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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS CORNÉLIO PROCÓPIO DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE MECÂNICA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM MANUTENÇÃO INDUSTRIAL PAULO NOGUEIRA GARCEZ NETO CUSTOS DE SOLDAGEM TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CORNÉLIO PROCÓPIO - PR 2011 PAULO NOGUEIRA GARCEZ NETO CUSTOS DE SOLDAGEM Trabalho de conclusão de curso de graduação, apresentado à disciplina de Trabalho de Diplomação, do curso superior de Tecnologia em Manutenção Industrial da Universidade Tecnológica Federal do Paraná UTFPR Campus Cornélio Procópio, como requisito parcial para obtenção do título de Tecnólogo. Orientador: Profº Celso Alves Corrêa CORNÉLIO PROCÓPIO 2011 PAULO NOGUEIRA GARCEZ NETO CUSTOS DE SOLDAGEM Trabalho de conclusão de curso de graduação, apresentado à disciplina de Trabalho de Diplomação, do curso superior de Tecnologia em Manutenção Industrial da Universidade Tecnológica Federal do Paraná UTFPR Campus Cornélio Procópio, como requisito parcial para obtenção do título de Tecnólogo. COMISSÃO EXAMINADORA Orientador Profº Celso Alves Corrêa Universidade Tecnológica Federal do Paraná ___________________________________________ Membro Profº Genesio Lopes da Silva Universidade Tecnológica Federal do Paraná ___________________________________________ Membro Profº Fernando Medeiros Diório Universidade Tecnológica Federal do Paraná Visto da coordenação: ___________________________________________ Membro Profº Conrado Di Raimo Coordenador do departamento acadêmico de Mecânica Cornélio Procópio, 05 de Novembro de 2011 À minha amada esposa Cristiane Carvalho Garcez e a minha filha Isabela Carvalho Garcez, por reconhecer o meu esforço e dedicação para a conclusão desta pesquisa. AGRADECIMENTO Uma das melhores partes da escrita de um trabalho é escrever os agradecimentos, porque é sempre bom ver que nada que fazemos é somente mérito nosso mas sim de várias pessoas que possibilitaram isto. Eu agradeço Jesus Cristo meu Senhor por me dar forças para continuar estudando, a minha família pelo incentivo, e a meu professor orientador. ―Porém onde se achará a sabedoria, e onde está o lugar da inteligência? E disse ao homem: Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e apartar-se do mal é a inteligência.‖ (Bíblia Sagrada Livro de Jó 28:12, 28) RESUMO GARCEZ, Paulo Nogueira Neto. Custo de soldagem. 2011. 165 f. Trabalho de conclusão de curso (disciplina de Trabalho de Diplomação) – curso superior de Tecnologia em Mecânica modalidade Manutenção Industrial da Universidade Tecnológica Federal do Paraná UTFPR. Cornélio Procópio, 2011. Este trabalho são apresentados estudos dos processos de soldagem mais empregados, suas implicações e o cálculo de custos de uma solda utilizando um projeto típico executado em uma empresa selecionada. Com o intuito de melhorar os processo de soldagem e suas implicações dentro de uma empresa onde cada estação de trabalho poderá ser um centro de lucro ou de custo que necessita estar otimizado para que seja viável a utilização do mesmo processo. O desenvolvimento desta pesquisa não significa uma única solução de otimização, mas oferece uma orientação para empresa onde deverá ter um tempo para comprovação de viabilidade técnica e econômica. Palavras-chave: solda, processos de soldagem, custos de soldagem ABSTRACT GARCEZ, Paulo Nogueira Neto. Welding costs. 2011. 165 p. Conclusion course work (discipline Trabalho de Diplomação) – course superior de Tecnologia em Mecânica modality Manutenção Industrial da Universidade Tecnológica Federal do Paraná UTFPR. Cornélio Procópio, 2011. It work presents studies of the most used welding processes, its implications and cost estimate of a weld using a typical project performed in a selected company. With the intention of improving welding process and implications within a company where each workstation can be a profit center or cost that needs to be optimized so that it is viability of using the same process. The development of this search does not mean a single optimization solution, but provides a guideline for a company where you will have time to confirmation of technical and economical feasibility. Keywords: welding, welding processes, welding costs LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Representação do circuito de soldagem, do oscilograma da tensão e da corrente no instante do acendimento do arco, (b) aspecto do arco elétrico. ............. 21 Figura 2 - Representação do processo de soldagem a arco com eletrodo revestido (SMAW), processo manual. ....................................................................................... 26 Figura 3 - Representação do processo de soldagem a arco submerso (SAW). ........ 30 Figura 4 - Representação do processo de soldagem com gás de proteção (GMAW). .................................................................................................................................. 32 Figura 5 - Modos de transferência do metal de solda. .............................................. 33 Figura 6 - Corrente-tensão versus tempo típico do ciclo de curto-circuito. ................ 34 Figura 7 - Técnica de soldagem por arco em aerossol (spray). ................................ 37 Figura 8 - Técnica de soldagem por arco pulsado em aerossol. ............................... 38 Figura 9 - O processo de soldagem com arames tubulares com gás de proteção. ... 39 Figura 10 - Efeito de adições de oxigênio ao argônio. .............................................. 43 Figura 11 - O Efeito de adições de oxigênio ao argônio. ........................................... 44 Figura 12 - Perfil dediforme obtido na soldagem MAG empregando arame sólido cobreado e uma mistura Ar/CO2. .............................................................................. 44 Figura 13 – Perfil efeito de adições de dióxido de carbono (CO2) ao argônio (Ar). .. 48 Quadro 14 - Carta de seleção de gases de proteção para a soldagem MIG/MAG com transferência por curto-circuito. ......................................................................... 49 Quadro 15 - Carta de seleção de gases de proteção para a soldagem MIG/MAG com transferência por curto-circuito. ......................................................................... 50 Figura 16 Anagrama mostrando a classificação dos eletrodos sólidos para solda MIG/MAG conforme norma AWS. ............................................................................. 52 Quadro 17 - Quadro simplificada AWS de arames tubulares. ................................... 54 Figura 18 - Transferência metálica com ―ponte‖ de fluxo observada na soldagem com arame tubular. ........................................................................................................... 56 Figura 19 - Anagrama mostrando a classificação dos arames com fluxo interno para solda MIG/MAG conforme norma AWS. .................................................................... 56 Quadro 20 - Significado do 1º dígito após a letra T na classificação de arames tubulares para soldagem a gás. ................................................................................ 57 Figura 21 - Formas dos arames tubulares, segundo o International Institute of Welding – IIW ............................................................................................................ 58 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778242file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778242 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778256 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778256 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778257 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778257 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778258 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778258 Figura 22 - Secção de um arame tubular com fluxo interno. ..................................... 58 Figura 23 – Consumíveis para soldagem por arco submerso. .................................. 59 Figura 24 - Aspecto do fluxo fundido. ........................................................................ 60 Figura 25 -Aspecto do fluxo aglomerado. .................................................................. 60 Quadro 26 – Quadro simplificada AWS de arames e fluxos para soldagem Arco submerso. .................................................................................................................. 62 Figura 27–Sistema de classificação de consumíveis para soldagem a arco submerso. .................................................................................................................. 62 Quadro 28 – Propriedade mecânica do metal depositado. ....................................... 63 Quadro 29 – Propriedade química de eletrodos para soldagem arco submerso. ...... 64 Figura 30 – Distância entre o bico de contato e a peça. ........................................... 65 Figura 31 - Efeito da distância entre o bico de contato e a peça na corrente de soldagem . ................................................................................................................. 66 Figura 32 - Posição longitudinal da tocha técnica puxado......................................... 68 Figura 33 - Posição longitudinal da tocha técnica empurrado. .................................. 68 Figura 34 - Posição transversal da tocha. ................................................................. 69 Figura 35 – Soldagem nas progressões ascendente e descendente. ....................... 70 Figura 36- Posições de soldagem - junta de topo ..................................................... 70 Figura 37 - Posições de soldagem - junta em ângulo .............................................. 71 Figura 38 - Posições de soldagem – tubo. ................................................................ 71 Figura 39 – Manipulação da tocha na posição plana. ............................................... 72 Figura 40– Manipulação da tocha na posição horizontal. ......................................... 73 Figura 41– Manipulação da tocha na posição vertical. .............................................. 74 Figura 42 – Manipulação da tocha na posição sobrecabeça..................................... 75 Figura 43– Efeito da corrente de soldagem na penetração da solda – aço carbono, curto-circuito, Ar-25%CO2. ........................................................................................ 76 Figura 44– Efeito da tensão de soldagem na penetração da solda – alumínio, aerossol, argônio. Fonte: ESAB, 2006 ...................................................................... 77 Figura 45 - Efeito da velocidade de soldagem na penetração da solda – alumínio, aerossol, argônio. ...................................................................................................... 77 Figura 46 - Efeito da posição longitudinal da tocha na penetração da solda............. 78 Figura 47 - Características do cordão de solda. ........................................................ 79 Figura 48 - Efeito da extensão do eletrodo nas características do cordão de solda. 80 Figura 49 - Ajustes nos parâmetros e nas técnicas de soldagem. ............................ 81 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778260 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778265 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778265 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778277 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778278 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778279 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778280 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778281 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778281 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778282 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778282 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778283 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778283 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778287 Figura 50 – Desenho esquemático com as termologias de soldas. .......................... 82 Figura 51 – Desenho com os tipos de juntas. .......................................................... 83 Figura 52 – Desenho com os tipos de juntas com relação a penetração. ................. 83 Figura 53 – Desenho com os tipos de chanfros. ...................................................... 84 Figura 54 – Desenho com os tipos de chanfros e juntas. .......................................... 85 Figura 55 – Desenho com os elementos do chanfro. ................................................ 86 Figura 56 – Desenho mostrando execução de uma solda de vários passes. ............ 87 Figura 57 - Desenho esquemático para simbologia de solda. ................................... 88 Figura 58– Máquina Lixadeira pneumática................................................................ 89 Figura 59– Máquina portátil oxicorte semi-automático (tartaruga). ........................... 90 Figura 60– Desenho esquemático do corte de cisalhamento da guilhotina............... 91 Figura 61– Máquina portátil de usinagem de chanfros (chanfradeira). ..................... 92 Figura 62– Junta de Topo goivada uma costura atrás antes de soldar o segundo lado............................................................................................................................ 93 Figura 63– Tocha de goivagem com o eletrodo de grafite. ....................................... 94 Figura 64 – Soldador abrindo arco de goivagem por eletrodo de grafite. .................. 95 Figura 65 – Desenho da tocha típica para goivagem manual. .................................. 95 Quadro 66– Sugestão para dimensionamento de uma junta de topo. ...................... 97 Quadro 67 – Reforço b admissível conforme ASME VIII div. 1. ................................ 98 Quadro 68 – Desalinhamento conforme ASME VIII div. 1. ........................................ 98 Quadro 69– Sugestão para dimensionamento de uma junta em ângulo. .................. 98 Figura 70 – Dimensionamento do Cateto ou Perna. ................................................. 99 Figura 71 – Exemplo de porosidade. ......................................................................... 99 Figura 72 - Exemplo de falta de penetração. ........................................................... 100 Figura 73 – Exemplo de falta de fusão. ................................................................... 100 Figura 74 - Exemplo de mordedura. ........................................................................ 100 Figura 75– Exemplo de trinca longitudinal............................................................... 101 Figura 76– Exemplo de trinca cratera......................................................................101 Figura 77 – Diagrama mostrando as relações de qualquer processo industrial. ..... 103 Figura 78 – Gráfico mostrando os tipos de custos de produção. ............................ 107 Gráfico 79 – Correlação com os custos estimados e fatores de contingenciamento dos desvios prováveis dos Custos. ......................................................................... 109 Gráfico 80 – Gráfico mostrando o ponto de equilíbrio. ............................................ 111 Figura 81 – Jumbo em crescimento. ....................................................................... 114 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778293 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778296 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778297 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778300 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778300 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778301 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778302 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778303 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778309 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778310 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778311 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778312 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778314 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778317 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778317 Figura 82 - Jumbo filial. ........................................................................................... 115 Figura 83 - Jumbo Matriz. Adaptado ....................................................................... 115 Figura 84 – Áreas produtivas da filial. ..................................................................... 116 Figura 85 - Áreas produtivas da Matriz.................................................................... 117 Figura 86 – Produtos na área de mineração. .......................................................... 118 Figura 87– Produtos na área de siderurgia. ............................................................ 118 Figura 88 – Produtos na área de geração de energia. ............................................ 119 Figura 89 - Produtos na área petroquímica. ............................................................ 119 Organograma 90 - Hierarquia dos setores Jumbo que interessa nesta pesquisa. .. 120 Figura 91 – Os principais elementos de usina hidrelétrica. ..................................... 122 Figura 92 - Comportas ensecadeiras e sua aplicação de obturar o desvio do rio. .. 123 Figura 93 – Hidromecânicos Condutos forçados e comportas verterdouro . ........... 123 Figura 94 - Canal de colocação e a retirada do vão da ranhura. ............................. 124 Figura 95 – Painel de comporta ensecadeira e viga pescadora. ............................. 125 Figura 96 – Organograma mostrando processos de fabricação como exemplo uma empresa que usa soldagem com principal processo. .............................................. 126 Gráfico 97 - Gráfico mostrando a distribuição dos centro de custos. ...................... 132 Gráfico 98 - Gráfico mostrando a distribuição dos custos de solda. ........................ 134 Gráfico 99 – Gráfico mostrando a distribuição das horas de soldagem oneradas. Fonte: Jumbo Indústria Mecânica. .......................................................................... 135 Quadro 101 - Massa específica aproximadas de algumas ligas. ............................ 141 Figura 100 - Mostrando as variantes. ...................................................................... 141 Gráfico 102 - Gráfico mostrando comparativo dos custos apresentados. ............... 147 Gráfico 103– Gráfico mostrando comparativo dos centros de custos apresentados ................................................................................................................................ 148 Figura 104 - Gráfico mostrando comparativo entre tipos de juntas soldadas com material depositado. ................................................................................................ 149 Figura 105– Exemplo de presença de oxidação e falta de remoção de óxidos do oxicorte. ................................................................................................................... 151 Figura 106 – Área adequada da empresa selecionada que minimiza a oxidação das chapas. Fonte: JUMBO, 2010 ................................................................................. 152 Figura 107 - Exemplo de abertura excessiva da raiz. ............................................. 152 Gráfico 108– Gráfico mostrando o efeito da abertura da raiz sobre a velocidade de soldagem. ................................................................................................................ 153 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778320 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778321 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778322 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778327 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778328 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778329 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778330 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778331 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778333 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778334 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778334 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778335 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778339 Figura 109 – Exemplo de juta em ângulo caracterizada pelo aumento de solda. ... 154 Figura 110 - Exemplo de calibre sendo usado para medir a garganta efetiva do filete. ................................................................................................................................ 154 Figura 111 – Exemplo da dimensão de solda mostrada na norma DIN. ................. 155 Figura 112– Gráfico mostrando o efeito da posição soldagem em relação ao termpo. ................................................................................................................................ 155 Figura 113– Posicionador de solda com capacidade de 450ton. ............................ 156 Figura 114 – Laboratório prático para soldadores a se qualificar. ........................... 160 Figura 115 - Laboratório teórico para soldadores a se qualificar. ............................ 160 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778347 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778348 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778348 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778349 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778350 file:///J:\Paulo\UTFPR\TD\TD%20Paulo%20Nogueira%20Garcez%20Neto.doc%23_Toc310778350 LISTA DE TABELAS TABELA 1 Características e aplicações de processos de soldagem.........................22TABELA 2 Condições de emprego dos processos de soldagem...............................23 TABELA 3 Faixa ótima de corrente de curto-circuito para vários diâmetros de arame ....................................................................................................................................34 TABELA 4 - Corrente mínima para a soldagem por aerossol....................................35 TABELA 5 - Tabela simplificada da resistência mecânica do metal de solda MIG/MAG....................................................................................................................51 TABELA 6 - Definição dos Tipos de Classes para Estimativa de custos.......................................................................................................................108 TABELA 07 – Dados e parâmetros de soldagem I...................................................128 TABELA 08 – Dados e parâmetros de soldagem II..................................................129 TABELA 09 - Mostrando os dados e parâmetros de soldagem conforme EPS e processo de fabricação............................................................................................131 TABELA 10 - Distribuição do orçamento com relação a matéria prima...................133 TABELA 11 - Distribuição do orçamento com relação ao custo total.......................133 TABELA 12 – Juros máximo de depreciação...........................................................145 LISTAS DE SIGLAS API STD American Petroleum Institute Standard ASME Boiler and Pressure Vessel Code CC+/- Corrente continua positive/ negativa DIN Deutsches Institut für Normung EN Euro Norma END Ensaio não destrutivo EPI Equipamento proteção individual EPS Especificação de Procedimento de Soldagem IIW International lnstitute of Welding ISO International Organization for Standardization LP Líquido Penetrante Senai Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial TT Tratamento térmico LISTAS DE ABREVIATURAS Compr. Comprimento Corr. Corrente Especific. Especificação Tens. Tensão Transf. Transferência Vis. Visual LISTAS DE ACRÔNIMOS CCPD Corrente contínua de polaridade direta CCPR Corrente contínua de polaridade reversa CNC Comando numérico computadorizado FCAW Flux Cored Arc Welding GMAW Gas Metal Arc Welding MAG Metal Active Gas MIG Metal Inert Gas SAW Submerged Arc Welding SMAW Shield Metal Arc Welding TIG Tungsten Inert Gas SUMÁRIO 1 MOTIVAÇÃO E REVELÂNCIA DO TRABALHO .................................................. 13 1.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 13 1.2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 14 1.3 OBJETIVO ........................................................................................................... 14 1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ....................................................................... 15 2 PROCESSOS DE SOLDAGEM E IMPLICAÇÕES ................................................ 17 2.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 17 2.2 DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO .................................................................... 18 2.3 PROCESSOS BÁSICOS DE SOLDAGEM .......................................................... 20 2.3.1 Soldagem a Arco com Eletrodo revestido (SMAW - Shield Metal Arc .............. 25 Welding) .................................................................................................................... 25 2.3.2 Soldagem a Arco Submerso (Saw - Submerged Arc Welding) ........................ 28 2.3.3 Soldagem com gás de proteção (GMAW - Gas Metal Arc Welding).................32 2.3.3.1 Soldagem por Aerossol (spray) ..................................................................... 35 2.3.3.2 Soldagem por Aerossol (Pulsada) ................................................................. 37 2.3.4 Soldagem Arco Elétrico com Fluxo no Núcleo (Fcaw - Flux Cored Arc Welding) .................................................................................................................................. 38 2.4 GASES DE PROTEÇÃO ..................................................................................... 40 2.4.1 Propriedades dos Gases .................................................................................. 41 2.4.1.1 Argônio (Ar) ................................................................................................... 42 2.4.1.2 Dióxido De Carbono (CO2) ............................................................................ 44 2.4.1.3 Hélio (He) ...................................................................................................... 45 2.4.2 PROPRIEDADES DOS GASES BINÁRIOS ..................................................... 46 2.4.2.1 Argônio – Dióxido de Carbono ...................................................................... 46 2.4.3 Propriedades dos Gases e suas Misturas ........................................................ 49 2.5 ARAMES ............................................................................................................. 51 2.6 TÉCNICAS OPERATÓRIAS ............................................................................... 64 2.6.1 A Corrente de Soldagem .................................................................................. 65 2.6.2 A Extensão do Eletrodo .................................................................................... 65 2.6.3 A Tensão de Soldagem .................................................................................... 66 2.6.4 Velocidade de Soldagem .................................................................................. 67 2.6.5 Técnicas de Soldagem ..................................................................................... 67 2.6.6 Características do Cordão de Solda ................................................................. 76 2.7 TERMILOGIA DE SOLDA ................................................................................... 81 2.8 JUNTAS .............................................................................................................. 88 2.8.1 FABRICAÇÃO DE JUNTAS ............................................................................. 89 2.8.2 PROJETOS DE JUNTAS ................................................................................. 97 2.9 DESCONTINUIDADE .......................................................................................... 99 2.10 ECONOMIA DA SOLDGEM ............................................................................ 102 2.10.1 Introdução .................................................................................................... 102 2.10.2 Noções Gerais .............................................................................................. 106 2.10.2.1 Custos ....................................................................................................... 106 2.10.2.2 Depreciação .............................................................................................. 110 2.10.2.3 Análise do Ponto de Equilíbrio................................................................... 111 2.10.3 Custo de Soldagem ...................................................................................... 112 3 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DE UMA EMPRESA QUE UTILIZA A SOLDAGEM NO SEU PRINCIPAL PROCESSO DE FABRICAÇÃO..................... 114 3.1 HISTÓRICO DA EMPRESA E APRESENTAÇÃO ............................................ 114 3.2 ESTRUTURA DA EMPRESA ............................................................................120 3.3 CÉLULA DE TRABALHO ADOTADA E SUAS IMPLICAÇÕES ........................ 121 3.4 PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DA CÉLULA ADOTADA .............................. 125 3.4.1 Documentação da Célula Adotada na Soldagem ........................................... 127 3.5 AS ESPECIFICAÇÕES E PARÂMETROS DE SOLDAGEM REALIZADO NESTA CÉLULA .................................................................................................................. 128 3.6 A DEMONSTRAÇÃO DE CUSTO DE SOLDAGEM REALIZADO NA EMPRESA ................................................................................................................................ 131 4 DEMONSTRAÇÃO DE CÁLCULO DO CUSTO DE SOLDAGEM DO PRODUTO SELECIONADO ...................................................................................................... 136 4.1 FATORES QUE INFLUÊNCIAM DIRETAMENTE O CUSTO DE SOLDAGEM 136 4.2 ESTIMATIVA DOS CUSTOS DE SOLDAGEM ................................................. 138 4.2.1 Área da Secção Transversal do Metal ........................................................... 138 4.2.2 Massa do Metal de Solda a ser Depositado ................................................... 141 4.2.3 Custo do Consumível ..................................................................................... 142 4.2.4 Custo da Mão de Obra ................................................................................... 143 4.2.5 Fator de Produtividade ................................................................................... 144 4.2.6 Custo do Investimento .................................................................................... 144 4.2.7 Custo de Manutenção .................................................................................... 145 4.2.8 Despesas Gerais ........................................................................................... 145 4.2.9 Custo de Reparo das Soldas Rejeitadas ........................................................ 146 4.2.10 Custo Total .................................................................................................. 146 4.3 RESULTADO DA ESTIMATIVA ........................................................................ 147 5 MELHORIAS, OTIMIZAÇÃO E CONCLUSÃO .................................................... 149 5.1 MELHORIA NO PROJETO DE JUNTA SOLDADA ........................................... 149 5.2 OTIMIZAÇÃO NOS CONSUMÍVEIS DE SOLDA E ENERGIA ELÉTRICA ....... 156 5.3 MELHORIA E OTIMIZAÇÃO NA MÃO DE OBRA ............................................. 158 5.4 CONCLUSÃO .................................................................................................... 162 REFERÊNCIA..........................................................................................................164 13 CAPÍTULO 1 1 MOTIVAÇÃO E REVELÂNCIA DO TRABALHO 1.1 INTRODUÇÃO A soldagem é um dos mais importantes processos de fabricação, é utilizada para atender a demanda de fabricação de equipamentos para os seguimentos industriais. De acordo com (VILLANI; MODENESI; BRACARENSE, 2009), um grande número de diferentes processos utilizados na fabricação e recuperação de peças, equipamentos e estruturas é abrangido pelo termo ―SOLDAGEM‖. Classicamente, a soldagem é considerada como um processo de união de duas ou mais peças, assegurado na junta a continuidade das propriedades físicas e químicas. Nessa definição, o termo ―continuidade‖ é utilizado com um significado similar adotado na matemática. Isto é, considera-se que, embora as propriedades possam variar ao longo de uma junta soldada, esta variação não apresenta quebras abruptas como ocorre, por exemplo, em uma junta colada na qual a resistência mecânica muda abruptamente entre um componente da junta e a cola. De acordo (AWS, 2001) soldagem se define pelo processo de união de materiais usado para obter a coalescência (união) localizada de metais e não-metais, produzida por aquecimento até uma temperatura adequada, com ou sem a utilização de pressão ou material de adição. A escolha do processo de soldagem esta em função da aplicação, o trabalho e a junta. E o requisito para a seleção deste processo de soldagem deve atender o nível de qualidade requerido ao menor custo. Este custo não é somente o operacional, mas também o custo de amortização em relação ao trabalho e às expectativas de utilização do processo em outros trabalhos. Segundo (MACHADO, 1996), numa economia global altamente competitiva, uma vez estabelecido pelo mercado o preço de venda para um dado produto, com um nível de qualidade especificado, a margem de lucro é principalmente determinada pelos custos envolvidos na sua fabricação. 14 Portanto, em soldagem e técnicas conexas, como de resto nas outras atividades industriais, fundamentalmente está em jogo o trinômio produtividade, qualidade e mão de obra. 1.2 JUSTIFICATIVA Quando falamos sobre custos estamos falando de um item primordial para o sucesso de uma empresa. Como estamos em um mercado competitivo e globalizado obriga as empresas a trabalhar com uma produção enxuta, ou seja, alta produtividade e custos baixos, a questão da qualidade não é o item de aceitação mas de obrigação nos dias de hoje. Assim, conhecer a estrutura dos custos esta diretamente proporcional a uma maior competitividade e maiores lucros e conseqüentemente, sobrevivência. Cada etapa da produção, como por exemplo a soldagem, deve ter seu custo avaliado e acompanhado. A análise dos custos da soldagem pode ser solicitada antes de se realizar a soldagem, constituindo uma estimativa de custo, ou pode ser feita para uma operação já existente para compor o custo de um produto, avaliar lucratividade ou comparar o custo orçado com custo real. Uma avaliação incorreta dos custos de soldagem pode levar a empresa a oferecer preços muito baixos e gerar perdas econômicas, ou preços muito altos que inviabilizarão a empresa na captação de obras e serviços. A apresentação deste trabalho se torna necessária para compreender as implicações que levam a cumprir a margem de lucro de uma empresa que utiliza os processos de soldagem para fabricação dos seus produtos, sendo que estes processos devem ser sempre otimizados para que seja sempre viável economicamente e produtivamente 1.3 OBJETIVO Este trabalho tem como objetivo elaborar um levantamento do processo de soldagem realizado nas instalações da Jumbo Indústria Mecânica Ltda. 15 A Jumbo Indústria Mecânica é uma empresa especializada em fabricação de máquinas de bens de capital, peças e equipamentos em geral em indústrias de base, transformação e energia. A Jumbo é uma empresa especializada em caldeiraria pesada tendo como principal ferramenta de trabalho a utilização do processo de soldagem para a fabricação de seus produtos. Por esta razão de ser escolhida neste trabalho. Este trabalho não tem objetivo de mostrar informações e dados que ferem a corporação, por isso alguns exemplos de fabricação, organogramas e formulários não representam o que realmente se encontra dentro das instalações da empresa, sendo preservada a integridade da mesma. As informações obtidas através deste levantamento servirão como base para o entendimento das características e requisitos do processo e a análise dos dados permitirá identificar os pontos de melhoria. Estes pontos de melhoria poderão apontar em uma redução de custo em cada estação de trabalho de solda que sendo otimizada proporcionará um melhor resultado econômico para o processo. 1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO No capítulo 1 apresenta-se de forma sucinta a proposta do trabalho, caracterizando a sua relevância, justificativa e os objetivos. No capítulo 2 se faz a revisão da literatura com vistas aos principais processos de soldagem, consumíveis,técnicas, parâmetros de soldagem, projetos de juntas e seus processos de fabricação e a economia da soldagem. No capítulo 3 apresenta-se histórico e estrutura organizacional da empresa, os processos de produção de uma célula de trabalho, os produtos realizados nesta célula, os processos de soldagem das juntas solicitadas e demonstração de cálculos de orçamento realizado na empresa para soldagem em um produto selecionado desta célula de trabalho. No capítulo 4 descrevem-se o levantamento de dados para a realização de custo efetivo considerando todos os itens que interferem no montante final em um produto selecionado. 16 No capítulo 5 apresenta-se um relatório de melhorias e otimização para diminuir o custo de soldagem, as considerações finais sobre o trabalho e conclusão. 17 CAPÍTULO 2 2 PROCESSOS DE SOLDAGEM E IMPLICAÇÕES 2.1 INTRODUÇÃO A união de materiais se situa numa posição privilegiada, pois através da união de materiais produzidos em grandes números e formas padronizadas, das quais resultam desde pequenas peças, como válvulas mecânicas até estruturas gigantescas como uma plataforma petrolífera. Além disso, esse também é o método que permite utilizar um material de muito menor custo. Segundo (MACHADO, 1996) existem três grandes grupos de processo dedicados à união dos materiais, os quais são a Soldagem, a Brasagem e a Solda Branda, além dos adesivos. A soldagem é largamente empregada nas atividades industriais. Neste caso, a união de dois materiais é realizada, ou através da fusão dos mesmos em íntimo contato; ou pela fusão de ambos e adição de outro material fundido; ou, ainda, simplesmente, por contato deste materiais, nas fases sólidas ou semi-sólidas. A grande área de atuação da mesma são os metais e sua ligas, devendo-se esse fato à sua grande versatilidade e economia, além das excelente propriedades mecânicas que as uniões assim obtidas apresentam. A Brasagem é a união dos materiais é através da utilização de um material adicional fundido, que une os materiais base, os quais permanecem na fase sólida. Nesse caso, o material adicionado deve possuir temperatura de fusão (linha do ―liquidus‖) acima de 450 ºC, mas abaixo daquela de solidificação (linha do ―solidus‖) do material base. Através da Brasagem, é possível unir praticamente todos os materiais existentes, provocando pouca distorção. A Brasagem não é geralmente empregada em grandes peças ou estruturas, devido à pequena tolerância que demonstra com relação à limpeza superficial dos materiais envolvidos. Solda Branda é a união é realizada pela adição de um material fundido, sendo que os materiais base também permanecem na fase sólida. Entretanto, a grande diferença com relação à Brasagem, é que a linha do liquidus do material de adição 18 deve se situar abaixo de 450 ºC e não exceder aquela do solidus do material base. Por outro lado, a Solda Branda encontra emprego principalmente na união de circuitos eletroeletrônicos. 2.2 DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO Segundo (VALENCIANI, 1997), historiadores têm especulado que os egípcios podem ter sido os primeiros a usarem soldagem por pressão, por volta de aproximadamente 5.000 a.C. A soldagem por forjamento foi o primeiro dos processos inventados para ligar peças de metais. Hoje soldagem por forjamento é praticamente uma arte esquecida. Em 1822, N. R. Benardos inventou a soldagem elétrica por fusão, onde o processo constava do estabelecimento de um arco elétrico entre um eletrodo de carvão e o material de base. O material de adição era introduzido a parte. Esse sistema foi modificado em 1889 por Zerener introduzindo mais um eletrodo de carvão, onde neste caso o arco elétrico não se produzia entre o eletrodo e a peça, mas sim nos dois eletrodos de carvão. Nesse processo nem o material de base nem o de adição eram percorridos por corrente, podendo ser aplicado à materiais não condutores de eletricidade. Pequenos progressos em tecnologia de soldagem ocorreram até 1877. A origem da soldagem por resistência iniciou em torno de 1877, quando o Professor Elihu Thompson iniciou uma série de experimentos invertendo a polaridade de uma bobina de transformador. Ele recebeu sua primeira patente em 1885 e a primeira máquina de soldagem por resistência foi demonstrada no American Institute Fair em 1887. N. G. Slavianoff em 1888 na Rússia foi o primeiro a usar o processo a arco de metal usando eletrodos nus, assim surgiu em 1890 o processo Slavianoff, onde o arco elétrico ocorria entre um eletrodo consumível e as peças do metal base. Coffin trabalhando independentemente também investigou o processo a arco de metal e foi lançada uma patente em 1892. Em 1889, A. P. Strohmeyer introduziu o conceito de 19 eletrodos de metais revestidos para eliminar os problemas associados ao uso de eletrodos nus. Assim, em 1905, com a invenção do primeiro eletrodo revestido por Kjellberg, teve inicio a época da soldagem elétrica moderna. Thomas Fletcher em 1887, segundo (VALENCIANI, 1997), usou um maçarico queimando hidrogênio e oxigênio, e mostrou que ele podia cortar ou fundir metais. Em 1901-1903 Fouche e Picard desenvolveram maçaricos que podiam ser usados com acetileno, desenvolvendo a soldagem e corte a oxiacetileno. O período entre 1903 e 1918 observou-se o uso de soldagem primeiramente como um método de reparo, o mesmo ocorrido durante a I Guerra Mundial (1914- 1918), onde as técnicas de soldagem foram desenvolvidas para serem especialmente adaptadas para reparos de navios que haviam sidos prejudicados. Após a I Guerra Mundial (1918) continuou-se a experimentação com eletrodos nus e vários fluxos de gases inertes para proteger o arco e a área soldada. Nessa época, embora constatassem melhorias nas propriedades da solda, esse processo não teve o merecido desenvolvimento. Em 1930, mediante a utilização de eletrodos permanentes de tungstênio, desenvolveu-se a soldagem TIG (Tungsten Inert Gas), que consiste em uma soldagem sob atmosfera gasosa com eletrodos de tungstênio. Em 1940 se deu o início da soldagem MIG (Metal Inert Gas), que consiste em uma soldagem com eletrodo consumível em atmosfera gasosa inerte. Mais tarde, segundo em virtude dos gases até então usados (hélio e argônio), passou-se a utilizar o CO2 como gás de proteção, no entanto apesar do CO2 ser um gás inerte, ele decompõe-se na região do arco formando uma atmosfera composta de CO e O2. Com o posterior uso de eletrodos contendo elementos desoxidantes, a partir de 1950 a soldagem com eletrodo nu em atmosfera ativa de CO2, que tomou o nome de processo MAG (Metal Active Gas), passou a ser usada em larga escala. Segundo (VILLANI; MODENESI; BRACARENSE, 2009), durante o período de 1930 a 1950 muitas melhorias ocorreram, incluindo em 1932 a introdução do uso de fluxo granular para proteger a solda, que quando acoplada ao uso de um eletrodo alimentado continuamente resultou no desenvolvimento da soldagem a arco submerso SAW (Submerged Arc Welding). Este processo, amplamente utilizado a partir dos anos 80, foi patenteado em 1935. 20 Em 1958, a soldagem FCAW (Flux Cored Arc Welding) auto protegida foi desenvolvida, na qual o fluxo granular usado para proteger a solda é contido dentro do núcleo do eletrodo contínuo, chamado eletrodo tubular, deste modo permitindo o maior uso de equipamentos automáticos e semi-automáticos. Segundo os tipos mais comuns de conexões usadas em oficinas hoje em dia são as soldadas, sendo muito comuns também em montagens de campo. De certa forma isso representou uma mudança revolucionária, porque durante a década de 30 o tipo mais comum de conexão era a rebitada, que foi progressivamente substituída por parafusos e soldas devido ao avanço das respectivastecnologias. A partir dos anos 80 a automação vem tornando-se um significativo fator em tecnologia de soldagem e o extensivo uso de soldagens robóticas vem ocorrendo. Hoje em dia, já existem mais de quarenta processos de soldagem conhecidos. 2.3 PROCESSOS BÁSICOS DE SOLDAGEM Segundo (VILLANI; MODENESI; BRACARENSE, 2009), soldagem é considerada como um processo de união de partes de metal por meios de aquecimento e pressão, que causa fusão das partes (soldagem por resistência), ou por meio de aquecimento do metal até sua temperatura de fusão, com ou sem a adição de metal de enchimento (soldagem por fusão). A soldagem por fusão usualmente emprega tanto um arco elétrico quanto uma chama de oxiacetileno para o aquecimento do metal. O arco elétrico é usado pela maioria dos processos de soldagem. O arco elétrico é a passagem de corrente elétrica conduzida por uma atmosfera de gás. Porém todo gás é isolante elétrico quando submetido a campos elétricos de intensidades normais. Para exemplificar, o ar situado entre dois eletrodos afastados de 1 mm, necessita de uma diferença de potencial de 4.000 volts para tornar-se condutor. Um gás torna-se condutor quando passa a possuir íons e elétrons livres, ou seja, se ioniza, e seu comportamento muda totalmente de modo a receber a denominação de plasma, também chamado de quarto estado da matéria. O arco elétrico é uma forma particular de plasma, que é mantido por uma 21 diferença de potencial elétrico entre dois eletrodos. As partículas de carga têm desta maneira um sentido preferencial de percurso e os seus choques, entre si, com os eletrodos e com os átomos neutros, criam condições para a continuidade do processo de soldagem. Com isso, conceitualmente, ―arco elétrico é a passagem de uma grande quantidade de corrente elétrica, que chega a milhares de ampères, através de uma atmosfera gasosa e entre dois eletrodos submetidos a uma diferença de potencial que pode ser de uns poucos volts‖. A vantagem de se utilizar um arco elétrico como fonte de calor é a alta concentração de calor, na qual se permite obter em pequeno espaço, elevadas temperaturas, limitando a zona de influência calorífica; uma outra vantagem é que o arco pode subsistir em qualquer atmosfera gasosa, proporcionando uma menor contaminação do banho metálico. O processo mais simples de obtenção de um arco elétrico consiste no aquecimento do gás existente entre o eletrodo e o material de base, sujeitando-o a um bombardeio de elétrons. Para se obter isso basta dispor de uma diferença de potencial entre a peça e o eletrodo (tensão em vazio), mostrado na figura 1 item a, quando se toca o eletrodo na peça (instante t1), a tensão cai rapidamente, não atingindo o valor zero devido a resistência de contato, com isso a corrente cresce a um valor próximo da corrente de curto-circuito. Deste modo, por efeito Joule, a Figura 1 - Representação do circuito de soldagem, do oscilograma da tensão e da corrente no instante do acendimento do arco, (b) aspecto do arco elétrico. Fonte VALENCIANE, 1997 22 região presente no contato se aquece até a incandescência. Com isso, devido a quantidade de calor liberado torna-se fácil o desprendimento dos elétrons dos átomos do ambiente gasoso, por efeito da emissão termoiônica da zona incandescente. Deste modo, o gás se ioniza. Com essa ionização pode-se afastar o eletrodo e o material de base por exemplo, em 4 mm, que o arco permanecerá aberto. De acordo com (VALENCIANI, 1997), a forma do arco é aproximadamente cônica, possuindo seu vértice numa região muito pequena do eletrodo e sua base sobre a peça, mostrado na figura 1 item b. A distância entre a mancha catódica, que é a região de incidência do arco no pólo negativo e o centro de incidência de bombardeio de elétrons, chamado ânodo é o comprimento do arco. Os elétrons emitidos do cátodo passam pelo arco e alcançam o ânodo, entregando a sua energia cinética em forma de calor. Os íons são acelerados próximos à região do cátodo, colidindo com o mesmo. Com isso, o cátodo é aquecido fornecendo a temperatura necessária para a emissão de elétrons. Com as colisões mútuas entre as partículas de carga e átomos neutros, o gás no interior do arco é elevado a temperaturas que chegam a 6.000ºC, formando um plasma térmico altamente luminoso, formado por elétrons, íons, átomos e moléculas. De acordo com (MACHADO, 1996), cada processo de soldagem possui suas vantagens e limitações, e um adequado balanço determinará suas aplicações típicas. Há processos de soldagem que possuem um uso específico para um determinado metal. Na tabela 1 são mostradas as vantagens e inconvenientes dos processos e algumas aplicações e a tabela 2 apresentam em função do tipo e espessura do material, quais os processos comerciais de soldagem que podem ser aplicados. A seguir serão descritos os principais processos utilizados em estruturas de aço dos itens a e b. 23 TABELA 1 Características e aplicações de processos de soldagem. (continua) Processo Vantagens Desvantagens Emprego Eletrodo revestido (SMAW) Grande versatilidade no projeto de junta e na posição de soldagem. Baixo custo. União com excelentes propriedades. Não existem grandes ajustes da estrutura. Mão de obra habilidosa. Freqüente mudança de eletrodos. Na soldagem com várias camadas é necessário remover escórea em cada passe. Processo mais usado na fabricação e na manutenção. TIG Grande versatilidade manual ou automática, tipo de junta, posição de soldagem. Soldas com elevada qualidade. Adequada para metais ferrosos e não ferrosos. Elevado custo de consumíveis. Mão de obra habilidosa. Soldagem com várias camadas em solda de topo com espessura acima de 5 mm. Inadequada para utilização em locais abertos. Passe de raiz em aços ligados. Usado em união de não ferrosos e inoxidáveis. MIG gás inerte Solda de alta qualidade para maioria das ligas. Alta taxa de deposição. Processo semi ou totalmente automatizado. Custo elevado do gás inerte. Mão de obra habilidosa. Cuidado com o posicionamento da junta. Inadequada para utilização em locais abertos. Usado em aços inoxidáveis e ligas não ferrosas. MAG-CO2 com transferência por borrifo Elevada penetração. Alta taxa de deposição. Baixo custo dos gases. Posição plana. Somente para aços carbonos e de baixa liga com espessura de 6 mm. Cuidado com o posicionamento de junta. Inadequada para utilização em locais abertos. Fabricação de equipamentos, com chapa fina. Passe de raiz em chapas grossas. 24 TABELA 1 Características e aplicações de processos de soldagem. (conclusão) Processo Vantagens Desvantagens Emprego MAG-CO2 com transferência por curto circuito. Processo semi automático. Todas as posições de soldagem. Boa qualidade de solda. Baixo custo de gases. Usado em chapas finas de aço (1 – 4 mm). Tolerância com mau posicionamento da junta. Somente para aços carbonos e de baixas ligas. Ocorrência de falta de fusão com soldadores sem prática. Inadequada para utilização em locais abertos. Fabricação de equipamentos com chapa fina. Passe de raiz em chapas grossas. MIG pulsado Processo semi-automático. Todas as posições de soldagem. Aplicado a maioria das ligas e espessuras. Qualidade de solda muito boa. Equipamento complexo. Custo moderado do processo. Inadequada para utilização em locais abertos. Usados principalmente em soldagem de aço carbono inox e não ferrosos. Eletro escórea Soldagem automática com alta velocidade. Alta taxa de deposição. Usado em aço carbono e de baixa liga com espessuras acima de 50 mm Posição vertical de soldagem. Solda e a zona afetada pelo calor com estruturas grosseiras, exigindotratamento térmico após soldagem. Cuidado na montagem da estrutura. Soldagem de chapas grossas de aço. Fonte: VALENCIANE 1997 TABELA 2 Condições de emprego dos processos de soldagem (continua) Materiais Espessuras Eletrodo revestido Arco submerso MIG ou MAG FCAW TIG Eletro escória Aço carbono Até 3 mm Sim Sim Sim Não Sim Não 3 a 6 mm Sim Sim Sim Sim Sim Não 6 a 19 mm Sim Sim Sim Sim Não Não 25 TABELA 2 Condições de emprego dos processos de soldagem (conclusão) Materiais Espessuras Eletrodo revestido Arco submerso MIG ou MAG FCAW TIG Eletro escória Aço carbono Acima de 19 mm Sim Sim Sim Sim Não Sim Aço baixa liga Até 3 mm Sim Sim Sim Não Sim Não 3 a 6 mm Sim Sim Sim Sim Sim Não 6 a 19 mm Sim Sim Sim Sim Não Não Acima de 19 mm Sim Sim Sim Sim Não Sim Fonte: VALENCIANE 1997 2.3.1 Soldagem a arco com eletrodo revestido (SMAW - Shield Metal Arc Welding) Segundo (VILLANI; MODENESI; BRACARENSE, 2009), este processo teve início no começo do século passado, com a utilização de arames nus para cercas, ligados à rede elétrica. Arames enferrujados ou cobertos de cal proporcionavam uma melhor estabilidade do arco, deste modo no início da primeira década o revestimento ácido foi adotado. Revestindo o arame com asbestos (pó de silicato), a poça de solda ficava protegida, enquanto o uso de algodão aumentava a penetração do arco, dando início ao revestimento celulósico. Em meados da década de 30 desenvolveram-se os revestimentos rutílicos. No início da década de 40 desenvolveram-se os revestimentos básicos, e em meados da década de 50 adicionou-se o pó de ferro. No Brasil esse processo é o mais utilizado, sendo empregado em grande variedade de aplicações. Em uma soldagem executada com um eletrodo nu, após a fusão no ar, o eletrodo perde por oxidação grande quantidade de seu carbono, manganês e silício, enquanto que o nitrogênio existente no ar forma nitretos. Esses nitretos juntamente com os óxidos formados, ficam confinados na solda reduzindo sua resistência e ductilidade. Para evitar isso, é necessário formar em torno do arco uma atmosfera gasosa, que neste caso, é obtida pela queima do revestimento incorporado no eletrodo. 26 Segundo (VALENCIANI, 1997), a maioria dos procedimentos de soldagem manual é executada com processos a arco elétrico com eletrodos revestidos. Neste processo, mostrado na figura 2. O eletrodo é colocado em uma garra para estabelecer contato elétrico e é acionado pelo soldador. O revestimento obtido pelo uso de eletrodos totalmente revestidos é feito com um material de tal composição, que grandes quantidades de gases são produzidas no aquecimento do arco, protegendo o metal de solda contra a ação do nitrogênio e do oxigênio da atmosfera, já que nenhum gás protetor é utilizado. O revestimento é fundido em uma razão mais lenta que o metal do núcleo, o que direciona e concentra o fluxo do arco. O revestimento também forma uma escória que flutua sobre o metal fundido protegendo-o da contaminação atmosférica enquanto resfria, além de controlar a taxa de resfriamento, contribuindo no acabamento do cordão. Essa escória é facilmente removida após ocorrer o resfriamento. O revestimento também possui a função de isolamento elétrico, pois ele é um mal condutor de eletricidade, isolando a alma do eletrodo, evitando-se assim aberturas de arcos laterais e conseqüentemente orientando o arco; função de ionização, pois contém silicatos de sódio e potássio que ionizam a atmosfera do arco, facilitando a passagem da corrente elétrica, originando um arco estável; função metalúrgica, pois pode contribuir como um elemento de liga, de maneira a alterar as propriedades da solda. Figura 2 - Representação do processo de soldagem a arco com eletrodo revestido (SMAW), processo manual. Fonte: VALENCIANE 1997. 27 De acordo com (VILLANI; MODENESI; BRACARENSE, 2009), a corrente de soldagem controla todas as características operatórias do processo, o aspecto do cordão, as propriedades da junta soldada, além de controlar a magnitude e a distribuição da energia térmica presente no arco. A intensidade da corrente é um parâmetro determinante, levando em consideração a taxa de deposição, e é também o mais importante efeito controlador da penetração da solda, da largura e do reforço do cordão (metal de solda excedente depositado para reforçar o cordão), além da diluição (metal base fundido na soldagem). A corrente de soldagem possui também um efeito inversamente proporcional sobre a velocidade de resfriamento. A segunda mais importante variável operacional é a velocidade de avanço. A altura e a largura do cordão variam inversamente com a velocidade de avanço. Considerando altas correntes a energia de soldagem pode ser mantida reduzida, com o uso de altas velocidades de avanço. Um dos principais fatores limitantes da faixa útil de corrente de soldagem é o diâmetro do eletrodo. Ele controla a densidade de corrente por unidade de área de seção transversal da alma do eletrodo. A escolha de um maior diâmetro de eletrodo maximiza a taxa de deposição, e esse maior diâmetro é função de fatores como a posição de soldagem, formato do chanfro e tipo de revestimento. O ângulo do eletrodo em relação a peça é também uma variável importante, pois ajusta o fluxo térmico, controla o banho na poça de fusão e influencia no formato do cordão. Este é certamente o processo mais versátil, podendo ser usado em todas as posições de soldagem. Além disso, o eletrodo pode ser conduzido a locais de difícil acesso, onde outros processos não atingem e a montagem do processo é extremamente simples. É provavelmente, o processo mais comum em fabricação de estruturas. A qualidade da soldagem é relacionada com a habilidade do operador. Um bom soldador tem que possuir amplo conhecimento do processo e um alto nível de habilidade de manipulação. Devido à necessidade de bons soldadores e velocidades de deposição relativamente baixas, este pode ser um processo caro. Ele foi tradicionalmente respeitado como o processo que foi capaz de produzir as mais altas 28 qualidades de soldas, mas esta reputação é agora ameaçada pelos recentes avanços de outros processos mais eficientes. Segundo (VALENCIANI, 1997), o equipamento de soldagem para este processo consiste de uma fonte de energia, cabos de ligação, um porta eletrodo, um conector terra, além do próprio eletrodo. Deve-se salientar que o suprimento de energia pode ser tanto corrente contínua quanto alternada. Segundo (VILLANI; MODENESI; BRACARENSE, 2009), diâmetros típicos de eletrodos para trabalhos estruturais variam entre 2,5 e 6 mm. Voltagem de circuitos abertos é usualmente 50-90 V, dependendo do eletrodo; tão logo quando o arco é formado, a voltagem cai para valores entre 20 e 35 V. Correntes típicas alcançam de 50 a 400 ampéres, depositando com velocidades entre 20 e 100 g/min. Aplicável a espessuras acima de 2 mm. 2.3.2 Soldagem a arco submerso (SAW - Submerged Arc Welding) Segundo (VALENCIANI, 1997), esse processo teve início em 1935, sendo utilizado em fabricação de tubos e navios. No período de 1939-1945 (II Guerra Mundial) seu uso foi intensificado. No Brasil esse tipo de soldagem é amplamente usado na fabricação de tubos, navios, perfis, plataformas marítimas, trocadores de calor e equipamentos pesados. Segundo (VILLANI; MODENESI; BRACARENSE, 2009), neste processo o arame eletrodo é alimentado mecanicamente a partir de uma bobina para a pistola ou cabeçote de soldagem, e pela velocidade mantém-se um comprimento constante de arco. Além disso, o arco é inteiramente submerso em um fluxo granular, onde altas correntes podem ser usadas sem perigo do ar suspender gotículas de líquido ou haver respingos. Esse fluxo granular é um material fusível que é alimentado naárea de trabalho por gravidade em uma quantidade suficiente para submergir o arco completamente. Alguns dos materiais granulares fundem-se para formar um revestimento sobre a solda, que além de protege - lá da atmosfera, ajuda no controle do grau de velocidade de resfriamento da mesma. A figura 4 mostra uma representação de um único arame individual submerso no arco, no referido processo de soldagem. 29 A corrente elétrica determina a taxa de deposição, a profundidade de penetração da poça de solda, além de controlar a quantidade de metal base fundido. Uma elevação da corrente aumenta a penetração e a taxa de deposição. Uma corrente muito alta produz um cordão muito alto e estreito, e mordeduras. Uma corrente muito baixa produz um arco instável. O tipo de corrente também influencia no processo de soldagem. A CCPR (+) (corrente contínua de polaridade reversa) é recomendada quando uma rápida seqüência de deposição de passes ou penetração total é recomendada. Essa corrente diminui a porosidade e melhora o formato do cordão de solda. A CCPD (-) (corrente contínua de polaridade direta) fornece uma taxa de deposição 30% maior que a obtida por CCPR (+), produzindo uma menor penetração. A velocidade de soldagem controla o tamanho do cordão e a penetração. Velocidades excessivamente altas aumentam a tendência da ocorrência de mordeduras, e estimulam o apagamento do arco, proporcionando o surgimento de trincas e porosidades. Velocidades excessivamente baixas produzem cordões em forma de chapéu, sujeitos às trincas, e cordões rugosos, além de respingos e inclusões de escória, devido à grande poça de solda formada. Tem-se também que o aumento da distância tubo de contato/peça, que é a distância entre o ponto de contato elétrico no bico do cabeçote e a ponta do eletrodo, aumenta a taxa de deposição. Outro fator de influência é a tensão do arco, que influencia a forma da seção transversal do cordão e a aparência da solda. Deste modo, um aumento da tensão produz um cordão mais amplo e largo, aumenta o consumo de fluxo, aumenta a resistência à porosidade e aumenta o teor de liga proveniente do fluxo. Contudo, tensões excessivamente altas produzem cordão em forma de chapéu, sujeito às trincas, além de tornar difícil a remoção da escória. Utilizando um eletrodo de diâmetro maior, a largura do cordão aumenta e diminui a densidade da corrente, a penetração e a taxa de deposição. 30 Segundo (VALENCIANI, 1997), a velocidade de deposição para esse processo é consideravelmente maior, comparada com a soldagem a arco com eletrodo revestido ou soldagem com CO2 (MAG). Pode-se ainda aumentar esse grau de e posição pelo uso de dois ou três arames eletrodos na mesma poça de solda. O esquema onde mostra o processo SAW esta na figura 3. A aparência da solda é boa, particularmente devido a natureza automática do processo e ao natural aplainamento e confinamento da escória fundida. Requisitos mínimos de proteção não são necessários, pois nenhum arco de soldagem é visível, gerando pouca fumaça. O uso de altas correntes também produz uma melhor penetração em comparação com a ocorrida nos outros processos. As duas principais desvantagens deste processo são: primeiro, devido ao fluxo granular, pode-se somente ser utilizado em posições planas e horizontais e segundo, em altas velocidades de deposição, metais de solda de baixa resistência podem ser produzidos devido a uma associada baixa velocidade de resfriamento, Figura 3 - Representação do processo de soldagem a arco submerso (SAW). Fonte: VALENCIANE 1997. 31 conduzindo para uma microestrutura altamente refinada. Todavia, o pré aquecimento da chapa pode aliviar esta segunda desvantagem. As altas correntes usadas causam considerável fusão do metal base, deste modo menos metal de enchimento é requerido e a abertura da junta pode ser menor que a necessária para outros processos de soldagem. Segundo (VILLANI; MODENESI; BRACARENSE, 2009), esse processo de soldagem aplica-se a uma ampla faixa de espessuras, sendo mais utilizado em soldagem de chapas espessas de aço, como por exemplo: vasos de pressão, tanques, tubos de grandes diâmetros e vigas. Nesse processo a alimentação do eletrodo nu e o comprimento do arco são controlados pelo alimentador de arame e pela fonte de energia, no caso de processo semi-automático. No caso de processo automático um mecanismo de avanço movimenta tanto o alimentador do fluxo quanto o arame, e normalmente um sistema de recuperação de fluxo o fluxo granular não utilizado. Os diâmetros de eletrodos para trabalhos estruturais variam entre 2 e 5 mm. A voltagem de soldagem varia entre 30 e 40 V. Correntes para soldagem de um só arame podem atingir 1.200A. A taxa de deposição para soldagem de um só arame pode atingir 300 g/min e 5 vezes esse valor para grupos de diversos arames. Aplicável a espessuras acima de 5 mm. Até 15 mm de espessura pode-se soldar chapas sem chanfrar as bordas e, em vários passes, é possível soldar chapas espessas, com até 50 mm. 2.3.3 Soldagem com gás de proteção (GMAW - Gas Metal Arc Welding) Segundo (MACHADO, 1996), este processo teve início no começo dos anos 30. Ele foi viabilizado somente depois da II Guerra Mundial, para soldagem de magnésio e suas ligas e mais tarde para os outros metais, utilizando gás inerte. Posteriormente introduziu-se o CO2. Esse tipo de soldagem é também chamada de soldagem com gás ativo (MAG), adequado para soldagem de aços de baixo carbono e aços de baixa liga ou soldagem com gás inerte (MIG), adequado para soldagem de aços carbono, aços de baixa, média e alta liga, aços inoxidáveis, alumínio, 32 magnésio, cobre e suas ligas, sendo que este termo é propriamente aplicado somente para soldagem onde o gás de proteção é argônio ou hélio. Segundo (VALENCIANI, 1997), neste processo, o eletrodo nu, o arco e a poça de solda são protegidos da atmosfera somente pelo gás de proteção. Como é mostrado na figura 4. Geralmente não há fluxo, não ocorrendo à formação de escórias, que é comum nos outros processos. Uma mangueira flexível fornece a tocha de soldagem, o arame eletrodo, o gás de proteção e a corrente elétrica, todos eles automaticamente controlados. O gás protetor é usualmente dióxido de carbono, algumas vezes com certa adição de argônio, para aços carbono/manganês e aços carbono. O argônio como um gás de proteção favorece a soldagem de todos os metais, todavia, devido ao seu custo, outros gases de proteção e suas misturas são aceitáveis e recomendados para a soldagem de aços. Segundo (ESAB, 2006), Basicamente o processo MIG/MAG inclui três técnicas distintas de modo de transferência de metal: curto-circuito, globular e aerossol. Essas técnicas descrevem a maneira pela qual o metal é transferido do arame para a poça de fusão. Na transferência por curto-circuito a transferência ocorre quando um curto-circuito elétrico é estabelecido. Isso acontece quando o Figura 4 - Representação do processo de soldagem com gás de proteção (GMAW). Fonte: VALENCIANE 1997. 33 metal fundido na ponta do arame toca a poça de fusão. Na transferência por aerossol, pequenas gotas de metal fundido são desprendidas da ponta do arame e projetadas por forças eletromagnéticas em direção à poça de fusão. A transferência globular ocorre quando as gotas de metal fundido são muito grandes e movem-se em direção à poça de fusão sob a influência da gravidade. Os fatores que determinam o modo de transferência de metal são a corrente de soldagem, o diâmetro do arame, o comprimento do arco (tensão), as características da fonte e o gás de proteção. 2.3.3.1 Transferência por curto-circuito Segundo (ESAB, 2006), na soldagem com transferência por curto-circuito são utilizados arames de diâmetro na faixa de 0,8 mm a 1,2 mm, e aplicados pequenos comprimentos de arco (baixas tensões) e baixascorrentes de soldagem. É obtida uma pequena poça de fusão de rápida solidificação. Essa técnica de soldagem é particularmente útil na união de materiais de pequena espessura em qualquer posição, materiais de grande espessura nas posições vertical e sobre cabeça, e no enchimento de largas aberturas. A soldagem por curto-circuito também deve ser empregada quando se tem como requisito uma distorção mínima da peça. Figura 5 - Modos de transferência do metal de solda. Fonte: ESAB, 2006. 34 O metal é transferido do arame à poça de fusão apenas quando há contato entre os dois, ou a cada curto-circuito. O arame entra em curto-circuito com a peça de 20 a 200 vezes por segundo. A Figura 6 ilustra um ciclo completo de curto-circuito. Quando o arame toca a poça de fusão (A), a corrente começa a aumentar para uma corrente de curto- circuito. Quando esse valor alto de corrente é atingido, o metal é transferido. O arco é então reaberto. Como o arame está sendo alimentado mais rapidamente que o arco consegue fundi-lo, o arco será eventualmente extinguido por outro curto (I). O ciclo recomeça. Não há metal transferido durante o período de arco aberto, somente nos curtos-circuitos. Para garantir uma boa estabilidade do arco na técnica de curto-circuito devem ser empregadas correntes baixas. A Tabela 3 ilustra a faixa de corrente ótima para a transferência de metal por curto-circuito para vários diâmetros de arame. Essas faixas podem ser alargadas dependendo do gás de proteção selecionado. Figura 6 - Corrente-tensão versus tempo típico do ciclo de curto-circuito. Fonte: ESAB, 2006. 35 TABELA3 - Faixa ótima de corrente de curto-circuito para vários diâmetros de arame Diâmetro do arame Corrente de soldagem Pol (“) mm Mínima Máxima 0,030 0,76 50 150 0,035 0,89 75 175 0,045 1,10 100 225 Fonte: ESAB, 2006. 2.3.3.2 Transferência globular Segundo (ESAB, 2006), quando a corrente e a tensão de soldagem são aumentadas para valores acima do máximo recomendado para a soldagem por curto-circuito, a transferência de metal começará a tomar um aspecto diferente. Essa técnica de soldagem é comumente conhecida como transferência globular, na qual o metal se transfere através do arco. Usualmente as gotas de metal fundido têm diâmetro maior que o do próprio arame. Segundo (VALENCIANI, 1997), estas gotas se desprendem por gravidade; arame; ocorre em corrente baixa e pode ser conseguida quando arames de aço são utilizados juntamente com uma proteção de dióxido de carbono. As vezes essa transferência é irregular e instável, com uma grande quantidade de respingos. Ela pode gerar falta de penetração, falta de fusão e excessivo reforço do cordão de solda. 2.3.3.1 Soldagem por Aerossol (spray) Segundo (ESAB, 2006), aumentando-se a corrente e a tensão de soldagem ainda mais, a transferência de metal torna-se um verdadeiro arco em aerossol (spray). A corrente mínima à qual esse fenômeno ocorre é chamada corrente de transição. A Tabela 4 mostra valores típicos de corrente de transição para vários metais de adição e gases de proteção. Conforme é observado nessa tabela, a corrente de transição depende do diâmetro do arame e do gás de proteção. Entretanto, se o gás de proteção para soldar aços carbono contiver mais de 15% de 36 dióxido de carbono (CO2), não haverá transição de transferência globular para transferência por aerossol. Segundo (VALENCIANI, 1997), a corrente de soldagem é aumentada e o gás argônio é usado, diminuindo o tamanho da gota até atingir aproximadamente o tamanho do arame consumível. Segundo (ESAB, 2006) a soldagem em aerossol pode produzir altas taxas e deposição do metal de solda. Essa técnica de soldagem é geralmente empregada para unir materiais de espessura 2,4 mm e maiores. Exceto na soldagem de alumínio ou cobre, o processo de arco em aerossol fica geralmente restrito apenas à soldagem na posição plana por causa da grande poça de fusão. No entanto, aços carbono podem ser soldados fora de posição usando essa técnica com uma poça de fusão pequena, geralmente com arames de diâmetro 0,89 mm ou 1,10 mm. TABELA 4 - Corrente mínima para a soldagem por aerossol Tipo de arame Diâmetro do arame Gás de proteção Corrente mínima de aerossol (A) Pol (“) mm Aço Carbono 0,030 0,76 98% Ar/ 2% O2 150 0,035 0,89 165 0,045 1,10 220 0,052 1,30 240 0,062 1,60 275 Aço Inoxidável 0,035 0,89 98% Ar/ 1% O2 170 0,045 1,10 225 0,062 1,60 285 Alumínio 0,030 0,76 Argônio 95 0,046 1,19 135 0,062 1,60 180 Fonte: ESAB, 2006. A tabela 4 mostra a transferência fina e axial típica do arco em aerossol. As gotas transferidas do arame são muito pequenas, proporcionando boa estabilidade 37 ao arco como mostra na figura 7. Curtos-circuitos são raros. Poucos respingos são associados com essa técnica de soldagem. 2.3.3.2 Soldagem por Aerossol (pulsada) Segundo (ESAB, 2006), uma variação da técnica de arco em aerossol é conhecida como soldagem pulsada em aerossol. Nessa técnica, a corrente é variada entre um valor alto e um baixo. O nível baixo de corrente fica abaixo da corrente de transição, enquanto que o nível alto fica bem dentro da faixa de arco em aerossol. O metal é transferido para a peça apenas durante o período de aplicação de corrente alta. Geralmente é transferida uma gota durante cada pulso de corrente alta. Existem valores comuns de freqüência ficam entre 60 e 120 pulsos por segundo. Como a corrente de pico fica na região de arco em aerossol, a estabilidade do arco é similar à da soldagem em aerossol convencional. O período de baixa corrente mantém o arco aberto e serve para reduzir a corrente média. Assim, a técnica pulsada em aerossol produzirá um arco em aerossol com níveis de corrente mais baixo que os necessários para a soldagem em aerossol convencional. A corrente média mais baixa possibilita soldar peças de pequena espessura com transferência em aerossol usando maiores diâmetros de arame que nos outros modos. A técnica pulsada em Figura 7 - Técnica de soldagem por arco em aerossol (spray). Fonte: ESAB, 2006. 38 aerossol também pode ser empregada na soldagem fora de posição de peças de grande espessura. 2.3.4 Soldagem arco elétrico com fluxo no núcleo (FCAW - Flux Cored Arc Welding) A soldagem FCAW é um processo similar ao GMAW (MIG/MAG), porém utilizando uma escória protetora. Nesse processo, segundo (ESAB TUBULAR, 2006) o arame tubular como também é conhecido, um eletrodo contínuo de seção reta tubular, com um invólucro de aço de baixo carbono, contendo desoxidantes, formadores de escória e estabilizadores de arco na forma de um fluxo (pó). Ambos os materiais da fita e do núcleo são cuidadosamente monitorados para atender às especificações. Os controles automáticos durante a produção proporcionam um produto uniforme de alta qualidade. Segundo (ESAB TUBULAR, 2006), os arames tubulares com fluxo não metálico flux-cored wires são especificamente desenvolvidos para soldar aços doces usando como gás de proteção o dióxido de carbono (CO2) ou misturas Ar – CO2. A soldagem empregando arames tubulares com fluxo não metálico flux-cored wires oferece muitas vantagens inerentes ao processo sobre a soldagem com eletrodos revestidos. Figura 8 - Técnica de soldagem por arco pulsado em aerossol. Fonte: ESAB, 2006. 39 Segundo (ESAB TUBULAR, 2006), esse processo foi desenvolvido para combinar as melhores características da soldagem por arco submerso e a soldagem empregando o dióxido de carbono (CO2) como gás de proteção. A combinação dos ingredientes do fluxo no núcleo do arame tubular aliada à proteção externa proporcionada pelo CO2 produz soldas de alta qualidade e um arco estável com um baixo nível de respingos. Taxas de deposição mais altas (tipicamente o dobro) e ciclos de trabalho
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