Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ATIVIDADE 2 – TEMAS CONTENPORÂNEOS EM PSICOLOGIA Pergunta 1 1 em 1 pontos “Ana, sexo feminino, 6 anos, branca, estudante do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola pública, buscou atendimento psicológico por iniciativa dos pais, os quais apresentaram as seguintes queixas: agressividade, falta de limites, agitação e TDAH diagnosticado previamente por um médico neurologista. Segundo os pais, a procura por apoio profissional, tanto médico quanto psicológico, foi motivada por constantes reclamações da escola (professores, coordenadora e diretora) sobre o comportamento da filha. [...] Ana toma Ritalina duas vezes ao dia, receitada por um médico neurologista indicado pela escola. O psicofármaco foi prescrito logo na primeira visita ao médico, tendo o diagnóstico se pautado essencialmente no diálogo com os pais. [...] Em termos culturais, foi verificada dominância masculina na hierarquia familiar, assim como crenças parentais na punição física e verbal (gritos) como forma de educar e controlar os comportamentos da filha.Quanto à vida escolar, Ana é aluna do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal; frequenta aulas no período da manhã; é pontual e assídua, faltando apenas em circunstâncias especiais. [...] A professora de Ana a relata como uma criança agitada, indisciplinada, ocasionalmente agressiva com os colegas e com dificuldades no cumprimento de tarefas, em acatar ordens e respeitar regras. Por outro lado, afirma que, apesar de tais características, é uma criança muito dócil, sincera, meiga e inteligente, equiparando seu comportamento a de um adulto em termos de linguagem, raciocínio e comunicação. Fonte: PEREIRA, I. S. A.; SILVALL, J. C. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade à luz de uma abordagem crítica: um estudo de caso. Psicol. rev. (Belo Horizonte) vol.17 no.1 Belo Horizonte abr. 2011. Considerando esse contexto, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas. I. A situação acima ressalta a reflexão proposta em relação à terceirização dos cuidados da criança. Situação que leva ao aumento da incidência de discursos técnicos e de especialistas sobre a criança. PORQUE II. Tal determinação configura como atribuição do Psicólogo Escolar articular conhecimentos psicológicos nas atividades escolares por meio de análises e intervenções. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. Resposta Correta: a. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. Feedback da resposta: Apesar de estarem ambas corretas, as assertivas versam sobre conceitos diferentes. Diante desse cenário, é imprescindível fazer uma reflexão sobre as consequências dos discursos e cuidados de outros sobre a criança: do outro professor, do outro pediatra, da outra babá. Muitas vezes, os discursos técnicos se sobrepõem ao discurso familiar. É o que nos alertam Teperman (2009) e Rosa (2006). Ao passar muito tempo de sua jornada diária em instituições, a criança é atravessada por discursos de especialistas. É o professor, o cuidador ou o diretor da escola que “sabem” a respeito da criança. Para Teperman (2009) e Rosa (2006), temos aí um atravessamento do discurso técnico- científico que incide sobre o laço social entre a criança e sua família: no lugar de recorrer aos pais e às mães, que sabem (ou que deveriam saber) sobre seus filhos, recorre-se aos relatórios escolares, aos relatórios do fonoaudiólogo e/ou do psicólogo, às avaliações pediátricas, correndo-se o risco de cair em uma “transmissão asséptica”, uma vez que se constituiu apartada do convívio familiar. Voltolini traduz da seguinte maneira o que seria o ideal da educação para Freud: "desejar coisas para os filhos, tolerar suas escolhas". Desse modo, encontramos já em Freud esta clareza: a educação sustenta-se em marcas de desejo, marcas que não são garantias. Marcas que implicam em um arriscar-se, marcas para além do "para o seu bem" ou "porque era meu dever", marcas de desejo (TEPERMAN, 2009, p. 5). Dessa forma, a autora nos lembra sobre o legado freudiano: educar um filho está relacionado a uma questão de desejo, de transmissão de marcas. (TEPERMAN, 2009). Ao terceirizar os cuidados de uma criança, a família leva junto a possibilidade de transmitir marcas de desejo e dá abertura, ao mesmo tempo, para que outros discursos técnicos, científicos e pedagógicos incidam e atravessem essa criança. Essas são algumas das marcas principais do legado das instituições contemporâneas: o aumento da incidência de discursos técnicos e de especialistas sobre a criança. Tal fenômeno não caracteriza somente cenários negativos, mas convoca à constante reflexão sobre seus efeitos. Pergunta 2 1 em 1 pontos “No último domingo (11), uma ação policial expulsou os usuários de crack que se aglomeravam na Praça Princesa Isabel, uma região central da cidade de São Paulo. Àquela altura, pelas contas da Guarda Civil Metropolitana, eles eram quase 600. A dispersão durou pouco. Horas depois, quando a prefeitura terminara a limpeza da praça – e mandara para o lixo as barracas de lona e móveis precários que tomavam o lugar –, seus ocupantes voltaram. A ação do último domingo é um novo capítulo de um debate que se tornou incômodo para a administração João Doria. Em maio, uma primeira ação na região acabara de modo dramático, com a dispersão dos dependentes para a Praça Princesa Isabel e com demolições de construções na região que deixaram feridos. Dória chegou a dizer que a cracolândia tinha acabado. Estava enganado. A atuação da prefeitura foi criticada mesmo por membros do PSDB, o partido do prefeito. Depois da primeira ação, em maio, a secretária de Direitos Humanos da prefeitura pediu demissão do cargo. O embate opõe duas visões sobre como tratar a questão das drogas no país. Há evidências de que a internação compulsória é mais eficiente que a redução de danos (a ideia que orientava o programa de saúde da gestão anterior)?” Fonte: CISCATI, R.; BUSCATO, M. Cracolândia: internar à força resolve? Publicado por Época em 14/06/2017, às 16h24, atualizado em 15/06/2017 às 17h46. Disponível em: https://epoca.globo.com/saude/check- up/noticia/2017/06/cracolandia-internar-forca-resolve.html, acesso em 31/05/2018. Caso você estivesse atuando como um profissional da psicologia, de acordo com as referências técnicas para a atuação de psicólogas (os) em políticas públicas de álcool e outras drogas, considere as assertivas abaixo: I. Caso não encontrassem um membro da família que pudesse se responsabilizar pela pessoa, você persuadiria os usuários a serem internados. Nos casos de recusa, você faria a internação de modo compulsório, em função desta ser a melhor alternativa em caso de usuários em situação de rua. II. Você buscaria colocar em prática ações que evidenciassem que qualquer uso de substância lícita ou ilícita é patológica e deve ser alvo da saúde pública, evitando, dessa forma, a estigmatização dos/as usuários/as e recomendando a internação em qualquer situação de drogadição. III. Proporia para um processo de recuperação mais efetivo de usuários de álcool e drogas internados, a criação de alternativas inovadoras no cuidado, por exemplo a indução à convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas e religiosas que possam promover maior adesão da pessoa ao tratamento. IV. Ponderaria em suas ações à igualdade de direitos de acesso à saúde, preconizada nas atuais legislações; levando ainda em consideração a diversidade das origens dos adoecimentos e das situações enfrentadas pelos usuários e, por fim, as singularidades das vivências e das histórias individuais, entendendo a necessidade de ações que levem em conta tais idiossincrasias. É correto o que se afirma em: Resposta Correta: c. Apenas IV. Feedb ack da respo sta: criar alternativas inovadoras de cuidado ao usuário exige um conhecimento aprofundado de sua história de vida,dos gatilhos determinantes de sua entrada e imersão no uso abusivo de drogas, de suas relações familiares, das relações que estabelece com seus pares e com as demais pessoas que integram seu mundo, das relações com sua comunidade de origem e das relações com a sociedade em geral. [...] Muitas instituições voltadas para os casos de abuso e dependência das substâncias psicoativas incentivam práticas de imposição de credo como recurso de tratamento para atingir a abstinência. Esse tipo de prática social, no entanto, é incompatível não só com o Código de Ética da (o) psicóloga (o), mas também com os princípios das políticas públicas e o caráter republicano e laico do Estado brasileiro.As atuais ações de “recolhimento compulsório” da população em situação de rua, apresentados na mídia como usuários de crack, e a banalização das internações compulsórias ou involuntárias de crianças e adolescentes em diversas cidades brasileiras, evidenciam um grave retrocesso para as políticas públicas, tão arduamente conquistadas e que apostam na integralidade do cuidado e na intersetorialidade das ações para as pessoas que fazem uso de álcool e outras drogas. As (os) psicólogas (os), então, na sua atuação, podem colaborar para desnaturalizar as práticas de violência e de tutela que historicamente foram associadas às pessoas que fazem uso de álcool e outras drogas. [...]As substâncias psicoativas, principalmente as consideradas ilícitas, são usualmente associadas à violência, criminalidade, doença e à morte. Muitas das práticas sociais relacionadas com as drogas não podem, no entanto, ser consideradas “abusivas” ou mesmo “compulsivas”. Esses conceitos que remetem ao quadro das chamadas “toxicomanias” ou da “dependência química” são parte de uma parcela pequena comparada aos usos controlados e ocasionais dessas substâncias. Certamente, os usos considerados danosos e prejudiciais necessitam de cuidados, mas não se pode confundir de modo deliberado e reduzir os variados modos de relação com as substâncias psicoativas à compulsão e à “dependência física ou psíquica” (NERY FILHO, 2009).Fonte: CFP - Conselho Federal de Psicologia. Referências Técnicas para a Atuação de Psicólogas/os em Políticas Públicas de Álcool e Outras Drogas/. Conselho Federal de Psicologia, - Brasília: CFP, 2013. 88p. Disponível em: http://crepop.pol.org.br/wp- content/uploads/2013/12/CREPOP_REFERENCIAS_ALCOOL_E_ DROGAS_FINAL_10.01.131.pdf, acesso em 31/05/2018. Pergunta 3 1 em 1 pontos A maneira como compreendemos cada arranjo familiar determina a atuação profissional em relação à criança e a este sistema ao qual ela está inserida. É importante considerar que cada família tem a sua própria cultura, dentro de contextos diversos e muitas vezes incompreensíveis aos olhos de quem vê de fora. Nestas novas configurações surge o espaço para a diversidade e a interação entre várias etnias, religiões e culturas. As relações de gênero se reconfiguraram e as funções não são mais predefinidas. Os processos de separação, divórcio e novas reconstruções familiares vem permitindo inúmeras possibilidades de convivência, como um mosaico de relações que se estabelecem no decorrer da vida. Nos séculos anteriores a expectativa de vida era menor, as pessoas viviam menos tempo. Atualmente, com um período de vida maior a possibilidade de novas configurações ao longo deste percurso é maior. As pessoas trocam de parceiros com maior fluidez, realizam um segundo curso de formação, mudam de profissão. Os modos de vida deixaram de ser estáticos e pré-moldados para assumirem um funcionamento dinâmico. De acordo com o estudo sobre as estruturas familiares assinale V para verdadeiro e F para falso: ( ) Uma família apenas se constitui a partir de laços conjugais. ( ) Famílias recompostas são aquelas nas quais um dos membros do casal ou os dois têm filhos de relacionamentos anteriores. Nestas configurações todos possuem laços consanguíneos. ( ) Com a independência financeira da mulher, a família passou por novas e grandes transformações. ( ) Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parente próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade. Está correta a sequência descrita na alternativa: Resposta Correta: d. F, F, V, V. Feedback da resposta: Roudinesco (2003) apresenta três períodos na evolução da família: • 1. A família tradicional, considerada uma célula estável e submetida a uma autoridade patriarcal, assegurava a transmissão de um patrimônio; • 2. A família moderna, que aparece entre o fim do século XVIII e início do XX, representando uma ruptura com o modelo tradicional de família ao apontar a reciprocidade dos sentimentos. Esse modelo valoriza a divisão do trabalho entre os cônjuges, apontando para uma divisão de tarefas. “A atribuição da autoridade torna-se, então, motivo de uma divisão incessante entre o Estado e os pais, de um lado, e entre os pais e as mães, de outro” (ROUDINESCO, 2003, p. 19); • 3. A família contemporânea, que aparece em meados dos anos 1960 e une dois indivíduos em busca de realização. Nesse período, a transmissão da autoridade vai se tornando cada vez mais frágil, o que impulsiona o aumento no número de divórcios, separações e recomposições conjugais. Nesse momento, passa a prevalecer a democracia como aspecto central dos laços conjugais. No Brasil, destaca-se a divulgação e a legitimação do Estatuto da Criança e do Adolescente no início dos anos 1990 (BRASIL, 1990). Nos anos 2000, houve uma mudança de termos nesse documento:emvezde“pátriopoder”,passou- seanomear“poderfamiliar”,trazendoaconotação de que a responsabilidade pela criança e pelo adolescente é um dever compartilhado – e não apenas do pai/ “pátrio poder”. Além disso, há uma distinção entre “família natural” (aquela formada por pais ou por parentes próximos com os quais a criança, ou o adolescente, mantém vínculos de afinidade e afetividade) e “família substituta” (formada a partir de situações de guarda, tutela ou adoção). Isso significa que, legalmente, a noção de família é ampliada e não mais restrita ao controle patriarcal. Teperman (2009), em estudo realizado sobre o exercício da parentalidade na contemporaneidade, afirma que, no que se refere aos arranjos familiares, a contemporaneidade permite dois modos de aproximação: um modo voltado para a ideia de que as novas configurações familiares provocam “a impossibilidade do exercício adequado das tarefas parentais”; e outro modo voltado para a ideia de que, “apesar das diferentes e novas configurações que possa adquirir, a família resiste”. Pergunta 4 1 em 1 pontos Platão afirma que “Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz.” (...) texto do filósofo ateniense (c. 427 a.C.-347 a.C.), discípulo de Sócrates, por ela ser cristalina em sua mensagem: às crianças é compreensível a ignorância, que será substituída por conhecimento ao longo do desenvolvimento, mas, dos adultos, se espera compreensão dos fatos da vida e capacidade de enfrentá-los com maturidade. É o ciclo natural da existência: o mais experiente cuida daquele que está dando os primeiros passos na vida, suprindo suas necessidades básicas, físicas e emocionais. Fonte: A terceirização e a medicalização da infância. Por: Maria Cristina Ramos Britto. https://www.contioutra.com/a-terceirizacao-e-a-medicalizacao- da-infancia/. Acesso em 24 de ago de 2018. Analise as seguintes sentenças: I - Muitas vezes, os discursos técnicos se sobrepõem ao discurso familiar. II - As instituições incidem discursos técnicos sobre as crianças. III - Donald Winnicott (1985), afirma que a “mãe suficientemente boa” se refere necessariamente à mãe biológica, portanto, as instituições não podem exercereste papel. É correto o que se afirma em: Resposta Correta: c. I e II. https://www.contioutra.com/a-terceirizacao-e-a-medicalizacao-da-infancia/ https://www.contioutra.com/a-terceirizacao-e-a-medicalizacao-da-infancia/ Feedback da resposta: Ao terceirizar os cuidados de uma criança, a família leva junto a possibilidade de transmitir marcas de desejo e dá abertura, ao mesmo tempo, para que outros discursos técnicos, científicos e pedagógicos incidam e atravessem essa criança. Essas são algumas das marcas principais do legado das instituições contemporâneas: o aumento da incidência de discursos técnicos e de especialistas sobre a criança. Tal fenômeno não caracteriza somente cenários negativos, mas convoca à constante reflexão sobre seus efeitos. Donald Winnicott (1985), pediatra e psicanalista inglês, já afirmara suas proposições acerca do papel da escola e das famílias, da “mãe suficientemente boa” especialmente – que é um conceito que não se refere necessariamente à mãe biológica, mas ao cuidador principal da criança. Pergunta 5 1 em 1 pontos “O Almeidinha gosta também de se posicionar sobre os assuntos que causam comoção. Para ele, a atual onda de violência em São Paulo só acontece porque os pobres, para ele potenciais criminosos (seja assassino ou ladrão de galinha) têm direitos demais. O Almeidinha tem um lema: “Direitos Humanos para Humanos Direitos”. Aliás, é ouvir essa expressão, que ele não sabe definir muito bem, e o Almeidinha boa praça e inofensivo da vizinhança se transforma. “Lógica da criminalidade”, “superlotação de presídios”, “sindicato do crime”, “enfrentamento”, “uso excessivo da força”, para ele, é conversa de intelectual. E se tem uma coisa que o Almeidinha detesta mais que o Lula ou o Mano Menezes (sempre nesta ordem) é intelectual. O Almeidinha tem pavor. Tivesse duas bombas eram dois endereços certos: a favela e a USP. A favela porque ele acredita no governador Sergio Cabral quando ele fala em fábrica de marginais. A USP porque está cansado de trabalhar para pagar a conta de gente que não tem nada a fazer a não ser promover greves, invasões, protestos e espalhar palavras difíceis. O Almeidinha vota no primeiro candidato que propuser esterilizar a fábrica de marginal e a construção de um estacionamento no lugar da universidade pública”. Fonte: PICHONELLI, M. Direitos humanos para humanos direitos. Publicado por Carta Capital em 08/11/2012 16h23. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/politica/direitos-humanos-para- humanos-direitos, acesso em 12/04/2018. Suponha que você seja amigo de Almeidinha e esteja conversando com ele sobre as definições de direitos. Considere as assertivas abaixo sobre o tema. I. A noção de cidadania está atrelada à noção de direitos humanos, definida pela Declaração do Homem e do Cidadão na França, em 1789. Isso significa que estamos falando de direitos universais, independentes dos países ou territórios. II. Os direitos humanos constituem resultado de reinvindicações pelos direitos da burguesia em também possuir propriedade privada e ter garantia nisso, ainda que estivesse submetida às leis do monarca. III. A proteção e a promoção dos direitos humanos são critérios para que se possa identificar uma democracia, ou até mesmo avaliar quão democrático é um sistema político, ou uma sociedade. IV. A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi um reconhecimento das grandes potências de que o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que trouxeram diversas atrocidades à Humanidade. É certo o que se afirma em: Resposta Correta: d. I, III e IV. Feedback da resposta: A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi promulgada em 1948, após a II Grande Guerra Mundial, no período da criação da Organização das Nações Unidas. Os Estados Unidos da América, junto aos demais países do mundo, assinaram o documento reconhecendo que “o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade”. Declaravam buscar um “mundo em que todos gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade” (DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS, 2009, p. 2). (...) Os princípios desses direitos decorrem da adesão teórica e concreta dos países democráticos a outras declarações como a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, inspirada nos princípios da revolução francesa e nos princípios libertários formulados pelos filósofos iluministas do século XVIII europeu (PATTO, 2003). Nesse período, os países democráticos aderiram aos princípios das liberdades individuais, ou direitos civis, consagrados em várias declarações e constituições de diversos países. No século XIX e meados do século XX, esses mesmos países aderiram aos direitos sociais, ligados ao mundo do trabalho, como o direito ao salário, jornada fixa, seguridade social, férias, previdência, etc. (BENEVIDES, 2007). O caráter histórico dos Direitos Humanos é exatamente o que justifica a necessidade de sua existência. Hoje, a defesa, a proteção e a promoção de tais direitos são critérios para que se possa identificar uma democracia, ou até mesmo avaliar quão democrático é um sistema político, ou uma sociedade (SILVEIRA, 2007). Pergunta 6 1 em 1 pontos “O projeto de lei 6583/13, de autoria do deputado Anderson Ferreira (PR-PE), é um conjunto de 15 artigos que "institui o Estatuto da Família e dispõe sobre os direitos da família, e as diretrizes das políticas públicas voltadas para valorização e apoiamento à entidade familiar". Em tramitação na Casa desde 2013, o projeto apresenta, logo no artigo 2º, a definição de família: "define-se entidade familiar como o núcleo social formado a partir da união estável, ou ainda por comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes." A proposta está de acordo com o que diz a Constituição Federal de 1988, mas vai de encontro a uma decisão do Supremo Tribunal Federal brasileiro de 2011. O art. 226 da Constituição reconhece "a união estável entre o homem e a mulher" e "a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes" como família. A regulamentação do artigo, sancionada em 1996, manteve os termos. No entanto, em 2011, ministros do STF reconheceram por unanimidade a união entre pessoas do mesmo sexo como família, igualando direitos e deveres de casais heterossexuais e homossexuais”. Fonte: MARANHÃO, F. Afinal, para que serve o Estatuto da Família? Publicada por UOL Notícias Cotidiano em 02/10/2015. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2015/10/02/afinal- para-que-serve-o-estatuto-da-familia.htm, acesso em 25/08/2018. Considerando esse contexto, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas. I. O projeto não se sustenta teoricamente uma vez que família não é um fenômeno substancialmente natural, nem fundamentalmente biológico. A partir de uma perspectiva histórica, a família se configura como uma expressão da cultura sobre a natureza. PORQUE II. Os Direitos humanos são comuns a todos os seres humanos sem distinção alguma de cor da pele, sexo, etnia, “faixa etária, incapacidade física ou mental, nível socioeconômico ou classe social, nível de instrução, religião, opinião política, orientação sexual. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. Resposta Correta: d. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. Feedback da resposta: Apesar de estarem ambas corretas, as assertivas versam sobre conceitos diferentes. Pergunta 7 1 em 1 pontos “O psicólogo escolar como mediador, deve ter competências e habilidades interpessoais imprescindíveis para desenvolver um trabalho eficaz e manter boas relações com os demais profissionais que contribuem para o processo de inclusão de pessoas com necessidades especiais.Também faz parte da função desse mediador, saber respeitar e compreender as dificuldades de todos, ter disponibilidade para aprender, ser flexível para se adequar à dinâmica do âmbito escolar que estará se inserindo”. Fonte: PEGO, V. O. R.; DIAS, A. M. S.; MORAIS, R. R. S.; PEIXOTO, S. P. L. O psicólogo escolar como mediador no processo educacional inclusivo. Cadernos de graduação - Ciências humanas e sociais: Maceió, v. 2, n.2, Nov., 2014. p. 185-198. Disponível em: < https://periodicos.set.edu.br/index.php/fitshumanas/article/viewFile/1865/1 071>. Acesso em 03 de dez. de 2017. Com base em uma perspectiva crítica, analise as afirmativas sobre as possibilidades de atuação do psicólogo, assinale V para verdadeiro e F para falso: ( ) Atuação com a equipe pedagógica, visando evitar o estigma dos alunos com dificuldades, por meio da integração de informações (oriundas da família, pares e comunidade) sobre o desenvolvimento das crianças e sobre os eventos que as influenciam, buscando uma aproximação com as famílias. ( ) Atuação com as famílias, propondo reflexões sobre as dificuldades enfrentadas pelos filhos, criando estratégias para possibilitar o sucesso da criança. Para tanto, o psicólogo precisa investigar condições de vulnerabilidade dessa família que, por sua vez, afetam o desenvolvimento da criança e fazer a devida contextualização à dinâmica escolar. ( ) Atuação no processo educativo, garantindo que as singularidades das crianças sejam levadas em consideração na efetivação do trabalho pedagógico, por meio das ações já expostas e também pela integração com as redes de apoio e de assistência. ( ) Atuação com a rede, secretaria de saúde, assistência e segurança pública, por meio da disseminação de informações sobre a família e a criança que possam ser relevantes para o enquadramento da família nestes serviços ou para solução de desvios à lei. Agora assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: Resposta Correta: b. V – V – V – F. Feedback da resposta: Quando pensamos na inclusão da pessoa com deficiência – seja no ambiente escolar ou no universo do trabalho - os recursos de acessibilidade são uma das maneiras de ultrapassar as barreiras impostas pela deficiência, possibilitando que o indivíduo interaja com o meio favorecendo, assim, sua autonomia. É a possibilidade de uma inclusão não excludente, onde a condição de diferente em suas possibilidades, da pessoa com deficiência, é respeitada. O recurso assistivo proporcionará a acessibilidade aos espaços, aos materiais didáticos e a todos os equipamentos disponíveis no ambiente. A psicologia, nesse contexto, tem o papel fundamental de propiciar a inclusão da pessoa com deficiência nas diferentes instituições (como, p. ex., intervindo junto à escola na inclusão escolar de crianças e adolescentes, ou facilitando processos junto às organizações em ações de empregabilidade das pessoas com deficiência ou necessidades especiais). Ademais, pode trabalhar em diferentes frentes propiciando essas ações inclusivas, como: • Nas equipes de saúde; • No aconselhamento genético; • No acompanhamento familiar; • Nos equipamentos das áreas de Saúde, Educação, Assistência Social, Cultura, etc.; • Nos processos clínicos. Pergunta 8 1 em 1 pontos Fonte: http://nossacausa.com/por-que-precisamos-falar-sobre-genero-na- escola/, acesso em 22/02/2018. Baseando-se na situação retratada na imagem, imagine-se mediando um grupo de mulheres no qual boa parte das queixas relacionam-se a com a jornada dupla, a exaustão que o acúmulo de tarefas e a falta de reconhecimento no trabalho as conduzem. Quais ações poderiam ser tomadas para minimizar o sofrimento das mulheres do grupo? Resposta Correta: e. Propor uma reflexão acerca da educação que as mesmas receberam, bem como, das representações sociais que se tem sobre o que é ser mulher e o que é ser homem, buscando o rompimento com o papel de gênero tradicional de modo que as mulheres possam entender que as mulheres não são responsáveis naturalmente por tais tarefas, levando-as a refletir sobre a educação que oferece aos filhos e filhas, reduzindo a desigualdade nas exigências a cada gênero. Feedback da resposta: A noção de gênero é problemática e precisa ser pensada em meio a transformações históricas, políticas e sociais sustentadas por diferentes relações de poder. Na década de 1950, junto a Simone de Beauvoir, as feministas demandavam igualdade social e política com relação aos homens. Em 1970, a reivindicação altera seu foco do reconhecimento da diferença sexual para a diferença de raça e de classe social. Em um terceiro momento, na década de 1990, a ênfase se direciona para a legitimação de novos modelos de identidade (DUNKER, 2017). Em 1990, em Problemas de gênero, Judith Butler (2003) aponta a prevalência da heteronormatividade na contemporaneidade, fundamentada na concepção binária dos sexos e dos gêneros. Tal concepção aponta que as características sexuais anatômico-fisiológicas, as nomeações sociais de gêneros, os desejos e práticas sexuais devem ser concordantes, equivalentes. E aqueles sujeitos que não estão adequados a esse sistema e não correspondem aos gêneros masculino e feminino, são muitas vezes invisibilizados e patologizados. Nesse sentido, é possível dizer que a heteronormatividade é uma reiteração da norma sobre o corpo, gênero e sexualidade, que busca a regulação do gênero como forma de manter a ordem heterossexual, trata-se, portanto, de uma relação de poder normativa (POCAHY; NARDI, 2007). Contudo, além de uma crítica à segregação e discriminação de gênero, tal abordagem trouxe outras contribuições como a crítica às abordagens que referem as patologias “mentais” a identidades individuais, diferentes das identidades sexuais heterossexuais. Contra as hipóteses de que a estrutura binária de sexualidade é natural e a única saudável, Butler (1990) propõe a hipótese de que o gênero em um ato performativo. “Palavras, gestos e atos expressos reiteradamente criam a realidade dos gêneros” (DUNKER, 2017, p. 18). Concebida originalmente para questionar a formulação de que a biologia é o destino, a distinção entre sexo e gênero atende à tese de que, “por mais que o sexo pareça intratável em termos biológicos, o gênero é culturalmente construído”. Ou seja, o gênero não é nem o resultado causal do sexo, nem tampouco tão aparentemente fixo quanto o sexo. Assim, a unidade do sujeito já é potencialmente contestada pela distinção que abre espaço ao gênero como interpretação múltipla do sexo. (BUTLER, 2003, p. 24). Pergunta 9 1 em 1 pontos Observe a imagem abaixo: Fonte: MADEIRO, C. IBGE: Guarda compartilhada de filhos dobra em 2011, mas ainda representa só 5,4% do total. Publicado pelo portal UOL, em Maceió em 17/12/2012. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas- noticias/2012/12/17/ibge-guarda-compartilhada-de-filhos-dobra-em-2011- mas-ainda-representa-so-54-do-total.htm, acesso em 31/05/2018. Considerando esse contexto, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas. I. Pode-se supor, com base na pesquisa do IBGE, que a Justiça brasileira ainda supõe que a mãe deve ser a responsável prioritária pela criação dos filhos. Em função do instinto materno, podemos supor que a mulher seja naturalmente mais preparada que o homem para exercer esse papel. PORQUE II. O gênero é uma espécie de imitação persistente, que passa como real. Ou seja, a repetição de atos, gestos, discursos, de modo estilizado, que produz esse efeito e a crença na existência essencial dos gêneros. É dessa maneira que os corpos adquirem aparências de gêneros. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. Resposta Correta: a. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. Feedback da resposta: A partir do momento que o gênero passa a ser compreendido como independentedo sexo, ele se torna um artifício provisório (BUTLER, 2003). Nessa perspectiva, é a repetição de atos, gestos, discursos, de modo estilizado, que produz esse efeito e a crença na existência essencial dos gêneros. É dessa maneira que os corpos adquirem aparências de gêneros. “A repetição imitativa pode ocorrer como paródia, como citação ou como iteração, organizando atos performativos que criam a ilusão de substância, unidade, coerência e identidade” (DUNKER, 2017, p. 3). Como afirma Butler (2003, p. 28), “gênero é uma espécie de imitação persistente, que passa como real”. Veremos a seguir como se constituíram as diferentes categorias de identidade de gênero no contexto brasileiro. Pergunta 10 1 em 1 pontos “O homem não se considera criminoso, porque ainda existe a cultura do ‘um tapinha não dói’. Muitas vezes a mulher tem a ilusão de que o homem não vai fazer de novo, porque ele aparece com flores e bombons, porém, logo o ciclo da violência recomeça e segue por anos. Isso sem falar dos ex-maridos, que não se conformam com o fato de terem sido deixados. Existe também o problema da culpabilização da mulher. Ela foi educada para ser amável. Quando apanha, é porque fez algo errado. A mulher não se considera um sujeito. A situação é muito complicada, um problema de saúde pública. É fundamental fomentar processos de educação formal e não-formal, de modo a contribuir para a construção da cidadania, o conhecimento dos direitos fundamentais, da pluralidade, da igualdade sexual e o respeito à diversidade”, completa”. Fonte: G1. Ação. Violência contra a mulher se combate com educação e autonomia feminina. Publicada em 16 de dez. de 2013. Disponível em: < http://redeglobo.globo.com/acao/noticia/2013/11/violencia-contra-mulher- se-combate-com-educacao-e-autonomia-feminina.html>, acesso em 02 de dez. de 2017. O excerto propõe que ações na educação formal podem contribuir no combate à violência contra a mulher. Considerando esse contexto, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas. I. A atuação do psicólogo em situações como essa devem visar à prevenção, ou seja, propor ações que visem discutir os padrões sociais de feminilidades e masculinidades, buscando a reflexão sobre a “naturalização” da agressividade masculinidade e da passividade feminina, bem como, problematizar ações machistas que acontecem no cotidiano que ainda não se configuram como violência, mas que criam um ambiente favorável a desvalorização feminina. PORQUE II. A ação preventiva, ao invés da ação punitiva, pode ser compreendida como um ponto de partida para o crescimento individual e de uma comunidade, pois favorece a reflexão e o despertar de uma consciência crítica da sociedade, dos seus valores, dos comportamentos e das suas diferenças. Portanto, concretizar ações preventivas é investir a médio ou longo prazo na cidadania, na igualdade e na garantia de direitos humanos. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. Resposta Correta: a. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. Feedback da resposta: Nesse sentido, o papel do psicólogo no sistema de garantias de direitos, junto ao de outros profissionais, passa a ser o de um protetor e um viabilizador de direitos, devendo ter conhecimento da legislação, buscando o fortalecimento de práticas e espaços de debate, na direção da autonomia e do protagonismo dos usuários (AZEVEDO ROSSINI, 2012). A ação preventiva, ao invés da ação punitiva, pode ser compreendida como um ponto de partida para o crescimento individual e de uma comunidade, pois favorece a reflexão e o despertar de uma consciência crítica da sociedade, dos seus valores, dos comportamentos e das suas diferenças. Portanto, concretizar ações preventivas é investir a médio ou longo prazo na cidadania, na igualdade e na garantia de direitos humanos. Dessa forma, a prevenção se materializa na adoção de uma atitude responsável direcionada às pessoas e suas famílias. Com esse propósito, um trabalho preventivo desenvolver-se-á no fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
Compartilhar