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Transtorno do Espectro Autista - A Inclusão na Educação Infantil, lidando com a Hipersensibilidade e Hipossensibilidade

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Transtorno do Espectro Autista: A Inclusão na Educação Infantil, Lidando 
com a Hipersensibilidade e Hipossensibilidade 
 
Aline Rodrigues de Freitas1 
Maria Adelaide Maio Rodrigues2 
RESUMO 
Para falar sobre o autismo é muito importante explicar quais são as suas características e como 
elas podem causar empecilhos no desenvolvimento dessa criança, que em algumas vezes não 
conseguirá lidar da forma que normalmente seria considerado como adequado pelas outras 
pessoas e/ou crianças. Será abordado como surgiu o diagnóstico do TEA, as leis sobre esse 
assunto e o comportamento que as pessoas atípicas já demonstravam quando se deparavam com 
essas crianças que julgavam diferente, anormal. O TEA leve, moderado e severo também será 
descrito seguindo a descrição do DSM-V que passou a considerar esse Transtorno como um 
dos Transtornos do Neurodesenvolvimento. Será especificado as outras síndromes que podem 
ter a presença do Autismo, por exemplo: Síndrome de Asperger. Com isso, este artigo visa 
apresentar a importância da inclusão da criança com Transtorno do Espectro Autista na 
educação infantil e suas sensibilidades que poderão ser consideradas como Hipersensível onde 
sua sensibilidade costuma aparecer de forma excessiva ou Hipossensível que já apresenta uma 
sensibilidade de forma insuficiente. Para que a inclusão seja feita de forma eficiente (evitando 
a exclusão) a escola precisará passar por uma processo de modificações onde o seu ambiente, 
propostas de brincadeiras e atividades precisarão ser adaptadas para contar com a participação 
de todas as crianças e principalmente a importância do educador estar preparado para ter essa 
criança na sua turma e evitar os conflitos e bullyings que podem surgir. 
 
Palavras-Chave: Transtorno do Espectro Autista, Autismo, Inclusão, Educação Infantil, 
Hipersensível e Hipossensível 
 
1. INTRODUÇÃO 
A escola está para a criança com autismo assim como a família está para a saúde 
mental de seus filhos. Ela proporciona um ambiente propício para servir de 
observação e meio de intervenção nas habilidades sociais de qualquer criança, mas, 
no autismo, faz uma diferença significativa no desenvolvimento e na melhora de 
comportamentos agressivos e estereotipados. (BRITIS; BRITIS, 2019, pág. 135) 
A escola é o local que permite que os alunos tenham um futuro melhor se tornando 
cidadãos e dando o ensejo de viver dignamente. As escolas são obrigadas a aceitar e não 
 
1 Aluna concluinte do curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Estácio de Sá. 
2 Professora Orientadora do artigo da Universidade Estácio de Sá. 
discriminar crianças com deficiências e/ou doenças crônicas pela Lei 16925/19, mas isso não 
quer dizer que elas estejam preparadas para lidar com as dificuldades que podem surgir. 
Temos o dever de oferecer escola comum a todos os alunos, pois a escola especial os 
interioriza, discrimina, limita, exclui, mas também de garantir-lhes um atendimento 
educacional especializado paralelo, complementar, de preferência na escola comum, 
para que não sejam desconsideradas as especificidades de alguns aprendizes, quando 
apresentam alguma deficiência. (MONTOAN, 2013, pág. 31) 
É importante salientar a diferença entre exclusão, segregação, integração e inclusão das 
crianças com necessidades especiais quando começam a frequentar a escola: 
❖ Exclusão - É quando as crianças com necessidades especiais não são permitidas de 
frequentarem nenhuma instituição de ensino. 
❖ Segregação - As crianças com necessidades especiais só podem frequentar escolas que 
são classificadas próprias para a condições dela, enquanto as crianças típicas frequentam 
as escolas regulares. 
❖ Integração - As crianças típicas e atípicas frequentam a mesma escola, mas não ficam 
nas mesmas salas. 
❖ Inclusão - As crianças com necessidades especiais, frequentam as mesmas escolas e 
grupos que as outras crianças, sem separações. 
Quando falam sobre o assunto Autismo, alguns preconceitos são demonstrados pelas 
pessoas que não possuem os conhecimentos sobre o que é, sobre as limitações e facilitações 
que os autistas possuem, algumas pessoas julgam como se eles fossem incapazes por causa dos 
seus gestos estereotipados e da sua comunicação básica. Às vezes eles não são aceitos nos 
mesmos ambientes que outras pessoas típicas, são excluídos de forma descarada, ignoradas ou 
tratadas de forma rude. 
Supõem que a criança com Autismo não possui sentimentos, empatia, mas essa 
informação está equivocada, eles sentem sim, porém as informações acabam sendo muito 
confusas para eles conseguirem perceber que há algo de errado com outra pessoa, a maior prova 
de que existe sentimentos sim, é que eles sorriem, choram, ficam tristes como qualquer outra 
pessoa. 
O diálogo entre pais/cuidadores, professores e profissionais de saúde permite que 
todos, em consenso, aprimorem, cada um em seu lugar, as ações e aprendizagens que 
vão surgindo pelo caminho e pelos percalços, além disso, intensifica o 
comprometimento dos pais, permite que cada um fiscaliza o outro e promove a 
qualidade do tratamento como um todo. (BRITIS; BRITIS, 2019, pág. 132) 
Com isso, a função desse projeto vai ser buscar um pouco mais de conhecimento sobre 
esse mundo azul do TEA dentro do espaço escolar, transmitindo quais poderão ser as melhores 
formas de praticar a Inclusão, como contornar as limitações da criança, como resolver questões 
de bullying/preconceito que podem surgir por parte de outras crianças e até mesmo adultos. 
O público alvo dessa pesquisa são os profissionais de educação, principalmente 
professores que estão se sentindo perdidos por não saberem qual a melhor forma de exercer sua 
profissão, quando se deparam com uma situação totalmente diferente do que já estão 
habituados. A intenção não é a de criticar esses profissionais, afinal é normal sentirem 
desnorteados quando lidam na prática com questões que fogem do que estão acostumados, a 
finalidade é transferir mais informações, gerando dessa forma mais discernimento sobre esse 
assunto importante. 
Falar sobre incluir essas crianças, é simplesmente querer que ela tenha o mesmo direito 
que as outras crianças têm na escola. Afinal, mesmo com suas limitações eles são seres humanos 
como qualquer outro. 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
2.1 - O que é o Autismo e o seu percurso histórico 
Entende-se, dessa forma, que se trata de um quadro diagnóstico de origem 
neurobiológica que compromete regiões específicas para o funcionamento cerebral, 
gerando respostas linguísticas, motoras ou comportamentais diferenciadas e 
socialmente inadequadas, levando esse sujeito a dificuldades diversas para o 
desenvolvimento satisfatório de suas habilidades de adaptação ao meio. (BRAGA, 
2018, pág. 39) 
Apesar de estar sendo citado com bastante frequência ultimamente, devido ao fato de 
1% da população mundial estar relacionado ao caso do Autismo, o Transtorno do Espectro 
Autista (TEA) não é um diagnóstico novo, ao contrário ele já vem sido citado (mas com outros 
nomes) e estudado há mais de 100 anos. Na verdade, decorreu através do psiquiatra Plouller, 
que em 1906 realizou um estudo sobre comportamentos de isolação social e dificuldades na 
habilidade da expressão verbal e não verbal, e foi através desse estudo que ele utilizou o adjetivo 
“autista”, mas relacionando com o quadro Esquizofrenia. As pessoas passaram um bom período 
confundindo com outros termos diagnósticos e considerando os indivíduos que tinham perdas 
cognitivas como débeis mentais profundos. 
As pessoas encaravam os comportamentos que julgavam como diferentes com bastante 
espanto e estranheza e com isso descriminavam os diferentes isolando-os, já que não sabiam 
como lidar com as agressividades ou auxiliar para a correção dos atrasos dessas pessoas. 
Vários estudos e testes com portadores do autismo foram realizados para maiores 
conhecimentosfisiológicos e através deles foi possível perceber que nessas pessoas podem 
acontecer distúrbios em algumas áreas cerebrais. 
Romero (2018) apresenta o psiquiatra Michael Rutter, que em 1978 indicou quatro 
critérios de definição para o Autismo: 
❖ Atrasos e desvios sociais; 
❖ Problemas na comunicação; 
❖ Movimentos estereotipados e gesticulações exageradas ou ritualísticas; 
❖ Sintomas aparecendo quando a criança já tem mais de 2 anos. 
Já o autor Schmidt (2014) diz que é preciso ter comprometimento em três áreas do 
desenvolvimento cerebral para que seja diagnosticado como TEA: 
❖ Interação Social – a criança apresenta óbice ou ausência para iniciar ou manter uma 
conversa. Mantém concentração somente no que está relacionado ao seu interesse 
pessoal, com isso não demonstra interesse em temáticas externas. 
❖ Comunicação – Há pouco contato visual e linguagem corporal. 
❖ Comportamentos repetitivos e com interesses restritos – Nesse critério se enquadram 
as famosas estereotipias, que costumam ser repetições de frases com entonações, 
expressões faciais e gestos iguais ao que presenciou. 
Em 1987, no DSM-III-R é apresentado o termo “Transtornos Autísticos” desvinculando 
totalmente o Autismo da Esquizofrenia infantil ou psicose infantil. Mas é somente em 2012 que 
o Autismo passa a ser considerado como um “Transtorno do Neurodesenvolvimento” e é 
classificado como Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e seus sintomas são definidos 
pelas categorias: Nível 1 (leve), 2 (moderado) e 3 (severo), através de um capítulo no DSM-5. 
❖ TEA leve (Precisa um pouco de apoio) – Podem apresentar prejuízos significativo na 
comunicação social, que dificulta e reduz o interesse nos convívios sociais. Não 
conseguem ter independência para planejar e organizar sem um apoio. Possuem 
dificuldades na alteração de atividade. 
❖ TEA moderado (Às vezes precisa de apoio) – Os prejuízos na comunicação e social 
são mais graves, mesmo com a presença de um apoio. Os comportamentos repetitivos 
são mais frequentes, sofrem ou tem dificuldade em lidar com mudanças relacionada as 
ações ou foco. 
❖ TEA severo (Necessita totalmente de apoio) – As comunicações verbais ou não 
verbais são mais graves, com grandes limitações para iniciarem interações sociais ou 
para interagir quando o outro inicia a comunicação. As mudanças ou comportamentos 
repetitivos são de extrema dificuldade e intervém de forma acentuada no desempenho 
das áreas. Também passam por grande sofrimento ou dificuldade para alterar o foco ou 
as ações. 
Sendo assim, o correto a se dizer é que o Autismo é um Transtorno do 
Neurodesenvolvimento, não é uma doença, portanto não tem como ser curado, acontece que 
em algumas áreas específicas do cérebro comprometem o desenvolvimento durante o período 
de gestação. Com isso, ocorrem prejuízos na fala, na socialização e no comportamento, porém 
existem tratamentos que podem possibilitar uma vida funcional. 
Apesar do Autismo não ter cura e não desaparecer, com o devido tratamento tanto com 
a equipe multidisciplinar3, família e escola, alguns sintomas vão diminuir e haverá evoluções 
em vários fatores que costumam ter dificuldades, terá momentos em que os sintomas poderão 
ser reduzidos ou desaparecerão, que demonstrarão mais agilidades em algumas habilidades, 
com isso, é importante ressaltar que com as devidas terapias e amparos em casa e escola haverá 
momentos em que a criança passará por melhoras, mas também em outros poderá ter uma piora 
devido à regressões. 
Existem casos de criança que até os 3 anos se desenvolveram muito bem, porém quando 
o Autismo começou a se manifestar algumas ou todas habilidades que estavam bem evoluídas 
regrediram drasticamente chegando há um nível básico ou nulo. 
Segundo Cunha (2017), existem outros distúrbios que pode ter a presença do quadro 
autístico: 
➢ Síndrome de Asperger – É considerado diferente do autismo porque não possuem 
atraso cognitivo e danos na linguagem, mas uma característica igual é o fato de se 
tornarem pessoas solitárias. 
➢ Autismo Atípico – é quando acontece uma implicação grave e global no 
desenvolvimento da interação social, da comunicação verbal e não verbal, estereotipias 
de comportamento. 
 
3 Normalmente é composto por: Psicólogo, Terapeuta Ocupacional e Fonoaudiólogo. 
➢ Transtorno de Rett – é considerado como uma severa deficiência mental, suas causas 
são desconhecidas e costumam ser diagnosticado somente em crianças do sexo 
feminino. Podem ocorrer convulsões, grave deficiência mental e psicomotora e 
prejuízos no desenvolvimento da linguagem. 
➢ Transtorno Desintegrativo da infância – seus sintomas são parecidos com o Rett, mas 
ocorre mais em meninos, que podem se tornar mais agitados, ansiosos, irritados e 
hiperativos, sua fala e linguagem sofrem uma perda ou empobrecimento. 
 
2.2 – Características do Autismo 
Braga (2018) diz que as famílias muitas vezes percebem alguns sinais que podem 
considerar diferente em comparação a outras crianças e por vezes por quererem mascarar esses 
sintomas acabando entrando em um processo de negação, mas segundo ele quando a criança é 
inserida na escola, esses sinais não costumam passar despercebidos, devidas as diferenças de 
desenvolvimento a habilidades adaptativas que professores, auxiliares e equipe pedagógica 
começam a perceber em comparação a outra crianças. O autor ainda ressalta a importância de 
os profissionais estarem capacitados na identificação de sintomas precoces não somente 
relacionado ao TEA, mas como também em outras alterações relacionadas ao desenvolvimento 
global das crianças. 
Apesar dos seus sintomas só serem considerados quando a criança tem mais de 2 anos, 
os bebês já apresentam alguns sinais, por exemplo, eles não se aconchegam no seio ou no colo 
da mãe, evitam a troca de olhares. 
Nesse ponto, é muito importante entender como os sinais de autismo se iniciaram. 
Muitas crianças já nascem com sintomas autísticos. Outras começam com atrasos de 
desenvolvimentos globais ou específicos, e os sintomas autísticos vão aparecendo aos 
poucos. (BRITES e BRITES, 2019, pág. 76) 
Schmidt (2014) relata que o diagnóstico do autismo costuma acontecer quando 
normalmente a criança já estaria desenvolvendo a formação de frases e junção de palavras, e 
que ao invés da criança evoluir nesse aprendizado, acontece uma regressão do que já havia 
aprendido, os movimentos estereotipados e isolamentos podem começar a ocorrer nesse 
momento. 
O DSM-5 (2014) aponta os principais sintomas para o diagnóstico do Autismo: 
❖ Inadequada Interação Social – Apesar de terem interação, ela costuma ser desajustada 
que ocasiona no estrago da vida social; 
❖ Dificuldade de Comunicação Social – Não conseguem desenvolver um diálogo com 
início, meio e fim. Alguns acabam sendo considerados como não verbal, outros fazem 
uso da Ecolalia, ou iniciam assuntos fora do contexto que já estava sendo conversado; 
❖ Comportamentos Repetitivos – Apresentam estereotipias motoras que são os 
movimentos repetitivos sem objetivo aparente, esses movimentos repetitivos costumam 
ser com o balançar das mãos, ficando dando pulinhos, movimentos frenéticos com os 
dedos, muitas vezes esses comportamentos estão relacionados com uma empolgação ou 
ansiedade; 
❖ Interesses Restritos - Que pode ser percebido através das manias, interesse por objetos 
que estejam em movimentos contínuos (por exemplo, rodas de carros), organizados de 
forma enfileiradas ou empilhadas, etc. 
Sintomas secundários do Autismo: 
❖ Preferência Excessiva por Objetos – Interação melhor por determinado objeto do que 
com pessoas. 
❖ Distúrbios Sensoriais (Hipo e Hipersensibilidades Auditivas, Visuais, Gustativas, 
Táteis e Olfativas) – São as Sensibilidades que ou são de forma extrema ou são 
indiferente. 
❖ Atrasos de Desenvolvimento Motor e Linguístico – São os atrasos que dificultammais ainda o convívio social, porque são incapazes ou possuem dificuldades em 
desenvolver atividades simples como escrever ou mais difíceis como participar de 
atividades esportivas. 
Braga (2018) nos apresenta vários tipos de estereotipias verbais que as pessoas com 
autismo costumam apresentar, essas formas variadas possuem sinalizadores que demonstram 
perda na comunicação para o TEA: 
❖ Ecolalia – Repetição de forma insistente de palavras, frases ou textos, na maioria das 
vezes até o timbre é entonação são imitados de quem pronunciou. 
▪ Ecolalia Imediata – a repetição acontece de forma imediata após ser escutada; 
▪ Ecolalia Tardia – acontecem em momentos posteriores ao que foi ouvido: 
▪ Ecolalia Funcional – é a repetição do que foi ouvido anteriormente, mas sendo 
utilizado em um contexto bem colocado na comunicação. 
❖ Neologismo bizarro ou idiossincrasias – é a união de palavras novas com palavras que 
já existem, mas que são difíceis de serem compreendidas ou que não fazem sentido; 
❖ Inversão Pronominal – Utilizam o próprio nome ou empregam o pronome “ele(a)" 
quando referem a si mesmo. Essa forma de se pronunciar como terceira pessoa, pode 
estar relacionada com a ecolalia, perante a forma que escutam os outros mencionaram 
o seu nome ou pronome ele/ela no meio da frase; 
❖ Afasia Nominal – é a confusão para nomear objetos conhecidos. Às vezes apresentam 
dificuldade para reconhecer o seu próprio nome, muitas vezes não reagindo quando são 
chamados. 
❖ Solilóquios ou Verbalismo Solitário – costuma ser um discurso incessante que a 
pessoa tem consigo mesma, transmitindo seus pensamentos e emoções. 
A distinção de gênero, número e tempo não acontece, e em situações como cantos e 
versos só são receitados em repetição aleatória, sem caráter comunicacional. A criança 
pode não “conversar” de forma direta e fluente com o adulto, que é a situação mais 
comum para o TEA. (BRAGA, 2018, pág. 70) 
Sinais observados como possível atraso da linguagem: 
❖ Comunicação verbal e não verbal pobre; 
❖ Dificuldade na compreensão de sutilezas para a comunicação social; 
❖ Dificuldades no entendimento e na expressão de emoções em contextos diversos; 
❖ Características peculiares no ritmo, na entonação e na prosódia durante a fala, parecendo 
muitas vezes não colocar emoções no seu discurso; 
❖ Presença de linguagem pedante e rebuscada pela idade. 
Existem também os comportamentos que são considerados como atípicos, que não 
costumam ser classificados como naturais, no TEA se manifestam de forma estereotipada e 
constante: 
❖ Movimentos motores estereotipados – Agitação/balanço das mãos de forma 
repetitiva, movimento para frente e para trás na parte do tronco, andar ou correr de um 
lado para o outro sem se esgotar, entre outros. 
❖ Ações atípica e repetitivas – possuem modos particulares de brincar, como se 
estivessem sistematizando a brincadeira, onde alinham ou empilham peças, observação 
e atenção em determinadas partes do brinquedo, obsessão de forma fixa em objetos que 
estão em movimentos. 
❖ Dissimetrias na motricidade global – Exagero ou dificuldade na assimetria da 
psicomotricidade, onde um lado do corpo demonstra maior movimentação do que o 
outro lado. 
Com efeito, a pessoa com autismo cria formas próprias de relacionamentos com o 
mundo exterior. Não interage normalmente com os outros, inclusive com os pais, e 
manuseia objetos absolutamente, gerando problemas na cognição, com reflexos na 
fala, na escrita e em outras áreas. (CUNHA, 2017, pág. 27) 
O quadro abaixo demonstra o caminho para a confirmação do diagnóstico do Autismo: 
 
 
SUSPEITA 
⮚ Observação direta em casa / escola 
⮚ Comparação com outras crianças de mesma idade 
⮚ Uso de escalas de desenvolvimento 
⮚ Vídeos / fotos em atividades sociais 
 
INVESTIGAÇÃO 
⮚ Avaliação direta na escola / consultório 
⮚ Escalas de Triagem 
⮚ Relatório Escolar ou de creche e relato das famílias 
CONFIRMAÇÃO ➢ Escalas Diagnósticas 
Quadro retirado do livro Mentes Únicas, 2019, pág. 86 
Ressaltando, que o diagnóstico deverá sempre ser feito por um especialista, porque 
somente ele poderá conduzir a criança para os exames e tratamentos necessários, ou seja, o 
professor, pedagogo e diretor, não são os profissionais adequados para darem essa afirmação 
para os pais, por mais que aja suspeita desse diagnóstico. 
Às vezes a criança com Autismo começa a ter crises de risos, choros e raiva que 
aparentemente para nós vai parecer que não tem nenhum motivo para essas crises, mas 
definitivamente algo desencadeou a hipersensibilidade ou hipossensibilidade e muitas vezes 
para nós pode ser algo insignificante mas para eles é algo que gera tamanho desconforto, que 
acabam perdendo controle da situação, não conseguindo se auto organizar com facilidade. 
Seguindo com os pensamentos de Cunha (2017), é importante analisar o contexto desses 
comportamentos e quais seriam suas razões, ele nos apresenta os seguintes questionamentos: 
❖ Como, onde e quando surgiram esses comportamentos? 
❖ Há algum objeto, pessoa ou ambiente relacionado? 
❖ Foi desencadeado devido algum estado emocional da criança e qual seria? 
❖ Pode estar relacionado a experiências sensoriais? 
❖ Houve quebra de rotina? 
❖ Algo ocasionou uma frustação, alegria ou ansiedade? 
 
2.3 – Processamentos Sensoriais: Hipersensível e Hipossensível 
Momo, et al (2011), quando fala sobre o processamento sensorial, explica que devido 
aos incentivos sensoriais a criança pode reagir de forma hiper (excessivo) ou hipo (insuficiente) 
porque ela provavelmente não está conseguindo processar as informações do ambiente e dessa 
forma suas ações podem ser desadequadas, gerando transtornos no desenvolvimento, 
dificuldades de aprendizagem e de comportamento. 
Há casos em que as crianças podem alternar entre hipersensível e Hipossensível, nesses 
casos elas podem: 
➢ Desorganizar; 
➢ Não conseguir realizar tarefas fáceis para sua capacidade motora e intelectual; 
➢ Agem de forma imatura; 
➢ Alternam entre períodos que ficam mais agitados e períodos que ficam mais parados; 
➢ Costumam esbarrar no que estiver perto do seu caminho durante a locomoção; 
➢ Não conseguem realizar atividades com várias etapas. 
 
2.4 – Autistas Hipersensíveis 
Os autistas hipersensíveis costumam apresentar comportamentos que podem ser 
confundidos como características de pessoas desinteressadas e preguiçosas, porque passam a 
evitar propostas que envolvam coordenação motora amplas e movimentos, preferindo ficar 
mais inativos, parados. 
Essa hipersensibilidade justifica o porquê alguns adquirem a seletividade na 
alimentação, devido os sabores e texturas dos alimentos, refletindo em prejuízos na mastigação 
e deglutição por causa dos engasgos, sialorreia (baba) e crises de vômitos que eles passam a ter. 
Evitam contatos físicos até mesmo no toque do outro ou empurrando a pessoa para evitar 
a proximidade, muitas vezes observam a atividade proposta primeiro antes de concretizar o que 
está sendo pedido. Tem resistência com elementos que possam molhar ou sujar. Se irritam mais 
fácil em situações que é preciso esperar pela sua vez, por exemplo em filas. 
Podem relutar ou evitar locais que possuam muita luminosidade, brilhos e cores fortes, 
porque esses locais podem gerar dores de cabeça, tonturas e enjoos. Aversão a objetos que se 
movimentem. 
Demonstram atitudes de defesa tampando os ouvidos, fugindo, crises de choros 
relacionados a ambientes com muito barulho, como barulhos de máquinas, festas, barulhos de 
objetos caindo, entre outros, porque esses barulhos costumam gerar angustias e desordem. O 
sistema olfativo também pode desencadear instintos de defesa, demonstrando agonia por conta 
de cheiros que podem considerar como desagradáveis, também pode ser um dos motivos para 
que evitem abraços. 
 
2.5 – Autistas Hipossensíveis 
São aquelas crianças que costumam ser descritas como mais agitadas, nãoconseguem 
ficar muito tempo paradas no mesmo lugar, buscam mais contatos físicos, às vezes não 
conseguindo controlar sua força. 
Em algumas situações não tem noção do perigo, colocando-se em situações de risco. 
Agem com indiferença ou não se protegem em casos que possam ou tenham se machucado. 
Podem ter comportamentos mais agressivos descontando em outra pessoa, em si mesmo, 
objetos, roupas, etc, algumas vezes não possuem compreensão da consequência desses atos. 
Ao contrário do instinto de defesa que os hipersensíveis costuma ter, o hipossensível 
procura se aproximar dos cheiros fortes, mas apresenta dificuldades para reconhecer o que são 
esses cheiros, devido a esse desfalque no reconhecimento é preciso ter uma atenção redobrada, 
porque não vão identificar cheiros que podem ser considerados perigosos e usar de forma 
inadequada algum produto que possa prejudicar sua saúde. 
Perdem o foco e se dispersam com mais facilidade, principalmente em momento de 
atividades que envolvam escrita e leitura, contação de histórias. 
 
2.6 – A Inclusão na Educação Infantil 
A atuação dos profissionais da escola é fundamental, uma vez que muitos casos de 
autismo foram percebidos primeiramente no ambiente escolar. Na escola, devem-se 
utilizar o afeto e os estímulos peculiares do aluno para conduzi-lo ao aprendizado, 
porque, na educação, quem mostra o caminho é quem aprende e não ensina. A 
observação é extremamente relevante na avaliação do grau do autismo. A observação, 
sem dúvida, é o primeiro passo para uma educação com resultados. (CUNHA, 2017, 
pág. 29) 
Através da anamnese que é feita com os pais antes do primeiro dia da criança, será 
possível ter conhecimento dos interesses que agradam a criança e utilizar como recurso para as 
propostas de atividades e brincadeiras. Cunha (2017), diz que as atividades precisam ter caráter 
terapêutico, afetivo, social e pedagógico: 
➢ Terapêutico – serve para ajudar a minimizar os comportamentos inadequados autísticos 
e cooperar para independência e melhora na qualidade de vida. 
➢ Afetivo – é o vínculo que será criado com o ambiente escolar, professor, outras crianças 
e que contribuirá para o interesse nas atividades lúdicas e educativas. 
➢ Social – facilitará a interação social e comunicação, através das experiências vividas em 
grupo nas propostas educacionais. 
➢ Pedagógico – as atividades irão contemplar a individualidade na evolução das 
habilidades de aprendiz no ambiente escolar. 
A inclusão escolar possibilita à criança com Autismo o encontro com outras crianças, 
cada uma em sua singularidade, o que muitas vezes não acontece em outros espaços 
pelos quais circula, que frequentemente priorizam um atendimento individual. O 
espaço escolar possibilita a vivência e as experiências infantis a partir da relação com 
outras crianças. A escola é o lugar da criança. (CHIOTE, 2015, pág. 20) 
Para incluir a criança autista na escola, é preciso ter todo um cuidado e preparo para que 
essa experiência nova não se transforme em algo traumatizante. Uma boa forma de começar, 
seria levando essa criança para conhecer o espaço em um dia que não esteja tendo aula, e se 
possível ela ir em vários dias, para que então já possa ir se habituando ao espaço novo, locais 
de recreação, alimentação e sala de aula, dessa forma dificilmente ele lidará com situações que 
poderiam desencadear desorganizações emocionais. 
Isso são apenas algumas dicas, é óbvio que não serão em todos os casos que a criança 
vai estar totalmente adaptada e preparada para ficar sem os pais, alguns casos a adaptação será 
mais difícil, da mesma forma que em outros vão surpreender e no primeiro dia já vai conseguir 
ficar sem os seus responsáveis, o mais importante é lembrar que nesses casos será preciso ter 
uma consideração e paciência maior com os pais que poderão permanecer por mais tempo no 
espaço escolar do que comparado à outras crianças típicas. 
Giaconi; Rodrigues (2014), relatam que quando a criança com TEA, passa por um novo 
processo de adaptação, algumas condutas desconfortáveis podem surgir, como: 
❖ Medo, rejeição, desconfiança; 
❖ Comportamentos agressivos ou bizarros; 
❖ Estereotipias motoras, verbais ou perceptivas; 
❖ Condutas obsessivas. 
Ao adentrar em um ambiente novo como a escola, é normal que a criança fique retraída 
e busque por objetos de seu agrado ou faça movimentos repetitivos em uma busca por algo que 
ajude a se sentir seguro. A birra e raiva também podem aparecer nesses momentos, o papel mais 
importante do professor será respeitar esses momentos da criança e aos poucos tentar ganhar 
sua confiança para que ela possa se sentir segura. Será preciso muita cautela, paciência, 
sensibilidade, afeto e dedicação por parte do profissional. Os resultados não virão de forma 
imediata, mas cada conquista deverá ser comemorada junto com ela para que se sinta cada vez 
mais motivado e com isso irá surgir o vínculo afetivo. 
“Para a aprendizagem de pessoas com autismo, faz-se primordial o favorecimento de 
estímulos continuados em ambientes não formais de aprendizagens, ou seja, a 
oportunização de vivências e experiências compartilhadas nos mais variados espaços 
sociais. (BRAGA, 2018, pág. 53) 
Chiote (2015) fala que, incluir uma criança autista em uma escola, não é somente inseri-
la em um espaço pressupondo que isso é o suficiente. A inclusão só estará sendo realizada, 
quando essa criança fizer parte das propostas de aprendizagens e brincadeiras, quando os 
materiais forem adaptados de acordo com as necessidades da criança e principalmente quando 
suas potencialidades forem mais valorizadas do que as suas falhas. 
Uma das principais situações observadas no Espectro do Autismo são as dificuldades 
da comunicação social, junto com outros prejuízos que essas crianças podem apresentar, a 
aprendizagem pode ser prejudicada e um afastamento social (da parte da própria criança 
Autista, quanto das outras) podem ocorrer, a falta de interesses em comum facilitará esse 
afastamento como forma de proteção. Braga, demonstra qual é a função do educador perante a 
essas situações: 
Cabe, então a nós mediadores a tarefa de facilitar esse movimento, a fim de que o 
isolamento dos colegas ou dos grupos não as prejudique tanto, e para que a 
oportunidade pela habituação possa facilitar o melhor funcionamento das chamadas 
“janelas de oportunidades", tão defendidas pela neurociência e tão importantes para 
que a plasticidade cerebral aconteça, e assim possíveis mudanças ou promoções 
sinápticas se realizem de fato. (Braga, 2018, pág. 79) 
A escola é o espaço onde jamais pode ocorrer discriminações e desvalorização, ali é o 
local que a criança não deve ser interiorizada devido às suas diferenças. 
Brites e Brites (2019) respaldam que o diagnóstico serve como um amparo para as 
escolas, porque com ele será possível perceber que aquela criança, necessitará de adaptações 
para o conteúdo pedagógico. E que por conta das limitações, poderão interferir em casos de 
abusos (Bullyings e fobia social) das outras crianças para o autista ajudando-os as contornar 
essas situações e também estarão mais preparados para lidar e entender o porquê das crises que 
poderão surgir no decorrer das aulas. 
Incluir a criança com Autismo vai além de colocá-la em uma escola regular, em uma 
sala regular; é preciso proporcionar a essa criança aprendizagens significativas, 
investindo em suas potencialidades, constituindo, assim, o sujeito como um ser que 
aprende, pensa, sente, participa de um grupo social e se desenvolve com ele e a partir 
dele, com toda sua singularidade. (CHIOTE, 2015, p. 21) 
Mantoan (2015), diz que apesar da inclusão já ter sido debatida por vários anos e ter se 
tornado uma obrigação perante a lei, alguns professores acabam se sentindo abalados 
profissionalmente quando se deparam com uma pessoa com necessidades especiais em sua 
turma, a falta de experiência ou pouco conhecimentosobre o assunto transforma a inclusão em 
um desafio maior ainda. Os professores licenciados necessitam de uma formação em educação 
inclusiva, que poderia e deveria fazer parte do currículo de disciplinas da faculdade de 
pedagogia. 
Para isso, é necessário que todos aqueles que trabalhem em instituições de escolares 
tenham certo entendimento sobre deficiências e educação inclusiva. Além de 
compartilharem o respeito uns aos outros e a ideia de que se tratam de educadores, 
independente de diplomas, funções e hierarquias. (ROMERO, pág. 75) 
Como o professor possui vários alunos em sala e bastante demandas, fica impossível 
que ele dê toda atenção que a criança autista precisará, por isso se faz necessário a presença de 
um Acompanhante Terapêutico (AT) que estará auxiliando o professor nesse processo da 
inclusão, ressaltando que o AT não irá ocupar o lugar e as funções do professor, ele irá oferecer 
suporte a criança, auxiliando para que a criança esteja sendo incluída e contar com alguém que 
possa ajudar em suas dificuldades. 
A criança autista não consegue se manter muito tempo concentrado na mesma condição, 
então para evitar crises de choro e/ou agressividade, uma boa dica seria trocar o foco da 
proposta, oferecer um momento lúdico dentro da sala ou até mesmo trocar de ambiente, por 
exemplo, levá-lo até o pátio, brinquedoteca, etc. 
Dificilmente a criança com Autismo conseguirá expressar o que está sentido e o que 
causou isso, por isso o professor precisará estar atento a tudo que está acontecendo e aos sinais 
que a criança poderá demonstrar nesses momentos. 
Para uma escola se tornar um espaço de inclusão é preciso que haja mudanças no modelo 
educativo escolar, respeitar o tempo de aprendizagem das crianças, adaptar o currículo e 
atividades de modo que todas crianças tenham possibilidade de aprender. 
A escola para se tornar inclusiva, deve acolher todos os seus alunos, independente de 
suas condições sociais, emocionais, físicas, intelectuais, linguísticas, entre outras. Ela 
deve ter como princípio básico desenvolver uma pedagogia capaz de educar e incluir 
todos aqueles com necessidades educacionais especiais e também os que apresentam 
dificuldades temporárias ou permanentes, pois a inclusão não se aplica apenas aos 
alunos que apresentam algum tipo de deficiência. (MONTOAN, 2013, pág. 143) 
Apesar de ser muito importante não será possível criar adaptações em todas as tarefas 
ou o que já foi pensado pode não produzir o resultado esperado, afinal alguns imprevistos 
podem acontecer é não será possível prever todas as facilidades e dificuldades que a criança 
poderá ter. Para ensinar todas as crianças é preciso pensar em propostas que todos consigam 
participar, mas que eles tenham a opção de decidir se querem ou não participar e é importante 
que as crianças que sabem pouco ou muito não sejam destacados nesses momentos. 
Ao passar uma atividade sua explicação deve ser o mais objetiva possível, onde cada 
etapa deverá ser ilustrada pelo professor ou AT, demonstrando o que deverá ser feito nomeando 
cada parte, para não sobrecarregar ou a criança dispersar diante de várias explicações, uma 
sugestão é ir fazendo uma etapa por vez junto com ele e observando se ele conseguirá seguir 
até o final, caso perceba que ele não irá conseguir, pode tentar atrair o foco dele novamente 
com algo que seja do seu interesse ou se a resistência for muito forte o melhor será encerrar, 
para evitar que a experiência acarrete lembranças desagradáveis e que poderão criar bloqueios 
em outras atividades semelhantes. Em outro momento poderá propor novamente e ver se será 
possível concluir. 
O planejamento envolve também ideias, valores, crenças e projetos da própria escola, 
interferindo diretamente nas culturas, políticas e práticas, ao nos exigir escolhas, 
opções metodológicas e teóricas. Nessa perspectiva o planejamento transcende 
(dialética e complexidade) o espaço da sala de aula, favorecendo possibilidades 
coletivas para que os atores escolares compartilhem uma filosofia de inclusão e 
assumam identidade institucional. (SANTIAGO; SANTOS, 2015) 
O professor pode organizar o ambiente da sala de aula com estratégias para influenciar 
o funcionamento sensorial da criança: 
❖ Diminuir a quantidade de material exposto pela sala; 
❖ Deixar visível somente os materiais que serão utilizados; 
❖ Usar contrastes para diferenciar o material que será utilizado; 
❖ Facilitar a livre circulação dentro da sala; 
Durante as atividades existem formas de facilitar a realização desse processo, que 
podem incluir sinalizações que determinem o início e fim da atividade (sons, timer, música...), 
se a criança possui dificuldade de concentração, seria uma boa opção coloca-la longe de portas, 
janelas. Procurar usar tom de voz baixo e em casos de tentar prender a atenção para instruções 
importante, pode ter que alterar o tom para frisar as partes que mais interessam. 
É importante que nesses casos as avaliações observem os aspectos cognitivo, social e 
afetivo onde serão descritos diante de cada proposta qual era o objetivo a ser alcançado, quais 
os materiais foram utilizados e como o aluno se saiu, as melhores formas de conceber essas 
avaliações poderão ser através de: 
❖ Relatórios com registros de observação; 
❖ Portfólio; 
❖ Diário do Professor; 
❖ Autoavaliação. 
Martins, et al (2019) ressaltam que o educador da Educação Infantil não é contratado 
somente para passar conteúdos, mas para perceber as necessidades que cada criança precisa 
para uma boa aprendizagem. E a melhor forma de obter esses conhecimentos sobre as crianças 
são feitos através de brincadeiras que também ajudarão nos aprendizados com significação. 
Todas as crianças, durante as brincadeiras, utilizam-se da imaginação e da 
criatividade, que são funções psíquicas ligadas à inteligência e à cognição. Dessa 
forma reproduzem aquilo que é percebido nas mais variadas atividades sociais que 
lhes chamam atenção ou que lhes parecem interessantes. Esse processo acontece 
naturalmente pelo perfeito funcionamento dos “neurônios-espelho", que promovem a 
imitação social, favorecendo-lhes o processo global para as aprendizagens 
sistemáticas e assistemáticas. (BRAGA, 2018, pág. 81) 
A forma de brincar das crianças com Autismo é diferente, são raros os casos que 
conseguem brincar, porque até mesmo em sua forma de brincar, possuem movimentos 
estereotipados com pouca criatividade para o mundo do faz de conta que a imaginação fornece. 
Para participar de uma brincadeira, dificilmente a criança do TEA irá conseguir tomar inciativa, 
será mais fácil se alguém (adulto que esteja no mesmo ambiente ou criança que esteja 
participando da brincadeira) intermediar esse processo, mas às vezes por não obter a 
compreensão que os demais obtém das regras da brincadeira, novamente pode ocorrer o 
isolamento social. 
 
2.7 – Leis que regram o Autismo e a Inclusão 
Desde 2008 através da Organização das Nações Unidas (ONU), a data de 2 de abril se 
tornou o dia da conscientização mundial do Autismo. Abaixo seguem algumas leis que foram 
criadas e estabelecidas para ajudar no processo de inclusão: 
❖ Lei n. 7.853 – Apoio as pessoas com deficiência e sua integração social. Criação da 
punição de 1 a 4 anos para qualquer tipo de recusa em matricular pessoas com 
deficiência em qualquer instituição de ensino. 
❖ Lei n. 8.069 – Trata-se da proteção integral à criança e adolescente, onde eles têm direito 
fundamentais, que facilitam o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social. 
❖ Lei n. 9.394/96 – Criação para os educandos especiais na modalidade escolar de 
educação especial dentro da rede regular de ensino; 
❖ Lei n. 12.764/2012: “Lei Berenice Piana" – Política Nacional de Proteção dos Direitos 
da Pessoa com TEA. A pessoa com transtorno do espectro autista é considerada como 
pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais e passa a ter todosos direitos que 
essa lei determina. 
❖ Lei n. 13.146: Lei Brasileira de Inclusão – Oferecendo a inclusão social e cidadania 
com intuito de garantir e proporcionar em condições de igualdade, o exercício dos 
direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência e protegendo em 
casos de discriminação; 
❖ Decreto n. 186/2008 – Nenhuma pessoa com deficiência será ou deverá ser excluída da 
escola devido a sua deficiência. 
❖ Lei n. 16925/29 - As unidades de ensino tanto privada quanto pública, não podem 
discriminar à criança ou adolescente portador de deficiência ou doença crônica no seu 
estabelecimento. 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
É comprovado que algumas pessoas com TEA conseguem se adequar aos critérios 
normais de ensino, às vezes precisando somente de uma adaptação, flexibilização. Os recursos 
precisam ser pensados e organizados com antecedência, procurando respeitar a necessidade de 
cada um. Às vezes será preciso utilizar métodos que facilitarão a compreensão do que está 
querendo explicar sobre o procedimento que está propondo, pode ser utilizado sinalizadores 
visuais, imagens. 
O tempo de elaboração muitas vezes precisará sofrer alterações, algumas vezes sendo 
necessário conceder mais tempo ou o contrário, precisando ser produzido de forma mais rápida 
para que eles não percam interesse na realização da tarefa. Apesar dessas alterações a criança 
autista não deve ser afastada das outras crianças, eles podem e devem permanecer juntas durante 
a atividade. 
Com nenhuma criança deve se fazer comparações nem de forma positiva quanto menos 
ainda de forma negativa, cada criança tem o seu tempo e a sua forma de aprendizagem, o ideal 
é que esses feedbacks sejam passados para a própria criança, comentando o quanto ela evoluiu 
referente aos outros dias. 
Para conseguir lidar melhor com suas necessidades e dificuldades a criança com 
Transtorno do Espectro Autista, necessita está fazendo acompanhamento com a equipe 
multidisciplinar e mais importante ainda para a inclusão, a equipe multidisciplinar e a escola 
precisam estar trabalhando em sincronia, porque juntas irão conseguir arquitetar formas para 
lidar com os problemas sensoriais que a criança possa apresentar. 
 
4. REFERÊNCIAS 
⮚ BRAGA, Wilson Candido. Autismo Azul e de Todas as Cores: Guia básico para pais 
e profissionais – São Paulo: Paulinas, 2018. 
⮚ BRITES, Luciana; BRITES Dr. Clay. Mentes Únicas. São Paulo: Editora Gente. 
2019. 
⮚ CHIOTE, Fernanda de Araújo Binatti. Inclusão da Criança com Autismo na 
Educação Infantil – Rio de Janeiro: Wak Editora, 2015. 
⮚ CUNHA, Eugênio. Autismo e Inclusão – Psicopedagogia e práticas educativas na 
escola e na família – Rio de Janeiro: Wak Ed, 2017. 
⮚ DSM-5, Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Porto Alegre: 
Artmed, 2014. 
⮚ GIACONI, Catia; RODRIGUES, Maria Beatriz. Organização do espaço e do tempo 
na inclusão de sujeitos com autismo. 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-
62362014000300004&lng=pt&nrm=iso. Acesso em 27 de outubro de 2019. 
⮚ Lei n. 7.853 - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7853.htm. Acessado em 26 
de outubro de 2019. 
⮚ Lei n. 8.069 - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm. Acessado em 26 
de outubro de 2019. 
⮚ Lei n. 9.394/96 - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acessado em 26 
de outubro de 2019. 
⮚ Lei n. 12.764/2012 - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-
2014/2012/Lei/L12764.htm. Acessado em 26 de outubro de 2019. 
⮚ Lei n. 13.146 - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13146.htm. Acessado em 26 de outubro de 2019. 
⮚ Decreto n. 186/2008 - 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/CONGRESSO/DLG/DLG-186-2008.htm. 
Acessado em 26 de outubro de 2019. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm
⮚ Lei n. 16925/19 - https://governo-sp.jusbrasil.com.br/legislacao/664566892/lei-16925-
19-sao-paulo-sp 
⮚ MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar - O que é? Por quê? Como fazer? 
- São Paulo: Summus, 2015. 
⮚ MARTINS, Gabriela Dal Fono; STERNBERG, Priscilla Wagner; ROZEK, Marlene. 
Infância e Inclusão: Princípios Inspiradores da Atuação na Educação Infantil. Porto 
Alegre: EDIPUCRS. 2019 
⮚ MOMO, Aline Rodrigues Bueno; SILVESTRE, Claudia; GRACIANI, Zodja. O 
Processamento Sensorial Como Ferramenta Para Educadores: Facilitando o Processo 
de Aprendizagem. São Paulo. Artevidade/Memnon. 2011. 
⮚ ROMERO, Priscila. O Aluno Autista: Avaliação, inclusão e mediação – Rio de 
Janeiro: Wak Editora, 2018. 
⮚ SANTIAGO, Mylene Cristina; SANTOS, Mônica Pereira dos. Planejamento de 
Estratégias para o Processo de Inclusão: desafios em questão. 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-
62362015000200485&lng=pt&nrm=iso. Acessado em 27 de outubro de 2019. 
⮚ SCHMIDT, CARLO (org.). Autismo, educação e transdisciplinaridade – Campinas, 
SP: Papirus, 2014.

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