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Universidade Paulista
Educação a distância 
CURSO: PEDAGOGIA
A IMPORTÂCIA DOS JOGOS E BRINCADEIRAS LÙDICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
SANDRA LÚCIA LOPES DE JESUS – RA1952571
Araguari – MG
 2020
SANDRA LÚCIA LOPES DE JESUS
A IMPORTÂCIA DOS JOGOS E BRINCADEIRAS LÙDICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Trabalho Monográfico – Curso de Graduação – Licenciatura em Pedagogia, apresentado à comissão julgadora da UNIP EaD sob a orientação da professora
Araguari – MG
2020
 Agradecimento
 Agradeço em primeiro lugar a Deus, meu senhor e salvador que esteve comigo em todos os momentos e sabe dos meus sonhos, onde muitas vezes foi meu consolador para buscar forças para superar os obstáculos e desafios no decorrer deste curso.
Agradeço a todas amigas pela amizade e companheirismo, pela motivação e cumplicidade...
Agradeço à minha família por ter sido para mim sempre exemplo de força e dignidade, bem como da minha filha amada que sempre esteve presente, colaborando, encorajando, estimulando e animando, sobretudo, nos momentos mais difíceis e desafiadores dessa trajetória.
Agradeço à todos integrantes da UNIP (Universidade Paulista) pela oportunidade e apoio à minha formação.
Resumo
É muito importante lembrar que através dos jogos e brincadeiras lúdicas, as crianças desenvolvem conhecimentos de uma forma prazerosa e aprendem a lidar diferentes sentimentos e aprendem a conviver e a cooperar com um grupo. O lúdico permite novas maneiras de ensinar, pois ele é capaz de ir ao encontro dos interesses essenciais à criança, pois as atividades lúdicas não são somatórias, mas sim fazem parte do processo de aprendizagem. // Assim sendo, esse tema tem como objetivo mostrar a importância dos jogos e brincadeiras lúdicas na educação infantil na aprendizagem e no desenvolvimento social, afetivo e cognitivo dos alunos da educação infantil.// Os passos metodológicos iniciaram-se com pesquisa bibliográfica qualitativa, os quais os assuntos abordados demonstram as opiniões dos autores pesquisados e suas teorias relacionando os jogos e as brincadeiras de forma lúdica na aprendizagem das crianças em sala de aula dentro da educação infantil. // Concluiu-se que os jogos, as brincadeiras e os brinquedos têm uma importância fundamental e significativa no desenvolvimento integral das crianças da educação infantil, que as atividades lúdicas desenvolvem a concentração, a criatividade, as interações sociais, a comunicação e aprendizado cognitivo de forma prazerosa e expressiva.
Palavras-chave: Jogos. Brincadeiras. Educação Infantil. Lúdico. Aprendizagem.
ABSTRACT
It is very important to remember that through games and play, children develop knowledge in a pleasant way and learn to deal with different feelings and learn to live and cooperate with a group. The playful allows for new ways of teaching, as he is able to meet the essential interests of the child, since the playful activities are not summation, but are part of the learning process. // Therefore, this theme aims to show the importance of games and playfulness in early childhood education in the learning and social, affective and cognitive development of early childhood students.// The methodological steps began with qualitative bibliographic research, which the subjects covered demonstrate the opinions of the researched authors and their theories relating games and play in a playful way in the learning of children in the classroom within early childhood education. // It was concluded that games, games and toys are of fundamental and significant importance in the integral development of children in early childhood education, that playful activities develop concentration, creativity, social interactions, communication and cognitive learning of pleasant and expressive way.
Keywords: Games. Jokes. Child education. Ludic. Learning.
Sumário
Introdução.............................................................................................................07
Capítulo I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................08
1- A IMPORTÂNICA DAS BRINCADEIRAS LÚDICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL..........................................................................................................................08
1.1- Brincar Também Exige Planejamento e Atenção aos espaços e Tempo da Brincadeira.................................................................................................................................14
1.2- O Jogo e o Brincar Lúdico na Construção da Criança.............................................17
1.3- O Lugar do brincar na Aprendizagem.....................................................................20
CAPÍTULO II ..............................................................................................................21
2- O Lúdico e a Construção do Conhecimento...............................................................21
2.1- O Papel do Brinquedo no Desenvolvimento da Aprendizagem..............................24
CAPÍTULO III..............................................................................................................26
3- A Contribuição da Brincadeira no Desenvolvimento do Aprendizado da Criança....26
3.1- O Brincar da Criança Na Educação Infantil............................................................27
3.2- O Papel do Professor como Mediador.....................................................................28
4- Considerações finais..................................................................................31
5- Referências bibliográficas....................................................................33
Introdução
O tema jogos é brincadeiras na Educação Infantil tem como objetivo discutir sobre a sua importância no desenvolvimento da criança, o brincar é uma atividade presente no seu cotidiano, pois brincando elas aprendem a tomar decisões, expressar sentimentos e valores, conhecem a si mesmas, os outros e o mundo, repetem ações prazerosas, partilhando e interagindo com o outro.
Os jogos desenvolvem a afetividade, as representações mentais, a manipulação de objetos, o desempenho das ações físicas e as interações com o outro, contribuem para a aprendizagem e desenvolvimento. Através da brincadeira a criança descobre e assimila sem medo e sem cobrança, a descoberta acontece de forma livre e natural.
O brincar possibilita o desenvolvimento, não sendo somente um instrumento didático facilitador para o aprendizado, já que os jogos, brincadeiras e brinquedos influenciam em áreas do desenvolvimento infantil como: motricidade, inteligência, sociabilidade, afetividade e criatividade. Desse modo, o brinquedo contribui para a criança exteriorizar seu potencial criativo. A capacidade de brincar abre um espaço de decifração de enigmas, além de propiciar o conhecimento de forma natural e agradável, como meio de estimular a socialização, possibilitando à criança agir de forma mais autônoma, ambos são atividades de estimulação capazes de contribuir para o desenvolvimento cognitivo, físico, social e emocional da criança. São aliados da aprendizagem e uma forma prazerosa de obter conhecimento.
Lúdico, palavra do latim que significa brincar, e nela se incluem jogos, brinquedos e brincadeiras, bem como o comportamento de quem á pratica, transformando o indivíduo em um ser consciente. A atividade lúdica tem um papel fundamental na formação da criança, podendo ser utilizado como um rico recurso para as práticas pedagógicas (KISHIMOTO, 2003).
OLIVEIRA (2000), afirma que o ato de brincar acontece em determinados momentos do cotidiano infantil, ou seja, aponta o ato de brincar, como sendo um processo de humanização, no qual a criança aprende a conciliar a brincadeira de forma efetiva, criando vínculos mais duradouros. Assim, as crianças desenvolvem sua capacidade de raciocinar, de julgar, de argumentar, de como chegar a um consenso, reconhecendo o quanto isto é importante para dar início à atividade em si.
Atualmente nossas crianças permanecem muito tempo em frente à televisão, e outros aparelhoseletrônicos e com isso brincam menos, acreditamos que a escola pode colaborar no resgate do brincar para a aquisição de habilidade e conceitos.
Desse modo, foi abordada a importância de se utilizar os brinquedos em sala de aula, pois, assim, as crianças aprendem brincando. Atividades dinâmicas de motivação, utilização de jogos pedagógicos, bem como os momentos de socialização e afetividade oportunizam aprendizagem por meio do mundo imaginário. 
Sendo assim justifica-se a escolha do tema por percebermos que o lúdico pode ser elemento chave na promoção da qualidade da educação e como facilitador que deve ser levado em conta que trabalhar com atividades lúdicas que envolvem a estratégia da utilização dos jogos e das brincadeiras é um processo pelo qual os professores da Educação Infantil desenvolvem em seus alunos habilidades e aprendizagens significativas que contribuem na formação social, afetiva, intelectual, moral e cognitiva nos estudantes desta modalidade de ensino. Com os jogos e brincadeiras surge um aprender brincando, tornando-se assim um recurso e um instrumento de grande valia no ensino-aprendizado das crianças da Educação Infantil. Através dos brinquedos e dos jogos é despertado nas crianças características como observação, reflexão, raciocínio, coordenação motora, comunicação, diferentes pensamentos, maneiras de agir em diferentes situações, o respeito a outros colegas, a solidariedade, surgindo também o medo, raiva, indecisões e as maneiras de resolução para diversas situações que possam impedir o bem estar das crianças no brincar.
Capítulo I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1 A IMPORTÂNCIA DAS BRINCADEIRAS LÚDICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
No início do século XVI, através de pinturas iconográficas há registros de adultos e crianças brincando de Cabra-cega, esconde-esconde e outras brincadeiras, já que não havia distinção de tamanho, idade e tipos de divertimento, pois as crianças também estavam o tempo todo, envolvidas, participando das festas religiosas e teatrais e outros acontecimentos daquela época.
Segundo Kishimoto (2003, p. 27), “Ao brincar a criança vai além do mundo real, quando brinca, a criança toma certa distância da vida cotidiana e entra no mundo imaginário”.
Por meio das brincadeiras as crianças desenvolvem saberes, resolvem conflitos, experimentam sensações, lidam com diferentes sentimentos e aprendem a conviver e a cooperar com um grupo, sendo que a mesma é uma linguagem natural da própria criança.
Não havia separação entre brincadeiras e jogos reservados as crianças e aos adultos, pois estes representavam um elo entre o indivíduo e a sua comunidade; além disso, jogos e brincadeiras representavam, e continuam representando, também, a possibilidade de manutenção e transformação de conteúdos históricos da humanidade. (TEIXEIRA, 2010, p. 32-33).
No século XVII, o ensino de escolarização surge com o objetivo de modificar o processo infantil de buscando melhorar a aprendizagem e o conhecimento, assim sendo a escola passa a assumir um grande papel importante de educar, retirando a criança do contato com o adulto e trazendo para o convívio com outras crianças da sua idade. Segundo isso Azevedo (1999, p.36) afirma que “A escola dos tempos modernos tornou-se um meio de isolar cada vez mais a criança do mundo dos adultos durante um período de formação moral e intelectual e adestrá-la sob regime disciplinar rigoroso e autoritário.”
Assim sendo, neste período a criança passa a ser vista como uma página em branco e por ser um primitivo irracional e não pensante, necessitava de orientação.
Então, procurou-se, neste período, despertar na criança a responsabilidade de adulto. 
Azevedo, com base nos estudos de Áries, destaca que:
A criança passou de uma posição de anonimato para uma posição de “adulto em miniatura”. Se o primeiro sentimento de infância é um sentimento que surge naturalmente na convivência com a família, o segundo é um sentimento que surge de fora dos confessores e moralistas, que repugnavam a paparicação e que pensavam recuperar, construir, ou ainda, reconstruir a criança para a sociedade, num movimento que toma muita força a partir do século XVIII (AZEVEDO, 1999, p.35).
Dentro do contexto social e educacional, de acordo com Arantes (2006) a oportunização do brincar assumiu características próprias, pois seu papel dentro do campo da educação cresceu e hoje. Podemos afirmar, com segurança, que ela é um agente de mudança do ponto de vista educacional e, por acreditar nesta afirmação, consideramos que o desenvolvimento da criança acontece principalmente através do lúdico. Toda criança precisa brincar para crescer, precisa do jogo como forma de equilíbrio com o mundo. Brincando e jogando, a criança reproduz as suas vivências, transformando o real de acordo com seus desejos e interesses.
Por isso, pode-se dizer que através do brinquedo e do jogo, a criança expressa, assimila e constrói sua realidade. É o reconhecimento do valor inerente ao prazer de pertencer a esse enorme tabuleiro em que ganhamos, perdemos, jogamos, e aprendemos sempre.
Assim, acreditamos que, todo jogo, brinquedo ou brincadeira é como uma parte da cultura que está sendo manipulada pela criança, que aprende, então, sobre modo e costumes da vida cotidiana, transferir e transformar a realidade interna e externa da criança.
Jogos e brincadeiras, muitas vezes são palavras pronunciadas de forma apressada como se fosse a mesma coisa. É certo que o jogo e o brincar podem se constituir ferramentas de suporte para a aprendizagem da criança e para complementar o trabalho do docente. Logo, se faz necessário diferenciar estes dois termos. 
Para Oliveira,
Por meio da brincadeira, a criança pequena exercita capacidades nascentes, como as de representar o mundo e de distinguir entre pessoas, possibilitadas especialmente pelos jogos de faz-de-conta e os de alternância respectivamente. Ao brincar, a criança passa a compreender as características dos objetos, seu funcionamento, os elementos da natureza e os acontecimentos sociais. Ao mesmo tempo, ao tomar o papel do outro na brincadeira, começa a perceber as diferenças perspectivas de uma situação, o que lhe facilita a elaboração do diálogo interior característicos de seu pensamento verbal. (OLIVEIRA 2003, p. 160),
O jogo geralmente apresenta um caráter competitivo, ou seja, possibilita uma competição resultando em ganhadores e perdedores. Este ponto de vista está diretamente relacionado a forma como alguns adultos entendem esta ferramenta. Para muitos, o jogo é uma ação que difere do brincar. É importante que tenhamos claro que não podemos considerar o jogo apenas como uma competição, pois a concepção de jogo está interligada tanto ao brinquedo quanto à brincadeira. O jogo, é uma atividade mais estruturada e constituída por um princípio de regras mais diretas. Uma característica importante do jogo é a sua definição adotada tanto pelas crianças quanto por adultos.
O brincar é muito importante e necessário para a sociedade, pois esta se torna mais criativa, saudável e contribui para formação cognitiva, afetiva, psicológica e física do individuo. Segundo Freire,
[...] a criança que não brinca, não se aventura em algo novo desconhecido. Se, ao contrario, é capaz de brincar, de fantasiar, de sonhar, está revelando ter aceitado o desafio do crescimento, a possibilidade de errar de tentar e arriscar para progredir e evoluir. (FREIRE, 2002 p. 46).
À medida que a criança vai se desenvolvendo fisicamente, as brincadeiras vão tomando dimensão mais socializadora, os participantes se encontram, numa atividade comum e ao mesmo aprendem a coexistência, contudo lhes possibilita aprender, como lhe dar com respeito mútuo, bem como partilhar brinquedos, dividir tarefas e tudo aquilo que implica uma tarefa coletiva no seu dia-a-dia.
Além disso, acreditamos que é brincando que a criança começa a se relacionar com as pessoas, que ela descobre o mundo, se desenvolve com o que ela aprendeu, a criança desenvolve com mais saúde, elimina o estresse, aumenta a criatividade e a sensibilidade, estimulaa sociabilidade. Brincar é um dos alimentos mais importantes da infância. Brincar é a atividade que permite que a criança desenvolva, desde os primeiros anos de vida, todo o potencial que tem. Por fim, acredita-se que é a brincadeira que faz a criança ser criança.
Por outro lado, a brincadeira tem uma associação mais característica com o universo infantil, significa divertimento, entretenimento, passatempo, mas não necessariamente brincar por brincar, pedagogicamente falando sempre é possível tornar o brincar em uma situação de aprendizagem, na qual a criança possa aprender brincando, desenvolvendo o poder da tomada de decisões e a autonomia, tornando-se um indivíduo que reconhece a si mesmo, ao outro e constrói sua identidade por meio de variadas linguagens característica da criança.
O processo de construção da identidade e da autonomia é algo que vai se construindo na infância, sendo influenciado por meio das interações e pelo meio vivido pela criança. 
De acordo com Kishimoto,
Para a criança, o brincar é a atividade principal do dia-a-dia. É importante porque dá a ela o poder de tomar decisões, expressar sentimentos e valores, conhecer a si, aos outros e o mundo, de repetir ações prazerosas, de partilhar, expressar sua individualidade e identidade por meio de diferentes linguagens, de usar o corpo, os sentidos, os movimentos, solucionar problemas e criar. (KISHIMOTO, 2010 p.01).
Neste sentido os brinquedos e as brincadeiras são ferramentas lúdicas que auxiliam no processo de desenvolvimento da aprendizagem e da construção da identidade assim como o interesse por novos conhecimentos de forma dinâmica e prazerosa. Os jogos, os brinquedos e as brincadeiras geralmente fazem parte do cotidiano das crianças como fontes de lazer e de entretenimento e em várias escolas são utilizadas como ferramentas de estimulação de aprendizagem.
Vale ressaltar, que o brincar não pode ser entendido como uma atividade para ocupar o tempo das crianças, nem tão pouco apenas recreação. Ao brincar a criança interage consigo mesma e com o mundo, contribuindo assim para o seu desenvolvimento.
Diante das discussões acima, considero que é importante que o educador reconheça o quanto o jogo e a brincadeira são elementos essenciais no processo de ensino-aprendizagem, contribuindo para o desenvolvimento das crianças e tornando a aprendizagem dos conteúdos prazerosa, lúdica e significativa.
As escolas de educação infantil podem ser vistas como um local que favorece o desenvolvimento infantil em seus diversos sentidos, e o referencial da Educação Infantil ao contemplar a brincadeira como uma das questões presentes durante a vivência para as crianças que fazem parte deste universo, já apontam a importância dessa ação para o desenvolvimento e para o aprendizado da criança. 
Nesta perspectiva tanto para Vygotsky (1984) como para Piaget (1975), o desenvolvimento não é linear, mas evolutivo e, nesse trajeto, a imaginação se desenvolve. Uma vez que a criança brinca e desenvolve a capacidade para determinado tipo de conhecimento, ela dificilmente perde esta capacidade. É com a formação de conceitos que se dá a verdadeira aprendizagem e é no brincar que está um dos maiores espaços para a formação de conceitos.
Esse espaço para o brincar dentro da escola através da inclusão do lúdico nas propostas pedagógicas, possibilitam o desenvolvimento infantil, sobretudo, quando se trata da questão do imaginário, da aquisição dos símbolos quando a criança faz associações e recria no momento em que brinca proporcionando novas vivências e por consequência desenvolvimento.
Ao observarmos uma criança numa idade que compreende ao período escolar da educação infantil realizando algum tipo de atividade, é perceptível que o brincar é ação constante em suas atitudes. A utilização do brinquedo com a finalidade pedagógica na educação infantil é importante para pensar na relevância existente na utilização desses materiais no processo de desenvolvimento da criança e também de sua aprendizagem. Quando se trata de crianças no nível pré-escolar, o fato de que elas aprendem de modo intuitivo durante os processos de interação com as ações que acontecem ao seu redor e o brinquedo pode interferir de forma positiva no momento dessa aprendizagem.
A partir da criação de momentos de ludicidade/ brincadeira por um adulto com a intenção de criar um estimulo ou colaborar para algum tipo de aprendizagem direcionada, apresenta-se a dimensão chamada por Kishimoto (2003) de dimensão educativa, nesse momento o educador cria e mantém as condições do jogo e a possibilidade de brincar com ele, mas no entremeio da brincadeira ele encontra formas para potencializar a aprendizagem ao mesmo momento em que a criança está brincando.
Ao adquirir o papel de atividade lúdica o brinquedo educativo precisa ter algumas características: a função lúdica quando ele propicia a diversão e a função educativa, quando ele tem em seus objetivos ensinar qualquer coisa que agregue a criança conhecimento, e, sobretudo, nova experiências para a assimilação do mundo e por consequência um desenvolvimento.
Também é importante perceber que além da brincadeira educativa direcionada, o aprendizado também existe quando acontece a brincadeira livre aquela em que a criança decide o início, o andamento e as regras, este tipo de brincadeira pode acontecer fora ou dentro da sala de aula.
Este brincar que kishimoto denomina como “dotado de natureza livre” também contribui para o processo de desenvolvimento da criança.
No momento em que se utiliza um brinquedo numa classe de educação infantil ele pode possibilitar inúmeras aprendizagens, inclusive outras muitas além da qual ele foi direcionado e isso varia de criança para criança. O fato é que apesar de poder proporcionar uma riqueza de situações de aprendizagem, não é possível ter certeza de que de que a construção do conhecimento projetada pelo professor, no momento em que decidiu fazer a utilização deste jogo, será realizada pela criança.
Fazer o uso de jogos, por contar com uma motivação interna da criança, acaba por potencializar o trabalho pedagógico que se deseja fazer e também estimula o desenvolvimento da criança, contribuindo para que ocorra uma aprendizagem prazerosa.
1.1 Brincar Também Exige Planejamento e Atenção aos Espaços e Tempo da Brincadeira
O brincar é nato da criança, assim como é um direito da mesma, proporciona aprendizagem e desenvolvimento. Partindo desta concepção, sempre valorizei o “aprender brincando“ em minha prática pedagógica na educação infantil. Nos diversos projetos que participei sempre busquei inserir a brincadeira e o jogo nas atividades propostas, como por exemplo, resgate de brincadeiras mais antigas ou mesmo na construção de brinquedos utilizando materiais reutilizáveis. Considero que colhi bons resultados ao longo dos meus anos de docência. As crianças se empolgam muito e vamos percebendo a satisfação das mesmas em participar.
Uma das principais finalidades da educação é proporcionar a socialização, por este motivo sempre busquei incentivar as atividades em grupos que envolvam trocas de ideias e que possibilitam a cooperação. Considero que o jogo apresenta um papel importante neste sentido. Logo, esta prática deve ser uma ação constante no cotidiano das crianças e dos docentes e como toda ação desenvolvida na escola, deve ser planejada. Quando o educador recorre aos jogos, ele passa a criar um ambiente de motivação que possibilita aos alunos compartilharem ativamente o processo de desenvolvimento e aprendizagem. 
Kishimoto afirma: 
Os jogos têm diversas origens e culturas que são transmitidas pelos diferentes jogos e formas de jogar. Este tem função de construir e desenvolver uma convivência entre as crianças estabelecendo regras, critérios e sentidos, possibilitando assim, um convívio mais social e democracia, porque “enquanto manifestação espontânea da cultura popular, os jogos tradicionais têm a função de perpetuar a cultura infantil e desenvolver formas de convivência social”. Kishimoto (KISHIMOTO, 2010, p.15)
Para o desenvolvimento de atividades que façam uso de jogos e brincadeiras, também se faz necessário buscar relações com a realidade do aluno e a faixa etária apropriada, por isso o planejamento ainda se constitui em uma ferramenta importante, pois é através do mesmo que o professor deve planejar as brincadeiras e os jogos envolvendo a interdisciplinaridade e a contextualização, ao mesmo tempo em que deve ter muito claro que tais atividades não devem servir como simples instrumentos de elucidação da aula, mas que seja significativo para as crianças, tendo correspondência com suas experiências, seus interesses e necessidades. 
Diante do exposto e considerando a importância dos jogos e brincadeiras para o desenvolvimento da criança, o projeto que mais se destacou em minha prática pedagógica foi Brincando e aprendendo, sendo o objetivo principal de estimular a aprendizagem das crianças de forma lúdica. Para isso, foi desenvolvido próximo ao dia da criança e elaborado juntamente com a supervisão da escola. A fundamentação teórica do projeto tomou por base o Projeto Político Pedagógico da escola. 
Para o desenvolvimento da temática, sempre busquei estar de acordo com os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Tais documentos preconizam princípios coerentes com a proposta que buscava desenvolver com minha turma, como por exemplo, a questão da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da liberdade de expressão. 
Partindo deste pressuposto foi realizado um cronograma na semana da criança com atividades lúdicas e interdisciplinares envolvendo entre elas oficinas de pintura a dedo, para melhor percepção do seu eu e oficinas de confecção de brinquedos a partir de materiais reutilizáveis, para a conscientização ambiental. Além disso, também foi proposta uma confecção de uma escultura a partir de materiais diversos como tinta serragem, jornal e cola. 
O cronograma também destinava o dia do brinquedo preferido. Nesta ocasião as crianças traziam de casa o brinquedo que mais gostavam e tinham que descrever para seus colegas a história daquele objeto. Outra atividade era a do resgate das brincadeiras de infância com participação dos pais em entrevistas orais e escritas. 
A brincadeira pode ser vista como um importante conteúdo no processo de ensino-aprendizagem principalmente na educação infantil. Conforme já apresentado deve ser uma atividade bem planejada para proporcionar o desenvolvimento de uma aprendizagem significativa, envolvente, lúdica e prazerosa. Para isso, o professor deve buscar metodologias fundamentadas em concepções que contribuam para o desenvolvimento integral da criança na educação infantil. 
Portanto de acordo com Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, p. 196). Cabe, “[...] ao professor planejar uma sequência de atividades que possibilite uma aprendizagem significativa para as crianças, nas quais elas possam reconhecer os limites de seus conhecimentos, ampliá-los e/ou reformulá-los”.
 Neste sentido é necessário que haja no planejamento do professor a organização de uma rotina bem estruturada, com finalidades específicas as necessidades das crianças. O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil preconiza:
A rotina representa, também, a estrutura sobre a qual será organizado o tempo didático, ou seja, o tempo de trabalho educativo realizado com as crianças. A rotina deve envolver os cuidados, as brincadeiras e a situações de aprendizagens orientadas. (BRASIL, V.1, 1998, p.54)
Desta forma entendemos que, assim como as outras etapas de ensino, a educação infantil necessita de um planejamento contínuo que proporcione uma rotina, que além do cuidar e do educar ofereça oportunidade de inserção do brincar, para que acentuem nas crianças as capacidades cognitivas, a percepção visual e temporal e, sobretudo a identidade e a autonomia.
Assim como planejar é essencial para a execução das atividades propostas na educação infantil, o tempo e o espaço também são questões importantes a serem pensadas, analisando sempre se estão de acordo com cada atividade e sua avaliação. 
Garantir a acessibilidade de espaços e tempos deve ser um dos objetivos da proposta pedagógica da instituição de educação infantil, assim como as condições para o trabalho coletivo, o espaço do brincar deve proporcionar acessibilidade ao reconhecimento de suas especificidades etárias e as singularidades individuais e coletivas, possibilitando ao aluno o acesso as diversas linguagens, bem como o direito de ter amigos e de brincar para que haja a troca de experiências. De acordo com as Diretrizes Curriculares nacionais para a Educação Infantil:
A proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve ter como objetivo garantir a criança acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à convivência e a interação com outras crianças. (BRASIL, 2010, p.18.). 
Além disso, reafirmo que a educação infantil tem o papel de oferecer um tempo e um espaço, no qual o educar e o cuidar estejam entrelaçados, possibilitando às crianças construir aprendizagens significativas. Para isso é importante que os docentes busquem metodologias lúdicas e prazerosas que estimulem a vontade de aprender sempre, consigo mesmo, com os objetos e com o outro, a fim de ampliar suas habilidades e conhecimentos.
1.2 O Jogo e o Brincar Lúdico na Construção da Criança
Ao conceituar o jogo, deparou-se com uma série de definições que se aproximam, em alguns aspectos e que se distanciam em outros, pois é muito comum se encontrar os termos sendo usados indistintamente, em que uns substituindo outros sem preocupação com a especialização conceitual.
A palavra jogo vem do latim, que segundo Freire (2002), Jocus que significa gracejo, zombaria, simular, brincar. Kishimoto (2003) afirma, jogo significa ação de jogos, brincadeira na qual enfrentam regras para obter um vencedor, o qual recebe o apostado em dinheiro, jogo de louça, roupas, brinquedo, diversão para as pessoas, coisa usada para criança divertir-se.
Teixeira (2010) aponta que jogo como uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatória, dotado de um fim em si mesmo, através de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente da vida cotidiana. 
“O jogo da criança não é equivalente ao jogo para o adulto, pois não é uma simples recriação. Quando joga, o adulto se afasta da realidade, enquanto a criança, ao brincar/jogar, avança para novas etapas de domínio do mundo que a cerca”. (TEIXEIRA, 2010, p. 57).
O brincar é nato da criança, assim como é um direito da mesma, proporciona aprendizagem e desenvolvimento. Partindo desta concepção, sempre valorizei o “aprender brincando“ em minha prática pedagógica na educação infantil. Nos diversos projetos que participei sempre busquei inserir a brincadeira e o jogo nas atividades propostas, como por exemplo, resgate de brincadeiras mais antigas ou mesmo na construção de brinquedos utilizando materiais reutilizáveis. Considero que colhi bons resultados ao longo dos meus anos de docência. As crianças se empolgam muito e vamos percebendo a satisfação das mesmas em participar.
Podemos dizer que os mais diferentes tipos de jogos acabam fazendo parte de nossas vidas, seja na infância, adolescência ou fase adulta. O modo como vamos vivenciá-los e interpretá-los é que fará a diferença na assimilação ou aprendizagem que poderemos ter para com eles.
Kishimoto (2003) afirma que o jogo depende de cada linguagem do contexto social. A noção de jogos não nos remete a língua particular de uma ciência, mas a um uso do cotidiano, respeitando o uso cotidiano e social da linguagem.
A criança cria uma situação imaginária, assume o papel e age comotal, se transformando e mudando também o significado dos objetos de acordo com sua vontade, sem se preocupar com a sua adaptação à realidade concreta.
O jogo é uma atividade que contribui para o desenvolvimento da criatividade da criança tanto na criação como também na execução. Os jogos são importantes, pois envolvem regras como ocupação do espaço e a percepção do lugar.
Kishimoto afirma que:
Os jogos têm diversas origens e culturas que são transmitidas pelos diferentes jogos e formas de jogar. Este tem função de construir e desenvolver uma convivência entre as crianças estabelecendo regras, critérios e sentidos, possibilitando assim, um convívio mais social e democracia, porque “enquanto manifestação espontânea da cultura popular, os jogos tradicionais têm a função de perpetuar a cultura infantil e desenvolver formas de convivência social.” (KISHIMOTO, 2003, p. 45)
Na atualidade, já há algumas tendências em que o educador elabora jogos e brincadeiras que exigem mais raciocínio lógico das crianças. Essas atividades terminam favorecendo o desenvolvimento de habilidades motrícias e sensoriais e estimulam o raciocínio, ou seja, jogos de construção e não fabricados por uma indústria qualquer. 
O jogo pode ser considerado um dos elementos fundamentais para que os processos de ensino e de aprendizagem podendo superar os conteúdos prontos, acabados e repetitivos, que tornam a educação escolar tão maçante, sem vida e sem alegria. O jogo pode ser um elemento importante pelo qual a criança aprende, sendo sujeito ativo desta aprendizagem que tem na ludicidade o prazer de aprender.
O jogo carrega em si um significado muito abrangente. É construtivo porque pressupõe uma ação do indivíduo sobre a realidade. É carregado de simbolismo, reforça a motivação e possibilita a criação de novas ações e o sistema de regras, que definem a perda ou o ganho. Nem todos os jogos e brincadeiras são sinônimos de divertimento, pois a perda muitas vezes pode ocasionar sentimentos de frustração, insegurança, rebeldia e angústia. Dessa forma, são sentimentos que devem ser trabalhados principalmente na escola, para que não se perpetuem impossibilitando que a criança tenha novas iniciativas.
A brincadeira é a atividade mais típica da vida humana, por proporcionar alegria, liberdade e contentamento. É a ação que a criança desempenha ao concretizar as regras do jogo e ao mergulhar na ação lúdica. Pode-se dizer que é o lúdico em ação.
Assim, o brincar como atividade livre e espontânea, é responsável pelo desenvolvimento físico, moral, cognitivo, os dons ou brinquedos, objetos que subsidiam atividades infantis. Entende também que a criança necessita de orientação para o seu desenvolvimento, perspicácia do educador levando-a a compreender que a educação é um ato institucional que requer orientação.
O jogo e o brincar estimulam o raciocínio e a imaginação, e permitem que a criança explore diferentes comportamentos, situações, capacidades e limites. Faz-se necessário, então, promover a diversidade dos jogos e brincadeiras para que se amplie a oportunidade que os brinquedos podem oferecer.
De acordo com Oliveira,
“... a criança quando brinca aprende a se expressar no mundo criando ou criando novos brinquedos e, com eles, participando de novas experiências e aquisições. No convívio com outras crianças trava contato com a sociabilidade espontânea, ensaia movimentos do corpo, experimenta novas sensações”. (Oliveira, 1984, p.43)
Assim brincando, a criança desenvolve uma estrutura de organização para relações emocionais que lhe dá condições para o desenvolvimento das relações sociais. Sendo assim, a escola e principalmente, a educação infantil deveria considerar o lúdico como parceiro e utilizá-lo amplamente para atuar no desenvolvimento e na aprendizagem da criança.
Ao adotarmos atividades lúdicas como propostas de trabalho, proporcionamos ao aluno interagir ativamente com seu ambiente e a ambiente escola de maneira que todas as suas potencialidades sejam envolvidas na construção do conhecimento.
A brincadeira de forma geral deve ser incluída em todos os currículos das Instituições que trabalham com a Educação Infantil e o professor deve ser bem preparado em sua formação para utilizar as brincadeiras com as crianças mantendo um vinculo entre aprendizado e diversão.
Para o desenvolvimento de atividades que façam uso de jogos e brincadeiras, também se faz necessário buscar relações com a realidade do aluno e a faixa etária apropriada, por isso o planejamento ainda se constitui em uma ferramenta importante, pois é através do mesmo que o professor deve planejar as brincadeiras e os jogos envolvendo a interdisciplinaridade e a contextualização, ao mesmo tempo em que deve ter muito claro que tais atividades não devem servir como simples instrumentos de elucidação da aula, mas que seja significativo para as crianças, tendo correspondência com suas experiências, seus interesses e necessidades.
1.3 O Lugar do Brincar na Aprendizagem
Na teoria piagetiana, a brincadeira não recebe uma conceituação específica. Entendida como ação assimiladora, a brincadeira aparece como forma de expressão da conduta, dotada de características espontânea e prazerosa, onde a criança constrói conhecimentos.
Para PIAGET (1971), quando brinca, a criança assimila o mundo à sua maneira, sem compromisso com a realidade, pois sua interação com o objetivo não depende da natureza do objeto, mas da função que a criança lhe atribui.
O brincar representa uma fase no desenvolvimento da inteligência, marcada pelo domínio da assimilação sobre a acomodação, tendo como função consolidar a experiência passada. 
As brincadeiras são admiráveis instrumentos de realização para o ser humano, especialmente para as crianças; reúnem potencialidades de concentrar a atenção descobrirem erros e especialmente, de permanecer em atividade. Está claro que as brincadeiras desempenham um papel decisivo para converter as crianças de nossos dias em adultos maduros, com grande imaginação e autoconfiança.
A brincadeira é o caminho que percorremos felizes, expressando o que nos vai ao coração revelando o nosso eu autêntico, nosso modo livre e criador de curtir a vida; viramos crianças quando já não o somos mais. A diferença para as crianças é que vivem ainda um tempo mesmo de ser criança e de brincar.
Na psicologia cognitiva, a criança constrói um conceito através de um processo lento e gradual. Daí a necessidade de iniciá-la informalmente, desde cedo, por meio de jogos, em atividades manipuláveis e de exploração espontâneas e intuitivas. Quando a criança brinca livremente com objetos e materiais constam-se suas diferenças e semelhanças, podendo assim, afirmar que a criança aprende muito enquanto joga e brinca.
Atitudes e situações assim estimulam a criança a pensar por si própria e a elaborar cada vez mais sua rede interna de conhecimento. Expor desafios e atingir princípios como a construir e desenvolver a inteligência. Numa visão construtivista, isso significa ser capaz de adaptar-se às demandas do ambiente, transformando o pensamento em ação e ação em movimento.
Com relação a isso, Piaget (1975) nos relata que os jogos e brincadeiras facilitam a construção do conhecimento, tornando-se prazeroso e desejável por todos. Assim, a criança se sente segura em relação às outras e a ela mesma, capaz de lançar hipóteses e curiosidades sobre o meio.
Portanto, o jogo e a brincadeira permitem o relacionamento da criança com o objeto num processo interacionista, onde a assimilação remite a adaptação das ações dos mesmos, provocando e encarando uma acomodação com o objeto.
Nesta concepção, o brincar promove o desenvolvimento, porque está impregnado de aprendizagem. E isto ocorre porque os sujeitos, ao brincar de forma dirigida, passam a lidar com regras que lhes permitem a compreensão do conjunto de conhecimentos veiculados socialmente, permitindo-lhes novos elementos para apreender os conhecimentos futuros.
A criança, colocada diante de situações lúdicas, apreende a estrutura lógica da brincadeira e, destemodo, apreende também a estrutura matemática presente. O jogo deve estar carregado de conteúdo cultural. È visto como conhecimento feito e também se fazendo, é educativo.
CAPÍTULO II
2 O LÚDICO E A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
Tanto os estudos de Piaget quanto de Vygtsky nos levam a refletir os significados dos jogos, brinquedos e das brincadeiras e os seus valores que influenciam o desenvolvimento da criança na construção da personalidade que envolve um intercâmbio entre o afetivo e o cognitivo. Desenvolvendo a partir deles as relações interpessoais, o conhecimento lógico matemático, a representação do mundo, a linguagem e também da leitura e escrita.
A cerca de acontecimentos históricos que a educação vem evoluindo ao passo de cada época, talvez o lúdico seja a primeira ferramenta utilizada por professores, filósofos e ainda estudiosos de diversas áreas. Sócrates, Platão, Aristóteles, quando lecionavam para seus alunos, os levavam para buscar o conhecimento além das paredes de sala de aula, assim mediando o conhecimento prévio de cada indivíduo, e estimulando o aprendizado através de materiais que a própria natureza disponibilizava ao redor de seus alunos. Isso deixa claro que desde inicio a educação já se tinha contato com objeto, e ou, o conhecimento concreto obtendo resultados positivos no aprendizado. 
Diferentemente do que as escolas adotavam dentro de suas regras, que apenas livro e professor eram o suficiente para que o aluno conseguisse aprender, desprezando os conhecimentos prévios, o questionamento e as opiniões dos alunos, pois, a sociedade acreditava que era somente a escola que possuía tal conhecimento intelectual, é aí que começamos a perceber a possibilidade, a facilidade de se aprender, quando estamos brincando, pois na atividade lúdica, como na vida, há um grande número de fins definidos e parciais, que são importantes e sérios, porque consegui-los é necessária ao sucesso e, consequentemente, essencial a satisfação que o ser humano procura, a satisfação oculta, neste caso seria o de aprender.
Nesse sentido, o lúdico vem ganhando atenção no meio acadêmico pela crescente quantidade de contribuições para a sua conceituação e reflexão, mas poucos têm constatado sua aplicação e sistematização enquanto ferramenta pedagógica, visto que, através das atividades lúdicas, as crianças adquirem marcos de referenciais significativos que lhes permitem conhecer a si mesmas, descobrir o mundo dos objetos e o mundo dos outros, experimentando também, situações de aventura, ação e exploração, como características impostergáveis da infância.
Segundo Piaget,
A atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo por isso, indispensável à pratica educativa. É pelo fato de o jogo ser um meio tão poderoso para a aprendizagem das crianças que em todo lugar onde se consegue transformar em jogo a iniciação à leitura, ao cálculo ou a ortografia, observa-se que as crianças se apaixonam por essas ocupações, geralmente tidas como maçantes. (PIAGET, 1975 p.37)
As atividades lúdicas sejam elas, o brinquedo, o jogo ou a brincadeira, proporcionam uns encantamentos em crianças, adolescentes e adultos. O ato de brincar faz parte da natureza do ser humano, favorecendo o desenvolvimento, fazendo com que aconteça uma interação entre o ser e o desejo de descobrir o que acha impossível. Na criança quase todas as atividades que envolvem a ludicidade, a leva a adivinhar e antecipar as estratégias, formulando o resultado final do objetivo lógico proporcionado pela ação vivenciada.
Por meio da ludicidade a criança envolve-se na ação e sente a necessidade de socializar com o outro. O brinquedo como suporte da brincadeira tem a consequência de fazer com que a criança estimula-se no momento vivenciado. Jogando, brincando e cantando, a criança obterá um desenvolvimento para estimular suas capacidades em atuações futuras no profissional, afetivo e na concentração em mais de uma habilidade.
Segundo Piaget (1975), os jogos estão diretamente ligados ao desenvolvimento mental da infância; tanto a aprendizagem quanto as atividade lúdicas constituem uma assimilação do real. Enquanto que Azevedo (1999) diz que a brincadeira simboliza a relação pensamento ação da criança, e, sendo assim, constitui-se provavelmente na matriz formas de expressão da linguagem (gestual, falada e escrita).
Quando a criança entra no mundo do imaginário, começa uma nova fase na sua capacidade de lidar com o mundo real, com os símbolos e com as representações. Então a criança precisa participar e vivenciar novas ideias em nível simbólico para relacionar os significados na vida real. Ainda que já possua conhecimentos de determinados objetos ou que já tenha vivido certas situações, a compreensão do aprendizado desenvolvido pela ação do objeto fica clara quando representam no seu mundo imaginário.
O efeito da ludicidade permite criar uma Pedagogia do Afeto na Escola, seguida do amor e da afetividade, cujo os sentimentos as levam a superar medos, frustações e indisciplinas no espaço escolar e social, promovendo uma relação educativa que pressupõe o conhecimento de sentimentos próprios e alheios, que requerem do mediador o envolvimento afetivo, cognitivo de todo um processo envolvente do sujeito-ser-criança. O que nos levam a valorizar a bagagem de conhecimentos prévios do ser em desenvolvimento. 
É com afetividade, atenção dada ao educando que educadores conseguirão estimular por meio das relações vividas que poderão construir um vínculo de afeto, atingindo uma totalidade no objetivo principal que é o envolvimento de maneira eficaz no aprendizado.
As aulas lúdicas pelo jogo parecem preencher lacunas importantes, além do afeto no âmbito da sala de aula, entre elas a alegria. É importante acrescentar a atuação da disciplina livremente consentida, já que os jogos são disciplinadores no sentido de que sem ordem não há jogo. O bastante explorado caráter socializador aproxima os envolvidos aos sentimentos de solidariedade. Somos movidos pelo prazer de ser e de fazer.
2.1 O Papel do Brinquedo no Desenvolvimento da Aprendizagem
É por meio do brinquedo que a criança se apropria do mundo real, domina conhecimentos, se relaciona e se integra culturalmente. É no brinquedo que a criança consegue ir além do seu comportamento habitual, atuando num nível superior ao que ela realmente se encontra.
No entender de Vygotsky, é no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva que depende de motivações internas. Para uma criança muito pequena os objetos têm força motivadora, determinando o curso de sua ação, já na situação de brinquedo os objetos perdem essa força motivadora e a criança, quando vê o objeto, consegue agir de forma diferente em relação ao que vê, pois ocorre uma diferenciação entre os campos do significado e da visão, e o pensamento que antes era determinado pelos objetos do exterior, passa a ser determinado pelas ideias. 
É na atividade e, sobretudo, no brinquedo que a criança supera os limites da manipulação dos objetos que a cercam e se insere num mundo mais amplo.
Segundo leontiev,
O brinquedo é a atividade principal da criança, aquela em conexão com a qual ocorrem as mais significativas mudanças no desenvolvimento psíquico do sujeito e na qual se desenvolvem os processos psicológicos que preparam o caminho da transição da criança em direção a um novo e mais elevado nível de desenvolvimento. (LEONTIEV, 1998).
Vygotsky afirma também que uma brincadeira que interessa a uma criança de três anos pode não despertar nenhum interesse a uma criança de seis anos ou mais; isso ocorre porque a brincadeira não é uma atividade estática, ela evolui e se modifica na medida em que a criança cresce.
Outro aspecto importante a ser examinado na brincadeira infantil e sua função no desenvolvimento da criança é o conceito de “zona de desenvolvimento proximal”, ou “zona de desenvolvimento imediato”, em Vygotsky (2001).
O brinquedo cria na criança uma zona de desenvolvimento proximal, que é por ele definida como a distância entre o nívelde desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes. (VYGOTSKY, 1998, p.112).
É nesse sentido que a brincadeira pode ser considerada um excelente recurso a ser usado quando a criança chega à escola, por ser parte essencial de sua natureza, podendo favorecer tanto aqueles processos que estão em formação, como outros que serão completados.
Visto dessa forma, não há dúvidas do quanto o brinquedo influencia o desenvolvimento da criança. Ainda que não seja, conforme Vygotsky (1998), é através da brincadeira que a criança obtém as suas maiores aquisições.
Portanto, a brincadeira é uma situação privilegiada de aprendizagem infantil onde o desenvolvimento pode alcançar níveis mais complexos, exatamente pela possibilidade de interação entre os pares em uma situação imaginária e pela negociação de regras de convivência e de conteúdos temáticos.
Brincando as crianças recriam o mundo, refazem os fatos, não para mudá-los simplesmente para contestá-los, mas para adequá-los aos filtros da compreensão. E há dois tipos de filtros: o cognitivo e o afetivo. Algo pode caber ao cognitivo, mas não no afetivo. O brinquedo e o jogo facilitam o trânsito do cognitivo para o afetivo.
O brinquedo é oportunidade de desenvolvimento. Brincando a criança experimenta, descobre, inventa, aprende e confere habilidades. Além de estimular a curiosidade, a autoconfiança e a autonomia, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração e atenção. 
Para que o brinquedo seja significativo para a criança é preciso que tenha pontos de contato com a sua realidade. Através da observação do desempenho das crianças com seus brinquedos podemos avaliar o nível de seu desenvolvimento motor e cognitivo. No lúdico, se suas potencialidades e ao observá-las poderemos enriquecer sua aprendizagem, fornecendo através dos brinquedos os nutrientes ao seu desenvolvimento.
CAPÍTULO III
3 A CONTRIBUIÇÃO DA BRINCADEIRA NO DESENVOLVIMENTO DO APRENDIZADO DA CRIANÇA 
A brincadeira é uma linguagem natural da criança e é importante que esteja presente na escola desde a educação infantil para que o aluno possa se colocar e se expressar através de atividades lúdicas, considerando-se como lúdicas a brincadeiras, os jogos, a música, a arte, a expressão corporal, ou seja, atividades que mantenham a espontaneidade das crianças. 
A brincadeira é uma linguagem infantil e quando brinca a criança tem o domínio da linguagem simbólica, ou seja, da imaginação. No ato de brincar, as crianças fazem sinais e gestos, e ao brincar elas recriam os objetos e repensam os acontecimentos que os rodeiam. 
Ao realizar brincadeira, a criança se torna um ser criativo, responsável e trabalhador, são lições que ela aprende sozinha e que ninguém poderá ensiná-la. Essas lições são retomadas na sua vida adulta frente a diferentes situações tendo o discernimento para resolvê-las. 
Para que as crianças exercitem sua capacidade de criar é necessário que haja riqueza e diversidade nas experientes que lhe são oferecidas, sejam elas em casa ou na escola, voltadas à brincadeira ou a aprendizagem. 
Brincando a criança estará favorecendo sua autoestima, contribuindo também para interiorizar determinados valores. Nas brincadeiras as crianças transformam os conceitos já adquiridos em conceitos gerais, com os quais ela brinca.
Pela experiência de vivencia brincadeiras imaginativas e criadas por ela mesma, fazendo com que acionem seus pensamentos para a resolução de problemas, o que muito importante e significativo no seu desenvolvimento.
Para a criança a brincadeira gira em torno da espontaneidade e da imaginação. As brincadeiras são criadas e recriadas a todo o momento, mas sempre deixam um sorriso no rosto das crianças.
A brincadeira constrói a personalidade da criança e é uma parcela muito importante na sua vida. Pois ela cria normas e funções com significado para aquela determinada brincadeira, relacionando com o mundo que conhece, onde os personagens de sua história atual assumem novos papéis em sua vida mais tarde. 
3.1 O Brincar da Criança na Educação Infantil
A Educação Infantil é a primeira etapa da educação básica no Brasil. É a fase em que as crianças estão em creches e pré-escolas na busca de uma ação integrada, incorporando as atividades educativas, os cuidados que elas necessitam e suas brincadeiras. 
A criança de Educação infantil é um ser humano como todos, que faz parte de uma organização familiar e está inserido na sociedade, um sujeito social, com uma história e uma cultura. A criança tem um jeito muito particular e especial de mostrar como pensa e sente do mundo que está a sua volta, e é por meio das brincadeiras que revelam suas condições de vida, anseios e desejos.
A prática da educação infantil deve ser organizada de forma que as crianças desenvolvam uma imagem positiva de si, que possibilite a sua atuação de forma independente, confiando em suas capacidades e percebendo suas limitações.
Oferecendo a elas condições para aprendizagens por meio de brincadeiras, situações pedagógicas intencionais e aprendizagens ocorridas por meio de supervisão de um adulto, sempre integrado no processo de desenvolvimento infantil. A criança deve descobrir e conhecer seu próprio corpo, suas potencialidades e seus limites, valorizando seus hábitos, aprendendo a cuidar da sua saúde e bem estar. 
O brincar irá propiciar um crescimento saudável à criança. A criança que brinca vive sua infância na essência e torna-se um adulto mais equilibrado tanto físico quanto emocionalmente, suportará as pressões da idade adulta com maior criatividade para resolver os problemas que venham a surgir. Já a criança que é privada dessa atividade, por qualquer motivo, terá marcas profundas da falta desta vivência. 
Segundo Velasco,
O brincar nunca deixará de ter o seu papel importante na aprendizagem e na terapia, daí a necessidade de não permitirmos suas transformações negativas e estimularmos e permanência e existência da atividade lúdica infantil. (VELASCO, 1996, p. 43)
Quando a criança brinca, os gestos, sinais, objetos e espaços significam outra coisa que realmente é, pois estão sempre recriando e repensando os acontecimentos de origem, sabendo que estão brincando. Elas assumem outros papéis enquanto brincam, e desta forma estão agindo frente à realidade de maneira não-literal, transformando suas ações do cotidiano pelas características do papel sumido no ato de brincar.
Brincar é fonte de lazer, mas é, simultaneamente, fonte de conhecimento; é esta dupla natureza que nos leva a considerar o brincar parte integrante da atividade educativa.
Além de possibilitar o exercício daquilo que é próprio no processo de desenvolvimento e aprendizagem, brincar é uma situação em que a criança constitui significados, sendo forma tanto para a assimilação dos papéis sociais e compreensão das relações afetivas que ocorrem em seu meio, como para a construção do conhecimento.
A utilização do brincar como recurso pedagógico tem de ser vista, primeiramente, com cautela e clareza. Brincar é uma atividade essencialmente lúdica; se deixar de ser, fica descaracterizada como jogo ou brincadeira. Incluir o jogo e a brincadeira na escola tem como pressuposto, então, o duplo aspecto de servir ao desenvolvimento da criança, enquanto indivíduo, e a construção do conhecimento, processos estes intimamente interligados.
O brincar na escola tem também uma função informativa para o professor. Ao observar uma brincadeira e as afinidades entre as crianças em sua realização, o educador aprende bastante sobre seus interesses, podendo perceber o nível de realização em que elas se encontram suas possibilidades de interação, sua habilidade para conduzir-se de acordo com as regras do jogo, assim como suas experiências do cotidiano e as regras de comportamento reveladas pelo jogo de faz de conta.
3.2 O Papel do Professor comoMediador
Cabe ao professor orientar e estimular a aprendizagem, com entusiasmo e criatividade, ele cria uma atmosfera dinâmica e criativa. Nada é dado pronto e acabado tudo é descoberto e construído pela criança através de incentivos e orientações.
Passar verbalmente um conceito para a criança sem que ela própria explore, manipule e descubra, é tirar dela a sensação importante da descoberta, do “eu sou capaz”. Deixar que ela descobrisse respeitando o seu ritmo e o seu momento de aprendizagem. O papel do professor é de incentivar para que a criança própria compreenda todas as etapas do processo e atribua significados às suas descobertas.
Portanto, o professor deve estimular a compreensão da situação, fazendo com que a criança explore todos os seus aspectos, mas deixando a solução por conta dela. Dar a solução pronta e tirar-lhe o prazer de deliciar-se com a descoberta, o que, pedagógica e psicologicamente é bastante negativo.
O professor deve considerar o jogo ou a brincadeira como importante, pois através dele faz com que desenvolva no educando a criatividade e o raciocínio, levando-as a formularem os seus conceitos e hipóteses. Assim, o professor mediador, centra-se na análise das hipóteses levantadas pelos educandos e na exploração das estratégias pessoais que desenvolvem para resolver as situações presentes, podendo dar alguns passos no sentido de valorizar e estimular suas hipóteses e estratégias pessoais.
O papel do professor é de mediador, de estimulador, de incentivador, é alguém que auxilia os educandos a criar um espaço no quais professores e alunos trazem suas experiências e tem a oportunidade de reaproveitá-las, trocá-las e expandi-las.
De acordo Freire:
“Cabe ao professor conhecer o seu aluno, as dificuldades e fatores que o cercam, para poder dispensar sobre ele um olhar diferente, crítico e amigo, um olhar que enxergue as reais possibilidades de aprendizagem e possa adotar metodologias também diferenciadas de ensino, oportunizando a todos chegarem ao seu objetivo”. (FREIRE, 2002, p. 28):
Essa pedagogia diferenciada do autor exige um educador que planeje, refaça, busque informações, seja exigente e compreensivo, coerente, flexível, resolva problemas, tome decisões, sendo assim, motivador, mediador relacionando em diferentes momentos sabendo olhar as diferenças de seus alunos.
Para Teixeira (2010), a criança é um pesquisador em potencial. Levantando hipóteses sobre o mundo, ela constrói e amplia seu conhecimento. Nesse processo, o professor tem papel fundamental, proporcionando um conflito cognitivo para que novos conhecimentos sejam produzidos e construídos através das suas próprias experiências. Partindo de tarefas, problemas e investigações adequadas ao nível de desenvolvimento do aluno, o educador leva os mesmos a construir relações, princípios e ideias. 
Levando em conta que o conhecimento é uma construção pessoal, cada pessoa tem seu próprio modo de raciocinar para chegar a uma conclusão. Mas também é importante, quanto oferecer certo nível de dificuldade, de modo a motivar e desafiar os alunos.
Assim, o professor deve investigar o domínio que cada criança possui, bem como as dificuldades, para então poder organizar sua proposta de ensino. Envolvendo assim, no processo a troca de ideias entre as crianças, ensinando a compartilhar descobertas.
O professor da Educação Infantil ainda é influenciado por duas imagens acerca do conceito de criança. Ou esta é tida como “adulto em miniatura” ou é percebida como um ser indefeso, carente da capacidade de pensar. O fato é que, o conceito de criança mudou, mas pedagogicamente nem sempre nos apercebemos sobre “quem é este ser infantil”, “suas necessidades” e “quais práticas favorecem seu desenvolvimento integral”. E nesse sentido, quais são as melhores estratégias de ensino para envolver os atos de cuidar e educar neste campo da educação:
4 Considerações finais
O trabalho com educação infantil é muito delicado por se tratar do início da vida escolar e também o início da formação de crianças. Na educação infantil se busca muito mais do que apenas aplicação de conteúdos, já que as crianças precisam se preparar para inúmeras situações da vida e a escola é uma dos ambientes que deve proporcionar a entrada desses pequenos seres na jornada da vida. 
Buscamos com este trabalho discutir a relevância e as contribuições dos jogos e brincadeiras no desenvolvimento da criança para que esta construa conhecimento de forma lúdica e significativa.
Pode-se assegurar que os termos jogo, brinquedo e brincadeira, são instrumentos de suma importância que ajudam no processo de desenvolvimento e aprendizagem e que fazem parte do dia a dia das crianças. Quando utilizados de maneira apropriada asseguram diversão, prazer e motiva o conhecimento de forma significativa. 
Brincar possibilita a criança descobertas que acarretam o aprendizado. A observação e a interpretação da atividade de brincar dá ao professor caminhos que o leva a entender o aluno, e à criança oportunidades de mesclar as informações, ampliando seus conhecimentos e suas habilidades, sejam elas motoras, cognitivas ou linguísticas, e assim, temos os fundamentos teóricos para deduzirmos a importância da brincadeira.
O brincar é atividade própria da criança, sua forma de estar diante do mundo social e físico e interagir com ele, a porta pela qual entra o contato com outras pessoas, o instrumento para a construção coletiva do conhecimento. 
Diante dessas considerações, seria oportuno salientar, também que os educadores deve oferecer a criança um ambiente de qualidade que estimule as interações sociais da criança, que seja um ambiente enriquecedor da imaginação infantil, assegurando a sobrevivência dos sonhos, promovendo uma construção de conhecimentos vinculada ao prazer de viver.
O processo pedagógico vivido deixa claro que, ao educador cabe, então, tendo em vista a compreensão e o conhecimento da evolução das crianças, pensar que tipo de atividade propor, tendo clareza de intenção, isto é, sabendo o que as crianças podem desenvolver com a atividade proposta. 
Os jogos são importantes na escola, mas antes disso são importantes para a vida. A vida, do nascimento à morte, propõe-nos questões fundamentais sobre nosso corpo, diferenças, identidades e convenções culturais.
Por meio do problema de pesquisa, atingiu-se o objetivo que era o de verificar qual é a importância do brincar para o desenvolvimento da criança na Educação Infantil.
E percebeu-se que é de extrema importância que a criança tenha a oportunidade de se desenvolver por meio de brincadeiras, pois esta possibilita a ampliação das habilidades motoras, bem como dos aspectos sociais e emocionais.
Cabe também ao profissional da Educação Infantil a responsabilidade em proporcionar momentos bem planejados envolvendo a brincadeira, atuando como organizador participante e observador das brincadeiras, dando a oportunidade para que a criança possa criar desenvolvendo sua autonomia.
O intuito dessa pesquisa, ao demonstrar um universo onde o lúdico se faz presente nas ações dos educadores e dos educandos, não é que os profissionais de educação abandonem o livro didático e/ou as aulas expositivas. Este também não é o objetivo dos estudiosos quando propõem a aplicação da ludicidade no contexto da educação. A intenção é apontar a ludicidade como uma alternativa para a metodologia utilizada na educação infantil, não como um recurso único, mas como uma estratégia que não impossibilita utilização simultânea de outros recursos e estratégias metodológicas.
O que se espera é que os profissionais compreendam a importância desta estratégia, que percebam como ela pode ser uma a grande aliada no seu trabalho e que apartir disso possam utilizá-la em seu cotidiano, podendo assim obter juntamente com seus alunos os resultados positivos provenientes da utilização destes recursos.
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