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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ- UECE FACULDADE DE EDUCAÇÃO DE ITAPIPOCA- FACEDI CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS MARIA GLAUCILENE SOUSA VASCONCELOS EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM ÊNFASE NA ABORDAGEM DO TEMA INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NA BIOLOGIA DO ENSINO MÉDIO ITAPIPOCA - CEARÁ 2017 MARIA GLAUCILENE SOUSA VASCONCELOS EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM ÊNFASE NA ABORDAGEM DO TEMA INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NA BIOLOGIA DO ENSINO MÉDIO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Faculdade de Educação de Itapipoca da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciada em Ciências Biológicas. Orientador: Prof. Dr. Antonio Teles de Menezes ITAPIPOCA - CEARÁ 2017 Dedico este trabalho a todos os professores que estiveram comigo até hoje, em especial aqueles que me oportunizaram aprendizado além de disciplinas curriculares. Estes são exemplos de pessoas e profissionais, são personagens que partilham conhecimentos e modificam a história dos que recebem sua mensagem, capazes de transformar indivíduos em peças brilhantes que iluminam o futuro. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente aos meus pais, principalmente minha mãe, Maria Júlia de Morais Sousa Vasconcelos, por ser uma mulher forte e batalhadora, por toda a preocupação e que mesmo com todas as dificuldades me apoiou em minha trajetória escolar, acadêmica e em toda a minha vida. Aos meus irmãos, pela inspiração que eles me dão, pois todos são muito dedicados aos estudos. Em especial ao meu Orientador professor Dr. Antonio Teles de Menezes, pois ele foi o primeiro a orientar meus trabalhos acadêmicos, além de estar sempre me incentivando, encorajando e me apoiando para ampliação de meus horizontes, bem como, para a busca de sucesso acadêmico e profissional. Exemplo disso, foi a oportunidade grandiosa que este me concedeu com a monitoria de Biologia Celular e Bioquímica. Além de várias orientações em pesquisas científicas proporcionadas a partir do Grupo de Estudo de Biologia (GEBio), o tenho como um exemplo a ser seguido. Às professoras MSc. Ana Paula Teixeira e MSc. Ana Carolina Cardoso Teixeira, por se fazerem presentes em minha banca e por suas contribuições para a melhoria do meu trabalho. Aos professores participantes da pesquisa, pois foram essenciais para a realização desta. Ao meu namorado, Jeferson Alves Moura, por estar sempre presente, caminhando junto comigo nessa trajetória da graduação, sendo um amigo e companheiro, que me apoia e acredita em meu potencial mesmo que tenha momentos que eu não acredite. A todos os meus amigos, pelo carinho e companheirismo, em especial a Andreza Freitas, Augusto Braga, Juliana Rodrigues, Sandy Oliveira, João Paulo Soares, Lucas Gomes e Alicia Lucas, que estiveram sempre do meu lado e me motivando acima de tudo. Aos meus professores da Faculdade de Educação de Itapipoca (FACEDI) pelo carinho e por todos os conhecimentos que estes me possibilitaram. Aos meus professores da Educação Básica que sempre quando os vejo ainda é perceptível o orgulho que estes sentem, por ser uma aluna deles que ingressou na Universidade, além do incentivo que muitos deles ainda me oferecem. Por fim, não menos importante, a Deus, pois foi Ele que colocou todas essas pessoas em minha caminhada, para que eu pudesse atingir crescimento e satisfação pessoal. “É a escola cidadã, que forma cidadãos conscientes e por inteiro que na busca de sua felicidade pessoal sejam também integrados à comunidade em que vivem, capazes de pensar, associar ideias, inventar e interferir, sob as mais diversas maneiras, na estrutura da sociedade, a fim de melhorá-la !". (Vera Vaz) RESUMO Atualmente, dados de órgãos mundiais evidenciam que as doenças cardiovasculares são as maiores causas de morte no mundo. Um exemplo destas é o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), considerado como uma afecção isquêmica do coração que é destacada como uma das principais determinantes de mortalidade humana. Os principais fatores que levam a esta patologia são as condições atitudinais, devido ao estilo de vida inadequado e fatores predisponentes. Partindo deste princípio, considera-se a relevância do estudo do IAM na educação básica, principalmente na Biologia do Ensino Médio, pois esta forma-se cidadãos críticos e construtores de uma sociedade saudável física e mentalmente, além de estudar em seu constructo os seres vivos e suas relações com o ambiente. O objetivo desse estudo foi investigar o tema IAM e sua abordagem na disciplina de Biologia do Ensino Médio de escolas públicas da rede estadual do município de Itapipoca - Ceará. A pesquisa teve caráter qualitativo, sendo aplicado um questionário aos professores de Biologia. Os dados obtidos foram submetidos à Análise de Conteúdo. Foram feitas perguntas conceituais acerca do IAM onde os educadores que lecionam Biologia mostraram-se compreender o que é essa doença, bem como os fatores de riscos e as formas de prevenção, evidenciados em suas respostas. Questionou-se a abordagem do IAM no curso de graduação dos professores e a maioria eles ratificaram a abordagem na disciplina Fisiologia Humana (45,5%). Quando perguntado se eles discutiram sobre o infarto em suas aulas, a maioria afirmou ter discutido (58,4%). Além disso, os professores também declararam não existir programas de Educação em Saúde nas escolas pesquisadas (54,5%). Por fim, foi questionada a importância da abordagem do IAM no Ensino Médio, e as dificuldades com o trabalho desse assunto e a maioria dos educadores salientaram que essa temática é de fácil abordagem e que possui grande importância, para que os alunos sejam agentes de transformação na sociedade. Portanto, os professores entendem o que é o IAM e a importância do estudo deste, porém, é notória a necessidade da maior incorporação da Educação em Saúde nessas escolas, principalmente na disciplina de Biologia, para que oriente os adolescentes a respeito do IAM, favorecendo a transposição de conhecimentos amplos no ambiente familiar e na sociedade, acerca dos comportamentos que devem ser adotados com o corpo, viabilizando a promoção da saúde. Palavras-chave: Infarto Agudo do Miocárdio. Ensino de Biologia. Promoção da Saúde. ABSTRACT Currently data from worldwide organizations show that cardiovascular diseases are the major causes of death in the world. An example of this is acute myocardial infarction (IAM), considered as an ischemic heart condition that is highlighted as one of the main determinants of mortality and mobility. The main factors leading to this pathology are the attitudinal conditions due to inadequate lifestyle and predisposing factors. Based on this principle, it is considered the relevance of the study of IAM in basic education, especially in the Biology of Secondary Education, since it forms critical and constructive citizens of a healthy society physically and mentally, besides studying in its construct the living beings and their relationships with the environment. The general objective of this study was to investigate the IAM issue and its approach in the discipline of High School Biology of public schools in Itapipoca-Ceará State of Cearé. The research had a qualitative character, being applied a questionnaire to the teachers of Biology. The data obtained were submitted to Content Analysis. Conceptual questions were asked about IAM, and the educators who taught Biology showed themselves to understand about thisdisease, as well as the risk factors and the manners of prevention, because they were not mistaken in their answers. It was questioned about the approach of IAM in Biology Teaching, both in undergraduate studies, in which most of the professors ratified the approach in Human Physiology (45.5%) and in high school, which they said they did not discuss ( 41.6%). Teachers also stated that there are no health education programs in schools (54.5%). Finally, the importance of the IAM approach in high school was questioned, and the difficulties with the work of this subject and the majority of the educators emphasized that this subject is easy to approach and that it has great importance, so that the students are agents of transformation in society. It is emphasized with the results obtained that the teachers understand the importance of the study. However, it is notorious the urgency of the Health Education in these schools, mainly in the discipline of Biology, so that it guides the adolescents in respect of IAM, favoring the transposition of broad knowledge in the family environment and in society, about the behaviors that must be adopted with the body, enabling the promotion of health. Key words: Acute Myocardial Infarction. Teaching of Biology. Health promotion. LISTA DE TABELAS Tabela 1- Categorização referente ao entendimento dos professores de Biologia da rede estadual de ensino de Itapipoca-CE sobre o que é IAM ..................................................... 34 Tabela 2- Fatores de risco para a ocorrência do um IAM citados pelos professores de Biologia da rede estadual de ensino de Itapipoca-CE ......................................................... 36 Tabela 3- Formas de prevenção do IAM citadas pelos professores de Biologia da rede estadual de ensino de Itapipoca-CE ...................................................................................... 38 Tabela 4- Categorização acerca da abordagem do IAM no Ensino Médio dos professores pesquisados .............................................................................................................................. 39 Tabela 5- Categorização construída a partir da pergunta: “Em seu curso de graduação você estudou sobre o IAM? Se sim, em quais disciplinas?” ............................................... 42 Tabela 6- Categorização construída a partir da pergunta: “Você já falou para seus alunos nas aulas de Biologia a respeito do IAM? Se sim, em qual situação?” .................. 43 Tabela 7- Categorização feita a partir da justificativa dos professores investigados acerca da falta de discussão sobre o IAM ............................................................................ 45 Tabela 8- Ferramentas citadas pelos professores que não discutiram a respeito do IAM nas aulas Biologia para posterior discussão ......................................................................... 45 Tabela 9- Categorização criada a partir da pergunta: “Na escola que você leciona tem ou já teve programas de Educação em Saúde? Se sim, houve algum momento que foi falado sobre o IAM?” ............................................................................................................. 46 Tabela 10- Categorização da importância atribuída pelos professores acerca da discussão sobre o IAM para a Educação em Saúde dentro do espaço escolar ................. 50 Tabela 11- Categorização elaborada de acordo com a pergunta: “Você vê alguma dificuldade em trabalhar a temática? Justifique.” .............................................................. 52 LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS AC Análise de Conteúdo AV Atrioventricular AVC Acidente Vascular Cerebral BNCC Base Nacional Comum Curricular CO2 Dióxido de carbono DATASUS Departamento de Informática do SUS DCV Doenças Cardiovasculares ECG Eletrocardiograma ENEM Exame Nacional do Ensino Médio ES Educação em Saúde IAM Infarto Agudo do Miocárdio LD Livro Didático O2 Oxigênio OPAS Organização Pan-Americana da Saúde PCN Parâmetros Curriculares Nacionais SUS Sistema Único de Saúde TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12 2 ANÁTOMO-FISIOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR ............................... 15 2.1 ANÁTOMO-FISIOLOGIA CORONARIANA ................................................................. 15 2.2 BIOFÍSICA DA CIRCULAÇÃO ....................................................................................... 17 3 FISIOPATOLOGIA DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO ................................. 20 3.1 O DESENVOLVIMENTO DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO ......................... 20 3.2 TRATAMENTO E PREVENÇÃO DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO ............. 22 4 EDUCAÇÃO EM SAÚDE E A ABORDAGEM DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NO ENSINO MÉDIO ................................................................................... 25 4.1 A EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO ENSINO DE BIOLOGIA ............................................ 25 4.2 FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE BIOLOGIA PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE CORONARIANA ..................................................................................................................... 27 5 METODOLOGIA ................................................................................................................ 30 5.1 FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA ...................................................................... 30 5.2 PERCURSO METODOLÓGICO ...................................................................................... 31 6 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................... 33 6.1 ASPECTOS TEÓRICOS E CONCEITUAIS DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO .................................................................................................................................................. 33 6.2 ABORDAGEM DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NO ENSINO DE BIOLOGIA ............................................................................................................................... 39 6.3 A EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO ENSINO DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NO AMBIENTE ESCOLAR ................................................................................................... 48 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 55 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 57 APÊNDICES ........................................................................................................................... 63 APÊNDICE A- QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PROFESSORES ................................ 63 12 1 INTRODUÇÃO Com a evolução biológica, os organismos vivos foram se especializando e desenvolvendo estruturas morfofisiológicas que os propiciaram seu desenvolvimento e a sua disseminação em diversos meios. Uma dessas estruturas que surgiu com o processo evolutivo e que também auxiliou a sobrevivência de animais maiores foi o aprimoramento evolutivo de sistemas circulatórios que possibilitou o transporte de fluidos entre a superfície corporal e o meio externo (SILVERTHORN, 2010). Para Silverthorn (2010), os animais multicelulares possuíam somente uma camada superficial das células em contato com o meio externo, e isso era um problema, pois a difusão de oxigênio em animais grandes tornava-se mais lenta de acordo com o aumento da distância. Assim, animais mais complexos possuem uma bomba muscular responsável pela circulação do meio interno, o coração. Segundo Gomes (2005, p.18) Galeno indicou que o coração era uma massa muscular quetinha como função o bombeamento do sangue para os pulmões, em que este fluido saia do ventrículo direito e retornava para o esquerdo, além disso, afirmou que as artérias e veias eram preenchidas com sangue. Assim, hoje o coração é definido como um importante órgão, que constitui os sistemas orgânicos dos seres vivos e desempenha papel fundamental na perfusão tecidual, sendo indispensável para a homeostase do indivíduo. Ademais, a vitalidade de um organismo é mantida pela nutrição celular e suprimento de oxigênio adequado em todos os órgãos, assim, com diminuição desses compostos poderá ocorrer um dano tecidual. No caso do coração, se houver redução do fluxo sanguíneo, este poderá não trabalhar corretamente, pois as células miocárdicas estarão privadas de oxigênio. Essa condição é denominada isquemia, sendo normalmente acompanhada de angina (dor no peito). Se essa ausência de oxigênio permanecer posteriormente ocorrerá à necrose tecidual do músculo cardíaco, caracterizando o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), ou ataque cardíaco (RERLIHY; MAEBIUS, 2002). O IAM ocorre devido a diversos fatores, dentre eles, o desenvolvimento de placas ateroscleróticas nas artérias coronárias que impedem o fluxo sanguíneo. Isso na maioria dos casos ocorre devido à prática inadequada no estilo de vida, caracterizada por maus hábitos alimentares, falta de exercícios físicos, dentre outros fatores. Destaca-se que esta é uma complicação na saúde que muitas vezes ocorre pela falta de acesso às informações pertinentes acerca do funcionamento do corpo e das necessidades essenciais a prática saudável de vida. 13 A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) ressalta que as doenças cardiovasculares são as maiores causadoras de morte no mundo e que mais de três quartos das mortes ocorrem em países de baixa e média renda (OPAS, 2016). Portanto, realça-se novamente a ideia de que parte dos casos de IAM deve-se pelo fato das pessoas não conhecerem os fatores que desencadeiam tal enfermidade. Partindo desse pressuposto, considera-se a relevância deste tema por ser um problema de saúde pública que pode ser modificável se trabalhado na educação básica de forma adequada. Esse trabalho deve visar à Educação em Saúde dentro da escola, não somente com campanhas, mas também dentro de sala de aula e principalmente nas aulas de Biologia, pois é indispensável que se trabalhe com patologias como o IAM nesta disciplina. Essa discussão possibilitará ao aluno conhecer o seu corpo e as múltiplas dimensões da biologia humana, acarretando o conhecimento de doenças que podem ser acometidas pela falta de cuidados com o corpo. Neste contexto, a busca pelo ensino de qualidade e mais contributiva para prevenção do Infarto Agudo do Miocárdio torna-se a preocupação deste estudo. Assim, o despertar do interesse pelo tema partiu de cascatas de problemáticas desencadeadas acerca da Educação em Saúde dentro de um grupo do estudo de Biologia (GeBio) ocorrente na Faculdade de Educação de Itapipoca (FACEDI), bem como o desejo de conhecer como está ocorrendo a abordagem do assunto IAM nas escolas públicas estaduais de Itapipoca do estado do Ceará na disciplina de Biologia do Ensino Médio. Com isso, este estudo poderá contribuir para reflexões a respeito da alfabetização científica e formação para a cidadania, no que diz respeito às precauções e entendimento biomédico do Infarto Agudo do Miocárdio dentro do espaço escolar. Desse modo temos como objetivo geral Investigar o tema Infarto Agudo do Miocárdio e sua abordagem na disciplina de Biologia do Ensino Médio de escolas públicas da rede estadual do município de Itapipoca- Ceará. Foram delineados os seguintes objetivos específicos: a) Analisar o entendimento dos professores de Biologia acerca do Infarto Agudo do Miocárdio; b) Verificar se ocorrem discussões sobre o tema Infarto Agudo do Miocárdio no Ensino de Biologia; c) Investigar as concepções dos professores de Biologia acerca do ensino do Infarto Agudo do Miocárdio nas escolas estaduais de Itapipoca-CE; d) Identificar se existe a abordagem da Educação em Saúde no tratamento da 14 temática Infarto Agudo do miocárdio nas escolas estaduais do município de Itapipoca-CE. Portanto, destaca-se que o estudo foi delineado em Fundamentação Teórica, Metodologia, Resultados e Discussões e as Considerações Finais. Referente ao quadro de fundamentação teórica há uma divisão em três sessões, em que a primeira é Anátomo- Fisiologia do sistema cardiovascular, esta possui duas subseções denominas por: Anátomo- fisiologia coronariana e Biofísica da circulação. A segunda refere-se à Fisiopatologia do Infarto Agudo do Miocárdio, na qual também possuem duas subseções intituladas: O desenvolvimento do Infarto Agudo do Miocárdio e Tratamento e prevenção. Por fim, a última sessão tratará do tema Infarto Agudo do Miocárdio no Ensino Médio, com ênfase na formação de professores. A metodologia consiste em coleta de dados feita a partir de questionários aplicados aos professores de Biologias de três escolas estaduais de ensino regular do município de Itapipoca-CE, sendo estes analisados de acordo com a técnica de Análise de Conteúdo proposta por Bandin (1977). A metodologia será delineada em duas subseções nomeadas: Fundamentação metodológica e percurso metodológico. Os resultados e discussões foram alocados em três subseções, a primeira tratará dos aspectos teóricos e conceituais do infarto de acordo com os professores, com respaldo ao referencial teórico, a segunda consistirá na abordagem do IAM no ensino de Biologia e a terceira, refere-se a Educação em Saúde no ensino do IAM no espaço escolar. Por fim têm-se as considerações finais, em que nestas serão indicadas algumas conclusões, ponderações e sugestões acerca do estudo. 15 2 ANÁTOMO-FISIOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR 2.1 ANÁTOMO-FISIOLOGIA CORONARIANA É observado na escala evolutiva, o aumento da complexidade de mamíferos torna a perfusão tecidual algo extremamente essencial para as suas necessidades metabólicas. Aires (2008) ressalta que, o sistema circulatório em mamíferos tem como função o transporte e distribuição de substâncias essenciais para os tecidos, bem como para a remoção de produtos provenientes do metabolismo. Berne e Levy (2009, p. 289), completa essa afirmação, expondo que “Esse sistema participa também, em mecanismos homeostáticos, como regulação da temperatura corporal, manutenção do balanço de fluidos e ajuste do fornecimento de oxigênio e nutrientes sob vários estados fisiológicos”. O sistema circulatório se constitui como um sistema tubular fechado, onde são circulados os humores provindos do corpo, tais como, sangue e linfa. Este sistema é composto por tubos coletores e distribuidores, os vasos sanguíneos, veias e artérias, e por uma rede de vasos finos, os capilares, que permitem o transporte rápido entre os tecidos e os canais vasculares (BERNE; LEVY, 2009). O sistema de vasos forma uma rede contínua, unida por um órgão central, o coração, que funciona como uma bomba contrátil-propulsora autoeletrogênica. Para Silverthorn (2010), este conjunto forma um circuito que possui sentido único direcionando o sangue para uma rota específica, assegurando que a distribuição de gases e nutrientes de moléculas sinalizadoras e de resíduos ocorra de forma sistemática do coração para os tecidos e dos tecidos de volta para o coração. O coração é um órgão que se localiza na cavidade torácica, atrás do esterno e acima do diafragma. É formado por tecido muscular estriado cardíaco e revertido pelo pericárdio, que protege o coração de choques mecânicos, e o limita durante sua expansão na contração muscular. O coração tem forma de cone, com uma extremidade pontuda, chamada de ápice, que repousa no diafragma, e uma base de onde entram e saem os vasos sanguíneos(TORTORA, 2004). Esse órgão é composto por uma parede que possui três camadas teciduais, o epicárdio (camada externa), membrana serosa que possuem capilares sanguíneos, linfáticos e fibras nervosas, ele é responsável pela lubrificação. O miocárdio (camada média), tecido muscular cardíaco separado por tecido conjuntivo, realizando contrações musculares que bombeiam o sangue, e o endocárdio (camada interna), constituído por tecido epitelial, possui 16 fibras elásticas e o colágeno, sendo assim, a camada protetora das válvulas (RERLIHY; MAEBIUS 2002). O coração é constituído por quatro câmaras, sendo dois átrios e dois ventrículos, que são formados basicamente por células miocárdicas, em que há a propagação da atividade elétrica, sendo locais de armazenamento e liberação de sangue. Aires (2008) afirma que o átrio e o ventrículo direito fazem parte da circulação pulmonar, já o átrio e ventrículo esquerdo constituem a circulação sistêmica, sendo que os átrios possuem parede fina, por desenvolver baixa pressão sanguínea, já os ventrículos paredes mais espessas, pois desempenharem alta pressão. Assim, estes quatro compartimentos possuem estruturas auxiliadoras do fluxo unidirecional sanguíneo, denominadas por valvas, as quais têm extrema importância para o funcionamento cardíaco. Braun e Anderson (2009) sustentam a ideia de que para uma perfusão eficaz, os vasos sanguíneos que distribuem oxigênio e nutrientes e ainda removem resíduos metabólicos dos tecidos, é decorrente de três processos específicos da circulação que estão interligados, estes são a Circulação Pulmonar, que forma o conduto no qual o oxigênio (O2) e o dióxido de carbono (CO2) podem ser difundidos entre a atmosfera e o corpo; a Circulação Cardíaca ou coronária, em que o fluxo sanguíneo que percorre o músculo cardíaco do coração fornece suporte para o bombeamento de sangue oxigenado ao corpo, realizado pelo coração; e a Circulação Sistêmica, que promove a distribuição de oxigênio e de nutrientes para outros tecidos do organismo. Destaca-se ainda que exista um sistema de vasos que auxiliam estes três processos, que são as artérias, responsáveis pelo transporte de sangue rico em nutrientes aos tecidos; as veias que conduzem o sangue pobre em oxigênio e os resíduos dos tecidos, a fim de que sejam eliminados do corpo; arteríolas, capilares e vênulas, formam a microcirculação, constituem o principal local de trocas de nutrientes em nível celular. (BRAUN; ANDERSON, 2009). Evidencia-se que para ocorrer todos esses processos supracitados, é vital a ocorrência da perfusão sanguínea própria do coração que supra o músculo cardíaco, neste caso a circulação coronariana. Tortora (2004) cita que, como qualquer outro tecido as paredes do coração também possuem vasos que possibilitam o fluxo sanguíneo, para o fornecimento de O2 e para a sua nutrição. Estes vasos são as artérias e veias coronárias. As artérias direita e esquerda nutrem os lados direito e esquerdo do coração, respectivamente, por sua vez as veias recebem o sangue que nutriu o miocárdio e o transporta até o seio coronário, levando-o ao átrio direito (RERLIHY; MAEBIUS 2002). 17 O coração também é perfundido por uma extrema circulação colateral (ramificações acessórias arteriais e venosas, a partir desses dois vasos principais). A circulação colateral adicional desenvolve-se quando a necessidade do fluxo sanguíneo a área especifica do coração aumenta, como no caso de demandas maiores ou obstrução do fluxo sanguínea aos tecidos do coração (BRAUN; ANDERSON, 2009, p.370). O miocárdio é dependente do fornecimento constante de sangue e se este suprimento for interrompido, mesmo que por um curto período de tempo, este pode ser lesado. Segundo Tortora (2004) a maioria dos problemas cardíacos é decorrente da deficiência da circulação coronária, pois o suprimento de O2 inadequado enfraquecerá as células, ocorrendo uma isquemia. Em casos mais graves, se houver a interrupção do suprimento sanguíneo ocorrerá o Infarto Agudo do Miocárdio, e assim a morte de uma área do tecido muscular cardíaco. 2.2 BIOFÍSICA DA CIRCULAÇÃO O funcionamento do coração consiste em uma atividade concomitantemente de contração e relaxamento dependentes de pressão, chamada de ciclo cardíaco. Desse modo, o sangue entra no ventrículo direito via átrio direito e é bombeado para o sistema arterial pulmonar, em seguida, passa pelos capilares pulmonares, onde o dióxido de carbono é eliminado e o oxigênio difundido. Com isso, o sangue mais rico em O2 retorna via veias pulmonares para o átrio esquerdo, sendo bombeado para o ventrículo esquerdo e liberado para a circulação sistêmica, completando o ciclo (BERNE; LEVY, 2009). De modo geral, as valvas abrem e fecham de acordo com o fluxo sanguíneo e o gradiente de pressão. As valvas do tronco pulmonar e a aorta orientam a saída de sangue dos ventrículos e impedem o retorno de sangue durante a diástole ventricular, sendo estas formadas por válvulas semilunares. Já as valvas direitas atrioventriculares (AV) ou valva tricúspide e valva esquerda bicúspide ou mitral, ficam entre os átrios e ventrículos permitindo a passagem de sangue entre estas câmaras e fecham-se quando o coração começa a contrair (DANGELO; FANTTINI, 2000). O ciclo cardíaco se caracteriza por duas fases, que são a diástole, período de relaxamento do miocárdio, com entrada de sangue nas cavidades cardíacas, neste momento a pressão do ventrículo cai, ocorrendo a aberturas das valvas AV e o fechamento das semilunares, permitindo o fluxo sanguíneo unidirecional. Após o enchimento dos ventrículos as valvas AV fecham-se e as semilunares abrem-se, começando assim a contração muscular, esta por sua vez, chama-se sístole, na qual acontece o esvaziamento de sangue do coração e o 18 aumento da pressão. Quando a sístole termina, a válvula aórtica se fecha e o ciclo recomeça (BRAUN; ANDERSON, 2009). Heneine (2002) explana que no decorrer da sístole, o sangue adquire uma aceleração súbita em todas as artérias, devido à massa sanguínea que é ejetada nos ventrículos, a pressão e velocidade do sangue atingem o nível máximo, já na diástole a pressão e a corrente sanguínea continuam, mas em nível menor. Por conseguinte, observa-se que o ciclo cardíaco é uma sequencia de eventos que ocorrem durante um batimento do coração, sendo ele um período de contração e um de relaxamento das câmaras do coração. Nos seres humanos, o coração gera uma alta pressão quando se contrai. O sangue flui para fora do coração (Região de pressão alta) para o circuito fechado de vasos sanguíneos (uma região de menor pressão). Conforme o sangue se move pelo sistema a pressão diminui devido ao atrito entre o sangue e as paredes dos vasos sanguíneos. Como consequência, a pressão cai continuamente conforme o sangue se afasta do coração. A pressão mais alta nos vasos do sistema circulatório é encontrada na aorta e nas artérias sistêmicas que recebem sangue do ventrículo esquerdo. A pressão mais baixa ocorre nas veias cavas, imediatamente antes de desembocam no átrio direito (SILVERTHORN, 2010, p.471). Silverthorn (2010) comenta ainda que o coração possui um sistema de marcapasso que determina a frequência dos batimentos cardíacos, assim, para a excitação do miocárdio é necessário que seja gerado um potencial de ação no nodo sinoatrial (localizado na parede póstero-lateral do átrio direito) se propagando para os átrios até chegar aos ventrículos, assim com a condutibilidade do impulso elétrico é promovido à contração e consequentemente, o ritmo cardíaco. Conforme Gomes (2005) o ciclo cardíaco e o fluxo sanguíneo dependem de quatro eventos que são de natureza elétrica, mecânica e hemodinâmica, sendo iniciados a partir de cada batimento cardíaco até o inicio do próximo. Estes eventos são o Inotropismo, que designa a força de contração do músculocardíaco, o Cronotropismo, refere-se à frequência cardíaca, o Dromotropismo, se relaciona a condutibilidade do impulso elétrico no músculo cardíaco, e o Batmotropismo, é relacionado à excitabilidade miocárdica. A atividade elétrica do coração que permite a sua contração e relaxamento depende da passagem de íons (sódio, cálcio e potássio) de uma célula miocárdica a outra através de canais da membrana celular, que ocorrem devido ao potencial de ação. Essa corrente elétrica é conduzida de acordo com processos que ocorrem repedidas vezes que funcionam de forma organizada e simultaneamente para estimular a contração e o relaxamento cardíaco (BRAUN; ANDERSON, 2009). Estes processos são a despolarização que é mudança na polaridade na qual há a difusão dos íons resultando na mudança súbita de voltagem; a repolarização inicial ocorre 19 quando a voltagem da célula atinge o pico e o canal rápido de sódio se fecha; o platô surge quando os íons de cálcio e sódio entram em canais lentos respectivos. A repolarização rápida acontece quando fluxo de cálcio facilita a contração prolongada das fibras do músculo cardíaco; e por fim a fase de repouso, em que os canais de sódio e cálcio se fecham fazendo com que os íons não se movimentem para dentro da célula. (BRAUN; ANDERSON, 2009). Rerlihy e Maebius (2002) destacam que a eficiência do coração em bombear quantidades adequadas de sangue é chamada de débito cardíaco e que este é determinado pela frequência cardíaca e pelo volume sistólico. Desse modo, o débito cardíaco torna-se inadequado quando o coração é incapaz de ejetar quantidades de sangue necessárias para que circule apropriadamente para a circulação pulmonar e sistêmica. O debito Cardíaco inadequado é decorrente de problemas, como a obstrução de artérias que contribuem para alterações na perfusão tecidual, por bloquear o movimento livre de sangue, não permitindo que o sangue chegue aos tecidos periféricos, essa distribuição sanguínea irregular por conta de obstruções de vasos pode gerar o infarto (BRAUN; ANDERSON, 2009). Desse modo, existem métodos, como o eletrocardiograma, que podem identificar os processos patológicos do Infarto Agudo do Miocárdio. O eletrocardiograma (ECG) é “[...] efetuado através de um aparelho que mede os impulsos elétricos do músculo cardíaco, fornecendo um traçado característico que permite a identificação de eventuais cardiopatias.” (MANSUN et al, 2006, p. 107). Sendo assim, patologias cardiovasculares são acompanhadas de alterações eletrocardiográficas. Braun e Anderson (2009) ratificam que são inseridos eletrodos em área determinadas do corpo para identificarem a atividade elétrica do coração sendo esta transmitida para uma tela. Estes autores ainda explanam que no ECG são representadas pontos, designados como ondas de acordo com o potencial de ação. Estas ondas representam os seguintes aspectos do potencial de ação: Onda P = despolarização dos átrios pelo nodo sinoatrial; Intervalo P-Q = despolarização do nodo AV e das Fibras do feixe; QRS = despolarização dos ventrículos; T= repolarização dos ventrículos; U= repolarização das fibras de Purkinje. De acordo com Bueno (2011), o ECG torna-se um aliado essencial para prognósticos para eventuais intervenções precoces, sendo elas farmacológicas e/ou hemodinâmicas, favorecendo a redução da morbidade e mortalidade cardiovascular. Assim, essa ferramenta eletrocardiográfica é fundamental para o melhor diagnóstico de danos ocasionados devido ao Infarto Agudo do Miocárdio. 20 3 FISIOPATOLOGIA DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO 3.1 O DESENVOLVIMENTO DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO A Organização Pan Americana de Saúde (OPAS, 2016) retrata que existe um grupo para as Doenças Cardiovasculares (DCV), que são doenças coronárias, doenças cerebrovasculares, doença arterial periférica, doença cardíaca reumática, cardiopatias congênitas, trombose venosa profunda e embolia pulmonar. Dentre estas enfermidades, pode- se destacar que as doenças coronárias (ou doenças isquêmicas do coração e infarto) são as que causam mais mortes nas Américas, dentre elas, Infarto Agudo do Miocárdio seguido por Acidente Vascular Cerebral (AVC), demências e diabetes (OPAS, 2016). Desse modo, a doença isquêmica do coração se destaca pela sua magnitude, dentre as DCV, sendo uma das principais causadoras de mortalidade e mobilidade. O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) confere-se pela morte de cardiomiócitos causada por isquemia prolongada, esta ocasionada por trombos e/ou vasoespasmo sobre uma placa aterosclerótica. (PESARO; JUNIOR; NICOLAY, 2004). Para Robbins e Cotran (2010, p. 347), “Um infarto é uma área de necrose isquêmica causada pela oclusão do suprimento arterial ou da drenagem venosa.”, que por sua vez este surge pelo fato de haver uma oclusão arterial trombótica ou embólica. Sabe-se que a maior parte do coração é composta por células cardíacas que compõem o miocárdio, e o infarto resulta de obstruções da artéria coronária, cujo compromete o suprimento sanguíneo provocando a isquemia e a potencial morte em uma região deste músculo. A região anatômica irrigada pela artéria supracitada é designada por área de risco, o prognóstico dessa afecção depende predominantemente da gravidade e duração da privação do fluxo sanguíneo (ROBBINS; COTRAN, 2010). No entanto o tempo da evolução do IAM causa ao miocárdio agressão progressiva representada pelas áreas de isquemia, lesão e necrose, sucessivamente, em que na primeira predominam distúrbios eletrolíticos que prejudica a homeostase do organismo e na segunda há alterações morfológicas reversíveis, e na última ocorrem danos definitivos (PESARO; JUNIOR; NICOLAU, 2004). A identificação precoce do local do IAM é complicada, pois a morte tecidual ocorre horas depois do acontecimento deste, sendo que somente após 12 a 24 horas da ocorrência do evento é que a área pode ser identificada, devido a coloração vermelho-azulada provocada pelo sangue aprisionado e estagnado nas artérias coronárias. Posteriormente, a área 21 do infarto fica mais bem definida como amarelo-acastanhada e um pouco amolecida. E por fim, em 10 dias a 2 semanas, ela é margeada por uma zona hiperêmica de tecido de granulação altamente vascularizado. Nas semanas seguintes, a região que foi lesada se torna uma cicatriz fibrosa (ROBBIS; COTRAN, 2010). Segundo o Departamento de Informática do SUS (DATASUS), das manifestações clinicas que levam a identificação do IAM, a principal é o surgimento da dor torácica, que é definida como uma dor subida e constante, sobre o esterno podendo se propagar para várias partes do corpo, como mandíbula, pescoço face interna do braço esquerdo, levando ainda a falta de ar (DATASUS, 2014). Braun e Anderson (2009) também destacam que além das dores no peito a pessoa que está sofrendo o IAM podem apresentar sintomas como, náuseas, sudorese, fadiga, fraqueza, ansiedade, dentre outros sintomas. Para localizar precisamente o tamanho e as características morfológicas do IAM. Robbins e Cotran (2010) definem algumas particularidades, que é identificar o local, a intensidade e a taxa de desenvolvimentos das obstruções ateroscleróticas coronarianas devido à aterosclerose e trombose, o tamanho do leito vascular irrigado pelos vasos obstruídos, duração da oclusão, necessidades metabólicas e de oxigênio do miocárdio em risco. Além da quantidade de vasos sanguíneos colaterais, presença, local e intensidade de espasmo arterial coronariano e outros fatores, tais como frequência cardíaca, ritmo cardíaco e oxigenação sanguínea. Assim, a localização do IAM é dependente da extensão temporária da oclusão e da presença de circulação colateral, sendo estas as características que ditam os principais efeitos desse acontecimento. Braun e Anderson (2009) declaram que a obstrução coronariana lesa o ventrículo esquerdo prejudicando na capacidadedo coração bombear sangue de forma sistemática, visto que a circulação dentro do coração ocorre de acordo com as estruturas anátomo-fisiológicas do sistema de vasos coronários. Assim, as artérias maiores quando obstruídas, resultam em maiores danos ao miocárdio, em consequência, quanto mais perto da aorta houver a anóxia do miocárdio mais fulminante o IAM será. Bueno (2011) argumenta que os casos de infarto no Brasil cheguem a 500.000 anualmente e cerca de 56.000 mortes, este autor ainda estima que de 1,7 milhões de pacientes são atendidos nas redes hospitalares anualmente em todo o mundo com dor torácica. Sendo assim, o diagnóstico dessas pessoas que chegam aos hospitais com os já sintomas supracitados baseiam-se em resultados traçados pelo ECG que podem indicar problemas com a repolarização ventricular, e a averiguação da quantidade sérica de proteínas e das enzimas cardíacas (BRAUN; ANDERSON, 2009). 22 Com isso, existem autores que relataram tentativas de medir qualitativamente a área final do infarto pelo eletrocardiograma de acordo com o grau de isquemia, a partir dos sinais de necrose (ondas Q) ou reperfusão (ondas T invertidas), assim têm-se o Grau I, em que as Ondas T serão altas, simétricas e apiculadas; o Grau II refere-se ao supradesnível do segmento ST sem distorção final do QRS; e o Grau III, são as mudanças na porção final do QRS (BUENO, 2011). Por fim, denota-se que o ECG é uma ferramenta de suma importância para o diagnóstico do IAM, visto que pode identificar o local do dano tecidual coronário, estimar a progressão esperada da área de necrose e diferenciar a parte do miocárdio necrótico e viável dentro da área isquêmica (BUENO, 2011). Assim, quanto mais cedo houver a identificação do IAM, mais eficaz será o tratamento, ampliando a chance de reperfusão tecidual em pessoas infartadas. 3.2 TRATAMENTO E PREVENÇÃO DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO As doenças cardiovasculares são uma das principais causas de mortalidade nos países desenvolvidos e nos que estão em desenvolvimento, sendo que seu significativo crescimento deve ser motivo para gerar alerta para o impacto destas DCV nas classes menos favorecidas e para as necessidades de intervenções eficazes, de baixo custo e de caráter preventivo (RIQUE; SOARES; MEIRELLES, 2002). Por outro lado, Silverthorn (2010) afirma que as DCV tem importância econômica e social, deliberando assim, foco de muitos estudos a cada ano, em que os pesquisadores tentam aperfeiçoar os tratamentos e os algoritmos preditivos. Dessa forma, não existe uma única causa para a ocorrência dessas enfermidades e sim vários fatores que aumentam a probabilidade de sua ocorrência, sendo estes chamados fatores de risco. Guimarães (2002) atenta que, os fatores influenciadores de danos cardiovasculares podem ser classificados como causais e predisponentes, sendo o primeiro relacionado ao dano cardiovascular, como, dislipidemias, hipertensão arterial sistêmica, tabagismo, diabetes mellitus e a resistência à insulina, e o segundo são os que levam ao surgimento de fatores causais, sendo incluído o sobrepeso e/ou obesidade, o sedentarismo e o excessivo estresse psicológico. No entanto, Silverthorn (2010) descreve a classificação dos fatores de risco para as DCV como sendo controláveis como o tabagismo, a obesidade, o sedentarismo e a hipertensão arterial sistêmica mal tratada, e não controláveis como a idade, a hereditariedade e a doença arterial coronária. 23 Sendo assim, as DCVs prejudicam o funcionamento da circulação por serem doenças que afetam o coração ou os vasos sanguíneos. Segundo Mendes et al. (2006) elas são responsáveis por mais de um terço das mortes no Brasil, sendo que estas estão associados à aterosclerose. Heneine (2002) cita que as lesões vasculares consistem no deposito de gorduras e cálcio, entre outras substâncias, no lúmen das artérias que ficam estenosadas. Conforme Zornoff et al. (2002) são utilizadas diversas variáveis para prever a evolução e conduzir o tratamento de pessoas acometidas pelo IAM, dentre elas estão: a idade, sexo, o histórico de hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus na família, tamanho e localização do infarto, hipertensão arterial sistêmica, presença de disfunção contrátil ventricular, dimensões do ventrículo esquerdo e grau de ativação neuro-hormonal. Este mesmo autor ressalta que, nos últimos anos vem sendo induzidas novas terapias para a diminuição da mobilidade e aumento da sobrevida após o IAM, estas são o uso de terapias de reperfusão, antiagregantes plaquetários (ácido acetilsalicílico), inibidores da enzima conversora da angiotensina e bloqueadores beta-adrenérgicos. Braun e Anderson (2009) destacam que quando o tratamento é imediato (até 90 minutos), poderá haver o restabelecimento da perfusão coronariana ocorrendo assim a melhor recuperação do músculo cardíaco. Estes autores ainda apresentam que as intercessões cirúrgicas muitas vezes são necessárias, como a Intervenção Coronária Percutânea (PCI), que são procedimento que aliviam o estreitamento da artéria coronária, podendo incluir a inserção de um stent para a manutenção do vaso aberto e expandido ou até mesmo a cirurgia de ponte de Safena da artéria coronária. Além disso, acentua-se a importância dos procedimentos terapêuticos que são apontados pela literatura como agentes trombolíticos combinados inibidores de plaquetas, estes atuarão como indicadores na melhoria da qualidade de vida da pessoa que sofreu o IAM. De modo geral, a principal forma de diminuição da incidência do infarto é o controle dos fatores de risco causadores das doenças circulatórias pelo próprio sujeito. Por conseguinte após a incidência do IAM o individuo deve submete-se a tratamentos tanto farmacológicos como atitudinais, dentre os atitudinais à primeira mudança que deve ser sucedida é o estilo de vida, que pra Petrolo (2006), os componentes mais evidentes para essa mudança são, a alimentação, o lazer, as atividades físicas, os hábitos como tabagismo, uso de bebidas alcoólicas e de drogas ilícitas. Todos estes componentes que se não repensados podem prejudicam a saúde do individuo. Partindo dessas afirmações, estudos vêm apresentando que mesmo as doenças coronarianas serem predominantes em indivíduos a partir da meia-idade, hoje já se tem casos 24 que indicam que o processo aterosclerótico começa a se desenvolver na infância e na adolescência, levando a necessidade de investigação ampla e intervenções precoces e mais efetivas a partir das manifestações clinicas dessas doenças neste período da vida (SANTOS et al., 2008). Lazzoli et. al (1998) aponta que há uma predisposição para o declínio do estilo ativo de vida, decorrente de fatores sociais e comportamentais, sendo eles devido à disponibilidade tecnológica e a redução de espaços livres nos centros urbanos, onde vive a maior parte das crianças brasileiras, consequentemente há uma sustentação de atividades sedentárias como, por exemplo, assistir a televisão, jogar video games e a utilização de computadores, decorrendo desse modo uma restrição das atividades de lazer que tornam a vida fisicamente ativa. Men e Azevedo (2008) colaboram com essa ideia enfatizando que há um elevado nível de estresse em crianças e adolescente e este decorre do estilo de vida adotado pela sociedade atual, fatores como o aumento da violência, do individualíssimo e da competição. Ademais, realça-se que deve haver uma atenção especial a prática de atividades físicas durante a adolescência, pois esta pode ser o passo inicial para reverter problemáticas decorrentes do sedentarismo (causador de patologias como IAM). Esta atenção favorece também aos cidadãos o não sofrimento de danos em relação a mudança de comportamentos atitudinais caso uma determinada pessoa seja acometida por essa doença. Por fim, Mussi (2004) salienta que única forma de evitaro desconforto que uma pessoa pode sofre com a mudança no estilo de vida após a ocorrência do IAM é preveni-lo, mas isto demanda uma série de reflexões e proposições de estratégia de prevenção individualizada. Evidencia-se também que prevenção deve partir da orientação que se tem desde cedo em relação à saúde, e um local que tem papel fundamental para a disseminação de reflexões de cada pessoa, é a escola, pois esta consegue abranger um grande número de cidadãos em fase de formação, podendo auxiliar na Educação em Saúde que poderá repercutir nos hábitos de vida do aluno (MEN; AZEVEDO, 2008). 25 4 EDUCAÇÃO EM SAÚDE E A ABORDAGEM DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NO ENSINO MÉDIO 4.1 A EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO ENSINO DE BIOLOGIA Na sociedade moderna é claramente visto que a saúde tem sido ponto determinante para a elevação de cuidados com qualidade de vida. Hoje com a rotina e o dinamismo cotidiano tanto adulto como jovens acabam deixando de lado esses cuidados, fazendo com que a sociedade se torne a cada dia mais dependente de ações diretas que façam dessa realidade algo moldável. Partindo desse principio, a adoção do estilo de vida saudável é essencial para a prevenção de doenças cardiovasculares, tais como o IAM. Para Gonçalves (2012) nos espaços de serviços de saúde não se encontram tradicionalmente adolescentes, diferentemente de crianças e idosos, pois estes não apresentam muita demanda de atendimento clínico individual. Sendo a escola um espaço favorável para a compreensão da saúde, pois é onde os adolescentes estão na maior parte do tempo. A escola se constitui como um importante meio de informação e formação para a promoção de ações para a saúde. O nível médio para muitos alunos simboliza a última experiência de educação formal na área das Ciências Naturais, o que implica uma última oportunidade de terem acesso a uma Educação em Saúde orientada por um ensino sistematizado (DIONOR; FERREIRAS; MARTINS, 2014). É no espaço escolar que tem a abordagem da Educação em Saúde associada ao ensino de Biologia. Segundo Ferreira (2014) na escola, a disciplina de Biologia é alicerçada em uma politica educacional que dispõe de ferramentas didáticas para o favorecimento da compreensão do mundo, e isto é decorrente do compartilhamento de informações através de debates, reflexões e de profissionais que utilizam estratégia que auxiliam o ensino e a aprendizagem dentro da escola. Os professores de Biologia como mediadores dos conhecimentos científicos devem perceber que esta é uma área ampla, multifacetada e que faz parte da formação social do sujeito, devendo compreender que a Educação em Saúde está diretamente relacionada ao ensino de Biologia. A partir desse aspecto, Dal-farra et al. (2011) destacam que a escola é um importante ambiente de difusão de saberes relacionados a problemas de saúde, que incluem a questão do tabagismo, da poluição, de problemas nutricionais e de doenças causada 26 por microrganismo, e que a formação de professores é essencial para a educação contemporânea. Mohr (2002) determina o emprego do termo Educação em Saúde (ES) para designar as atividades realizadas que tenham intenção pedagógica e estejam estreladas ao ensino-aprendizagem de algum assunto que se relaciona com a saúde individual e coletiva. Este autor também discursa a importância de diferenciar os termos ES de saúde escolar, em que a primeira enfatiza a saúde abrangida no processo educacional e a segunda tem referência a práticas médicas dirigidas para a população em idade escolar. Dessa forma, a ES não se restringe somente a construção do conhecimento científico, trata-se também de modificações ou o reforço de estilos de vida saudáveis, reverberando em um retorno que propicia o individuo. Segundo Schwingel, Araújo e Boff (2016) a ES se constitui no ensino de Ciências como uma área ampla, complexa e significativa das vivências advindas do processo de ensino-aprendizagem, assim vários documentos oficiais aponta à necessidade da interdisciplinaridade entre as diversas áreas do conhecimento para integrar a ES. A Saúde no ambiente escolar se apresenta nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) como um tema transversal que deve ser trabalhado de forma contínua, sistemática e abrangente, sem ser uma disciplina. Nos objetivos destes denota-se a saúde no sentido do aluno conhecer o próprio corpo, cuidar dele e valorizar os hábitos saudáveis para que aja com responsabilidade em relação a sua saúde e a saúde coletiva (BRASIL, 1998). Já na atual Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é destacada a saúde em suas competências gerais, em que esta deve ser promovida para que o aluno conheça-se, cuide da vida física e emocional, sendo estabelecida a autocrítica reconhecendo a si e o outro. Nesse documento a Educação em Saúde também é considerada em competências especificas designadas para as Ciências da natureza, em que com ela o aluno deve tomar decisões frente a questões científico-tecnológicas a respeito da saúde individual e coletiva, com base em princípios éticos, sustentáveis e solidários (BRASIL, 2017). Em vista desse contexto, Dionor, Ferreira e Martins (2014) reflete sobre a necessidade de serem construídos materiais e ferramentas didáticas que incluam os pressupostos da saúde, mas que também possam ser analisados os construtos que originam os materiais já produzidos, como o Livro Didático (LD), pois estes têm fácil acessibilidade e são usados no meio escolar. O LD se constitui como uma produção humana que integra parte do conhecimento fornecido pelo homem, exercendo um papel relevante na construção do conhecimento dos 27 alunos, sendo considerado um objeto cultural localizado em um tempo determinado (GARCIA; BIZZO, 2010). Dessa forma, é notável que o LD é uma ferramenta que apresenta situações cotidianas que possibilitam a reflexão do aluno, e ainda se apresenta como auxiliador do processo de ensino, sendo a base para a composição da aula do professor. Entretanto, além do LD é também de grande importância a construção de estratégias metodológicas e educativas que sejam culturalmente significativas, permitindo os alunos a ampliação dos conhecimentos, mediante a participação interativa e direta para a melhoria da qualidade do ensino da Saúde no ensino de Biologia. (LANES et al., 2013; FERRIRA, 2014). Gavidia (2009) corrobora com essa ideia, afirmando que o reforço ao estilo de vida saudável se consolida quando o aluno desenvolve habilidades para a tomada de decisões a partir das estratégias que geram sentimentos positivos, favorecendo a aprendizagem de comportamentos adequados e harmoniosos com a própria saúde. Outrossim, destaca-se os educadores que utilizam essas ferramentas educativas para disseminar uma educação voltada para a saúde em suas aulas. Assim, Costa, Gomes e Zancul (2011) mencionam em seus estudos que a escola é essencial para a formação de hábitos saudáveis, devendo haver um espaço para que os educadores possam discutir com seus alunos questões sobre a saúde, mas para isso os professores precisam de formação e conhecimento suficiente. 4.2 FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE BIOLOGIA PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE CORONARIANA O estudo da vida é o principal objetivo das Ciências Biológicas, esta se constitui em várias subáreas, dentre elas as que estudam a complexidade anatômica dos seres humanos e a fisiologia que elucida os fatores químicos e físicos responsáveis pela a manutenção do corpo em homeostase (WILLERS et al., 2013). Desse modo, existe uma série de fatores que tornam o tema saúde e o professor de Ciências e Biologia associados intimamente, estes fatores são os assuntos discutidos com os alunos na escola e as disciplinas do curso de Ciências Biológicas relacionadas à Biologia Humana, que podem trata de patologia que acometem os sistemas orgânicos (MARINHO; SILVA, 2011).Frente a este cenário, percebe-se que o ensino de Biologia tem embasamento teórico para tratar de doenças que acometem os seres humanos, e isso é fortalecidos com áreas especificas como, anatomia e fisiologia humana, que podem ajudar os alunos a compreenderem melhor o seu corpo e cuidá-lo de forma adequada. 28 Neste sentido Zancul e Gomes (2011) acreditam que deve haver discussões a respeito da necessidade e da urgência da ES dentro do espaço escolar e que esta educação deve ser desempenhada pelo professor de Ciências e Biologia, no entanto, quando refletido sobre isso, é essencial que também aja debates no que desrespeito ao aprofundamento e formação desses profissionais em relação ao assunto saúde. Pois o fato dos professores de Biologia não terem discussão acerca da ES em sua formação, a atuação docente nessa perspectiva se tornará difícil (MARINHO; SILVA, 2011). Entretanto, percebe-se que a ES no Ensino Médio acaba sendo um tema que muitas vezes é trabalhado somente pelo professor de Biologia que nem sempre é formado para tratar de tal conteúdo, ou através de campanhas que trazem como foco a educação não formal. Partindo desse pressuposto, a formação inicial e continuada dos professores é o pilar primordial para a adoção de novas estratégias e metodologias que propiciam a promoção da saúde na escola, pois este campo exige dos professores conhecimentos e o interesse necessários desses profissionais (TALAVERA; GAVIDIA, 2007). Assim, a formação dos profissionais docentes de Biologia deve ser pensada de forma crítica, para que estes sejam realmente capacitados para o desenvolvimento da habilidade de ensino de adolescentes para a prevenção de patologias. Schwingel, Araújo e Boff (2016) ratificam essas ideias ao afirmarem que pensar em uma educação que tenha princípios para a saúde é também ponderar o currículo da formação de educadores, pois isto é uma peça-chave para melhorar as ações educativas em saúde, assim isso tornará favorável a constituição de uma consciência social significativa para qualificar as atitudes na sociedade. Men e Azevedo (2008) discursam que no meio educacional é indispensável à orientação de jovens em relação à saúde, pois a escola consegue abranger uma quantidade eficiente de pessoas em fase de formação para a repercussão de hábitos de vida saudável prolongados. Os mesmos autores ainda comentam que o investimento na prevenção de doenças tais como as cardiovasculares, é decisivo para assegurar a qualidade de vida dos cidadãos, bem como a minimização de gastos públicos com hospitalização e medicamentos, que vem se tornando mais dispendidos para a população. Evidencia-se que a adolescência é um período em que o indivíduo passa por diversas mudanças somáticas e psicológicas. Desse modo, Gonçalves (2012) estabelece que na adolescência os sujeitos acabam sofrendo influência das mídias e amigos, acarretando assim mudanças de práticas alimentares e estilo de vida, o que ocasiona o consumo elevado de alimentos energéticos e pobres em nutrientes, que consequentemente levam a obesidade e posteriormente a outras doenças como as coronarianas. 29 Contudo, sabe-se que a maior parte dos adolescentes se encontra no ambiente escolar e que este é um local formidável para a instrução e formação do cidadão quanto à prevenção de enfermidades, podendo reverberar em um bom estilo de vida. Assim é perceptível que a sensibilização e formação do corpo docente são primordiais para uma educação de qualidade. 30 5 METODOLOGIA 5.1 FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA O estudo possui caráter exploratório, que segundo Marconi e Lakatos (2003) são investigações com o objetivo de formulação de um problema, com o proposito de desenvolver hipóteses, aumentar a proximidade do pesquisador com o campo e fenômeno de estudo, para a concretização de futuras pesquisas mais precisas, sendo frequentemente empregado procedimentos de forma sistemática para a obtenção de observações empíricas e/ou para a análise de dados. Dessa forma a pesquisa constituiu-se em um cunho qualitativo, que se caracteriza como a interpretação e a atribuição de significados a fenômenos, que não requer o uso de métodos ou técnicas estatísticas, esta é descritiva e o pesquisador tende a analisar os dados indutivamente (PRODANOV; FREITAS, 2013). A pesquisa qualitativa parte de questões de interesses amplos que se definem com o desenvolvimento da investigação, esta envolve a aquisição de dados descritivos sobre pessoas, lugares ou processos em que há o contato direto do pesquisado com o que está sendo estudado, sendo procurada a compreensão dos fenômenos de acordo com a perspectiva dos sujeitos participantes do estudo (GODOY, 1995). Segundo Minayo (2010) uma pesquisa passa por algumas fases que são: a fase exploratória, em que há a delimitação do problema investigado e o amadurecimento do objeto de estudo; a fase de coleta de dados, na qual são coletadas as informações que respondem ao problema; e a fase do tratamento analítico dos dados, onde são interpretados e/ou feitas inferências dos mesmos. Destaca-se aqui como técnica de coleta de dados, o questionário, uma ferramenta pertinente quando empregada em estudos, cujo objeto ou sujeito da pesquisa corresponde a questões de caráter empírico, que envolve opiniões, percepção e posicionamento dos pesquisados (CHAER DINIZ; RIBEIRO, 2011). Gil (2008) descreve que o questionário possui uma série de vantagens em relação às demais técnicas de coleta de dados, dentre elas estão: a) possibilita atingir grande número de pessoas, mesmo que estejam dispersas numa área geográfica muito extensa, já que o questionário pode ser enviado pelo correio; b) implica menores gastos com pessoal, posto que o questionário não exige o treinamento dos pesquisadores; c) garante o anonimato das respostas; d) permite que as pessoas o respondam no momento em que julgarem mais conveniente; 31 e) não expõe os pesquisadores à influência das opiniões e do aspecto pessoal do entrevistado (GIL, 2008, p. 122). Para o tratamento analítico dos dados foi utilizado a Análise de Conteúdo (AC), que segundo Bardin (1977), caracteriza-se como uma técnica de análise das comunicações, que possibilita a efetuação de deduções lógicas, e justificativa, referente à origem das mensagens, tomadas em considerações, o emissor e o seu contexto, ou, eventualmente, os efeitos dessa mensagem, permitindo a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção e recepção das mensagens. A AC é o delineamento mais amplo da teoria da comunicação e tem como ponto de partida a mensagem, sendo ela constituída por uma organização sistemática para a análise dos dados (FRANCO, 2008). Essa mesma autora afirma que a AC é uma operação de classificação e reagrupamentos de elementos baseados em analogias, a partir de critérios que definirão as categorias, estas podem ser a priori, sendo predeterminas em função da busca de uma resposta especifica do investigador, e definidas a posteriori, que ocorrem de acordo com os discursos. Franco (2008) delineia como essa organização deve ocorrer, sendo inicialmente procedida a atividade da pré-análise, que é o primeiro contato com o material coletado. Nesta ocorre à leitura flutuante, cujo é conhecida às mensagens, além de serem organizados os documentos que serão submetidos à análise. Definido o campo do corpus sobre o determinado assunto, consideram-se todos os elementos desse corpus (regra de exaustividade) e identifica- se o elemento da amostra, devendo ser heterogêneo e representativo ao universo inicial (regra da representatividade), assim os documentos devem ser homogêneos (regra da homogeneidade). Após estes procedimentos, ocorrerá a formulação de hipóteses em que são verificadas a partir do quadro teórico oudo dedutivo, por fim, dar-se a referência aos índices, que são a menção explicita ou subjacente de um tema em uma mensagem, indicado pela frequência do mesmo. Desse modo, esta abordagem pode ser utilizada tanto para analisar comunicação oral como escrita, podendo ser estabelecidas categorias semânticas relacionadas aos artigos e análise frequencial de ocorrência destas categorias nos documentos em estudo (MEIRELES; CENDÓN, 2010). 5.2 PERCURSO METODOLÓGICO 32 Para a concretização da pesquisa, foi utilizado o questionário (apêndice A), para investigar as concepções dos professores de Biologia acerca do ensino da temática Infarto Agudo do Miocárdio das escolas públicas regulares da rede estadual de ensino do município de Itapipoca-CE, as quais são situadas na região urbana da cidade. Os dados foram coletados de setembro a novembro 20017. Segundo a o levantamento feito junto à coordenação pedagógica das escolas, foram contabilizados onze (11) professores de Biologia, mas somente dez responderam a pesquisa. Vale ressaltar que, optou-se em ocultar o nome das escolas para preserva o anonimato das mesmas. Os questionários foram constituídos por doze perguntas, em que dez foram abertas e uma de múltipla escolha, mas que também poderia ser justificada subjetivamente. No questionário a primeira questão referia-se a identificação profissional do docente e as outras eram relacionadas a concepção a cerca da abordagem do Infarto Agudo do Miocárdio no ensino de Biologia. Neste instrumento de coleta de dados também teve dois questionamentos dependentes, que são aquelas que dependem da reposta dada em uma questão anterior, sendo que o investigado poderá responder uma ou outra (CHAER; DINIZ; RIBEIRO, 2011). Optou-se pelas perguntas abertas, pois são aquelas que não se limitam as respostas, permitindo a liberdade dos pesquisados em utilizar linguagem própria, e ainda tem a vantagem de não haver influência de respostas pré-estabelecidas pelo pesquisador, pois o informante escreverá aquilo que lhe vier à mente (CHAER; DINIZ; RIBEIRO, 2011). Os dados obtidos foram explorados e submetidos à análise de conteúdo, tendo três etapas para analisá-los, sendo a primeira a pré-análise, em que foi feita a leitura flutuante, escolhido e sistematizado o material de análise. Na segunda, os dados foram explorados, sendo escolhidos os temas gerais, classificados e enumerados. Por fim a terceira etapa, cujo, foi feita as inferências e interpretações dos dados com o respaldo ao referencial teórico. Dessa forma, criou-se categorias de acordo com os temas que foram agrupados, baseados na similaridade das concepções dos professores. As categorias foram definidas tanto a priori quanto a posteriori, por ocorrem de acordo com as mensagens atribuídas pelos emissores. Assim, conforme a elaboração das categorias, também foi feita a análise frequencial destas. Para manter o anonimato dos professores participantes da pesquisa, estes foram identificados como D1 a D10, em que “D” é relativo a Docentes. Por fim, os resultados obtidos foram tabulados em planilhas eletrônicas, sendo usado o software Microsoft Office Word, a fim de facilitar a construção das tabelas em que foram apresentadas as categorias, as frequências e a porcentagem dessas para a melhor visualização dos resultados. 33 6 RESULTADOS E DISCUSSÕES Esta sessão se fundamentará em três subseções, em que a primeira tratará do entendimento dos professores a respeito dos aspectos teóricos e conceituais do IAM, contemplando o primeiro objetivo especifico deste estudo. A segunda, diz respeito à discussão do IAM no ensino de Biologia, tanto na formação acadêmica como no ensino básico, esta sustenta o segundo e terceiro objetivo específico da pesquisa. E a última subseção traz a Educação em Saúde no ensino do IAM no ambiente escolar, esta abrange tanto o terceiro quanto o quarto objetivo específico. Desse modo, dez professores responderam ao questionário, sendo que a primeira pergunta referiu-se á identificação geral dos sujeitos da pesquisa. Todos os professores que participaram do estudo lecionam a disciplina de Biologia, destes um também leciona Ciências, um Química e um Física. Dos professores, 75% são graduados em Licenciatura em Ciências Biológicas, os outros, em Licenciatura em Pedagogia (8,3%) e Licenciatura em Química (16,7%). Todos os docentes possuem pós-graduação concluída ou em andamento, em que são relacionadas ao ensino de Biologia (45,4%), ensino de Química (18,2%), Gestão escolar (18,2%) e tecnologias digitais para a Educação Básica (18,2%), sendo que 40% ainda estão cursando a especialização e outros 60% já concluíram. Assim, seis professores ministram Biologia do 1º ao 3º do Ensino Médio e três lecionam somente 1º e 2º ano. 6.1 ASPECTOS TEÓRICOS E CONCEITUAIS DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO Das doze questões direcionadas aos professores de Biologia das escolas regulares da rede estadual de Ensino de Itapipoca-CE, foram apresentadas nesta subseção a análise e a discussão da segunda, terceira e quarta perguntas do questionário aplicado. As respostas obtidas passaram por um estudo analítico por meio da Análise de Conteúdo e estão apresentadas em tabelas contendo a categoria, a análise frequencial e a porcentagem desta última. A primeira pergunta conceitual feita aos professores (Tabela 1), referiu-se ao entendimento dos docentes acerca do Infarto Agudo do Miocárdio e se buscou identificar a compreensão teórica do que é o IAM e se eles realmente tinham conhecimentos compatíveis com o descrito na literatura científica sobre a patologia em estudo. 34 Tabela 1- Categorização referente ao entendimento dos professores de Biologia da rede estadual de ensino de Itapipoca-CE sobre o que é IAM CATEGORIA FREQUÊNCIA PORCENTAGEM É a interrupção da passagem de sangue para o coração 4 33,4% Bloqueio do fluxo sanguíneo, causando a morte das células cardíacas 3 25% Problema cardíaco ocasionado pela obstrução das artérias coronárias, impedido o fluxo sanguíneo ao músculo cardíaco 3 25% É a deficiência no fornecimento de gases e nutrientes a estrutura tecidual da musculatura cardíaca 1 8,3% Não respondeu 1 8,3% Total 12 100% Fonte: Elaborada pela autora Desse modo, fica perceptível nesta tabela que todas as categorias vão ao encontro da verdadeira definição conceitual do IAM e que a maior frequência de respostas adquiridas foi que o IAM se constitui na interrupção da passagem de sangue para o coração (33,4%), e as outras se relacionaram à obstrução das artérias e a deficiência no fluxo sanguíneo, ocasionando um dano tecidual. Como observado nas respostas a seguir: A deficiência no fornecimento de gases e nutrientes a estrutura tecidual da musculatura cardíaca, leva a falência dessa musculatura cardíaca. Esse fenômeno pode ocasionar a morte do individuo (Resposta do D3 à primeira questão). Obstrução nas artérias provocam dificuldades no bombeamento de sangue para o coração (Resposta do D5 à primeira questão). É um problema cardíaco, ocasionado pelo entupimento das artérias coronárias, impedido o fluxo sanguíneo ao músculo cárdico, consequentemente afetando o seu funcionamento (Resposta do D5 à primeira questão). Partindo destas respostas, alguns autores também discutem a respeito da definição do IAM. Braun e Anderson (2009) destacam que Infarto do Miocárdio (IM) confere-se como uma oclusão de artérias coronárias, podendo rompê-las, provocando a agregação de plaquetas que fecha a artéria resultando em isquemia e morte do tecido muscular cardíaco. Por sua vez, essa junção de plaquetas também forma êmbolos que são carregados pela corrente sanguínea, Robbis e Cotran (2010, p. 338), dissertam que “Um êmbolo é uma massa intravascular solta, 35 sólida, líquida ou gasosa que é transportada pelo sangue para um local distantedo seu ponto de origem.”. Assim, esses êmbolos podem se alojarem em vasos pouco espessos, levando desse modo, a uma oclusão vascular, podendo causar a necrose isquêmica. Destaca-se a categoria que traz fatores bioquímicos e que se apresenta em menor frequência (8,3%), visto que, enfatizar que o IAM “É a deficiência no fornecimento de gases e nutrientes a estrutura tecidual da musculatura cardíaca”, sendo essa a primeira consequência metabólica da anóxia miocárdica, logo, essa categoria é muito importante quando se fala das características definidoras do IAM e por ser parte integrante do processo dessa patologia. Nessa perspectiva, Robbis e Contran (2010) realçam que a isquemia do miocárdio é resultante da cessação do metabolismo aeróbico, mesmo que em pouco tempo, isto causa a produção inadequada de fosfatos de alta energia e acúmulo de ácido lático, potencialmente nocivo à homeostase do coração. Assim, a falta de oxigênio para o funcionamento adequado do miocárdio leva a perda de contratilidade dentro de um minuto, podendo causar insuficiência cardíaca, antes mesmo do inicio da morte dos cardiomiócitos. Atenta-se ainda para a resposta dada pelo professor D7, quando ele descreve que o infarto “Trata-se de um ataque cardíaco provocado pelo bloqueio do fluxo sanguíneo, o que causa morte das células cardíacas.”. Desse modo, segundo Silverthorn (2010, p. 471) “Quando as pessoas falam de um “ataque cardíaco”, estão se referindo a um coágulo que interrompe o fluxo de sangue para parte do coração, criando uma condição conhecida como isquemia [ischen, suprimir + -emia, sangue]”. Assim, o ataque cardíaco também pode ser chamado de Infarto do miocárdio, ou infarto agudo do miocárdio. Em vista da análise da pergunta supracitada, observa-se que os professores de Biologia, até mesmo aqueles que não são formados em Licenciatura em Ciências Biológicas, conseguem entender o que é o IAM, pois nenhum deles se equivocaram com conceitos apresentados, mesmo sendo visto que alguns são mais fundamentados que outros, e isso é respaldado com a fundamentação de diversos autores que discutem acerca dessa patologia. O terceiro questionamento feito aos docentes foi “Você sabe quais são os fatores de risco para a ocorrência de um IAM? Se sim, quais são?”. Esta inquietação teve como objetivo identificar as causas que levam a ocorrência de um IAM segundo os professores pesquisados. Posto isto, 100% afirmaram saber os fatores de riscos e citaram alguns deles. Estes dados são apresentados em categorias, frequência e porcentagem como observado na segunda tabela. 36 Tabela 2- Fatores de risco para a ocorrência do um IAM citados pelos professores de Biologia da rede estadual de ensino de Itapipoca - CE CATEGORIA FREQUÊNCIA PORCENTAGEM Alimentação desequilibrada 8 20,5% Predisposição genética 7 17,9 Obesidade 5 12,8% Tabagismo 5 12,8% Sedentarismo 4 10,3% Hipertensão Arterial Sistêmicas 3 7,6% Colesterol elevado 2 5,2% Estresse psicológico 2 5,2% Acúmulo de placa de gorduras nas artérias 2 5,2% Excesso de atividades físicas 1 2,5% Total 39 100% Fonte: Elaborada pela autora Para Gonçalves (2012), o termo “fator de risco cardiovascular” foi conceituado para designar os atributos que estatisticamente contribuem para o desenvolvimento da coronariopatia. Hoje se sabe que os fatores que influenciam o desenvolvimento do infarto são aqueles que estão relacionados com o controle, em que se a pessoa tiver hábitos de vida adequados, não adquirirão a doença, são os chamados controláveis, e os que não são controlados, são relativos principalmente à hereditariedade. Existem algumas linhas de fatores que acarretam o IAM, dentre elas estão os fatores condicionantes, no qual se relaciona ao perfil genético e condições ambientais (estilo de vida), sendo que pessoas com predisposições genéticas são mais suscetíveis aos fatores ambientais. Por sua vez, os fatores ambientais levam aos fatores causais, que são as dislipidemias, hipertensão arterial sistêmica, tabagismo, resistência à insulina e diabetes mellitus. E por fim, os fatores predisponentes, que são facilitados de acordo com os já citados, tendo como exemplo o sobrepeso e obesidade centrais, inatividade física e estresse psicológico (GUIMARÃES, 2002). Desse modo, identifica-se que as categorias mais representativas são relacionadas aos fatores condicionantes que é a “Alimentação desequilibrada” (20,5%) e a “Predisposição genética” (17,9%) e que ainda é indicado a de menor frequência, que é o “Excesso de atividades físicas” (2,5%). Esta última categoria, apresenta que se o exercício físico não for 37 feita de forma adequada poderá também prejudicar a saúde. Em vista disso, a propensão para o surgimento do IAM é uma condição que as pessoas não podem moldar, mas que se o estilo de vida desses sujeitos for adequado, podem evitá-lo ou retardá-lo. Verifica-se que na contemporaneidade os fatores ambientais nem sempre são evitados e que as mortes decorrentes de doenças coronarianas ocorrem devido a essa falta de cuidados com a saúde. Conforme os dados apresentados percebe-se ainda que houve grande frequência, das categorias que apresentam fatores predisponentes que são, “Obesidade” (12,8%) e “Sedentarismo” (10,3%), estas estão diretamente relacionadas às categorias que possuem menor frequência como, “Colesterol elevado” (5,2%), “Acúmulo de placa de gorduras nas artérias” (52%). Esses fatores confluem para os já citados, em que confirmam que essas categorias estão todas relacionadas a hábitos de vida inadequados. O “estresse psicológico” (5,2%), também constituem os fatores predisponentes. Assim, a exposição aguda ao estresse mental leva ao aumento de alterações metabólicas e vasculares, do tipo plaquetárias e lipídicas que apresentam caráter aterogênico, e isso dá origem principalmente à isquemia miocárdica e à presença de arritmias (LOURES et al., 2002). Por fim, o “Tabagismo” também teve a terceira maior presença (12,8%) entre os fatores citados, e a sexta mais frequente a “Hipertensão arterial sistêmica” (7,6%), sendo eles fatores causais. O tabagismo, se controlado, provocaria um grande impacto na redução de mortalidade das doenças cardiovasculares (MENDIZ et al., 2006), isso porque o cigarro é uma das drogas lícitas mais utilizadas pela sociedade e que contribui para o desenvolvimento de doenças como a hipertensão arterial sistêmica e o IAM. Com isso, os fatores determinantes do IAM citados pelos professores corroboram com a ideia de que as crianças e os adolescentes hoje têm um estilo de vida que prejudica a saúde, em que há alimentação inadequada, o uso excessivo de televisão, proporcionando ao sedentarismo, estando expostos também à indução ao tabagismo. Assim a melhor forma vislumbrada para combater esses fatores é uma educação voltada para crianças, adolescentes, para os responsáveis destas, para os professores e todos os sujeitos que possuem uma parcela de responsabilidade no problema, incluindo a mídia (GUIMARÃES, 2002). A quarta indagação corresponde às formas de prevenção para o Infarto segundo os conhecimentos dos docentes (tabela 3), tendo a finalidade de saber a concepção dos professores acerca dos cuidados que devem ocorrer para o não surgimento dessa doença. Evidenciaram-se nas respostas algumas formas de prevenções que Pedrolo (2006) destaca. Para este autor a baixa incidência no número de pessoas que passam por um IAM é dependente do controle dos fatores causadores deste, sendo a primeira, a mudança no estilo de 38 vida, em que não existe uma regra de como isso possa acontecer, de forma geral deve-se moldar a forma de se alimentar, a execução de atividades físicas, hábitos como tabagismos, uso de bebidas alcoólicas e as situações que possam ocasionar estresse. Tabela 3- Formas de prevenção do IAM citadas pelos professores de Biologia da
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