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11ª. AULA – HISTÓRIA DO PENSAMENTO FILOSÓFICO ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena P. Filosofando: Introdução à Filosofia. 3ª. Ed.. São Paulo: Moderna, 2003. A TEORIA DO CONHECIMENTO NA IDADE MÉDIA TEXTO: TEORIA DO CONHECIMENTO 1. A patrística No período da decadência do Império Romano, quando o cristianismo se expande, surge a partir do século II a filosofia doa Padres da Igreja, conhecida também como patrística. No esforço de converter os pagãos, combater as heresias e justificar a fé desenvolvem a apologética, elaborando textos de defesa do cristianismo. Começa aí uma longa aliança entre fé e razão que se estende por toda a Idade Média e em que a razão é considerada auxiliar da fé e a ela subordinada. Daí a expressão agostiniana “Credo ut intelligam” que significa “Creio para que possa entender”. Os padres recorrem inicialmente à filosofia platônica e realizam uma grande síntese com a doutrina cristã, mediante adaptações consideradas necessárias. O principal nome da patrística é Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona, cidade do norte da África. Agostinho a dicotomia platônica referente ao mundo sensível e ao mundo das idéias e substitui esse último pelas idéias divinas. Segundo a teoria da iluminação, o homem recebe de Deus o conhecimento das verdades eternas: tal como o sol, Deus ilumina a razão e torna possível o pensar correto. Santo Agostinho viveu no final da Antiguidade; logo depois Roma cai nas mãos dos bárbaros, tendo início o longo período da Idade Média. Na primeira metade, conhecida como Alta Idade Média, continua sendo enorme a influência dos Padres da Igreja, e vários pensadores de saber enciclopédico retomam a cultura antiga, continuando o trabalho de adequação às verdades teológicas. 2. A escolástica ( doutrinas teológico-filosóficas dominantes na Idade Média caracterizadas sobretudo pelo problema da relação entre a fé e a razão) A escolástica é a filosofia cristã que se desenvolve desde o século IX, tem o seu apogeu no século XIII e começo do século XIV, quando entra em decadência. Continua a aliança entre razão e fé, aquela sempre considerada a “serva da teologia”. A partir do século XI, com o renascimento urbano, começam a surgir ameaças de ruptura da unidade da Igreja, e as heresias anunciam o novo tempo de contestação e debates em que a razão busca sua autonomia. Inúmeras universidades aparecem por toda a Europa e são indicativas do gosto pelo racional, tornando-se focos por excelência de fermentação intelectual. Durante muito tempo predomina na Idade Média a infl8uência da filosofia de Platão considerada mais adaptável aos ideais cristãos. O pensamento de Aristóteles era visto com desconfiança, ainda mais pelo fato de os árabes terem feito interpretações tidas como perigosas para a fé. A partir do século XIII, Santo Tomás utiliza as traduções feitas diretamente do grego e faz a síntese mais fecunda da escolástica, e que será conhecida como filosofia aristotélico-tomista. Daí para frente a influência de Aristóteles se fará sentir de maneira forte.
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