Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AGENTES CAUSAIS Prof. Cleilson Uchôa Engº Agrº, D. Sc. em Fitopatologia 1 AGENTES CAUSAIS DE DOENÇAS EM PLANTAS Fungos Bactérias Vírus; Viróides Nematóides Fitoplasmas; Espiroplasmas Protozoários Bióticos = Patógenos Irritação contínua X Irritação momentânea = Doença X Injúria (Ex: descarga elétrica, geada, dano de lagarta, etc). 2 3 4 TESTE DE PATOGENICIDADE O estabelecimento da relação causal entre uma doença e um microrganismo só pode ser confirmado após o cumprimento de uma série de etapas, conhecida por Postulados de Koch. 5 CLASSIFICAÇÃO DOS PATÓGENOS Parasitas obrigatórios: são aqueles que vivem as custas do tecido vivo do hospedeiro. Não são cultivados em meio de cultura. Ex: fungos causadores de míldios, oídios, ferrugens e carvões; vírus, viróides, nematóides e algumas bactérias. Parasitas facultativos: são aqueles que a maior parte de seu ciclo de vida como parasitas, mas em certas circunstâncias, podem sobreviver saprofiticamente. Podem ser cultivados em meio de cultura. Ex: fungos causadores de manchas foliares: Alternaria spp., Colletotrichum spp. e Cercospora spp. 6 FUNGOS FITOPATOGÊNICOS 7 IMPORTÂNCIA DOS FUNGOS • São os mais importantes agentes causais; • Mais da metade dos trabalhos publicados. Recorrentes epidemias famosas causadas por fungos; • Além das micotoxinas. 8 CARACTERÍSTICAS GERAIS E MORFOLOGIA • Talo eucariótico – membrana nuclear envolvendo material genético; • Heterotrofismo – carbono orgânico na alimentação; • Absorção de nutrientes – através da parede celular; • Formação de esporos – propágulos. 9 CARACTERÍSTICAS GERAIS E MORFOLOGIA • Estruturas assimilativas: – Talo micelial - Filamentos tubulares – HIFAS; – Coloniza o substrato – absorvendo água e nutrientes; – Parede composta β-glucanas e quitina ou β- glucanas e celulose (Oomicetos). 10 Hifas septadas: • Micélio apocítico: um núcleo em cada compartimento; • Micélio diplocítico: dois núcleos em cada compartimento. 11 Hifas asseptadas: micélio cenocítico. Hifas 13 Micélio reprodutivo Micélio vegetativo Obs: A hifa corresponde a unidade formadora do corpo de um fungo, o seu conjunto é chamado de micélio. Os esporos são as estruturas de dispersão dos fungos, são as suas “sementinhas”. 14 REPRODUÇÃO ASSEXUADA (SOMÁTICA) Ocorre com mais frequência (várias vezes/estação): - maior número de indivíduos (quantidade x variabilidade) * esporos assexuais (mitoticamente) * fragmentação de hifas * gemulação - Estrutura somática * hifas: filamentos tubulares ramificados, com crescimento apical. 16 17 Tipos de esporos assexuais: - Conídios: esporos externos produzidos sobre conidióforos. Conídios Conidióforo Aspergillus niger 18 Tipos de esporos assexuais: - Esporangiósporos: esporos internos produzidos em esporângios (Zygomycota). Esporangiósporos Esporângio 19 Tipos de esporos assexuais: - Zoósporos: esporos móveis produzidos em zoosporângios (Oomycota). zoosporângio 20 O crescimento dos fungos é constituído das fases: • Vegetativa (Hifas) e; • Reprodutiva. Os esporos são as estruturas reprodutivas dos fungos, cuja função é semelhante a de uma semente. 21 REPRODUÇÃO SEXUADA Esporos Formação, ou não, de estruturas especializadas Principais tipos de esporos sexuados: • Zigósporos • Ascósporos • Basidiósporos 22 Um esporo sexual fúngico resulta da reprodução sexuada, consistindo de três etapas: 1. Plasmogamia Um núcleo haploide de uma célula doadora (+) penetra no citoplasma da célula receptora (–). 2. Cariogamia Os núcleos (+) e (–) se fundem para formar um núcleo zigoto diploide. 3. Meiose O núcleo diploide origina um núcleo haploide, esporos sexuais, dos quais alguns podem ser recombinantes genéticos. 23 Zigósporos de Zygomycota Reprodução 24 Zigósporos de Zygomycota 25 Reprodução Asco com ascósporos 26 27 Reprodução 28 29 30 (A) Anastomose; (B) heterocariose e (C) cariogamia presentes no ciclo parassexual em fungos [segundo Camargo (1995)]. 31 32 Internos e assexuados Acérvulo 33 Internos e assexuados Picnídio 34 Os propágulos ou órgãos de disseminação dos fungos são classificados, segundo sua origem, em externos e internos, assexuados e sexuados. Externos e assexuados 35 Externos e sexuados 36 Internos e sexuados zoosporângio 37 A reprodução assexuada se dá pela formação e liberação de conídios pelos conidióforos (hifas modificadas). Tipos: Picnídio Acérvulo Sinêmio Esporodóquio 38 39 Picnídio Acérvulo 40 Sinêmio 41 Esporodóquio 42 Alguns fungos formam estrutura de resistência: Esclerócios Clamidósporos 43 ESCLERÓCIOS Massa de hifas enoveladas, arredondas, escuras, de consistência firma e formato diverso; Desempenha papel na sobrevivência; Permanece dormentes por longos períodos. 44 CLAMIDÓSPOROS Célula hifa fechada por uma membrana bastante espessa; Constituídas de reserva nutritiva; Comportam-se como esporo de resistência. 45 O micélio vegetativo não tem especificamente função de reprodução; Alguns fragmentos de hifa podem se desprender do micélio vegetativo e cumprir funções de propagação. 46 Estes elementos são denominados de taloconídios e compreendem os: Blastoconídios; Artroconídios; Haustório; Rizóide. 47 Os blastoconídios (gêmulas) são comuns nas leveduras. As vezes, os blastoconídios formam cadeias, as pseudo-hifas. 48 Os artroconídios são formados por fragmentação das hifas. 49 O haustório penetra dentro da célula hospedeira e absorve os nutrientes. 50 Rizóide são estruturas formadas por hifas entrelaçadas no sentido longitudinal, com crescimento semelhante a uma raiz. Atua na fixação do fungo no hospedeiro e na absorção de nutrientes. 51 As espécies de fungos podem também ter múltiplos nomes científicos dependendo do seu ciclo de vida e modo de reprodução (sexuada ou assexuada). Mycosphaerella musicola (sexual) Pseudocercospora musae (assexual) 52 CICLO DA SIGATOKA-AMARELA Adaptado de Manzo-Sanchez et al., 2005. 53 54 55 Fungos Fitopatológicos 56 • Penicillium sp. Filo Ascomycota “anamorfo” hifomicetos hialinos 57 • Penicillium sp. 58 • Aspergillus (teleomorfo: Eurotium) 59 • Aspergillus 60 • Fusarium 61 • Fusarium 62 • Colletotrichum 63 • Colletotrichum gloeosporioides 64 • Antracnose 65 • Phaeoisariopsis 66 • Cercospora • Teleomorfo: Mycosphaerella Sigatoka Amarela Sigatoka Negra 67 • Alternaria 68 • Phoma - picnídio 69 Mancha de Phoma do cafeeiro 70 • Septoria 71 • Septoria 72 • Lasiodiplodia 73 • Stenocarpella 74 • Guignardia 75 • Guignardia 76 www.doaweb.doa.go.th/.../ fungi/Fungi%20112_2.html 77 • Asperisporium caricae 78 • Asperisporium caricae 79 www.ext.nodak.edu/.../plantsci/ crops/pp1201-6.jpg • Sclerotinia 80 www.pv.fagro.edu.uy/.../ Apo3.jpg • Sclerotinia 81 • Sclerotinia 82 • Cylindrocladium 83 • Eurotium 84 • Neurospora 85 • Haematonectria ipomoeae 86 • Leptosphaerulina 87 • Didymella 88 • Didymella Asco bitunicado 89 • Curvularia 90 • Rhizopus 91 • Carvão-comum do milho (Ustilago maydis) 92 • A lixa-grande do coqueiro (Coccostromopsis palmicola) 93 BACTÉRIAS FITOPATOGÊNICOS 94 BACTERIOLOGIA DE PLANTAS Bactérias fitopatogênicas • 1869 - F. M. DRAENERT - Alemão trabalhou na Bahia, Brasil Podridão do Topo ou estria vermelha - P. rubrilineans • 1882 - THOMAS J. BURRIL - Americano Queima da pereira e macieira - Micrococcus amylovorus • 1883 - WALKER – Holandês Amarelecimento do jacinto - Bacterium hyacinthi • 1899 - 1902 ERWIN F. SMITH x A. FISCHER Queima da pereira e macieiera - E. amylovora Tumor ou galha da roseira - A. tumefasciens Murcha das solanáceas - R. solanacearum 95 • Penetração => aberturas naturais e ferimentos; • Multiplicação => espaços intercelulares ou no tecido vascular; • Colonização dotecido vascular => murcha, morte dos ponteiros e cancro; • Espaços intercelulares => manchas, galhas e podridão mole. CICLO DE VIDA DAS BACTÉRIAS FITOPATOGÊNICAS 96 97 Bactérias fitopatogênicas apresentam várias fases durante seu ciclo de vida, algumas delas associadas à sobrevivência. Nesse sentido, um ciclo de vida típico pode apresentar as seguintes fases: → Patogênica; residente; latente; hipobiótica e saprofítica. CICLO DE VIDA DAS BACTÉRIAS FITOPATOGÊNICAS 98 Fase patogênica Fase residente Fase hipobiótica Fase saprofítica Fase latente 99 • Fase patogênica: estreita e ativa associação como o hospedeiro, infectando e colonizando => sintomas típicos da enfermidade; • Fase residente: nesta fase são capazes de se multiplicar nas superfície de plantas sadias sem infectá-las, sendo fonte de inóculo. • Fase latente: encontram-se internamente no tecido suscetível, em baixas populações, paralisada e sem sintomas => sério problema. 100 • Fase hipobiótica: embora não esporogênicas, algumas fitobactérias parecem possuir seus próprios mecanismos de hipobiose. Nesse estado diferem estrutural e metabolicamente de células normais. • Fase saprofítica: a maioria das bactérias fitopatogênicas não é fastidiosa, comportando-se como parasitas facultativos. Essas bactérias podem crescer e se multiplicar na ausência do hospedeiro, têm capacidade de vida saprofítica e podem se multiplicar em matéria orgânica. 101 As sementes e os propágulos vegetativos infectados, geraram plantas doentes, que constituem fontes primárias de inóculo. Exsudato bacteriano na superfície das regiões afetadas, fica disponível aos agentes disseminadores (vento e respingos de água), insetos e do homem; Práticas culturais, redistribuindo inóculo para órgãos da mesma planta ou de outras plantas. 102 103 104 Patovar (pv.) => nomenclatura subespecífica. Bactérias patogênicas a um hospedeiro ou grupo de hospedeiros. 105 Bactérias fitopatogênicas 106 • Bacilo reto; • Móvel - um a vários flagelos polares; • Gram negativas; • Aeróbio; • Colônia branca, cinza claro ou creme; • Pode produzir pigmento (verdefluorescente); • Contém também espécies saprófitas e patógenos de animais. Pseudomonas 107 108 • Bacilo reto; • Móvel - um flagelo polar; • Gram negativa; • Aeróbio; • Colônia amarela; • Pode produzir pigmento xanthomonadina. Xanthomonas 109 110 X. Axonopodis pv. citrii • Bacilo reto; • Móvel - um ou seis flagelos; • Gram negativa; • Colônia branca/bege clara; • Doença associada a um plasmídeo. Agrobacterium 111 112 • Bacilo reto; • Móvel; • Anaeróbio facultativo; • Colônia branca ou amarela. Erwinia 113 114 • Bacilo reto; • Móvel - um flagelo polar; • Gram negativa; • Aeróbio; • Colônia amarela. Ralstonia solanacearum 115 116 • Bacilo variado; • Imóvel; • Gram positiva; • Aeróbio; • Colônia amarela. Clavibacter 117 118 • Bacilo reto; • Imóvel; • Gram negativa; • Aeróbio; • Colônia lisa ou rugosa; • Não cresce em meios de cultura comumente utilizados - exigência nutricional; • Habitante do xilema. Xylella 119 120 Clorose variegada do citros (Xylella fastidiosa) • Bacilo; • Gram negativa; • Aeróbio; • Não cresce em meios de cultura comumente utilizados - exigência nutricional; • Habitante do floema. Candidatus Liberibacter spp 121 122 • “Micelial”; Gram positiva; Imóvel. Streptomyces 123 124 VÍRUS E VIRÓIDES VIROLOGIA DAS PLANTAS • 1876 – Adolf Meyer: Mostra que a doença do Mosaico do Tabaco é contagiosa; • 1892 – Iwanowski: “Doença do Mosaico do Tabaco é causada por um agente não filtrável; • 1898 – Martinus Beijerinck: Fluidum vivum contagiosum – material filtrado continha um veneno ou um agente desconhecido tão pequeno que era capaz de atravessar os poros de um filtro que retinha bactérias. 125 ESTRUTURA BÁSICA DOS VÍRUS 126 127 128 FORMAS: A – bastonete fluxuoso; B – bastonete rígido; C – baciliforme com envelope; D, E – poliédrica. CICLO REPLICATIVO 129 - Predominam os de RNA fita simples, polaridade positiva = ssRNA (+), perfazendo 76% do total; - Mono, bi ou tripartidos (necessidade de todas as moléculas na célula hospedeira para causar infecção); - Tamanho: 105 nucleotídeos (bactéria = 107). VÍRUS FITOPATOGÊNICOS 130 - O nome do vírus é dado em função do hospedeiro e de um sintoma importante provocado; - O nome é escrito em inglês e em itálico (portanto, não segue a nomenclatura dos demais seres vivos); Exemplos: - Tobacco mosaic virus – TMV - Tomato spotted wilt virus – TSWV - Citrus tristeza virus – CTV ORTOGRAFIA International Committee on Virus Taxonomy 131 Espécie-tipo dentro de Tospovírus = Tomato spotted wilt virus 132 Papaya ringspot potyvirus (PRSV) 133 Tulipa variegada, infectada por um vírus. 134 a) Célula a célula: - Movimento lento; Passagem para as células vizinhas através dos plasmodesmas; Proteínas de Movimento virais: aumentam o limite de exclusão de tamanho dos plasmodesmas; b) Movimento a longas distâncias: - Tecido vascular (floema); Percurso viral: ponto de infecção ⇒ raízes ⇒ folhas jovens ⇒ planta toda - 10 a 100 vezes mais rápido. MOVIMENTO E DISTRIBUIÇÃO NA PLANTA 135 136 1º dia 3º dia Transmissão: “passagem do vírus de indivíduos infectados para sadios”. As viroses importantes são as transmitidas eficiente e de forma rápida. Conhecer para pesquisar e controlar. TRANSMISSÃO DE VÍRUS DE PLANTAS 137 1) Transmissão mecânica a) Natural: atrito entre folhas; contato raízes; água drenagem (pouca importância); b) Experimental: teste infectividade; círculo hospedeiros; Importante em plantas que exigem tratos culturais. TRANSMISSÃO DE VÍRUS DE PLANTAS 138 2) Sementes - Apenas 20% dos vírus (os que penetram tecidos embrionários); - Eficiência é baixa (falta de conexão dos feixes vasculares da planta-mãe com as células embrionárias da semente; inibidores virais nas sementes). TRANSMISSÃO DE VÍRUS DE PLANTAS 139 3) Pólen - A exemplo do caso anterior, transmissão por pólen é apenas para vírus que penetram tecidos embrionários. - Transmissão durante a fertilização. TRANSMISSÃO DE VÍRUS DE PLANTAS 140 4) Enxertia - Perigo no viveiro (pl. Matriz assintomática); - Necessidade indexar; - Teste de indexação; - Renovação inóculo. TRANSMISSÃO DE VÍRUS DE PLANTAS 141 5) Vetores - Ácaros: Brevipalpus phoenecis transmite o vírus da leprose dos citros, o vírus da mancha anelar do café e o vírus da pinta verde maracujá; - Nematóides: Xiphinema, Longidorus, Trichodorus; - Fungos: Polymixa, Spongospora; - Insetos. TRANSMISSÃO DE VÍRUS DE PLANTAS 142 Insetos são os vetores de vírus mais importantes: - aparelho bucal que facilita aquisição e inoculação; - grande capacidade locomoção; - geração de grande número indivíduos em pouco tempo; - formação colônias nas plantas hospedeiras. 143 - 70% dos vírus descritos dependem de vetores; - 90% dos vetores de vírus são insetos (Ordens Hemíptera, Coleoptera e Thysanoptera); - Principal Ordem => Hemíptera (afídeos, moscas- brancas, cochonilhas, cigarras, cigarrinhas). TRANSMISSÃO de VÍRUS por INSETOS 144 145 Período de aquisição: tempo necessário para que o vetor adquira o vírus ao se alimentar em uma planta infectada; Período de incubação (latência): tempo entre o início da aquisição até o momento em que o inseto transmite o vírus adquirido para uma planta sadia; Período de inoculação: tempo de alimentação necessário para que o vetor virulífero infecte a planta. 146 • Transmissão não-circulativa; • Transmissão Circulativa; • Transmissão Circulativa Propagativa. Tipos de Relacionamento Vírus-Vetor 147 • Vírus semipersistentes formam uma associação com a parede do intestino anterior do afídeo. • A aquisição desses vírus requer a alimentação no floema. • A transmissão necessita de minutos e a retenção do vírus tipicamente permanece durante horas. • A retenção do vírus não permanece através das ecdises do desenvolvimentodo afídeo. TRANSMISSÃO SEMIPERSISTENTE 148 • Presente na maioria dos vírus que são transmitidos por afídeos; • Vírus que são transmitidos dessa forma infectam as células da epiderme da planta hospedeira; • É caracterizada pela aquisição do vírus ocorrer em curtos períodos de tempo (segundos a minutos)/PICADA DE PROVA. TRANSMISSÃO NÃO-CIRCULATIVA/NÃO PERSISTENTE 149 • Todos os vírus transmitidos deste modo devem ser adquiridos do floema de uma planta infectada e depositados no floema de uma planta sadia. • Aproximadamente 20 minutos são necessários para os afídeos estabelecerem uma amostragem no floema. • O período de aquisição e retenção requer horas a dias: Não-propagativa: os insetos podem permanecer virulíferos por semanas. EX: Bean golden mosaic virus (BGMV)/mosca branca. TRANSMISSÃO PERSISTENTE, CIRCULATIVA E NÃO PROPAGATIVA 150 • Esse tipo de transmissão tem muito em comum com a transmissão persistente, circulativa não propagativa. • Vírus são limitados ao floema e a transmissão é dependente da amostragem do floema e da passagem do vírus para a hemolinfa. Então o vírus infecta e se replica no afídeo. • O vírus também pode passar através dos ovários para a progênie. TRANSMISSÃO PERSISTENTE, CIRCULATIVA E PROPAGATIVA 151 RELAÇÕES ENTRE VETORES E VÍRUS 152 RELAÇÃO NÃO- PERSISTENTE RELAÇÃO SEMI- PERSISTENTE PERSISTENTE CIRCULATIVA PERSISTENTE PROPAGATIVA VETORES Afídeos Afídeos, cigarrinhas Afídeos, mosca- branca, cigarrinhas Cigarrinhas, tripes MEIA VIDA NO VETOR Min Horas Dias Semana/meses TEMPO DE AQUISIÇÃO Seg/Min Min/H Min/H Min/H TECIDO DE AQUISIÇÃO Epiderme (picada de prova) Floema Floema Floema TRANSMITE APÓS ECDISE Não Não Sim Não 153 RELAÇÃO NÃO- PERSISTENTE RELAÇÃO SEMI- PERSISTENTE PERSISTENTE CIRCULATIVA PERSISTENTE PROPAGATIVA LOCAL RETENÇÃO Estiletes Cibário/esofago - - PERÍODO INCUBAÇÃO Não Não Sim (4 – 48 H) Sim (6 – 31 dias) MULTIPLICAÇÃO NO VETOR Não Não Não Sim TRANSMISSÃO TRANSO-VARIANA Não Não ? Sim EXEMPLO DE UMA VIROSE IMPORTANTE Mosaico mamoeiro Tristeza citros Enrolamento foliar batata Vira-cabeça tomateiro RELAÇÕES ENTRE VETORES E VÍRUS - Redução no crescimento, na produtividade, na qualidade do produto; - Pré-disposição da planta a outros agentes (bióticos e abióticos); - Dano financeiro: pode ser total (nas culturas ciclo curto, quando a infecção ocorrer antes florescimento). IMPORTÂNCIA FITOVIROSES 154 155 VÍRUS FITOPATOGÊNICOS 156 Mosaico do Mamoeiro (Papaya ringspot virus – PRSV) 157 Vírus do endurecimento dos frutos Passion fruit woodiness virus - PWV 158 Vira cabeça do Tomateiro 159 Mosaico dourado do feijoeiro Bean golden mosaic virus – (BGMV) 160 Tristeza dos citros Citrus tristeza virus – CTV 161 NEMATÓIDES Posição Sistemática • Ao longo tempo posição variado; • Baseado em morfologia externa: Acoelomata; Pseudocoelomata e Coelomata. Outra na ecdise. • Em fitopatologia é adotado o conceito de filo próprio: Nematoda. 162 Hábitats e Regimes alimentares • Aquático hábitats variados; • Maioria de vida livre: alimentando-se de bactérias, fungos, protozoários, algas, nematóides e animais. • Fitoparasitas: raízes, rizomas, tubérculos, bulbos e fruto hipógeo. 163 Forma e Tamanho • Tubulares alongados. constante; • Afilamento nas extremidades (Fusiforme ou vermiforme). Forma roliça locomoção (serpentiforme); • Parasitas: Pera, limão e de rim. Juvenis e machos alongados. 164 Forma de pera (Meloidogyne e Globodera) 165 Forma de limão Heterodera 166 Forma de rins Rotylenchulus e Tylenchulus 167 Forma e Tamanho • Aumento exagerado sedentários; • Fitoparasitas 1 a 2 mm de comprimento. Tamanho de 0,30 mm a 8 m (maioria microscópico); • Maioria sem dimorfismo sexual, com fêmeas maiores que os machos. 168 Cor Incolores a transparentes (grânulos intestinais escuros). 169 170 Adaptação AGRIOS, 1997. Regiões do Corpo 171 Estrutura do Corpo • Externo (corpo) - Interno (digestivo); • Cavidade geral – pseudoceloma (fluido pseudocelômico, membranas e tecido fibroso); • Aparelho respiratório por difusão e não tem Aparelho circulatório 172 Parede do Corpo • Cutícula – incolor, flexível e protéica; • Epiderme – forma a cutícula. Contem os dutos excretor-secretor e ramificações nervosas; • Musculatura somática – formada por grandes células sob a epiderme. 173 Aparelho digestivo • É essencialmente um tubo que se estende da abertura oral, na extremidade anterior, ao ânus, subterminal e ventral. • É dividido em: – Estomodeo (abertura bucal) – Mesêntero (Esôfago) – Proctodeo (intestino) 174 Região labial e cavidade bucal • É formada por 6 lábios (nos parasitas de plantas, a regra é ter os lábios fundidos); • Nos nematóides fitoparasitas existem os estiletes; • Estilete é do tipo Odontostilio (por derivar dos dentes) com extremidade anterior em bisel. 175 Boca x Estilete 176 Estilete 177 Esôfago • Logo após a cavidade bucal • É formado por tecido muscular, glandular, epitelial e nervoso • É possível distinguir as regiões: – Procorpo – Meta corpo ou bulbo mediano (Bombear) – Istimo – Porção basal glandular, na forma de bulbo terminal, ou de lobo sobreposto ao início do intestino (3 glândulas) 178 Esôfago 179 Intestino/Reto • Um tubo de parede constituída por uma única camada de células epiteliais; • Seu conteúdo move-se devido a ingestão de novos alimentos e ao movimento do nematóide; • Faz a ligação entre o esôfago e o reto. 180 181 Lado ventral poro excretor e do ânus (no macho cloaca, na fêmea vulva). 182 Sistema excretor Não é importante em fitonematóides; Sistema Nervoso • Central – anel nervoso; • Periférico – terminações nervosas; • Entérico – gânglios e nervos próprios do tudo digestivo. 183 Órgãos sensoriais • São mais comuns os receptores químicos e/ou táteis; • Alguns são localizados na parte posterior (papilas labiais e anfídios). 184 Aparelho reprodutor • Costumam apresentar sexos separados; • Os machos em algumas espécies são raros ou inexistentes. 185 Aparelho reprodutor feminino • Ovário: ocorre a oogênese (monodelfo ou didelfo) • Útero • Espermateca: armazena os espermatozóides • Vagina: que abre-se para o exterior da vulva 186 187 Aparelho reprodutor masculino • Testículos (Monórquios ou Diórquios) • Vaso deferente • Canal ejaculador que pode abrir no reto (cloaca) • Órgãos de cópula: Espículos (facilitam a transferência de espermatozóides) Bolsa de cópula ou Bursa (Manter a fêmea na posição adequada) 188 Espícula 189 Bursa 190 Reprodução • O hermafroditismo é raro • Pode ocorrer anfimixia (reprodução cruzada) ou partenogênese • Ovíparos (o desenvolvimento embrionário dá-se após a postura) • Ovos produzidos: Ex.: Meloidogyne 2.850 ovos • Eclosão produz o juvenil (não tem órgãos sexuais) • Após 04 ecdises Adulto • Há necessidade de estímulo do meio (temperatura e umidade) parra ocorrer a eclosão 191 192 Dormência • Inatividade – metabolismo baixo; • Sobrevivência em condições adversas: seca, frio ou falta de oxigênio; • Nematóide do grão do trigo (Anguinia tritici) – 35 anos. 193 Famílias e Gêneros Gênero Meloidogyne goeldi • Família de Nematóides “Formadores de Galhas” ou “Root-Knot Nematodes”; • Foi descrito em 1887, no Brasil, por Emílio Goeldi causando morte por declínio de cafezais; • Mais de 50 espécies, sendo quatro mais importantes. 195 Espécies • M. arenaria • M. hapla • M. incognita • M. javanica • M. coffeicola • M. tamesi 196 Meloidogyne Galhas 197 Meloidogyne Galhas 198 Células gigantes 199 Fêmea 200 Fêmea Região Perineal 201 Identificação Bioquímica 202 Gênero Pratylenchus • Segundo maior gênero em importância no Brasil • Nematóides das lesões radiculares • Espécies importantes: • P. brachyurus • P. coffea • P. zeae (endoparasitas migradores em cana, arroz, milho e café) 203 Gênero Radopholus• A espécie mais importante R. similis; • Nematóide Cavernícola; • Causa grande problema em banana, causando tombamento da planta. 204 Radopholus similis Cavernícola 205 Gênero Tylenchulus • T. semipenetrans é o nematóide dos citros • Foi introduzido no Brasil em 1970, é problema sério no Estado de São Paulo 206 Tylenchulus semipenetrans N. dos Citros 207 Gênero Rotylenchulus • Nematóide reniforme; • Algodão que mais sofre – redução 60% na produção; • Não há formação de galhas. 208 Gênero Heterodera • Nematóide dos cistos; • Foi introduzido no Brasil em 1992, H. glycines; • Grandes perdas na soja. 209 Heterodera Cistos 210 Heterodera Soja 211 Gênero Bursaphelenchus • Importante em palmeiras como coco e dendê • Espécie B. cocophilus • Nematóide endoparasita migrador 212 Bursaphelenchus anel-vermelho Rinchophorus palmarum 213
Compartilhar