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Caso Concreto 4 - Direito Penal 1

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Aluno(a): Isabely Alexandra de Souza Monteiro
Turma: 3001
TEORIA DO DIREITO PENAL - CCJ0366
Título
Caso Concreto 4
Descrição
Esta aula apresenta ATIVIDADE DE CAMPO. Desta forma, você deverá ler o caso concreto constante no roteiro de estudos e responder às questões formuladas sobre ele. O seu professor estabelecerá a data de entrega deste caso concreto.
Leia a notícia abaixo e responda, de forma objetiva e fundamentada às questões formuladas
Feminicídio também abrange mulheres transexuais, decide Justiça do DF
Determinação se deu a partir de caso de vítima agredida em lanchonete, em Taguatinga, no ano passado. Suspeitos ainda serão julgados.
Por Pedro Alves, G1 DF.
Disponível em: <https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2019/08/09/feminicidiotambem-abrange-mulheres-transexuais-decide-justica-do-df.ghtml>Atualizado 	em: 09/08/2019.
Determinação se deu a partir de caso de vítima agredida em lanchonete, em Taguatinga, no ano passado. Suspeitos ainda serão julgados. A 3ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TDJFT) rejeitou recurso e manteve como tentativa de feminicídio um crime cometido contra uma mulher transexual. A decisão foi unânime. Os suspeitos ainda serão julgados pelo crime. Ao analisar o caso, o desembargador Waldir Leôncio Lopes Júnior entendeu que a imputação do feminicídio se deveu ao menosprezo ou discriminação à condição de mulher trans da ofendida?
O caso
A decisão foi tomada no caso da estudante Jéssica Oliveira, vítima de tentativa de homicídio em abril do ano passado. Ela foi agredida por quatro pessoas dentro de uma lanchonete, em Taguatinga. O crime foi registrado por câmeras de segurança (veja acima). As imagens mostram que a transexual foi atingida com socos e pontapés. Os suspeitos também usaram cadeiras e uma pedra de 3 quilos para agredir a vítima. À época, a Polícia Civil decidiu indiciar os criminosos por tentativa de feminicídio. Foi o primeiro caso envolvendo uma transexual a ser tipificado dessa forma no DF.
Discussão na Justiça
O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) também denunciou os acusados pelo crime e a acusação foi aceita pela Justiça. Os agressores recorreram da decisão, sob o argumento de que não poderiam ser acusados de tentativa de feminicídio, já que a vítima não é "biologicamente do sexo feminino". O MP, por sua vez, argumentou pela manutenção da denúncia, já que o crime foi praticado contra mulher por razões da condição de sexo feminino, em menosprezo e discriminação à condição de mulher?
"Dupla vulnerabilidade"
Ao decidir sobre o caso, o desembargador Waldir Leôncio Lopes Júnior diz estar ciente da polêmica que envolve a questão. No entanto, segundo o magistrado, não se pode deixar de considerar a situação de dupla vulnerabilidade a que as pessoas transgêneros femininas, grupo ao qual pertence a ofendida, são expostas. Por um lado, em virtude da discriminação existente em relação ao gênero feminino, e de outro, pelo preconceito de parte da sociedade ao buscarem o reconhecimento de sua identidade de gênero diz o relatório.
Lei Maria da Penha
Em maio do ano passado, o TJDFT já havia entendido que a Lei Maria da Penha também é válida para transexuais. Polícia registra sete casos graves de violência doméstica durante o fim de semana, em Rondônia. À ocasião, o tribunal julgou o caso de uma mulher trans que foi agredida pelo ex-namorado após passeio com as amigas. O ataque teria sido motivado por ciúmes. Segundo o entendimento dos desembargadores, "uma vez que se apresenta dessa forma, a vítima também carrega consigo todos os estereótipos de vulnerabilidade e sujeição voltados ao gênero feminino, combatidos pela Lei Maria da Penha."
Ante o exposto, com base nos estudos realizados nas aulas 1 a 4, responda de forma objetiva e fundamentada às questões formuladas:
a) Os desembargadores, ao considerarem uma mulher transexual como vítima de feminicídio se utilizaram de um recurso interpretativo ou integrativo? Diferencie interpretação analógica e analogia.
R= Os desembargadores utilizaram recurso integrativo, pois no ordenamento jurídico não há lei para feminicídio de transexual. 
Interpretação Analógica: É a interpretação necessária a extrair o sentido da norma mediante os próprios elementos fornecidos por ela.
Analogia: A analogia provoca a aplicação de lei existente em caso semelhante, para o qual as leis existentes são omissas. É utilizada em hipótese excepcional e apenas para beneficiar o réu (analogia in bonam partem), nunca para prejudicar o réu (analogia in malam partem), uma vez que esta afronta o princípio da reserva legal.
b) A matéria trata de feminicídio tentado praticado por quatro jovens menores de 18 anos. Caso a vítima viesse a falecer três meses após em decorrência das agressões sofridas, seria possível imputar tal delito aos envolvidos que tenham completado 18 anos antes do falecimento da vítima?
R= É possível que delitos sejam imputados a menores de 18 anos na seara penal, pois a menoridade não implica em total irresponsabilidade, mas sim na responsabilização pelos atos cometidos, mesmo que com uma forma de punição diferente. O crime seria considerado consumado no momento da agressão da vítima, não do falecimento em decorrência das agressões, mas é possível imputar o fato aos agressores de qualquer forma.
c) Caso a vítima viesse a falecer a caminho do hospital em decorrência da colisão da ambulância na qual se encontrava com um ônibus, o resultado morte seria imputado aos adolescentes?
R= Sim, os adolescentes respondem por lesão corporal, e entra o nexo Causal. (O nexo de causalidade é o vínculo fático que liga o efeito à causa, ou seja, é a comprovação de que houve dano efetivo, motivado por ação, voluntária, negligência ou imprudência daquele que causou o dano.
d) Caso um policial estivesse presente no momento do crime e, por livre e espontânea vontade, decidisse não intervir na defesa da vítima, sua conduta teria relevância penal?
R= Sim, seria omissão de socorro conforme art. 135 CP (Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - deixar de prestar assistência, quando possível faze-lo sem risco pessoal...). Pois o policial tem por lei a obrigação da proteção, cuidado, o dever de agir, conforme art. 13, § 2º CP e art. 301 CPP e art. 144 da CF.
Ainda, com base no roteiro de estudos desta aula e dos estudos realizados, solucione a questão abaixo:
(XXVIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO)
David, em dia de sol, levou sua filha, Vivi, de 03 anos, para a piscina do clube. Enquanto a filha brincava na piscina infantil, David precisou ir ao banheiro, solicitando, então, que sua amiga Carla, que estava no local, ficasse atenta para que nada de mal ocorresse com Vivi. Carla se comprometeu a cuidar da filha de David. Naquele momento, Vitor assumiu o posto de salva-vidas da piscina. Carla, que sempre fora apaixonada por Vitor, começou a conversar com ele e ambos ficam de costas para a piscina, não atentando para as crianças que lá estavam. Vivi começa a brincar com o filtro da piscina e acaba sofrendo uma sucção que a deixa embaixo da água por tempo suficiente para causar seu afogamento. David vê quando o ato acontece através de pequena janela no banheiro do local, mas o fecho da porta fica emperrado e ele não consegue sair. Vitor e Carla não veem o ato de afogamento da criança porque estavam de costas para a piscina conversando. Diante do resultado morte, David, Carla e Vitor ficam preocupados com sua responsabilização penal e procuram um advogado, esclarecendo que nenhum deles adotou comportamento positivo para gerar o resultado. Considerando as informações narradas, o advogado deverá esclarecer que:
a) Carla e Vitor, apenas, poderão responder por homicídio culposo, já que podiam atuar e possuíam obrigação de agir na situação.
b) David, apenas, poderá responder por homicídio culposo, já que era o único com dever legal de agir por ser pai da criança.
c) David, Carla, Vitor poderão responder por homicídio culposo, já que os três tinham o dever de agir.
d) Vitor, apenas, poderá responder pelo crime de omissão de socorro.
LetraA, pois David Pai da Vivi teve quer ir ao banheiro, e pediu para Carla ficar atenta a criança, mas por irresponsabilidade, foi conversar com Vitor de quem gostava e que era salva-vidas do local. Carla e Vitor deveriam estar atentos, e poderiam ter salvo a Vivi. David ainda correu para ir salvar a filha, mas a porta do banheiro emperrou, sendo assim David não tem culpa nenhuma.

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