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2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 1/82 (https://www.tecconcursos.com.br) MENU Direito Administrativo (https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42) Improbidade administrativa (Lei 8.429/1992) Competência para Legislar sobre Improbidade Administrativa 1. Definição O ponto de partida para a completa compreensão da Lei 8.429/1992, conhecida como Lei de Improbidade Administrativa (LIA), é definirmos o conceito de improbidade. O ato de improbidade é a conduta desonesta com a coisa pública, sendo um ilícito de natureza civil. Sobre o tema, dispõe o § 4º do art. 37 da CF/1988: § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. A parte final em destaque é para enfatizar que, além da improbidade administrativa, aquele que transgredir o ordenamento jurídico poderá ser responsabilizado penalmente. Por isso, a doutrina observa que a improbidade, em si, não é um crime, mas um ilícito de ordem civil-política. É o que nos ensina Maria Sylvia Zanella Di Pietro, para quem o ato de improbidade é ilícito de ordem política, pois poderá implicar sanções como a suspensão dos direitos políticos. Maria Sylvia Zanella Di Pietro: Isso permite concluir que: (a) o ato de improbidade, em si, não constitui crime, mas pode corresponder também a um crime definido em lei; (b) as sanções indicadas no artigo 37, §4º, da Constituição não têm a natureza de sanções penais, porque, se tivessem, não se justificaria a ressalva (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 2/82 contida na parte final do dispositivo, quando admite a aplicação das medidas sancionatórias nele indicadas “sem prejuízo da ação penal cabível”; (c) se o ato de improbidade corresponder também a um crime, a apuração da improbidade pela ação cabível será concomitante como o processo criminal. Procurador – MPTC-DF - 2013 - O ato de improbidade, que, em si, não constitui crime, caracteriza-se como um ilícito de natureza civil e política. Comentários: A improbidade, embora possa ter consequências na esfera criminal, com a concomitante instauração de processo criminal (se for o caso) e na esfera administrativa (com a perda da função pública e a instauração de processo administrativo concomitante) caracteriza um ilícito de natureza civil e política. Gabarito: CERTO Em relação aos conceitos de improbidade e de moralidade e seus pontos de coincidência ou divergência, adoutrina não é unânime, e, bem por isso, as bancas organizadoras preferem não ingressar neste “terreno minado”. Porém, é fora de dúvida a existência de grande correlação entre a conduta proba e a moralidade. De forma geral, não há como se falar de uma, sem se tratar de outra. Nesse contexto, já se pronunciou o STF (AP 409/CE): (...) a probidade administrativa é o mais importante conteúdo do princípio da moralidade pública. Donde o modo particularmente severo como a Constituição reage à violação dela, probidade administrativa, (...). Não se quer concluir, a partir da decisão do STF, que a probidade seja um subprincípio da moralidade administrativa. Não é isso! Inclusive, na LIA, encontram-se atos que podem ferir exclusivamente o princípio da legalidade, e, ainda assim, serem tipificados como de improbidade administrativa. Por exemplo: nos termos do art. 10 da LIA, o agente público pode incorrer em improbidade por ato meramente culposo, ficando clara, neste caso, a ausência de qualquer componente de moralidade administrativa. Vejamos outro exemplo: a aquisição de caminhão mediante licitação, em que a transferência foi obstada ao Estado simplesmente porque o bem estava penhorado (Recurso Especial 1.151.884/SC), ou seja, houve falta de (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 3/82 cuidado (negligência) por parte do agente público, que deveria ter adotado as cautelas necessárias antes de pagar por bem penhorado. Escrivão – PC-BA – 2013 - A probidade, que deve nortear a conduta dos administradores públicos, constitui fundamento do princípio da eficiência. Comentários: Segundo a doutrina, há profunda correlação havida entre a conduta proba e a moralidade. Ou seja, a correlação da probidade é com a moralidade e não com o princípio da eficiência, como registra equivocadamente o quesito. Gabarito: ERRADO Obviamente, o fato de atos culposos poderem corresponder à improbidade administrativa não afasta a sua gravidade. De fato, o ato de improbidade é tão grave que o STJ sequer admite a aplicação do princípio da insignificância. Em certo precedente, o STJ analisou a situação em que um Prefeito usou maquinário da Prefeitura para a realização de serviços particulares que, ao tempo, importaram ínfimo prejuízo aos cofres públicos (R$ 40,00). Além da pena restritiva de direito, o Prefeito sofreu a condenação da perda do mandato e inabilitação pelo prazo de cinco anos. Para a defesa, o princípio da insignificância deveria ser aplicado ao caso, dada à modicidade dos valores e o baixo potencial ofensivo. O Tribunal recusou a argumentação, ementando seu entendimento da seguinte forma: STJ - HC 148765/SP 1. Não é possível a aplicação do princípio da insignificância a prefeito, em razão mesmo da própria condição que ostenta, devendo pautar sua conduta, à frente da municipalidade, pela ética e pela moral, não havendo espaço para quaisquer desvios de conduta. 2. O uso da coisa pública, ainda que por bons propósitos ou motivado pela "praxe" local não legitima a ação, tampouco lhe retira a tipicidade, por menor que seja o eventual prejuízo causado. (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 4/82 Fica o entendimento: o ato de improbidade é de tamanha repercussão para a boa imagem da Administração que, por mais que o prejuízo seja mínimo, não pode deixar de ser apurado, aplicando-se as sanções que a conduta determine. 2. Competência para Legislar sobre Improbidade Administrativa O § 4º do art. 37 da CF/1988 exige a edição de lei para estabelecer a forma e a gradação das consequências do ato de improbidade administrativa, sem, no entanto, determinar a origem da lei, se federal, estadual, distrital ou municipal. Ocorre que as matérias veiculadas na Lei 8.429/1992 são, “em sua maioria”, de natureza civil e política, sendo, portanto, de competência privativa da União, nos termos do inc. I do art. 22 da CF/1988: Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito CIVIL, comercial, penal, processual, ELEITORAL, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho. No entanto, perceba que se citou a expressão “em sua maioria”, afinal,há tópicos da competência legislativa comum dos demais entes políticos. Como exemplo, temos o art. 13 da LIA, o qual determina a apresentação da declaração de bens e rendas para a posse e exercício em cargo público. Em síntese: há disposições na lei de natureza nacional, pois, apesar de editadas pela União, alcançam e obrigam a todos os entes políticos;e, ainda,há matérias que podem ser disciplinadas por todos os entes federados. Abaixo, um quadro-resumo: Lei 8.429/1992 Âmbito Nacional Competência Comum Arts. 1º a 3º (sujeitos ativo e passivo) Art. 13 (declaração de bens) Arts. 9º a 11 (dos atos de improbidade) § 3º do art. 14 (normas sobre processo administrativo) Art. 12 (das penas) Parágrafo único do art. 20 (afastamento cautelar do agente público) Art. 14 (direito de Representação) - (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 5/82 Art. 19 (ilícito penal) Art. 23 (prescrição) 3. Irretroatividade da Lei 8.429/1992 Dispõe o inc. XXXVI do art. 5º da CF/1988: (...) a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Esse dispositivo consagra o princípio da irretroatividade das normas, de modo que as situações pretéritas às leis e constituídas, eventualmente, sob o império das normas anteriores, devem ser respeitadas. É uma aplicação direta do consagrado princípio da segurança jurídica. Nesse contexto, conclui-se que a Lei 8.429/1992 deve ser aplicada às situações surgidas depois de sua vigência. Como observa Emerson Garcia, a não retroatividade da Lei 8.429/1992 não tem o efeito de tornar o ímprobo imune a toda e qualquer sanção pelos atos ilícitos que praticara anteriormente a 3 de junho de 1992 (data em que a LIA entrou em vigor). Não é isso! Os agentes públicos, por exemplo, achavam-se sujeitos à Lei 3.502/1958, com o consequente perdimento de bens e valores, no caso de enriquecimento ilícito. Resumo do capítulo: Competência para Legislar sobre Improbidade Administrativa Definição - Ato de improbidade é a conduta desonesta com a coisa pública, sendo um ilícito de natureza civil. - Além da improbidade administrativa, aquele que transgredir o ordenamento jurídico poderá ser responsabilizado penalmente. - A improbidade, em si, não é um crime, mas um ilícito de ordem civil- política (Doutrina). - O ato de improbidade é de tamanha repercussão para a boa imagem da Administração que, por mais que o prejuízo seja mínimo, não pode deixar de ser apurado, aplicando-se as sanções que a conduta determine. (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 6/82 Competência para Legislar - As matérias veiculadas na Lei 8.429/1992 são, “em sua maioria”, de natureza civil e política, sendo, portanto, de competência privativa da União. - Há disposições na lei de natureza nacional, pois, apesar de editadas pela União, alcançam e obrigam a todos os entes políticos; e, ainda, há matérias que podem ser disciplinadas por todos os entes federados. Irretroatividade da Lei 8.429/1992 - A Lei 8.429/1992 deve ser aplicada às situações surgidas depois de sua vigência. Sujeito Ativo (art. 1º) De pronto, esclareça-se que a finalidade principal da Lei 8.429/1992 não é promover o ressarcimento ou recomposição do prejuízo ao erário, mas sim identificar o sujeito ativo e a este aplicar a devida penalidade. O sujeito ativo é aquele que pratica ou deixa de praticar o ato, causando prejuízo ao erário, enriquecimento ilícito ou/e ferindo princípios da Administração. Pela definição da LIA, o agente público deve ser entendido em sentido amplo, indo além dos qualificados “servidores públicos” em sentido estrito. Com efeito, vejamos o art. 2º da Lei: Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. Perceba que a LIA abrange todos aqueles que, com ou sem remuneração, com ou sem caráter de permanência nos quadros da Administração, sejam responsáveis pela execução dos fins da Administração. Por exemplo: os agentes honoríficos, como membros do juri, não são remunerados e não se agregam à estrutura estatal de forma permanente, mas nem por isso deixam de ser agente público. Nos termos do art. 17 da Lei 9.307/1996 (Lei da Arbitragem), os árbitros ficam equiparados a funcionários públicos, para os efeitos da LEGISLAÇÃO PENAL, quando no exercício de suas funções ou em razão delas. (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 7/82 Considerando que a Lei 8.429/1992 é de natureza CIVIL, conclui-se que estes profissionais, que não mantêm qualquer relação de subordinação com o Poder Público, não são sujeitos ativos da improbidade administrativa. Além dos agentes públicos, os terceiros também podem ser sujeito ativo da prática de ato de improbidade. Sobre o tema, dispõe o art. 3º da LIA: As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. Agora, muita atenção em sua prova! Ao ser beneficiado pela improbidade, o terceiro só será responsabilizado se tiver agido com dolo (leia-se: de má-fé), enfim, tiver ciência da ilicitude do ato, e de que se envolve na trama com agente público. Portanto, é impossível que o terceiro responda por ato de improbidade no caso de mera culpa. Em síntese: não é estritamente necessário que o sujeito ativo seja agente público para ser enquadrado como cometedor de improbidade. O terceiro poderá responder, igualmente, por improbidade administrativa. Porém, o particular, isoladamente, não responde por improbidade. Cabe-nos reforçar que a responsabilidade do agente público, por ato de improbidade, dá-se quando está no exercício da função pública. Sobre o tema, o STJ entendeu que o médico que cobre honorários por procedimento realizado em hospital privado, conveniado ao sistema único de saúde (SUS), não incorre em improbidade administrativa, se o atendimento não tiver sido custeado pelo SUS. Na oportunidade, o Tribunal enfatizou a necessidade de serem focados dois aspectos para o recebimento da ação por improbidade administrativa: se a conduta investigada foi praticada por agente público ou por pessoa a ele equiparada, no exercício do munus público, e se o ato é realmente um ato de improbidade administrativa (REsp 1.414.669/SP). STJ - REsp 1155992/MA 1. Os arts. 1º e 3º da Lei 8.429/92 são expressos ao prever a responsabilização de todos, agentes públicos ou não, que induzam ou concorram para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficiem sob (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 8/82 qualquer forma, direta ou indireta. 2. Não figurando no polo passivo qualquer agente público, não há como o particular figurar sozinho como réu em Ação de Improbidade Administrativa. 3. Nesse quadro legal, não se abre ao Parquet a via da Lei da Improbidade Administrativa. Resta-lhe, diante dos fortes indícios de fraude nos negócios jurídicos da empresa com a Administração Federal, ingressar com Ação Civil Pública comum, visando ao ressarcimento dos eventuais prejuízos causados ao patrimônio público, tanto mais porque o STJ tem jurisprudência pacífica sobre a imprescritibilidade desse tipo de dano. Neste caso, por não haver um agente público envolvido, não coube ao MP ingressar com a ação de improbidade, restando-lhe a via alternativa da ação civil pública. Esclareça-se que, no caso de terceiro, há duas situações identificadas como improbidade: INDUZIR (criar na mente do agente público a ideia do ato ilícito, até então inexistente) ou CONCORRER (praticar atos ou prestar auxílio ao agente público) para o cometimento do ato, e, nesse caso, não é necessário o auferimento de qualquer vantagem patrimonial; e se BENEFICIAR (obter vantagem ilícita direta ou indiretamente)do ato de improbidade, direta ou indiretamente, o que exige, de algum modo, uma vantagem recebida. O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações da LIA, porém, só até o limite do valor da herança. Interessante é que, por poderem ser beneficiadas pelo ato de improbidade, as pessoas jurídicas também podem responder por tal espécie de ilícito, ainda que desacompanhadas de seus sócios. Sobre o tema, decidiu o STJ (Recurso Especial 1127143/RS): 5. A lei de improbidade administrativa aplica-se ao beneficiário direto do ato ímprobo, mormente em face do comprovado dano ao erário público. Inteligência do art. 3º da Lei de Improbidade Administrativa. No caso, também está claro que a pessoa jurídica foi beneficiada com a prática infrativa, na medida em que se locupletou de verba pública sem a devida contraprestação contratual. Por outro lado, em relação ao seu responsável legal, os elementos coligidos na origem não lhe apontaram a percepção de benefícios que ultrapassem a esfera patrimonial da sociedade empresária, nem individualizaram sua conduta no fato imputável, razão pela qual não deve ser condenado pelo ato de improbidade. (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 9/82 Questão controvertida diz respeito à aplicação da LIA aos agentes políticos. Para o STF, aqueles que se sujeitam à lei de crime de responsabilidade não se submetem às determinações da lei de improbidade, uma vez que os regimes de responsabilização são distintos e não podem concorrer entre si. Assim decidiu o STF na Reclamação 2138/DF[1]: Os atos de improbidade administrativa são tipificados como crime de responsabilidade na Lei 1.079/1950, delito de caráter político-administrativo. Distinção entre os regimes de responsabilização político- administrativa. O sistema constitucional brasileiro distingue o regime de responsabilidade dos agentes políticos dos demais agentes públicos. A Constituição não admite a concorrência entre dois regimes de responsabilidade político- administrativa para os agentes políticos: o previsto no art. 37, § 4º (regulado pela Lei 8.429/1992) e o regime fixado no art. 102, I, c, (disciplinado pela Lei 1.079/1950). Se a competência para processar e julgar a ação de improbidade (CF, art. 37, § 4º) pudesse abranger também atos praticados pelos agentes políticos, submetidos a regime de responsabilidade especial, ter-se-ia uma interpretação ab-rogante do disposto no art. 102, I, c, da CF. (...) Os Ministros de Estado, por estarem regidos por normas especiais de responsabilidade (CF, art. 102, I, c; Lei 1.079/1950), não se submetem ao modelo de competência previsto no regime comum da Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/1992). (...) Ação de improbidade administrativa. Ministro de Estado que teve decretada a suspensão de seus direitos políticos pelo prazo de 8 anos e a perda da função pública por sentença do Juízo da 14ª Vara da Justiça Federal – Seção Judiciária do Distrito Federal. Incompetência dos juízos de primeira instância para processar e julgar ação civil de improbidade administrativa ajuizada contra agente político que possui prerrogativa de foro perante o STF, por crime de responsabilidade, conforme o art. 102, I, c, da Constituição. Reclamação julgada procedente. Muito bem! Então, os agentes políticos sujeitos à Lei de Crimes de Responsabilidade a esta se submetem, embora incorram em atos que possam ser tidos como de improbidade administrativa. Aos demais agentes políticos, a LIA é aplicada normalmente, como no caso dos Prefeitos e dos Governadores: (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 10/82 STJ - AgRg no REsp 1152717/MG 2. A Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/92) aplica-se a prefeito (e vereadores), máxime porque a Lei de Crimes de Responsabilidade (1.070/50) somente abrange as autoridades elencadas no seu art. 2º, quais sejam: o Presidente da República, os Ministros de Estado, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e o Procurador-Geral da República. Precedentes. A divergência jurisprudencial e doutrinária é quanto à aplicação da LIA aos agentes políticos (incs. I e II do art. 52, alínea “c” do inc. I do art. 102 e alínea “a” do inc. I do art. 105) em que a CF/1988 previu regime especial de julgamento por crime de responsabilidade (Lei 1.079/1950). Para os demais agentes políticos, não há razão de a LIA ser-lhes aplicável. STJ - REsp 1101359/CE O ato legislativo típico está fora do âmbito de atuação da Lei nº 8.429/92, seja por não operar efeitos concretos, seja por esbarrar na imunidade material conferida aos parlamentares pela Constituição, ainda que seja possível a presença do ato de improbidade durante a sua própria tramitação, sobretudo quando o desvio é manifesto. ATA – MIN – Cespe – 2013 - Os agentes políticos cujos atos puderem configurar crimes de responsabilidade não se submetem ao regime da Lei de Improbidade Administrativa. Comentários: O item só fez reproduzir o entendimento do STF, na Reclamação 2138-DF. Gabarito: CERTO. (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 11/82 Ainda, complementando, segundo entendimento do STJ, seria incompatível com a CF eventual preceito normativo infraconstitucional que impusesse imunidade aos agentes políticos no que se refere à aplicação dos preceitos da Lei nº 8.429/1992 (Rcl 2790/SC). A jurisprudência assentada no STJ, inclusive porsua Corte Especial, é no sentido de que, "excetuada a hipótese de atos de improbidade praticados pelo Presidente da República (art. 85, V), cujo julgamento se dá em regime especial pelo Senado Federal (art. 86), não há norma constitucional alguma que imunize os agentes políticos, sujeitos a crime de responsabilidade, de qualquer das sanções por ato de improbidade previstas no art. 37, § 4º. Seria incompatível com a Constituição eventual preceito normativo infraconstitucional que impusesse imunidade dessa natureza". Esclareça-se que a ação de improbidade administrativa, por sua natureza civil, é julgada no juízo de 1ª instância: justiça federal ou estadual, conforme o caso. Porém, para o STF, o julgamento dos atos de improbidade praticados por seus próprios Ministros é de competência do Supremo, isso porque a decisão de improbidade, pelo juízo de 1ª instância, não pode acarretar a perda do cargo. Idêntico raciocínio foi adotado pelo STJ para concluir que os Governadores, por ato de improbidade, devem ser processados e julgados no STJ. Há entendimento no seio da doutrina e da jurisprudência no sentido de que será da competência da Justiça Federal a demanda proposta pelo Ministério Público Federal. Ocorre que ainda que assim se entenda, há verificar se o Ministério Público Federal é legitimado para propor a demanda, ou se seria o caso de a demanda ser proposta pelo Parquet Estadual. AJ – TRT10 – Cespe – 2013 –Apuração interna realizada descobriu que um empregado público federal de uma sociedade de economia mista recebeu vantagem indevida de terceiros, em troca do fornecimento de informações privilegiadas e dados sigilosos do ente de que ele fazia parte. O relatório de conclusão da apuração foi enviado ao Ministério Público para providências cabíveis. Eventual ação de improbidade administrativa contra o empregado deverá ser ajuizada pelo Ministério Público na justiça estadual. Comentários: (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 12/82 Distintamente das empresas públicas federais (Justiça Comum Federal), as sociedades de economia mista terão suas ações ordinárias processadas e julgadas pela Justiça Comum Estadual. Assim, apesar de a entidade ser federal, o ajuizamento será pelo MP Estadual. Cabe destacar que o termo “deverá” é utilizado pelo próprio contexto do enunciado. Leiamos o art. 17 da Lei de Improbidade: “A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar”. Ocorre que o enunciado afirma que a ciência do ilícito deu-se por via de uma apuração interna, realizada pela própria SEM, que houve por bem não intentar, ela própria, a ação principal, optando pelo encaminhamento do processo administrativo ao MP. Gabarito: CERTO Situação que muito já se discutiu no âmbito do STJ foi em relação aos magistrados, que ao fim, decidiu-se pela submissão desses à Lei 8.429/1992. Abaixo, trecho do Recurso Especial 1127182/RN: 1. Sejam considerados agentes comuns, sejam considerados agentes políticos, a Lei n. 8.429/92 é plenamente incidente em face de magistrados por atos alegadamente ímprobos que tenham sido cometidos em razão do exercício de seu mister legal. 2. Em primeiro lugar porque, admitindo tratar-se de agentes políticos, esta Corte Superior firmou seu entendimento pela possibilidade de ajuizamento de ação de improbidade em face dos mesmos, em razão da perfeita compatibilidade existente entre o regime especial de responsabilização política e o regime de improbidade administrativa previsto na Lei n. 8.429/92, cabendo, apenas e tão-somente, restrições em relação ao órgão competente para impor as sanções quando houver previsão de foro privilegiado ratione personae na Constituição da República vigente. Precedente. 3. Em segundo lugar porque, admitindo tratar-se de agentes não políticos, o conceito de "agente público" previsto no art. 2º da Lei n. 8.429/92 é amplo o suficiente para albergar os magistrados, especialmente, se, no exercício da função judicante, eles praticarem condutas enquadráveis, em tese, pelos arts. 9º, 10 e 11 daquele diploma normativo. 4. Despiciendo, portanto, adentrar, aqui, longa controvérsia doutrinária e jurisprudencial acerca do enquadramento de juízes como agentes políticos, pois, na espécie, esta discussão demonstra-se irrelevante. (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 13/82 Analista – CNJ – Cespe – 2013 - Segundo jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o reconhecimento de ato de improbidade administrativa, nos moldes previstos pela Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429/1992), requer o exercício de função específica (administrativa), não se admitindo sua extensão à atividade judicante. Comentários: Na visão do STJ, o juiz é considerado agente público para fins de aplicação da Lei de Improbidade Administrativa. Gabarito: ERRADO Outro julgado de interesse do STJ é o Recurso Especial 1249531/RN: (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 14/82 3. É pacífico nesta Corte Superior entendimento segundo o qual magistrados são agentes públicos para fins de aplicação da Lei de Improbidade Administrativa, cabendo contra eles a respectiva ação, na forma dos arts. 2º e 3º da Lei n. 8.429/92. (...) (...) 6. O que justifica a aplicação da norma sancionadora é a possibilidade de se identificar o animus do agente e seu propósito deliberado de praticar um ato não condizente com sua função. Não se pode pensar um conceito de Justiça afastado da imparcialidade do julgador, sendo um indicador de um ato ímprobo a presença no caso concreto de interesse na questão a ser julgada aliada a um comportamento proposital que beneficie a umas das partes. Constatada a parcialidade do magistrado, com a injustificada ocultação de processos, pode sim configurar ato de improbidade. A averiguação da omissão injustificada no cumprimento dos deveres do cargo está vinculada aos atos funcionais, relativos aos serviços forenses e não diretamente à atividade judicante, ou seja, a atividade finalística do Poder Judiciário. 7. Não se sustenta aqui que o magistrado, responsável pela condução de milhares de processos, deve observar criteriosamente os prazos previstos na legislação processual que se encontram em flagrante dissonância com a realidade das varas e dos Tribunais, sendo impossível ao magistrado, pelo elevado grau de judicialização do Brasil, cumprir com a celeridade necessária a prestação jurisdicional. Porém, no presente caso, a suposta desídia estaria vinculada, repise-se, à possível ocultação com o consequente retardamento preordenado de dois processosespecíficos, a fim de possibilitar a candidatura do esposo da requerida a eleições em curso. Os destaques foram feitos para que se perceba que o magistrado, no caso acima, estava no desempenho da atividade judicante. Perceba, também, que não se trata de discutir o teor das decisões adotadas pelo magistrado. Nisso, a Lei de Improbidade não incidiria. Trata-se, sim, de discutir a desídia propositadana resolução de processos judiciais do interesse do esposo da Juíza. Conclusão do relator: mesmo se tratando de um juiz, no desempenho de tarefa judicante, caberia a aplicação da Lei de Improbidade, sem se cuidar do teor da decisão. Portanto, conclui-se que os sujeitos ativos dos atos de improbidade administrativa não são somente os servidores públicos, mas todos aqueles que estejam abrangidos no conceito de agente público. [1]Esse entendimento do STF é criticado por praticamente todos os doutrinadores. Na ocasião, a votação foi apertadíssima (6 x 5), e, bem provavelmente, o STF irá corrigir em Plenário o “erro” da decisão. Portanto, é muito importante que acompanhem a jurisprudência do Supremo. (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 15/82 Resumo do capítulo: Sujeito Ativo (art. 1º) Sujeito Ativo (art. 1º) - É aquele que pratica ou deixa de praticar o ato, causando prejuízo ao erário, enriquecimento ilícito ou/e ferindo princípios da Administração. - A LIA abrange todos aqueles que, com ou sem remuneração, com ou sem caráter de permanência nos quadros da Administração, sejam responsáveis pela execução dos fins da Administração. Os sujeitos ativos dos atos de improbidade administrativa não são somente os servidores públicos, mas todos aqueles que estejam abrangidos no conceito de agente público. Terceiro: - Ao ser beneficiado pela improbidade, o terceiro só será responsabilizado se tiver agido com dolo (leia-se: de má-fé), enfim, tiver ciência da ilicitude do ato, e de que se envolve na trama com agente público. - Há duas situações identificadas como improbidade: INDUZIR (criar na mente do agente público a ideia do ato ilícito, até então inexistente) ou CONCORRER (praticar atos ou prestar auxílio ao agente público) para o cometimento do ato, e, nesse caso, não é necessário o auferimento de qualquer vantagem patrimonial; e se BENEFICIAR (obter vantagem ilícita direta ou indiretamente) do ato de improbidade, direta ou indiretamente, o que exige, de algum modo, uma vantagem recebida. Pessoas Jurídicas: - Também podem responder por tal espécie de ilícito, ainda que desacompanhadas de seus sócios (STJ). Sociedades de Economia Mista: - Distintamente das empresas públicas federais (Justiça Comum Federal), as sociedades de economia mista terão suas ações ordinárias processadas e julgadas pela Justiça Comum Estadual. Assim, apesar de a entidade ser federal, o ajuizamento será pelo MP Estadual. (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 16/82 - Aqueles que se sujeitam à lei de crime de responsabilidade não se submetem às determinações da lei de improbidade, uma vez que os regimes de responsabilização são distintos e não podem concorrer entre si (STF). - A ação de improbidade administrativa, por sua natureza civil, é julgada no juízo de 1ª instância: justiça federal ou estadual, conforme o caso. Porém, para o STF, o julgamento dos atos de improbidade praticados por seus próprios Ministros é de competência do Supremo. Sujeito Passivo (arts. 2º e 3º) O sujeito passivo é a pessoa jurídica que sofre o ato de improbidade administrativa. E, sobre o tema, o caput do art. 1º da LIA estabelece quais são as entidades que podem “sofrer” por conta do ato de improbidade, ou seja, situarem-se no polo passivo de tais atos. A Lei de Improbidade resguarda toda a Administração direta e indireta, e, ainda, aquelas em que o Estado haja concorrido com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual. Nessas entidades e órgãos, temos os agentes públicos; logo, além da repercussão patrimonial, poderá haver a perda da função pública.Doutrinariamente, são chamados de sujeitos passivos principais. Já o parágrafo único do dispositivo indica que estão, igualmente, sujeitos às penalidades da Lei os atos contra o patrimônio de entidades ou de órgãos em que o Estado concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual. São reconhecidos, pela doutrina, como sujeitos passivos secundários. Nesse caso, as penalidades ficam limitadas à sanção patrimonial referente às contribuições dos cofres públicos. Ou seja, não há a presença, nestas pessoas jurídicas, de agentes públicos, motivo pelo qual a repercussão é meramente patrimonial - não haverá a perda de cargo ou a suspensão de direitos políticos, por exemplo. Detalhe de prova é que, como a sanção se limita ao valor da contribuição estatal, aquilo que ultrapassar tal montante deverá ser ressarcido em outra espécie de ação civil, como a ação civil pública. Resumo do capítulo: Sujeito Passivo (arts. 2º e 3º) (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 17/82 Sujeito Passivo (arts. 2º e 3º) - É a pessoa jurídica que sofre o ato de improbidade administrativa. Sujeitos Passivos Principais: - Toda a Administração direta e indireta, e, ainda, aquelas em que o Estado haja concorrido com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual. Sujeitos Passivos Secundários: - Entidades ou de órgãos em que o Estado concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual. Nesse caso, as penalidades ficam limitadas à sanção patrimonial referente às contribuições dos cofres públicos. - Como a sanção se limita ao valor da contribuição estatal, aquilo que ultrapassar tal montante deverá ser ressarcido em outra espécie de ação civil, como a ação civil pública. A Tipologia da Improbidade Administrativa (arts. 9º a 11) 1. A Tipologia da Improbidade Administrativa (arts. 9º a 11) Os tipos de improbidade são três: I) os que importam enriquecimento ilícito: aqui, o fundamental é entender que o ato de improbidade importará auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade (art. 9º). II) os que importam lesão ao erário: causar lesão ao erário em razão de qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres público (art. 10) - o destaqueé para que se atente à parte fundamental neste tipo de ato de improbidade: a perda patrimonial para o erário. III) os que atentam contra princípios da Administração (art. 11). (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 18/82 Até aqui o texto da Lei é autoexplicativo. Antes de prosseguirmos à análise dos casos próprios de improbidade, é digno de nota que não é qualquer ilegalidade que deverá ser entendida como ato de improbidade. Sobre o tema, vejamos o entendimento do STJ (Recurso Especial 1075882/MG): 4. De acordo com Francisco Octávio de Almeida Prado (Improbidade Administrativa, Malheiros Editores, São Paulo, 2001, p. 37), "A improbidade pressupõe, sempre, um desvio ético na conduta do agente, a transgressão consciente de um preceito de observância obrigatória". 5. A improbidade administrativa, ligada ao desvio de poder, implica a deturpação da função pública e do ordenamento jurídico; contudo, nem toda conduta assim caracterizada subsume-se em alguma das hipóteses dos arts. 9º, 10 e 11 da LIA. 6. Nesse sentido, Arnaldo Rizzardo (Ação Civil Pública e Ação de Improbidade Administrativa, GZ Editora, 2009, p. 350): "Não se confunde improbidade com a mera ilegalidade, ou com uma conduta que não segue os ditames do direito positivo. Assim fosse, a quase totalidade das irregularidades administrativas implicariam violação ao princípio da legalidade. (...) É necessário que venha um nível de gravidade maior, que se revela no ferimento de certos princípios e deveres, que sobressaem pela importância frente a outros, como se aproveitar da função ou do patrimônio público para obter vantagem pessoal, ou favorecer alguém, ou desprestigiar valores soberanos da Administração Pública". 7. In casu, o fato praticado pelos recorridos, sem dúvida reprovável e ofensivo aos interesses da Administração Pública, não reclama, contudo, o reconhecimento de ato de improbidade administrativa, apesar de implicar clara violação ao princípio da legalidade. Assim fosse, todo tipo penal praticado contra a Administração Pública, invariavelmente, acarretaria ofensa à probidade administrativa. Agora sim, passemos aos casos próprios de improbidade. 1.1. Atos de Improbidade que Importam Enriquecimento Ilícito Em razão das penas de maior intensidade, podemos dizer que, na visão do legislador, esse é o ato de improbidade de maior gravidade. Examinemos, primeiro, o que informa o caputdo art. 9º da Lei 8.429/1992: (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 19/82 Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente: (...) Atente que há algo muito próprio na hipótese que ora tratamos: o recebimento de vantagem indevida por parte do infrator. Além disso, para o STJ é necessário o dolo por parte do sujeito ativo: STJ – Recurso Especial 1347223/RN 3. No que tange à caracterização do ato enquanto conduta subsumível à Lei nº 8.429/92 - na modalidade de enriquecimento ilícito – é certo que este Sodalício exige a presença de dois requisitos, quais sejam: (a) demonstração do dano causado à Administração e o consequente enriquecimento ilícito; e, (b) presença de elemento subjetivo, sendo exigida a presença de dolo. No art. 9º da LIA, temos uma lista do que pode configurar enriquecimento ilícito. Assim, a leitura do dispositivo é obrigatória para podermos entendê-lo. Vejamos, então, o que pode gerar enriquecimento ilícito: I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público; II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado; (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 20/82 Técnico – MPU – Cespe – 2013 - Cometerá crime de improbidade administrativa que importa em enriquecimento ilícito a servidora pública que induzir o Estado a adquirir, por preço superior ao de mercado, cartucho de impressora de empresa pertencente a seu familiar. Comentários: O primeiro erro, e mais evidente, é que improbidade NÃO É CRIME. O segundo é quanto à tipologia: não é enriquecimento ilícito, mas sim prejuízo ao erário. Gabarito: ERRADO. III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado; IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades; Uma aplicação do inc. IV é encontrada no Recurso Especial 908790/RN. Na oportunidade, o STJ reconheceu a configuração do ato de improbidade pelo uso de procuradores municipais na defesa de agente político candidato à reeleição junto à justiça eleitoral, isso porque, no caso concreto, não estava presente o interesse público, mas sim o interesse essencialmente privado. V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem; (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 21/82 Perceba que este inciso é o único que admite o ato de improbidade pela mera aceitação da promessa. E, na espécie, só os agentes públicos que tenham a atribuição para o combate a tais práticas é que podem responder por improbidade administrativa. VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade oucaracterística de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei; VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público; Aqui, mais uma pausa em razão de um interessante julgado do STJ acerca do inc. VII (AREsp 187235/RJ): 1. Para fins de caracterização do ato de improbidade administrativa previsto no art. 9º, VII, da Lei 8.429/92, cabe ao autor da ação o ônus de provar a desproporcionalidade entre a evolução patrimonial e a renda auferida pelo agente no exercício de cargo público. 2. Infirmar os fundamentos do acórdão recorrido, no tocante à ausência de desproporcionalidade entre o patrimônio e a renda dos agravados, demandaria o reexame de matéria fática, o que é vedado em recurso especial, nos termos da Súmula 7/STJ. Apesar do não provimento do recurso, fica a lição de que o ônus da prova por conta de aparente evolução patrimonial descabida é daquele que acusa. Com outras palavras, se a ação foi provocada pelo Ministério Público, cabe a este demonstrar, de forma inequívoca, que o agente público incorreu em enriquecimento ilícito. (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 22/82 VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade; IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza; X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado; XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei; XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei. A doutrina considera que os casos acima não são exaustivos. Por exemplo, o dinheiro que o agente receber para “não ver” determinada situação é enriquecimento ilícito. Ou seja, enriquecimento ilícito não quer dizer, de fato, se “enriquecer”. Analista – CGU – ESAF – 2012 - Com fundamento nas disposições atinentes à improbidade administrativa, de que trata a Lei n. 8.429/92, assinale a opção correta. Servidor que ingressou no serviço público federal em 2008, informando em sua declaração de bens e rendas que na data da posse não possuía bens e, percebendo remuneração mensal de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), adquiriu para si, no exercício do cargo público federal, em 2010, uma embarcação náutica pagando a vista o valor de R$ 700.000,00 (setecentos mil reais), o qual não consegue informar a origem lícita dos valores para aquisição do bem, incorre em a) ato de improbidade administrativa que importa em prejuízo ao erário. b) ato de improbidade administrativa que importa em enriquecimento ilícito. c) ato de improbidade administrativa por favorecimento a terceiros. d) ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento sem causa. e) ato de improbidade administrativa por inobservância de princípios. (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 23/82 Comentários: No enunciado, perceba que a renda do servidor não é, nem de perto, compatível com o valor do patrimônio adquirido. Aplica-se, portanto, o inc. VII do art. 9º da LIA (enriquecimento ilícito): “VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público”. Gabarito: letra "B" São elementos essenciais para a configuração do enriquecimento ilícito: ► Percepção de vantagem patrimonial: exceção feita ao inc. V do art. 9º da LIA, se não houve efetivo recebimento de qualquer vantagem, não há enriquecimento ilícito; ► Vantagem ser indevida: se o agente público ganhou na loteria, não há enriquecimento ilícito. Só as vantagens não autorizadas em lei é que geram improbidade administrativa; ► Conduta dolosa: não existe a possibilidade de o agente público se enriquecer ilicitamente “sem querer”, por isso, não se admite a conduta culposa; e ► Presença de nexo causal entre a vantagem indevida e a função pública: o auferimento da vantagem patrimonial indevida deve ocorrer em razão do exercício do cargo, emprego ou função, ou a pretexto de exercê-la. 1.2. Atos de Improbidade que Importam Prejuízo ao Erário O art. 10 da LIA vem nos iluminar nesse momento: (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 24/82 Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: (...). Note que seja ato comissivo ou omissivo, doloso ou culposo, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, dilapidação de bens, até mesmo desperdício de bem público, enquadrar-se-á como ato de improbidade. Para as provas de concursos públicos, o destaque maior é para a modalidade culposa desta espécie de improbidade. Sobre o tema, vejamos a orientação do STJ (Recurso Especial 1364529/PR): 1. Para que seja configurado o ato de improbidade de que trata a Lei 8.429/99, "é necessária a demonstração do elemento subjetivo, consubstanciado pelo dolo para os tipos previstos nos artigos 9º e 11 e, ao menos, PELA CULPA, nas hipóteses do artigo 10". Como esclarece o autor Rafael Carvalho Rezende Oliveira, isso não significa dizer que todo e qualquer deslize no dia a dia da Administração configurará improbidade administrativa. Existem graus de violação à ordem jurídica que são sancionados com intensidades distintas. A mera irregularidade comporta sanção administrativa, mas não sanção de improbidade. A interpretação da legislação de improbidade deve ser feita à luz dos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, tanto na tipificação das condutas quanto na aplicação das sanções. Procurador – AGU – Cespe – 2013 - Se um agente público conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie, ficará caracterizado ato de improbidade administrativa, mesmo que o agente não tenha atuado de forma dolosa, ou seja, sem a intenção deliberada de praticar ato lesivo à administração pública.Comentários: (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 25/82 Item bem interessante. Perceba que o servidor não agiu de forma dolosa. Porém, para a configuração do prejuízo ao erário, é suficiente a conduta CULPOSA. Gabarito: CERTO. A lista de atos que causam prejuízo ao erário é enorme. De qualquer forma, é necessário lê-la. Mas, por sugestão, ao invés de expor outra infindável lista, como fizemos na hipótese anterior, vamos reproduzir os incisos de maior incidência nas provas. I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei; Esse dispositivo tem o alcance bem próximo ao do inc. XI do art. 9º (enriquecimento ilícito). A diferença é que, nessa espécie, os bens e valores são incorporados ao patrimônio de pessoa física ou jurídica, e não ao patrimônio do agente público. V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado; Esse dispositivo espelha uma prática muito comum na Administração Pública Brasileira: o superfaturamento. O preço de mercado é “Y”, e a Administração contrata os serviços por “50Y”. No caso, o prejuízo ao erário é representado pela diferença entre o preço real e o efetivamente pago pelo Poder Público. VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensálos indevidamente; Ressalvadas as situações previstas na legislação, o dever é licitar. Assim, o agente público incorre em improbidade ao direcionar a licitação para determinada empresa, admitir na licitação empresa declarada (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 26/82 inidônea, estipular critérios de julgamento subjetivos, deixar de anular a licitação ilegal ou contratar particulares por dispensa e inexigibilidade de licitação, fora dos casos previstos em lei (STJ – Recurso Especial 681571/GO). Fica o registro de que o dispositivo foi alterado pela Lei 13.019/2014, para, adicionalmente, prever a improbidade no caso de frustração à licitude de processo seletivo para a celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos. É o caso de se frustrar o chamamento público para a escolha de organização da sociedade civil na área de saúde ou assistência social. X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio público; Nos termos do art. 142 do Código Tributário Nacional, compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, sendo este atividade vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente; Perceba que o enriquecimento não é do próprio agente público, afinal, se assim o fosse, estar-se-ia diante do enriquecimento ilícito. Analista – IBAMA – Cespe – 2013 - A utilização de cargo público para favorecer enriquecimento ilícito de amigo ou parente é considerada improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário. Comentários: Aplicação direta do inc. XII do art. 10 da LIA. Gabarito: CERTO (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 27/82 XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei; XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei. Estes dois incisos são os mais recentes da LIA;foram inseridos pela Lei 11.107/2005 (Lei dos Consórcios Públicos). Se você deixar de seguir uma formalidade para conceder um benefício a alguém, essa inobservância pode ser dada como ato que causa prejuízo. Assim, se você facilitar ou permitir que se obtenha dos cofres públicos qualquer vantagem pecuniária, estará atentando contra o patrimônio público. Até mesmo se você ordenar realização de despesas não autorizadas estará atentando contra o patrimônio público. São elementos essenciais para a configuração do prejuízo ao erário: ► Perda patrimonial: a lesão ao erário deve ser real e efetiva, não se admitindo o prejuízo presumido; ► Conduta dolosa ou culposa: o ato, ainda que só culposo, importará em improbidade administrativa; ► Ilegalidade da conduta funcional: não é suficiente que a conduta seja culposa, é preciso que seja ilegal. Por exemplo: não incorre em improbidade o policial federal que, por imprudência, envolve-se em acidente de trânsito, ou o servidor que derruba, negligentemente, a impressora da repartição; e ► Presença de nexo causal entre a perda patrimonial e o exercício da função pública: a conduta funcional deve ser o motivo do dano. Por fim, salienta-se que, com a Lei 13.019/2014, foram inseridos seis novos incisos ao art. 10 da LIA. Vejamos: (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 28/82 XVI - (http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/L8429.htm#art10xvi)facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;(Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015) (http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13204.htm#art2) XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015) (http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13204.htm#art2) XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular.” (NR) Com a Lei Complementar 157/2016, houve alterações pontuais na LIA. Nos termos do art. 10-A, é ato de improbidade que causa prejuízo ao erário qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1o do art. 8º-A da Lei Complementar 116/2003. Nesse caso, além da perda da função pública e suspensão dos direitos políticos (de 5 a 8 anos), previu-se a multa civil de até três vezes o valor do benefício financeiro ou (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/L8429.htm#art10xvi http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13204.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13204.htm#art2 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 29/82 tributário concedido. Houve um acréscimo da multa civil, afinal, a penalidade é, de regra, até duas vezes o dano ao erário. 1.3. Atos de Improbidade que Atentam contra Princípios da Administração Pública O art. 4° da LIA determina que os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos. É um reconhecimento do princípio da juridicidade, que revela a necessidade de os administradores irem além do cumprimento da simples legalidade formal. O STJ manteve a condenação de Professor de Matemática por ato de improbidade administrativa, que se aproveitou da função pública para assediar sexualmente alunas, em troca de boas notas, e, assim, obter vantagem indevida em razão do cargo. Sobre o tema, o art. 11 é responsável por nos fornecer a listagem exemplificativa de atos de improbidade ofensivos aos princípios da Administração Pública, enfim, violadores dos deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições. Por acaso, no rol de princípios da Lei, não houve a citação da moralidade administrativa. Uma evidência de que a lista é meramente exemplificativa pode ser encontrada no § 2º do art. 32 da Lei 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação), quando se prevê a possibilidade de o agente público, civil ou militar, responder por improbidade administrativa. É o caso de o agente agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso à informação ou fornecê-la intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa. Como a lista de situações desses atos é menor, passemos à sua reprodução: (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 30/82 I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência; II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo; IV - negar publicidade aos atos oficiais; V - frustrar a licitude de concurso público; VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. IX deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação. O inc. IX foi inserido pela Lei 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Por isto, requer-se sua atenção redobrada. Só reforçando que a infração só se efetiva se houver dolo, má-fé, não havendo improbidade, neste caso, por mera culpa (imprudência, imperícia ou negligência). Com a Lei 13.019/2014, o art. 11 da LIA recebeu o acréscimo do inciso VIII (“descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas”). Os atos de improbidade desta categoria não são, assim, tão graves quanto os anteriores. Bem por isso, o STJ os considera uma espécie residual: (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 31/82 Recurso Especial 1075882/MG 1. A Lei de Improbidade Administrativa visa a tutela do patrimônio público e da moralidade, impondo aos agentes públicos e aos particulares padrão de comportamento probo, ou seja, honesto, íntegro, reto. 2. A Lei 8.429/92 estabelece três modalidades de improbidade administrativa, previstas nos arts. 9º, 10 e 11, a saber, respectivamente: enriquecimento ilícito, lesão ao erário e violação aos princípios norteadores da Administração Pública. 3. A conduta prevista no art. 9º da LIA (enriquecimento ilícito) abrange, por sua amplitude, as demais formas de improbidade estabelecidas nos artigos subsequentes. Desta maneira, a violação aos princípios pode ser entendida, em comparação ao direito penal, como "soldado de reserva", sendo, aplicada, subsidiariamente, isto é, quando a conduta ímproba não se subsume nas demais formas previstas. Ademais, para o STJ, para que se configure o ato de improbidade, é imprescindível a existência de má- fé (dolo, conduta intencional) (Recurso Especial 480387/SP): 3. No caso específico do art. 11, é necessária cautela na exegese das regras nele insertas, porquanto sua amplitude constitui risco para o intérprete induzindo-o a acoimar de ímprobas condutas meramente irregulares, suscetíveis de correção administrativa, posto ausente a má-fé do administrador público e preservada a moralidade administrativa. (...) 6. É cediço que a má-fé é premissa do ato ilegal e ímprobo. Consectariamente, a ilegalidade só adquire o status de improbidade quando a conduta antijurídica fere os princípios constitucionais da Administração Pública coadjuvados pela má-fé do administrador. A improbidade administrativa, mais que um ato ilegal, deve traduzir, necessariamente, a falta de boa-fé, a desonestidade, o que não restou comprovado nos autos pelas informaçõesdisponíveis no acórdão recorrido, calcadas, inclusive, nas conclusões da Comissão de Inquérito. São elementos essenciais para a configuração do ato que atente contra princípios da Administração: ► Conduta dolosa : para o STJ, exige-se a presença de conduta livre e consciente para que o ato de improbidade se configure; ► Ofensa a princípios da Administração Pública: devem ser observados não apenas os princípios expressos do texto constitucional, como, sobretudo, os princípios implícitos ou (*) (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 32/82 reconhecidos (motivação, proporcionalidade, segurança jurídica e outros). Não há necessidade da comprovação de prejuízo ao erário ou enriquecimento ilícito para sua configuração; e ► Nexo causal. Conforme já decidido pelo STJ (REsp 765.212/AC), o elemento subjetivo, necessário à configuração de improbidade administrativa censurada nos termos do art. 11 da Lei 8.429/1992, é o dolo genérico de realizar conduta que atente contra os princípios da Administração Pública, não se exigindo a presença de dolo específico. Assim, para que se concretize a ofensa ao art. 11 da Lei de Improbidade, revela-se dispensável a comprovação de enriquecimento ilícito do administrador público ou a caracterização de prejuízo ao erário. REsp 1.193.248/MG Não configura improbidade administrativa a contratação, por agente político, de parentes e afins para cargos em comissão ocorrida em data anterior à lei ou ao ato administrativo do respectivo ente federado que a proibisse e à vigência da Súmula Vinculante 13 do STF. Defensor – DP-DF – Cespe – 2013 - Segundo entendimento do STJ, se o governo do DF, amparado em legislação local, realizar contratações temporárias de servidores sem concurso público, tal ação configurará, por si só, ato de improbidade administrativa. Comentários: No Recurso Especial 166766/SE, o STJ firmou a orientação de que a contratação temporária de servidores e sua prorrogação sem concurso público amparadas em legislação local não traduz, por si só, ato de improbidade administrativa. Os atos fundamentados em lei local não caracterizam o dolo genérico, essencial para os casos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da Administração Pública (art. 11 da Lei n. 8.429/1992). Gabarito: ERRADO (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 33/82 Procurador – DP-DF – Cespe – 2013 - Presidente de autarquia estadual que deixar de prestar as contas anuais devidas responderá, desde que comprovada a sua má-fé e a existência de dano ao erário, pelo cometimento de ato de improbidade atentatório aos princípios da administração pública. Comentários: Não há necessidade de dano ao erário. Gabarito: ERRADO Como temos enfatizado, para a configuração do enriquecimento ilícito (art. 9º) e do ferimento a princípios da Administração (art. 11), a conduta do agente há de ser sempre dolosa, distintamente do prejuízo ao erário (art. 10), em que se admite a mera culpa (negligência, imprudência e imperícia). Com este entendimento, o STJ fixou a orientação de que não configura improbidade administrativa a contratação, por agente político, de parentes para cargos em comissão ocorrida em data anterior à lei ou ao ato administrativo do respectivo ente federado que a proibisse e à vigência da Súmula Vinculante 13 do STF. No REsp 1.193.248/MG, o Tribunal entendeu que, ainda que demonstrada grave culpa, se não evidenciado o dolo específico de lesar os cofres públicos ou de obter vantagem indevida, bens tutelados pela Lei 8.429/1992, não se configura improbidade administrativa. Resumo do capítulo: A Tipologia da Improbidade Administrativa (arts. 9º a 11) A Tipologia da Improbidade Administrativa (arts. 9º a 11) I) Os que importam enriquecimento ilícito: O fundamental é entender que o ato de improbidade importará auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade (art. 9º). - Para o STJ é necessário o dolo por parte do sujeito ativo (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 34/82 São elementos essenciais para a configuração do enriquecimento ilícito: ► Percepção de vantagem patrimonial: exceção feita ao inc. V do art. 9º da LIA, se não houve efetivo recebimento de qualquer vantagem, não há enriquecimento ilícito; ► Vantagem ser indevida: se o agente público ganhou na loteria, não há enriquecimento ilícito. Só as vantagens não autorizadas em lei é que geram improbidade administrativa; ► Conduta dolosa: não existe a possibilidade de o agente público se enriquecer ilicitamente “sem querer”, por isso, não se admite a conduta culposa; e ► Presença de nexo causal entre a vantagem indevida e a função pública: o auferimento da vantagem patrimonial indevida deve ocorrer em razão do exercício do cargo, emprego ou função, ou a pretexto de exercê-la. II) Os que importam lesão ao erário: Causar lesão ao erário em razão de qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres público (art. 10) - o destaque é para que se atente à parte fundamental neste tipo de ato de improbidade: a perda patrimonial para o erário. São elementos essenciais para a configuração do prejuízo ao erário: ► Perda patrimonial: a lesão ao erário deve ser real e efetiva, não se admitindo o prejuízo presumido; (1724?exercicio=1) (110874) (1726) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/110874 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1726 2017624 TEC Concursos Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/42/capitulos/1724 35/82 ► Conduta dolosa ou culposa: o ato, ainda que só culposo, importará em improbidade administrativa; ► Ilegalidade da conduta funcional: não é suficiente que a conduta seja culposa, é preciso que seja ilegal. Por exemplo: não incorre em improbidade o policial federal que, por imprudência, envolve-se em acidente de trânsito, ou o servidor que derruba, negligentemente, a impressora
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