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PETER ETICA ANIMAL

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Peter Singer 
Peter Albert David Singer (Melbourne, 6 de julho de 1946) é um filósofo e 
professor australiano. É professor na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. 
Atua na área de ética prática, tratando questões de Ética de uma perspectiva utilitarista. 
Ele ocupou duas vezes a cadeira de Filosofia da Universidade Monash, onde inaugurou 
um centro de Bioética humana. Em 1996, Singer se candidatou ao Senado 
australiano pelo Partido Verde Australiano, mas não conseguiu ser eleito. Em 1999 foi 
nomeado Professor Ira W. DeCamp de Bioética do Centro de Valores Humanos de 
Princeton e se mudou para os Estados Unidos. Em 2004, ele foi reconhecido como o 
Humanista Australiano do Ano pelo Conselho das Sociedades Humanistas Australianas. 
Fora da academia, Singer é mais conhecido por seu livro Libertação Animal, obra 
considerada fundadora dos Direitos dos animais. Suas posições sobre questões 
bioéticas desenvolvidas em Repensando a vida e a morte: o colapso de nossa ética 
tradicional e Questões Éticas Práticas foram consideradas controversas, 
particularmente nos Estados Unidos e na Alemanha. Singer é um defensor do Altruísmo 
eficaz descrito em sua obra A Vida Que Podemos Salvar. 
Libertação dos animais 
Seu livro Libertação Animal (publicado originalmente em 1975) foi de uma importante 
influência formativa no movimento de Libertação Animal. Singer é um grande defensor 
dos animais, apoiando plenamente a causa da libertação animal, um dos muitos motivos 
que o fez recomendar o veganismo, apesar dele mesmo não ser vegano.[1] 
Nesta obra ele argumenta contra o "especismo": a discriminação contra certos seres 
baseada apenas no facto de estes pertencerem a uma dada espécie. Ele considera que 
todos os seres que são capazes de sofrer devem ter seus interesses considerados de 
forma igualitária e conclui que o uso de animais - nos moldes atuais - para alimentação 
é injustificável, já que cria sofrimento dos bois 
. Assim sendo, ele considera que o vegetarianismo é a única dieta aceitável. Singer 
condena também a vivissecção, apesar de acreditar que algumas experiências com 
animais poderão ser realizadas se o benefício (por exemplo, avanços em tratamentos 
médicos, etc.) for maior que o mal causado aos animais em causa. Segundo Singer, "o 
maior obstáculo é que é conveniente para nós tratarmos animais como se eles não 
tivessem créditos morais sobre o homem. Nós os utilizamos de diversas maneiras - 
como entretenimento, como ferramentas para pesquisa e como alimento, podendo ir 
além desses três. Levar a sério os direitos dos animais ameaçaria nossa habilidade em 
utilizá-los dessa maneira, então encontramos desculpas e racionalizações para 
continuar com as práticas atuais".[2] 
Palavras de Singer: “Este livro é sobre a tirania dos animais humanos sobre os não-
humanos. Esta tirania provocou e provoca ainda hoje dor e sofrimento só comparáveis 
àqueles resultantes de séculos de tirania dos humanos brancos sobre os humanos 
negros. A luta contra esta tirania é uma luta tão importante como qualquer das causas 
morais e sociais que foram defendidas em anos recentes.”[3] 
Ética prática 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Melbourne
https://pt.wikipedia.org/wiki/6_de_julho
https://pt.wikipedia.org/wiki/1946
https://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Austr%C3%A1lia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_Princeton
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89tica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Utilitarismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Monash
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bio%C3%A9tica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Senado_da_Austr%C3%A1lia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Senado_da_Austr%C3%A1lia
https://pt.wikipedia.org/wiki/1999
https://pt.wikipedia.org/wiki/Liberta%C3%A7%C3%A3o_Animal_(livro)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Direitos_dos_animais
https://pt.wikipedia.org/wiki/Altru%C3%ADsmo_eficaz
https://pt.wikipedia.org/wiki/Altru%C3%ADsmo_eficaz
https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Vida_Que_Podemos_Salvar
https://pt.wikipedia.org/wiki/Liberta%C3%A7%C3%A3o_Animal_(livro)
https://pt.wikipedia.org/wiki/1975
https://pt.wikipedia.org/wiki/Liberta%C3%A7%C3%A3o_Animal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Peter_Singer#cite_note-1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Especismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Discrimina%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Esp%C3%A9cie
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vegetarianismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vivissec%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Peter_Singer#cite_note-2
https://pt.wikipedia.org/wiki/Peter_Singer#cite_note-3
O seu trabalho mais abrangente, Practical Ethics (1979, com segunda edição em 1993), 
em português Ética Prática, analisa detalhadamente por que e como os interesses dos 
seres devem ser avaliados. Peter Singer afirma que os interesses de um ser devem 
sempre ser avaliados de acordo com as propriedades concretas desse ser e não de 
acordo com o facto de ele pertencer a um grupo abstracto. 
Aborto e eutanásia 
Consistente com sua teoria geral de ética, Singer sustenta que o direito à integridade 
física está fundamentalmente ligado à qualidade de vida. 
Considerando que bebês em gestação e pessoas em estado vegetativo não têm uma 
qualidade de vida mensurável, Singer afirma que o aborto e a eutanásia podem ser 
justificados em diversas circunstâncias.[5] 
Pobreza mundial 
Em Famine, Affluence, and Morality, o mais conhecido ensaio filosóficos de Singer, o 
autor afirma que a injustiça de algumas pessoas viverem em abundância enquanto 
outras morrem de fome é moralmente indefensável. Singer propõe que todos os 
trabalhadores sejam obrigados a entregar pelo menos 10 % do seu rendimento para 
resolver o problema da pobreza dos outros. Tendo ainda como pano de fundo esse tema 
publica em 2009 o livro The Life You Can Save - Actin now to end world poverty, (Edição 
portuguesa/ Brasil: Quanto Custa Salvar Uma Vida? - Agindo agora para eliminar a 
pobreza mundial; edição portuguesa/Portugal: A Vida Que Podemos Salvar: Agir agora 
para pôr fim à pobreza no mundo).[6] 
Visões políticas 
Singer critica os Estados Unidos da América por receberem petróleo de países dirigidos 
por ditadores (e aponta como um bom exemplo disso a Guiné Equatorial) que ficam com 
a maior parte dos ganhos financeiros, portanto mantendo as pessoas na pobreza. Singer 
acredita que a riqueza desses países deveria pertencer ao seus habitantes e não ao 
seu governo. Ao pagar aos ditadores pelo petróleo, "estamos efetivamente a comprar 
bens roubados e a ajudar a manter as pessoas na pobreza". Singer sustenta que a 
América "deveria estar fazendo mais para ajudar as pessoas em pobreza extrema". Ele 
está decepcionado com a política de ajuda externa dos EUA, considerando-a "uma 
proporção muito pequena do nosso PIB, menos de um quarto de outras nações ricas". 
Singer sustenta que pouca filantropia privada dos EUA é "direcionada a ajudar pessoas 
em extrema pobreza, embora haja algumas exceções, principalmente a Fundação 
Gates". 
As ideias de Peter Singer sobre a libertação animal 
O interior de um frigorífico: produção mundial de carne baseia-se em normas e metas de 
crescimento que resultam em cada vez mais danos aos animais. 
Indiscutivelmente, o livro de Peter Singer intitulado Libertação Animal, editado pela primeira 
vez em língua inglesa no ano de 1975, revisado e traduzido para o português em 2004, se 
encontra no centro das discussões das questões de ética prática e bioética. 
Singer é defensor da expansão do princípio da igualdade na consideração da dor e do 
sofrimento para atender aos interesses e preferências tanto de humanos quanto de animais. 
Como uma crítica à tradição filosófica que supervaloriza o status moral do ser humano, a 
teoria ética de Singer busca expandir a esfera de consideração moral humana para que seja 
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Practical_Ethics&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/1979https://pt.wikipedia.org/wiki/1993
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aborto
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eutan%C3%A1sia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Peter_Singer#cite_note-5
https://pt.wikipedia.org/wiki/Famine,_Affluence,_and_Morality
https://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%ADzimo
https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Vida_Que_Podemos_Salvar:_Agir_agora_para_p%C3%B4r_fim_%C3%A0_pobreza_no_mundo
https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Vida_Que_Podemos_Salvar:_Agir_agora_para_p%C3%B4r_fim_%C3%A0_pobreza_no_mundo
https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Vida_Que_Podemos_Salvar:_Agir_agora_para_p%C3%B4r_fim_%C3%A0_pobreza_no_mundo
https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Vida_Que_Podemos_Salvar:_Agir_agora_para_p%C3%B4r_fim_%C3%A0_pobreza_no_mundo
https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Vida_Que_Podemos_Salvar:_Agir_agora_para_p%C3%B4r_fim_%C3%A0_pobreza_no_mundo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Peter_Singer#cite_note-6
https://pt.wikipedia.org/wiki/Guin%C3%A9_Equatorial
possível incluir os animais na comunidade moral, usando como critério o princípio da igual 
consideração de interesses semelhantes. 
Desta forma, Singer argumenta que uma ação é ética quando considera os interesses 
daquele que é afetado, expressos em suas preferências. Para Singer, a sensibilidade ou a 
capacidade de sofrimento, associada à consciência desse sofrimento (senciencia), é o 
critério de referência para identificar os seres sujeitos de interesse. E isto indica que estes 
seres têm interesse em receber um tratamento que os poupe de circunstâncias dolorosas. 
Contrariamente, a produção animal mundial e brasileira baseia-se em um conjunto de 
normas de manejo sanitário, nutricional e ambiental viabilizada pela seleção genética dos 
animais. Este sistema de produção busca metas de crescimento cada vez mais altas e, 
consequentemente, mais danosas à fisiologia animal. 
O agronegócio brasileiro tem impulsionado a balança comercial e dado muito lucro às 
empresas do setor. De acordo com o Ministério da Agricultura, o Brasil é o quarto produtor e 
exportador de carne suína, e a produção vem crescendo em torno de 4% ao ano. Na 
avicultura, já é o terceiro produtor mundial (destaque para os Estados de Santa Catarina, 
Paraná e Rio Grande do Sul) e líder em exportação (comercializa com 142 países). É dono 
do segundo maior rebanho bovino efetivo do mundo. Lidera as exportações com um quinto 
da carne comercializada internacionalmente e vendas em mais de 180 países. Na 
ovinocultura, a produção anual alcança 11 milhões de toneladas de lã, principalmente no Rio 
Grande do Sul. Possui o maior rebanho de equinos na América Latina e o terceiro mundial. 
A exportação de cavalos vivos aumentou 524% entre 1997 e 2009. E somos o oitavo maior 
exportador de carne equina. 
Então, qual é o problema? Por que não podemos produzir animais para melhorar a nossa 
vida? 
Possíveis respostas: 
A produção animal é justificada pela demanda de alimentos para a população humana. 
Entretanto, a produção animal nas sociedades industrializadas não constitui uma forma 
eficaz de produção de alimentos, uma vez que praticamente todos os animais consumidos 
como alimento foram engordados com grãos e outros alimentos que poderiam ter sido 
ingeridos diretamente pelos humanos, além de possuírem uma conversão alimentar muito 
baixa. 
Com uma população animal em torno de 23 vezes maior que a população humana no Brasil, 
infelizmente, os animais e o meio ambiente não estão, verdadeiramente, contabilizados. Por 
exemplo, o modelo de produção agroindustrial de animais foi projetado para praticar o 
confinamento completo e intensivo. Isso significa que os animais são forçados a viver em 
gaiolas individuais ou baias coletivas projetadas para alojar o máximo de animais no mínimo 
de espaço físico. Entretanto, o sofrimento animal só é abordado como um assunto de 
relevância pelas agroindústrias quando há perda de produtividade e lucratividade. Os 
interesses dos animais, dos consumidores, dos produtores não são levados em conta. 
Atualmente, fala-se muito em bem- estar animal. Mas, bem-estar animal é uma ciência muito 
nova que está sendo construída para auxiliar as empresas a alcançarem suas metas de 
produção e não levam em consideração as preferências dos animais, apenas melhoram 
alguns pontos de manejo, de construção e ambiência. Ou seja, para os animais de produção 
ou de fazenda, são aceitas práticas que impõem dor e sofrimento (castração e corte de 
cauda sem anestesia, debicagem, limitação de movimentação devido à lotação, passam a 
vida toda em celas ou baias individuais, dentre inúmeras outras situações). Assim, um frango 
de corte vive apenas 1,7% e um suíno 3,8% do tempo de vida potencial, antes de chegar ao 
nosso prato. 
Se os consumidores de produtos de origem animal conhecessem os locais, as condições e 
a forma como os animais são criados e mortos, será que continuariam a consumir os corpos, 
ou melhor, as carcaças desses animais? 
De acordo com Singer, mudar para uma dieta totalmente vegana é algo que muitas pessoas 
teriam dificuldade em fazer, pelo menos no começo. Também não é necessário escolher 
entre o mundo do agronegócio e o mundo vegano. Porém, nos parece injustificável a 
crueldade das granjas industriais, tanto para os animais, quanto para o ambiente físico 
natural, os trabalhadores e sua prole. 
Os animais de produção sequer fazem parte daqueles assistidos pelas Comissões de Ética 
ao Uso de Animais - CEUA. Estas comissões se preocupam com os animais usados para o 
ensino e a pesquisa científica. Outra forma de impor as nossas vontades a seres vulneráveis 
às nossas ações. Curiosamente, estas comissões estão mais preocupadas em reduzir o 
número de animais usados e a promover uma rotatividade entre espécies, do que definirem 
um critério de consideração moral para servir de indicador no julgamento de quais projetos 
ou experimentos são "éticos". 
O ser humano não percebe a necessidade do respeito moral para ele próprio, para outros 
seres humanos, para os animais e para o meio ambiente, porque vive num mundo de 
imaginação acreditando que essa é sua realidade, e deixa de investigar quais, dentre os 
interesses que lhe foram ditos serem próprios dele, se constituem em seus verdadeiros 
interesses. Precisamos proceder a um reexame de nossa concepção de extravagâncias. 
Falar sobre ética, na maioria das vezes, não é uma tarefa agradável. O pensamento comum 
demonstra que ter um comportamento ético é sinônimo de um trabalho árduo que envolve o 
autossacrifício e não traz recompensa. Mas é fundamental destinarmos um tempo das 
nossas vidas para refletirmos sobre estes assuntos.

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