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OBJETIVOS: _ REVISAR A FISIOLOGIA DO PÂNCREAS ENDÓCRINO E A FUNÇÃO DA 
INSULINA. 
_COMPREENDER A FISIOPATOLOGIA DO DIABETES, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO. 
_ DIFERENCIAR OS TIPO DE DIABETES, RELAÇÃO DE CAUSA, EPIDEMIOLOGIA E 
TRATAMENTO EM CADA UM DOS CASOS. 
FISIOLOGIA DO PÂNCREAS 
O pâncreas, além de suas funções digestivas, 
secreta dois hormônios importantes, insulina e 
glucagon, cruciais para a regulação normal do 
metabolismo da glicose, dos lipídios e das 
proteínas. 
O pâncreas é formado por dois tipos principais 
de tecido: os ácinos, que secretam o suco 
digestivo no duodeno; e as ilhotas de 
Langerhans, que secretam insulina e 
glucagon diretamente no sangue. 
O pâncreas humano tem entre 1 e 2 milhões 
de ilhotas de Langerhans. Cada ilhota tem 
cerca de 0,3 milímetro de diâmetro e se 
organiza em torno de pequenos capilares, nos 
quais suas células secretam seus hormônios. 
As ilhotas contêm três tipos celulares 
principais, as células alfa, beta e delta, 
distinguidas entre si, devido às suas 
características morfológicas e de coloração. 
 
Anatomia fisiológica de uma ilhota de Langerhans no 
pâncreas 
As células beta, que estão presentes em 
maior quantidade, são encontradas no centro 
de cada ilhota e secretam insulina e amilina, 
hormônio que é, com frequência, secretado 
em paralelo com a insulina, porém sua função 
ainda não é esclarecida. 
As células alfa, em torno de 25% do total, 
secretam glucagon. E as células delta, cerca 
de 10% do total, secretam somatostatina. 
Além disso, pelo menos outro tipo celular, a 
célula PP, está presente em pequena 
quantidade nas ilhotas e secreta hormônio de 
função incerta, chamado polipeptídeo 
pancreático. 
As inter-relações estreitas entre esses tipos 
celulares nas ilhotas de Langerhans 
possibilitam a comunicação intercelular e o 
controle direto da secreção de alguns dos 
hormônios por outros hormônios. Por 
exemplo, a insulina inibe a secreção de 
glucagon, a amilina inibe a secreção de 
insulina, e a somatostatina inibe a secreção 
tanto de insulina como de glucagon. 
AÇÃO DA INSULINA 
A insulina é um hormônio produzido pelo 
pâncreas, e tem como função metabolizar a 
glicose para produção de energia. Ela atua 
como uma "chave", abrindo as "fechaduras" 
das células do corpo, para que a glicose entre 
e seja usada para gerar energia. 
A secreção de insulina está associada à 
abundância de energia, ou seja, quando existe 
grande abundância de alimentos muito 
energéticos na dieta a secreção aumenta. 
Por sua vez, a insulina desempenha um papel 
importante no armazenamento do excesso de 
energia. 
No caso de excesso de carboidratos, a 
insulina faz com que eles sejam armazenados 
sob a forma de glicogênio, principalmente no 
fígado e nos músculos. Além disso, todo o 
excesso de carboidrato que não pode ser 
armazenado na forma de glicogênio é 
convertido sob o estímulo da insulina em 
gordura, sendo armazenado no tecido 
adiposo. 
No caso das proteínas, a insulina exerce efeito 
direto na promoção da captação de 
aminoácidos pelas células e na sua conversão 
em proteína. Além disso, ela inibe o 
catabolismo das proteínas que já se 
encontram nas células. 
Para começar a exercer seus efeitos nas 
células-alvo, a insulina, em primeiro lugar, 
liga-se e ativa um receptor proteico de 
membrana, esse receptor ativado que causa 
os efeitos subsequentes. 
O receptor de insulina é a combinação de 
quatro subunidades que se mantêm unidas 
por meio de ligações dissulfeto: duas 
subunidades alfa, que se situam inteiramente 
do lado externo da membrana celular e duas 
subunidades beta, que penetram através da 
membrana, projetando-se no citoplasma 
celular. 
A insulina se acopla às subunidades alfa do 
lado externo da célula, mas, devido às 
ligações com as subunidades beta, as 
porções das subunidades beta que se 
projetam para o interior da célula são 
autofosforiladas. Assim, o receptor de insulina 
é exemplo de um receptor ligado à enzima. 
A autofosforilação das subunidades beta do 
receptor ativa uma tirosina cinase local, que, 
por sua vez, causa fosforilação de diversas 
outras enzimas intracelulares, inclusive do 
grupo chamado substratos do receptor de 
insulina (IRS). Tipos diferentes de IRS (p. ex., 
IRS-1, IRS-2 e IRS-3) são expressos nos 
diferentes tecidos. O efeito global é a ativação 
de algumas enzimas e, ao mesmo tempo, a 
inativação de outras. 
Dessa maneira, a insulina dirige a maquinaria 
metabólica intracelular, de modo a produzir os 
efeitos desejados no metabolismo de 
carboidratos, lipídios e proteínas. Os 
principais efeitos finais da estimulação da 
insulina são os seguintes: 
1. Quando a insulina se acopla a seus 
receptores de membrana, as 
membranas das células do organismo 
aumentam acentuadamente sua 
captação de glicose. Isso ocorre, de 
modo especial, nas células musculares 
e adiposas, mas não na maioria dos 
neurônios do encéfalo. A glicose 
transportada para as células é 
imediatamente fosforilada e se 
transforma em substrato para todas as 
funções metabólicas usuais dos 
carboidratos. 
2. A membrana celular fica mais 
permeável a muitos dos aminoácidos, a 
íons potássio e fosfato. 
3. Efeitos ainda mais lentos continuam a 
ocorrer horas e até mesmo dias depois. 
Eles resultam da variação da 
velocidade de tradução dos RNAs 
mensageiros nos ribossomos, para 
formar novas proteínas e de efeitos 
ainda mais lentos devido à variação da 
transcrição do DNA no núcleo celular. 
Dessa maneira, a insulina remodela 
muito da maquinaria enzimática celular 
até atingir alguns dos seus efeitos 
metabólicos. 
 
EFEITOS DA INSULINA NO METABOLISMO DOS 
CARBOIDRATOS 
Durante grande parte do dia, o tecido 
muscular depende não somente da glicose 
como fonte de energia, mas também dos 
ácidos graxos. O principal motivo dessa 
dependência de ácidos graxos consiste no 
fato de que a membrana muscular em repouso 
só é ligeiramente permeável à glicose, exceto 
quando a fibra muscular é estimulada pela 
insulina; entre as refeições, a quantidade de 
insulina secretada é insuficiente para 
promover a entrada de quantidades 
significativas de glicose nas células 
musculares. Entretanto, sob duas condições 
os músculos utilizam grande quantidade de 
glicose. Uma delas é durante a realização de 
exercícios moderados ou intensos. Essa 
utilização de glicose não precisa de grande 
quantidade de insulina, porque a contração 
muscular aumenta a translocação da 
molécula transportadora de glicose 4 (GLUT 
4) dos depósitos intracelulares para a 
membrana celular, o que, por sua vez, facilita 
a difusão da glicose na célula. A segunda 
condição para a utilização muscular de grande 
quantidade de glicose ocorre nas poucas 
horas seguintes à refeição. Nesse período, a 
concentração de glicose no sangue fica 
bastante elevada, e o pâncreas está 
secretando grande quantidade de insulina. 
Essa insulina adicional provoca transporte 
rápido da glicose para as células musculares. 
Por isso, nesse período, a célula muscular 
utiliza a glicose preferencialmente aos ácidos 
graxos, como discutiremos adiante. 
ARMAZENAMENTO DE GLICOGÊNIO MUSCULAR 
Se os músculos não estiverem se exercitando 
depois da refeição e, ainda assim, a glicose for 
transportada abundantemente para as células 
musculares, então a maior parte da glicose é 
armazenada sob a forma de glicogênio 
muscular, em vez de ser utilizada como 
energia. 
O glicogênio pode ser utilizado depois como 
energia pelo músculo. O glicogênio é 
especialmente útil durante períodos curtos de 
uso energético extremo pelos músculos e, até 
mesmo, para fornecer picos de energia 
anaeróbica durante alguns minutos, por meio 
da conversão glicolítica do glicogênio em 
ácido lático, o que pode ocorrer até mesmo na 
ausência de oxigênio. 
Um dos mais importantes de todos os efeitos 
da insulina é fazer com quea maioria da 
glicose absorvida após uma refeição seja 
armazenada rapidamente no fígado sob a 
forma de glicogênio. Então, entre as refeições, 
quando o alimento não está disponível e a 
concentração de glicose sanguínea começa a 
cair, a secreção de insulina diminui 
rapidamente, e o glicogênio hepático é de 
novo convertido em glicose, que é liberada de 
volta ao sangue, para impedir que a 
concentração de glicose caia a níveis muito 
baixos. 
Quando o nível da glicose no sangue começa 
a baixar entre as refeições, ocorrem diversos 
eventos que fazem com que o fígado libere 
glicose de volta para o sangue circulante: 
1. A redução da glicose sanguínea faz com 
que o pâncreas reduza sua secreção de 
insulina. 
2. A ausência de insulina, então, reverte todos 
os efeitos relacionados anteriormente para o 
armazenamento de glicogênio, 
interrompendo, essencialmente, a 
continuação da síntese de glicogênio no 
fígado e impedindo a captação adicional da 
glicose do sangue pelo fígado. 
3. A ausência de insulina (com o aumento do 
glucagon, a ser discutido adiante) ativa a 
enzima fosforilase, que causa a clivagem do 
glicogênio em glicose fosfato. 
4. A enzima glicose fosfatase, inibida pela 
insulina, é então ativada pela ausência de 
insulina e faz com que o radical fosfato seja 
retirado da glicose; isso possibilita a difusão 
de glicose livre de volta para o sangue. 
Assim, o fígado remove a glicose do sangue, 
quando ela está presente em quantidade 
excessiva após uma refeição, e a devolve 
para o sangue, quando a concentração da 
glicose sanguínea diminui entre as refeições. 
Em geral, cerca de 60% da glicose da refeição 
é armazenada, dessa maneira, no fígado e, 
então, retorna posteriormente para a corrente 
sanguínea. 
Quando a quantidade de glicose, que penetra 
as células hepáticas é maior do que a que 
pode ser armazenada sob a forma de 
glicogênio ou do que pode ser utilizada para o 
metabolismo local dos hepatócitos, a insulina 
promove a conversão de todo esse excesso 
de glicose em ácidos graxos. 
Esses ácidos graxos são subsequentemente 
empacotados sob a forma de triglicerídeos em 
lipoproteínas de densidade muito baixa e, 
dessa forma, transportados pelo sangue para 
o tecido adiposo, onde são depositados como 
gordura. 
EFEITOS DA INSULINA NO METABOLISMO DAS 
GORDURAS 
Apesar de os efeitos da insulina no 
metabolismo das gorduras não serem tão 
visíveis como os efeitos agudos no 
metabolismo dos carboidratos, eles 
apresentam, em longo prazo, importância 
equivalente. O efeito em longo prazo da falta 
de insulina é, especialmente, dramático 
porque provoca aterosclerose extrema, 
muitas vezes levando a ataques cardíacos, 
acidentes vasculares cerebrais e a outros 
acidentes vasculares. 
Em primeiro lugar, a insulina aumenta a 
utilização da glicose pela maioria dos tecidos 
do corpo, o que automaticamente reduz a 
utilização da gordura, funcionando assim 
como um poupador de gordura. Entretanto, a 
insulina também promove a síntese de ácidos 
graxos. 
Isso é de modo especial verdadeiro quando 
ocorre ingestão de mais carboidratos do que é 
possível usar imediatamente como energia, 
fornecendo, assim, o substrato necessário 
para a síntese de gordura. Quase toda essa 
síntese ocorre nas células hepáticas, e os 
ácidos graxos são, então, transportados do 
fígado pelas lipoproteínas plasmáticas para 
serem armazenados nas células adiposas. Os 
diferentes fatores, que levam ao aumento da 
síntese dos ácidos graxos pelo fígado, 
incluem os seguintes: 
1. A insulina aumenta o transporte da 
glicose para as células hepáticas. 
Depois que a concentração de 
glicogênio no fígado atinge 5% a 6%, 
esse nível, por si só, inibe a síntese 
posterior de glicogênio. A partir daí, toda 
a glicose adicional que penetra as 
células hepáticas fica disponível sob a 
forma de gordura. 
2. O ciclo do ácido cítrico produz excesso 
de íons citrato e de íons isocitrato, 
quando quantidades excessivas de 
glicose estão sendo utilizadas como 
fonte de energia. Esses íons, então, 
apresentam efeito direto na ativação da 
acetil-CoA carboxilase, a enzima 
necessária para realizar a carboxilação 
da acetil-CoA, de modo a formar malonil-
CoA, o primeiro estágio da síntese dos 
ácidos graxos. 
3. A maior parte dos ácidos graxos é, 
então, sintetizada no interior do fígado e 
utilizada para formar triglicerídeos, que é 
a forma usual de armazenamento da 
gordura. Eles são liberados das células 
hepáticas para o sangue nas 
lipoproteínas. A insulina ativa a 
lipoproteína lipase nas paredes dos 
capilares do tecido adiposo, que quebra 
os triglicerídeos, formando outra vez 
ácidos graxos, requisito para que 
possam ser absorvidos pelas células 
adiposas, onde voltam a ser convertidos 
em triglicerídeos e armazenados. 
O PAPEL DA INSULINA NO ARMAZENAMENTO DE 
GORDURA NAS CÉLULAS ADIPOSAS 
A insulina tem dois outros efeitos essenciais 
que são requeridos para o armazenamento de 
gordura nas células adiposas: 
1. A insulina inibe a ação da lipase hormônio-
sensível. A lipase é a enzima que provoca a 
hidrólise dos triglicerídeos previamente 
armazenados nas células adiposas. 
Consequentemente, a liberação dos ácidos 
graxos do tecido adiposo para o sangue 
circulante é inibida. 
2. A insulina promove o transporte da glicose 
através da membrana celular para o interior 
das células adiposas, do mesmo modo como 
promove o transporte da glicose para as 
células musculares. Parte dessa glicose é, 
então, utilizada para sintetizar quantidades 
mínimas de ácidos graxos, porém o mais 
importante é que ela também forma grande 
quantidade de aglicerol fosfato. Essa 
substância produz o glicerol que se associa 
aos ácidos graxos para formar os 
triglicerídeos, que são a forma de 
armazenamento da gordura nas células 
adiposas. Por conseguinte, quando a insulina 
não está disponível, até mesmo as reservas 
de grandes quantidades de ácidos graxos 
transportados do fígado nas lipoproteínas são 
praticamente bloqueadas. 
A DEFICIÊNCIA DE INSULINA AUMENTA O USO DA 
GORDURA COMO FONTE DE ENERGIA 
Todos os aspectos da lipólise e de seu uso 
como fonte de energia ficam muito 
aumentados na ausência de insulina. Essa 
potencialização ocorre, mesmo normalmente 
entre as refeições, quando a secreção de 
insulina é mínima, mas é extrema nos doentes 
com diabetes melito, quando a secreção de 
insulina é quase zero. Os efeitos resultantes 
são descritos nas seguintes seções. 
Na ausência de insulina, todos os efeitos da 
insulina, observados antes que causem o 
armazenamento das gorduras, são revertidos. 
O efeito mais importante é que a enzima 
lipase hormônio-sensível nas células 
adiposas fica intensamente ativada. Isso leva 
à hidrólise dos triglicerídeos armazenados, 
liberando grande quantidade de ácidos graxos 
e de glicerol no sangue circulante. 
Consequentemente, a concentração 
plasmática dos ácidos graxos livres começa a 
aumentar dentro de minutos. Esses ácidos 
graxos passam a ser o principal substrato de 
energia utilizado, essencialmente, por todos 
os tecidos do organismo, com exceção do 
cérebro. 
O excesso de ácidos graxos no plasma, 
associado à deficiência de insulina, também 
promove a conversão hepática de alguns 
ácidos graxos em fosfolipídios e colesterol, 
dois dos principais produtos do metabolismo 
da gordura. Essas duas substâncias, junto 
com o excesso de triglicerídeos formado ao 
mesmo tempo no fígado, são, então, liberadas 
para o sangue nas lipoproteínas. 
Ocasionalmente, as lipoproteínas plasmáticas 
chegam a aumentar em até três vezes na 
ausência de insulina, fazendo com que a 
concentração total de lipídios plasmáticos 
fique maior que a porcentagem normal de 
0,6%. Essa elevada concentração de lipídios 
— especialmente a elevada concentração de 
colesterol — promove o desenvolvimento da 
aterosclerosenas pessoas portadoras de 
diabetes grave. 
A ausência de insulina também forma 
quantidades excessivas de ácido acetoacético 
nas células hepáticas, em consequência do 
seguinte efeito: na ausência de insulina, mas, 
na presença de grande quantidade de ácidos 
graxos nas células hepáticas, o mecanismo de 
transporte da carnitina, para levar os ácidos 
graxos para as mitocôndrias, fica cada vez 
mais ativado. 
Nas mitocôndrias, a betaoxidação dos ácidos 
graxos ocorre rapidamente, liberando 
quantidades extremas de acetil-CoA. Grande 
parte desse excesso de acetil-CoA é, então, 
condensada, de modo a formar o ácido 
acetoacético que é liberado no sangue 
circulante. 
A maior parte do ácido acetoacético passa 
para as células periféricas, onde é novamente 
convertido em acetil-CoA e utilizado como 
energia na forma usual. Ao mesmo tempo, a 
ausência de insulina também deprime a 
utilização de ácido acetoacético nos tecidos 
periféricos. Assim, tanto ácido acetoacético é 
liberado pelo fígado que não pode ser 
metabolizado pelos tecidos. Parte do ácido 
acetoacético também é convertida em ácido b-
hidroxibutírico e acetona. Essas duas 
substâncias, junto com o ácido acetoacético, 
são chamadas corpos cetônicos, e sua 
presença, em grande quantidade nos líquidos 
do corpo, é chamada cetose. 
O EFEITO DA INSULINA NO METABOLISMO DAS 
PROTEÍNAS E NO CRESCIMENTO 
A Insulina promove a Síntese e o 
Armazenamento de Proteínas. Durante as 
poucas horas depois da refeição, quando 
existem quantidades excessivas de nutrientes 
no sangue circulante, proteínas, carboidratos 
e gorduras são armazenados nos tecido. 
Há necessidade de insulina para que esse 
armazenamento ocorra. O modo pelo qual a 
insulina realiza o armazenamento de 
proteínas não é tão bem compreendido como 
os mecanismos do armazenamento da glicose 
e das gorduras. 
1. A insulina estimula o transporte de muitos 
dos aminoácidos para as células. Entre os 
aminoácidos mais intensamente 
transportados, encontram-se valina, leucina, 
isoleucina, tirosina e fenilalanina. Assim, a 
insulina divide com o hormônio do 
crescimento a capacidade de aumentar a 
captação de aminoácidos nas células. 
2. A insulina aumenta os processos de 
tradução do RNA mensageiro, formando, 
dessa maneira, novas proteínas. De algum 
modo ainda inexplicado, a insulina aciona a 
maquinaria ribossômica. Na ausência de 
insulina, os ribossomos simplesmente param 
de trabalhar, como se a insulina, na prática, 
acionasse o seu mecanismo de “ligar e 
desligar”. 
3. Em intervalo maior de tempo, a insulina 
também aumenta a transcrição de sequências 
genéticas selecionadas de DNA no núcleo 
celular, formando, assim, quantidade 
aumentada de RNA e síntese ainda maior de 
proteínas — promovendo, especialmente, 
grande conjunto de enzimas envolvidas no 
armazenamento de carboidratos, gorduras e 
proteínas. 
4. A insulina inibe o catabolismo das 
proteínas, reduzindo, dessa forma, a liberação 
de aminoácidos das células, em especial das 
células musculares. Isso resulta, 
possivelmente, da capacidade de a insulina 
reduzir a degradação normal das proteínas 
pelos lisossomos celulares. 
5. No fígado, a insulina deprime a 
gliconeogênese. Isso ocorre por meio da 
redução da atividade das enzimas que 
promovem a gliconeogênese. Como os 
substratos mais utilizados na síntese de 
glicose pela gliconeogênese são os 
aminoácidos plasmáticos, essa supressão da 
gliconeogênese conserva os aminoácidos nas 
reservas de proteínas do corpo. 
A Deficiência de Insulina Causa Depleção de 
Proteínas e Aumento dos Aminoácidos 
Plasmáticos Virtualmente, cessa toda a 
reserva de proteínas quando não há 
disponibilidade de insulina. O catabolismo das 
proteínas aumenta, a síntese de proteínas 
cessa e uma grande quantidade de 
aminoácidos é lançada no plasma. 
A concentração de aminoácidos plasmáticos 
aumenta consideravelmente e a maior parte 
do excesso de aminoácidos é utilizada 
diretamente como energia e como substratos 
para a gliconeogênese. Essa degradação dos 
aminoácidos também leva ao aumento da 
excreção da ureia na urina. 
O resultante consumo de proteínas é um dos 
efeitos mais graves do diabetes melito; pode 
levar à fraqueza extrema, bem como à 
alteração de diversas funções dos órgãos. 
A Insulina e o Hormônio do Crescimento 
Interagem de Modo Sinérgico para Promover 
o Crescimento. Como a insulina é necessária 
para a síntese de proteínas, ela é também 
essencial para o crescimento do animal, como 
o hormônio do crescimento. 
Além do mais, a administração de hormônio 
do crescimento ou de insulina isoladamente 
quase não provoca qualquer crescimento. 
Entretanto, a combinação desses hormônios 
provoca dramático crescimento. Assim, os 
dois hormônios funcionam de modo sinérgico 
para promover o crescimento, cada qual 
executando uma função específica, própria de 
cada um. É possível que uma pequena parte 
dessa necessidade de ambos os hormônios 
resulte do fato de que cada um promove a 
captação celular de seleção diferente de 
aminoácidos, todos necessários para que 
ocorra o crescimento. 
 
DIABETES MELLITUS (DM) 
O DM refere-se a um grupo de distúrbios 
metabólicos comuns que compartilham o 
fenótipo da hiperglicemia. A etiologia do 
Diabetes é multifatorial, dependendo de 
questões genéticas e ambientais. 
O Diabetes Mellitus é classificado em dois 
tipos: tipo 1 e tipo 2. O DM tipo 1 representa o 
resultado de uma deficiência completa ou 
quase total de insulina, enquanto o DM tipo 2 
é um grupo heterogêneo de distúrbios 
caracterizados por graus variáveis de 
resistência à insulina, menor secreção de 
insulina e maior produção de glicose. 
O DM tipo 2 é precedido por um período de 
homeostase anormal da glicose, classificado 
como glicemia em jejum alterada (IFG) ou 
tolerância à glicose diminuída (TGD). 
O DM tipo 1 se dá por um processo autoimune 
destrutivo das células beta pancreáticas, que 
leva à não produção de insulina, podendo 
instalar-se em qualquer idade, porém, está 
predominante diagnosticado em pessoas 
mais jovens. 
CLASSIFICAÇÃO 
DM tipo 1 
 Destruição de células beta; 
 Deficiência absoluta de insulina; 
 Imunomediado e Idiopático; 
DM tipo 2 
 Pode variar desde uma resistência à 
insulina com deficiência relativa até um 
defeito predominantemente secretor da 
insulina com resistência à insulina; 
OUTROS TIPOS DE DM 
 Defeitos genéticos no desenvolvimento 
ou na função das células betas 
caracterizados por mutações em genes 
específicos; 
 Defeitos genéticos na ação da insulina; 
 Doenças do pâncreas exócrino como 
neoplasias, pancreatite e fibrose 
cística; 
 Endocrinopatias como acromegalia e 
síndrome de cushing; 
 Induzida por fármacos ou substâncias; 
 Diabetes Melito Gestacional (DMG); 
DIABETES MELITO GESTACIONAL 
A diabetes melito gestacional ou diabetes 
franco, se dá pela resistência à insulina 
relacionada com as alterações metabólicas 
presentes no final da gestação, quando as 
maiores demandas de insulina podem dar 
origem a uma TGD ou diabetes. 
A maioria das mulheres revertem à tolerância 
normal após o parto, porém, corre um risco 
substancial de vir a desenvolver nos próximos 
anos. 
DIAGNÓSTICO 
QUALIFICAÇÃO DESCRIÇÃO 
 
 
Normal 
Glicemia de jejum 
entre 70 e 99 mg/dL 
e inferior a 
140mg/dL 2h após 
sobrecarga de 
glicose. 
 
Intolerância 
Glicemia em jejum 
entre 100 e 
125mg/dL. 
 
 
 
 
 
Diabetes 
2 amostras colhidas 
em dias diferentes 
com resultado igual 
ou acima de 
126mg/dL ou 
quando a glicemia 
aleatória estiver 
igual ou acima de 
200mg/dL na 
presença de 
sintomas. 
 
A tolerância à glicose é classificada em três 
grandes categorias: homeostase normal da 
glicose, DM ou comprometimento da 
homeostase da glicose. A tolerância à glicose 
pode ser determinada com o uso da glicose 
plasmática em jejum (GPJ), auma carga de 
glicose oral ou a hemoglobina Alc (HbA1c). 
Uma GPJ abaixo de 100mg/dL, uma glicose 
plasmática abaixo de 140mg/dL após uma 
carga de glicose e uma HbA1c abaixo de 5,7% 
são consideradas normais. 
A homeostase anormal da glicose é definido 
por GPJ entre 100-125mg/dL, níveis 
plasmáticos entre 140-199mg/dL após alta 
carga de glicose oral e HbA1c de 5,7 à 6,4%. 
Uma GPJ acima de 126mg/dL, uma glicose de 
200mg/dL após 2h de alta carga ou uma 
HbA1c acima de 6,5% justificam o diagnóstico 
de DM. Porém, uma concentração plasmática 
aleatória igual ou acima de 200mg/dL 
acompanhada de sintomas clássicos (poliúria, 
polidipsia e perda de peso) também é 
suficiente para o diagnóstico de DM. 
Os critérios atuais para o diagnóstico de DM 
ressaltam que a HbA1c ou a GPJ constituem 
testes mais confiáveis e convenientes para 
identificação de DM em indivíduos 
assintomáticos. O TOTG (Teste oral de 
tolerância à glicose) apesar de ainda ser um 
meio válido para diagnóstico de DM não é 
usado na assistência clínica de rotina. 
TRIAGEM 
O uso disseminado da GPJ ou da HbA1c 
como teste de triagem para o DM tipo 2 é 
recomendado, pois: 
 Um grande número de indivíduos que 
preenchem os critérios atuais para o 
DM é assintomático e não tem 
conhecimento de que sofre desse 
distúrbio. 
 Estudos apontam que o DM tipo 2 pode 
estar presente por muito tempo e ser 
assintomático. 
 Alguns indivíduos com DM tipo 2 
apresentam uma ou mais 
complicações do diabetes por ocasião 
do diagnóstico. 
A ADA recomenda a triagem de indivíduos em 
uma idade mais jovem quando apresentam 
sobrepeso e apresenta fatores de risco 
adicionais e em todos os pacientes acima de 
45 anos. 
Diversos marcados para o DM tipo 1 estão se 
tornando disponíveis, porém seu uso rotineiro 
fora de um ensaio clínico não é incentivado, 
enquanto se aguarda a identificação de 
intervenções clinicamente benéficas para os 
indivíduos com alto risco de desenvolver DM 
tipo 1. 
REGULAÇÃO DA HOMEOSTASE DA GLICOSE 
A homeostase da glicose reflete um equilíbrio 
entre a produção hepática de glicose e a 
captação e a utilização periférica da glicose. 
Os órgãos que regulam a glicose e os lipídeos 
se comunicam por mecanismos neurais e 
humorais com a gordura e o músculo, 
produzindo adipocinas, miocinas e 
metabólitos que influenciam a função 
hepática. 
No jejum, os baixos níveis de insulina elevam 
a produção de glicose por ativar a 
gliconeogênese e a glicogenólise hepática e 
por reduzir a captação de glicose nos tecidos 
sensíveis à insulina, promovendo a 
mobilização de aminoácidos e ácidos graxos 
livres. 
O glucagon que é secretado pelas células alfa 
do pâncreas quando os níveis de glicemia ou 
insulina estão baixos, estimula a glicogenólise 
e gliconeogênese hepática e pela medula 
renal. No período pós-prandial, a glicose 
aumenta a insulina e o glucagon cai. 
A glicose é o principal regulador da secreção 
de insulina e os neurotransmissores também 
influenciam a secreção de insulina. Os níveis 
de glicose acima de 70mg/dL estimulam a 
síntese de insulina, principalmente por 
acelerarem a tradução e processamento de 
proteínas. 
PATOGÊNESE 
DIABETES MELITO TIPO 1 
Ele resulta de um conjunto de interações de 
fatores genéticos, ambientais e imunológicos 
que acabam acarretando a destruição das 
células beta pancreáticas, e, assim, a síntese 
de insulina. 
É um complexo que resulta de uma reação 
autoimune dirigida contra as ilhotas 
pancreáticas. Acredita-se que indivíduos com 
suscetibilidade genética apresentem uma 
massa normal de células beta no nascimento, 
porém começam a perder essas células em 
consequência da destruição autoimune que 
ocorre ao longo dos meses e ano. 
Acredita-se que esse processo autoimune 
seja desencadeado por um estímulo 
infeccioso ou ambiental e sustentado por uma 
molécula específica da célula beta. Na maioria 
dos pacientes, marcadores imunológicos 
aparecem após o evento desencadeante, 
porém, antes de o diabetes se tornar 
manifesto. 
É importante destacar que as características 
do diabetes só se tornam manifestos quando 
70-80% das células beta já foram destruídas. 
O principal gene de suscetibilidade ao DM tipo 
1 fica localizado na região HLA do 
cromossomo 6. Os polimorfismos no 
complexo HLA são responsáveis por 40 a 50% 
do risco genético para o surgimento do DM 
tipo 1. Essa região contém genes que 
codificam as moléculas do complexo de 
histocompatibilidade principal (MHC) de 
classe II, que apresentam o antígeno às 
células T auxiliares, e dessa forma, participam 
do desencadeamento da resposta imune. 
Apesar de o pâncreas possuir outros tipos de 
células como a alfa, delta e PP, elas são 
poupadas da destruição autoimune. Essa 
destruição se dá por um processo 
inflamatório, que diminui após a destruição, 
fazendo com que as ilhotas se tornem 
atróficas. 
A infiltração linfocítica no processo 
inflamatório das ilhotas pancreáticas se 
denomina insulite. Alguns são os achados 
patológicos do processo autoimune na DM 1: 
 Autoanticorpos contra células das 
ilhotas; 
 Linfócitos ativados nas ilhotas, nos 
linfonodos pericancreáticos e na 
circulação sistêmica; 
 Linfócitos T que proliferam quando 
estimulados por proteínas das ilhotas; 
 Liberação de citocinas dentro da 
insulite; 
As células beta são suscetíveis ao efeito 
tóxico de algumas citocinas, porém, os 
mecanismos precisos de sua morte ainda são 
desconhecidos. Entretanto, há indícios de que 
podem envolver formação de metabólitos do 
óxido nítrico, apoptose e citotoxicidade direta 
da célula TCD8+. 
A destruição das ilhotas é mediada por 
linfócitos T e não pelos autoanticorpos 
dirigidos contra as células das ilhotas, pois 
esses anticorpos em geral não reage com a 
superfície celular dessas células e não são 
capazes de transmitir o DM sozinhos. 
Os mecanismos supressores do sistema 
imune são ineficazes ou apenas 
temporariamente efetivo para diminuir a 
velocidade de destruição das células beta. 
Os autoanticorpos contra as células das 
ilhotas (ICAs) são uma combinação de 
diferentes anticorpos dirigidos contra 
moléculas das ilhotas pancreáticas, como 
GAD, insulina, IA-2/ICA-512 e ZnT-8, e 
funcionam como marcadores do processo 
autoimune do DM tipo 1. Os testes para ICAs 
podem ser úteis na classificação do DM tipo 1 
como realmente tipo 1 e na identificação dos 
indivíduos que não são diabéticos e que 
correm o risco de desenvolver DM1. 
Alguns fatores ambientais podem se 
comportar como efeitos desencadeantes, tais 
como Coxsackie, rubéola, enterovírus, 
proteínas do leite bovino e compostos de 
nitrosureia. 
 
Insulite: infiltração das ilhotas por células 
mononucleares que antecede a doença 
clínica e persiste por semanas ou meses 
antes que a destruição significativa das 
células beta ocorra. No curso da insulite, os 
macrófagos e as células T ativadas secretam 
mediadores solúveis (citocinas, óxido nítrico e 
radicais livres), que contribuem com a 
disfunção e morte das células beta. 
DIABETES MELITO TIPO 2 
A resistência à insulina e a secreção anormal 
de insulina são essenciais para o surgimento 
do DM tipo 2. Apesar de o defeito primário ser 
controverso, a maioria dos estudos apoia a 
opinião de que a resistência à insulina 
precede um defeito na secreção de insulina, 
mas que o diabetes se instala somente 
quando a secreção de insulina se torna 
inadequada. 
O DM tipo 2 tem um poderoso componente 
genético, ou seja, os indivíduos com um 
progenitor + para DM tipo 2 corre maior risco 
de desenvolvimento. A resistência à insulina, 
conforme demonstrado por uma utilização 
reduzida da glicose no músculo esquelético 
está presente em muitos parentes de primeiro 
grau não diabéticos de indivíduos DM tipo 2. 
A doença é poligênica e multifatorial, pois 
além da suscetibilidade genética, fatores 
ambientaiscomo obesidade, nutrição e 
atividade física modulam esse fenótipo. 
A resistência à insulina ocorre com a falha das 
células em realizar a captação normal da 
insulina. O excesso de glicose na corrente 
sanguínea faz com que o pâncreas trabalhe 
em maior quantidade e consiga produzir mais 
insulina, porém só consegue manter até um 
certo ponto. Depois de certo tempo, as células 
dos tecidos musculares param de responder à 
insulina, ou seja, não conseguem realizar a 
captação de glicose pelos receptores e a 
glicose fica em excesso na corrente 
sanguínea. 
Com a progressão da resistência à insulina e 
da hiperinsulinemia compensatória, as ilhotas 
pancreáticas de certos indivíduos tornam-se 
incapazes de preservar o estado 
hiperinsulinêmico, instalando-se uma 
elevação da glicose e um declínio na secreção 
de insulina. 
Esse processo leva ao fígado entender como 
se não houvesse disponibilidade de glicose 
para os tecidos e estimula o processo de 
gliconeogênese e glicogenólise, fazendo com 
que eu aumente mais ainda a quantidade de 
glicose na corrente sanguínea, por fim, 
instalando-se uma falência das células beta 
pancreáticas. 
Ou seja, o DM tipo 2 caracteriza-se por uma 
menor secreção de insulina, resistência à 
insulina, produção hepática excessiva de 
glicose e metabolismo anormal das gorduras. 
A obesidade, particularmente visceral ou 
central é muito comum no DM tipo 2. Nos 
estágios iniciais do distúrbio, a tolerância à 
glicose continua sendo quase normal, pois as 
células beta pancreáticas tentam compensar 
aumentando a produção de insulina. 
A resistência à insulina, a menor capacidade 
da insulina em agir nos tecidos alvo, constitui 
uma característica proeminente do DM tipo 2 
e resulta de uma combinação de 
suscetibilidade genética e obesidade. 
A resistência à insulina prejudica a utilização 
de glicose pelos tecidos sensíveis à insulina e 
aumenta a produção de glicose hepática e no 
músculo esquelético observa-se maior 
deterioração da utilização não oxidativa da 
glicose (formação do glicogênio) do que no 
metabolismo oxidativo da glicose. 
Outras anormalidades incluem o acúmulo de 
lipídeos dentro dos miócitos esqueléticos, o 
que pode prejudicar a fosoforilação oxidativa 
das mitocôndrias e reduzir a produção de ATP 
mitocondrial estimulada pela insulina. 
O excesso de glicose pode ser tóxico ao 
organismo, aumentando a chance de 
inflamação e na produção de gordura, um dos 
órgãos que também sofre com a hiperglicemia 
são os rins, uma vez que realizam a 
reabsorção ainda dentro do quadro de 
hiperglicemia, só realizando excreção quando 
a concentração atinge um nível de 200mg/dL. 
No DM tipo 2, a resistência à insulina reflete a 
incapacidade da hiperinsulinemia de suprimir 
a gliconeogênese, o que resulta em 
hiperglicemia de jejum e menor 
armazenamento de glicogênio hepático. 
Como resultado dessa resistência, temos um 
processo de lipólise e o fluxo de ácidos graxos 
livres a partir do tecido adiposo, levando a um 
aumento na síntese de lipídios nos 
hepatócitos. Esse armazenamento lipídico ou 
esteatose hepática pode levar à esteatose 
hepática não alcoolica e as provas de função 
hepática anormais. 
DIFERENÇA ENTRE O DM TIPO 1 E 2 
DM1 DM2 
Doença Autoimune 90% Metabólica 
Deficiência de 
Insulina 
Resistência 
Insulínica e 
Deficiência 
Jovens e 
Adolescentes 
Indivíduos de meia 
idade 
Auto-anticorpos e 
Insulite 
Depósito amiloide 
nas ilhotas 
Indivíduos magros Obesidade (85%) 
Cetoacidose Início Lento 
Início Abrupto 
 
SINTOMATOLOGIA CLÁSSICA 
 Poliúria: Aumento na quantidade de 
vezes que vai ao banheiro; 
 Polaciúria: sintoma urinário 
caracterizado por aumento do número 
de micções com diminuição do volume 
da urina; 
 Polifagia: Aumento do apetite; 
 Perda de peso não explicada (DM1); 
 Polidipsia: Sede intensa; 
 Fome intensa e Visão turva; 
 Fadiga, Nervosismo, Mudanças de 
humor, Náuseas e Vômito; 
 Sensação de ouvido tapado, zumbido, 
dificuldade de compreensão, Demora 
em responder perguntas, desequilíbrio, 
mal desempenho escolar, vertigo. 
IMUNOLOGIA DO PROCESSO NA DM 1 
Existe uma hipótese chamada hipótese da 
higiene que sugere que a falta de exposição 
aos microrganismos pode levar a defeitos no 
estabelecimento da tolerância imunológica, 
uma vez que a partir do momento em que 
temos o contato com microrganismos, a linha 
de defesa será direcionada para esse local, 
“escondendo” o processo de autoimunidade, 
A autotolerância é um processo natural a qual 
desenvolvemos tolerância aos nossos 
próprios antígenos, ou seja, o sistema imune 
não ataca as células consideradas como 
próprias. Por alguns fatores nós podemos ter 
a perda dessa auto-tolerância e 
desenvolvimento da autoimunidade, ou seja, 
uma resposta imunológica a antígenos 
considerados como próprios do nosso corpo, 
instituindo um processo de autoimunidade. 
 
PADRÕES DE ATIVAÇÃO DOS LT 
Existem várias classificações de Linfóticos T e 
suas respectivas respostas. A resposta Th-1 é 
uma resposta predominantemente celular, 
presente em reações autoimunes, 
inflamatórias e para patógenos externos. 
A resposta do tipo Th-2 se dá por via humonar, 
ou seja, por meio de imunoglobulinas, 
eosinófilos e basófilos, sendo clássica, 
portanto, de alergias e asma, além de 
combater patógenos extracelulares. 
 
MECANISMOS DE TOLERÂNCIA CENTRAL 
E PERIFÉRICA 
 
 
IMUNIDADE CELULAR 
- Linfócitos TCD4+ e TCD8+; 
- Células Matadoras Naturais (NK) e 
Macrófagos e células dentríticas que 
desempenham importante papel na geração 
do DM 1. 
- A apresentação de auto-antígenos 
específicos de células beta pancreáticas para 
os linfócitos TCD4+ constitui-se como o 
princípio de autoimunidade visto no DM-1. 
 
IMUNIDADE HUMORAL 
- Principais auto-anticorpos: Anti-GAD, Anti-
ilhota e Anti-Insulina; 
- Manifestações da doença, com hiperglicemia 
e cetose, células secretoras de insulina em 
número bastante reduzido ou ausente. 
 
FARMACOLOGIA NO DIABETES 
Existem várias classes de fármacos que 
podem ser utilizadas no tratamento de DM, 
tanto tipo 1, quanto tipo 2. Entretanto, antes 
de entrar com uma terapia medicamentosa, é 
preciso verificar a indicação e dependendo do 
paciente realizar inicialmente ou em conjunto 
uma TNM (Terapia Não Medicamentosa), que 
inclui: 
 Educação em saúde; 
 Estilo de vida saudável; Atividade 
física; 
 Cessação do tabagismo e etilismo; 
 Educação para o autocuidado; 
 Cuidados para com o pé e prevenção 
do pé diabético; 
A avalição do tratamento deve ser realizada 
com base em metas e varia de acordo com o 
paciente. As metas devem ser traçadas para 
alcançar benefícios, evitar danos, custos e 
melhorar a saúde e expectativa de vida o 
quanto antes para todos os pacientes. 
 
HIPOGLICÊMICOS ORAIS 
SULFONILURÉIA 
- Dividido em duas gerações: 
1º Geração: Clorpropamida, Talbutamida, 
Tolazamida e Aceto-examida. 
2º Geração: Gliburida, Glibenclamida, 
Glipzida, Glicazida e Glimepiride. 
- Age no pâncreas estimulando a produção de 
insulina; 
- Bloqueia o efluxo de potássio e permite o 
influxo de cálcio, promovendo uma 
despolarização da célula e liberação da 
insulina; 
- Inibe a glicogenólise hepática e reduz o 
metabolismo hepático da insulina; 
- Ativa os receptores insulínicos nas células da 
mucosa e células adiposas; 
- INTERAÇÕES E EFEITOS ADVERSOS: 
 Os BB diminuem a liberação da 
insulina; 
 Bebidas Alcóolicas: Aumentam o risco 
da reação tipo dissulfiram; 
 INTERAGE COM AINES 
FORTEMENTE, gerando uma 
hipoglicemia forte e logo em seguida 
uma hiperglicemia, fazendo uma 
descompensação do paciente; 
 Cetoconazol e Miconazol diminuem a 
biotransformação da sulfoniluréia; 
 
BIGUANIDAS 
- A que recebe maior destaque nesse quadro 
é a Metformina; 
- Aumenta a sensibilidade da insulina nos 
tecidos periféricos, principalmente no tecidohepático; 
- Quando associado às sulfoniluréias 
aumentam o efeito hipoglicemiante; 
- Perda de 2 a 3kg nos primeiros 6 meses de 
tratamento; 
- Reduzem a gliconeogênese e a glicogenólise 
hepática; Ativam os receptores insulínicos; 
- A METFORMINA É A ÚNICA QUE REDUZ 
O RISCO CARDIOVASCULAR; 
- Alguns dos efeitos adversos são: Dor 
abdominal, Diarreia, Acidose lática, náuseas, 
vômito; 
- Contraindicados em gestantes, pacientes 
com insuficiência renal e hepática e 
alcoolismo; 
 
ACARBOSE 
- Age inibindo a alfa glutase; 
- Seu efeito retarda a digestão e absorção dos 
carboidratos, reduzindo a glicemia pós-
prandial; 
- Utilizando recentemente para perda de peso; 
- EFEITOS ADVERSOS: 
 Meteorismo, desconforto abdominal e 
diarreia; 
 Sem efeitos sistêmicos indesejáveis; 
- INDICADO PARA PACIENTES IDOSOS; 
 
DERIVADOS DO ÁC. BENZÓICO 
- Estimulam a secreção de insulina; 
- Bloqueiam o canal de K+ ATP nas células 
beta do pâncreas; 
- Não interfere no sistema muscular, 
esquelético e cardíaco; 
- Ligam-se a receptores nas células beta; 
- Ação mais rápida que a sulfonilureia, porém 
mais curta; 
REPAGLINIDA 
 Absorvida e eliminada por metabolismo 
hepático; 
 Administrada antes das refeições; 
 Menor reação hipoglicêmica; 
NATEGLINIDA 
 Despolarização da membrana; 
 Entrada de cálcio e exocitose de 
grânulos de insulina; 
 Absorção gastrointestinal mais rápida; 
 
TIAZOLINIDAIONAS 
- Aumentam a sensibilidade dos tecidos 
periféricos à insulina; Inibe gliconeogênese; 
- Reduz a hepatotoxicidade e nefrotoxicidade; 
- Aumenta a expressão dos GLUT4; 
- Rosiglitazona, Piogliotazona e Trogliazona;

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