Buscar

OAB - Direito Civil - Aula 12 a 15

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aula 12
Bens
Classificação quanto ao titular do domínio
Bens particulares
Bens públicos ou do Estado – art. 98, CC: não podem ser objeto de usucapião.
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
Classificação dos bens públicos
1 – De uso geral ou comum do povo. Utilização onerosa?
2 – De uso especial - execução do serviço público.
3 – Dominicais – disponíveis e alienáveis
TERRAS DEVOLUTAS – lei 601/1850 - art. 3°
Art. 3º São terras devolutas:
§ 1º As que não se acharem applicadas a algum uso publico nacional, provincial, ou municipal.
§ 2º As que não se acharem no dominio particular por qualquer titulo legitimo, nem forem havidas por sesmarias e outras concessões do Governo Geral ou Provincial, não incursas em commisso por falta do cumprimento das condições de medição, confirmação e cultura.
§ 3º As que não se acharem dadas por sesmarias, ou outras concessões do Governo, que, apezar de incursas em commisso, forem revalidadas por esta Lei.
§ 4º As que não se acharem ocupadas por posses, que, apezar de não se fundarem em titulo legal, forem legitimadas por esta Lei.
DICOTOMIA DIREITO PUBLICO X PRIVADO – bem difuso
Bem de família – Lei 8009/90 (legal). Art. 1711 E SS. Cc (convencional) - não pode figurar como pagamento de dívidas, garantir execução, é impenhorável.
Entidade familiar reside não tendo mais nenhuma outra propriedade.
Princípio do patrimônio mínimo
Art. 5º Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei, considera-se residência um único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente.
Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser possuidor de vários imóveis utilizados como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo se outro tiver sido registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis e na forma do art. 70 do Código Civil.
Art. 1.711. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial.
Parágrafo único. O terceiro poderá igualmente instituir bem de família por testamento ou doação, dependendo a eficácia do ato da aceitação expressa de ambos os cônjuges beneficiados ou da entidade familiar beneficiada.
Art. 1.712. O bem de família consistirá em prédio residencial urbano ou rural, com suas pertenças e acessórios, destinando-se em ambos os casos a domicílio familiar, e poderá abranger valores mobiliários, cuja renda será aplicada na conservação do imóvel e no sustento da família.
Art. 1.713. Os valores mobiliários, destinados aos fins previstos no artigo antecedente, não poderão exceder o valor do prédio instituído em bem de família, à época de sua instituição.
§ 1o Deverão os valores mobiliários ser devidamente individualizados no instrumento de instituição do bem de família.
§ 2o Se se tratar de títulos nominativos, a sua instituição como bem de família deverá constar dos respectivos livros de registro.
§ 3o O instituidor poderá determinar que a administração dos valores mobiliários seja confiada a instituição financeira, bem como disciplinar a forma de pagamento da respectiva renda aos beneficiários, caso em que a responsabilidade dos administradores obedecerá às regras do contrato de depósito.
Art. 1.714. O bem de família, quer instituído pelos cônjuges ou por terceiro, constitui-se pelo registro de seu título no Registro de Imóveis.
Art. 1.715. O bem de família é isento de execução por dívidas posteriores à sua instituição, salvo as que provierem de tributos relativos ao prédio, ou de despesas de condomínio.
Parágrafo único. No caso de execução pelas dívidas referidas neste artigo, o saldo existente será aplicado em outro prédio, como bem de família, ou em títulos da dívida pública, para sustento familiar, salvo se motivos relevantes aconselharem outra solução, a critério do juiz.
Art. 1.716. A isenção de que trata o artigo antecedente durará enquanto viver um dos cônjuges, ou, na falta destes, até que os filhos completem a maioridade.
Art. 1.717. O prédio e os valores mobiliários, constituídos como bem da família, não podem ter destino diverso do previsto no art. 1.712 ou serem alienados sem o consentimento dos interessados e seus representantes legais, ouvido o Ministério Público.
Art. 1.718. Qualquer forma de liquidação da entidade administradora, a que se refere o § 3o do art. 1.713, não atingirá os valores a ela confiados, ordenando o juiz a sua transferência para outra instituição semelhante, obedecendo-se, no caso de falência, ao disposto sobre pedido de restituição.
Art. 1.719. Comprovada a impossibilidade da manutenção do bem de família nas condições em que foi instituído, poderá o juiz, a requerimento dos interessados, extingui-lo ou autorizar a sub-rogação dos bens que o constituem em outros, ouvidos o instituidor e o Ministério Público.
Art. 1.720. Salvo disposição em contrário do ato de instituição, a administração do bem de família compete a ambos os cônjuges, resolvendo o juiz em caso de divergência.
Parágrafo único. Com o falecimento de ambos os cônjuges, a administração passará ao filho mais velho, se for maior, e, do contrário, a seu tutor.
Art. 1.721. A dissolução da sociedade conjugal não extingue o bem de família.
Parágrafo único. Dissolvida a sociedade conjugal pela morte de um dos cônjuges, o sobrevivente poderá pedir a extinção do bem de família, se for o único bem do casal.
Art. 1.722. Extingue-se, igualmente, o bem de família com a morte de ambos os cônjuges e a maioridade dos filhos, desde que não sujeitos a curatela.
Entidade familiar? Sumula 364, STJ
SÚMULA N. 364 O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas.
Imóvel local? Sumula 486, STJ
Súmula 486 -
É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família.
Exceções: art. 3°, lei dividas em relação ao imóvel
Aula 13
Teoria Geral do Negócio Jurídico 
Fato x Fato Jurídico (tudo que é relevante para o Direito)
O fato jurídico pode ser natural ou humano; cria modifica, conserva ou extingnue direito. 
Fato + direito = fato jurídico. 
Fato jurídico em sentido amplo
Natural (fato jurídico em sentido estrito)
Humano (ato jurídico)
Ordinário - em relação a natureza, é esperado
Extraordinário - contrário do ordinário – catástrofe da natureza, não espera que ocorra.
Ato jurídico: vontade e conteúdo licito. 
Ato ilícito? É ato jurídico? Ponte de Miranda diverge de Flavio Tartuce
Ato jurídico em sentindo amplo: pode ser negócio jurídico ou ato jurídico em sentido estrito.
Ato jurídico em sentido estrito:
Não há composição de vontades das partes. Declaração unilateral.
Reconhecimento de filho; ocupação de imóvel. 
Apenas declaração de uma vontade; a produção de efeitos desse ato está prevista em lei, ex: reconhecimento de paternidade. A parte não controla os efeito. 
Ato-fato jurídico
Fato jurídico qualificado por uma vontade não relevante em um primeiro momento, mas que se revela relevante por seus efeitos.
Aula 14
Ato jurídico em sentido amplo: pode ser negocio juridico ou ato juridoc em sentido estrito. 
Negócio jurídico (art. 104 até o 184 do CC) é uma manifestação de vontade humana que está de acordo com o ordenamento jurídico que produz efeitos jurídicos "ex voluntate"
Ato jurídico em sentido estrito: é a declaração de vontade de apenas uma pessoa sem necessidade de que outra concorde com ela. Essa única declaração é suficiente para gerar efeitos (criar/modificar/extinguir direitos). Ex: reconhecimento de paternidade.
Negócio jurídico: a lei não preve todas as consequencias. As partes tem autonomia.Conceito: espécie de fato jurídico. Cria, modifica, conserva ou extingue direitos
Diferente entre NJ e ato jurídico em sentido estrito
Todo negócio jurídico é contrato, mas nem todo contrato é negócio jurídico? Falso. Todo contrato é negócio jurídico, mas nem todo negócio jurídico é contrato. Pode ser feito por escritura pública (doação).
Negócio jurídico é espécie, contrato é gênero. 
Contrato: nj por excelência. 
Elementos estruturais: 
· Existência - nulidade absoluta, nunca existiu. (agente, objeto, forma).
· validade – (agente capaz, nj licito, vontade livre) vontade – Nj nulo ou anulável. A nulidade tem plano para ser requerida sendo o nj virar nj perfeito.
· Eficácia. Produz efeitos
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Escada ponteana, Pontes de Miranda.
Devemos observar se primeiro o negócio jurídico existe, depois se ele tem validade e depois se ele possui alguma eficácia. Segundo Pontes de Miranda, todo operador do Direito deve estar atento à escada ponteana.
Silvio Rodrigues não acredite no plano da existência.
Art. 104. CC
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
IV -VONTADE LIVRE (VÍCIO DE VONTADE é um defeito do negócio jurídico que pode gera anulabilidade). 
Plano da eficácia: efeitos gerados
Entrega de chaves: juros, clausula penal...
Art. 2035, CC direito intertemporal
Validade: momento da constituição
Eficácia: norma atual
Art. 2.035. A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da entrada em vigor deste Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido prevista pelas partes determinada forma de execução.
Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos.
Aula 15
Elementos acidentais
Conceito:
Os elementos acidentais do negócio jurídico são subordinações voluntárias que dependem da vontade das partes, sendo cláusulas introduzidas com a finalidade de modificar as consequências naturais do negócio jurídico. Nas palavras de Maria Helena Diniz (2006, p. 435), são aqueles “que se lhe acrescentam com o objetivo de modificar uma ou algumas de suas consequências naturais.” Esses elementos acidentais apresentam a competência de caráter unilateral ou bilateral de forma prevista em lei. Os objetivos podem ser de exigibilidade, retardamento do nascimento de aquisição ou de restrição de certo prazo.
Os elementos acidentais do negócio jurídico não estão no plano de sua existência ou no de sua validade, mas no plano de sua eficácia, sendo sua presença dispensável. Isto não significa dizer que esses elementos são acessórios à condução da sua eficácia. Entretanto, em alguns casos a sua presença pode gerar a nulidade do negócio jurídico (AQUINO, 2009, p. 1).
Dar-se-á a aplicabilidade através da condição, termo ou encargo. Suas definições implicam no plano da eficácia, sendo requisitos previstos na formulação do negócio jurídico possibilitando hipóteses legais que conduzirão os efeitos. Trata-se de cláusulas meramente acidentais de modo facultativo as partes, no entanto, se ficam convencionadas no contrato tornam-se legais exercendo aplicabilidade no negócio jurídico. Nesse sentido, não se verifica elementos de existência ou validade.
São acrescentados no negócio jurídico com o objetivo de modificar uma ou algumas de suas consequências naturais.
Os elementos acidentais estão no plano da eficácia do negócio, sendo sua presença dispensável, a critério das partes. Por vezes, em casos específicos, sua presença pode ensejar a nulidade do negócio (plano da validade).
Trata-se da condição, do termo e do encargo, que são cláusulas limitadoras da eficácia do negócio jurídico. Não são elementos nem da existência, nem da validade dos negócios jurídicos.
O elemento acidental tem por função alterar ou determinar alguma consequência na eficácia do negócio jurídico de alguma forma. Excepcionalmente as partes podem inserir uma condição, termo ou encargo para controlar a eficácia de um determinado negócio jurídico.
Plano da eficácia.
Dispensáveis. 
CONDIÇÃO - ART. 121, CC 
EVENTO FUTURO E INCERTO
SE OU ENQUANTO
Condições quanto aos efeitos:
Suspensiva – art. 125,CC. Presente do “se”
Resolutiva: art. 127, CC. Presente do “enquanto”
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e, pendente esta, fizer quanto àquela novas disposições, estas não terão valor, realizada a condição, se com ela forem incompatíveis.
Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido.
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.
Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva (BRASIL, 2002).
A Condição é caracterizada como um evento futuro e incerto que regula o início e fim dos efeitos do negócio jurídico além da voluntariedade e possibilidade. Por incerteza entende-se que pode ou não ocorrer o evento de forma objetiva na realidade futura, no mesmo sentido, a condição depende da voluntariedade das partes, ou da parte, declarar a vontade do evento. Em complemento, Francisco Amaral assevera sobre a possibilidade sendo “natural é juridicamente possível. Se impossível, não há incerteza e não se verificará o estado de pendência, próprio do ato condicionado.” (2006, p. 448) Ou seja, para exercer efeito é preciso que seja possível o acontecimento do evento.
Existem dois tipos de condição, a primeira é suspensiva não havendo aquisição de direito até que ocorra o evento, sendo assim não haverá eficácia no negócio jurídico. Como exemplo em um negócio jurídico que o empregador dará uma promoção ao empregado caso esse alcance a meta do mês, observa-se que a promoção só surtirá efeito logo após o implemento da condição. De modo diferente encontra-se a condição resolutiva que determina o fim do negócio jurídico, o direito é adquirido a partir da formulação do negócio jurídico, no entanto advinda a condição resolverá a eficácia de determinado negócio.
Especificamente no que se refere aos efeitos do implemento das condições suspensivas e resolutivas, muito comuns nos contratos de compra e venda de participação societária e/ou ativos e de estruturação de negócios em geral, mostra-se relevante a avaliação dos reflexos diretos às partes envolvidas, que poderá variar de acordo com a sua fase, a saber, a) pendência; b) implemento e c) frustração (SOUZA, 2016, p.12).
A) condição
É elemento acidental que, derivando da vontade das partes, faz o negócio depender de evento futuro e incerto (CC, 121). Os efeitos do ato poderão ou não ocorrer.
Subordina o começo ou o fim dos respectivos efeitos do negócio à verificação, ou não verificação, de um evento futuro e incerto.
Só pode derivar da vontade das partes no negócio, ou do disponente, no negócio jurídico unilateral (testamento). Sem a condição o negócio existe, é válido, mas ineficaz. Implementada a condição o negócio passa a ter eficácia.
Ex.: arts . 509 e 505 509 – suspensiva (A venda feita a contento – negócio só se reputa perfeito e acabado quando o possível comprador se manifesta pela vontade de adquirir o bem e m caso de contento, satisfação – entende-se realizada sob condiçãosuspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado);
505 - resolutiva (O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realiza ção de benfeitorias necessárias).
Art. 122 – dev em ser consideradas lícitas todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública e aos bons costumes - é cláusula geral – conceitos legais indeterminados, que devem ser preenchidos pelo magistrado.
(...) entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes. São proibidas condições que privarem de todo o efeito o negócio jurídico (condições perplexas) ou que o sujeitem somente à vontade de uma das partes (condições
potestativas). O negócio pode se r t ido como nulo tanto nas condições perplexas como nas potestativas. Ex.: doarei um apartamento para você se eu quiser.
Art. 123 – invalidam o negócio (nulidade absoluta) que lhes são subordinados:
I – condições física ou juridicamente impossíveis invalidam o negócio jurídico, quando tiverem efeitos suspensivos.
II – condições contrárias à lei (ilícitas) ou de fazer coisa ilícita, bem como... Geram sua nulidade.
III – condições incompreensíveis ou contraditórias.
Art. 124 – devem ser consideradas inexistentes (não escritas) as condições impossíveis, quando resolutivas, bem como as de não fazer coisa impossível. (ficar uma hora embaixo d’água se m respirar... Ter que assassinar alguém...).
Condições física ou juridicamente impossíveis:
· quando resolutivas: são consideradas não escritas (inexistentes), mas o negócio continua válido.
· quando suspensivas: invalidam tanto a condição como o contrato, assim como as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita, e as condições incompreensíveis ou contraditórias.
A nulidade é da cláusula que impõe a condição, não todo o negócio (salvo se a declaração de nulidade da cláusula inviabilizar o negócio) – princípio da conservação negocial.
Classificação:
Quanto à licitude:
a) condições lícitas – de acordo com o ordenamento (não contrariam a lei, a ordem pública, ou os bons costumes. Ex.: venda a contento
b) condições ilícitas – contrariam a lei, a ordem pública e os bons costumes, gerando nulidade do negócio. Ex.: venda depende de um crime a ser praticado pelo comprador.
- Quanto à possibilidade:
a) condições possíveis – sã o as que podem ser cumpridas, física e juridicamente. Ex.: venda condicionada a uma viagem à Florianópolis.
b) condições impossíveis – são as que não podem ser cumpridas, por razão natural ou jurídica, gerando nulidade absoluta. Ex.: venda condicionada a uma viagem ao planeta Marte.
- Quanto à origem da condição:
a) condições causais: são as que têm origem e m eventos naturais (fatos jurídicos stricto sensu). Ex.: venda condicionada à chuva.
b) condições potestativas: dependem de elemento volitivo (vontade humana).
b.1. Simplesmente potestativas – dependem das vontades intercaladas de duas pessoas, sendo lícitas.
Ex.: empresto o apartamento na praia se tu cantares em um espetáculo.
b.2. Puramente potestativas – dependem de uma vontade unilateral, sujeitando-se ao puro arbítrio de uma das partes. São ilícitas, art. 122. Dou-lhe um veículo se eu quiser.
b.3. Mistas – dependem de ato volitivo, mais evento natural. Ex.: dou-lhe um veículo se você cantar amanhã, desde que chova durante o espetáculo.
- Quanto aos efeitos da condição:
a) condições suspensivas: enquanto não se verificarem, impedem que o ne gócio j urídico gere efeitos.
Ex.: venda a contento de vinhos. Negócio fica pendente at é a manifestação de contentamento (ocorrendo há o implemento do negócio). Se a condição não é realizada, há a frustração do negócio.
Art. 125 - Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
Art. 126 - Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e, pende nte esta, fizer quanto àquela novas disposições, estas não terão valor, realizada a condi ção, se com ela forem incompatíveis. – impede que uma nova condição se sobreponha a uma anterior, caso sejam elas incompatíveis entre si.
b) condições resolutivas: enquanto não se verificarem, não trazem qualquer consequência para o negócio, vigorando o mesmo até ocorrência da condição:
- comodato até passar no concurso: negócio[[[[[[efeitos[[[[[[condição-perde efeitos- Cabe o exercício dos direitos decorrentes desde logo, até condição.
Ex.: - propriedade resolúvel – cláusula de retrovenda. - Doação regressiva – bem doado volta com a morte do donatário. A morte é a condição. - Venda a contento.
Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido.
Art. 128 - Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da
condição pendente e conforme aos ditames de boa -fé.
Ex.: venda de vinho a contento – a negação representa condição resolutiva. Se o comprador já adquiriu outras garrafas anteriormente (negócio de execução periódica) a não aceitação da última garrafa não influencia nas vendas anteriores. Não pode o comprador alegar que não vai pagar as garrafas anteriores e o próprio jantar (má-fé). É regra que tende à preservação da autonomia privada.
A condição resolutiva pode ser expressa ou tácita (a venda a contento de vinho geralmente é tácita).
Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujo implemento for maliciosamente obstado pela parte a quem desfavorecer, considerando-se, ao contrário, não verificada a condição maliciosamente levada a efeito por aquele a quem aproveita o seu implemento. (é a boa-fé objetiva).
Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo. (boa-fé objetiva)
Condição se identifica pelas conjunções:
- se – condição suspensiva – dou-lhe um carro se você cantar no show.
- enquanto – condição resolutiva – dou-lhe uma renda enquanto estudar. 
Termo Evento futuro e certo. Há certeza de que vai ocorrer. Ex.: entrega de laranjas no dia 30/04/12. Pode ser inicial, ou final (quando). Art 131, CC. 
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.
Identifica-se também pela palavra “quando”. Dou-lhe meu carro quando você desocupar o imóvel.
Termo é o elemento acidental do negócio jurídico que faz com que a eficácia desse negócio fique subordinada à ocorrência de evento futuro e certo.
Classificação:
· Legal convencional
· Certo ou incerto.
Termo inicial (dia a quo) – data em que iniciamos efeitos do negócio (é suspensivo, pois a partir da data iniciam os efeitos);
- termo inicial certo – dia 20/05/12 para a entrega das uvas.
- termo inicial incerto – morte – no testamento.
Termo final (dia ad quem) – data em que terminam os efeitos do negócio (é resolutivo, pois a partir da data terminam os efeitos, resolvendo-se o negócio). Ex.: data do vencimento da dívida.
- termo final certo – ex.: fim da locação em 31/12/12.
- termo final incerto – ex.: morte – na extinção do usufruto vitalício (só c/ morte do usufrutuário termina o usufruto)
Prazo é o decurso de tempo existente entre termo inicial e termo final:
Termo inicial ]-prazo-[ Termo final
Ex.: pode morar no apto. Desde hoje (início) até morrer (fim).
- Termo legal – indicado pela l ei. Ex.: inventariante – assume a função e t em prazos legais par a cumprir.
- Termo convencional – fixado pelas partes. Ex.: locação - tala tal data
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.
O negociante já tem o direito, mas ainda não pode exercê-lo (até o advento do termo inicial).
Esse artigo diferencia
- termo inicial (evento futuro e certo) e
- condição suspensiva, pois essa suspende o exercício e a aquisição do direito (evento futuro e incerto) Ambos permitem a prática de atos de conservação do direito.
Art. 132 – contagem do prazo – exclui o dia do começo, inclui o do vencimento (caindo em feriado, prorroga-se até o seguinte dia útil). Meado – 15º dia, em qualquer mês.
Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do d e início, ou no imediato se faltar exata correspondência.
Prazos em hora – contam-se minuto a minuto.
Art. 133 – relacionado com a inter pretação dos prazos dos negócios em favor de determinado
negociante (herdeiro, devedor)...
Art. 134 – os negócios é, em regra, instantâneo, somente assumindo forma continuada se houve previsão no contrato ou na lei. Ex.: obrigações sem pr azos são exigíveis des de logo, ressalvados casos que dependem de certo tempo, pois terão de ser praticados em lugar diverso ou pela sua própria natureza.
Ex.1: em um contrato de empreitada para construção de uma casa, sem fixação de prazo, não se pode exigir a imediata execução e conclusão da obra, que depende, naturalmente, de certo tempo para sua realização.
Ex.2: na compra de uma safra, o prazo naturalmente necessário é o da época da colheita.
Ex.3: obrigação de entregar animais que deverão ser transportados de uma cidade par a outra distante também precisa de tempo, não podendo ser executada imediatamente.
Art. 135 – ao termo inicial e f inal aplicam-se o disposto quanto à condição suspensiva e resolutiva, no que couber.
Sendo assim, o termo inicial é similar à condição suspensiva; enquanto o termo final é similar à condição resolutiva. 
TERMO
Por sua vez o Termo pode ser inicial, gerando aquisição de direito diferente da condição suspensiva, ou final, dando fim ao direito adquirido. Observa-se que existe uma plena convicção quanto à ocorrência do evento, bem como a sua duração que pode ser incerta. Ou seja, o termo pode ser certo consistindo em uma data certa e um fato certo, ou incerto podendo ter um fato certo, mas a data de ocorrência incerta.
Não há que se confundir o termo com o prazo, que é o lapso de tempo compreendido entre a declaração de vontade e a superveniência do termo em que começa o exercício do direito ou extingue o direito até então vigente (RODOLFO, 2011, s.p).
Em outra classificação de termo é em relação a sua essência que consta a verificação do tempo preciso de ocorrência do evento, sob pena de não ter mais valor, como exemplo no caso de um contrato determinando a entrega de um vestido para uma cerimônia, ocorrendo entrega depois do estipulado não haverá proveito do credor. (GONÇALVES, 2008, p. 354) Sendo assim, é caracterizado o termo essencial onde a precisão em relação ao tempo previsto é necessária.
C) Encargo ou modo: é um ônus, obrigação que se coloca dentro do NJ.
Art. 136, CC Não suspende nem obsta o exercício. 
Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.
É o elemento acidental do negócio que traz um ônus relacionado com uma liberalidade. Ex. Frequentes: na doação, no testamento.
Ônus que deve ser cumprido por uma das partes para que o ato produza, ou não, efeitos.
O negócio gratuito vem acompanhado de um ônus, um encargo (presente de grego).
Ex.: dôo terreno ao donatário para que ele construa, em parte do imóvel, um asilo.
Utilizam-se, geralmente, as expressões “para que” e “com o fim de”.
Doação modal ou com encargo – art. 540, CC – não sendo executado o encargo, cabe revogação da doação.
Art. 136 -... O donatário já recebe o terreno. Caso não seja feita a construção em prazo fixado pelo doador, caberá revogação do negócio.
O encargo diferencia-se da condição suspensiva justamente por que não suspende a aquisição nem o exercício do direito, o que ocorre no negócio jurídico condicionado.
Art. 137 – encargo ilícito ou impossível deve ser considerado não escrito, salvo se cons tituir motivo determinante da liberalidade, caso em que invalida o negócio. 1ª parte) princípio da conservação negocial
– função social do contrato, aproveitando-se o r estante do negócio (sem o encargo ilícito ou impossível); 2ª parte) encargo passa para o plano da validade – encargo ilícito ou impossível determinante - gera nulidade absoluta.
Ex.: doação de terreno em Var ginha, MG, encargo: construção de pista para pouso de ÓVNIS – considerar doação pura e simples. Se o encargo for para que o donatário provoque a morte de alguém será nula a doação.
Conclusão dos elementos acidentais: são cláusulas limitadoras da eficácia do negócio jurídico (dependem da pura vontade dos negociantes).
Vejamos:
Existência - Validade - Eficácia
EXISTENTE e INEXISTENTE;
-Válido (104)- Eficaz ou ineficaz (condição, termo, encargo...)
-Nulo (166)- Ineficaz de plano ou até anular
-Anulável (171)- Eficaz até anulação do negócio 
Quanto ao Encargo é uma cláusula mais comum nos contratos que possuem liberalidade, como exemplo a doação. Diferente dos demais elementos acidentais, o encargo não suspende a aquisição do direito, bem como o exercício também não é suspenso. Nesse sentido, pode-se caracterizar o encargo como coercitivo e não suspensivo. Em complemento, observa-se que o encargo é um elemento que subordina ao beneficiário a imposição dos efeitos. Vale ressaltar que “ele está vinculado aos negócios jurídicos gratuitos. Se o negócio for oneroso, é caso de contraprestação, e não encargo.” (FERREIRA, 2009, p. 12) O não cumprimento do encargo pode gerar um processo de revogação do ato e até mesmo de cumprimento deste.
 
4. OS ELEMENTOS ACIDENTAIS E SUA APLICABILIDADE NO NEGÓCIO JURÍDICO
 A aplicabilidade dos elementos acidentais no negócio jurídico encontra-se no plano de sua eficácia, pois diz respeito à constituição, modificação e extinção das consequências do negócio jurídico. Os elementos estruturantes do negócio jurídico são a validade e a existência que são inerentes a qualquer relação jurídica, sendo essenciais devido à previsão das normas, portanto, divergem dos elementos acidentais que são facultados as partes, sendo eles introduzidos a partir da vontade.
Disciplinando o negócio jurídico, não seguiu o Anteprojeto sistemática baseada na tricotomia (que não é tão moderna como pretendem alguns) existência – validade – eficácia, mas procurou respeitar, nas linhas fundamentais, a sistemática do Código em vigor, a qual se justifica se se atentar para a circunstância de que, depois de se estabelecerem os requisitos de validade do negócio jurídico, trata-se de dois aspectos ligados à manifestação de vontade: interpretação do negócio jurídico e a representação; em seguida, disciplinam-se a condição, o termo e o encargo, que são autolimitações de vontade (isto é, uma vez apostos à manifestação de vontade, tornam-se inseparáveis dela); e, finalmente, a parte patológica do negócio jurídico, seus defeitos e invalidade (ALVES, 2003, p. 82).
Obrigatoriamente é necessária a existência do negócio jurídico em relação à norma, objetiva-se a composição de seus elementos essenciais para existência do negócio jurídico. Vale lembrar que a partir da introdução dos elementos acidentais no contrato eles tornam-se indissociáveis obtendo o mesmo valor que os elementos essenciais.
Cumpre salientar, que determinados atos não podem ser condicionados a nenhum encargo, termo ou até mesmo condição, como por exemplo, o reconhecimento de paternidade, conforme determina o art. 1.613 do Diploma Civil Brasileiro, que diz: “São ineficazes a condição e o termo apostos ao ato de reconhecimento do filho” (BRASIL, 2002).
Noutro lado, tem-se a figura da condição suspensiva, como forma de obstar a prescrição de determinado direito. Caso exista um negócio jurídico pendente de condição suspensiva, para estenão será computado o prazo prescricional, por força do inciso I do art. 199 do Codex Civil de 2002, que determina: “Art. 199. Não corre igualmente a prescrição: I - pendendo condição suspensiva” (BRASIL, 2002).
Antonio Luis da Camara Real e Gustavo Tepedino conferem uma utilidade prática à regra no seguinte exemplo: um sujeito tem uma pretensão embasada num título (exemplo: um contrato) que está sendo questionado judicialmente (exemplo: uma ação anulatória do contrato). A efetividade da pretensão depende do resultado da prestação jurisdicional, que, por sua vez, é evento futuro e incerto. Como o sujeito tem sua pretensão sujeita a um evento futuro e incerto (condição suspensiva), não deve correr prescrição em relação a ele (FERREIRA, 2009, p. 6).
De modo breviário, cabe expor a condição resolutiva como modo de aplicabilidade dos elementos acidentais do negócio jurídico em observância as execuções periódicas ou continuadas. Nessa seara, como apresentado no presente, havendo o implemento da condição extingui-se o direito adquirido, mas os atos já praticados não são atingidos, como no caso de locação – salvo disposição ao contrário – há que se falar no princípio da irretroatividade da condição resolutiva, pois estabelece que os frutos já colhidos não carecem de restituição.
RESUMO
Negócio jurídico nada mais é do que uma manifestação de vontade humana que está de acordo com o ordenamento jurídico, e que produz o efeito desejado pelas partes. É justamente esse o ponto que diferencia o negócio jurídico do ato jurídico stricto sensu.
Diferença entre ato jurídico e ato jurídico stricto sensu?
Tanto o ato jurídico quanto o ato jurídico stricto sensu são manifestações de vontade humana que estão de acordo com o ordenamento jurídico.
A diferença é que no negócio jurídico se tem uma eficácia ex voluntati, porque no negócio jurídico a manifestação de vontade irá produzir efeitos desejados pelas partes. Tanto o conteúdo, quanto as conseqüências do negócio são determinados pelas partes contratantes.
Já no ato jurídico stricto sensu, pois neste também temos uma manifestação de vontade humana que está de acordo com o ordenamento jurídico mas que irá produzir os efeitos impostos pela lei, ou seja, no ato jurídico stricto sensu tem-se apenas uma eficácia ex lege. O ato jurídico stricto sensu está previsto no art.185 do CC.
Pontes de Miranda criou uma teoria chamada de escada pontiana. Essa teoria é pautada no Direito Civil Comparado, pelo qual todo negócio jurídico deve ser analisado pelo Direito a partir de três planos distintos, quais sejam:
1) plano de existência
2) plano de validade
3) plano de eficácia
1) No plano de existência o negócio precisa ter: parte, objeto, vontade e forma.Tendo estes quatros elementos o negocio jurídico existe.
2) Para que o negócio jurídico seja válido adjetiva-se os elementos de existência, fazendo as seguintes indagações: Como a parte deve ser? Como o objeto deve ser? Como deve ser a vontade das partes? Como deve ser a forma?
As respostas são as seguintes:
· As partes devem ser capazes e legitimadas.
· O objeto deve ser lícito e possível e determinado.
· A vontade deve ser livre e consciente.
· E a forma deve ser aquele prescrita ou não defesa em lei.
Importante: Preenchidos o planos de existência e o plano de validade fala-se que o negócio jurídico existe e é válido. Em regra o negócio jurídico que atenda esses dois planos tem como conseqüência natural a sua eficácia imediata. Assim se uma pessoa realiza uma compra e venda de um automóvel se preencher todos os elementos do plano de existência e do plano de validade esse negócio jurídico produzirá efeitos imediatos.
Todavia, excepcionalmente o CC admite que as partes estabeleçam um elemento acidental quanto à eficácia do negócio jurídico. Assim, as partes podem inserir: a) umacondição; b) um termo, c) um modo ou encargo, com o objetivo especifico de alterar ou determinar alguma conseqüência com relação aos efeitos do negócio jurídico.
a) A condição é a cláusula que subordina a eficácia do negócio jurídico a um evento futuro e incerto. Assim, somente vai existir a condição se o evento ocorrer após a manifestação de vontade das partes, e se for um evento futuro e incerto. Quando as partes estipulam uma condição não se tem certeza se o evento irá ocorrer ou não.
Ex. Chego para João e digo eu compro seu automóvel se estiver chovendo no final de semana, na cidade de SP. Assim, apesar de ser um negócio jurídico existente e válido só produzirá seus efeitos quando ocorrer esta condição imposta por uma das partes e aceita pela outra.
A condição se classifica em suspensiva e resolutiva.
· Condição suspensiva é aquela que subordina a produção de efeitos, ou melhor o início dos efeitos, o início da eficácia do negócio jurídico a um evento futuro e incerto, ou seja, o negócio jurídico somente será eficaz depois que cláusula de condição se efetivar/implementar. Então a cláusula suspensiva suspende tanto o exercício quanto a aquisição do direito.
· A condição resolutiva é exatamente o oposto da condição suspensiva porque a condição resolutiva é aquela que quando verificada põe fim a eficácia do negócio jurídico.
Ex. Imagine que meu filho pede meu carro emprestado. Empresto o carro, mas digo que se chover no final da tarde terá devolvê-lo porque senão não terei como voltar do trabalho. Nesse caso o negócio jurídico existe é válido e eficaz, MAS se chover rompe-se a eficácia do negócio jurídico.
Assim, se ocorrer a condição: “se chover terá que devolver” irá romper o plano da eficácia do negócio jurídico.
b) O termo é muito parecido com a condição, porque termo nada mais é do que a cláusula que subordina a eficácia do negócio jurídico a um evento futuro e certo.
O termo também se classifica em suspensivo e resolutivo:
· Termo suspensivo/inicial ou dias a quo: O termo inicial é aquele quando verificado dá inicio aos efeitos do negócio jurídico. Dá inicio a própria eficácia do negócio jurídico.
O termo inicial NÃO suspende a aquisição do jurídico, pois suspende apenas o exercício.
Então quando se tem um negócio jurídico com termo suspensivo já tem um direito adquirido, MAS está apenas suspenso o exercício desse direito, até que ocorra esse evento futuro e certo.
· Já no termo resolutivo/final ou dias ad quem: é aquele quando verificado põe fim a eficácia do negócio jurídico.
Ex. quando se impõe uma data para que o contrato produza ou deixe de produzir seus efeitos. Assim, se alguém estabelecer um contrato de locação com a seguinte data: 01/01/13 a 01/12/14. O termo final será 01/12/14, e Termo inicial futuro será 01/01/13.
O Termo pode ainda ser certo e incerto:
· Termo certo: é aquele que se sabe que ocorrerá e quando ocorrerá, ou seja, no termo certo vc tem a certeza que o evento ocorrerá, e tem por certo quando ocorrerá. Ex. data futura.
· Termo incerto é aquele certo que ocorrerá, mas NÃO se sabe ao certo quando que ocorrerá. Ex. morte
c) O modo ou encargo não se parece com os dois anteriores, porque modo ou encargo consiste na pratica de uma liberalidade subordinada a um ônus. O maior exemplo está na doação modal também conhecida como doação onerosa. Uma pessoa realiza a doação de bem para outra pessoa, mas imputa ao donatário um encargo a ser cumprido.
Ex. Doação de um terreno sob o encargo de que o donatário construa uma escola para ensinar crianças abandonadas.
Se o encargo não for cumprido existem duas possibilidades:
1) o doador pode pedir a revogação dessa liberalidade
2) o doador pode exigir o cumprimento/execução desse encargo.
Então, em regra, o modo ou encargo não tem condição suspensiva ou resolutiva, pois não depende de evento futuro e incerto, e nem de evento futuro e certo.
PERGUNTAS
1) A venda a contento é condição resolutiva ou suspensiva?
R: Venda a contento nada mais é do uma venda em que o adquirente tem que ficar contento/satisfeito. Ex. o adquirente experimenta o vinho, se gostar o compra. A venda a contento é uma condição suspensiva, porque a eficácia do negócio jurídico somente passa a produzir efeitos se o adquirenteficar satisfeito com o que vai adquirir.
2) A condição impossível invalida o negócio jurídico?
R: A impossibilidade do negócio jurídico pode derivar da lei, ou de uma impossibilidade fática. O mais comum é a impossibilidade fática. A impossibilidade fática deve ser situações que nenhum ser humano consiga fazer.
Ex. pedir para que alguém coloque toda água de um rio dentro de um copo.
Cuidado: Quando se estar diante de impossibilidade fática, deve se observar se estar diante de uma condição suspensiva ou resolutiva, porque o CC dispõe da seguinte forma:
· Se a condição impossível for suspensiva, esta condição será NULA e acabará gerando a NULIDADE do próprio negócio.
· Se a condição suspensiva for resolutiva esta condição NÃO será nula, e nem o negócio jurídico será nulo, mas sim tida como INEXISTENTE, pois esta condição impossível será tida por não escrita.
3) Qual a diferença entre condição suspensiva e termo suspensivo?
R: Condição é uma cláusula que condiciona a eficácia do negócio jurídico a um evento futuro e incerto. O termo também é uma cláusula que condiciona a eficácia do negócio jurídico a um evento futuro e certo.
A diferença está na transmissão do Direito, porque a condição suspensiva suspende tanto o exercício, como também a aquisição do direito. Então, quando eu tenho um negócio jurídico sob condição suspensiva eu não tenho direito adquirido, mas apenas expectativa de direito.
Já o termo suspensivo suspende apenas o exercício, pois NÃO consegue suspender a aquisição do direito, ou seja, no termo suspensivo já tenho o direito adquirido.
Mas cuidado apesar da condição suspensiva ser apenas uma expectativa de direito, esta permite já a sua tutela. E não é porque um negócio jurídico está sob condição suspensiva ou termo que não possa ser transmitido, tanto um direito sujeito a uma condição, quanto um direito sujeito a um termo pode ser transmitido, mas é obvio o que é transmitido é esse direito adquirido ou esta expectativa de direito.
4) Chuva é exemplo de termo ou condição
R: Se eu coloco a chuva como uma condição sem qualquer limite temporal, estamos falando de termo (evento futuro e certo). Ex. se dou meu guarda-chuva quando chover em SP.
Se eu colocar um limite de tempo estaremos diante de uma condição (evento futuro e incerto). Ex. Dou meu guarda se chover no final de semana em SP.
5) A parte que realizou a liberalidade pode exigir a execução do encargo?
R: O modo ou encargo consiste na prática de uma doação com a estipulação de um ônus. E o CC admite que caso este ônus não seja cumprindo a parte que realizou a liberalidade pode exigir a sua execução ou pedir a revogação da liberalidade.
 
Lembretes:
· Não comporta condição o ato de aceitação ou de repúdio a herança.
· O mútuo é contrato de empréstimo.
· Se o empréstimo for de coisa fungível, chamo o empréstimo de mútuo;
· Se o contrato for de coisa infungível tem-se um contrato de comodato.
· O comodato é denominado empréstimo de uso, porque a pessoa tem que devolver o mesmo bem.O contrato de mútuo é denominado de empréstimo de consumo, porque existe a permissão da pessoa consumir o bem e devolver outro bem. E no contrato de mútuo é perfeitamente possível a imposição de uma condição.
· No que se refere ao termo ou condição e aos defeitos do negócio jurídico, a condição é a cláusula que subordina o efeito do negócio jurídico, oneroso ou gratuito, a evento futuro e incerto, e tem aceitação voluntária. O vício resultante da coação causa a anulabilidade do negócio jurídico, mas é passível de retificação pelas partes, ressalvado direito de terceiro.
· Tem-se mera expectativa de direito em cláusula suspensiva
· De acordo com o CC a fraude contra credores gera nulidade relativa. E de acordo com a posição do STJ não gera nem a nulidade, nem a anulação do negócio, gera a ineficácia do negócio jurídico.
Partilhar isto:

Continue navegando