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Esp. Tássio Zuza Fundamentos Técnicos do Futsal 1 2 FUNDAMENTOS TIPOS CARACTERÍSTICAS CONTROLE DE CORPO Paradas bruscas, saídas rápidas, fintas, saltos, giros, corridas e deslocamentos Sem bola Defesa e Ataque CONTROLE DE BOLA Habilidades diversas (recepção e condução da bola) Com bola Ataque DRIBLE Parado, em velocidade e com mudanças de direção Com bola Ataque PASSES Curto, médio e longo rasteiro, meia-altura e parabólico Interna, externa, anterior, solado e dorso Lateral, diagonal e paralelo Coxa, peito, cabeça, calcanhar, ombro Com bola Ataque CHUTES Com o peito, bico do pé, parte interna e Externa; cabeceio. Com bola Ataque Fundamentos Técnicos do Futsal TABELA DE REFERÊNCIA 2 Fundamentos Técnicos do Futsal RECEPÇÃO - Conceitos É considerada como a ação de interromper ou interceptar a trajetória de uma bola passada ou arremessada (nesse caso, pelo goleiro). Entendida como sinônimo de domínio ou controle. Contudo, domínio ou controle são ações que ocorrem após a bola ser recebida pelo atleta. Após receber a bola, o mesmo deve mantê-la sob controle ou domínio (rasteiro ou alto), preparando-se para a próxima ação. Uma colocação correta dentro do campo/quadra de jogo facilita a chegada da bola. Quando se realiza uma boa recepção de bola, a velocidade do jogo é facilitada. 3 Fundamentos Técnicos do Futsal RECEPÇÃO - Conceitos A habilidade recepção pode ser classificada de acordo com a trajetória da bola ou quanto à ação de execução: 4 TRAJETÓRIA EXECUÇÃO (RECEPÇÃO) RASTEIRA Com os pés, faces interna, externa, solado, bico e peito do pé. MEIA-ALTURA Com os pés e a coxa, faces interna e externa. PARABÓLICA Com os pés, utilizando o dorso ou solado; com o peito, a coxa e a cabeça. ALTA Com a cabeça e o peito. Fundamentos Técnicos do Futsal RECEPÇÃO - Rasteira 5 Fundamentos Técnicos do Futsal RECEPÇÃO – Meia altura 6 Fundamentos Técnicos do Futsal RECEPÇÃO – Parabólica e alta 7 Fundamentos Técnicos do Futsal RECEPÇÃO - Pontos-chave Conhecimentos a serem construídos com quem aprende a RECEPCIONAR: Ensinar que se deve relaxar a parte do corpo que fará o contato com a bola; Ensinar que se deve manter a bola perto de si, para dar sequência ao jogo, seja passando, chutando, driblando, conduzindo; Ensinar que se deve adequar o corpo à trajetória da bola, isto é, não é adequado querer dominar com o peito uma bola que vem à meia-altura; Ensinar com bolas de diferentes pesos e tamanhos, de acordo com a possibilidade do aluno. 8 Fundamentos Técnicos do Futsal MARCAÇÃO - Conceitos Ação de impedir que o adversário receba a bola ou que o mesmo progrida pelo espaço de jogo quando de posse dela (a marcação deve ser efetuada tanto sobre um atleta que está sem a bola quanto sobre aquele que tem a mesma). Na ação de marcar individualmente, é importante que não se marque a bola após a ação de passe do oponente, e sim o seu deslocamento. 9 Fundamentos Técnicos do Futsal MARCAÇÃO - Pontos-chave Se entendida como um elemento da técnica individual do atleta, pode ser dividida em três estágios: Antecipação: é a ação exercida para chegarmos à bola antes do adversário; Aproximação: o atleta procura aproximar-se de seu oponente, buscando equilíbrio adequado para exercer a ação de abordagem; Abordagem: quando o atleta estiver em posição de equilíbrio, ele deve abordar o oponente buscando obter a posse de bola ou desequilibrando a ação do passe adversário. 10 Fundamentos Técnicos do Futsal MARCAÇÃO - Antecipação 11 Fundamentos Técnicos do Futsal MARCAÇÃO - Aproximação 12 Fundamentos Técnicos do Futsal MARCAÇÃO - Abordagem 13 Fundamentos Técnicos do Futsal CONDUÇÃO - Conceitos Ação de progredir com a bola, andando ou correndo, por todos os espaços da quadra de jogo. Propicia, durante o aprendizado, maior tempo de contato com a bola, facilita o controle e auxilia a realização do fundamento chute. Uma regra básica: a bola deve estar PRÓXIMA do condutor! Essa condução pode ser feita em linha reta, daí o nome de retilínea, em ziguezague e sinuosamente. Sugiro evitar o ensino da condução de bola com o solado do pé, a não ser quando a condução for de costas. As outras faces para se conduzir são interna, externa e o dorso. 14 Fundamentos Técnicos do Futsal CONDUÇÃO - Pontos-chave Algumas orientações para ensinar a CONDUZIR: Ensinar que bola é mais empurrada do que batida, isto é, toca-se levemente na bola e várias vezes; Ensinar que se deve manter a bola próxima ao corpo, que tem uma relação com a orientação anterior, a fim de que o adversário não a roube (proteger a bola do adversário). Ensinar que a bola fica à frente de quem conduz, daí evitar a condução de frente com o solado; Ensinar que se deve visualizar o espaço à frente, portanto deve-se levantar a cabeça; 15 Fundamentos Técnicos do Futsal CONDUÇÃO - Pontos-chave As duas últimas orientações (bola fica à frente de quem conduz e levantar a cabeça) permitirão o aluno dar sequência a outras ações, como o passe, o drible e o chute; Levar o aluno a conduzir a bola, num primeiro momento, com êxito absoluto. Para isso, utilizar bolas maiores ou mais pesadas ou que não saltem. Introduzir progressivamente outras bolas que exijam mais do aluno; Levar o aluno a conduzir a bola com diferentes faces do pé, de diferentes formas e em diferentes trajetórias. 16 Fundamentos Técnicos do Futsal CHUTE - Conceitos É a ação de impulsionar a bola com os pés visando a desviar ou dar trajetória à mesma, estando ela parada ou em movimento. O chute pode ser ofensivo, quando o objetivo é a meta adversária, ou defensivo, para impedir ações ofensivas do oponente. Possui grande semelhança com o fundamento passe, o que os diferencia é o objetivo e a força. Quanto aos defensivos, acontecerão, por evidência, quando do ensino da marcação e da antecipação. 17 Fundamentos Técnicos do Futsal CHUTE - Conceitos FATORES IMPORTANTES PARA A EXECUÇÃO CORRETA DO CHUTE: Autores relatam que, além do equilíbrio e da força, interferem no chute: o pé de apoio, que deve estar ao lado ou atrás da bola; o pé de chute, que quanto maior a superfície deste em contato com a bola, maior será a direção do chute; o posicionamento do tronco, que se inclinado para frente, tender-se a sair um chute com a trajetória da bola rasteira e, se inclinado para trás, tender-se a sair um chute com a trajetória da bola alta. 18 Fundamentos Técnicos do Futsal CHUTE - Conceitos Da minha parte, penso que o professor que ensina um aprendiz a chutar não deve se preocupar com isso, pois se o aprendiz estiver com as habilidades básicas constituídas (locomoção, manipulação e estabilidade), não haverá maiores dificuldades para chutar. Quando digo que os professores não precisam se preocupar com a técnica ideal do chute, não digo que ela não esteja correta. Apenas ratifico a minha posição de que essas coisas, se colocadas em aula com iniciantes, mais atrapalham do que ajudam. 19 Fundamentos Técnicos do Futsal CHUTE - Conceitos As possíveis trajetórias de chute? Rasteiro: chuta-se em cima da bola Meia-altura: chuta-se no meio da bola Alto: chuta-se embaixo da bola Os tipos, as maneiras de chutar? Simples: anterior (bico), dorso (peito), face interna e face externa. De bate-pronto ou semi-voleio: dorso, face interna, face externa; De voleio ou bicicleta: dorso dos pés ou face interna; Por cobertura: ântero-superior do pé. 20 Fundamentos Técnicos do Futsal CHUTE – Simples: bico 21 Fundamentos Técnicos do Futsal CHUTE – Bate-pronto: dorso 22 Fundamentos Técnicos do Futsal CHUTE – Voleio ou bicicleta: dorso 23 Fundamentos Técnicos do Futsal CHUTE - Pontos-chave Orientações pertinentes para ensinar a chutar: Colocar a bola à frente de si; Levantar a cabeça, a fim de visualizar a meta e o goleiro; A partir de alguns chutes, passar a avaliar o goleiro; Diagnosticar o que ocasiona a trajetória imprecisa do chute e isso tem a ver, como foi visto, com o lugar que se bate na bola; Levar o aprendiz a chutar com ambos os pés; Levar o aprendiz a chutara bola parada, quicando e em movimento; 24 Fundamentos Técnicos do Futsal CHUTE - Pontos-chave Levar o aprendiz a chutar de distâncias diferentes: perto, meia-distância, longe e, por consequência, com diferentes intensidades de força; Levar o aprendiz a chutar após um passe, um domínio, um drible, uma condução; Oportunizar a todos os aprendizes, durante os jogos coletivos, bater um pênalti, ou uma falta de tiro livre direto sem formação de barreira, ou, em um tiro livre com barreira, após o primeiro toque. 25 Fundamentos Técnicos do Futsal PASSE - Conceitos É a ação de enviar a bola diretamente a um companheiro ou a algum espaço dentro da quadra de jogo. Pode ser considerado o fundamento mais importante do jogo. Pois, além de agilizar o mesmo, é a forma mais rápida e eficaz de chegar ao gol adversário, pois possibilita ações em conjunto e a progressão das jogadas. Ao errarmos um passe, entregaremos a bola ao adversário e, consequentemente, perderemos o controle do jogo, minimizando as chances de criarmos ações ofensivas. 26 Fundamentos Técnicos do Futsal PASSE - Conceitos O passe só acontece quando há duas pessoas, portanto, passa-se quando um alguém envia a bola para um outro alguém. Em geral passa-se a bola com os pés, mas também pode sair um passe com a cabeça, com o peito, a coxa, o ombro. Apresentarei uma classificação que permeia grande parte dos livros de futsal de autores brasileiros, a qual classifica o passe classificado quanto à distância, à trajetória (altura), à execução (parte do corpo), ao espaço de jogo (quadra) e a habilidade. 27 Fundamentos Técnicos do Futsal PASSE - Conceitos 28 CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE PASSES (LUCENA, 2001) DISTÂNCIA Curto (até 4 metros). Médio (de 4 a 10 metros) e longo (acima de 10 metros). TRAJETÓRIA Rasteiro, meia-altura, parabólico e alto. EXECUÇÃO Interna, externa, anterior (bico), solado e dorso. ESPAÇO DE JOGO Lateral, diagonal e paralelo. PASSES DE HABILIDADE Coxa, peito, cabeça, calcanhar, ombro, cavado. Fundamentos Técnicos do Futsal PASSE - Pontos-chave Quando se quer um passe com a trajetória rasteira, deve-se ensinar a bater em cima da bola; quando se quer alto, embaixo da bola e quando se quer meia-altura, no meio da bola. Para ensinar a passar, algumas dicas: Orientar o aprendiz a olhar para quem ou onde se quer passar; Imprimir à bola uma força adequada; Se o objetivo for ensinar o passe com a lateral interna do pé ou o passe parabólico, orientar, quando a atividade for com a bola parada, a direcionar a ponta do pé de apoio para onde se passará. Com a bola em movimento, isto não é possível; 29 Fundamentos Técnicos do Futsal PASSE - Pontos-chave Utilizar diferentes faces do pé e do corpo; Passar de diferentes distâncias; Passar dando à bola trajetórias distintas; Introduzir o conceito de que o passe permite que todos participem do jogo; 30 Fundamentos Técnicos do Futsal PASSE - Conceitos Alguns aspectos devem ser considerados para a execução correta de um passe: Cabeça erguida; Braços ligeiramente afastados (auxilia o equilíbrio); Equilíbrio; Pé de apoio próximo à bola e lateralmente; Intenção ao tocar na bola (objetivo); Força (para a bola percorrer a distância objetivada). 31 Fundamentos Técnicos do Futsal PASSE - Ilustração 32 Fundamentos Técnicos do Futsal CABECEIO - Conceitos A exemplo do chute, o cabeceio pode ser ofensivo e defensivo. Quem cabeceia o faz para marcar um gol, para defender a sua equipe ou para passar a bola para um companheiro de equipe. Portanto, quem ensina a cabecear deve prever as três situações, entretanto, mais as de ataque - cabecear contra a meta e cabecear para alguém. A exemplo do chute e do passe, o cabeceio pode ter diferentes trajetórias, isto é, pode ser em linha reta, para o alto ou em direção ao chão. 33 Fundamentos Técnicos do Futsal CABECEIO - Conceitos O local onde se toca na bola determinará as diferentes trajetórias: cabeceou-se no meio da bola, ela sai em linha reta, cabeceou-se embaixo da bola, ela vai para o alto, cabeceou-se em cima, ela desce. Quem cabeceia pode estar parado ou em movimento. Neste caso, correndo, saltando, se lançando ao chão - aí se diz que, a exemplo do que acontece no voleibol, houve um mergulho (peixinho). 34 Fundamentos Técnicos do Futsal CABECEIO - Pontos-chave O básico para ensinar o cabeceio é o seguinte: Orientar o aluno a acompanhar a trajetória da bola; Orientar o aluno a ir ao encontro da bola; Orientar o aluno a a tocar a bola com a testa; Orientar o aluno a manter os olhos abertos; 35 Fundamentos Técnicos do Futsal DRIBLE - Conceitos É uma ação individual com a bola, visando a ludibriar um oponente, tentando ultrapassá-lo. O drible é feito com posse de bola (não confundir com finta que é realizada sem a bola). Quem dribla, procura, com bola, passar por um adversário. Esse "passar pelo adversário" exigirá, algumas vezes, velocidade, outras apenas mudança de direção, outras, criatividade, ginga e outras ainda, todas estas coisas simultaneamente. Entretanto, uma coisa é certa: o que dificulta a habilidade de marcar é a perda do equilíbrio. 36 Fundamentos Técnicos do Futsal DRIBLE - Conceitos O drible exige do praticante: Velocidade de execução; Noção de espaço; Bom domínio de bola (próxima aos pés); Agilidade nos movimentos; Criatividade; Coordenação espacial (com a bola) e equilíbrio. 37 Fundamentos Técnicos do Futsal DRIBLE - Classificação Em relação ao objetivo: Ofensivo: tem como objetivo chegar à meta adversária; Defensivo: manter a posse de bola com a intenção de oferecer proteção defensiva. Em relação à execução (tanto em uma trajetória retilínea quanto sinuosa): Com os pés: parado ou em deslocamento (pode ser executado com ou sem bola); Com o corpo: parado ou em deslocamento. 38 Fundamentos Técnicos do Futsal DRIBLE - Pontos-chave Algumas orientações básicas acompanham o ensino do drible: Orientar o aluno a driblar em velocidade, curto, imprimindo à bola mudanças de direção, utilizando gingas, tentando coisas novas; Criar um clima onde tudo é válido (improviso); Orientar o aluno a não ter medo de driblar; Orientar o aluno a evitar o drible quando está sem cobertura (isto mais para frente, junto com os conceitos táticos). 39 Fundamentos Técnicos do Futsal FINTA - Conceitos FINTA: (desmarcação, balanço, gato, vai e vem, “vezinho”, pique falso), ao contrário do drible, é realizada sem bola. Ainda que quem finta esteja sem bola, o faz com o objetivo de obtê-la. Relevante no ensino da finta: Quem finta deve aprender a passar da linha do marcador, ou seja, deve fugir do seu campo visual. Essa atitude, além de desequilibrar quem marca, dificultará ao mesmo controlar a bola e quem se desmarca. 40 Fundamentos Técnicos do Futsal FINTA e DRIBLE - Imagens 41
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