Buscar

manual_projectos_coop

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 80 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 80 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 80 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Manual de Procedimentos 
para Elaboração de Projectos
de Cooperação
2009 Ma
n
u
a
l 
d
e
 P
ro
ce
d
im
e
n
to
s 
p
a
ra
 E
la
b
o
ra
çã
o
 d
e
 P
ro
je
ct
o
s 
d
e
 C
o
o
p
e
ra
çã
o
20
09
Manual de Procedimentos 
para Elaboração de Projectos 
de Cooperação
3
Manual de ProcediMentos Para elaboração de Projectos de cooPeração
Índice
Prefácio ........................................................................................................................................ 5
Acrónimos .................................................................................................................................... 7
Alguns Conceitos ........................................................................................................................ 9
Preâmbulo ................................................................................................................................. 12
Primeira Parte - Informação Geral sobre Concursos ............................................................... 13
1. Introdução ............................................................................................................................. 15
2. Considerações preliminares para candidaturas de sucesso ............................................... 16
2.1. Ciclo de aprovação do projecto ......................................................................................... 16
2.2. Preparação para a proposta de projecto ...................................................................... 17
2.3. Aspectos a considerar na elaboração de propostas ..................................................... 18
2.4. Aspectos a considerar para o sucesso das propostas ................................................... 26
Segunda Parte - Estratégias de cooperação dos principais doadores .................................... 29
3. Sintese dos programas e inicativas ..................................................................................... 30
4. Fund o Global para o Ambiente (GEF) ................................................................................. 30
4.1. Prioridades e linhas de intervenção .............................................................................. 33
4.2. Ciclo de Proposta GEF .................................................................................................... 34
4.3. Considerações para a elaboração de propostas GEF .................................................... 36
4.4. Requisitos específicos por tipo de projecto .................................................................. 38
4.5. Fundos específicos relativos a alterações climáticas .................................................... 40
5. Acordos Multilaterais de Ambiente ..................................................................................... 43
5.1. Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (CQNUAC) ..... 44
5.2. Convenção sobre Diversidade Biológica e Protocolo de Cartagena ........................... 50
5.3. Convenção sobre o Combate à Desertificação nos Países Afectados por Seca Grave e/
ou Desertificação, em Particular África ............................................................................... 53
5.4. Convenção de Viena para a Protecção da Camada de Ozono e Protocolo de 
Montreal sobre as Substâncias que Empobrecem a Camada de Ozono ............................ 56
5.5. Convenção sobre o Movimento Transfronteiriço de Resíduos Perigosos e sua 
Eliminação (Convenção de Basileia) ..................................................................................... 57
5.6. Convenção sobre Poluentes Orgânicos Persistentes (Convenção de Estocolmo) ....... 58
5.7. Convenção sobre o Direito do Mar (Convenção de Montevideu) ............................... 59
6. PNUD e PNUA ........................................................................................................................ 61
6.1. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) ................................. 62
6.1.1 Estratégias e quadros de intervenção para o desenvolvimento sustentável ........ 64
6.1.2 Governação do sector da água ................................................................................ 67
4 5
Manual de ProcediMentos Para elaboração de Projectos de cooPeração
6.1.3. Conservação e uso sustentável da biodiversidade ................................................ 69
6.1.4. Gestão sustentável dos solos para combater a sua degradação e a desertificação ....71
6.1.5. Acesso a serviços energéticos sustentáveis ............................................................ 72
6.1.6. Políticas e planeamento nacional / sectorial para o controle das emissões de 
substâncias que reduzem a camada de ozono e poluentes orgânicos persistentes ..... 75
6.2. Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA) .............................................. 75
6.2.1. Objectivos, prioridades e linhas de intervenção.................................................... 75
6.2.2. Outros Mecanismos de Apoio................................................................................. 77
7. União Europeia e Comissão Europeia ................................................................................. 79
7.1 Objectivos, prioridades e linhas de intervenção ........................................................... 79
7.2. Instrumentos de Financiamento .................................................................................... 80
7.2.1.Programa Temático para o Ambiente e a Gestão Sustentável dos Recursos 
Naturais incluindo a Energia ............................................................................................ 80
7.2.2. Iniciativa da União Europeia para a Água ............................................................. 83
7.2.3. Iniciativa da União Europeia para a Energia ......................................................... 86
7.2.4. Investigação e Desenvolvimento – 7º Programa Quadro de Apoio ..................... 88
8. Banco Mundial ...................................................................................................................... 92
8.1 Objectivos, prioridades e linhas de intervenção ........................................................... 92
8.2. Programas Promovidos pelo Banco Mundial ................................................................ 94
8.2.1. Fundo do Protocolo de Montreal ........................................................................... 94
8.2.2.Fundo para gestão de Poluentes Orgânicos Persistentes (POP) ............................ 96
8.2.3. Financiamento de Carbono (Carbon Finance - CFU) ............................................. 97
8.3. Outras Parcerias e Iniciativas do Banco Mundial .......................................................... 98
9. Banco Africano de Desenvolvimento ................................................................................ 100
9.1 Objectivos, prioridades e linhas de intervenção ......................................................... 100
9.2 Mecanismos de Financiamento Específicos ................................................................. 103
9.2.1 Facilidade Africana para a Água (African Water Facility - AWF) ........................ 103
9.2.2. Fundo para a floresta da Bacia do Congo (Congo Basin Forest Fund - CBFF) ... 105
10. Banco Asiático ................................................................................................................... 106
10.1 Objectivos, prioridades e linhas de intervenção ....................................................... 106
10.2. Mecanismos de Financiamento Especificos .............................................................. 106
10.2.1.Programa Pobreza e Ambiente ........................................................................... 107
10.2.2. Programa de Financiamento da Água (Water Financing Program) ................. 108
10.2.3. Parceria para o financiamento de energia limpa (Clean Energy Financing 
PartnershipFacility) ......................................................................................................... 109
10.2.4.Energias Renováveis, Eficiência Energética e Alterações Climáticas (Renewable 
Energy, Energy Efficiency, and Climate Change - REACH) ............................................ 110
10.2.5. Iniciativa Mercado de Carbono (Carbon Market Initiative) .............................. 111
Anexo - Quadro Resumo dos programas e iniciativas focadas .......................................... 113
Anexo à secção GEF ............................................................................................................... 117
Anexo à secção AMA ............................................................................................................. 135
Anexo à secção União Europeia e Comissão Europeia ......................................................... 141
Prefácio
A crescente globalização dos problemas ambientais e a cada vez maior 
interdependência entre os diferentes actores da comunidade internacional, tem 
contribuído para que a cooperação para o desenvolvimento se transforme numa 
ferramenta fundamental para a resolução desses mesmos problemas. A procura e 
a mobilização de recursos para apoiarem a cooperação são temas recorrentes nas 
negociações internacionais sobre desenvolvimento.
Um maior conhecimento das oportunidades de financiamento existentes e da melhor 
forma de lhes aceder potenciarão, estamos certos, um assegurado êxito na obtenção 
dos apoios necessários a uma mais eficiente gestão dos actuais desafios globais em 
matéria de ambiente e ordenamento do território.
Assim, por ocasião do 3.º Encontro Lusófono Ambiente e Território, que junta em 
Lisboa, responsáveis das áreas do Ambiente, Ordenamento do Território e Cartografia 
e Cadastro, o Gabinete de Relações Internacionais (GRI) do Ministério do Ambiente, 
do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, publica este Manual 
de Procedimentos para a Elaboração de Projectos de Cooperação, que pretende ser 
um instrumento de trabalho útil e eficaz para os países de língua oficial Portuguesa. 
Alexandra Ferreira de Carvalho
 Directora do GRI 
do Departamento de Prospectiva e Planeamento 
e Relações Internacionais
7
Manual de ProcediMentos Para elaboração de Projectos de cooPeração
Acrónimos
AAE Avaliação Ambiental Estratégica
ACoop Agências de Cooperação
ACTF Áreas de Conservação Transfronteiriça 
AMA Acordos Multilaterais de Ambiente
AND Autoridade Nacional Designada
BAD Banco Asiático de Desenvolvimento
BAfD Banco Africano de Desenvolvimento
BM Banco Mundial
BPG Bens Públicos Globais
CDB Convenção sobre Diversidade Biológica 
CE Comissão Europeia
CITES Convenção Internacional de Comércio de Espécies Ameaçadas
CMS Convenção sobre Espécies Migratórias
CNUCD Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação 
CPLP Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa
CQNUAC Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas
DCP Documento de concepção do projecto
DFID Agência de Cooperação do Reino Unido
ECOFAC
Ecossistemas Florestais da África Central (Ecosystèmes forestiers d’Afrique 
centrale) 
EIA Estudo de Impacte Ambiental
EOD Entidade Operacional Designada
EPANB
Estratégia e Plano de Acção Nacionais para a Biodiversidade (National 
Biodiversity Strategy and Action Plan – no âmbito da CDB)
ETA Estação de Tratamento de Águas
ETAR Estação de Tratamento de Águas Residuais 
FAO Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação
FED Fundo Europeu de Desenvolvimento
FIDA Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola
FLEGT
Plano de Acção da União Europeia para a aplicação da legislação, a 
governação e o comércio no sector florestal
FNUAP Fundo das Nações Unidas de Apoio à População
GEE Gases com Efeito de Estufa
GEF Fundo Ambiental Global (Global Environment Facility)
8 9
Manual de ProcediMentos Para elaboração de Projectos de cooPeração
Alguns Conceitos
Problemas ambientais à escala global – este tipo de problemas pode subdividir-se em três 
categorias:
1. Problemática dos componentes dos sistemas da Terra, cuja resolução requer acções 
coordenadas de todos os países e que inclui: 
•	 Alterações climáticas1;
•	 Redução da camada de ozono;
•	 Perda de certos elementos da biodiversidade como recursos genéticos de importância 
mundial ou espécies migratórias;
•	 Acumulação de poluentes orgânicos persistentes (POP).
2. Degradação dos recursos naturais, que embora sejam de natureza regional ou nacional, 
requerem acções coordenadas a nível internacional:
•	 Degradação de águas internacionais e ecossistemas marinhos;
•	 Poluição atmosférica de longo alcance (transfronteiriça);
•	 Degradação de terras e desertificação;
•	 Degradação e perda de recursos florestais.
3. Regulação de comércio internacional/movimentos transfronteiriços, a qual tem sido 
reforçada por Acordos Multilaterais de Ambiente (AMA) dos quais se destacam:
•	 Movimentos transfronteiriços de resíduos perigosos e sua eliminação – Convenção de 
Basileia; 
•	 Comércio internacional de produtos químicos e pesticidas perigosos – Convenção 
Procedimento de Prévia Informação e Consentimento (PIC);
•	 Comercialização de espécies ameaçadas de extinção e de outras que possam vir a 
ser ameaçadas de extinção como consequência dessa comercialização – Convenção 
CITES; 
•	 Biossegurança (protecção no domínio da transferência, manipulação e utilização 
seguras de organismos vivos modificados resultantes da biotecnologia moderna 
que possam ter efeitos adversos para a conservação e a utilização sustentável da 
diversidade biológica, tendo igualmente em conta os riscos para a saúde humana) – 
Protocolo de Cartagena;
Neste âmbito é ainda de destacar o grave problema da Biopirataria (contrabando de espécies 
de flora e fauna, apropriação e monopolização de recursos genéticos desrespeitando as 
culturas e conhecimentos tradicionais ou sem proceder à partilha de benefícios) que ainda 
não tem um acordo multilateral específico. 
Serviços fornecidos pelos ecossistemas – os serviç os fornecidos pelos ecossistemas e dos quais 
depende o desenvolvimento incluem a purificação da água e do ar, a conservação do solo, 
o controlo de doenças e pragas, a redução da vulnerabilidade aos desastres naturais como 
1 Cerca de 75% dos gases com efeito de estufa têm sido emitidos pelos países industrializados e ainda hoje as emissões per capita 
são 5 vezes mais baixas nos países em desenvolvimento que nos países industrializados (fonte: Banco Mundial).
GEPE Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística
GRI
Gabinete de Relações Internacionais do Ministério do Ambiente, do 
Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional de Portugal
HIV/SIDA
Vírus da Imunodeficiência Humana / Sindroma da Imunodeficiência 
Adquirida 
IPAD Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento
MDL Mecanismo de Desenvolvimento Limpo
NCSA
Auto-avaliação de Capacidades Institucionais (National Capacity Self-
Assessment)
NEPAD Nova Parceria para o Desenvolvimento de África
NORAD
Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento (Norwegian 
Agency for Development Cooperation)
OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
ODM Objectivos de Desenvolvimento do Milénio
ODS Substâncias que Deterioram a Camada de Ozono 
OMS Organização Mundial de Saúde
ONG Organização Não Governamental 
OSC Organização da Sociedade Civil
PALOP Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa
PALOP+TL Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa+Timor Leste
PANA
Plano de Acção Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas, no âmbito 
do Protocolo de Quioto
PD Países em Desenvolvimento
PEI Iniciativa Pobreza Ambiente (Poverty Environment Initiative) 
PIB Produto Interno Bruto
PIC Procedimento de Prévia Informação e Consentimento
PNUA Programa das Nações Unidas para o Ambiente
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento 
POP PoluenteOrgânico Persistente
RCE Reduções Certificadas de Emissões
RVE Reduções Verificadas de Emissões
SADC Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral 
SAICM Abordagem Estratégica à Gestão Internacional de Químicos
SARDC
Centro de Investigação e Documentação da África Austral (Southern 
African Research and Documentation Centre)
UE União Europeia
UICN União Internacional para a Conservação da Natureza
WWF Fundo Mundial para a Natureza (World Wildlife Fund for Nature)
ZEE Zona Económica Exclusiva
10 11
Manual de ProcediMentos Para elaboração de Projectos de cooPeração
Gases com efeito de estufa (GEE) e alterações climáticas – Os GEE são substâncias gasosas 
que absorvem parte da radiação infra-vermelha, emitida principalmente pela superfície 
terrestre, e dificultam a sua libertação para o espaço. Isto impede que ocorra libertação 
de calor para o espaço e a Terra mantém-se a uma temperatura mais elevada, como 
numa estufa. O efeito de estufa é um fenómeno natural e indispensável para a vida no 
planeta, tal como a conhecemos hoje. Se não existisse efeito de estufa a temperatura 
média da Terra seria 33ºC mais baixa. No entanto, se o efeito de estufa aumenta, aumenta 
também a temperatura média na superfície do planeta e o nível do mar, o que pode 
levar ao desequilíbrio do clima (de forma diferente em diferentes pontos da Terra), torna 
mais fortes e frequentes as condições extremas – secas e cheias, pode originar a fusão de 
glaciares3,–, ou seja, produzem-se as alterações climáticas. Os principais gases responsáveis 
pelo efeito de estufa são: o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), 
perfluorcarbonetos (PFC), os hidrofluorcarbonetos (HFC), SF6 (hexafluoreto de enxofre) e o 
ozono (troposférico). Uma vez que nem todos estes gases contribuem da mesma forma para 
o efeito de estufa, estabeleceu-se uma medida padrão para avaliar as emissões de cada um e 
do conjunto destes gases, o CO2 equivalente. O CO2 equivalente é calculado multiplicando-se 
a quantidade de emissões de um determinado gás pelo seu efeito no clima – por exemplo: 
o metano contribui 21 vezes mais do que o CO2 para o efeito estufa, pelo que 1 tonelada de 
metano corresponde a 21 toneladas de CO2 equivalente.
Adaptação às alterações climáticas – inclui todas as acções que contribuem para que a 
população e os ecossistemas reduzam a sua vulnerabilidade aos impactes das alterações 
climáticas. Não existe um modo único e universal de adaptação, as medidas têm que ser 
ajustadas ao contexto específico. 
Mitigação das alterações climáticas – visa reduzir os gases de efeito de estufa ou aumentar 
a capacidade da natureza para as absorver, por exemplo através do aumento da superfície 
florestal, ou da implementação de medidas para evitar emissões de gases, como metano e 
outros. 
Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (ENDS) – uma ENDS é um sistema 
nacional, elaborado no e para o país, que contém um conjunto de processos participativos 
(envolvendo toda a sociedade) sectoriais ou regionais, em melhoria continua, com o objectivo 
de responder aos desafios do desenvolvimento sustentável. Esta estratégia permite definir 
metas, articular compromissos globais com acções locais e contribuir para a coerência, 
equilíbrio e sustentabilidade da agenda política de desenvolvimento.
3 Nos últimos 50 anos o nível médio do mar subiu 10 a 20 cm, desde o fim dos anos 60 a cobertura de neve mundial regrediu 10% 
e a espessura do Ártico cerca de 40%.
cheias, secas e desabamento de terras. Ilustrando com dois exemplos: i) uma floresta numa 
encosta purifica o ar, conserva o solo e reduz a vulnerabilidade a desabamentos de terras 
(que tem maior probabilidade de acontecer se a encosta não tiver vegetação) e contribui 
também para a regulação do clima; ii) um rio tem a capacidade de se auto-regenerar, desde 
que o grau de contaminação não seja demasiado forte. Assim, os serviços fornecidos pelos 
ecossistemas são de grande utilidade para uma parte substancial da população da CPLP, 
que depende da biodiversidade para obter alimentos, combustível, abrigo, medicamentos e 
rendimentos.
Valor dos bens ambientais – a crescente tomada de consciência da inter-dependência entre 
o desenvolvimento económico, social e ambiental bem como dos problemas ambientais à 
escala global tem conduzido a reformas na atribuição de valores aos bens ambientais. As 
estimativas incidem sobre a quantificação do valor económico total dos recursos naturais, 
chegando mesmo os países industrializados a quantificar uma componente de valor de 
não uso2. Existem diferentes métodos para a avaliação económica de danos ambientais, 
nomeadamente: 
•	 estimativa da diferença entre os valores económicos avaliados num contexto inicial 
(uma floresta, por exemplo, permite extrair determinado valor de madeira ou de mel, 
ao mesmo tempo que permite à população não ter que comprar certos medicamentos 
ou carvão) e os valores económicos no contexto final (a desflorestação, que irá 
impedir o uso da floresta); 
•	 no caso de recursos transaccionados no mercado, o valor económico do dano é 
estimado directamente pela alteração dos preços de mercado (se a erosão dos solos 
provocar diminuição da produção de determinado produto o seu preço aumentará 
caso se mantenha o nível de procura); 
•	 no caso de recursos não transaccionados no mercado pode medir-se o custo da 
necessidade de ter que recorrer a alternativas, bem como o custo das mudanças de 
hábitos da população (a poluição de um rio pode implicar problemas no solo e nas 
águas subterrâneas e dificultar ou impedir o seu uso – cultivo, irrigação, pesca; a 
destruição de um mangal pode originar a intrusão salina danificando rios e solos e 
obrigar à deslocalização da população). 
Alguns exemplos de possíveis quantificações: i) quantificação da degradação de terras e 
desertificação – o valor mínimo pode obter-se pelo rácio do PIB gerado pela agricultura 
sobre a quantidade de terra utilizável (PIBagricultura/Superfície Agrícola Útil) a multiplicar por 
quantidade de terra destruída; ii) a sobre-pesca pode ser estimada pelo rácio do PIB gerado 
pela pesca sobre a biomassa (PIBpesca/Biomassa) a multiplicar por redução do stock; iii) no que 
diz respeito à desflorestação, para além do valor acima referido, pode-se calcular o potencial 
de sumidouro de carbono por m2, isto é o valor de kton E-CO2 (quilotonelada Equivalente de 
CO2) que deixa de poder ser transaccionável no mercado internacional – o valor de E-CO2 é 
definido internacionalmente.
2 Muitas empresas de produção de bens de base (produção de electricidade, abastecimento de água potável, etc) cobram pela 
disponibilidade para produzir. 
12 13
Manual de ProcediMentos Para elaboração de Projectos de cooPeração
 
Primeira Parte
Informação Geral sobre Concursos
Preâmbulo
O Gabinete de Relações Internacionais (GRI) do Ministério do Ambiente, do Ordenamento do 
Território e do Desenvolvimento Regional (MAOTDR), tem a responsabilidade de fomentar e 
coordenar as acções de cooperação de Portugal nos domínios das atribuições e competências 
do MAOTDR, em articulação com o Ministério dos Negócios Estrangeiros. 
De modo a reforçar a cooperação em matéria de ambiente de Portugal com os Países 
Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e Timor-Leste (TL), o GRI iniciou um processo 
de identificação das prioridades ambientais e dos instrumentos de intervenção disponíveis 
que permitirão o planeamento e a implementação de acções de cooperação.
Portugal, à semelhança de outros países industrializados, contribui para os instrumentos 
de cooperação multilateral. Os principais são o GEF (Global Environmental Facility), que é 
implementado pelo PNUD, o PNUA e o Banco Mundial –, os programas e fundos das Nações 
Unidas e os mecanismos de apoio dos acordos multilaterais de ambiente. Para além disso, 
Portugal contribui e é membro de bancos de desenvolvimento regionalcomo o Banco 
Africano de Desenvolvimento. Todas estas entidades disponibilizam fundos e outros apoios 
no âmbito de diversas iniciativas, programas e projectos.
Dadas as relações históricas e culturais com os PALOP e TL, Portugal procura tirar o máximo 
partido das contribuições acima referidas e potenciar tanto quanto possível o eixo bi-multi 
em benefício destes países. Para tal é necessário que os países conheçam as oportunidades e 
as aproveitem, articulando esforços com Portugal.
Por outro lado, enquanto membro da União Europeia (UE), Portugal tem influência na 
definição da política de cooperação da Comissão Europeia (CE). De modo a estar numa 
posição negocial mais forte e com maior influência na tomada de decisão que possa 
beneficiar este grupo de países, é importante que os PALOP e TL se envolvam mais nos 
projectos e coordenem esforços.
O presente Manual procura dar resposta à necessidade expressa por quadros ligados ao 
ambiente dos PALOP e TL de maior conhecimento das oportunidades de financiamento 
existentes e de apoio ao acesso a essas mesmas oportunidades. Para além disso, o Manual 
indica algumas práticas para maximizar os resultados das propostas apresentadas.
15
Manual de ProcediMentos Para elaboração de Projectos de cooPeração
1. Introdução
É crescente a tomada de consciência relativamente aos problemas ambientais à escala global 
e de que a sua resolução e a sustentabilidade ambiental à escala local contribuem para o bem-
estar de toda a humanidade. O interesse que desperta o fenómeno das alterações climáticas 
é exemplo disso – no caso dos projectos do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) 
os países industrializados beneficiam mais directamente através de licenças de emissão. É 
também cada vez mais evidente que a pobreza e a degradação das condições ambientais são 
fenómenos intimamente ligados e que cada um deles pode ser a causa ou a consequência 
do outro. As tendências da cooperação internacional vão pois no sentido da resolução à 
escala local de problemas globais, o que passa pela inclusão de preocupações ambientais 
nas estratégias nacionais de redução da pobreza, pela implementação de estratégias de 
desenvolvimento sustentável (que articulam aspectos ambientais, sociais e económicos) 
e pela persecução dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM). A Cooperação 
Portuguesa em matéria de ambiente está em linha com estes princípios.
Em virtude do exposto acima, a maioria dos programas e iniciativas existentes dizem respeito 
às três convenções do Rio – alterações climáticas (CQNUAC), diversidade biológica (CDB), 
combate à desertificação (CNUCD) –, bem como à gestão de águas internacionais (rios e mar) 
e gestão de substâncias químicas com efeitos nefastos no ambiente. A temática das florestas 
está também na ordem do dia, dado estar na fronteira entre os temas tratados pela CDB e 
pela CNUCD e ter forte implicação nos temas da CQNUAC. 
O presente Manual descreve as modalidades de financiamento do GEF, os mecanismos de 
apoio dos AMA, os programas e iniciativas do PNUD e PNUA, os programas e iniciativas da 
União Europeia (UE), os programas do Banco Mundial, do Banco Africano de Desenvolvimento 
(BAfD) e do Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD). É ainda apresentada uma breve 
descrição do MDL. 
O Manual apresenta de forma genérica os procedimentos para a elaboração de propostas 
de projectos, bem como o ciclo de aprovação. É de notar que cada concurso tem as suas 
especificidades a nível de preparação da proposta, de preenchimento de formulários e do 
processo de aprovação. Em certos casos, como nos projectos GEF, os doadores disponibilizam 
financiamentos para estudos preliminares necessários à preparação da proposta. Estes casos 
serão abordados nas secções do Manual correspondentes a cada um dos financiadores.
Os concursos, iniciativas e oportunidades estão em constante mudança, pelo que o Manual 
terá uma versão na internet que irá ser regularmente actualizada. A versão electrónica permite 
também estabelecer ligações para concursos abertos. Para além disso, poderão ser elaborados 
módulos adicionais relativos a temas específicos, com a explicação de determinados formulários 
considerados mais relevantes, ou outros que venham a ser solicitados ou considerados 
relevantes no decorrer da utilização do Manual pelos seus destinatários. 
É conveniente que as autoridades nacionais de ambiente envidem esforços para integrar 
o ambiente nos documentos de estratégia de cooperação. Isto porque cada vez mais os 
financiadores seguem conceitos de Desenvolvimento Sustentável e exigem avaliações 
ambientais estratégicas a programas e projectos. Cabe às autoridades de ambiente o trabalho 
junto aos ministérios da economia, finanças e/ou do planeamento que são em geral quem 
negoceia as estratégias com os doadores. O facto do ambiente vir focado nestes documentos 
16 17
Manual de ProcediMentos Para elaboração de Projectos de cooPeração
plurianuais de cooperação como prioridade ou com ênfase especial, faz com que o país 
possa mais facilmente tornar-se palco de projectos piloto e receba mais fundos destinados 
ao ambiente (o que os doadores chamam earmarked).
2. Considerações preliminares para candidaturas de sucesso 
Cada vez mais a filosofia dos financiadores multilaterais é a de cooperação efectiva. Isto é, 
espera-se que os países beneficiários contribuam para o objectivo geral do programa global. 
Dito por outras palavras, os países devem aportar os seus conhecimentos e experiência 
relativos ao contexto da sua realidade e demonstrar o esforço que já empreenderam e 
que estão dispostos a empreender para a obtenção de resultados. No caso de projectos de 
ambiente espera-se que o país beneficiário demonstre ter a percepção de que os resultados 
alcançados com os projectos propostos beneficiam não só a população do país, mas toda a 
humanidade.
É assim muito importante que nas propostas fiquem referidos de forma clara os objectivos 
de desenvolvimento nacionais, as estratégias nas quais o programa ou projecto para o qual 
se solicita financiamento se enquadram e as capacidades que o país já tem ou que necessita 
desenvolver para atingir os objectivos.
É também muito importante conhecer as politicas de cooperação dos programas ou 
financiamentos a que se concorre. Isto não só para escolher o financiamento mais adequado 
como para poder explicitar na proposta de que forma o projecto proposto, para além de 
alcançar os seus próprios objectivos, é adequado ao contexto do Programa/financiamento 
a que se concorre e contribui para a concretização dos objectivos deste. Convém ter 
presente que a forma como os planos e projectos são planeados e executados segue uma 
ordem designada por ciclo do projecto: programação →identificação → formulação → decisão 
de financiamento → execução → avaliação. Isto significa que, quando a proposta chega ao 
financiador, existe já uma estratégia na qual a proposta tem que se enquadrar de modo a 
ser considerada. Assim, antes de começar a elaborar uma proposta, é necessário consultar os 
documentos mais recentes relativos às políticas e objectivos dos financiamentos/financiadores 
a quem se está a dirigir.
2.1. Ciclo de aprovação do projecto
Para muitos dos doadores descritos no presente Manual, o ciclo de aprovação do projecto leva 
tempo e envolve diferentes gabinetes a nível nacional, regional e por vezes mundial. Numa 
primeira fase, faz-se uma comunicação ao doador mediante a agência de implementação no 
país e através de um documento de concepção do projecto (DCP)4. Os DCP são revistos por 
um painel técnico que emite um parecer ao secretariado ou painel regional de coordenação 
da iniciativa ou do fundo. Os DCP são analisados para avaliar o seu enquadramento em 
políticas e estratégias regionais do programa do financiador. Caso sejam aprovados nesta 
4 No caso do GEF chama-se Project Identification Form (PIF), no caso de outrosdoadores pode chamar-se concept note, ou concept 
proposal. 
etapa, os documentos são então enviados para o nível de decisão mundial, que tem de 
reunir e aceitar o projecto proposto. Chegados a esta fase o fundo ou iniciativa solicita 
o documento de proposta completo. No caso de projectos de maior dimensão, como por 
exemplo alguns dos submetidos ao GEF, o próprio fundo co-financia os estudos necessários 
à elaboração da proposta. Uma vez aprovada a proposta inicia-se a fase de assinatura de 
contratos e a organização da gestão do projecto. Este processo, do DCP à aprovação, pode 
levar mais de um ano.
No caso de concursos, o processo é mais directo. A proposta pode ser enviada directamente, 
sem passar por processos preliminares (como são os casos de concursos da UE como o 
programa de Ambiente e Recursos Naturais incluindo Energia). Convém por isso que as 
autoridades estejam atentas à abertura dos concursos. Referem-se no Manual as páginas de 
internet nas quais os concursos são anunciados.
2.2. Preparação para a proposta de projecto
Para projectos de pequena ou média dimensão os processos acima descritos podem ser 
simplificados e alguns dos passos suprimidos. Muitos doadores, embora possam receber 
documentos de concepção do projecto em qualquer altura, realizam as avaliações apenas 
algumas vezes por ano (em geral uma a três vezes por ano). 
Quer para os fundos do GEF, quer para os mecanismos de apoio dos secretariados das 
convenções, os interessados devem trabalhar juntamente com as representações nacionais 
do PNUD ou PNUA e, em alguns casos, do Banco Mundial. Ainda que alguns fundos permitam 
que qualquer entidade proponha o documento de concepção do projecto, este deve vir 
acompanhado de nota de interesse por parte das autoridades nacionais e por parte do 
ponto focal do fundo. As representações dos organismos das Nações Unidas são quem, em 
geral, coordena o esforço de obtenção dos documentos para cumprimento dos requisitos 
administrativos.
Por vezes poderá ser vantajoso estabelecer parcerias para aumentar a capacidade de 
implementação dos projectos propostos. Pode começar-se por desenvolver a ideia do 
projecto e seguidamente procurar instituições/redes /grupos elegíveis que possam estar 
interessados na colaboração. Muitas vezes acontece existir já uma relação sólida com outras 
entidades e desenvolve-se a ideia e o conceito do projecto em conjunto. De qualquer forma, 
é importante que o grupo – chamado consorcio - reúna todas as competências necessárias 
para a implementação do projecto e que cada um dos parceiros tenha uma percepção 
profunda do mesmo e esteja altamente motivado e empenhado na realização do projecto. 
Em geral não existe um limite máximo para o número de parceiros. No entanto é importante 
considerar que a complexidade da gestão do projecto aumenta com o número de parceiros 
e que é importante haver uma distribuição de tarefas e responsabilidades clara. É imperioso 
que haja confiança e um espírito cooperativo no seio do grupo, o que também é mais 
fácil em grupos mais pequenos, Para a selecção do líder da parceria, os elementos mais 
importantes são a experiência e a capacidade de gestão de projectos. Como se verá adiante, 
a governação do projecto é um factor importante na avaliação de propostas.
18 19
Manual de ProcediMentos Para elaboração de Projectos de cooPeração
2.3. Aspectos a considerar na elaboração de propostas
De modo geral, o primeiro aspecto a ter em conta é que os avaliadores são o público alvo da 
proposta. Os avaliadores podem não ser especialistas no domínio da proposta que analisam, 
pelo que apenas terão acesso às informações fornecidas na proposta. Por outro lado, os 
avaliadores têm em geral que analisar um grande número de propostas, com grandes 
limitações de tempo. Assim não terão tempo para ler cada proposta mais do que uma vez, 
pelo que uma leitura única terá que ser suficiente para compreender correctamente o que 
está escrito e têm que ficar convencidos de que o que é proposto é o melhor a fazer. O 
dossier de candidatura deve por isso ser bem estruturado, claro, conciso e completo.
É também importante ter em conta que os fundos disponíveis são limitados. Por isso, só 
as melhores propostas são escolhidas. O facto de não ser seleccionada não quer dizer que 
a proposta seja fraca, apenas que não é tão forte. Por isso, não se pode permitir que a 
proposta tenha qualquer ponto fraco, todas as partes da proposta devem ser de excelente 
qualidade.
Os aspectos preliminares aqui referidos são igualmente válidos para os DCP. Como se viu 
acima, a primeira meta a alcançar para o sucesso da proposta é o interesse que o documento 
de concepção desperta. Em apenas 4 ou 6 páginas é necessário convencer os avaliadores 
a ter vontade de ler a proposta com detalhe. Um titulo de projecto que seja conciso e 
suficientemente explícito quanto à acção proposta também ajuda.
Uma proposta de projecto deve conter pelo menos os seguintes elementos:
•	 Definição do objectivo geral e dos objectivos específicos; 
•	 O cenário de partida – estado da situação, enquadramento jurídico e institucional, etc;
•	 Resultados esperados;
•	 Plano de Implementação – actividades e calendário;
•	 Definição dos recursos a accionar
— Recursos humanos
— Recursos financeiros – os custos elegíveis;
•	Monitorização dos avanços e avaliação dos resultados – indicadores.
Uma abordagem que auxilia a elaboração de uma proposta é a Abordagem do Quadro 
Lógico, que é um processo analítico que envolve a análise dos intervenientes e do problema, 
a definição dos objectivos, a selecção das actividades, ajuda a identificar possíveis riscos na 
execução do projecto e conduz à elaboração da matriz do quadro lógico que é exigida por 
vários financiadores, A abordagem contém as seguintes etapas: i) Análise da situação; ii) 
Análise dos intervenientes; iii) Análise dos problemas; iv) Análise dos objectivos; v) Análise 
de alternativas; vi) Planificação das actividades; vii) Planificação dos recursos.
A análise da situação e análise dos intervenientes é a primeira etapa da elaboração de 
qualquer proposta. É necessário balizar a proposta, isto é, ter uma noção clara de quais 
são os domínios ou temas gerais de preocupação em que o projecto se irá concentrar. É 
conveniente conhecer o contexto histórico dessas questões e, caso já tenham existido 
projectos comparáveis ao proposto, conhecer que lições podem ser deles retiradas com 
utilidade para o projecto proposto. É importante saber se existem entidades no país que 
trabalhem já nas questões do projecto, o que fazem e de que forma o projecto proposto se 
enquadra ou é complementar a essas actividades. Por outro lado há que definir de modo 
global qual é a finalidade do projecto e em que tema específico do problema, ou em que 
área geográfica, se vai centrar. Há que definir também a duração prevista do Projecto, o 
nível de financiamento necessário e a equipa necessária à implementação do projecto.
A análise dos intervenientes (ou stakeholders) por seu lado consiste na análise pormenorizada 
das pessoas, dos grupos ou das organizações que podem influenciar ou ser influenciados 
pelo problema abordado, pelo projecto proposto ou pela eventual solução do problema. 
Interessa nesta etapa ficar com a noção clara do interesse e das expectativas destes grupos 
e organizações e debater com eles o seu papel, interesses, capacidade de participação 
e expectativas em relação ao projecto e como se relacionam entre si. Ao analisar os 
intervenientes, é útil distinguir entre os “grupos-alvo” e os “beneficiários finais”: Os “grupos-
alvo” são os grupos ou as entidades que serão afectados directa e positivamente pelo 
projecto – podem também ser designados por “beneficiários directos”; Os “beneficiários 
finais” são aqueles que beneficiarão do projecto a longo prazo e ao nível da sociedade, ou 
seja que beneficiarão da eventual solução ou da contribuição paraa solução do problema.
Objectivos
Os objectivos gerais devem ser claros. Os objectivos específicos devem ser claros e mensuráveis, 
por exemplo o aumento em x% do acesso da população à água. É fundamental mencionar 
o número de população beneficiária do projecto.
O cenário de partida (background ou baseline)
O cenário de partida deve descrever o problema a abordar, as suas causas, e a sua evolução. O 
cenário de partida é a referência em relação à qual os impactes do programa serão medidos. 
As análise de situação e análise de beneficiários fornecerão os elementos para a descrição 
do cenário de partida.
É importante referir a importância que o governo atribui ao problema que se pretende 
ultrapassar com o projecto, bem como as políticas públicas em curso e a legislação aplicável. 
O enquadramento do projecto inclui a descrição da sua relação com os Planos de Redução da 
Pobreza, os Planos de Acção para atingir os ODM, as Estratégias e Planos sectoriais existentes, 
etc. Como referido acima, é importante fornecer um sumário dos esforços realizados na área 
temática que o projecto aborda.
É também crucial demonstrar conhecimentos de como as actividades propostas vão resolver 
o problema e os factores de inovação ou de complementaridade que as acções têm com os 
esforços em curso.
Uma ferramenta que facilita a análise de problemas e a definição de objectivos e conduz a 
uma apresentação sucinta e clara de ideias, é a construção de árvore de problemas e árvore 
de objectivos. A “árvore de problemas” é um diagrama que contém a identificação dos 
principais problemas duma determinada área e a definição das relações de causa-efeito. O 
exercício deve ser realizado numa reunião de discussão, em que se dispõe (utilizando cartões) 
numa parede ou num quadro os problemas segundo uma hierarquia de “causa–efeito”, 
podendo ser acrescentados novos problemas à medida que a árvore se vai desenvolvendo. 
O problema principal que se tenta abordar com o projecto deve ficar no tronco principal da 
20 21
Manual de ProcediMentos Para elaboração de Projectos de cooPeração
árvore. Os problemas que originam este problema principal devem ser as raízes, enquanto 
os problemas que o problema principal origina devem ser os ramos da árvore. A forma 
mais fácil de desenvolver a árvore de problemas é começar com um problema “inicial” e ir 
acrescentando progressivamente os outros problemas. O problema escolhido como inicial 
até pode vir a mudar mais tarde, pelo que o problema “inicial” deve ser um problema 
a que os participantes atribuam grande importância. A árvore de problemas é construída 
relacionando sucessivamente os restantes problemas com o problema inicial, utilizando a 
ligação causa-efeito: se o problema é causa do problema “inicial”, o cartão é colocado por 
baixo; se o problema é efeito do problema “inicial”, o cartão é colocado por cima; se não é 
causa nem efeito, o cartão é colocado ao mesmo nível.
Exemplo muito simplificado de Árvore de Problemas. De notar que na base poderiam ser colocados 
os problemas que causam a escassez de legislação.
Ao transformar-se os problemas inscritos na árvore de problemas em condições positivas, 
obtém-se a árvore de objectivos. A árvore de objectivos também pode ser vista como um 
diagrama de “fins” e de “meios”. O topo da árvore indica o que se pretende alcançar com 
o projecto – a finalidade do projecto - e os níveis mais baixos da árvore contêm informação 
relativa aos meios para atingir os fins. A vantagem deste processo é que os potenciais 
objectivos do projecto ficam relacionados com a resolução de um conjunto de problemas 
prioritários bem definido.
Árvore de objectivos relativa à árvore de problemas acima.
Produtos e Resultados (outputs e outcomes)
Os produtos e os resultados esperados com a realização do projecto são dos aspectos de 
maior peso na análise de propostas e decisões de financiamento. Os produtos dizem respeito 
às realizações físicas, por exemplo, a instalação de 50 painéis solares nas escolas da região. 
Os resultados exprimem o que é conseguido com as realizações, por exemplo, pelo facto 
de se terem instalado 10km de canalização (produto), o índice da população com acesso a 
saneamento de qualidade aumentou 60% (resultado). 
A relação entre produtos e resultados tem que ser explicada o mais claramente possível. 
Isto nem sempre é fácil, pois pode não existir um nexo de causalidade claro, ou podem 
existir outros factores que influenciem o resultado atingido no final do projecto. É por isso 
muito importante, como acima se referiu, evidenciar a articulação e a complementaridade 
do projecto proposto relativamente a outras actividades em curso.
Outro aspecto importante a clarificar é a evolução das capacidades locais ou nacionais 
que permanecem quando o projecto termina. Por exemplo, no final do projecto as cinco 
comunidades que dele beneficiaram irão estar em condições de praticar técnicas de agro-
silvicultura sustentável e de rentabilizar a conservação da floresta.
Plano de implementação
O plano de implementação tem que conter as principais actividades e a sua relação com os 
resultados esperados. No corpo da proposta as actividades devem ser descritas de forma 
genérica e agrupadas em categorias. É importante ter em conta que o orçamento irá atribuir 
valores aos grupos de actividades e que poderá haver necessidade de descrever as actividades 
com maior detalhe nas notas justificativas dos orçamentos. Esta informação varia consoante 
as especificações dos formulários.
A População é 
consultada para a 
tomada de decisão 
ambiental
Análise de impacte 
ambiental e Fundo do 
Ambiente regulamentados
Código do Ambiente 
revisto e aprovado
Existência de legislação 
avulsa em sectores 
específicos
Sector do ambiente bem 
regulamentado e bom 
nível de implementação da 
legislação
As cidades estão limpas 
e os resíduos das fábricas 
são encaminhados para 
destinos adequados
A População não 
participa na tomada 
de decisão
Falta regulamentação 
relativa a impactes 
ambientais. Falta 
estabelecer o fundo do 
ambiente
Falta rever e aprovar o 
Código do ambiente
Inexistencia de legislação 
avulsa em sectores 
específicos
A Regulamentação do sector 
do ambiente é incompleta e 
não é aplicada
Verifica-se elevado grau 
de poluição na cidade e 
junto às fábricas
22 23
Manual de ProcediMentos Para elaboração de Projectos de cooPeração
Um aspecto muito valorizado na análise das propostas é o grau de envolvimento dos parceiros 
de desenvolvimento nacionais ou locais que aportarão os seus conhecimentos e experiência 
ao projecto. Sempre que possível (e pertinente) é importante envolver as comunidades 
locais nos projectos e organizá-los de forma participativa. Isto aumenta as possibilidades do 
projecto ser sustentável – isto é, que certas actividades prossigam após o fecho do projecto/
programa – e que os seus impactes positivos perdurem.
Um aspecto que poderá determinar a exclusão da proposta é o formato da equipa e o 
modelo de coordenação e de governação do projecto/programa – ou seja como se articulam 
e relacionam entre si os diferentes colaboradores e intervenientes. O modelo a apresentar 
deve ser bem estruturado e robusto (é importante ter argumentos sólidos que fundamentem 
a capacidade da equipa e do modelo de governação escolhidos em detrimento de outros).
Convém descrever a forma como o programa se articulará com outros parceiros de 
desenvolvimento locais e outras iniciativas de doadores internacionais. 
Caso existam, é muito importante evidenciar oportunidades de co-financiamento. Pode 
ser relevante verificar se o projecto se adequa a parcerias público–privado e incluir essa 
possibilidade na proposta. Este tipo de parcerias tem dado muito bons resultados e é 
valorizado pelos analistas das propostas.
Um aspecto obrigatório é a descrição dos potenciais riscos e obstáculos que poderão 
impedir o cumprimento dos objectivos propostos.Como foi referido acima será muito 
importante realçar as medidas que serão implementadas para assegurar a sustentabilidade 
dos resultados.
Monitorização e Avaliação
A monitorização e a avaliação são considerados elementos fundamentais para o sucesso de 
uma intervenção. É necessário definir indicadores quantitativos e qualitativos para todos os 
resultados e para os possíveis impactes dos projectos ou programas. É recomendável que os 
indicadores incluam metas de desenvolvimento de capacidades institucionais dos diversos 
intervenientes.
A escolha de indicadores deve ter em conta diversos factores, desde logo que a obtenção 
de informação envolve custos e que um indicador bem escolhido pode valer mais do que 
vários indicadores menos precisos. Há que procurar que os indicadores sejam mensuráveis 
(podem ser quantitativos ou qualitativos), sejam específicos, pertinentes e exactos (isto é, 
permitam medir com objectividade e inequivocamente se o projecto está a ser bem sucedido 
e possam ir sendo comparados ao longo do tempo), sejam realizáveis financeiramente e 
relativamente aos meios e tempo disponíveis, sejam sensíveis de modo a captar alterações 
e sejam circunscritos e definidos no tempo - os indicadores devem poder dar informações 
rapidamente e ser definidos cada trimestre, semestre ou ano (indicadores de progresso) e 
devem existir também indicadores definidos para o final do período de implementação. 
A proposta deve incluir também uma metodologia para medir os indicadores. Nomeadamente, 
a forma como as informações devem ser recolhidas (por exemplo, realização de inquéritos; 
análise de registos administrativos, estatísticas nacionais, estudos e publicações nacionais), 
onde podem ser recolhidas as informações, com que frequência e por quem devem ser 
recolhidas as informações. Será importante referir também o formato em que a informação 
deve ser disponibilizada. É importante planificar correctamente as fontes e meios de 
verificação e ter noção dos custos e esforços que o seu acesso envolve, bem como dos 
factores temporais. Por exemplo, as estatísticas oficiais são em geral facilmente acessíveis 
e gratuitas, mas normalmente reportam-se a períodos passados de um ano ou mais em 
relação à situação real. Por outro lado, um inquérito orientado fornece informações precisas 
e actualizadas, mas a sua realização pode ser muito dispendiosa. Sempre que possível e 
adequado, é preferível utilizar sistemas e fontes existentes do que criar novos. Caso se 
pretenda que um determinado projecto tenha um programa de monitorização e avaliação 
com fichas de indicadores, metodologias de seguimento e equipas próprias, este programa 
deve constituir uma componente do projecto. 
Quadro Lógico
Como se referiu acima o Quadro Lógico de Intervenção é a compilação dos dados obtidos com 
a Abordagem do Quadro Lógico. Desta forma o quadro lógico articula e sistematiza numa 
matriz os pontos acima referidos. O quadro lógico define os objectivos, os resultados com os 
quais se alcançam os objectivos, as actividades necessárias para atingir os resultados, os riscos 
e oportunidades inerentes a cada actividade, bem como as formas de acompanhamento 
sistemático e de posterior avaliação do projecto, através dos indicadores. A Comissão 
Europeia adoptou esta ferramenta como imprescindível na elaboração de propostas de 
Cooperação para o Desenvolvimento e de Educação para o Desenvolvimento. 
O quadro lógico assenta em dois princípios básicos: 
1) as relações de causa-efeito entre as diferentes partes de um problema (lógica vertical) – 
as actividades, os resultados, os propósitos (objectivos específicos) e o fim último (objectivo 
geral) podem ser vistos como um conjunto de objectivos hierarquizados do projecto no 
sentido em que o sucesso de cada nível (linha da matriz) contribui para alcançar o estipulado 
na linha superior.
2) o princípio da correspondência (lógica horizontal) – vincula cada nível de objectivos à 
medição do resultado atingido (indicadores e meios de verificação) e às condições que 
podem afectar a sua execução e posterior desempenho (hipóteses). 
24 25
Manual de ProcediMentos Para elaboração de Projectos de cooPeração
Lógica da
intervenção
indicadores 
objectivamente
verificáveis
fontes e meios
de verificação
Hipóteses 
objectivos
gLobais
Qual é o objectivo global 
(geral) para o qual o 
projecto contribuirá?
Quais os indicadores-chave 
associados ao objectivo 
geral?
Quais são as fontes de
informação para esses 
indicadores?
objectivos 
específicos
Quais os objectivos 
específicos
que o projecto previsto deve 
concretizar?
Que indicadores 
qualitativos e quantitativos 
demonstram que, e 
em que medida, foram 
concretizados os objectivos 
específicos do projecto?
Que fontes de 
informação existem e 
podem ser agrupadas?
Quais os métodos 
aplicados para obter 
essas informações?
Que factores e 
condições fora do 
controlo directo 
do projecto serão 
necessários para 
atingir estes 
objectivos?
Quais são os riscos a 
considerar?
resuLtados
esperados
Quais são os resultados 
concretos específicos 
previstos pelos objectivos 
específicos?
Quais são os efeitos e os 
benefícios previstos do 
projecto?
Quais serão as melhorias e 
as mudanças resultantes do 
projecto?
Que indicadores permitem 
determinar que o projecto 
atingiu, e em que medida, 
os resultados e os efeitos 
previstos?
Quais são as fontes de 
informação para estes 
indicadores?
Que factores e 
condições deverão 
estar reunidos para 
atingir os resultados 
esperados dentro dos 
prazos previstos?
actividades 
a executar
Quais são as actividades-
chave a realizar, e em 
que ordem, para obter os 
resultados previstos?
Meios:
Quais os meios necessários 
para executar estas 
actividades, por exemplo, 
pessoal, material, 
formação, estudos, 
fornecimentos, instalações 
de funcionamento, etc?
Quais são as fontes 
de informação sobre o 
desenrolar do projecto?
Que condições prévias 
são necessárias para 
iniciar o projecto? 
Que condições fora 
do controlo directo 
do projecto devem 
estar reunidas para 
a execução das 
actividades previstas?
Em geral o quadro lógico ajuda os avaliadores das propostas a entender melhor a natureza 
dos problemas que o projecto procura resolver, a relacionar todas as vertentes do projecto 
e entender as formas preconizadas para a monitorização sistemática do projecto - com vista 
à melhoria contínua de desempenho e medição dos resultados parciais - e como pode o 
projecto ser avaliado posteriormente de forma objectiva e transparente. 
O ou os objectivos gerais situam o projecto no contexto em que se insere, esclarecem sobre a 
mudança na realidade para a qual o projecto procurará contribuir e têm em conta a existência 
de outros actores, alguns dos quais a trabalhar para objectivos semelhantes. Os ODM podem 
servir de orientação para definir os objectivos gerais de projectos de cooperação para o 
desenvolvimento e as metas estabelecidas nos ODM podem servir de guia em termos de 
indicadores.
Os objectivos específicos correspondem ao compromisso do projecto, isto é, correspondem 
à mudança efectiva que o projecto pretende produzir na realidade. Assim os objectivos 
específicos devem realçar os impactes nos beneficiários que o projecto se propõe alcançar. 
Para além do que foi acima referido quanto a produtos e resultados, em projectos 
maiores pode ser mais fácil considerar os resultados do projecto como componentes (ou 
subprojectos) que concorrem para alcançar um objectivo específico. Neste caso deve ser 
muito clara a demonstração da interacção entre as diversas componentes do projecto. As 
actividades podem ser agrupadas nas componentes. Cada componente pode ser executada 
de forma autónoma para produzir um determinado resultado. A definição das actividades 
é um processo complexo que procura o equilíbrio entre: os recursos disponíveis e possíveis 
de angariar e os resultados e objectivos a alcançar. Há que terem consideração aspectos de 
eficiência e eficácia no sentido da rentabilização dos custos.
Orçamento
Existem diferentes formatos de apresentação de orçamentos. A regra geral é que devem ser 
claros e apresentar custos razoáveis e respeitar as despesas elegíveis. Ocorre frequentemente 
o montante da subvenção solicitada nas propostas ser muito próximo dos montantes 
máximos que o financiamento pode conceder. Isto pode criar aos avaliadores a impressão 
que este valor foi tomado como ponto de partida e que a proposta foi sendo preenchida 
com actividades só para justificar esse montante. 
Na construção do orçamento ajuda partir das actividades necessárias para realizar com êxito cada 
acção e depois traduzi-las em custos. Agrupar despesas por classes pode facilitar a apresentação. 
Por exemplo, despesas de pessoal (honorários, ajudas de custo, impostos, segurança social), 
despesas necessárias ao funcionamento logístico (por exemplo, viagens, despesas com meios 
de locomoção, funcionamento de escritório e armazém e telecomunicações), despesas 
inerentes à implementação das actividades, contratação de serviços externos, entre outros. 
Ocorre frequentemente a inclusão nas propostas de fundos para compra de equipamentos 
como computadores, aparelhos de ar condicionado, ou veículos. Estes são custos que os 
avaliadores encaram com atenção redobrada, pelo que se deve incluir na proposta apenas se 
for estritamente necessário e apenas o que for estritamente necessário. 
É muito importante mostrar quais são as origens do financiamento e é sobretudo muito 
importante maximizar a parte da contribuição própria e/ou do co-financiamento. Muitos 
financiadores disponibilizam apenas uma determinada percentagem do montante global do 
projecto, o restante deve ser assegurado pelo requerente ou este deve mostrar que tem outra 
entidade parceira que financiará uma parte. Desta forma há um incentivo para a aprovação 
por parte do avaliador, que verifica que houve um esforço do requerente para levar adiante 
o projecto. As contribuições próprias podem ser tão diversas como parte ou a totalidade dos 
salários das pessoas afectas ao projecto, a disponibilização de terrenos ou de materiais, etc 
que muitas vezes não são contabilizados pelos requerentes. O co-financiamento pode advir de 
um parceiro do projecto, de outra instituição, de cooperação bilateral, etc. Em alguns casos – 
mas não em todos, haverá que verificar caso a caso – poderão existir o que se chama receitas 
directas da acção. Estas consistem no rendimento gerado pelo projecto, por exemplo: vendas 
de livros ou publicações, preço de entrada numa conferência realizada pelo projecto, e podem 
servir para que o financiamento requerido para determinada actividade diminua.
26 27
Manual de ProcediMentos Para elaboração de Projectos de cooPeração
2.4. Aspectos a considerar para o sucesso das propostas
Um dos problemas principais das propostas que não obtêm sucesso está relacionado com 
aspectos administrativos – a não entrega de alguns documentos, o não cumprimento dos 
prazos, as propostas redigidas à mão ou ininteligíveis, etc.
A maioria das vezes as propostas são analisadas quanto à Relevância, Sustentabilidade, 
Metodologia e Análise económica e financeira. Apresentam-se de seguida listas com aspectos 
a ter em atenção relativamente a cada um dos referidos elementos de análise para facilitar 
o sucesso das propostas. De notar que as listas não são exaustivas.
Lista de aspectos reLacionados com a reLevância
Os objectivos são claros e os objectivos específicos são mensuráveis? 
A proposta demonstra o impacte do projecto sobre os ODM?
A proposta demonstra que o projecto está orientado para a redução da pobreza?
A proposta demonstra uma análise adequada dos problemas/necessidades, que os objectivos do projecto tentam resolver/colmatar?
As actividades propostas são claras e exequíveis (tendo em vista o contexto, os recursos e a duração do projecto)?
Qual o peso do financiamento para actividades de manutenção e funcionamento de sistemas ou estruturas já em utilização?5
O número de beneficiários está bem identificado?
A proposta demonstra que os beneficiários do projecto pretendem que o projecto se realize, pretendem participar na sua 
implementação e estão dispostos a contribuir (com financiamento, trabalho ou géneros)?
Os aspectos de formação e capacitação foram considerados e estão descritos na proposta?
5
Não é demais referir que algumas propostas não têm sucesso por falta de actividades de 
formação e capacitação ou que promovam a participação. Os analistas interpretam muitas 
vezes estes casos como resultantes de problemas no levantamento das necessidades.
No que diz respeito à metodologia, muitas vezes o insucesso advém de problemas no quadro-
lógico.
Lista de aspectos reLacionados com a metodoLogia
O plano de acção é coerente, ou seja, as actividades são eficazes para atingir os resultados e os resultados são suficientes para atingir 
os objectivos? 
Os indicadores são apropriados e objectivamente verificáveis? 
Foi elaborada uma análise de risco? Os potenciais riscos e obstáculos estão bem identificados?
A proposta descreve acções planeadas para mitigar os riscos?
5 As propostas de financiamento servem para complementar actividades, ou para realizar actividades que não poderiam implementar-
se sem o financiamento externo. Por isso os doadores não apreciam propostas que se destinem a custear pura e simplesmente salários e 
ajudas de custo, ou arrendamento de escritórios, ou manutenção de viaturas para o funcionamento das estruturas do Estado, ou das ONG.
Se não for possível responder positivamente a todas as perguntas dos quadros abaixo, 
nomeadamente a nível de capacidade e experiência financeira, pode ser conveniente 
encontrar parceiros internacionais – por exemplo entidades internacionais sem fins lucrativos 
– com a capacidade requerida.
Lista de aspectos reLacionados com a capacidade
A proposta demonstra experiência adequada na região?
A equipa proposta para implementar o projecto tem experiência na gestão de projectos semelhantes ou da mesma dimensão? 
A entidade proposta para implementar o projecto tem capacidade financeira para gerir um projecto com o orçamento apresentado? 
Tem experiência na implementação administrativo-financeira de projectos da mesma dimensão?
O modelo de coordenação e governação proposto demonstra que todos os parceiros têm capacidade (técnica, administrativa, 
financeira) adequada para as actividades que se propõem desempenhar? 
Lista de aspectos reLacionados com a anáLise económica e financeira
A justificação da necessidade de financiamento está claramente expressa? 
A contribuição dos beneficiários está incluída na proposta?
Existe retorno financeiro dos investimentos do projecto, ou seja os investimentos irão gerar rendimentos mais tarde? Em caso 
afirmativo, está explicitado na proposta? 
Está claramente explicitado na proposta o custo para os beneficiários e a viabilidade dos pagamentos por serviços prestados pelos 
bens ambientais? 
É de notar que muitas vezes os problemas da análise económica e financeira resultam de 
uma fraca participação das partes interessadas (stakeholders) no planeamento do projecto. 
Um aspecto também muito relevante é assegurar que o número de beneficiários proposto é 
o mesmo em todos os documentos do projecto.
A sustentabilidade das actividades iniciadas com um projecto ou o efeito duradouro dos benefícios 
de um projecto são dos factores mais preponderantes para a aceitação de uma proposta. 
Lista de aspectos reLacionados com a sustentabiLidade
A proposta descreve claramente as capacidades que as estruturas existentes (físicas, de governação, etc) terão que ter no final do 
projecto para continuar a produzir resultados depois de o projecto terminar? Estão previstas no projecto actividades de reforço dessas 
capacidades?
São identificados de forma clara os impactes – benefícios duradouros, mudanças profundas– que o projecto trará, nomeadamente 
aos grupos mais vulneráveis? 
A proposta indica a sustentabilidade ambiental?
29
Manual de ProcediMentos Para elaboração de Projectos de cooPeração
segunda Parte
Estratégias de cooperação 
dos principais doadores
30 31
Manual de ProcediMentos Para elaboração de Projectos de cooPeração
3. Síntese dos programas e iniciativas
Na primeira parte do Manual foram referidos aspectos gerais e boas praticas relativas ao 
preenchimento de propostas. Nesta segunda parte serão referidos os principais mecanismos 
de financiamento, enquadrados na filosofia de cada financiador para facilitar a escolha do 
mecanismo financeiro e para reforçar a proposta através da sua adequação à política do 
financiador. 
O Anexo do Manual apresenta um quadro resumo dos programas e iniciativas referidos para os 
diferentes doadores, divididos pelas grandes áreas temáticas: estratégia de desenvolvimento 
sustentável e iniciativas para o cumprimento de ODM; alterações climáticas; biodiversidade; 
combate à desertificação e químicos. Para uma noção rápida dos financiamentos disponíves 
aconselha-se a consulta ao referido quadro, depois no corpo do manual pode encontrar-se 
mais detalhe sobre como aceder ao financiamento.
Inciciativas relativas a alterações climáticas têm tido interesse acrescido nos últimos anos, 
com a maior parte dos doadores multi-laterais a iniciarem programas visando facilitar o 
acesso por parte dos países em desenvolvimento aos mecanismos de desenvolvimento limpo. 
Os projectos de água (conservação, gestão e distribuição a população pobre) são também 
muito frequentes. A maior parte dos doadores atribui prioridade também aos temas da 
biodiversidade e à gestão de produtos químicos (incluindo a conservação da qualidade do ar). 
É de notar que cada vez mais os doadores privilegiam o apoio às iniciativas e propostas que 
partam das autoridades nacionais (em vez de solicitar autorização para a implementação de 
projectos pré-definidos como era antes usual) e requerem o co-financiamento efectivo do 
governo, em especial em países com recursos financeiros.
4. Fundo Global para o Ambiente (GEF)
O Fundo Global para o Ambiente é um mecanismo financeiro de apoio à implementação de 
diversos AMA e um instrumento que visa a integração de preocupações ambientais globais 
nos processos de desenvolvimento. O GEF financia projectos nas seguintes áreas temáticas: 
biodiversidade, alterações climáticas, combate à desertificação, protecção da camada de 
ozono, poluentes orgânicos persistentes e águas internacionais (este último que se aplica 
a bacias hidrográficas e ao mar, pode ter actividades nacionais mas incluídas em projectos 
internacionais). Os fundos do GEF são utilizados, tanto quanto possível, na área da boa 
governação ambiental internacional.
Os países doadores financiam o GEF, cada quatro anos, através de um processo denominado 
“GEF Replenishment.” Em Agosto de 2006, 32 países comprometeram-se a disponibilizar mais 
de 3 mil milhões USD, para o financiamento das actividades do GEF de 2006 a 2010. Além 
disso, vinte países (entre os quais Portugal) comprometeram-se a contribuir voluntariamente 
com um suplemento adicional.
O GEF leva a cabo as suas actividades através de Agências de Implementação:
•	 PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
•	 PNUA – Programa das Nações Unidas para o Ambiente
•	 Banco Mundial
Para além disso, existem sete agências executoras que contribuem para a gestão e 
implementação dos projectos GEF:
•	 Banco Africano de Desenvolvimento
•	 Banco Asiático de Desenvolvimento
•	 Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento
•	 Banco Inter-Americano para o Desenvolvimento
•	 FIDA – Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola
•	 FAO – Organização das Nações Unidas para a Agricultura
•	 ONUDI – Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial
Verifica-se igualmente o envolvimento de diversas Organizações Não-Governamentais 
(ONG) em projectos GEF, sendo um dos objectivos o maior envolvimento do sector privado, 
nomeadamente através de parcerias e co-financiamentos.
São várias as entidades envolvidas na conceptualização e implementação dos projectos 
financiados pelo GEF. O Anexo 1 descreve sucintamente as entidades envolvidas no ciclo de 
projecto GEF. 
O GEF presta apoio financeiro de diferentes ordens de grandeza e com propósitos 
específicos. Os formulários a utilizar para concorrer aos diversos financiamentos podem 
ser encontrados em http://www.thegef.org/interior_right.aspx?id=166746. 
Os apoios incluem: 
•	 Apoio à preparação de projectos (Project Preparation Grant, PPG) – o apoio à 
elaboração de propostas e a estudos preliminares necessários à elaboração de projectos 
e programas, que são de três tipos: 
a) Apoio financeiro a ser utilizado nas fases iniciais de identificação do projecto ou 
programa cobrindo as despesas no país;
(b) Apoio financeiro no âmbito de projectos ou programas que já estão claramente 
identificados para apoiar a conclusão da preparação do programa ou projecto para 
submissão ao Conselho e posterior avaliação;
(c) Apoio financeiro limitado a propostas de projectos que tenham sido aprovados 
pelo Conselho, mas requerem trabalho técnico de concepção e engenharia mais 
aprofundado para aumentar a viabilidade. 
•	 Actividades facilitadoras (Enabling Activities) – apoio à preparação de planos, 
estratégias ou programas destinados a cumprir compromissos assumidos no âmbito 
dos AMA, por exemplo: apoios até 200 mil USD para Auto-avaliação de Capacidades 
Institucionais (NCSA) apoios até 350 mil USD para preparação e planos de acção 
nacionais e primeiras comunicações de alterações climáticas ou biodiversidade; apoio 
até 500 mil USD no âmbito dos POP; apoios até 1 milhão de USD para biosegurança 
ou para adaptação especial às alterações climáticas. 
•	 Apoio a iniciativas de âmbito mais localizado (Small Grants) – (região de um país, 
província, distrito) mas com relevância para a biodiversidade mundial – Este tipo 
de projectos destina-se a apoiar pequenas iniciativas de âmbito comunitário que 
contribuam para conservar a biodiversidade a nível global, atenuar os efeitos das 
6 Ou entrando no site www.thegef.org e clicando sobre Projects e depois Project Types, Templates and Guidelines.
32 33
Manual de ProcediMentos Para elaboração de Projectos de cooPeração
alterações climáticas, proteger as águas internacionais, reduzir o impacte dos POP e 
prevenir a degradação dos solos, ao mesmo tempo que procuram melhorar a qualidade 
de vida das populações. Trata-se essencialmente de projectos complementares aos 
de média e grande dimensão, que se destinam a possibilitar a participação de ONG, 
comunidades locais e outras organizações da sociedade civil. O montante máximo 
para cada projecto é 150 mil USD (aprovado pelo PNUD), mas em média o programa 
tem desembolsado 20 mil USD por projecto. Os fundos vão directamente para ONG ou 
outras Organizações Comunitárias de Base;
•	 Projectos de Média Escala (Medium Size Projects) – Financia projectos até 1 milhão 
USD no âmbito de uma prioridade estratégica, programa operacional ou resposta de 
curto prazo;
•	 Projectos de Larga Escala (Full Size Projects) – Financia projectos acima de 1 milhão 
USD que, para além dos requisitos dos medium size projects, obedeçam a requisitos 
de elegibilidade dos AMA.
4.1. Prioridades e linhas de intervenção 
As prioridades de intervenção do GEF são:
7
área focaL7 prioridades
Biodiversidade
· Apoio a actividades de preservação e gestão integrada dos diversos ecossistemas: 
áridos e semi-áridos; marinhos, costeiros e de água doce; florestais; de montanha. 
· Sustentabilidade dos Sistemas de Áreas Protegidas ao nível nacional.
· Sensibilização para a importância da biodiversidade e da sua integração na tomada de 
decisão.
· Conservação e uso sustentável da diversidade biológica com importância para a 
agricultura.· Capacitação para a implementação do Protocolo de Cartagena sobre Segurança 
Biológica. 
Alterações Climáticas
· Adaptação.
· Redução dos custos a longo prazo das tecnologias energéticas de baixa emissão de 
gases com efeito de estufa.
· Promoção da utilização de energias renováveis e remoção de barreiras através da 
redução dos custos de implementação. 
· Remoção de barreiras à eficiência energética e conservação de energia.
· Promoção da mobilidade sustentável (transportes ambientalmente sustentáveis).
· Facilitação de actividades, comunicações nacionais e outras obrigações no âmbito da 
CQNUAC.
Desertificação e Degradação 
dos Solos
· Gestão sustentável de terras que visa o combate à desertificação e à degradação de 
terras, através das seguintes áreas temáticas:
· Agricultura
· Pastorícia
· Florestas
· Gestão integrada e múltipla da água e terras.
Águas Internacionais
· Acções de recuperação e tratamento de cursos de água seriamente ameaçados, 
nomeadamente com impacte transnacional.
· Sistemas transnacionais que:
· Ainda não estejam muito degradados;
· Sejam vocacionados para preocupações ambientais relacionadas com outras áreas 
focais do GEF;
· Necessitem de medidas preventivas para avançarem para um processo de 
desenvolvimento sustentável.
· Projectos-piloto ou de demonstração baseados na aprendizagem Sul-Sul que podem 
envolver os seguintes tópicos:
· Actividades em terra que degradam as águas marinhas;
· Poluentes globais;
· Poluentes relacionados com navios;
· Apoio técnico e capacitação regional / global. 
Camada de Ozono 
· Apoio aos objectivos do Protocolo de Montreal sobre as substâncias que empobrecem a 
Camada de Ozono à Convenção de Viena para a Protecção da Camada de Ozono.
Poluentes Orgânicos 
Persistentes (POP)
· Apoio aos objectivos da Convenção sobre Poluentes Orgânicos Persistentes:
 - Reforço de capacidades;
 - Intervenções de terreno; e 
 - Investigação por objectivos.
7 Os nomes das áreas correspondem a uma tradução directa dos nomes utilizados pelo GEF. Depreende-se dos programas que estes 
se destinam a preservar a biodiversidade e a qualidade das águas internacionais e a combater a degradação de terras, a redução da camada 
de ozono ou a existência de POP.
34 35
Manual de ProcediMentos Para elaboração de Projectos de cooPeração
Desde Março de 2003, os financiamentos do GEF inserem-se em programas operacionais. 
Existem 15 programas operacionais, dos quais 11 reflectem as áreas prioritárias de 
intervenção. O Anexo 2 contém a lista dos Programas Operacionais em vigor. 
4.2. Ciclo de Proposta GEF 
Como foi referido acima, a informação detalhada sobre os tipos de documentos a utilizar e 
os prazos apropriados para submeter propostas pode ser encontrada no seguinte endereço: 
http://thegef.org/interior_right.aspx?id=16674
A preparação da proposta deve ser feita em articulação com os pontos focais de cada Programa 
Operacional no país – estes serão uma das agências de implementação do GEF (em geral PNUD, 
PNUA ou Banco Mundial), que se encarregarão de enviar a documentação ao GEF. 
Como referido acima existem diferentes tipos de apoio. No entanto, o primeiro documento a 
apresentar é sempre um formulário de identificação de projecto (PIF – Project Identification 
Form). O documento com a proposta só pode ser enviado após o PIF ter sido aprovado.
No caso das actividades facilitadoras (enabling activities) existem documentos de proposta 
específicos de acordo com o âmbito de cada actividade:
âmbito formuLário de proposta específico
Biodiversidade
Projecto de biodiversidade
Projecto de biosegurança
Alterações Climáticas
Redacção da comunicação inicial sobre alterações climáticas
Preparação do Plano de Acção Nacional de Adaptação (PANA)
Poluentes Orgânicos Persistentes Elaboração do Programa de Implementação Nacional (PIN)
Multissectorial
Preparação do NCSA – Auto-avaliação de Capacidades Institucionais8
Pedido de apoio à preparação de projectos
8
Para Projectos de Larga Escala (Full Size Projects) o ciclo de proposta é complexo e tem uma 
duração de 22 meses em média. Para Projectos de Média Escala (Medium Size Projects) o 
prazo é um pouco menor dado que o secretariado tem poder de decisão. As propostas de 
projectos de média dimensão podem ser submetidos em qualquer altura. As figuras abaixo 
representam o ciclo de projecto.
Inicialmente o PIF é submetido ao Secretariado do GEF e, caso tenha condições, segue para 
comentários do Painel de Aconselhamento Técnico e Científico. É possível submeter ao 
Secretariado o pedido de apoio à preparação de projectos (PPG) ao mesmo tempo que se 
submete o PIF. Isto irá poupar tempo, uma vez que o Secretariado (liderado pelo Director 
Executivo – DE) tem poder para aprovar o PPG. Caso o PIF tenha que ser rectificado, existe 
um formulário próprio para o efeito. 
8 Os resultados do NCSA são utilizados como importantes pontos de partida em futuras actividades de desenvolvimento de capacidades.
Se o Secretariado der o seu aval, o PIF e o PPG (caso haja) são integrados no programa 
de trabalhos do Conselho. O Conselho reúne duas vezes por ano e em certos anos poderá 
reunir-se outras vezes, para decidir sobre projectos. Entretanto, caso o PPG tenha sido aceite, 
iniciam-se os estudos para a elaboração da proposta. Estes estudos envolvem muitas vezes 
a contratação de consultores nacionais e internacionais, visitas ao terreno, workshops, etc. 
Ciclo de projecto de larga escala. Fonte: http://www.gefcountrysupport.org/docs/505.ppt
A avaliação por parte do Conselho é estratégica, ou seja os critérios são a equidade geográfica 
e temática da intervenção, a coerência com outros projectos GEF na região e a contribuição 
do projecto proposto para os objectivos do GEF para a região. As informações relativas a este 
aspecto, que determinam as probabilidades da proposta final ser aceite, devem ser recolhidas 
pelos interessados junto às agências de implementação ou agências executoras no país.
É com base nas informações do Conselho que o DE irá determinar os montantes de 
financiamento. As agências de implementação ou as agências executoras, enviam então ao 
DE toda a documentação da proposta – a mesma que terão submetido às representações 
regionais ou à sede da sua própria organização9 – solicitando a aprovação da proposta. O 
Secretariado tem então 10 dias para rever os documentos da proposta e o DE determina 
se a proposta cumpre as condições para ser aprovada. Se a proposta preenche todos os 
requisitos, o Secretariado envia a proposta para o Conselho. Este tem quatro semanas para 
se pronunciar relativamente a qualquer aspecto - de procedimento, de política ou alguma 
9 Em geral, as agências de implementação ou as agências executoras procedem a uma revisão interna da proposta e enviam-na às 
suas delegações regionais ou à sede, pois são co-responsaveis pela proposta e são elas que irão gerir os financiamentos. 
Desenvolvimento do PIF Opção de submeter PPG
Avaliação Final
Implementação 
monitorização e avaliação 
do projecto
Endosso pelo DE
DE considera PIF
Inclusão do PIF no programa 
de trabalhos do Conselho
Preparação da proposta de 
projecto
4 semanas de revisão do 
documento do projecto 
pelo Conselho
DE aprova PIF 
(ePPG)
Os impactes do 
projecto continuam 
para além do 
financiamento
36 37
Manual de ProcediMentos Para elaboração de Projectos de cooPeração
incoerência da proposta. A aprovação final compete ao DE, que terá em linha de conta 
as recomendações do Conselho e envidará esforços para corrigir os elementos necessários. 
Dificilmente uma proposta reprovará quando já chegou até aqui. 
O portal da internet do GEF10 vai mostrando os PIF submetidos, os pareceres do Painel de 
Aconselhamento Técnico e Científico, as preocupações do Conselho, o estado da proposta 
– por exemplo, que aguarda rectificação para ser finalmente aprovada, e finalmente os 
documentos finais da proposta. 
No caso de projectos de média dimensão o processo

Continue navegando