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3 TAREFA 2.2 DISSERTAÇÃO Como é dividido o inquérito administrativo? Explique cada uma das fases. O Inquérito Administrativo é uma das formas de análise de atos para comprovação de atividade irregular do servidor. O Inquérito Administrativo é a segunda fase do processo administrativo disciplinar (PAD), conforme os termos do artigo 151, inciso II, da Lei 8112/1990. Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases: I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão; II - inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório; III - julgamento. O artigo 151 da Lei 8112/1990, fala das fases do Processo Administrativo Disciplinar, que são primeira fase: instauração, publicação e constituição da Comissão; segunda fase: inquérito administrativo, que engloba a instrução, defesa e relatório conclusivo da Comissão; terceira fase: Julgamento. O inquérito administrativo é dividido em três subfases, sendo, instrução, defesa e relatório. Assim falaremos explicando cada uma das subfases do inquérito administrativo. A subfase de Instrução é contemplada nos artigos 29 a 47 da Lei 9.784/1999, sendo a fase onde a Comissão já instituída, utiliza-se do princípio da oficialidade para dispor de todos os meios necessários e lícitos para elucidação dos fatos referentes ao processo. Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias. § 1o O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários à decisão do processo. § 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizar-se do modo menos oneroso para estes. Neste mesmo sentido podemos citar os Professores Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo: No âmbito dos processos administrativos, a instrução ocorre de ofício. Com efeito, por força do Princípio da Oficialidade, pode a administração, por iniciativa própria, determinar a realização de diligência, produzir provas ou determinar a sua produção, intimar os administrados a prestar depoimentos ou a apresentar documentos, solicitar pareceres, enfim, adotar todas as providências que se mostrem necessárias à adequada instrução do processo, visando a bem fundamentar a decisão que nele se proferirá. (ALEXANDRINO, Marcelo e PAULO, Vicente. 2013, p. 973.)[footnoteRef:1] [1: ALEXANDRINO, Marcelo e PAULO, Vicente. Direito Administrativo Descomplicado. São Paulo: Editora Método, 21º edição, 2013. ] Ao fim da instrução a Comissão apresenta o encerramento da instrução e a inocência ou a indiciação do servidor, conforme artigo 161 da Lei 8112/1990. A indiciação deve conter o nome do servidor, a tipificação dos fatos a ele imputado. A subfase de defesa acontece após a conclusão da instrução, onde ao fim comprovou-se a participação do servidor, que passa a ser chamado de indiciado. E é intimado para apresentar sua defesa em 10 dias, caso tenha mais de um indiciado o prazo dobra para 20 dias. Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será formulada a indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele imputados e das respectivas provas. § 1o O indiciado será citado por mandado expedido pelo presidente da comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição. § 2o Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e de 20 (vinte) dias. § 3o O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para diligências reputadas indispensáveis. § 4o No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia da citação, o prazo para defesa contar-se-á da data declarada, em termo próprio, pelo membro da comissão que fez a citação, com a assinatura de (2) duas testemunhas. O indiciado e seu Advogado devidamente constituído, tem acesso aos autos, para que o direito de defesa seja usufruído de forma ampla, garantindo assim os direitos Constitucionais garantidos ao indiciado. Assim decorrendo o prazo legal e o indiciado não apresente sua defesa, será nomeado um defensor dativo, para fazer a defesa, posto que ninguém pode ser condenado sem defesa. Somente após a apresentação da defesa de razões escritas é que fica encerrada esta parte da defesa. A última subfase é a do Relatório, onde a Comissão de posse do Processo Administrativo Disciplinar, com a instrução e defesa, restando por fim a elaboração da conclusão do PAD. Nesta fase as provas serão novamente examinadas e confrontadas com os argumentos da defesa e pelas provas produzidas pelo indiciado. A defesa pode pedir novas diligências, se estas forem indispensáveis para a comprovação dos fatos, desde que não seja mera protelação do indiciado. Após realizadas todas as diligências, a Comissão fará a análise de todos as provas e argumentos produzidos nos autos, visando esclarecer os fatos alegados no PAD. A Comissão constituída de seus membros e dirigida pelo Presidente, em conjunto, realizam a deliberação dos fatos, das provas e da defesa, com justiça, imparcialidade e seriedade. Conforme dispõe o artigo 165 da Lei 8112/1990. Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório minucioso, onde resumirá as peças principais dos autos e mencionará as provas em que se baseou para formar a sua convicção. § 1o O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor. § 2o Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão indicará o dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuantes. Ao fim a Comissão apresenta sua conclusão sobre o Inquérito Administrativo, concluindo pela inocência ou a responsabilidade do indiciado. Sendo o indiciado responsabilizado pelos atos praticados deverá constar no Relatório os dispositivos legais ao qual infringiu, proferindo a decisão quanto a pena a que deve o servidor se condenado. Em alguns casos a Comissão não tem esta competência, desta forma o relatório será encaminhado à autoridade competente para julgar o indiciado, conforme determina o artigo 47 e 49 da Lei 9784/1999 e artigo 166 da Lei 8112/1990. Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final elaborará relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta de decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade competente. Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada. Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da comissão, será remetido à autoridade que determinou a sua instauração, para julgamento. Após todos esses trâmites é findado o Inquérito Administrativo.
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