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2ª AVD - Civil

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DIREITO CIVIL, SUCESSÕES – Aula 1, 23/10/2018	
TESTAMENTO
· Conceito: Testamento é um ato de disposição de ultima vontade, não serve só para testamento como também para codicilo (mini testamento – você vai dispor de bens de pequeno valor ou bens de valor sentimental).
· Princípio: Se houverem herdeiros necessários, vigora o principio da liberdade limitada de testar, ou seja, só se pode dispor de 50% de seu patrimônio, a parte legítima. 
· A natureza jurídica do testamento é UNILATERAL, somente uma pessoa é exigida para se fazer o testamento, ou seja, a lei não admite testamento feito por mais de uma pessoa. Temos que observar os requisitos: existência, validade e eficaz. Ele só vai se tornar eficaz quando o testador morrer, pois antes disso, imprevistos podem acontecer com o testamento e a vontade de deixar esse bem. É unilateral, pois só depende da vontade do testador.
Exceção: No caso de pai e mãe fazer o mesmo testamento, nomeando um tutor na falta deles. 
· Termos no testamento: 
O testador = aquele que dispõe dos bens.
O testamentário = quem recebe os bens.
O testamenteiro = É como se fosse o inventariante, ele é responsável pela administração dos bens, ele faz jus a vintena, correspondente de 1% a 5% da herança liquida o que não ocorre com o inventariante.
· Características: 
· Personalíssimo, ou seja, somente o próprio testador poderá fazer seu testamento, não podendo ser assistido ou representado. Assim, o incapaz, por exemplo, nunca poderá fazer um testamento. Qualquer pessoa com 16 anos ou mais pode fazer testamento, ainda que não seja emancipado, na forma do art. 1860, parágrafo único. 
Art. 1.860. Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de fazê-lo, não tiverem pleno discernimento. Parágrafo único. Podem testar os maiores de dezesseis anos.
· Ato intuito persona, ou seja, somente a pessoa designada no testamento poderá suceder. Assim, não há direito de representação da sucessão testamentária. Ex: A Roberta tem uma filha, Daniel faz um testamento, deixando seu carro para Roberta, porém, a Roberta morre antes do Daniel. Nesse caso o carro não irá para filha da Roberta, irá volta para os herdeiros necessários do Daniel. 
· Escrito, mas há uma exceção que é o testamento nuncupativo, que só acontece com os militares conforme o artigo 1896, que é quando as pessoas estiverem em combate.
Art. 1.896. As pessoas designadas no art. 1.893, estando empenhadas em combate, ou feridas, podem testar oralmente, confiando a sua última vontade a duas testemunhas.
	Caso a pessoa não morra, o testamento não terá validade e terá que ser feito um novo testamento de forma escrita, caso a pessoa ainda queira realizar. 
Parágrafo único. Não terá efeito o testamento se o testador não morrer na guerra ou convalescer do ferimento.
OBS: Não confundir o testamento nuncupativo com o casamento nuncupativo, que é aquele em que a pessoa está em extremo perigo de vida. Já o testamento nuncupativo é para militares, sendo ainda uma exceção ao testamento escrito. 
· Solene, deve-se cumprir as formalidades legais, sob pena de nulidade. 
· Gratuito, não se pode exigir uma contraprestação para se fazer o testamento. Ex: Deixo meu carro para o Yuri, desde que ele me de R$20.000. Não pode ter condição e nem termo, mas encargo pode Ex: Deixo minha casa, desde cuide do meu cachorro.
· Revogável, podendo ser:
Total X Parcial 
Tácita X Expressa
Se a revogação do testamento for TOTAL ela não pode ser PARCIAL e se TÁCITA não pode ser EXPRESSA. Mas pode ser total tácita ou total expressa ou parcial tácita ou parcial expressa.
Ex1: Deixo dois testamentos, o primeiro deixando minha casa para José e meu carro para João e no segundo, deixo minha casa para Maria. Nesse caso, os dois iriam ter validade, sendo uma revogação parcial de forma tácita, pois o carro continuará sendo do João, mas a casa não seria mais de José e passaria de forma tácita para Maria.
Ex2: Deixo dois testamentos, o primeiro deixando minha casa para José e meu carro para João e no segundo, deixo minha casa para Maria, falando que o testamento anterior estava revogado. Assim seria, uma revogação total e expressa.
· Espécies de testamento:
· Ordinário: 
Público: Aquele onde se dirige ao cartório de notas, podendo ser qualquer um, o testamento será lavrado por um tabelião. Esse testamento não poderá ser extraviado, pois ficará guardado no registro do cartório, porém, é pago e a briga começará antes da pessoa morrer, pois as pessoas poderão ter acesso a ele. Além disso, sãonecessáriasduas testemunhas.
Cerrado/lacrado: Testamento de novelas e filmes, conhecido como kinder-ovo. Ninguém tem acesso ao seu conteúdo, somente o testador e as duas testemunhas, que são necessárias. Porém ele pode ser extraviado, Ex: estava em um cofre, houve um assalto e ele foi levado, já era nada pode ser feito.
OBS: Se a pessoa fizer o testamento no cartório, depois que a pessoa morrer deverá ir para a justiça para executa-lo. Se o testamento for violado, ele será nulo, pois quem tem que abrir é o Juiz. 
Particular: Feito de próprio punho, porém é arriscado, pois o testamento é solene e precisa seguir regras. A vantagem é que não precisa pagar. Aqui deve ter 3 testemunhas. E a desvantagem é que ele é facilmente anulado, além de poder ser extraviado,sumir.
Especial:Não é muito importante – Arts 1886 a 1896
Marítimo
Aeronáutico 
Militar 
· Cláusulas restritivas de direito:
Se for inserida sobre um bem a cláusula de inalienabilidade no testamento, ela englobará a incomunicabilidade e a impenhorabilidade, porém não ocorre ao contrario. 
· Inalienabilidade: O bem não pode ser alienado, à titulo gratuito ou oneroso. Ou seja, não pode vender, não pode doar, não pode ser dado como garantia de divida. Ela é vitalícia, ocorre enquanto a pessoa que receber a herança tiver viva.
· Incomunicabilidade: Ainda que a pessoa seja casada por um regime de bens, que o seu cônjuge tem direito a herança, se o bem que a pessoa recebeu de alguém tiver essa clausula o seu cônjuge não terá direito a esse bem.
· Impenhorabilidade: O bem não pode ser dado como garantia, pois essas cláusulas vão constar no registro de imóveis. 
OBS1: Se houver essas cláusulas e eu quiser doar o bem para outra pessoa que não seja meu herdeiro e nem meu parente, é apenas um amigo, mesmo assim essas cláusulas irão valer. Se o amigo não quiser aceitar, voltará para meus herdeiros.
OBS2: Sobre a parte legítima, pode inserir essas cláusulas restritivas de direito? Depende
Antes de 2002, poderia colocar essas cláusulas sem justificativa. Com o código de 2002, só pode colocar a cláusula na parte legitima se houver uma justificativa plausível. Na disponível, não é preciso justificar. 
· Inexecução do testamento:
Situações que podem ocorrer para que o testamento não seja executado.
· Revogação: Pode ser total, parcial, tácita, expressa. Ocorre por vontade do testador.
· Rompimento: 1973 / 1974 arts.
Ex: Daniel não tem nenhum herdeiro necessário, então resolve fazer um testamento doando 100% pra uma instituição de caridade, avisa ao responsável pela instituição e morre. Caso apareça algum herdeiro necessário desconhecido pelo testador, haverá um rompimento de todas as disposições testamentárias e 100% da herança irá para o herdeiro necessário. 
Diferença de rompimento e revogação: O rompimento só pode ser total e a revogação pode ser total ou parcial, é feita pelo próprio testador. O rompimento é feito pelo próprio Juiz e a revogação pelo testador. 
· Nulidade: 
Forma: Os requisitos formais do testamento não foram cumpridos. Ex: Número de testemunhas que deveriam ser apresentadas. O testamento nesse caso será NULO POR INTEIRO. 
Conteúdo: Ex: Deixo minha casa para Maria e meu carro para João e quando Daniel morre, descobre-se que a casa não dera dele e sim da mãe dele. Aqui nulifica apenas a cláusula viciada, ou seja, a da casa. 
· Anulabilidade: art 1909,parágrafo único
Vício de consentimento: Erro/ dolo/ coação
Prazo decadencial de 4 anos
Art. 1.909. São anuláveis as disposições testamentárias inquinadas de erro,dolo ou coação.
Parágrafo único. Extingue-se em quatro anos o direito de anular a disposição, contados de quando o interessado tiver conhecimento do vício.
Qualquer outro vício: Remissão ao art 1859 – Prazo
Prazo decadencial de 5 anos
Art. 1.859. Extingue-se em cinco anos o direito de impugnar a validade do testamento, contado o prazo da data do seu registro.
Prazo decadencial de 5 anos
· Caducidade: Não é eficaz, não irá produzir efeitos.
Ex: O bem pereceu. 
Ex: Se a pessoa beneficiada morrer antes do testador 
· Redução: 
O sujeito sabe que ele tem herdeiro necessário, mas ainda sim ele dispõe mais do que é permitido, atingido a legitima. 
DIREITO CIVIL, SUCESSÕES – Aula 02, 30/10/2018
LEGADO
Legado é a disposição de uma coisa certa, determinada, deixada em testamento, ou seja, o legatário sabe exatamente o que irá receber do autor da herança. 
Legado é quando uma pessoa deixa um bem específico para alguém e esse alguém sabe exatamente o que irá receber. Ex: “Deixo minha casa de praia em Cabo Frio para Thainá e, dessa maneira, ela saberá que essa casa será dela. Deixo meu carro ‘X’ (com todas as especificidades) para Laila”. É diferente da herança em que o herdeiro recebe uma parte de tudo (1/3 de tudo por exemplo), não há um bem específico. 
1. ESPÉCIES DE LEGADO 
1.1. LEGADO DE COISA – É quando se deixa um bem determinado para uma certa pessoa.
1.2. LEGADO DE CRÉDITO – Se o falecido tem um crédito a receber, pode ser feito um testamento deixando esse crédito para determinada pessoa.
1.3. LEGADO DE QUITAÇÃO DE DÍVIDA – É possível fazer um testamento dizendo que você estará quitando a dívida de determinada pessoa.
1.4. LEGADO DE ALIMENTOS – É possível deixar alimentos por um determinado prazo para uma pessoa específica, dentro daquele valor que foi separado para ele. 
1.5. LEGADO ALTERNATIVO – Pode ser deixado estabelecido alternativamente uma coisa ou outra. 
OBSERVAÇÃO! É possível deixar um bem incerto, por exemplo, “deixo um cavalo manga larga machador da minha criação para Dani”, mas nesse caso não se encaixará na modalidade de “legado” e a escolha, se não for determinado, será feita pelo credor, sendo que as demais regras seguirão as mesmas da ‘obrigação de dar coisa incerta’ (estudamos no 4° período).
· SONEGAÇÃO DE BENS 
É sabido que em vida os herdeiros podem receber uma parcela do patrimônio do autor da herança como doação. Ex: Se minha mãe quiser me doar uma casa hoje ela pode fazer isso. Há muita confusão em relação a isso, pois as pessoas acham que precisa da autorização dos demais herdeiros para o autor da herança fazer essa doação, mas na verdade não é necessário, os irmãos não precisam autorizar seus pais de fazer a doação de algum bem. Contudo, se o pai quiser vender um bem para o filho, é necessário da anuência dos outros filhos, sob pena desse negócio jurídico ser anulável. 
Isso acontece porque se a doação é feita em vida, isso é considerado adiantamento da legítima e quando o doador falecer esse herdeiro é obrigado a comunicar aos demais herdeiros sobre o recebimento desse bem. Se esse herdeiro que recebeu o bem em vida não comunicar após a abertura do inventário daquela pessoa que fez a doação, é considerado sonegação de bens. 
Se for colocado no testamento dizendo que tal “doação” se refere a sua parte disponível, NÃO será considerada sonegação de bens. Também poderá ser acrescida uma clausula no contrato de doação dizendo que tal bem compõe a herança disponível, deixando de configurar sonegação de bens. 
Suponhamos que ‘A’ tenha três filhos e fez um patrimônio de R$900 mil durante sua vida. Digamos que esse patrimônio de R$900 mil sejam três casas de R$300 mil cada uma. 
A
F1 F2 F3 
O ‘A’ pegou uma das casas no valor de R$300 mil e doou para o filho 3 e, dessa maneira, o patrimônio caiu de R$900 mil para R$600 mil. Nesse caso, o filho 3 tem a obrigação de informar que recebeu o adiantamento da legítima em vida no valor de R$300 mil quando ‘A’ morrer para que os R$600 mil sejam divididos somente entre os outros dois filhos e, dessa maneira, a divisão ficará exata, cada um com R$300 mil. 
A
F1 F2 F3 
R$300 R$300 R$ 300
Contudo, esse pai ‘A’ pode fazer um testamento dizendo que essa doação que ele fez para o filho 3 em vida está saindo de sua parte disponível, ou seja, faz parte dos 50% de sua herança que ele pode fazer o que quiser. Se ele fizer isso, muda toda a divisão acima, pois se está saindo da sua parte disponível, o filho 3 ficará com a casa que corresponde aos R$300 mil do patrimônio do de cujus e não será considerado adiantamento da legítima. Dessa forma, os R$600 mil restantes deverão ser divididos em três partes de R$200 entre os três filhos. 
A
F1 F2 F3 
R$200 R$200 R$ 500
Não precisa ser uma espécie específica de testamento para isso, pode ser no público ou no privado. Pode também ser colocada uma clausula no contrato de doação (somente se for feito em cartório, por conta da fé pública) dizendo que esse bem saiu da parte disponível e este documento poderá ser usado na hora da divisão como forma de comprovar. 
ATENÇÃO! A única coisa que não se pode cobrar é educação e saúde. Ex: “Ah o meu pai pagou para meu irmão uma faculdade de medicina e eu fiz faculdade federal e, por isso, mereço mais R$500 mil” ou “Meu pai gastou R$1 milhão com meu irmão por conta de uma cirurgia que foi necessária e ele não tinha plano de saúde, mereço receber R$1 milhão também”. Isso não existe, pois os valores gastos com educação e saúde dos herdeiros não poderão ser cobrados após a morte. 
1. DA SONEGAÇÃO 
Ocorre quando há a ocultação dolosa dos bens. Essa ocultação dolosa será em relação aos demais herdeiros e não em relação ao fisco. A penalidade do sonegador é a perda do direito ao bem sonegado. Para que isso ocorra, é indispensável o ajuizamento da ação de sonegação por dependência ao inventário, ou seja, a sonegação não será discutida no inventário.
2. LEGITIMADOS
2.1. LEGITIMADO ATIVO – Qualquer sucessor ou interessado. 
2.2. LEGITIMADO PASSIVO – Herdeiro que sonegou o bem.
3. RITO – É o rito comum ordinário. 
4. PRAZO – O prazo para ajuizamento é de 10 anos. Aqui entra a discussão de: 10 anos a contar de quando? Há duas correntes em que uma diz que contará da abertura da sucessão e outra diz que contará de quando um herdeiro tomar conhecimento da sonegação de outro herdeiro. A corrente mais técnica seria a corrente que leva mais tempo, pois se trata de um direito que a pessoa não tem conhecimento. Contudo, na prática, a corrente mais utilizada é a contada a partir da abertura da sucessão.
Na prática, se ainda não foi feita a partilha, deverá ser requerido ao juiz que este inclua aquele bem sonegado na partilha. Se a partilha já tiver sido feita, deverá ser requerida perante o juiz a sobrepartilha do bem sonegado. Se o bem já tiver sido vendido, o herdeiro sonegador ficará responsável pelo pagamento da cota devida a cada herdeiro. 
Se ao invés de aparecer um bem que foi sonegado aparecer um herdeiro que até então era desconhecido e, consequentemente, não tiver feito parte da divisão do monte, não será feita a sobrepartilha, mas sim uma petição de herança, para que haja uma nova divisão dos bens que compõem o monte. 
DESERDAÇÃO
A deserdação e a indignidade são muito semelhantes e seus efeitos práticos são praticamente os mesmos. Assim como na indignidade, na deserdação se o filho 3 foi deserdado, mas possui dois filhos, ou seja, netos de ‘A’, estes recebem por representação.
A
F1 F2 F3 
 N1 N2 
· NATUREZA JURÍDICA 
É uma causa de exclusão da herança, ou seja, o deserdado perde a herança, e também é uma pena civil. Assim como na indignidade, na deserdação o deserdado é considerado como se pré-morto fosse, razão pela qual os seus herdeiros poderão suceder por representação. 
ATENÇÃO! Assim como os pais deserdam os filhos, os filhos também podem deserdar seus pais, pois a deserdação é uma via de mão dupla, ouseja, assim como ascendente pode deserdar descendente, o descendente também pode deserdar os ascendentes.
· CAUSAS DE DESERDAÇÃO 
Inicialmente, o que gera indignidade também gera deserdação, previsto no art. 1.814 do Código Civil. Contudo, nem tudo que gera deserdação também gera indignidade. 
Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários:
I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente;
II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;
III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade.
Além dessas causas, os arts. 1.962 e 1.963 do Código Civil também preveem causas de deserdação:
Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos descendentes por seus ascendentes:
I - ofensa física;
II - injúria grave;
III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto;
IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade.
Art. 1.963. Além das causas enumeradas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos ascendentes pelos descendentes:
I - ofensa física;
II - injúria grave;
III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto, ou com o marido ou companheiro da filha ou o da neta;
IV - desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave enfermidade.
· DIFERENÇAS: DESERDAÇÃO X INDIGNIDADE 
A primeira diferença é quanto a posição cronológica, tendo em vista que a indignidade está prevista dentro da parte geral do direito sucessório, já a deserdação é um instituto característico da disposição testamentária.
A segunda diferença são as causas que geram um e geram outro: as causas que geram a indignidade estão previstas no art. 1.814 do Código Civil, enquanto as causas da deserdação além das previstas no art. 1.814 do Código Civil, estão previstas nos arts. 1.962 e 1.963 do Código Civil. 
A terceira diferença é que a indignidade não está atrelada somente aos herdeiros necessários, pois atinge herdeiros legítimos e testamentários. Já a deserdação atinge somente os herdeiros necessários, privando-os da legítima. 
A quarta diferença é que na indignidade não é necessário testamento, enquanto na deserdação é indispensável um testamento válido feito pelo ofendido, mencionando a causa da deserdação. 
A herança é um direito constitucional da pessoa resguardado previsto na própria Constituição em ter patrimônio daquela pessoa em que tem certo vínculo. Em razão de a sucessão ser tutelada pela própria Constituição, é óbvio que não basta só um testamento dizendo a causa para automaticamente a pessoa estar excluída da herança, mas isso significa somente um pressuposto para tanto. Nesse sentido, é necessário o ajuizamento de uma ação judicial para ser dado ao suposto ofensor a oportunidade de ter o contraditório e a ampla defesa, para que se defenda dessa suposta alegação. 
Suponhamos que um pai queira deserdar seu filho por agressão, mas tal agressão ocorreu somente por este filho ter tentado defender sua mãe que sofria agressões de seu pai. O ajuizamento dessa ação judicial é muito importante porque dá oportunidade a esse filho que está prestes a ser deserdado da herança se defender e provar que a agressão só ocorreu porque foi agir em legítima defesa de sua mãe que sofria agressões de seu pai. 
A quinta e última diferença é quanto ao prazo da deserdação e da indignidade que são iguais, mas começam a contar de datas diferentes. O prazo decadencial de 04 anos começa a contar do óbito na indignidade, enquanto na deserdação o prazo decadencial de 04 anos começa a contar da abertura do testamento (Art. 1.965, p.ú. do Código Civil). 
Art. 1.965. Ao herdeiro instituído, ou àquele a quem aproveite a deserdação, incumbe provar a veracidade da causa alegada pelo testador.
Parágrafo único. O direito de provar a causa da deserdação extingue-se no prazo de quatro anos, a contar da data da abertura do testamento.
DIREITO DE ACRESCER
Já vimos que não há direito de representação na sucessão testamentária, ou seja, se alguém dispor por testamento que deixa um carro para Giovanna e ela falece antes da abertura do testamento, os filhos de Giovanna não têm direito de representa-la para receber o carro, fazendo com que este bem volte para o monte e seja dividido entre os herdeiros legítimos do de cujus. 
Contudo, pode ser feita uma clausula de substituição no testamento, dispondo que em caso de falecimento da pessoa antes da abertura do testamento, há menção para que este bem vá para outra pessoa secundariamente. É importante frisar que caso Giovanna faleça depois do testador, seus herdeiros irão sucedê-la normalmente. 
Entretanto, pode acontecer de uma pessoa dispor em seu testamento “Deixo meu carro para Larissa e Lara”, mas Larissa falece antes do testador, permanecendo Lara viva. Nesse casso, isso é chamado de Direito de Acrescer, observando os seguintes requisitos:
· REQUISITOS (CUMULATIVOS)
1. PLURALIDADE DE SUCESSORES – É necessário que haja mais de um sucessor. 
2. TODOS BENEFICIADOS NO MESMO TESTAMENTO – É preciso que todos esses sucessores estejam no mesmo testamento, não pode estar em um testamento diverso. 
3. OS QUINHÕES DE CADA SUCESSOR NÃO PODEM ESTAR DETERMINADOS
Suponhamos que haja uma cláusula em um testamento que dispõe: “Deixo meu carro para João e Maria”. Se João morre, quando houver a morte do testador, Maria terá o direito de acrescer? Nesse casso, há pluralidade de sucessores, todos os beneficiados estão no mesmo testamento e também não foi dito quanto é de cada um, ou seja, o quinhão não estava determinado e, por isso, é possível dizer que haverá o direito de acrescer. Em razão disso, quando o testador falecer, se Maria ainda estiver viva, ficará com todo o carro para si. 
1ª CLAUSULA: CLAUSULA RE ET VERBIS (“MESMA COISA NA MESMA CLAUSULA”) – É a clausula testamentária onde o mesmo bem é disposto na mesma clausula para duas ou mais pessoas. Nessa clausula, quando se tratar de um legado (bem certo e determinado), haverá o direito de acrescer se o outro morrer. Contudo, quando se tratar de herança, nessa clausula também haverá direito de acrescer.
Havendo uma cláusula em um testamento que disponha: “Deixo ¼ da minha herança para João e Maria”. Teoricamente, há uma mesma fração, dentro da mesma clausula para duas ou mais pessoas beneficiadas, sem haver quinhão determinado. Nesse caso, se João morrer também haverá direito de acrescer.
2ª CLAUSULA: CLAUSULA RE TANTUM – Aqui temos a mesma coisa, mas em clausulas diferentes. Nesse caso, não pode ser dito que se trata de revogação, pois para ser revogação é necessário que esteja em testamento diferentes. Quando se tratar de legado, haverá o direito de acrescer. Contudo, nessa clausula, se tratando de herança não haverá o direito de acrescer. 
Suponhamos que no mesmo testamento haja uma clausula deixando um carro para João e lá embaixo haja outra clausula deixando um carro para Maria, ou seja, a mesma coisa em clausulas diferentes e, por isso, Maria não revogou João porque estão no mesmo testamento. Caso João morra, Maria terá direito de acrescer, pois foram preenchidos os requisitos necessários para tanto. Se fosse acrescido nas duas clausulas a fração de ¼ do carro para cada um, o quinhão de João seria diferente do quinhão de Maria e, dessa maneira, o terceiro requisito para ocorrer o direito de acrescer não teria sido cumprido. 
3ª CLAUSULA: CLAUSULA VERBIS TANTUM – É clausula que trata de coisas diferentes dentro da mesma clausula. Dessa forma, quando se tratar de legado, não há direito de acrescer. Ademais, quando se tratar de herança também não haverá direito de acrescer. 
Suponhamos que no testamento é colocado que um carro será deixado para João e uma moto para José, ou seja, coisas diferentes dentro da mesma clausula.Se João morre, José não tem direito de acrescer, pois está determinado o que é de cada um.
Contudo, se dispuser no testamento “Deixo ¼ da herança para João e ¼ para José” na mesma clausula, se João morrer, José também não tem o direito de acrescer, pois já foi determinado o quinhão de cada um, deixando de preencher os requisitos necessários do direito de acrescer. 
SUBSTITUIÇÃO
Nós temos a substituição vulgar e o instituto chamado de fideicomisso ou de substituição fideicomissária, previsto a partir do art. 1.947 do Código Civil. 
A substituição vulgar (comum) é que se pode dispor no testamento de um bem para uma pessoa e, caso ela morra, esse bem vai para outra pessoa há predeterminada. Exemplo: Deixo meu carro para Artur, mas se o Artur morrer, deixo meu carro para Yuri. 
A substituição fideicomissária é um instituto diferente em que são necessários os seguintes personagens: 
a) fideicomitente – aquele que vai dispor do bem, ou seja, nada mais é que o testador. 
b) fiduciário – é aquela pessoa que vai receber o bem sob uma condição resolutiva, ou seja, vai ficar com o bem até que ocorra um termo lá na frente e, quando essa condição ocorrer, essa pessoa entregará para o fideicomissário.
c) fideicomissário – é o destinatário final do bem, ou seja, aquela pessoa que ficará com o bem disposto no testamento. 
Na substituição fideicomissária, a regra é que o fideicomissário deva ser uma prole eventual, ou seja, alguém que sequer exista. Com a morte do fideicomitente, o bem passará ao fiduciário que ficará com ele sob uma condição resolutiva, qual seja, o nascimento do fideicomissário. A partir daí, o fiduciário deverá entregar a propriedade plena ao fideicomissário. 
Suponhamos que o fideicomitente dispõe da seguinte maneira: “Deixo meu carro para Yuri até que o filho da Ana Paula nasça.”, mas Ana Paula não tem filho e não está grávida. A lei diz que o fideicomissário é uma prole eventual, ou seja, se quer foi concebido, ainda não existe. Nesse caso, Yuri fica com o carro sob uma condição resolutiva, pois tem ciência de que o dia que o filho da Ana Paula nascer, ele precisa entregar o carro para ele. Se Ana Paula nunca tiver filho, o carro ficará com Yuri. 
Contudo, se com a morte do fideicomitente o fideicomissário já estiver vivo, transformará em usufruto, ou seja, o fiduciário ficará como usufrutuário do bem e o fideicomissário como nu-proprietário. Aplicando à hipótese acima, Yuri se tornaria usufrutuário do bem e somente após a sua morte o filho de Ana Paula se tornaria nu-proprietário. 
Se o filho da Ana Paula (nu-proprietário) falecer primeiro que o Yuri (usufrutuário), faz-se a sucessão normalmente com os herdeiros do nu-proprietário, Yuri continua com o usufruto e quando ele morrer os herdeiros do filho de Ana Paula ficarão com a propriedade plena que herdaram. 
ATENÇÃO! O usufruto não se passa por herança, mas a nua-propriedade SIM!
· Se quando do falecimento do fideicomitente o fideicomissário for um nascituro, ou seja, não é uma prole eventual porque já foi concebido, o que acontece com a substituição fideicomissária? 
1ª CORRENTE (MINORITÁRIA) – Entende que caduca o fideicomisso porque não há previsão legal. 
2ª CORRENTE (MAJORITÁRIA) – Tudo vai depender da teoria em que será aplicada. Se entender pela teoria natalista (teoria do código civil), é como se o filho não existisse e, por isso, quando filho nascer (com vida) ele ficará com a propriedade plena do bem. 
3ª CORRENTE (MAJORITÁRIA) – Se for adotada a teoria concepcionista (doutrinariamente é a que prevalece) a consequência será diferente, pois é como se o filho já estivesse vivo e quando a pessoa morrer o filho será nu proprietário e o outro usufrutuário.

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