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Práticas Elementares na Aquicultura Marinha

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••
Raimundo Aderson Lobão de Souza
Marco Antonio Igarashi
Jefferson Murici Penafort
Editores
SUMÁRIOMINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
MI~ISTRO: Fernando Haddad
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
REITOR: Marco Aurélio Leite Nunes
VICE-REITOR: Sueo Numazawa
COMISSÃO EDITORIAL
Edilson Rodrigues Matos
George Rodrigues da Silva
Haroldo Francisco Lobato Ribeiro
Manoel Malheiros Tourinho
Marly Maklouf dos Santos Sampaio
Virgilio Ferreira Libonati
-Waldenei Travassosde Queiroz
CAPA: Israel Gutemberg
FOTOS DA CAPA: Jefferson Murici Penafort, Marco Antonio Igarashi
Vitor Meio dos Santos Porto
APRESENTAÇÃO..'..................................................................... .5
CAPíTULO I
Potencial da aqüicultura no mundo e no Brasil.......................... 7
CAPíTULO 11
Cultivo de camarão marinho 41
CAPíTULO 111
Cultivo de lagosta Panu/irus argus de pós-larva ao tamanho
comercial........... 73
TRATAMENTO DE IMAGENS: Paulo Marcelo de Oliveira Lins
DESENHO: José Guilherme S. Carrilho e Marco Antonio Igarashi
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA: lone Sena
ENDEREÇO
Av. Tancredo Neves, 2501
Caixa Postal, 917
CEP 66.077-530 - Belém-Pará
E-mail: biblioteca@ufra.edu.br
CAPíTULO IV
Cultivo de mexilhão 99
CAPíTULO V
Cu Itivo de ostra......................................................................... 113
CAPíTULO VI
Cultivo de tainha Mugil cephalus 129
CAPíTULO VII
Alimento vivo para oganismos aquáticos cultiváveis 133
PATROcINIO:
BANCO DA J\MJ\ZÔNIA
EXCELtNCIA POR NATUREZA
Práticas elementares na aqüicultura marinha
Souza, R. A. L.; Igarashi, M. A.; Penafort, J. M. (editores). -
Belém: Universidade Federal Rural da Amazônia, 2005.
158 p. il.
ISBN 85-7295-035-4
1. Aqüicultura. I. Souza, Raimundo Aderson Lobão de (ed.) 11.
Igarashi, Marco Antonio (ed.), 111. Penafort, Jefferson Murici (ed.).
CDD 639.309811
rim rdi e qüi ultura onsiderada uma das mais
imp rtant s tividad s zoot cnicas, intensificando e aprimorando suas
l nicas e métodos para proporcionar aos produtores, uma rentabilidade
que seja enquadrada como economicamente viável. O crescimento da
qüicultura marinha no Brasil tem sido uma constante e hoje encontra-
s com um grau de evolução bastante significativo.
A carcinicultura marinha tem sido responsável pela produção de
camarões marinhos, que cresce em um ritmo acelerado, podendo
futuramente superar a produção da pesca extrativa. Outras culturas são
de bastante interesse para maricultura, dada a preocupação de todos os
seguimentos empresariais ligados ao setor, pois em face do grande esforço
real de pesca. De modo natural, ocorre o interesse por parte de
pesquisadores em evitar obstáculos que possam comprometer o
desenvolvimento dessa importante atividade. Desta forma, há a
preocupação em repassar conhecimentos técnicos ao público alvo,
que é imprescindível à condução do agronegócio.
Esta obra é importante para o desenvolvimento da aqüicultura
marinha na região, pois descreve técnicas de cultivo de organismos
marinhos comercialmente viáveis, com alicerceamento teórico e prático,
exposta de uma maneira didática e acessível. Assim temos a certeza de
que ela será de grande valia aos estudantes de graduação, alunos de
pós-graduação e todos os profissionais que estão ligados, direta ou
indiretamente, ao setor produtivo e empresarial, que tem como objetivo
expandir seus conhecimentos e aperfeiçoar o desenvolvimento
tecnológico na aqüicultura marinha.
Prof. Dr. Marco Aurélio Leite Nunes
Reitor da Universidade Federal Rural da Amazônia
1 INTRODUÇÃO
Apesar das atividades relacionadas a aqüicultura ter iniciado há
séculos (carpas na China, tilápia no antigo Egito, ostras na antiga Roma
ou mexilhões no século XIII na França), o real aumento nas atividades
aqüicolas veio somente há 30 anos atrás, com o começo do cultivo
intensivo e semi-intensivo de carpas (principalmente na China),
camarões (principalmente na Ásia e no Equador) e salmão
(principalmente na Noruega) (WIEFELS, 1.999). .
Segundo Roubach et aI. (2003), a aqüicultura brasileira.pode
ser dividida em seissetores principais, definidos pelo tipo de organismo
cultivado: peixes de água doce, camarão marinho, moluscos, ostras,
camarão gigante de água doce e rãs. De acordo com o mesmo autor, a
aqüicultura brasileira é baseada, principalmente,_ em unidades de
produção de pequena escala (com exceção do camarão marinho,
responsável por até 14% da produção total) com, aproximadamente,
100 mil fazendas aqüícolas, ocupando uma área equivalente a 80.000
hectares.
......• Das espécies cultivadas na região costeira, podemos destacar o
camarão marinho Litopenaeus vannamei, a ostra Crassostrea gigas e o
mexilhão Perna perna.
A carcinicultura marinha teve início no B'ràsilentre os anos de
1972 e 1974, a partir do uso do Marsupenaeus japonicus na época
denominada cientificamente de Penaeus japonicus foi montada a
primeira fazenda comercial brasileira, em 1975, a ClRNE, no Rio
Grande do Norte (BORGHETTI; OSTRENSKY,2003). Porém, no início
dos anossü, a introdução de uma espécie exótica, o camarão-branco
do' Pacífico, L. vannamei, revolucionaria a carcinicultura no país
(OSTRENSKY,2002).
A ostreicultura teve início nos anos 70, em Cabo Frio - RJ,com a
pécie japonesa Crassostrea gigas, que apresentou alta mortalidade,
j vida às altas temperaturas encontradas na região (MUNIZ, 1983).
9
Segundo Souza Filho, Herzog e Frigo (2003), com relação à ostra, Santa
Catarina aparece em primeiro lugar no país, detendo cerca de 90% da
produção. Seu cultivo foi iniciado em 1987, a partir da introdução de
sementesde ostra do Pacífico, produzidas no Chile.
No Brasil, o cultivo experimental de mexilhões foi iniciado na
década de 70 por Institutos de Pesquisas,Universidades e Secretarias
de Agricultura, principalmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro
e Santa Catarina (FERREIRA,1994) .
..•\ c)( I. G.
/l ' .
Almitilicultura,da espécie Perna perna vem sendo praticada desde
1983 em sistema flutuante, com índices de produtividade similares aos
de outros países produtores (MARQUES; LIMA; OSTINI, 1985).
Segundo Roubach et aI. (2003), a produção comercial de peixes
marinhos ainda não é uma realidade no Brasil. Entretanto, os maiores
desenvolvimentos da pesquisa nesta área vêm ocorrendo no Sul. De
acordo com o mesmos autores, dentre asespéciescandidatas destacam-
se o linguado (Paralichthys orbignyanus) e os robalos (Centropomus
paralle/us e C. ·-undecimalis).
Segundo Mello (2004), dados publicados pela FAO em 2003
indicam que a produção pesqueira em 2001, com relação ao volume
de produção ria aqüicultura, os peixes foram os que contribuíram com
a maior produção 24,4 milhões de toneladas, destacando-se as
diferentes eSRéciesde caq;~aem seguida os moll!scossom 11,2 milhões
de toneladas, algas com 10,5 milhões de toneladas .crustáceos 1,9
milhões de toneladas e os outros produtos englobando anfíbios e répteis,
164 mil toneladas.
Na Tabela 1, pode-se verificar a evolução da produção
de pescado no período compreendido entre 1990 e 1997, além
da contribuição da aqüicultura e do consumo humano (RIBEIRO
et aI., 2000).
Tabela 1 - Produção mundial de pescado
Produção 1990 1992 1994 1995 1996 (1)1997
(milhões de tonelas)
Aqüicultura 13,13 15,52 20,77 24,28 26,38 28,27
Captura 85,88 86,21 92,68 93,00 ·94,63 93,73.. ,,-
Total de produção 99,01 101,73 h 13,46 117,28 121,01 122,00
de pescado
Utilização/consumo 70,82 72,43 79,99 86,49 90,62 92,50
humano
2 AQÜICULTURA MUNDIAL E BRASILEIRA
Segundo Mello (2004), dados publicados pela FAO em 2003
indicam que a produção pesqueira em 2001 foi de 142,1 milhões de
toneladas, englobando a pescae a aqüicultura. De acordo com o mesmo
autor, entre os anos de 1999 e 2001 o volume de pescado capturado
no mundo cresceu 7,8% e a aqüicultura 187,6%.
Segundo Neiva (2003), em 2000, a produção total da
aqüicultura, incluída as plantas aquáticas, foi de 45,7 mt, com um valor
de 56,5 bilhões de dólares. De acordo com o mesmo autor, a China
continua sendo, de longe, o maior produtor mundial, com uma produção
declaradano ano de 2000 da ordem de 41,6 milhões de toneladas
(17,0 mmt da pesca extrativa e 24,6 mmt da aqüicultura), com um
índice de consumo per capta da ordem de 25 kg.
FONTE: FAO (1999)
111 produção estimada
A Tabela 2 mostra que, em 1990, foi estimada uma população
de 5,4 bilhões, demandando cerca de 100 milhões de toneladas
de produtos aqüícolas. A pesca contribuiu com 84,6 milhões de
toneladas, enquanto a aqüicultura com 13,2 milhões de toneladas
(RIBEIRO et ai, 2000)
10
i.
1 /p' 11
As Tabelas3 e 4 exibem a produção aquática cultivada no mundo
com as 10 espécies mais cultivadas, relatado de acordo com o volume
e valor, respectivamente.
Tabela 3 - Produção aquática cultivada no mundo: 10 es écies mais
~, relatado de acordo com o volume
Tabela 2 - Projeção do crescimento populacional relacionado com a
demanda por alimento aqüicola e possíveis produções
Ano População Demanda Fonte (milhões ton.)
(bilhões) (milhões t.) Pesca'" Aqüicultura
1990 5,4 102,6 84,6
(2)11
2000 6,3 120,0 85,0 35
2010 7,2 136,8 85,0 52
2025 8,5 162,0 85,0 77
Nome Produção (milhões
de Toneladas)comum Espécies
Alga _
Ostra
Carpa
Carpa
Carpa
Carpa
Vieira
Molusco
Carpa-
Tilápia
Fonte: Hopkins Manci (1992) citado por RIBEIRO et al, (2000)
(1) mantendo-se a produção estável.
12) estimativa da FAO, na realidade atingiu 13,2 milhões de toneladas.
Porém, os peixes, crustáceos e produtos derivados são
amplamente comercializados em mais de 195 países, existindo cerca
de 180 países importadores (RIBEIRO et ai, 2000). Dentro desse
contexto, os 14 maiores países produtores de alimentos através da
aqüicultura em 1996 incluem 9 asiáticos, 3 europeus, 1 sul americano
e 1 Norte Americano (NEW, 1998).
Em 1996, o setor exportou 22 milhões de toneladas no valor de
US$ 52,S bilhões, representando cerca de 11 % do valor de exportação
de toda a agricultura e 1 % de todo o comércio internacional (RIBEIRO
et aI., 2000). Além disso, a aqüicultura também gera empregos, alimentos
e divisas. Nestecontexto, em 1990, 28,6 milhões de pessoasencontraram
empregos na indústria pesqueira e naaqüicultura, e em 1996 foi estimada
39 milhões de mulheres e homens empregados na pesca e aqüicultura,
sendo que a maioria destes trabalhadores, em torno de 95 %, poderiam
ser encontrados em países em desenvolvimento (STATUS..., 2000).
Somente um paísna América Latina, o Chile, aparece no topo dos países
da América Latina produtores na aqüicultura de peixes, crustáceos e
moluscos (NEW, 1998). No entanto, o fenômeno da indústria do cultivo
do salmão no Chile deve parte de seu sucessoaos investimentos e perícia
estrangeira principalmente da Noruega, Escócia e dos Estados Unidos,
portanto, as nações em desenvolvimento estão obtendo um aumento
nos investimentos em suacrescente indústria aqüícola (STATUS..., 2000).
Laminaria japonica
Crassostrea gigas
Hypophthalmichthys molitrix
Ctenopharyngodon idel/us
Cyprinus carpio
Aristichthys nobilis
Pecten yessoensis
Ruditapes philippinarum
Carassius carassius
Oreochromis niloticus
4,17
2,92
2,88
2,44
1,99
1,41
1,27
1,12
0,69
0,60
Fonte: FAO (1998)
Tabela 4 - Produção aquática.cultivada no mundo: 10 espécies mais
cultivadas em 1996, relatado de acordo com o valor
Nome comum Valor (bilhões US$)
Camarão
Ostra
Carpa
Alga
Carpa
Carpa
Salmão
Vieira
Molusco
Carpa
Espécies
3,93
3,23
2,79
2,70
2,42
2,23
1,87
1,62
1,52
1,31
fonte: FAO (1999)
12
Penaeus monodon
Crassostrea gigas
Hypophthalmichthys molitrix
Laminaria japonica
Cyprinus carpio
Ctenopharyngodon idel/us
Salmo salar
Pecten yessoensis
Ruditapes philippinarum
Ari-2tichthys nobilis
13
No entanto, o potencial de desenvolvimento da aqüicultura em
uma região depende de três fatores (SHANG citado por HOLANDA
JÚNIOR et aI.(2000):
a) eCQllomiéLLelatiYa..d.e.-er-iaçãeLe_'iendª-de d iferente~~écies
animais;
A produção aqüícola brasileira passoude 20,5 mil toneladas (US$
104,4 milhões), em 1990, para 210 mil toneladas (US$ 830,3 milhões),
em 2001, com um aumento de 925 %, enquanto a aqüicultura mundial
teve um crescimento de 187 % no mesmo período (BORGHETTI;
OSTRENSKY,2003). Além disso no Brasil, para organismos aquáticos,
passando para 202,3 mil toneladas em 2002, com uma projeção de
247,5 mil toneladas para 2003 (SCORVO FILHO, 2003). Todavia a
produção na aquicultura pode chegar a 500.000 toneladas pelo final
da próxima década (VALLE; PROENÇA, 20001:
No Brasil os peixes de água doce são predominantemente
produzidos, representando, aproximadamente, 80 % do total da
produção, seguido pelos camarões marinhos, perfazendo até 14 % do
total (VALENTI, 2000). .
b) vantagens comparativas;
c) desempenho econômico em relação a outras atividades
econômicas.
A Tabela5 apresenta a produção aqüícola e os respectivosvalores
(US$) para os países asiáticos envolvidos nesta atividade zootécnica,
destacando-se como os principais pela produção do pescado cultivado
no mundo.
Tabela 5 - A produção aqüícola: os principais países produtores em
1998
A aqüicultura envolve, aproximadamente, 100.000 produtores,
em uma área de 80.000 ha, média de 0,80 ha/produtor, porém, a
produção brasileira está fortemente concentrada na região sul (quase
50 % do total da produção), em segundo e terceiro lugar nordeste e
sudeste (OSTRENSKY;BORGHETII; PEDINI, 2000).
Países
Quantidade (Valor em
(1000 toneladas) milhões US$ )
China 27072 25 449
índia 2 030 2 223
Japão 1 290 4 126
Filipinas 955 639
Indonésia 814 2 150
Korea 797 766
Bangladesh 584 1 494
Tailândia 570 1 807
Viet Nam 538 1357
Outros países 4 782 12 448
3 AQÜICULTURA NA ÁSIA
A aqüicultura na Ásia tem uma história de pelo menos 3.500
anos, mas a indústria está ainda no seu estágio "infantil" em muitos
países da Ásia (CHUA, 1986). A Ásia continua a ser a região número
um na produção global na aqüicultura.
China, índia, Japão, Indonésia, Tailândia, Bangladesh, Koréa do
Sul, Filipinase Taiwan são paísesasiáticoscom grande produção aqüícola.
Taiwan e Japão são modelos de desenvolvimento para os asiáticos e o
sucesso tecnológico da aqüicultura no Japão e Taiwan resulta do
desenvolvimento de técnicas para o cultivo de espécies de interesse
comercial, praticamente sob completo controle do criador (RIBEIRO
et aI., 2000).
Nota: os dados incluem plantas aquáticas. Os países da listas são aqueles com o volume da
produção acima de 500.000 toneladas
Fonte: FAO (2000)
14 15
A Ásia, em 1996, produziu 31.071.231 toneladas no valor de
US$ 38.855.275.000 (STATUS..., 2000). Porém, o consumo per capita
de peixe varia de paíspara país,dependendo da disponibilidade, crença
sociocultural e preço. Nesse contexto, os consumos per capita de
organismos aquáticos no Japão (83 kg), Hong Kong (37 kg), Filipinas (41
kg), Malasia (43 kg) e Taiwan (35 kg) estavam entre os mais altos do
mundo (CHUA, 1986).
Vale ressaltar que os camarões peneídeos foram os mais
'\.~ ...•... '.../'
importantes na atividade aqüicola na Asia, sendo que os camarões
contam com 26 % do valor nas regiões exportadoras (STATUS..., 2000).
No entanto, a produção global continua a ser dominada pela
China, a qual, em 1996, contou com mais de 67,8 % da produção
mundial (FAO, 1999).
De acordo com a FAO, a produção aqüícola na China em 1996
foi de 17.714.750 toneladas com um valor estimado de US$
17.717.570.000 (STATUS..., 2000). Apesar do relativo baixo valor da
carpa e algas marinhas, as quais dominam a aqüicultura chinesa, a sua
contribuição para o valor mundial da produção aqüícola foi justamente
45,4 % (FAO, 1998). Nessecontexto, em 1996, a produção mundial de
plantas aquáticas, 70 % dasquais provenientes da China, foram avaliadas
em, aproximadamente, US$ 5 bilhões (FAO, 1999).
Em 1995, a produção de carpa contava com 99 % da produção
chinesa de peixes de água doce, embora a maioria dos produtores de
carpa chinesa tenha sido incapaz de encontrar mercados fora da Ásia
(STATUS..., 2000). No entanto, os peixes contam com menos de 10 %
de cultivo em ambientes marinhos (FAO, 1999). Além $isso observou-
se uma produção de enguia de 147.316 toneladas, camarões 182.155
toneladas, peixe mandarin58.437 toneladas, caranguejo do rio 62.613
toneladas e tartarugasdo rio e lagos 32.004 toneladas (STATUS..., 2000).
Uma das causasda rápida expansão na produção de algumas espécies
de peixes e crustáceos está sendo o aumento na disponibilidade de
sementes produzidas em laboratório.
16
A maricultura chinesa tem-se centrado principalmente nas
seguintes espécies: vieira (Yesso scallop) 999.573 toneladas, molusco
Uapanese carpet shel/) 1.093.948 toneladas, ostras (Pacific cupped oyster)
2.284.663 toneladas, moluscos (Razor clams) 342.519 toneladas e
berbigão (B/ood cock/e) 131.858 toneladas (STATUS..., 2000). Poroutro
lado, a China sofreu colapso na produção de camarão nos anos de 1993
e 1994 devido à doença, contaminação e baixa qualidade de alimentos.
Conseqüentemente, a China possuia, em 1997, 160.000 ha de engorda
de camarão em comparação com 450.000 haem 1991 (STATUS..., 2000).
Neste contexto, há, aproximadamente, 40 espécies de camarão
de valor comercial encontrado na China, mas o P.chinensis é a principal
espécie de interesse para os aqüicultores (CHEN, 1990).
4 AQÜICULTURA NA íNDIA
A índia, em 1996, estavaem segundo lugar na produção mundial
aqüícola. °seu potencial para aqüicultura de água doce é bem maior
quando comparado com os cultivos marinhos (LANDAU, 1992). Em
1996, a índia produziu 1.768.422 toneladas com o valor de US$
1.976.604.000. Considera-se que aproximadamente 20 espécies de
peixes, 29 de crustáceos, 17 de moluscos e algumas espécies
ornamentais e muitas algas marinhas têm sido identificadas como
apropriadas para o cultivo em águas da India (STATUS..., 2000).
A carpa chinesa e a indiana conta com a maior parte dos 42 0/0
do total da produção aqüícola (FAO, 1999). Estima-se que o mercado
indiano pode absorver 4,5 milhões de toneladas, sendo que dos 2,2
milhões de ha çle água doce, somente 800.000 ha são correntemente
utilizadas (STATUS..., 2000).
ri AQÜICULTURA NO JAPÃO
A aqüicultura japonesa tem suas raízes no oitavo século com os
rultivos primitivos de moluscos e algas, porém a maioria dos mercados
17
tem aumentado a sua produção nos últimos 50 anos (TAKASHIMA;
STRUSSMANN, 1997).
O Japão foi o 3º na produção global na aqüicultura, em 1996.
Estaatividade produziu 829.354 toneladasno valor de US$3.891.963.000
(STATUS..., 2000). No entanto, segundo Ribeiro et aI. (2000) o Japão
tem-se destacado com a produção de 1,1 milhão de toneladas, o que
equivale a US$ 3,9 bilhões e consumo per capita de 83 kg/ano. Contudo,
tendo cultivado no mar por centenasde anos,os japoneses têm setornado
~~-;~
mestre na~n~ arte do cultivo da ostra, sendo um dos m~~~
ttestesorganismos no mu!,do (STATUS..., 2000).
Este pais além de ser um grande consumidor é também um
grande produtor de algas, moluscos e peixes cultivados. No entanto as
espécies mais cultivadas são asseguintes: ostra (Pacific cupped) 222.853
toneladas, vieira (Yesso scallop) 265.553 toneladas e olhete japonês
145.773 toneladas, além disso, o Japão produziu 520.051 toneladas de
plantas aquáticas (STATUS..., 2000).
O Japão,em 1983, realizou o repovoamento com quase2 bilhões
de alevinos de salmão produzidos em laboratório, sendo que o cultivo
de salmão em gaiola no Japão começou por volta de 1970 (LANDAU,
1992). Além disso, o Japão está conduzindo pesquisas na reprodução
e cultivo de mais de 70 espécies marinhas, alguns dos quais será
apropriado para a aqüicultura e repovoamento (STATUS..., 2000).
Notadamente, o Japão é o maior importador com US$ 15,5 bilhões
(RIBEIRO et aI., 2000).
6 AQÜICULTURA NA INDONÉSIA
As espéciesmais produzidas na Indonésia em 1996 foram a carpa
comum com uma produção de 163.000 toneladas, tilápia de
mossambique, de 57.400 toneladas, "milkfish" de 157.600 toneladas e
o camarão (P. monodon) de 93.900 toneladas (STATUS... , 2000).
Entretanto, a Indonésia produz 6,68 % do camarão mundial, sendo
18
-i
que a Indonésia tem 200.000 ha de engorda e 300 laboratórios de
larvicultura (STATUS..., 2000).
Além disso a Tailândia continua sendo o líder na produção de
camarão cultivado. Nessecontexto, a Tailândia em 1996 produziu 1.500
toneladas de camarão "banana", 220.000 toneladas de camarão "Giant
tiger", 900 toneladas de "Penaeus shrimp nei", e 600 toneladas de
"Metapenaeus shrimp nei" (STATUS..., 2000).
7 AQÜICULTURA NA EUROPA
Na Europa, as técnicas de cultivo de peixe foram bem
estabelecidas por volta de 1850 (LANDAU, 1992).
De acordo com Status... (2000), o total da produção da Noruega
na aqüicultura em 1996 foi de 324.543 toneladas no valor de US$
1.026.421.000, portanto, a Noruega é o líder na exportação de produtos
pesqueiros com 6,6 % do total da produção pesqueira, além disso a
Noruega continua sendo o maior produtor na aqüicultura na Europa.
Segundo os mesmos autores, em 1996 a Noruega produziu 301.426
toneladas de salmão do Atlântico e 22.267 toneladas de truta arco-íris,
assim,a Noruegacontinua sendo o maior produtor de salmãodo Atlântico.
A França, na produção aqüícola na Europa, é o número 2
(STATUS..., 2000). Por outro lado, ao contrário do que foi relatado
nteriormente, Ceccaldi (1998) afirma que a França é o primeiro
produtor europeu em aqüicultura, com mais do 300.000 toneladas.
Porém a França produziu 285.659 toneladas em 1996, a qual foi no
valor de US$ 582.726.000 (STATUS..., 2000) e forneceu emprego para
16.000 pessoas (CECCALDI, 1998). Nesse contexto, as espécies mais
produzidas são 149.629 toneladas de ostras "Pacific cupped", 50.625
I neladas de truta arco-íris, 12.000 toneladas de mexilhão do
"Mediterrâneo", e 49.962 toneladas de mexilhão "blue" (STATUS...,
000). Além disso, a aqüicultura na Françaé uma das mais diversificadas
li. Europa, sendo que 44 espécies são cultivadas (STATUS..., 2000).
19
A Espanha é o terceiro maior produtor na Europa. Este pais
produziu 233.833 toneladas no valor de US$ 286.858.000, sendo que
as espécies mais destacadas foram mexilhão "blue" com 188.462
toneladas e truta arco-íris, 25.000 toneladas (STATUS..., 2000). Poroutro
lado, a maré vermelha foi responsável por uma drástica queda na
produção de mexilhões na Espanha.
A Itália é outra nação produtora na aqüicultura chegando a
201.515 toneladas no valor de US$ 404.860.000, sendo que asespécies
mais produzidas na aqüicultura são mexilhão "blue", (100.000
toneladas), truta arco-íris, (40.072 toneladas), e molusco "carpet shells"
(40.300 toneladas) (STATUS..., 2000).
Em 1990, o Equador produziu 68.636 toneladas de camarão
"white leg" e 7.784 toneladas de camarão "blue". Em 1996, o Equador
produziu 97.920 toneladas de camarão" white leg" e 10.000 toneladas
de camarão "blue" (STATUS..., 2000).A produção aqüícola do Chile
em 1997 cresceu 16,1 % com 375.113 toneladas de produtos aqüícolas,
no valor de mais de US$ 766 milhões (STATUS...., 2000).
Colombia, México, Argentina e Peru foram alguns dos países
que produziram mais de 1000 toneladas de salmonídeos em 1996,
dentre eles, a Colombia foi o maior produtor (4500 toneladas) (NEW,
1998). Porém a produção ~_ d~ca no 0!xico são de tilápias
com 15.830 toneladas e 34.900 toneladas de ostras (Am~
13.315 toneladas de Penaeus sp. e 2300 toneladas de "catfish"
(STATUS ... , 2000). ° México, com um litoral extenso e clima
semitropical, também tem uma grande promessa na aqüicultura
(LANDAU, 1992).
EmCuba a aqüicultura está expandindo. A produção de 60.000
toneladas em 2000 seria um bom resultado, sendo que as espécies
mais cultivadas sãoa carpa prateada e tilápia (blue) com 15.500 toneladas
11.870 toneladas, respectivamente (STATUS..., 2000).
A Federação da Rússia, devido a uma maior mudança política
e econômica, tornou-se o maior importador europeu oriental,
adquirindo um total de 481.000 toneladas, principalmente de peixe
fresco, resfriado, congelado ou enlatado, no valor de US$ 346 milhões
(STATUS..., 2000).
8AQÜICULTURA NA AMÉRICA CENTRAL EAMÉRICA DO SUL
Em 1995, a produção em volume na América do Sul foi de
378.000 toneladas (75,8%), na América Central 94.000 toneladas
(18,9%) e no Caribe 26.000 toneladas (5,3%) (MARTINEZ; PEDINI,
2000). °aumentona indústria da aqüicultura tem sido limitado para a
produção de espécies de alto valor como camarão marinho e salmão,
ainda a aqüicultura nesta região tem crescido continuamente e
firmemente de 1984 - 95 (STATUS..., 2000). A América do Sul por si só
produziu 528.599 toneladas no valor de US$ 1.936.271.000 em 1996
(STATUS..., 2000). Segundo Martinez e Pedini (1997), os salmonídeos
e os peneídeos contam com mais de 82 % do valor da aqüicultura na
América Latina.
9 AQÜICULTURA NA ÁFRICA
A África é o continente menos avançado na aqüicultura. A
ontribuição da África para aqüicultura mundial permaneceu abaixo
de 0,4 % de 1984 a 1995, chegando a 107.000 toneladas em 1995
(PEDINI, 1996). Em 1996 produziu 120.722 toneladas no valor de US$
292.709.000 (STATUS.... , 2000). Nesse contexto, o Egito é o mais
importante produtor aqüícola com 62.000 toneladas, seguida da Nigéria
om 17.000 toneladas (PEDINI, 1996). De acordo com a FAO, a
statística na Africa não é segura devido a duas razões: a relativa baixa
importância econômica da aqüicultura, e a falta de recursos financeiros
L nível institucional para monitorar o desenvolvimento e a produção
rural (STATUS..., 2000).
20 21
10 AQÜICULTURA NA ÁUSTRÁLlA E NOVA ZELÂNDIA
A Austrália produziu 7.647 toneladas de salmão (Atlântico), 5.180
toneladas de ostra (Sydney cupped) e 4.926 toneladas de ostra (Pacific
cupped), e a Nova Zelândia tem dado atenção a três espécies: salmão
(Chinook)com 3.500 toneladas,ostras(Pacificcupped) com 3.400 toneladas
e mexilhão (Nova Zelandia) com 65.000 toneladas (STATUS..., 2000).
11 AQÜICULTURA NO CANADÁ E E.U.A
No Canadá há apenas nove espéciesaquáticas sendo produzidas,
sendo que a maioria da atividade é realizada em áreas costeiras
(STATUS..., 2000). A FAO em 1996 projetou a produção de salmão do
"Atlântico" de 36.352 toneladas, salmão "chinook" de 8.403 toneladas
e 5.315 toneladas de truta arco-íris (STATUS..., 2000).
Nos Estados Unidos a aqüicultura é dominada pelo catfish, os
quais estimam 585-595 milhões de libras. O mercado americano
importa cerca de 8,7 milhões de toneladas no valor de US$ 9,9 bilhões
(HOLANDA JUNIOR et aI., 2000).
12 AQÜICUlTURA NO BRASil
A produção aqüicola brasileira foi de 210 mil toneladas (US$
830,3 milhões), em 2001 (BORGHETII; OSTRENSKY,2003). No entanto,
a produção aqüícola brasileira passoude 202,3 mil toneladas em 2002,
para uma projeção de 247,5 mil toneladas para 2003 (SCORVO FILHO,
2003). Contudo, a produção na aqüicultura pode chegar a 500.000
toneladas até o final da próxima década (VALLE; PROENÇA, 2000).
De acordo com Roubach et aI. (2003), o Brasilgastouanualmente
mais de US$ 350 milhões com produtos pesqueiros para abastecer o
mercado doméstico durante os anos 90. Segundo os mesmos autores,
durante o ano de 2000, mais de 181.919 toneladas foram importadas,
22
avaliadas em US$ 274.165.000 e a maioria das importações consistiu
em bacalhaus, merluzas (Merluccius spp.), e salmões (Salmo sp.).
Em 2001, o Brasil ficou na 19º posição no ranking mundial da
produção de pescado oriundo da aqüicultura, contribuindo com 210
mil toneladas, um aumento de 925% em relação a 1990 (MELLO, 2004).
O consumo médio mundial é da ordem de 13 kglhabitante/
ano, o consumo per capita no Brasil não passade 5,5 kglhabitante/ano,
sendo que o consumo de peixe de água doce fica em apenas 1,2 kg/
habitante/ano (BORGHETTI; OSTRENSKY,1998).
No entanto, o Brasil é o maior importador de pescado da
América Latina, tendo passado de US$ 190 milhões em 1993, para
US$ 455 milhões em 1996, correspondendo a 190 mil toneladas, porém,
o déficit na balança comercial de pescado é de 166 mil toneladas, no
valor de US$ 289 milhões (RIBEIRO et aI., 2000). Portanto, o Brasil
ainda importa parte do que consome, apesar da produção nacional ter
triplicado nos últimos 7 anos, passando de 26,8 mil toneladas em 1992
para cerca de 80 mil no ano passado, as expectativas deste ano são de
produção de 100 mil toneladas (MEDEIROS et aI., 2000).
Assim é necessário ampliar os mercados de exportação para os
produtos pesqueiros e aqüícolas do Brasil. Além disso, é de grande
importância explorar o mercado interno com os nossos produtos e
abastecer a população em crescimento.
No ano de 2003 foram fabricadas 263.000 toneladas de ração
para peixes e camarões e a estimativa é que o ano de 2004 feche com
304.000 toneladas (MELLO, 2004)
Estes números indicam que a produção aqüícola no Brasil
apresenta forte tendência à intensificação dos cultivos, demandando
quantidades cada vez maiores de técnicos, sementes e alimentos.
Portanto, a aqüicultura leva a um diagnóstico favorável de que o Brasil
venha a abrir novas fronteiras para o desenvolvimento e expansão na
produção mundial.
23
13 ESPÉCIES PARA AQÜICULTURA
Mais de 220 espécies de peixes, crustáceos e moluscos são
cultivados (FAO citado por NAYLOR et aI., 2000). As carpas são as
principais espécies cultivadas (WIEFELS, 1999). Neste contexto conta
com, aproximadamente, 90 % da produção global da aqüacultura. A
China, sozinha contribui com mais de 2/3 do total (FAO citado por
NAYLOR et aI., 2000).
A produção na água doce foi dominada pela carpa, nas águas
salobras pelos camarões, notavelmente pelo P.monodon. A produção de
Milkfish chegou a se destacar na aqüicultura antes do camarão. Porém,
provavelmente, a maricultura tem sido dominado pelas algas e ostras.
Todavia os camarões nas águas estuarinas e o salmão na água
salgada têm sido considerados como organismo da aqüicultura de alto
valor econômico. Os camarões e salmões são produzidos em menor
volume do que as tilápias e carpas, mas pode atrair um alto preço,
tornando uma mercadoria de significante valor.
Em 2001, a aqüicultura continental foi responsável por 78,1 %
(164 mil toneladas) da produção aqüícola nacional, enquanto os 21,9%
restantes (46 mil toneladas) foram produzidos em águas marinhas ou
estuarinas (BORCHETTI; OSTRENSKY, 2003).
De acordo com Roubach et aI. (2003), a aqüicultura brasileira
pode ser dividida em seis setores principais, definidos pelo tipo de
organismo cultivado: peixes de água doce, camarão marinho, moluscos,
ostras, camarão gigante de água doce e rãs. Segundo os mesmos autores,
os peixes de água doce são o único setor atualmente presente em cada
estado do país, representando quase 80% da produção total, seguido
por camarões de água doce, que são cultivados em 20 estados.
A Tabela 6 demonstra o incremento e a evolução da produção
dos principais grupos cultivados.
24
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25
Segundo Borghetti; Ostresnky (2003), a FAO relaciona os
dados individuais de produção de apenas 11 espécies de organismos
aqüáticos cultivados no Brasil em 2001, e agrupa o restante da
produção em mais oito diferentes grupos. De acordo com os mesmos
autores as onze espécies, responderam sozinhas por cerca de 80,4
% (168,7 mil toneladas) da produção total do Brasil em 2001 (210
mil toneladas).
Por outro lado Roubach et aI. (2003) relata que uma outra
característica brasileira importante é o número e a diversidade de
espécies cultivadas, com mais de 64. De acordo com os mesmos
autores, as principais são: tilápias (Oreochromis spp.), carpas comum
e chinesa (Cyprinus carpio, Aristichthys nobilis,
Hypophthalmichthys molitrix e Ctenopharyngodon ide1!a), seguidas
pelo pacu (P. mesopotamicus), tambaqui (C macropomum), surubim
(Pseudoplalystoma sp.), camarão marinho (L. vannamei) e moluscos
(C gigas, C rhizopharae, e P. perna). Neste contexto, o tambaqui
(C macropomum) é a espécie cultivada na maioria dos estados (25
estados), seguida pelas tilapias (Oreochromis niloticus) (22 estados)
e carpa comum (C carpio), assim como camarão de água doce
(Macrobrachium rosenbergii) (20 estados) (OSTRENSKY;
BORCH ETTI; PEDI NI, 2000). Portanto, os peixes são maioria
absoluta, em termos de número de ocorrência (55 espécies
cultivadas), seguidos pelos crustáceos (6), moluscos (4), répteis (2),
anfíbios (1) e algas (1) (BORCHETTI; OSTRENSKYI, 2003). Por outro
lado, na região tem se realizado a pesquisa com o cultivo de peixes
marinhos. Entre as espécies pesquisadas, estão o linguado
(Paralichthys orbignyanus) e os robalos (Centropomus parallelus e
C undecimalis).
A Tabela 7 apresenta a produção total das principais espécies
cultivadas no Brasil em 2000.
26
Tabela 7 - Produção total das principais espécies cultivadas no Brasil -
2000
-------------------------------------~-----------------------------------
Espécie
Participação
relativa (0/0)Tonelacaes------------------------~-----------------------
Peixes 132.989 75,3
Carpa 54.567 30,9
Tilápia 32.460 18,4
Tambaqui 9.776 5,5
Tambacu 8.763 5,0
Traíra 5.220 3,0
Pacu 5.045 2,9
[undiá 2.546 1,4
Bagre americano 1.868 1,1
Truta 1.447 0,8
Piraputanga 1.378 0,8
Curimatá 1.363 0,8
Outros 8.558 4,8
Crustáceos 29.919 16,9
Camarão Marinho 25.388 14,4
Camarão de Água Doce 4.531 2,6
Molusco 12.954 7,3
Mexilhão 11.761 6,7
Ostra 1.191 0,7
3 0,0
670 0,4
670 0,4
Produção Total 176.531~---------------------
I ante FAO (citado por OSTRENSKY; BORGHETTI,2DC::J3)
utros
Anfíbios
Rãs
Entreos peixes, a produção ficacom centrada nascarpas, na tilápia
(~nos peix~ redondos (tambaqui e tarno<W.sW,que, juntos, concentram~ , ._- --------
quase que ~ da produção total c:tI este grupo (BORCHETTI;
STRENSKY,2003).
27
14 ASPECTOS ~CONÔMICOS
Carpas e moluscos marinhos conta com mais de 3/4 corrente
produção da aqüacultura global, e tilapia, milkfish and catfish contribui
com outros 5 % da produção total (NAYLOR et aI., 2000). Pesoe valor
da despesca para alguns das mais amplas espécies da aqüicultura
consumidas são apresentadas na Tabela 8.
Tabela 8 - Peso e valor global para nove das mais amplas espécies
aquícolas consumidas
1997 Peso Crescimento 1997 valor
Espécies (1000 do peso anual em US$
toneladas) (1987 -97) % (Milhões)
Carpa comum 2.237 7.6
2.709
Carpa espelho 2.662 15.9
2.444
Carpa prateada 3.146 7.8 2.917
Tilápia do Nilo 742 18.0 885
Channel catfish 238 3.4 372
Salmão do Atlântico 639 22.4 2.113
Milkfish 393 1.7 697
Camarão tigre 490 10.6 3.501
Ostras Pacific 2.968 9.5 3.164
cupped*
• peso inclue concha
Fonte: FAO (citado por NAYLOR et al., 2000)
Como foi relatado anteriormente, o cultivo de peixes de água
doce é a atividade que pode estar presente em todos os estados
brasileiros. A Tabela9 exibe a produção aqüícola das principais espécies
cultivadas em 2000 no Brasil foi de 168.758 toneladas e a renda anual
a quase R$ 662.065,20.
28
bela 9 - Produção total e receitas geradas das principais espécies
Itivadas no Brasil em 2000.
ição Produção Toneladas Posição Receitas geradas US$ mil
Nome Comum Nome comum
Carpa comum 64.770 1 Camarão branco
do Pacífico 213.010,00
Tilápias 38.530 2 Carpa comum 200.787,00
Camarão bran- 30.430 3 Tilápias 123.296,00
co do Pacífico
Mexilhão 14.100 4 Cachama 49.880,00
Cachama 11.600 5 Camarão de 45.192,00
6 Camarão
água doce
5.380 6 Mexilhão 18.330,00
de água doce
7 Truta arco-íris 1.720 7 Rãs 5.056,00
B Ostras 1.430 8 Truta arco-íris 3.784,00
Rãs 790 9 Ostras 2.717,00
10 Robalos 6 10 Robalos 12,00
11 Vieiras 2 11 Vieira 1,20
1 rtici- Relativa 80,4% Partici- relativa 79,7%
ação pação
TOTAL 168.758 662.065,20
[onte: FAO (citado por BORGHETTI; OSTRENSKY, 2003)
15 PRODUÇÃO DE RAÇÃO
Segundo Waldige e Caseiro (2003), em 1998 a produção
mundial de rações para organismos aqüáticos ("aqua") foi estimada em
12,3 milhões de toneladas (5% da produção mundial de rações). De
cordo com Waldige e Caseiro (2004), o segmento de rações para
aqüicultura (peixes e camarões) encerrou 2003 com 263.000 toneladas
a previsão para 2004 é de 304.000 toneladas.
16 RECURSOS HUMANOS
A FAO relatou que o emprego na pesca primária e setores da
produção aqüícola em 1998 é estimado ter sido de, aproximadamente,
29
36 milhões de pessoas. Neste contexto a aqüacultura brasileira é
baseado nas unidades de produção em pequena escala (com exceção
dos camarões marinhos), havendo, aproximadamente, 100.000
aqüacultores (VALENTI, 2000).
17 PEIXES
Um dos entraves para a prática do desenvolvimento da piscicultura
marinha pode ser o alto custo dos alevinos ou falta de técnicas eficiente
de produzir sernentesj A manipulação do ambiente para a acomodação
dos reprodutores e o tratamento hormonal em conjunto deveriam ser
estabelecidos para permitir uma produção econômica de alevinos e alta
produção de variadas espécies. Além disso, há necessidade de conhecer
os requerimentos nutricionais básicos da espécie desejada. Portanto, mais
pesquisas no sentido de formular uma ração eficiente e de baixo custo
são necessários. Neste estudo deve-se incluir detalhada análise da
eficiência dos diferentes ingredientes, métodos de processamento, e
estocagem, as características tais como: rápido crescimento, maior
habilidade em utilizar alimentos de baixo custo, adaptação a alta densidade
de cultivo, resistência a doenças, etc.
É necessário também instalações adequadas para diferentes
situações no cultivo de peixes. Estudos sobre o solo, água, características
dos sistemas de operação e construção. Levantar os custos da mão-de-
obra consumo de energia para as condições socio-econômicas da região,
faz-se necessário.
Conhecer a demanda de energia elétrica para otimizar o retorno
econômico. Estudos sobre o tamanho mínimo e econômico das unidades
de cultivo, realizar testes de cultivo engordando juvenis para determinar
.se são apropriados para os sistemas de cultivo e prioridade na elaboração
de projetos'.
Porém os fatores tecnológicos mais críticos provavelmente
/' podem ser a falta de: técnicas e sistemas eficientes de produção de
30
emente, sistemas e métodos de manejo eficiente para manutenção
do ambiente de cultivo.
Porém Igarashi' tem cultivado a tilápia em águas estuarinas onde
um exemplar de tilápia híbrido de Oreochromis atingiu, o tamanho
omercial em oito meses (informação verbal).
18 CAMARÃO MARINHO
A produção brasileira de camarão marinho em 2003 foi de
0.190 toneladas (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE
CAMARÃO - ABCC, 2004). O estado do Rio Grande do Norte lidera o
ranking brasileiro com 37.473 toneladas e uma produtividade média
de 6.937 kg/ha/ano e oestado do Pará está em 12º, com 324 toneladas
(Tabela 2) (ROCHA et aI., 2004).
O cultivo de camarão marinho no Brasil vem sendo realizado,
fundamentalmente, com a espécie exótica L. vannamei. A tecnologia
de produção já está praticamente consolidada. Além disso, a produçao
de pós-larvas e ração, são auto-suficientes.
19 LAGOSTAS
A lagosta constitui um produto de exportação de grande
importância para o Nordeste brasileiro. Pesquisadores e empresários
stão preocupados com o declínio na captura de lagostas, sendo uma
das soluções cultivá-Ias. A despeito das pesquisas nesse sentido, sugere-
e que haja mais informações; físicas, ecológicas e biológicas, etc. do
mar e os animais para avaliar a eficácia das medidas de administração
orrente. Há que se estabelecer uma técnica de cultivo da larva, em
ondições de laboratório. Ressalte-se que poucas espécies têm sido
ultivadas, em virtude do seu dilatado e complexo desenvolvimento
IGARASHI, Marco Antonio. Ph.D. em Engenharia de Pesca, Professor Adjunto do
Departamento de Engenharia de Pesca da Universidade Federal do Ceará, Coordenador
do Centro de Tecnologia em Aqüicultura da UFC
31
larval. Além disso, as investigações envolvem a captura de pueruli e/ou
juvenis, bem como o seu cultivo em cativeiro. A conservação da lagosta
pode ser resumido conservando seu habitat natural e controlando a
captura da população paternal/maternal.
20 OSTRAS
Na região Nordeste do Brasil, as enchentes em um grande
número de estuários são freqüentemente inimigos do cultivo de ostras.
Recentemente, tem havido tentativas esporádicas para cultivar
a ostra do mangue no Ceará, mas a maioria das investigações foram
seguidas de experimentos preliminares.
Há relatos de menores taxas de crescimento da espécie nativa
em relação a ostra japonesa. Em vários países a espécie exótica supera
a espécie nativa no crescimento.
O suprimento das sementes de ostras do mangue é ilimitada e
os dados dos estudos realizados indica que a ostra pode se desenvolver
até o tamanho comercial em 18 meses ou menos (KAMARA; MCNEIL;
QUAYLE, 1976).
No entanto, no estado de Santa Catarina o cultivo da ostra exótica
C. gigas tem demonstrado ser viável comercialmente.
21 MEXILHÃO
Conhecido popularmente como mexilhão ou marisco em Santa
Catarina, o molusco bivalvo da espécie P. perna vem sendo cultivado
com sucesso. Métodos de cultivo podem ser considerados como
extensivos durante a primeira fase do ciclo, visto que o desenvolvimento
larval ocorre inteiramente na natureza. A semente do mexilhão é
coletada manualmente das rochas ou coletores e transferidas para as
cordas, as quais são penduradas nos sistemas flutuantes construídos
especialmente para o cultivo.
32
No entanto, o êxito no cultivo de mexilhão depende de uma
rie de fatores, dentre elas se pode citar as condições climáticas,
spécie, qualidade da água, disponibildade, condições econômicas e
mercado.
22 ARTEMIA ,
A Artemia é um pequeno crustáceo, alimento das formas larvais
d crustáceos e peixes. São encontradas na forma de cistos, biomassa
ongelada e liofilizada. Toleram salinidades que podem variar entre 5 a
80%0, temperaturas entre 6 e 35°C e níveis de oxigênio menores
que 1 mg!1 (VINATEA, 1994).
Artemias adultas podem alcançar a maturidade sexual em apenas
uas semanas à temperatura maior que 25°C (ARANA, 1999). A cada 4
5 dias pode produzir de 100 a 300 cistos, durante um período de três
meses, aproximadamente.
No ciclo de vida da Artemia pode se distin uir uatro estágios
morfológicos de desenvolvimento: náuplio, metanauplio, pré-adulto
adulto.
Segundo Gomes (1986), os cistos apresentam diâmetro médio
de 250J1m, podem ser armazenados a seco e podem suportar o vácuo.
De acordo com o mesmo autor, os náuplios recérn-eclodidos possuem
450 J1m de comprimento.
AArtemia possui corpo alongado e pode medir cerca de 10mm
ele comprimento e, aproximadamente, 1 mg de peso. Esses animais
podem reproduzir sexualmente ou partenogenéticamente (os machos
M o ausentes e as fêmeas sozinhas conseguem ter descendência).
A Artemia tem a habilidade de produzir náuplios (modo
r produtivo: ovoviviparidade) ou cistos (modo reprodutivo:
(vi paridade). Sua biomassa e os cistos podem ser produzidos sob
33
condições controladas. Neste caso as Artemias podem ser produzidos
em evaporadores de salinas.A produção de cistos de Artemia chegou a
produzir 10 toneladas anuais na década de 70, 5 toneladas na década
de 80 e 1 tonelada nos anos 90 (CAMARA, 1996).
23 CARANGUEJO Ucídes cordetus
o caranguejo Uçá pode ser encontrado nos mangues, desde o
Amapá até SantaCatarina. A carapaçapode alcançar 10 cm de diâmetro,
e com as pernas distendidas pode ultrapassar 30 cm de envergadura.
Os caranguejoscom comprimento da carapaça maior que 3,5cm
podem estar maturos sexualmente. O macho acasala depositando o
líquido seminal nos receptáculos seminais da fêmea (MOTA ALVES,
1975). As fêmeas de janeiro a maio podem carregar os ovos (cerca de
200.000) preso as cerdas dos apêndices abdominais até mais de duas
semanas até a eclosão das larvas.A nível experimental, asfêmeas podem
ser introduzidas em número de três em um aquário de 100 litros de
água a 26 a 30°C, com, aproximadamente, 30 %0 e pH em torno de 8.
A larvicultura (100 larvas/litro) pode ser realizada em tanques
de amianto, fibra ou aquário de 100 litros ou maiores. A salinidade
média utilizada em pesquisas variou em torno de 24 a 30 %0.
Na água podem ser inoculadas microalgas como a Chaetoceros
sp., Tetraselmis sp., Nannochloropsis sp. e Isochrysis sp.
Algumas pesquisas realizadas revelam seis estágios de zoea e
um estágio de megalopa (RODRIGUES; HEBLlNG, 1989). Após um dia
da eclosão, as larvas podem ser alimentadas com náuplios de Artemia
sp. (4 - 8 náuplios/ml). Com um pouco mais de duas semanas ou quase
3 semanas podem surgir as megalopas e o caranguejo juvenil I com
mais de 1,5 mês. Os caranguejos jovens podem mudar três vezes em 6
meses e uma vez a partir de 3cm de comprimento. Segundo alguns
34
pesquisadores, o Ucides cordatus é fitófago, comendo folhas do
mangue. Outros pesquisadores dizem que é onívoro.
Os caranguejos que são comercializados podem possuir mais
de seis anos.
24 ALGAS
As algas do gênero Craci/ária são de considerável
importância econômica. Há, aproximadamente, 100 espécies deste
gênero Cracilaria, encontrados em águas tropicais e temperadas,
mas somente poucos são os organismos de cultivados (LANDAU,
1992). Provavelmente uma das principais algas para produzir Agar
a Cracilária spp. Japão, China, Korea, Chile e México são grandes
produtores. Ainda temos a Indonésia, Filipinas, Tailândia e África
do Sul que produzem.
No Nordeste do Brasil para realizar o cultivo de algas em
rande escala é necessário estabelecer uma metodologia de cultivo
tornar a alga um produto economicamente compensador. Porém,
atualmente para determinadas algas é preferível realizar,
stabelecer um manejo organizado na exploração natural do que
ultivá-Io.
No Nordeste brasileiro, devido aos interesses econômico e
cial de seu cultivo, foram realizados vários experimentos de
ultivo de algas, Cracilaria. Porém, os resultados ainda não
( timularam o cultivo comercial em grande escala. Embora uma
muda de alga plantada ou fixada na corda na estrutura de cultivo
p ssa atingir em quatro meses aproximadamente 400 g.
Observa-se que o reduzido crescimento e produção podem
r devido ao epifitismo de outras espécies de algas e à ação de
11 ixes herbívoros e outros fatores.
35
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40
CAPíTULO II
Cultivo de camarão marinho
1 INTRODUÇÃO
As pesquisascom o cultivo de camarão marinho foram iniciados
por Motosaku Hudinaga em 1933. Este pesquisador obteve a desova
do Marsupenaeus japonicus em laboratório e anos depois completou o
desenvolvimento do estágio larval até pós-larva. Em 1964 [iro Kittaka
riou uma nova técnica, dando um grande passopara o aperfeiçoamento
do cultivo de camarões.
Por volta de 1970, iniciou-se o cultivo de camarões em alguns
paísescomo os EstadosUnidos, Japão, além de paísesda América do
ul e Central, tiveram êxito no cultivo comercial. No entanto no Brasil
I mbém teve início na década de 70, com a introdução da espécie
( xótica M. japonicus, que incentivou posteriormente a entrada de
outras espécies como Litopenaeus vannamei, L. sty/irostris e Penaeus
tnonodon (BUENO, 1990). Todavia, a prática do cultivo de camarão
m rinho a nível empresarial teve início nosanos 80, utilizando a espécie
I ótica M. japonicus. Entretanto, várias espécies exóticas e as nativas
foram freqüentemente testadas. Porém, o L. vannamei com capacidade
cI adaptação às mais variadas condições locais de cultivo e à sua
elente performance na rentabilidade nos cultivos optou-se pelo
I ultivo destaespécie no começo de 1993 (BRASIL,1999). O L. vannamei
iultívado provavelmente em 100 % das fazendas no Brasil. Vale
,di ntar que o gênero das espécies anteriormente citadas. eram
I 'Il eus.
RIGEM DO CAMARÃO
A espécie exótica L. vannamei (Figura 1) é natural do Leste do
11,\1 fico ocorrendo de Sonora, México, ao Peru setentrional, da linha
11' I ira até a aproximadamente 72 km (DORE; FRIDMODT, 1987),
'11<1 facilmente capturadonas águasdo Equador.
43
Figura 1 - Litopenaeus vannamei (DORE; FRIDMODT, 1987).
3 CICLO DE VIDA
De acordo com Igarashi (1995), o ciclo de vida (Figura 2) de
todos os camarões peneídeos da zona litorânea, isto é, que estão
associados às águas costeiras rasase estuarinas, possuem um padrão
geral semelhante com poucas variações. A desova das fêmeas destes
camarões ocorre no mar. Após um curto período, nascem as primeiras
larvas. A fase larval (náuplio, protozoéa e misis) com vida pelágica é
curta, podendo levar de 10 a 20 dias dependendo, principalmente, da
temperatura da água e espécies. O camarão com algumas semanas de
vida (após a fase larval) é conhecido como pós-larva e se concentra
próximo à costa e nos estuários. Com o desenvolvimento das pós-larvas,
os camarões jovens começam a ter uma vida bentônica.
Figura 2 - Ciclo de vida dos camarões peneídeos (a. ovo, b. nauplio, c. protozoéa, d. misis, e.
pós-larva, f. juvenil, g. adulto, h. mar, i. rio).
44
4 SISTEMAS DISPONíVEIS PARAOBTENÇÃO DE LARVAS:
• Capturar fêmeas com o ovário completamente maduro na
natureza para a imediata desova em cativeiro;
• Maturação do ovário e e desova realizado em ambiente de
laboratório;
• Manejo dos reprodutores em viveiros e a transferência das
fêmeas para u.m laboratório para desova;
• Compra de náuplios de outros laboratórios.
No sistemaem que a maturação do ovário e desova das fêmeas
ocorre em ambientes de laboratório, utiliza camarões adultos capturados
na natureza ou cultivados, os reprodutores são selecionados dos viveiros
de maturação, que podem ser de 1000 m2, com densidade que pode ser
de 0,5 a 1 camarão/rn-. Nestesviveirososcamarõespodem serintroduzidos
com mais de 100 dias de vida. Após os camarões pemanecerem por mais
a 7 mesesnosviveiros de maturação, sãoselecionadosreprodutores que
presentaremaspectossaudáveissemalteraçãode cor, com todasaspartes
do corpo completa (principalmente asantenase antênulas).
A ablação' é realizada para obter níveis adequados de
desenvolvimento ovariano. A ablação unilateral é a maneira mais prática
para induzir a maturação das fêmeas. Cada pedúnculo ocular dos
rustáceos Decápoda é conhecido ter um orgão "X" que secreta o
hormônio inibidor da muda (MIH) e hormônio inibidor da gônada (GIH)
(WATERMAN; ADIYOD; ADIYODI citados por IGARASHI, 1995). A
f mea, após a ablação, reduz a produção de hormônio inibidor da
I nada, acelerando a maturação ou a produção de óvulos.
A ablação deve ser realizada somente em fêmeas com
« xoesqueleto duro, isto é, fêmeas que não tem mudado recentemente
(dentro de, aproximadamente, dois dias) ou que esteja prestesa mudar.
Em carcinicultura é igual a remoção do pedundulo ocular das fêmeas, objetivando esti-
mular a desoava (SILVA; SOUZA, 1998)
45
Utilizando-se um instrumento cortante aquecido para que se
realize a cauterização da ferida, realiza-se a ablação, o corte do
pedúnculo na sua parte mais basal, é realizada segurando a fêmea
debaixo da água com gelo.
Múltiplas desovas são obtidas de fêmeas, as quais são mantidas
por períodos de três semanas a seis meses (BRAY;LAWRENCE, 1992).
4.1 IDADE ETAMANHO DOS ADULTOS REPRODUTORES
Na natureza, como nos viveiros para atingir a maturidade sexual
e reproduzir pode ocorrer em 10 a 11 meses. Desta forma, fêmeas de
L. vannamei maiores que 45 g e machos maiores 40 g podem ser usados.
4.2 SISTEMAREPRODUTOR
O sistema reprodutor do macho é composto por um par de
testículos e canais deferentes, com ampolas terminais em sua
extremidade contendo os espermatóforos, sendo que a ampola terminal
se comunica com o exterior atravésde um gonóporo na basedo quinto
par de pereiópodo. Os machos possuem uma estrutura especializada
denominada de petasrna, que serve ou é utilizada para a transferência
dos espermatóforos para o télico da fêmea e localiza-se na base do
primeiro par de pleópodos.
O sistema reprodutor feminino consta de um par de ovários,
divididos em lóbulos anteriores, médios e posteriores, que seestendem
praticamente que ao longo de todo o abdome da. fêmea (BARBIERI
JUNIOR; OSTRENSKY NETO, 2001). Neste contexto uma série de
estágios clássicos de desenvolvimento ovariano tem sido identificada
baseada no tamanho e na cor.
De cada ovário partem os ovidutos que terminam nos poros
genitais na base do terceiro par de pereiópodos. O télico (Figura 3) é
uma estrutura externa localizada ventralmente que ocupa a área entre
o quinto par de pereiópodo. O télico é o local onde o macho deposita
o espermatóforo.
46
)
Figura 3 - Télico do camarão marinho Marsupenaeus japonicus (adaptado de SHIGUENO,
1975).
Para a fêmea de télico fechado, o macho deposita o
spermatóforo no receptáculo do télico logo após a muda da fêmea.
Para a espécie com télico aberto, a cópula ocorre quando a fêmea
não está no período pós-muda (BARBIERI JUNIOR; OSTRENSKY
NETO, 2001).
5 REPRODUÇÃO
~
O relato sobre reprodução foi baseado principalmente em
Robertson et aI. (1993).
A iluminação na sala de reprodução (com seistanques) consiste
de 9 horas em completa escuridão e 15 horas de iluminação que inclui
lima hora ao nascerdo Sol simulado e uma hora de por do Sol simulado.
s parâmetros, como a salinidade, temperatura e o pH da água podem
ser de, aproximadamente, 33%0, 28 °C e 8,1-8,4, respectivamente.
Os tanques de reprodução (Figura 4) devem ser pintados de
preto por dentro, são circulares, com altura de 90 cm e uma área de
superfície de fundo de 20 m2 com capacidade para 17.700 L, o volume
'.conservado em 9800 L. O nível da água é mantido em uma altura de,
••proximadamente, de 50 cm.
47
Figura 4 - Modelo de tanque de reprodução de camarões marinhos.
A iluminação nos tanque de reprodução pode consistir de três
diferentes circuitos os quais são acesos e desligados em intervalos de
30 minutos para criar uma intensidade gradual de mudanças na
iluminação. As primeiras luzes acesas são 4 lâmpadas fluorescentes de
40 W em cada sala de reprodução no corredor 2 metros acima da
borda dos tanques. A segunda, é uma lâmpada incandescente de 60 W
amarela centrado 1,5 m acima de cada tanque acesa.
Por último, 4 lâmpadas fluorescentes de 40 W instalados na forma
de "broken square", 1,5 m acima do tanque são, iluminados. Ao por
do Sol são desligados em sequência reversa. Em volta do perímetro da
sala de reprodução ao longo da parede, à altura de 80 em, pequenas
lâmpadas vermelhas são conservadas acesas durante as horas escuras
para que as pessoas possam ver sem utilizar lanterna de bolso. Os tanques
de reprodução são operados com L. vannamei com densidade de 4,5
animais por m2 em uma proporção de 1 macho para cada fêmea. Antes
de os reprodutores serem introduzidos nos tanques de reprodução,
eles podem ser tratados com solução de formalina de 30 ppm por 5
horas e passam por um período de quarentena (aproximadamente duas
a três semanas) para assegurar a qualidade dos reprodutores.
Durante este período, os animais são alimentados com alimentos
frescos, incluindo lula, mexilhões, biomassa de artemia, rações
peletizadas, ostras e "búzios". Os mexilhões ou lulas podem predominar
na alimentação.
48
A taxa de troca de água nos tanques de reprodução é em torno
de 300 %/dia, e antes de a água entrar nos tanques de reprodução,
sofre um tratamento, tais como ultravioleta, filtrada em filtro\de areia e
filtro de cerâmica. \
Os reprodutores nos tanques de reprodução são observados em
atividades de perseguição, neste momento o fluxo de água no tanque
de reprodução é parado e a aeração reduzido ao mínimo.
Os camarões acasalados ou maturos são identificados. Eles são
retirados cuidadosamente do tanque para que o espermatóforo não se
desloque com uma rede de malha entre 9,5 a 6,0 mm. Apenas uma
fêmea é colocada em cada tanque de desova que podem variar de
100 a 500 litros. No entanto, existem laboratórios que possuem tanques
maiores (tanques podem ter mais de 5 rn') onde são introduzidas várias
fêmeas (aproximadamente 1/m2).
Uma fêmea pode produzir de 80.000 a 250.000 ovos por fêmea/
desova e com intervalos de desovas de 3 a 40 dias(LEE; AQUACOP
itados por LEE; WICKIN5, 1992).
No sistema com a utilização de várias fêmeas, a desova e a
closão podem ocorrer no mesmo tanque. Há a possibilidade de sifonar
s ovos, transferindo-os para os tanques de eclosão. A densidade pode
r de 1.000 ovos por litro.
Desta forma quando os ovos eclodem, os náuplios nadam até a
.oluna da água em direção à luz. Após os náuplios serem coletados e
ontados, os mesmos são transferidos para os tanques de larvicultura.
LARVICULTURA
O tanque para larvicultura de camarões pode ser circular ou
r tangular. Em tanques de 10.000 L podem ser produzidas 1 milhão de
I s-Iarvas. Podem também ser construídos tanques de 20.000 a 100.000
lltros.
49
A águadeve ser inicialmente filtrada por meio mecânico utilizando
filtro de 50 11m para reter partículas mais grosseiras incluindo filtros de
areia. Em seguida, podendo ser reduzido para filtro de 1J1m.Além disso
a águapode sertratada com raios ultravioletas. Nos laboratórios, também,
podem ser utilizados equipamentos para o aumento da temperatura da
água.A salinidade pode variar de 33 a 36 %0. A taxa de desenvolvimento
larval aumenta com a temperatura que pode ser de 28 a 31 "C. O pH
pode variar de 8,0 a 8,5. O oxigênio pode ser mantido acima de 6 ppm.
A alimentação das larvas de camarão varia de acordo com o seu
desenvolvimento. As microalgas podem ser Tetrase/mis sp., Chaetoceros
sp., Thalassiosira sp. e Isochrysis galbana e outras espécies. Sãoutilizados
também jiáuplios de Artemia sp., alimentos líquidos e outros tipos de
alimentos artificiais (Tabela 1). Durante a fase de pós-larvas, podem ser
ministrados biomassade Artemia sp., náuplios deste crustaceo, alimentos
micro-encapsulados e alimentos balanceados.
Tabela 1 - Alimentação típica e regime de trocas de água para larvasde
camarões peneídeos.
Microalgas (cels./mL) Artemia sp. Troca de Drenagem
Subestágios C. neogracile T. chuii (náuplios/ água (0/0) {J.Jm)
ml)
Ns ou N6 60.000 0-15.000 O O 70
P, 100.000-120.000 30.000 O O 70
P2 120.000 35.000 O O 70
P3 120.000 35.000 0-0,5 O-50 70-202
M, 100.000 30.000 0,2-1,5 50 363
M2 75.000 20.000 1,5-5,0 50 363
M3 50.000-75.000 20.000 3-8 50 363
PL, a PL 20.000-75.000 5.000-20.000 6-20 80 363-500
Fonte: Adaptado de Smith et aI. (1993)
7 MICROALGAS
Os recipientes do cultivo de microalgas podem ser iluminados
com lâmpadasfluorescente, mantidas no laboratório a aproximadamente
50
20°C e o cultivo em depósitos maiores são aerados para homogeneizar
os nutrientes e as microalgas. Um novo ciclo de cultivo é iniciado
quando, após alguns dias, as microalgas tenham atingido um ótimo
crescimento. Assim é feita a inoculação, utilizando-se recipientes de
vários tamanhos, como tubos de ensaio, "elernmeyer" de 250 mL, 2 L,
5 L e de 20 L, e, assim, consecutivamente. Os depósitos menores, com
o meio de cultura, devem ser autoclavados.
A água do mar utilizada no cultivo de microalgas deve, de
preferência, ser filtrada com filtros de 1 11m e tratada com lâmpadas
ultravioleta. As fórmulas para os meios de cultivo de microalgas, utilizadas
m Galveston, Texas, EUA (GOMES citado por IGARASHI, 1995) e/ou
no Projeto Camarão, Emparn, Natal-RN.
A câmara de Neubauer (Figura 5) é utlizada para as contagem
do número de células de microalgas. A depressão existente na câmara
preenchida com a utilização de uma micropipeta. A depressão
presenta quadrados isolados e subdivididos. De acordo com Silva-
Neto, Cruz e Barbosa (1982), a contagem é feita diretamente quando
no campo do microscópio sevisualizam ascadeias ou células separadas;
câmara possui duas depressões, dá um número que é então dividido
por 8 (cada depressão possui 4 divisões). Segundo os mesmos autores,
ste número final será então multiplicado por 10.000 e o resultado é
I ual ao número de cel/mL.
··.·r.···.. ···.. -··..--J
I I
I II I
I ...J
O.2mmI
A
tlgura 5 - Câmara de Neubauer H
O,2mm
51
8ARTÊMIA
Os náuplios de artêmia sãoconsiderados um excelente alimento
em determinadas fases larvais dos camarões e podem ser fornecidos a
partir de zoea 111.
Para eclodir os cistos deve-se, de preferência, utilizar tanques
cilindrocônicos. A temperatura da águadeve estar,de preferência, entre
25 a 30 "C. Dependendo da qualidade dos cistos, os náuplios nascerão
entre 15 a 48 horas (varia com a temperatura) após o início da
incubação.
A eclosâo de 10 g de cisto em 3 litros de água parece demonstrar
bons resultados. A água é escoada através de uma rede com malha de
125 11m que retém os náuplios. A descapsulação inicia-se hidratando
os cistos (1 g em 50 rnl.) por uma hora em recipiente com água do mar
aerado. Os cistos são coletados com uma sacola de malha 100 11m,
lavados e colocados em recipientes de fibra de vidro com um pouco
de água do mar. Nestes recipientes são colocados igual volume de
solução de hipoclorito de sódio entre 5,3 a 12 % de ingrediente ativo,
por 10 minutos (BARBIERIJUNIOR; OSTRENSKYNETO, 2001), onde
ocorre uma reação exotérmica. Para diminuir a temperatura e não
provocar a morte dos cistos coloca-se gelo.
Neste procedimento oscistos devem ser retirados do hipoclorito
quando apresentarem coloração alaranjada devido ao vitelo e
desaparecimento do corion (BARBIERIJUNIOR; OSTRENSKYNETO,
2001), devendo ser lavados até retirar totalmente o produto. Após
este procedimento, os cistos são colocados para eclodir nos carboys",
onde recebem aeração constante, podendo permaner por cerca de
24 h.
Incubadoras utilizadas como recipiente na eclosão dos cistos de artêmias
52
9 LARVAS
9.1 NÁUPLlOS
Os náuplios são as primeiras larvas. O período de desova até a
eclosão pode variar de 12 a 18 horas a uma temperatura de 26 a 30 "C.
O ~stágio de náuplio possui 5 a 6 subestágios.O número de subestágios
varia com a espécie.
De acordo com Smith et aI. (1993) a 28°C, o estágio de náuplios
normalmente leva de 36 a 48 h. A densidade inicial pode ser de 100
náuplios/litro. As larvas apresentam fototropismo positivo. O náuplio
subexiste inteiramente alimentando-se das reservas existentes em seu
próprio corpo e logo após a eclosão é de, aproximadamente, 0,3 mm
(podendo variar com a espécie) com três paresde apêndices, funcionam
como remos produzindo movimentos rigorosos com pequeno intervalo
de repouso.
9.2 PROTOZOÉA
As larvas no estágio de náuplio, metamorfoseiam-se para o
stágio de protozoéa. De acordo com Igarashi (1995), a partir deste
stágio as larvas são capazes de ingerir os alimentos. O período do
stágio de protozoéa normalmente pode variar de 3 a 6 dias com três
ubestágios. Com pouco desenvolvimento pode atingir 2 mm. A larva
possui uma distinta carapaça cefalotoráxica e um abdomem. No
ubestágio de protozoéa I o rudimento de olhos pode ser visível sob a
arapaça cefalotoráxica. A modificação que aparece no subestágio de
protozoéa 11 e 111 está na presença de dois olhos compostos (SMITH
t al., 1993). Uma característica da protozoéa 111 é a presença de
urópodos. Os protozoéas são animais filtradores ativos e podem se
alimentar de microalgas.
A densidade de microalgas na água de cultivo pode ser de 103
104 cels/mL (LAUBIERcitado por IGARASHI, 1995). Pode-sealimentá-
1.1s com óvulos de moluscos bivalvos e rotíferos. Paraprotozoéa 111 pode
fornecer 0,5 a 0,6 náuplios/mL de artêmia (CORREA FILHO citado por
53
IGARASHI, 1995). Podem ser fornecidos diatomáceas, óvulos de ostras,
óvulos de Mytilus sp., rotíferos de água salobra e outros. O S. costarurn
pode ser mantido em uma densidade de 104 cels/mL. A Tetraselmis
pode ser fornecida em uma quantidade de 5 x 103 a 5 x 104 cels/mL.
9.3 MISIS
A protozoea metamorfoseia-se para o estágio de misis. Segundo
Igarashi (1995), o estágio de misis pode ter 3 subestágios, sendo que
seu corpo morfologicamente adquire uma aparência similar à pós-larva.
Alimenta-se ativamente de fitoplâncto e zooplâncto. O período deste
estágio pode ser de 3 a 4 dias.
A forma larval de misis I é caracterizado pelo desenvolvimento
dos pereíopodos funcionais. Misis 11 pode ser diferenciado de misis I
pela presença de pleópodos sem segmentos. O misis111 pode-se
diferenciar dos outros subestágios, pela presença de pleópodos
compostos de segmentos. A forma larval misis quando bem desenvolvida
pode atingir, aproximadamente, 4 mm de comprimento.
OS. costatum pode ser mantido como alimento, apesar de que
neste estágio de mysis é utilizado artêmia, a 2 náuplios/mL(RODRIGUEZ
MARIN; REPRIETO GAROA citados por IGARASHI, 1995) ou podendo
utilizar rotíferos.
10 PÓS-LARVA
As larvas no estágio de misis metamorfoseiam-se para pós-larva
e tornam-se um camarão jovem, com aparência de adulto. Os pleópodos
são mais desenvolvidos, sendo os principais órgãos natatórios. Nadam
horizontalmente com a cabeça levemente para cima. Nós classificamos
as pós-larvas com números, por exemplo PL 10 para designar que atingiu
o estágio de pós-larva há 10 dias.
Com o desenvolvimento, as pós-larvas, gradualmente, adquirem
o hábito de viver e alimentar-se no fundo do tanque. Durante os
54
primeiros 6 dias do estágio de pós-larva, elas podem se alimentar com
artêrnia e copepódas. Mantendo uma concentração de 2 a 3 náuplios
de artêmia por mL (RODRIGUEZ MARIN; REPRIETO GAROA citados
por IGARASHI, 1995), pode-se também oferecer dietas artificiais ,
pequenas partículas de dietas secas, dietas microencapsuladas, peixe
fresco moído e búzios triturados.
10.1 TRANSPORTE DE PÓS-LARVAS
As pós-larvas podem ser transportadas em tanques de fibra de
500 a 1000 litros acomodadas em caminhões. As pós-larvas, em uma
densidade de 200 a 500/litro, podem ser transportadas por 10 horas
em grandes mortalidades (KUNGVANKIj et aI., 1986).
As pós-larvas podem ser transportadas em sacos plásticos de 30
litros com volume de água de 12 litros e o restante com oxigênio puro,
f chado hermeticamente com elástico. Segundo Barbieri Junior e
strensky Neto (2002), nos sacos podem ser transportados de 800 a 1500
I L/litro, por um período de 4 h a 24°C, 12 h a 2rC, >12h a
. O "C, Coloca-se o saco em uma caixa de isopor a temperatura reduzida
p ra cerca de 18 a 20 "C, Pode-se também introduzir como alimento 30
n uplios de artêmia/litro no saco. Segundo Rodriguez Marin e Reprieto
Carcia (citados por IGARASHI ,1995) se utilizam densidades de 1.000
IUlitro, com idade de PL3 a PLs' obtendo sobrevivência de 95 %, com a
luração do transporte de 12 h e temperaturas de 15 a 16°e.
11 ENGORDA
11.1 BERÇÁRIO
O berçário tem formato retangular ou circular, com volumes
111 podem ser de cerca de 40 a 80 mil litros, recebem as pós-larvas
tos tanques de larvicultura e são estocadas em densidade de ,
proximadamente, 20 - 30 PL,J litro. Estas pós-larvas podem
p. rmanecer por, aproximadamente, 10 dias, e receber alimentação à
55
base de ração comercial, náuplios e biomassa de artêmia. A troca de
água pode variar de 0% a 100% do volume.
Na adaptação a salinidade, pode reduzir a mesma em 1 a 2 %0
por dia. Segundo Barbieri junior e Ostrensky Neto (2002), o berçário
pode ser fertilizado com 60 g de uréia, 30 g de superfosfato triplo e
40 mg de cloreto de ferro e 20 mg de silicato de sódio para cada 1000
litros de águacontida no berçário. Emboraexistam criadores que utilizam
uma menor quantidade de fertilizantes ou não utilizam estesadubos.
11.2 VIVEIRO DE ENGORDA
Estesviveiros, que podem ser por derivação (Figura 6), recebem
os camarões do viveiro berçário, onde permanecerão até atingir o
tamanho comercial. O tempo de cultivo pode variar de 90 a 120 dias
com sobrevivência que pode ser de, aproximadamente, 70 %. Neste
período os camarões podem atingir o tamanho comercial com um peso
médio de 12 -13 g podendo haver 2,5 a 3 ciclos de engorda por ano,
com produtividade que pode alcançar, aproximadamente, 4.000 kg de
camarões/ha/ciclo.
Figura 6 - Disposição de viveiros por derivação.
56
Após a despesca, os viveiros devem ser drenados totalmente e
o solo deve ser completamente seco. Segundo Amaral, Rocha e Lira
(2005), ainda úmido, o pH do solo é mapeado para efeito de avaliar a
quantidade necessáriade calcário com vistasa corrigir o nível de acidez;
entre as duas aplicações de calcáreo, o solo é revolvido para haver
uma melhor oxigenação da camada superior. De acordo com osmesmos
autores, em algumas áreas do viveiro, que registram maior acúmulo de
matéria orgânica e excesso de umidade, após o período de
mineralização procede-se a esterilização através do uso de cal virgem.
Segundo Barbieri junior e Ostrensky Neto (2002), o calcário só
apresenta alguma efetividade no aumento da alcalinidade da água, se
a mesma apresentar valores abaixo de 50 mg/L como CaC0
3
, caso
ontrário, sua eficiência é muito baixa.
Segundo Lee e Wickins (1992), um procedimento para testar a
permeabilidade do terreno é cavar um buraco de 0,80 m e utilizar
anos de PVC, encher com água de manhã e checar o nível de à noite.
e a maior parte da água permanecer ainda no buraco, o terreno é
aceitável para a construção do viveiro.
O tamanho dos viveiros (Figura6) pode variar de 2 a 6 ha, apesar
c/c que os projetos mais antigos possuíam viveiros com grandes
dimensões, acima de 20 ha. As densidades podem ser de cerca 25
camarões/m-, aproximadamente 50 camarões/m- e há exemplos de
100 camarões/m-, dependendo da estrutura e sistemas de cultivo da
fazenda.
Pode-se fazer a troca da água na proporção de 5 a 15 % por dia
ou de acordo com a necessidade. O oxigênio dissolvido deve ser maior
que 3 mg/L; temperaturas entre 26 - 31 DC, pH de 8 - 8,5, níveis de
unônia total de 0,1 -1,0 ppm (BARBIERIjUNIOR; OSTRENSKYNETO,
(02), salinidades de, aproximadamente, 35%0 (varia com a espécie),
porém o L. vannamei pode ser engordado em água doce e pode
uportar salinidade de cerca de 50 %0.
57
A profundidade pode ser de 1,0 a 1,5 m. O fundo do viveiro
pode ter uma declividade de 0,3 a 0,5 %. As paredes laterais deveriam
ter a inclinação de 3:1 internamente e 2:1 externamente.
As comportas podem ser construídos de concreto, alvenaria,
tábuas, telas de nylon e arame.
Nas comportas são fixadas telas de nylon que podem ter 0,5 a
1 mm de malha, para evitar a entrada de predadores ou competidores.
Na comporta de drenagem podem ser colocadas telas de 0,5 mm de
malha para os viveiros povoados com pós-larvas.
Segundo Barbieri Junior e Ostrensky Neto (2002), deverá ocorrer
a fertilização inicial do viveiro quando a coluna da água atingir 30 cm,
com fertilizante na forma líquida e aguardar 2 dias (pode-se aplicar nessa
fertilização inicial 9 kglha de uréia e 0,9 kglha de superfosfato triplo);
aplicar 14 kglha de uréia e 1,4 kglha de superfosfato triplo quando a coluna
d'água atingir 60 cm, e repetir quando a coluna d'água atingir 1 m.
Segundo os mesmos autores, pode-se fertilizar o viveiro semanalmente,
dividindo a quantidade total de fertilizantes a ser aplicada em 3 doses
(podem-se aplicar doses máximas de manutenção de 23 kglha de uréia e
2,3 kglha de superfosfato triplo); e aguardar o aumento de alimentos naturais
por 2 a 4 dias e, assim, pode-se transferir as pós-larvas para os viveiros.
12 ALIMENTAÇÃO
Este item demonstra a alimentação dos juvenis e adultos.
Caso haja necessidade, é utilizada a aeração mecânica no
viveiro. A freqüência de alimentação pode ser de realizada de acordo
com Tabela 2. No início da engorda nos viveiros, a ração é esfarelada.
A alimentação varia de acordo com a densidade de estocagem
e consumo.
Segundo Amaral, Rocha e Lira (2005), a ração deve ser ministrada
...por "voleio" do 1º ao 21º dia de cultivo, iniciando-se na periferia e a
58
partir do 2º dia de cultivo, cobrindo toda área do viveiro em forma de
ig-zag. De acordo com os mesmos autores, durante esse período a
r ção vai sendo colocada nos comedouros, gradativamente até atingir
m por cento do total no 21 º d ia de cu Itivo.
labela 2 - Taxa de alimentação recomendada e a freqüência para vários
I manhos de camarões (LlM; PERSYN, 1989)
Estágio/Tamanho
6
4
3-4
3
3
2-3
2-3
Taxa de alimentação diária
(% do peso do corpo)
Freqüência
diária
P1S-P30
P30-O,5 g
O,5-2g
2-5g
5-10g
10-20g
>20g
30-20
20-15
15-12
12-8
8-6
6-4
4-3
Nunes (1995) em seus estudos sobre o comportamento

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