de uma empresa.
14
Capítulo 1 
Seção 1 
Por que estudar a contabilidade de custos?
Como você já deve ter percebido, a contabilidade de custos está relacionada com 
os custos dos produtos. Esse tipo de contabilidade existe para calcular os custos 
dos produtos.
Esta informação é importante nas empresas, principalmente nos dias de hoje, 
quando a concorrência é muito acirrada. E porque o conhecimento dos custos de 
fabricação dos produtos é uma informação relevante no processo de tomada de 
decisão das empresas.
Peter Drucker dizia que um produto para ser vendido deveria ter o “máximo de 
propaganda” e o menor custo.
Seção 2 
O que é contabilidade de custos e em que tipo 
de empresas ela se aplica?
Pode-se definir contabilidade de custos como a sistematização de um conjunto 
de métodos contábeis com a finalidade de determinar os custos unitários de 
produtos e serviços.
Conhecendo o custo unitário do produto/serviço, a empresa pode utilizar esta 
informação para determinar o valor do estoque de produtos/ serviços.
Como você deve ter percebido, esta definição abrange o produto e o serviço. 
É isto mesmo: a contabilidade de custos pode calcular o custo unitário dos 
produtos, em uma indústria, ou também o custo unitário do serviço, nas 
prestadoras de serviços.
Assim, podemos dizer que a contabilidade de custos se aplica às indústrias, 
às prestadoras de serviços e às empresas rurais. Somente não se aplica às 
empresas que comercializam produtos.
Este fato se justifica pela própria definição da contabilidade de custos, quando 
especifica que ela serve para calcular o custo unitário. Veja que, nas empresas 
comerciais, o custo unitário já está calculado, e está informado na nota fiscal de 
compra da mercadoria. Neste caso, o custo da mercadoria é o valor de compra, 
15
Contabilidade de Custos 
não havendo necessidade de cálculo adicional para se encontrar o custo 
unitário da mercadoria.
Muitas empresas comerciais comentam que aplicam a contabilidade de custos. Na 
realidade, elas aplicam somente a planilha de custos, pois a contabilidade de custos 
serve para avaliar o estoque, e esse tipo de empresa já tem seus estoques avaliados 
pelo valor da nota fiscal da mercadoria. Assim, elas utilizam a planilha de custos 
para controlar os gastos da empresa, ou seja, somente para gerenciar os gastos da 
empresa, e não para avaliar o estoque.
Ao contrário das empresas comerciais, nas empresas industriais, de serviços 
e rurais, precisamos somar três fatores para conhecer o custo unitário de um 
produto, que são:
 • Matéria-prima (M. P.);
 • Mão de obra direta (MOD); e
 • Custos indiretos de fabricação (CIFs).
Assim, podemos dizer que os estoques desses três tipos de empresa (industriais, 
rurais e prestadoras de serviços) se classificam em matéria-prima, produtos em 
processo e produtos acabados (as empresas de serviços não possuem a conta 
contábil estoque de serviço acabado). Na empresa comercial, o estoque recebe a 
denominação de mercadoria.
Acompanhe o quadro seguinte, que dispõe esta relação de estoques por tipo 
de empresa 2.
2 Nas empresas de criação de animais (pecuária, por exemplo), se o animal continuar vivo na atividade 
produtiva, não há estoque de produto acabado, pois se considera o pressuposto de que o animal ainda está 
em “processo”, ou seja, ainda gera custo para a empresa. E, se gerar custo, este deve ser contabilizado no 
estoque de produtos em processo.
16
Capítulo 1 
Quadro 1.1 – Tipos de estoque relacionados por tipos de empresa
Tipo de Empresa
Indústria, Rural e Prestadora de Serviço Comercial
Estoques Estoque
Matéria-prima Mercadoria
Produtos em processo
Indústria: produto em processo
Rural: nome da cultura ou nome do animal de criação
Empresa de Serviço: serviço em andamento
Produto Acabado
Indústria: produto acabado
Rural: nome da cultura ou animal abatido
Serviço: não existe nas empresas de serviços
Fonte: Elaboração do autor, 2007.
Tipos de empresa
A classificação já apresentada sobre os tipos de empresa (indústria, rural, 
prestação de serviço e comercial) é somente uma das possíveis. Existem outras 
classificações, como, por exemplo, lucrativas e não lucrativas; financeiras e não 
financeiras etc.
Na classificação apresentada anteriormente, todos os tipos de empresa que você 
possa imaginar se enquadram, como, por exemplo:
 • banco (serviços);
 • escola (serviço);
 • governo (serviço);
 • frigoríficos (indústria);
 • plantação de seringueiras (rural);
 • montadoras de carros (indústria);
 • construção civil (indústria) etc.
17
Contabilidade de Custos 
Conforme já mencionado, a contabilidade de custos se aplica às empresas 
industriais, rurais e de serviços. O que diferencia a contabilidade de uma empresa 
para outra empresa é a nomenclatura utilizada nos estoques, já que a técnica é a 
mesma para os três tipos de empresa.
Veja, a seguir, como funciona o estoque destes três tipos de empresa.
Funcionamento do estoque na empresa industrial
Para a empresa industrial, o estoque de matéria-prima é composto pelos 
insumos que serão utilizados na produção. E, aqui, a contabilidade de custos 
não atua, pois essa conta contábil somente registra os valores da matéria-
prima. A contabilidade de custos apenas define os valores das outras duas 
contas contábeis que compõem o estoque das empresas industriais: estoque de 
produtos em processo e estoque de produtos acabados.
O estoque de produtos em processo é a soma da M. P. que está sendo utilizada 
na produção, mais a MOD, que é o salário dos funcionários, os quais estão 
fabricando os produtos, e os diversos CIFs que estão sendo usados na produção. 
Antecipadamente, para você não ficar em dúvida, veja alguns exemplos de CIFs: 
depreciação, água (quando não é M. P.), seguro do prédio da fábrica, entre outros.
E veja que o estoque de produtos acabados é o valor total do estoque de 
produto em processo depois de terminado.
Funcionamento do estoque na empresa rural
Nas empresas rurais, o estoque de matéria-prima é a soma dos insumos que 
serão utilizados na produção. No caso de uma empresa agrícola, vão ser as 
sementes, os adubos, os defensivos agrícolas, entre outros. Se for empresa 
de criação de animais, vai ser o próprio animal (como pinto, porco, gado, entre 
outros), a alimentação, as vacinas, os remédios etc.
O produto em processo da agricultura refere-se ao desenvolvimento da cultura, 
ou seja, são os gastos com matéria-prima, mais os gastos com a mão de obra 
para plantar, cuidar e colher a plantação e os outros gastos indiretos (CIFs).
Na pecuária, o produto em processo refere-se ao desenvolvimento da criação 
do animal. Ou seja, nesta conta contábil serão lançados o valor pago pelo animal, 
a ração, os remédios, a mão de obra direta para cuidar dos animais e os demais 
custos indiretos.
O produto acabado da agricultura é a cultura pronta para a venda (feijão, café, 
laranja etc.).
18
Capítulo 1 
A conta contábil estoque de produto acabado na pecuária não existe em 
empresas que criam animais para a venda “em pé” (ou animais vivos). Nas 
empresas pecuárias, esta conta somente recebe lançamentos, se a empresa 
abater o animal e vendê-lo nesta condição, abatido.
Quando se tratar de animais que não serão abatidos, (reprodutores, ovelha para 
produção de lã, cavalos de corrida etc.) tais animais (traduzidos em valores monetários) 
serão contabilizados não no estoque, esim na conta contábil imobilizado, do grupo 
permanente.
Assim também na empresa agrícola, quando a plantação é permanente (videiras, 
seringueiras, laranjeiras etc.), o seu registro é feito na conta contábil imobilizado, ao 
contrário das culturas temporárias, nas quais o registro é feito no grupo estoque (arroz, 
feijão, soja etc.).
Funcionamento do estoque na empresa prestadora de serviço
Nas empresas de serviços, o estoque de matéria-prima é composto pelos 
insumos gastos na prestação do serviço. Se bem que, como se pode notar em 
tais empresas, tais insumos, muitas vezes, são insignificantes quanto ao valor. 
Por exemplo, em um escritório de contabilidade, as matérias-primas são canetas, 
lápis, folhas de papel, tinta da impressora etc., utilizados na prestação do serviço.
O estoque de produto em processo recebe o nome de serviço em andamento, 
ou outro nome que identifique o tipo de serviço em andamento (por exemplo, 
cliente um, cliente dois ou serviço “este”, serviço “aquele” ou obra “disto”, obra 
“daquilo” etc.). Quando o serviço é faturado (cobrado) por mês, o “estoque de 
serviço em processo” existe somente do primeiro ao último dia do mês. Quando 
o serviço que está sendo executado leva mais de um mês para ser terminado, o 
valor da conta “estoque de serviço em processo” passa de um mês para o outro 
(por exemplo, o serviço que um escritório de advocacia está prestando para um 
cliente, a construção de uma obra pública etc.).
Quanto à conta contábil “estoque de serviços acabados”, esta não existe nas 
empresas prestadoras de serviços pelo simples fato de não se conceber o 
estoque de um serviço. De acordo com a realidade humana, não podemos 
conceber o serviço “estocado”.
Para terminar esta seção, lembre-se de que a técnica da Contabilidade de Custos 
que se aplica nas empresas industriais, rurais e de serviço é a mesma. Somente 
cabe uma adaptação nas nomenclaturas, principalmente nas empresas de 
serviço. Mas o cálculo e o raciocínio são os mesmos.
19
Contabilidade de Custos 
Seção 3 
Qual a diferença entre a contabilidade de 
custos e o sistema de custos?
No meio empresarial (e na bibliografia de custos também), muito se fala em Sistemas 
de Custos e Contabilidade de Custos. Mas, se formos analisar efetivamente um e 
outro, perceberemos que a principal distinção entre estes é a complexidade. Neste 
sentido, podemos dizer que a classificação entre Contabilidade de Custos e Sistema 
de Custos está relacionada ao porte da empresa.
Se formos analisar uma microempresa até uma empresa de porte médio, 
podemos dizer que existe Contabilidade de Custos. Se a análise recair em uma 
empresa de porte médio até empresas de grande porte, a denominação não é 
mais Contabilidade de Custos, e sim Sistema de Custos.
Esta diferença de nomenclaturas se verifica na quantidade de dados 
manipulados, no tamanho da planilha, na quantidade de dados extraídos, 
na quantidade de informações que permeiam a Contabilidade de Custos, de 
maneira geral. Assim, quando a Contabilidade de Custos incorpora muitos dados 
e fornece muita informação, dizemos que existe um Sistema de Custos, pelo 
aumento da complexidade da Contabilidade de Custos.
Tanto um sistema de informação como o outro (Sistema de Custos e 
Contabilidade de Custos) possuem dois objetivos básicos, a saber:
a. determinar o custo unitário de produtos e/ou serviços - o 
primeiro objetivo do sistema de custos, ou da contabilidade de 
custos, é determinar o custo unitário. Tal custo é a informação 
básica para qualquer tomada de decisão nas empresas. Esta 
informação serve para avaliar o estoque (produtos em processo 
e produtos acabados) e determinar o lucro, pois, grosso modo, o 
lucro é a receita menos os valores pagos para fabricar os produtos 
(ou produzir os produtos rurais), ou prestar os serviços;
b. servir como instrumento gerencial - o primeiro objetivo é o 
mais importante (determinar o custo unitário). Todavia, com os 
sistemas informatizados de hoje (computadores e programas), ele 
(custo unitário) deixou de ser relevante, devido à facilidade de se 
implantarem Sistemas de Custos nas empresas. O que passou a ser 
relevante é a análise que se faz a partir das informações geradas 
pelo sistema de custos.
20
Capítulo 1 
Uma análise bastante utilizada nas empresas é o controle. Por meio do 
conhecimento dos custos, os gestores podem saber se a produção está 
aumentando ou diminuindo, ou se o consumo de M. P., por unidade, é a mesma 
dos meses anteriores. Enfim, os dirigentes da empresa possuem informações de 
todo o processo produtivo.
Outro instrumento de análise é o custo-padrão, que serve para fazer projeções 
de valores, principalmente na confecção dos orçamentos.
O Sistema de Custos também informa a margem de contribuição, que é uma 
ferramenta básica na determinação do ponto de equilíbrio.
 • O custo-padrão é o custo do mês em análise (unitário ou total), 
projetado para o futuro, geralmente doze ou vinte e quatro meses.
 • A margem de contribuição (M. C.) é o preço de venda diminuído 
dos valores variáveis (unitário ou total).
 • O ponto de equilíbrio é a situação em que as receitas e as 
despesas são iguais. Assim, indica-se a quantidade vendida, quando 
não há lucro nem prejuízo.
Até aqui, você estudou alguns fundamentos dos sistemas de custos (ou 
contabilidade de custos). Mas, com esses conhecimentos básicos, você pode 
estar se perguntando: quais são as desvantagens e vantagens da contabilidade 
de custos ou sistema de custos?
Acompanhe as seguintes respostas.
Desvantagens do sistema de custos ou da contabilidade de 
custos
São duas as desvantagens do sistema de custos ou da contabilidade custos: alto 
gasto na implantação e excesso de burocracia.
1. Alto gasto na implantação - Para se implantar uma contabilidade de 
custos ou sistema de custos, as empresas incorrem em desembolsar 
uma boa quantidade de dinheiro nessa implantação, mesmo 
porque isto leva certo tempo para terminar, dependendo do porte 
da empresa. Mas, esse gasto é somente na implantação, visto que, 
após implantar-se a contabilidade de custos ou o sistema de custos, 
a empresa praticamente não terá mais gasto. O difícil é definir a 
planilha de custo. Depois que a planilha estiver pronta para um mês, 
para os meses seguintes é preciso somente atualizar os dados, ou 
seja, digitar os valores do mês do qual se queira calcular o custo.
21
Contabilidade de Custos 
2. Excesso de burocracia - Aqui a desvantagem é maior para a 
empresa. É que, antes da implantação do sistema/contabilidade 
de custos, quase não existem rotinas nas empresas para “levantar” 
dados, já que não há necessidades deles. Com a implantação 
do sistema de custos, a empresa precisa saber todos os valores 
referentes à M. P. (quantidade consumida, em qual produto foi 
alocada etc.), aos valores da MOD (quantidade de horas trabalhadas, 
alocação da MOD para cada produto etc.) e a todos os outros custos 
indiretos de fabricação (CIFs). Perceba que, com a implantação 
de uma contabilidade de custos, gera-se uma rotina na empresa 
(levantamento de dados). Este levantamento de dados cria uma 
burocracia na empresa. E esta burocracia pode prejudicar bastante 
o processo de implantação e continuidade do sistema de custos. Se 
não for devidamente administrada (a burocracia), pode inviabilizar a 
contabilidade de custos pela resistência que, por ventura, venha a ser 
oposta pelos funcionários da produção da empresa.
Estas foram as desvantagens. Mas as vantagens, basicamente, duas, são mais 
importantes.
Vantagens do sistema de custos ou da contabilidade de custos
São duas as principais vantagens do sistema de custos ou da contabilidade 
custos: revelar o custo unitário e ser um instrumento gerencial.
1. Revela o custo unitário - com a implantação da contabilidade 
de custos, ou do sistema de custos, as empresaspodem saber 
o custo unitário do produto e/ou do serviço. O seu simples 
conhecimento é muito importante para a empresa, tanto para saber 
quanto custa um produto, como para avaliar o estoque da empresa. 
A informação do estoque é importante no sentido de se conhecer o 
valor monetário que aparecerá no balanço patrimonial, nas contas 
dos estoques. Então, sem a contabilidade (ou sistema) de custos, a 
empresa não tem como saber o valor da conta sintética “estoque”. 
Assim, nesse caso, deve arbitrar o valor do estoque conforme 
regras do Decreto-Lei 1.598/77, já vistas anteriormente.
2. Instrumento gerencial - como instrumento gerencial, a 
contabilidade de custos proporciona análise quantitativa e 
qualitativa. Quantitativa, na comparação de valores, como, por 
exemplo, comparação no consumo de M. P. entre vários meses, 
análise quantitativa de horas trabalhadas etc. Qualitativa, na 
22
Capítulo 1 
análise do crescimento da produção menor do que o crescimento 
do consumo de M. P., ou aumento da produção com a mesma 
quantidade de horas trabalhadas, entre outros. Determina-se, 
assim, conhecer onde possa haver desperdício de capital, pelo 
consumo excessivo, em relação à produção, ou um aumento de 
gasto sem uma relação direta com benefícios para a empresa. 
Identificam-se, também, os departamentos ou os produtos que 
proporcionam lucros ou prejuízos pela análise da rentabilidade 
destes, por meio das receitas geradas e dos consumos de recursos 
vinculados a esses departamentos e/ou produtos.
Como você pode notar, as vantagens proporcionadas pela contabilidade de 
custos são basicamente duas: custo unitário e análise gerencial. O custo unitário 
é fácil de calcular com a planilha.
Quanto à análise, não existe uma fórmula pronta de análise de custos. Como será 
estruturada a planilha, quais informações farão parte da planilha, que informações 
dela serão extraídas, que importância será dada a ela no gerenciamento da 
empresa? Observe que todos estes tópicos de análise dependerão dos gestores 
das empresas. A necessidade da empresa, a sua necessidade como gestor 
do custo, a sua cultura em relação ao assunto (custo) é que vai determinar a 
estrutura da planilha e, principalmente, que tipo de análise será feita.
Saber utilizar a planilha de custos na comparação de valores talvez seja mais 
importante do que as simples técnicas de análise de custos, presentes nos livros 
didáticos.
A título de exemplo, deve ser considerado o consumo de M. P. em relação à 
produção, acréscimo ou decréscimo do custo da MDO em relação à produção, 
entre outros. Estas são informações que não se aprendem na escola, o contador 
de custos deve aprender no dia a dia.
Ao tratar dos sistemas de contas, alguns autores distinguem dois tipos: o sistema 
monista – que compreende um só conjunto de livros, uma só razão geral, ou seja, as 
contabilidades externas e internas estão resumidas; e o sistema dualista – formado 
por duas contabilidades autônomas, embora mutuamente subsidiadas. Esta noção, 
entretanto, não é aplicada na contabilidade atualmente.
23
Contabilidade de Custos 
Atividades de autoavaliação
Ao final de cada capítulo você vai ser instigado a realizar atividades de 
autoavaliação. O gabarito está disponível no final do livro didático, mas se esforce 
para resolver as atividades sem ajuda do gabarito, pois, assim, você estará 
promovendo a sua aprendizagem.
Responda, então:
1. Para um produto existir na realidade, quais são os fatores que concorrem para 
sua existência?
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2. Em quais tipos de empresa pode-se aplicar a contabilidade de custos?
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3. Por que não se aplica a contabilidade de custos nas empresas comerciais?
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24
Capítulo 1 
4. Qual o “estoque” que existe nas empresas industriais e rurais e que não existe 
nas empresas prestadoras de serviços?
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5. Qual a diferença básica entre um sistema de custos e uma contabilidade de 
custos?
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6. Quais são os dois objetivos da contabilidade de custos?
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7. Qual a principal desvantagem do sistema de custos? Explique a sua resposta.
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____________________________________________________________________ 
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25
Contabilidade de Custos 
8. Nos dias de hoje, com a popularização dos computadores, qual a principal 
vantagem da contabilidade de custos?
____________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________ 
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9. Existe uma “fórmula” pronta e acabada de se fazer análise de custos? 
Comente sua resposta.
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10. Vamos supor que determinada empresa comercial, um supermercado, por 
exemplo, convide você para implantar um sistema de custos. Como você aceitou 
o desafio, pergunta-se: qual o seu objetivo com a implantação da “contabilidade 
de custos” em uma empresa comercial?
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____________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________ 
27
Capítulo 2
Nomenclaturas básicas aplicadas à 
contabilidade de custos 
Seção 1 
O que são gastos?
Gastos são sacrifícios financeiros desembolsados pela empresa para adquirir 
bens ou serviços. Estes sacrifícios financeiros se caracterizam pela entrega ou 
promessa de entrega de valores do ativo (ou contabilizados diretamente no grupo 
despesa), normalmente dinheiro.
Vamos recapitular. Como exemplosde bens, temos dinheiro (caixa), estoques, 
máquinas, terrenos etc. Como exemplo de direitos, temos banco (dinheiro 
depositado no banco), clientes (contas a receber), empréstimos a diretores etc.
O gasto somente se define quando há a transferência de propriedade do bem ou 
serviço para a empresa, ou seja, no instante em que a empresa assume a dívida 
ou no momento da redução do valor do ativo (ou considerado imediatamente 
como despesas), entregue como pagamento.
Este conceito de gasto é bastante amplo e está próximo do linguajar que se usa 
no dia a dia.
Em uma empresa, muito dos valores desembolsados do caixa (ou do banco) da 
empresa são gastos, mas alguns valores não o são.
Então, quando a empresa sacrifica algum valor do ativo para adquirir outro ativo, 
há o gasto. O mesmo acontece, quando a empresa sacrifica algum valor do ativo 
para adquirir uma despesa (pagamento de água, por exemplo). 
28
Capítulo 2 
Veja alguns exemplos de gasto.
Quando a empresa compra matéria-prima está incorrendo em gasto, pois trocou 
um ativo, dinheiro, por outro ativo, matéria-prima. A empresa também está 
incorrendo em gasto quando cumpre a folha de pagamento, pois está efetuando 
uma troca de ativos, neste caso dinheiro, por serviço de seus funcionários. 
Compra de máquinas e outros imobilizados também são gastos, já que há uma 
troca de ativos.
Outro exemplo é o pagamento de despesas. Neste caso, a empresa está 
trocando um ativo, dinheiro, por um bem de consumo (gasolina do carro do 
presidente da empresa, por exemplo).
Perceba que os gastos podem ser alocados no ativo ou lançados diretamente 
na despesa. Como exemplo de ativo podemos citar a compra de matéria -prima, 
compra de imobilizado, entre outros. Quanto à despesa, podemos citar a compra 
de material de expediente, pagamento de funcionários administrativos, entre outros.
Mas observe que todo gasto, direta ou indiretamente, tornar-se-á despesa, 
pois todo ativo se tornará despesa, cedo ou tarde. Um exemplo é o gasto 
com imobilizado, que se tornará despesa com a depreciação deste (já que a 
depreciação será contabilizada futuramente no grupo Despesa). Quanto ao gasto 
com despesa, dispensa maiores comentários, pois, por natureza, já é despesa.
Entretanto, há vários exemplos de desembolso do caixa que não são gastos. 
Neste caso, temos os valores que a empresa desembolsa da conta caixa ou da 
conta banco e que não serão lançados futuramente no grupo despesa.
Acompanhe dois exemplos de desembolso que não são tidos como gastos.
 • Amortização de empréstimos: neste caso, há a saída de dinheiro 
do caixa, mas não há a aquisição de bem ou de um direito. Veja 
que não há aumento do ativo e nem aumento da despesa. Há 
somente o pagamento do empréstimo. Perceba que a amortização 
do empréstimo não é gasto, mas o juro pago pelo empréstimo é 
gasto, já que o juro é o sacrifício em que a empresa incorre para 
utilizar o dinheiro do banco (neste caso, o juro do empréstimo será 
contabilizado no grupo despesa e a amortização do empréstimo, por 
sua vez, não será).
 • Empréstimo a diretores: com esse mesmo raciocínio, também 
podemos dizer que o empréstimo a diretores não é gasto, pois 
a empresa não está entregando dinheiro em troca de um bem 
ou serviço. Em um futuro próximo, os diretores devolverão o 
empréstimo, e a empresa não arcará, então, com nenhuma despesa.
29
Contabilidade de Custos 
Veja que todo “gasto” é uma despesa, direta ou indiretamente. Diretamente, quando os 
valores são lançados imediatamente no grupo despesa; e, indiretamente, quando os 
valores do gasto transitam primeiramente pelo grupo ativo e depois são lançados no 
grupo despesa.
Seção 2 
O que é custo?
Custo é o consumo de recursos no processo produtivo. É o gasto em que a 
empresa incorre para fabricar um produto ou prestar um serviço. Perceba que 
custo ocorre somente no processo de produção (na fábrica).
O seguinte trocadilho expressa uma grande verdade! “Todo custo é um gasto, 
mas nem todo gasto é um custo”.
Então, observe que os custos são somente o consumo de matéria-prima (M. P.), 
o gasto com mão de obra dos funcionários da fábrica (MOD) e os demais gastos 
(CIFs) que ocorrem no processo de transformação da matéria-prima em produtos, 
nas indústrias e empresas rurais, e os valores nos quais as prestadoras de 
serviços incorrem para prestar o serviço.
Os demais gastos da empresa não são considerados custos, e sim despesas 
administrativas, de vendas ou financeiras. Para os objetivos deste trabalho, 
definiremos estas três despesas, já citadas, como despesas acessórias.
De acordo com a Lei das Sociedades Anônimas (6.404/76), a demonstração do 
resultado do exercício deve discriminar o que são custos dos produtos vendidos 
(CPV) das despesas operacionais do exercício.
No CPV, vão os gastos de fabricação dos produtos que já foram vendidos; e, nas 
despesas operacionais, os gastos com a manutenção da estrutura burocrática 
da empresa. A estrutura burocrática é representada pelos departamentos de 
contabilidade, contabilidade de custos, diretoria, financeiro, administração, 
vendas, marketing, as assessorias (jurídica, entre outras), entre outros exemplos.
Uma particularidade importante entre os custos e as despesas é que os custos, 
necessariamente, são contabilizados primeiramente nos estoques, ou seja, todo 
valor gasto, e que seja custo, deve ser lançado na conta produto em processo e, 
depois, na conta produtos acabados.
30
Capítulo 2 
Já as despesas devem ser contabilizadas (lançadas) diretamente na conta 
despesas operacionais (despesas administrativas, despesas com vendas e 
despesas financeiras).
Esta segregação, separação, justifica-se pelo fato de o gasto com a produção ser 
com o produto, e o produto, por sua vez, necessariamente dever estar estocado, 
ao menos durante o processo de fabricação. Se a empresa fabrica produto, esse 
deve ser contabilizado necessariamente na conta produto em processo, para, 
quando terminar a produção, ser transferido para a conta produto acabado. 
Quando da venda, aí sim, o custo é transferido para o resultado do exercício, para 
a conta custo do produto vendido.
Esta sistemática também se aplica às empresas rurais e às empresas prestadoras 
de serviço.
Como existem duas classificações distintas nas empresas rurais (agricultura e 
pecuária), você deve prestar atenção na especificação da empresa para definir o 
que seja “custo” e como alocá-lo aos estoques.
As empresas agrícolas também possuem uma classificação específica, cultura 
permanente e cultura temporária.
 • Cultura permanente: Na cultura permanente, primeiro, há a 
plantação dos pomares. Então, todos os gastos na formação destes 
pomares devem ser contabilizados no ativo imobilizado da empresa, 
para posterior exaustão da plantação. Esta exaustão é contabilizada 
(lançada) na conta produtos em processo, ou outra nomenclatura 
de conta que informe efetivamente a colheita daquela cultura. Após 
a colheita, o valor da conta é transferido para produtos colhidos, ou 
outra nomenclatura de conta que informe efetivamente qual cultura 
foi colhida e que será estocada.
 • Cultura temporária: Na cultura temporária, os materiais (sementes, 
adubos, defensivos agrícolas etc.) são transferidos da conta insumos 
agrícolas (matéria-prima, na indústria) para a conta plantação em 
andamento – plantação de milho, plantação de feijão etc. (produto 
em processo, na indústria). Após a colheita, esses valores são 
transferidos para a conta que represente a cultura colhida – estoque 
de milho, estoque de feijão (trata-se da conta produtos acabados, 
na indústria).
E, nas empresas prestadoras de serviço, o estoque de produtos em processo, 
da indústria, recebe o nome de serviço sendo executado ou serviço em 
andamento. Nessa conta, serão lançados (contabilizados) todos os gastos nos 
31
Contabilidadede Custos 
quais a empresa incorre para prestar o serviço, como, por exemplo, matéria-prima 
(nas empresas de serviços, a matéria-prima geralmente é irrelevante, mas existe 
– por exemplo: papel, tinta de impressão, caneta, entre outros), a mão de obra 
gasta para executar o serviço (geralmente o valor mais preponderante dos gastos, 
nesse tipo de empresa) e os demais custos indiretos suportados pela empresa 
para prestar o serviço.
Um detalhe importante nas empresas prestadoras de serviços é que não existe 
a conta contábil serviços acabados (conta produtos acabados, na indústria), já 
que, na realidade humana, não podemos conceber o “estoque de um produto 
intangível”.
Como você irá visualizar na figura seguinte, todos os gastos em que a empresa 
incorrer no prédio da fábrica são custos; já o gasto no prédio da administração 
é despesa.
Figura 2.1 - Distinção entre o prédio da fábrica e o prédio da administração
Prédio de Fábrica
CUSTO
Prédio da Administração
DESPESA OPERACIONAL
Fonte: Elaboração do autor, 2007.
A partir deste momento, fique atento/a à palavra “custo”, pois, toda vez que você 
a ler neste livro didático, ela terá esta conotação, ou seja, gasto no processo 
produtivo. Mas mais importante do que utilizar a palavra “custo” nesta unidade de 
aprendizagem é você utilizar esta palavra em todos os assuntos relacionados à 
profissão de contador.
Como já falado, a conta sintética estoque está subdividida em três contas 
analíticas (por enquanto, vamos ficar nestas três: mais tarde, veremos a 
subdivisão delas).
32
Capítulo 2 
 • Estoque;
 • Matéria-prima;
 • Produtos em processo;
 • Produtos acabados.
Perceba que somente podemos usar a denominação “custo” em duas contas: 
produtos em processo e produtos acabados.
Não podemos usar a palavra “custo” no estoque de matéria-prima, pois o custo 
é a soma de M. P., mais a MOD e os CIFs. E, no estoque de matéria-prima não 
existe esta soma, e sim somente nos estoques de produtos em processo e 
produtos acabados. Então, a palavra “custo” se confunde com aqueles dois 
estoques e não se confunde com o estoque de matéria-prima.
Seção 3 
O que é despesa?
Em contabilidade, define-se despesa como a contrapartida da receita.
Então, para a empresa auferir, obter uma receita, deve incorrer em despesa. Se 
a empresa vender um produto, ela vai conseguir uma receita (vai receber um 
dinheiro ou direito), e a principal despesa vinculada a essa receita é o custo do 
produto vendido (ou o custo do serviço prestado ou, ainda, o custo do produto 
rural vendido).
Aqui você pode ter ficado em dúvida. Pode estar se perguntando: se o custo do 
produto vendido é uma despesa, e o “custo”, como já estudado, somente existe 
no processo de produção, como esta nomenclatura pode estar sendo utilizada 
como despesa?
Observe que estamos usando esta terminologia, custo do produto vendido, por 
imposição da Lei das Sociedades Anônimas, a qual determina que esta conta 
contábil receba tal denominação. E como essa é a Lei que nomeia as contas 
contábeis no Brasil (ao menos as principais contas), somos forçados a segui-la.
Entretanto, segundo a definição de despesa, essa conta deveria denominar-se 
“despesa do produto vendido”, seguindo a lógica de existirem custos somente 
nos estoques. Quando o produto é baixado pela venda, aquele custo de produção 
perde a condição de “custo” e passa a ser uma despesa com o produto vendido.
33
Contabilidade de Custos 
Como a Lei é soberana, iremos nos referir a essa conta como custo do produto 
vendido, entretanto, cientes de que a denominação correta (teoricamente falando) 
deveria ser “despesa do produto vendido”.
A par desta explicação, a peça contábil que informa as receitas e as despesas do 
exercício é a demonstração do resultado do exercício (DRE). E, na DRE, existem 
duas despesas vinculadas às receitas: uma principal e outra a que podemos nos 
referir como acessória.
A despesa principal é o próprio custo do produto vendido, pois é o valor 
relacionado diretamente com a receita. Se uma empresa vende um produto, o 
gasto principal com aquela venda é o valor que a empresa desembolsou para 
fabricá-lo – ou comprá-lo, no caso de uma empresa comercial. Então, essa é a 
principal despesa na venda do produto.
E as despesas acessórias são as despesas operacionais em que a empresa incorre 
para ter condições de vender o seu produto, as quais não estão relacionadas 
diretamente com o produto, mas indiretamente. Vejamos um exemplo.
O salário da secretária do presidente da empresa não mantém uma relação direta 
com a venda de um produto em particular. Mas o trabalho da secretária contribui 
para que o produto seja fabricado, em um primeiro momento, e vendido, em 
um segundo momento. Isto pode ser justificado, se você imaginar o presidente 
da empresa sem uma pessoa que o auxilie. Primeiramente, toda empresa deve 
ter uma pessoa que a comande, e, depois, se esta pessoa é muito atarefada, o 
acúmulo de tarefas dificulta o discernimento do gestor. Se ele não tiver tempo 
para gerir a empresa da melhor forma possível, provavelmente essa empresa não 
cumprirá seus objetivos, quais sejam, produzir e vender produtos.
Percebe-se, então, que todos os gastos operacionais que não estão vinculados 
diretamente ao produto contribuem para o esforço de produção e venda, por 
isto são considerados despesas operacionais. Aqui estão incluídos os salários 
administrativos, o consumo de água da administração, a depreciação dos 
computadores e mobiliários da parte administrativa da empresa, a depreciação 
dos automóveis da diretoria, todos os gastos com o departamento de vendas, 
todos os juros pagos pela empresa, entre outros.
Um detalhe importante que você deve perceber é que toda receita possui uma 
despesa vinculada, do contrário não seria receita – veja bem, sem exceção. 
Algumas pessoas citam exemplos de receita sem despesa, notadamente juro da 
poupança, por exemplo, e doação.
Quanto ao juro da poupança, este não é receita, mas sim o lucro da aplicação. 
Se compararmos os lançamentos da compra e venda de uma mercadoria 
com a aplicação financeira na caderneta de poupança, veremos que os dois 
lançamentos são equivalentes. Acompanhe, na sequência, esses lançamentos.
34
Capítulo 2 
Compra e venda de um bem do estoque (mercadoria qualquer)
Lançamento na compra
D – Estoque de mercadoria
C – Caixa, banco ou fornecedores 1.000,00
Lançamentos na venda
Pelo recebimento do dinheiro ou reconhecimento do direito
D – Caixa, banco ou clientes
C – Receita com vendas 1.200,00
Baixa do Estoque
D – Custo da mercadoria vendida
C – Estoque de mercadoria 1.000,00
Então, como a receita foi de $ 1.200,00 e a despesa foi de $ 1.000,00, a transação 
gerou um lucro de $ 200,00 para a empresa.
Aplicação e resgate da poupança (não utilizado – mas que deveria ser utilizado)
Lançamento da aplicação
D – Aplicação financeira – poupança
C – Caixa ou banco 1.000,00
Lançamentos no resgate
D – Caixa ou banco
 – Receita com aplicação 1.2000,00
35
Contabilidade de Custos 
Baixa da aplicação
D – “Custo da aplicação financeira”
C – Aplicação financeira – poupança 1.000,00
Igualmente ao lançamento da compra e venda da mercadoria, a empresa obteve 
uma receita de $ 1.200,00 e uma despesa de $ 1.000,00. O lucro com a aplicação 
financeira foi de $ 200,00.
Entretanto, o lançamento que se faz na prática do dia a dia das empresas é o 
seguinte:
Aplicação e resgate da poupança (utilizado na prática diária – incorreto)
Lançamento da aplicação
D – Aplicação financeira – poupança
C – Caixa ou banco 1.000,00
Lançamento de resgate da aplicação
D – Caixa ou banco 1.200,00
C – Aplicação financeira – poupança 1.000,00
C – Receita com juros 200,00
Perceba que a técnica mais correta é a primeira, pois é a mesma do lançamento 
damercadoria. A segunda é uma técnica simplificada, que não revela, na DRE, 
o valor aplicado pela empresa (“custo da aplicação” – similar ao custo da 
mercadoria / produto).
Devido a este segundo lançamento é que muitas pessoas dizem não existir 
“despesa” na aplicação financeira. Mas, como vimos no primeiro lançamento, 
existe sim e é justamente o quanto a empresa perdeu ($ 1.000,00) para ganhar 
o valor de $ 1.200,00 obtendo, com isso, um lucro de $ 200,00, como já 
comentado.
Muitas pessoas dizem que não há condições de se fazer este primeiro 
lançamento, devido à tributação dos impostos; mas, a contabilidade deveria 
36
Capítulo 2 
seguir os princípios contábeis, e não os ditames do fisco. Existe toda uma 
metodologia para transformar os dados da contabilidade para o fisco, que se 
denomina Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur) – aliás, é como previsto na Lei 
das Sociedades Anônimas (6.404/76).
Quanto à “doação”, saiba que esta não é receita, pois não possui despesa. 
Alguns profissionais alegam que existem taxas, impostos, entre outros 
encargos na transmissão do bem. Mas, os encargos são mais detalhes do que 
propriamente um gasto para se ter o bem. A doação tanto não é receita que o seu 
lançamento não é efetuado nas contas de resultados (receita e despesa), mas sim 
diretamente no patrimônio líquido da empresa.
Seção 4 
O que são perdas?
As perdas são os valores que desaparecem durante o processo produtivo e 
para os quais não há maneiras de recuperação. São os recursos consumidos na 
empresa, sem que haja uma contrapartida de receita.
Normalmente, o termo “perda” está relacionado com o processo produtivo, mas 
pode-se usar este conceito também com relação às despesas operacionais. 
Assim, pode haver perda na atividade burocrática da empresa, como, por 
exemplo, perda de material no departamento de contabilidade, entre outras.
No processo produtivo, as empresas incorrem em dois tipos de perdas: as 
normais e as anormais.
Perdas normais
As perdas normais são os gastos previsíveis que a empresa suporta e que 
não irão proporcionar nenhuma receita. Essas perdas podem ocorrer com os 
materiais, com a mão de obra e com os custos indiretos de produção.
a. Perdas com materiais: São os materiais consumidos de forma 
normal e involuntária pela empresa, sem que a empresa vá receber 
alguma receita. A título de exemplo, podemos citar as aparas 
de papel, em uma gráfica. Elas são consideradas perdas, pois a 
empresa está tendo um gasto que não irá recuperar. O custo dessas 
aparas será incorporado ao custo do produto, mas, se a empresa 
pudesse eliminá-las, o custo seria menor para fabricar o produto. 
Portanto, neste caso, as aparas são uma perda para a empresa. 
37
Contabilidade de Custos 
Sabemos que a receita do produto vai contemplar essa perda, mas, 
se a empresa pudesse eliminá-la, então poderia reduzir o valor da 
venda e, com isto, aumentar a quantidade vendida. Ademais, a 
empresa não pode vender “perdas”, ela deve vender um produto 
que tenha o menor custo possível. Mais exemplos de perdas 
com materiais são evaporação dos produtos voláteis, perda com 
estoques perecíveis (alimentos, por exemplo), entre outros.
b. Perdas com mão de obra: São os tempos não produtivos dos 
empregados, pelos quais a empresa remunera a hora trabalhada, 
embora eles não produzam. Como exemplo, podemos citar o 
tempo despendido para lanches, as faltas justificadas, as férias, o 
descanso semanal remunerado (DSR), as paradas de manutenção 
da fábrica, os feriados etc. Aqui somente é considerada perda, 
se a empresa remunerar a hora trabalhada. No caso do tempo de 
almoço, este não é considerado perda, pois, geralmente, a empresa 
não remunera esse tempo.
c. Perdas com custos indiretos de fabricação: São os gastos 
involuntários e previsíveis que a empresa tem com esses valores. 
Os exemplos podem ser os mais variados possíveis, desde que a 
perda seja previsível e que o valor seja classificado como custos 
indiretos de fabricação. Para exemplificar, podemos citar as perdas 
com materiais indiretos, entre outros.
As perdas normais possuem duas características bem definidas: são previsíveis 
e contabilizadas no estoque.
São previsíveis à medida que a gerência da fábrica consegue fazer uma estimativa 
antecipada da ocorrência daqueles gastos. Por exemplo, a perda com produtos 
voláteis pode ser estimada, levando-se em consideração o volume de materiais. 
As faltas justificadas podem ser previstas em função do histórico de faltas dos 
funcionários nos anos anteriores.
Como são previsíveis e normais no processo produtivo, e a empresa não possui 
maneiras de eliminá-las, seus valores são contabilizados nos estoques, junto aos 
produtos fabricados, que deram origem àquelas perdas. Somente irão para as 
contas de resultados com a venda do produto, junto ao custo do produto vendido.
38
Capítulo 2 
Perdas anormais
Perdas anormais são os gastos não previsíveis incorridos pela empresa. Enquanto 
as perdas normais possuem uma relação direta com a atividade normal da 
empresa (produção de produtos e atividades burocráticas – contabilidade, 
administração, vendas, financeiro, marketing etc.), as perdas anormais se 
relacionam com qualquer aspecto da empresa, tanto pode ser perda do estoque 
como do imobilizado. Para um melhor entendimento, podemos citar os gastos 
causados por enchente, incêndio, furto, greve, entre outros exemplos.
Então, o gasto com incêndio nos estoques causa uma perda anormal, assim 
como o gasto com o incêndio em uma máquina que fabrica os produtos. Ambos 
os gastos são perdas anormais, pois a empresa não poderia prever essa perda.
Os valores relacionados com as perdas anormais são contabilizados diretamente 
nas contas de resultados, não transitando pelos estoques de produtos em processo 
e produtos acabados. São consideradas perdas, no grupo, as Despesas.
No grupo despesas não operacionais somente são contabilizados os valores da baixa 
extraordinária do permanente. A título de exemplo, podemos citar, entre outros: venda 
do imobilizado, roubo do imobilizado, baixa por ser inservível e danificação.
A baixa ordinária do permanente somente acontece pela depreciação, exaustão e 
amortização, ou seja, pela depleção.
39
Contabilidade de Custos 
Atividades de autoavaliação
Ao final de cada capítulo, você será provocado a realizar atividades de 
autoavaliação. O gabarito está disponível no final do livro didático. Mas se esforce 
para resolver as atividades sem ajuda do gabarito, pois, assim, você estará 
estimulando a sua aprendizagem.
Então:
1. Defina, com as suas palavras, o que são gastos.
____________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________ 
2. Dos itens a seguir, indique quais são gastos (G) e quais não são (N):
a) ( ) Compra de materiais indiretos.
b) ( ) Empréstimos a funcionários.
c) ( ) Pagamento do seguro.
d) ( ) Compra de uma máquina para a produção.
e) ( ) Pagamento para a empresa de vigilância da fábrica.
3. Explique, sucintamente, o que é custo.
____________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________
40
Capítulo 2 
4. Indique em quais contas contábeis devem ser lançados, originalmente, os 
seguintes valores: gastos no processo produtivo e gastos com a manutenção 
burocrática da empresa.
____________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________
5. Na contabilização dos custos, estes, necessariamente, devem ser lançados 
(contabilizados) primeiramente em qual conta contábil? E as despesas, em quais 
contas devem ser lançadas (contabilizadas)?
____________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________
6. Na contabilidade agrícola e na contabilidade de empresas de criação de 
animais, o valor da cultura permanente e o valor dos animais reprodutores são 
transferidos do imobilizado para o “estoque de produtos em processo” por meio 
de que “figura” contábil?
____________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________
41
Contabilidade de Custos 
7. Explique o que é despesa, resumidamente.
____________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________
8. Cite um exemplo de despesa relacionada diretamente com o produto e uma 
despesa que não mantém relação direta com o produto.
____________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________
9. Com poucas palavras, explique o que são perdas no processo produtivo.
____________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________ 
10. O que devemos considerar para distinguir as perdas normais das perdas 
anormais?
____________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________
43
Capítulo 3
Elementos de custos
Seção 1 
O que é material direto ou matéria-prima?
Matéria-prima são os materiais alocados diretamente aos produtos (ou serviços), 
sem haver dúvidas nesta alocação. São os componentes adquiridos prontos, os 
produtos in natura, as embalagens e outros componentes que a empresa agrega 
ao produto fabricado.
Veja um exemplo:
Podemos imaginar a fabricação de uma mesa. Para este produto existir, a empresa 
precisa de madeira, cola, prego, tinta, entre outros materiais que vai utilizar para a 
fabricação da mesa. Perceba, então, que todos os materiais que a empresa gasta, que 
estão contidos na mesa e que podem ser identificados diretamente com o produto, são 
matérias-primas.
Aqui podem ocorrer exemplos de matéria-prima que não estejam contidos no 
produto final, mas que concorrem para o processo de fabricação. Um exemplo 
típico desta situação é o gás combustível que a empresa utiliza para fabricar um 
produto. Esse material, apesar de não fazer parte do produto final, já que serviu 
para aquecer uma caldeira, por exemplo, é considerado matéria-prima, pois se 
trata de um material direto, identificado com a produção do produto.
Agora, se esse gás combustível servir para a fabricação concomitante de dois 
produtos distintos, podemos dizer que é material indireto, portanto, não é mais 
matéria-prima, e sim custo indireto de fabricação. Isto se justifica por não existir 
uma relação direta entre o gasto com o material e o produto fabricado.
44
Capítulo 3 
A situação anteriormente descrita pode ser percebida pelo tempo que os 
produtos levam para ficar prontos. Se um produto é mais demorado do que outro 
para ser terminado, então, não se sabe quanto de gás combustível é utilizado 
efetivamente por um ou por outro no processo de fabricação. Neste caso, como 
não se conhece a quantidade de material consumido efetivamente por produto, 
individualmente, considera-se o material como custo indireto.
Um detalhe importante é que, se nem todos os materiais são M. P., temos de 
identificar a empresa que estamos analisando para saber se o material alocado 
à produção é M. P., ou não. Isto quer dizer que a matéria-prima de uma empresa 
pode não ser a de outra. Tal fato pode ser exemplificado com as folhas de papel. 
Em uma gráfica, as folhas são consideradas materiais diretos, já que fazem 
parte do produto da empresa. Em uma oficina mecânica, as mesmas folhas são 
consideradas custos indiretos, pois servem para fazer anotações gerais da parte 
produtiva. Perceba que devemos conhecer o processo produtivo da empresa para 
definirmos se o material será contabilizado como M. P. ou custos indiretos.
Então, para ser considerado matéria-prima, o gasto deve ser identificado com 
o produto e manter uma relação direta de consumo do material e a quantidade 
produzida, não necessitando de arbitramento para ser alocado ao produto.
Composição do valor da matéria-prima
O valor da matéria-prima no estoque deve levar em consideração todos os gastos 
incorridos para colocar o ativo em condições de realização, ou em condições de 
venda. Falando de outra forma, todos os gastos suportados pela empresa para 
utilizar normalmente o ativo incorporam o valor desse mesmo ativo. Assim, no 
estoque de matéria-prima devemos contabilizar, primeiramente, o próprio valor 
da M. P., depois o gasto com frete (se houver), também o gasto com seguro de 
transporte (se houver), o valor pago pela armazenagem da M. P. antes de chegar 
à fábrica (se houver) e os impostos de importação da M. P. (juntamente com as 
despesas alfandegárias, se houver), entre outros valores desembolsados para 
colocar a M. P. em condições de uso.
Você deve perceber aqui que o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e 
de Serviços (ICMS) e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) não são 
contabilizados no estoque de matéria-prima, pois são impostos recuperáveis.
Muitas empresas contabilizam o frete, o seguro e as despesas alfandegárias (entre 
outros gastos) diretamente no grupo Despesa, para diminuir o lucro e pagar menos 
imposto de renda. Perceba que esta atitude não está de acordo com o princípio 
contábil do custo como base de valor.
45
Contabilidade de Custos 
Por outro lado, como falamos de estoque, é oportuno comentar a valorização do 
imobilizado, já que este possui as mesmas características do estoque de matéria-
prima quanto à valoração. E, como utilizaremos o imobilizado no “custo”, por 
meio da depreciação, vamos aproveitar o momento e comentar sobre esse tema. 
Assim, repetindo a argumentação sobre o estoque de M.P.: todos os gastos para 
colocar o imobilizado em condições de uso devem incorporar o valor deste.
Portanto, além do próprio valor de compra, devemos contabilizar também no 
imobilizado o frete, o seguro, a armazenagem, os equipamentos e as ferramentas 
para instalação deste, a mão de obra de instalação, a matéria-prima utilizada 
para testar a máquina até a produção, entre outros valores gastos para colocar o 
imobilizado em condições de operação.
Desconto financeiro na compra de matéria-prima
Os descontos financeiros recebidos pela empresa na antecipação de pagamentos 
da matéria-prima não integram o custo do produto. São tratados como receitafinanceira no resultado do exercício. A título de exemplo, podemos utilizar a 
seguinte situação:
Considere a compra de M. P., a prazo, por $ 1.000,00, com pagamento em 30 
dias. A empresa pagou o valor com 10 dias de antecedência, com desconto 
financeiro de $100,00. Com estas informações, pede-se o lançamento.
Lançamento na compra Lançamento no pagamento
D – Estoque – M. P. 1.000, 00 D- Fornecedores 1.000, 00
C- Fornecedores – 1.000, 00 C- Caixa ou bancos 900,00
C- Receitas financeiras 100,00
Perceba que o valor recebido no desconto financeiro não altera o valor do 
estoque de matéria-prima, e é contabilizado como receita financeira.
46
Capítulo 3 
Descontos comerciais e abatimentos (na compra de matéria-prima)
Os descontos comerciais e abatimentos integram o custo do produto na compra 
da matéria-prima.
Não confunda desconto comercial e abatimento na compra de M. P. com 
desconto comercial na venda de produtos. O desconto comercial e abatimento 
alteram o valor do estoque de M. P. Já o desconto na venda de mercadoria é uma 
dedução da receita, portanto, débito de receita.
Descontos comerciais
Os descontos comerciais são os descontos negociados na compra da M. P. e 
estão destacados na própria nota fiscal. Por exemplo, quando vamos a uma loja 
comprar uma roupa e falamos para o vendedor que, na outra loja, encontramos 
a mesma peça por um preço menor: o vendedor, então, resolve nos dar um 
desconto, se levarmos a peça. Nisto, o vendedor emitirá a nota fiscal pelo valor 
de venda menos o desconto comercial; encontrando o valor líquido de venda. 
A priori, não há lançamentos na contabilidade. Somente “a priori”, pois, se 
quisermos fazê-lo, não existe problema algum. E “somente”, pois não é uma 
rotina na contabilidade a contabilização dos descontos comerciais.
Abatimentos
Os abatimentos são negociados posteriormente à emissão da nota fiscal por 
motivo de avarias, qualidade do produto, atrasos, especificações não cumpridas, 
entre outros motivos. Aqui, a ideia do abatimento é a seguinte: quando se 
compra uma matéria-prima, tem-se presente que a entrega será de acordo com 
o contrato de compra e venda. Se a M. P. for entregue fora das especificações 
do contrato, podemos recusar o recebimento da contabilidade de custos. Agora, 
se a M. P. não está de acordo com o contrato e o vendedor resolver conceder 
um “desconto” ao comprador, para este ficar com a M. P., o “desconto” recebe 
a denominação de Abatimento. Entretanto, somente há abatimento na venda 
com a entrega posterior, pois, se houver a entrega da M. P. no ato da compra, o 
comprador analisará o “produto” no momento de recebê-lo e, então, não poderá 
alegar problemas com a M. P.
Veja este exemplo de abatimento:
Considere a aquisição de 500 peças, para entrega posterior, por $ 750,00. 
Posteriormente, verificou-se atraso na entrega, e o fornecedor resolveu conceder um 
abatimento de $ 50,00 no pagamento. Com estes dados, pede-se o lançamento.
47
Contabilidade de Custos 
Lançamento na compra Lançamento na entrega
D - Estoque – M. P. 750,00 D - Fornecedor 50,00
C - Fornecedor 750,00 C - Estoque – M. P. 50,00
Lançamento no pagamento
D - Fornecedor 700,00
C - Caixa/banco 700,00
Para finalizar este tópico, faça o lançamento (somente por meio de débito e 
crédito) de um exemplo de desconto comercial, já que tal procedimento não foi 
demonstrado no parágrafo anterior.
Observação: sugerimos que faça esta atividade, uma vez que é muito importante 
para a sua aprendizagem.
Avaliação do estoque
A avaliação do estoque é um dos tópicos mais importantes dos materiais, pois, 
dependendo do critério de avaliação utilizado, afetará o resultado da empresa. 
Existem duas técnicas de se avaliar o estoque de uma empresa: inventário 
periódico e inventário permanente.
Inventário periódico
O inventário periódico é caracterizado pela utilização da fórmula: 
custo = Ei + compras – Ef. Então, o custo da M. P. (CMP) é calculado pela 
seguinte expressão: = EiMP + Compras de M.
P. – EfMP. Há poucos anos, esta era a técnica mais utilizada nas empresas (tanto 
industriais quanto comerciais) para se calcular o custo da M. P. Atualmente, 
com o uso dos sistemas informatizados (computador e programas), esta técnica 
deixou de ser utilizada na maioria das empresas.
A expressão “fechado para balanço” nada mais é do que fechar a fábrica (ou loja) para 
contar os estoques, tanto de matéria-prima, como de produtos em processo quanto 
de produtos acabados (ou de mercadoria, nas lojas). Por outro lado, esta técnica não 
é considerada científica, pois o estoque final deve ser contado pessoalmente, não por 
meio da técnica contábil.
48
Capítulo 3 
Inventário permanente
O que caracteriza este tipo de inventário é a sua divisão em quatro tipos distintos, 
ou seja: Preço Específico, Preço Médio, Primeiro que Entra Primeiro que Sai 
(PEPS) e Último que Entra Primeiro que Sai (UEPS).
1. Preço específico – dos quatros tipos, talvez deste você ainda 
não tenha ouvido falar. Geralmente, os autores não o mencionam, 
justamente por ser muito simples a sua definição, ou mesmo: 
trata-se do controle e a avaliação do estoque de um único produto. 
Veja alguns exemplos: construção de um navio, construção de 
um prédio, móveis por encomenda, todos os serviços etc. No 
cotidiano das empresas, esta técnica quase não é comentada, mas 
é bastante utilizada, principalmente nas empresas que fabricam sob 
encomenda. As situações mais comentadas desta técnica ocorrem 
nos concursos públicos, geralmente, dispostas em famosas 
“pegadinhas”.
2. Preço médio – o custo da M. P. é encontrado dividindo-se o saldo, 
em valores monetários, pelo saldo em valores físicos, em todas as 
entradas de produtos.
3. PEPS – refere-se ao conhecimento do custo à saída do primeiro produto 
que entra no estoque. Por consequência, o custo dos produtos terá 
como base os primeiros produtos a entrarem no estoque.
4. UEPS – significa o conhecimento do custo à saída do último produto 
que entrou no estoque. Por consequência, a base do custo será 
sempre em relação aos últimos produtos que entraram no estoque.
Contabilização da Matéria-prima
O consumo de matéria-prima deve ser contabilizado, a débito, necessariamente 
na conta estoque de produtos em processo; pois é um dos três elementos de 
custos (o primeiro) que irá compor o futuro produto. Quanto à conta credora, 
dependerá de como a empresa está utilizando a entrada de matéria-prima no 
processo produtivo. Então, a empresa pode comprar a MP no momento da 
produção – assim, a conta credora será Caixa ou Banco se for compra à vista, 
ou conta Fornecedores se for compra a prazo. Pode também comprar MP 
antecipadamente (débito de Estoque de matéria-prima e crédito de Caixa, Banco 
ou Fornecedores).
Mas, os sócios da empresa também podem integralizar Capital com MP. Nesse 
caso, o débito será ou Estoque de matéria-prima ou Estoque de produtos 
49
Contabilidade de Custos 
em processo (dependendo para onde foi a MP – se para o Estoque de MP ou 
diretamente para a produção) e crédito na conta Capital Social.
Visualizando-se os lançamentos para efeitos didáticos, temos, para a maioria dos 
casos práticos:
Compra de matéria-prima
D – Estoque de matéria-prima
C – Caixa, Banco, Fornecedores ou Capital Social Histórico do lançamento e valor 
monetário
Apropriação (consumo) da matéria-prima
D – Estoque de produtos em processo
C – Estoque de matéria-prima
Histórico do lançamento e valor monetário
Sucatas
As sucatas são sobras de produção eventualmente comercializadas, vale dizer, 
são as perdas normais (podendo ser as anormais também, desde que oriundas 
do estoque, e não do imobilizado) de produção que a empresa consegue 
vender. Não existe mercado estável para a sua comercialização. Os custos 
de produção são agregados aos produtos e,

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