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Caso Concreto 1 de Processo Penal 1

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Caso Concreto 1 de Processo Penal 1
1 - A Autoridade Policial da 13ª Delegacia de Polícia da Comarca da Capital, que investiga o crime de lesão corporal de natureza grave, do qual foi vítima o segurança da boate The Night Agenor Silva, obtém elementos de informação que indicam a suspeita de autoria dos fatos ao jovem de classe média Plininho, de 19 anos. O Delegado, então, determina a intimação de Plininho para que o mesmo compareça em sede policial para prestar esclarecimentos, sob pena de incorrer no crime de desobediência, previsto no art. 330 do CP. Pergunta-se:
a. Caso Plininho não compareça para prestar declarações, poderá responde pelo crime do art. 330 do CP?
Resposta: O princípio da não-autoincriminação, também conhecido como nemo tenetur se detegere, tem o objetivo de impedir que o Estado obrigue a um réu ou investigado a produzir provas contra si mesmo. Ainda, o ônus da prova (obrigação de produzir provas) caberá a quem fizer a acusação. Por fim, a doutrina destaca que o referido princípio pode ser extraído de outros três dispositivos constitucionais, quais sejam:
- direito ao silêncio: direito de não responder às perguntas que lhe forem formuladas;
- direito à ampla defesa: tolerância quanto às informações inverídicas prestadas pelo réu; e
- presunção de inocência: o réu não pode ser obrigado a participar ativamente da produção de qualquer prova, podendo se recusar a participar sempre que entender que isso pode prejudicá-lo.
	Sendo assim, em virtude de tudo que fora descrito, Plininho não será responsabilizado penalmente pelo crime de desobediência, que se encontra tipificado no art. 330 do CP.
b. E se houvesse processo penal tramitando regularmente, e o juiz da Vara Criminal intimasse Plininho para o interrogatório, poderia o mesmo responder pelo delito em questão?
Resposta: Como é sabido, de acordo com o art. 5º, LXIII, da CRFB/88, o réu possui o direito de permanecer calado. Esse princípio constitucional faz com que o réu, que não compareça em juízo, mesmo tendo sido citado, não responda pelo crime de desobediência. Com isso, Plininho não responderia pelo crime tipificado no art. 330 do CP (crime de desobediência), mesmo se tratando do não cumprimento da intimação para interrogatório realizada pelo magistrado da Vara Criminal. 
2- Esse princípio refere-se aos fatos, já que implica ser ônus da acusação demonstrar a ocorrência do delito e demonstrar que o acusado é, efetivamente, autor do fato delituoso. Portanto, não é princípio absoluto. Também decorre desse princípio a excepcionalidade de qualquer modalidade de prisão processual. (...) Assim, a decretação da prisão sem a prova cabal da culpa somente será exigível quando estiverem presentes elementos que justifiquem a necessidade da prisão. Edilson Mougenot Bonfim. Curso de Processo Penal. O princípio específico de que trata o texto é o da(o)
a- Livre convencimento motivado.
b- Inocência.
c- Contraditório e ampla defesa.
d- Devido processo legal.
Resposta: B.
	Justificativa: o princípio da presunção de inocência é um instituto previsto no artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal de 1988. Refere-se a uma garantia processual atribuída ao acusado pela prática de uma infração penal, oferecendo-lhe a prerrogativa de não ser considerado culpado por um ato delituoso até que a sentença penal condenatória transite em julgado. Esta situação, em tese, evita a aplicação errônea das sanções punitivas previstas no ordenamento jurídico. Ainda garante ao acusado um julgamento de forma justa em respeito à dignidade da pessoa humana.
Regra: Presunção da inocência = Liberdade Provisória.
Exceção: Quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria, a prisão preventiva poderá ser decretada, visando à garantia da ordem pública, econômica, por conveniência de instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal. (Art.312 do CPP).
3- Relativamente ao princípio de vedação de autoincriminação, analise as afirmativas a seguir:
I - O direito ao silêncio aplica-se a qualquer pessoa (acusado, indiciado, testemunha, etc.), diante de qualquer indagação por autoridade pública de cuja resposta possa advir imputação da prática de crime ao declarante.
II - O indiciado em inquérito policial ou acusado em processo criminal pode ser instado pela autoridade a fornecer padrões vocais para realização de perícia, sob pena de responder por crime de desobediência.
III - O acusado em processo criminal tem o direito de permanecer em silêncio, sendo certo que o silêncio não importará em confissão, mas poderá ser valorado pelo juiz de forma desfavorável ao réu.
IV - O Supremo Tribunal Federal já pacificou o entendimento de que não é lícito ao juiz aumentar a pena do condenado utilizado como justificativa o fato do réu ter mentido em juízo.
Assinale:
A - Se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
B - Se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
C - Se apenas as afirmativas I e IV estiverem corretas.
D - Se apenas as afirmativas I, II e IV estiverem corretas.
E - Se todas as afirmativas estiverem corretas.
Resposta: C.
	Justificativa:
I – Correta. HC 79.812-SP – 8/11/2000
A condição de indiciado ou testemunha não afasta a garantia constitucional do direito ao silêncio (CF, art. 5º, LXIII: "o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado"). Com esse entendimento, o Tribunal, embora salientando o dever do paciente de comparecer à CPI e depor na eventualidade de convocação, deferiu habeas corpus para assegurar ao mesmo o direito de recusar-se a responder perguntas quando impliquem a possibilidade de auto-incriminação. HC 79.812-SP, rel. Min. Celso de Mello, 8.11.2000. (HC-79812).
II – Errada. Se nem a testemunha tem o dever de auto incriminação, muito menos o acusado ou indiciado.
III – Errada. Se o juiz pudesse valorar o silêncio de forma desfavorável ao acusado, isso anularia o direito ao silêncio.
IV – Correta. HC 72.815-MT – 05/09/1995.
“A 1ª Turma concedeu habeas corpus para anular a pena imposta ao paciente - mantida, no entanto, a condenação -, por entender que o comportamento do acusado durante o processo, na tentativa de defender-se, não pode ser tido como causa de aumento da pena, uma vez que o réu não está obrigado a dizer a verdade. Quanto à testemunha, o fato de haver mentido para favorecer o réu tampouco poderá refletir-se na pena a este aplicada. HC 72.815-MT, rel. Min. Moreira Alves, sessão de 05.09.95.”
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