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A imaginação Sociológica - Wright Mills

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No texto, “A imaginação Sociológica”, percebe-se a necessidade de se entender ou ter uma 
noção da história, da sociologia entre outros assuntos correlatos para compreender o contexto 
histórico e social em que a sociedade que vivemos está inserida, dos processos históricos que 
poderemos vir a participar, além de desenvolvermos um entendimento maior sobre nós 
mesmos. É necessário que esse entendimento pessoal seja cada vez maior e exercido, pois 
nossa visão é limitada ao ambiente em que vivemos e as relações que mantemos. Em outros 
ambientes nos movimentamos como estranhos. Com esse entendimento do pessoal e do 
social poderemos ampliar nossa visão sobre muitas coisas e passar a ver as questões da 
sociedade de outra maneira, conectando os acontecimentos e problemas a passados históricos 
e a outras questões. Um exemplo é que para se entender o feminismo, é necessário 
compreender o papel que a mulher sempre teve na grande maioria das sociedades: o papel de 
cuidadora do lar, acarretando no protagonismo masculino em vários âmbitos sociais. As 
mulheres só foram ativamente para ás fábricas quando ocorre à revolução industrial e o 
maquinário toma lugar do artesanal, também quando as guerras mundiais começaram e os 
homens foram para o campo de batalha. O direito ao voto só veio pouco antes do século 
passado. Compreendendo então essas questões históricas, além de muitas outras que não 
foram citadas, pode se entender os objetivos e vontades do movimento feminista. Esses fatos 
históricos citados são informações, e poderiam ser citadas muitas outras, porém não é só de 
informações que precisamos. Precisamos ter uma qualidade de espírito que nos ajude a usar 
essas informações, relacioná-las e desenvolver a razão, para percebemos o que está 
acontecendo no mundo e dentro de nós mesmos. Essa qualidade é a imaginação sociológica. 
Hoje, por meio da imaginação sociológica os homens esperam perceber o que está 
acontecendo no mundo e compreender o que está acontecendo com eles. São os pontos de 
cruzamento de biografia e história dentro da sociedade: O entendimento da relação entre o 
comportamento do homem dentro da estrutura da sociedade em que vive e o período 
histórico que presencia. Só pelo fato de vivermos, contribuímos por menos que seja para o 
condicionamento da sociedade e ela contribui para o nosso. A imaginação sociológica também 
é a capacidade de ir das mais impessoais e remotas transformações para as características 
mais intimas do ser humano e ver as relações entre as duas: Perturbação x Questão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bem estar: Estimam-se certos valores e não sente que sobre eles pesa qualquer ameaça. 
Crise: Estimam-se certos valores, mas sente-se que eles estão ameaçados. 
Pânico: Quando todos os valores estimados estão em jogo. 
Perturbação: Ocorre dentro do caráter 
do indivíduo e dentro do âmbito de 
suas relações imediatas com os outros. 
Uma perturbação é um assunto 
privado, a pessoa sente que os valores 
por ela estimados estão ameaçados. 
Ex: Desemprego de uma pessoa em 
uma cidade de 100 mil habitantes. 
Questão: É um assunto público, um 
valor estimado pelo público que está 
ameaçado. Envolve quase sempre, 
uma crise nas disposições 
institucionais e com frequência 
contradições / antagonismos. Ex: 
Desemprego de 15 milhões de 
desempregados numa nação de 50 
milhões de empregados. 
Para enfrentar e solucionar as questões 
estruturais é necessário considerar as 
questões políticas e econômicas que 
afetam numerosos ambientes. 
Indiferença: Quando a pessoa não tem consciência de valores aceitos nem de qualquer 
ameaça. E quando isso envolve a todos se transforma na apatia. 
Inquietação: Não se tem consciência dos valores, mas os sente ameaçados. 
Nossa época é uma época de inquietação e apatia. Ao invés de problemas definidos em termos 
de valores e ameaças, há com frequência a miséria e a inquietação vaga. Ao invés das questões 
explicitas, há com frequência o sentimento desanimador de que algo não está certo. Por isso a 
importância da imaginação sociológica, que em resumo: É uma qualidade que parece 
prometer mais dramaticamente um entendimento das realidades íntimas de nós mesmos, em 
ligação com realidades sociais mais amplas.

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