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INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ- UECE 
FACULDADE DE EDUCAÇÃO DE ITAPIPOCA- FACEDI 
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
 
 
MARIA GLAUCILENE SOUSA VASCONCELOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM ÊNFASE NA ABORDAGEM DO TEMA INFARTO 
AGUDO DO MIOCÁRDIO NA BIOLOGIA DO ENSINO MÉDIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ITAPIPOCA - CEARÁ 
2017 
MARIA GLAUCILENE SOUSA VASCONCELOS 
 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM ÊNFASE NA ABORDAGEM DO TEMA INFARTO 
AGUDO DO MIOCÁRDIO NA BIOLOGIA DO ENSINO MÉDIO 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao Curso de Licenciatura em Ciências 
Biológicas da Faculdade de Educação de 
Itapipoca da Universidade Estadual do Ceará, 
como requisito parcial para a obtenção do 
título de Licenciada em Ciências Biológicas. 
 
Orientador: Prof. Dr. Antonio Teles de 
Menezes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ITAPIPOCA - CEARÁ 
2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a todos os professores 
que estiveram comigo até hoje, em especial 
aqueles que me oportunizaram aprendizado 
além de disciplinas curriculares. Estes são 
exemplos de pessoas e profissionais, são 
personagens que partilham conhecimentos e 
modificam a história dos que recebem sua 
mensagem, capazes de transformar indivíduos 
em peças brilhantes que iluminam o futuro. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente aos meus pais, principalmente minha mãe, Maria Júlia de Morais 
Sousa Vasconcelos, por ser uma mulher forte e batalhadora, por toda a preocupação e que 
mesmo com todas as dificuldades me apoiou em minha trajetória escolar, acadêmica e em 
toda a minha vida. 
Aos meus irmãos, pela inspiração que eles me dão, pois todos são muito dedicados aos 
estudos. 
Em especial ao meu Orientador professor Dr. Antonio Teles de Menezes, pois ele foi o 
primeiro a orientar meus trabalhos acadêmicos, além de estar sempre me incentivando, 
encorajando e me apoiando para ampliação de meus horizontes, bem como, para a busca de 
sucesso acadêmico e profissional. Exemplo disso, foi a oportunidade grandiosa que este me 
concedeu com a monitoria de Biologia Celular e Bioquímica. Além de várias orientações em 
pesquisas científicas proporcionadas a partir do Grupo de Estudo de Biologia (GEBio), o 
tenho como um exemplo a ser seguido. 
Às professoras MSc. Ana Paula Teixeira e MSc. Ana Carolina Cardoso Teixeira, por se 
fazerem presentes em minha banca e por suas contribuições para a melhoria do meu trabalho. 
Aos professores participantes da pesquisa, pois foram essenciais para a realização desta. 
Ao meu namorado, Jeferson Alves Moura, por estar sempre presente, caminhando junto 
comigo nessa trajetória da graduação, sendo um amigo e companheiro, que me apoia e 
acredita em meu potencial mesmo que tenha momentos que eu não acredite. 
A todos os meus amigos, pelo carinho e companheirismo, em especial a Andreza Freitas, 
Augusto Braga, Juliana Rodrigues, Sandy Oliveira, João Paulo Soares, Lucas Gomes e 
Alicia Lucas, que estiveram sempre do meu lado e me motivando acima de tudo. 
Aos meus professores da Faculdade de Educação de Itapipoca (FACEDI) pelo carinho e por 
todos os conhecimentos que estes me possibilitaram. 
Aos meus professores da Educação Básica que sempre quando os vejo ainda é perceptível o 
orgulho que estes sentem, por ser uma aluna deles que ingressou na Universidade, além do 
incentivo que muitos deles ainda me oferecem. 
Por fim, não menos importante, a Deus, pois foi Ele que colocou todas essas pessoas em 
minha caminhada, para que eu pudesse atingir crescimento e satisfação pessoal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“É a escola cidadã, que forma cidadãos 
conscientes e por inteiro que na busca de sua 
felicidade pessoal sejam também integrados à 
comunidade em que vivem, capazes de pensar, 
associar ideias, inventar e interferir, sob as 
mais diversas maneiras, na estrutura da 
sociedade, a fim de melhorá-la !". 
 (Vera Vaz) 
 
 
 
RESUMO 
 
Atualmente, dados de órgãos mundiais evidenciam que as doenças cardiovasculares são as 
maiores causas de morte no mundo. Um exemplo destas é o Infarto Agudo do Miocárdio 
(IAM), considerado como uma afecção isquêmica do coração que é destacada como uma das 
principais determinantes de mortalidade humana. Os principais fatores que levam a esta 
patologia são as condições atitudinais, devido ao estilo de vida inadequado e fatores 
predisponentes. Partindo deste princípio, considera-se a relevância do estudo do IAM na 
educação básica, principalmente na Biologia do Ensino Médio, pois esta forma-se cidadãos 
críticos e construtores de uma sociedade saudável física e mentalmente, além de estudar em 
seu constructo os seres vivos e suas relações com o ambiente. O objetivo desse estudo foi 
investigar o tema IAM e sua abordagem na disciplina de Biologia do Ensino Médio de escolas 
públicas da rede estadual do município de Itapipoca - Ceará. A pesquisa teve caráter 
qualitativo, sendo aplicado um questionário aos professores de Biologia. Os dados obtidos 
foram submetidos à Análise de Conteúdo. Foram feitas perguntas conceituais acerca do IAM 
onde os educadores que lecionam Biologia mostraram-se compreender o que é essa doença, 
bem como os fatores de riscos e as formas de prevenção, evidenciados em suas respostas. 
Questionou-se a abordagem do IAM no curso de graduação dos professores e a maioria eles 
ratificaram a abordagem na disciplina Fisiologia Humana (45,5%). Quando perguntado se 
eles discutiram sobre o infarto em suas aulas, a maioria afirmou ter discutido (58,4%). Além 
disso, os professores também declararam não existir programas de Educação em Saúde nas 
escolas pesquisadas (54,5%). Por fim, foi questionada a importância da abordagem do IAM 
no Ensino Médio, e as dificuldades com o trabalho desse assunto e a maioria dos educadores 
salientaram que essa temática é de fácil abordagem e que possui grande importância, para que 
os alunos sejam agentes de transformação na sociedade. Portanto, os professores entendem o 
que é o IAM e a importância do estudo deste, porém, é notória a necessidade da maior 
incorporação da Educação em Saúde nessas escolas, principalmente na disciplina de Biologia, 
para que oriente os adolescentes a respeito do IAM, favorecendo a transposição de 
conhecimentos amplos no ambiente familiar e na sociedade, acerca dos comportamentos que 
devem ser adotados com o corpo, viabilizando a promoção da saúde. 
 
Palavras-chave: Infarto Agudo do Miocárdio. Ensino de Biologia. Promoção da Saúde. 
 
 
ABSTRACT 
 
Currently data from worldwide organizations show that cardiovascular diseases are the major 
causes of death in the world. An example of this is acute myocardial infarction (IAM), 
considered as an ischemic heart condition that is highlighted as one of the main determinants 
of mortality and mobility. The main factors leading to this pathology are the attitudinal 
conditions due to inadequate lifestyle and predisposing factors. Based on this principle, it is 
considered the relevance of the study of IAM in basic education, especially in the Biology of 
Secondary Education, since it forms critical and constructive citizens of a healthy society 
physically and mentally, besides studying in its construct the living beings and their 
relationships with the environment. The general objective of this study was to investigate the 
IAM issue and its approach in the discipline of High School Biology of public schools in 
Itapipoca-Ceará State of Cearé. The research had a qualitative character, being applied a 
questionnaire to the teachers of Biology. The data obtained were submitted to Content 
Analysis. Conceptual questions were asked about IAM, and the educators who taught Biology 
showed themselves to understand about thisdisease, as well as the risk factors and the 
manners of prevention, because they were not mistaken in their answers. It was questioned 
about the approach of IAM in Biology Teaching, both in undergraduate studies, in which 
most of the professors ratified the approach in Human Physiology (45.5%) and in high school, 
which they said they did not discuss ( 41.6%). Teachers also stated that there are no health 
education programs in schools (54.5%). Finally, the importance of the IAM approach in high 
school was questioned, and the difficulties with the work of this subject and the majority of 
the educators emphasized that this subject is easy to approach and that it has great importance, 
so that the students are agents of transformation in society. It is emphasized with the results 
obtained that the teachers understand the importance of the study. However, it is notorious the 
urgency of the Health Education in these schools, mainly in the discipline of Biology, so that 
it guides the adolescents in respect of IAM, favoring the transposition of broad knowledge in 
the family environment and in society, about the behaviors that must be adopted with the 
body, enabling the promotion of health. 
 
Key words: Acute Myocardial Infarction. Teaching of Biology. Health promotion. 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1- Categorização referente ao entendimento dos professores de Biologia da rede 
estadual de ensino de Itapipoca-CE sobre o que é IAM ..................................................... 34 
Tabela 2- Fatores de risco para a ocorrência do um IAM citados pelos professores de 
Biologia da rede estadual de ensino de Itapipoca-CE ......................................................... 36 
Tabela 3- Formas de prevenção do IAM citadas pelos professores de Biologia da rede 
estadual de ensino de Itapipoca-CE ...................................................................................... 38 
Tabela 4- Categorização acerca da abordagem do IAM no Ensino Médio dos professores 
pesquisados .............................................................................................................................. 39 
Tabela 5- Categorização construída a partir da pergunta: “Em seu curso de graduação 
você estudou sobre o IAM? Se sim, em quais disciplinas?” ............................................... 42 
Tabela 6- Categorização construída a partir da pergunta: “Você já falou para seus 
alunos nas aulas de Biologia a respeito do IAM? Se sim, em qual situação?” .................. 43 
Tabela 7- Categorização feita a partir da justificativa dos professores investigados 
acerca da falta de discussão sobre o IAM ............................................................................ 45 
Tabela 8- Ferramentas citadas pelos professores que não discutiram a respeito do IAM 
nas aulas Biologia para posterior discussão ......................................................................... 45 
Tabela 9- Categorização criada a partir da pergunta: “Na escola que você leciona tem 
ou já teve programas de Educação em Saúde? Se sim, houve algum momento que foi 
falado sobre o IAM?” ............................................................................................................. 46 
Tabela 10- Categorização da importância atribuída pelos professores acerca da 
discussão sobre o IAM para a Educação em Saúde dentro do espaço escolar ................. 50 
Tabela 11- Categorização elaborada de acordo com a pergunta: “Você vê alguma 
dificuldade em trabalhar a temática? Justifique.” .............................................................. 52 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS 
 
 
AC Análise de Conteúdo 
AV Atrioventricular 
AVC Acidente Vascular Cerebral 
BNCC Base Nacional Comum Curricular 
CO2 Dióxido de carbono 
DATASUS Departamento de Informática do SUS 
DCV Doenças Cardiovasculares 
ECG Eletrocardiograma 
ENEM Exame Nacional do Ensino Médio 
ES Educação em Saúde 
IAM Infarto Agudo do Miocárdio 
LD Livro Didático 
O2 Oxigênio 
OPAS Organização Pan-Americana da Saúde 
PCN Parâmetros Curriculares Nacionais 
SUS Sistema Único de Saúde 
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12 
2 ANÁTOMO-FISIOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR ............................... 15 
2.1 ANÁTOMO-FISIOLOGIA CORONARIANA ................................................................. 15 
2.2 BIOFÍSICA DA CIRCULAÇÃO ....................................................................................... 17 
3 FISIOPATOLOGIA DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO ................................. 20 
3.1 O DESENVOLVIMENTO DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO ......................... 20 
3.2 TRATAMENTO E PREVENÇÃO DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO ............. 22 
4 EDUCAÇÃO EM SAÚDE E A ABORDAGEM DO INFARTO AGUDO DO 
MIOCÁRDIO NO ENSINO MÉDIO ................................................................................... 25 
4.1 A EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO ENSINO DE BIOLOGIA ............................................ 25 
4.2 FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE BIOLOGIA PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE 
CORONARIANA ..................................................................................................................... 27 
5 METODOLOGIA ................................................................................................................ 30 
5.1 FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA ...................................................................... 30 
5.2 PERCURSO METODOLÓGICO ...................................................................................... 31 
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................... 33 
6.1 ASPECTOS TEÓRICOS E CONCEITUAIS DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
 .................................................................................................................................................. 33 
6.2 ABORDAGEM DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NO ENSINO DE 
BIOLOGIA ............................................................................................................................... 39 
6.3 A EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO ENSINO DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO 
NO AMBIENTE ESCOLAR ................................................................................................... 48 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 55 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 57 
APÊNDICES ........................................................................................................................... 63 
APÊNDICE A- QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PROFESSORES ................................ 63 
12 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Com a evolução biológica, os organismos vivos foram se especializando e 
desenvolvendo estruturas morfofisiológicas que os propiciaram seu desenvolvimento e a sua 
disseminação em diversos meios. Uma dessas estruturas que surgiu com o processo evolutivo 
e que também auxiliou a sobrevivência de animais maiores foi o aprimoramento evolutivo de 
sistemas circulatórios que possibilitou o transporte de fluidos entre a superfície corporal e o 
meio externo (SILVERTHORN, 2010). 
Para Silverthorn (2010), os animais multicelulares possuíam somente uma camada 
superficial das células em contato com o meio externo, e isso era um problema, pois a difusão 
de oxigênio em animais grandes tornava-se mais lenta de acordo com o aumento da distância. 
Assim, animais mais complexos possuem uma bomba muscular responsável pela circulação 
do meio interno, o coração. 
Segundo Gomes (2005, p.18) Galeno indicou que o coração era uma massa 
muscular quetinha como função o bombeamento do sangue para os pulmões, em que este 
fluido saia do ventrículo direito e retornava para o esquerdo, além disso, afirmou que as 
artérias e veias eram preenchidas com sangue. Assim, hoje o coração é definido como um 
importante órgão, que constitui os sistemas orgânicos dos seres vivos e desempenha papel 
fundamental na perfusão tecidual, sendo indispensável para a homeostase do indivíduo. 
Ademais, a vitalidade de um organismo é mantida pela nutrição celular e 
suprimento de oxigênio adequado em todos os órgãos, assim, com diminuição desses 
compostos poderá ocorrer um dano tecidual. No caso do coração, se houver redução do fluxo 
sanguíneo, este poderá não trabalhar corretamente, pois as células miocárdicas estarão 
privadas de oxigênio. Essa condição é denominada isquemia, sendo normalmente 
acompanhada de angina (dor no peito). Se essa ausência de oxigênio permanecer 
posteriormente ocorrerá à necrose tecidual do músculo cardíaco, caracterizando o Infarto 
Agudo do Miocárdio (IAM), ou ataque cardíaco (RERLIHY; MAEBIUS, 2002). 
O IAM ocorre devido a diversos fatores, dentre eles, o desenvolvimento de placas 
ateroscleróticas nas artérias coronárias que impedem o fluxo sanguíneo. Isso na maioria dos 
casos ocorre devido à prática inadequada no estilo de vida, caracterizada por maus hábitos 
alimentares, falta de exercícios físicos, dentre outros fatores. Destaca-se que esta é uma 
complicação na saúde que muitas vezes ocorre pela falta de acesso às informações pertinentes 
acerca do funcionamento do corpo e das necessidades essenciais a prática saudável de vida. 
13 
 
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) ressalta que as doenças 
cardiovasculares são as maiores causadoras de morte no mundo e que mais de três quartos das 
mortes ocorrem em países de baixa e média renda (OPAS, 2016). Portanto, realça-se 
novamente a ideia de que parte dos casos de IAM deve-se pelo fato das pessoas não 
conhecerem os fatores que desencadeiam tal enfermidade. 
Partindo desse pressuposto, considera-se a relevância deste tema por ser um 
problema de saúde pública que pode ser modificável se trabalhado na educação básica de 
forma adequada. Esse trabalho deve visar à Educação em Saúde dentro da escola, não 
somente com campanhas, mas também dentro de sala de aula e principalmente nas aulas de 
Biologia, pois é indispensável que se trabalhe com patologias como o IAM nesta disciplina. 
Essa discussão possibilitará ao aluno conhecer o seu corpo e as múltiplas dimensões da 
biologia humana, acarretando o conhecimento de doenças que podem ser acometidas pela 
falta de cuidados com o corpo. 
Neste contexto, a busca pelo ensino de qualidade e mais contributiva para 
prevenção do Infarto Agudo do Miocárdio torna-se a preocupação deste estudo. Assim, o 
despertar do interesse pelo tema partiu de cascatas de problemáticas desencadeadas acerca da 
Educação em Saúde dentro de um grupo do estudo de Biologia (GeBio) ocorrente na 
Faculdade de Educação de Itapipoca (FACEDI), bem como o desejo de conhecer como está 
ocorrendo a abordagem do assunto IAM nas escolas públicas estaduais de Itapipoca do estado 
do Ceará na disciplina de Biologia do Ensino Médio. 
Com isso, este estudo poderá contribuir para reflexões a respeito da alfabetização 
científica e formação para a cidadania, no que diz respeito às precauções e entendimento 
biomédico do Infarto Agudo do Miocárdio dentro do espaço escolar. Desse modo temos como 
objetivo geral Investigar o tema Infarto Agudo do Miocárdio e sua abordagem na 
disciplina de Biologia do Ensino Médio de escolas públicas da rede estadual do 
município de Itapipoca- Ceará. 
Foram delineados os seguintes objetivos específicos: 
a) Analisar o entendimento dos professores de Biologia acerca do Infarto Agudo 
do Miocárdio; 
b) Verificar se ocorrem discussões sobre o tema Infarto Agudo do Miocárdio no 
Ensino de Biologia; 
c) Investigar as concepções dos professores de Biologia acerca do ensino do 
Infarto Agudo do Miocárdio nas escolas estaduais de Itapipoca-CE; 
d) Identificar se existe a abordagem da Educação em Saúde no tratamento da 
14 
 
temática Infarto Agudo do miocárdio nas escolas estaduais do município de 
Itapipoca-CE. 
Portanto, destaca-se que o estudo foi delineado em Fundamentação Teórica, 
Metodologia, Resultados e Discussões e as Considerações Finais. Referente ao quadro de 
fundamentação teórica há uma divisão em três sessões, em que a primeira é Anátomo-
Fisiologia do sistema cardiovascular, esta possui duas subseções denominas por: Anátomo-
fisiologia coronariana e Biofísica da circulação. A segunda refere-se à Fisiopatologia do 
Infarto Agudo do Miocárdio, na qual também possuem duas subseções intituladas: O 
desenvolvimento do Infarto Agudo do Miocárdio e Tratamento e prevenção. Por fim, a última 
sessão tratará do tema Infarto Agudo do Miocárdio no Ensino Médio, com ênfase na formação 
de professores. 
A metodologia consiste em coleta de dados feita a partir de questionários 
aplicados aos professores de Biologias de três escolas estaduais de ensino regular do 
município de Itapipoca-CE, sendo estes analisados de acordo com a técnica de Análise de 
Conteúdo proposta por Bandin (1977). A metodologia será delineada em duas subseções 
nomeadas: Fundamentação metodológica e percurso metodológico. 
Os resultados e discussões foram alocados em três subseções, a primeira tratará 
dos aspectos teóricos e conceituais do infarto de acordo com os professores, com respaldo ao 
referencial teórico, a segunda consistirá na abordagem do IAM no ensino de Biologia e a 
terceira, refere-se a Educação em Saúde no ensino do IAM no espaço escolar. Por fim têm-se 
as considerações finais, em que nestas serão indicadas algumas conclusões, ponderações e 
sugestões acerca do estudo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
2 ANÁTOMO-FISIOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR 
 
2.1 ANÁTOMO-FISIOLOGIA CORONARIANA 
 
É observado na escala evolutiva, o aumento da complexidade de mamíferos torna 
a perfusão tecidual algo extremamente essencial para as suas necessidades metabólicas. Aires 
(2008) ressalta que, o sistema circulatório em mamíferos tem como função o transporte e 
distribuição de substâncias essenciais para os tecidos, bem como para a remoção de produtos 
provenientes do metabolismo. Berne e Levy (2009, p. 289), completa essa afirmação, 
expondo que “Esse sistema participa também, em mecanismos homeostáticos, como 
regulação da temperatura corporal, manutenção do balanço de fluidos e ajuste do 
fornecimento de oxigênio e nutrientes sob vários estados fisiológicos”. 
O sistema circulatório se constitui como um sistema tubular fechado, onde são 
circulados os humores provindos do corpo, tais como, sangue e linfa. Este sistema é composto 
por tubos coletores e distribuidores, os vasos sanguíneos, veias e artérias, e por uma rede de 
vasos finos, os capilares, que permitem o transporte rápido entre os tecidos e os canais 
vasculares (BERNE; LEVY, 2009). 
O sistema de vasos forma uma rede contínua, unida por um órgão central, o 
coração, que funciona como uma bomba contrátil-propulsora autoeletrogênica. Para 
Silverthorn (2010), este conjunto forma um circuito que possui sentido único direcionando o 
sangue para uma rota específica, assegurando que a distribuição de gases e nutrientes de 
moléculas sinalizadoras e de resíduos ocorra de forma sistemática do coração para os tecidos 
e dos tecidos de volta para o coração. 
O coração é um órgão que se localiza na cavidade torácica, atrás do esterno e 
acima do diafragma. É formado por tecido muscular estriado cardíaco e revertido pelo 
pericárdio, que protege o coração de choques mecânicos, e o limita durante sua expansão na 
contração muscular. O coração tem forma de cone, com uma extremidade pontuda, chamada 
de ápice, que repousa no diafragma, e uma base de onde entram e saem os vasos sanguíneos(TORTORA, 2004). 
Esse órgão é composto por uma parede que possui três camadas teciduais, o 
epicárdio (camada externa), membrana serosa que possuem capilares sanguíneos, linfáticos e 
fibras nervosas, ele é responsável pela lubrificação. O miocárdio (camada média), tecido 
muscular cardíaco separado por tecido conjuntivo, realizando contrações musculares que 
bombeiam o sangue, e o endocárdio (camada interna), constituído por tecido epitelial, possui 
16 
 
fibras elásticas e o colágeno, sendo assim, a camada protetora das válvulas (RERLIHY; 
MAEBIUS 2002). 
O coração é constituído por quatro câmaras, sendo dois átrios e dois ventrículos, 
que são formados basicamente por células miocárdicas, em que há a propagação da atividade 
elétrica, sendo locais de armazenamento e liberação de sangue. Aires (2008) afirma que o 
átrio e o ventrículo direito fazem parte da circulação pulmonar, já o átrio e ventrículo 
esquerdo constituem a circulação sistêmica, sendo que os átrios possuem parede fina, por 
desenvolver baixa pressão sanguínea, já os ventrículos paredes mais espessas, pois 
desempenharem alta pressão. Assim, estes quatro compartimentos possuem estruturas 
auxiliadoras do fluxo unidirecional sanguíneo, denominadas por valvas, as quais têm extrema 
importância para o funcionamento cardíaco. 
Braun e Anderson (2009) sustentam a ideia de que para uma perfusão eficaz, os 
vasos sanguíneos que distribuem oxigênio e nutrientes e ainda removem resíduos metabólicos 
dos tecidos, é decorrente de três processos específicos da circulação que estão interligados, 
estes são a Circulação Pulmonar, que forma o conduto no qual o oxigênio (O2) e o dióxido de 
carbono (CO2) podem ser difundidos entre a atmosfera e o corpo; a Circulação Cardíaca ou 
coronária, em que o fluxo sanguíneo que percorre o músculo cardíaco do coração fornece 
suporte para o bombeamento de sangue oxigenado ao corpo, realizado pelo coração; e a 
Circulação Sistêmica, que promove a distribuição de oxigênio e de nutrientes para outros 
tecidos do organismo. 
 Destaca-se ainda que exista um sistema de vasos que auxiliam estes três 
processos, que são as artérias, responsáveis pelo transporte de sangue rico em nutrientes aos 
tecidos; as veias que conduzem o sangue pobre em oxigênio e os resíduos dos tecidos, a fim 
de que sejam eliminados do corpo; arteríolas, capilares e vênulas, formam a microcirculação, 
constituem o principal local de trocas de nutrientes em nível celular. (BRAUN; ANDERSON, 
2009). 
Evidencia-se que para ocorrer todos esses processos supracitados, é vital a 
ocorrência da perfusão sanguínea própria do coração que supra o músculo cardíaco, neste 
caso a circulação coronariana. Tortora (2004) cita que, como qualquer outro tecido as paredes 
do coração também possuem vasos que possibilitam o fluxo sanguíneo, para o fornecimento 
de O2 e para a sua nutrição. Estes vasos são as artérias e veias coronárias. As artérias direita e 
esquerda nutrem os lados direito e esquerdo do coração, respectivamente, por sua vez as veias 
recebem o sangue que nutriu o miocárdio e o transporta até o seio coronário, levando-o ao 
átrio direito (RERLIHY; MAEBIUS 2002). 
17 
 
O coração também é perfundido por uma extrema circulação colateral (ramificações 
acessórias arteriais e venosas, a partir desses dois vasos principais). A circulação 
colateral adicional desenvolve-se quando a necessidade do fluxo sanguíneo a área 
especifica do coração aumenta, como no caso de demandas maiores ou obstrução do 
fluxo sanguínea aos tecidos do coração (BRAUN; ANDERSON, 2009, p.370). 
 
O miocárdio é dependente do fornecimento constante de sangue e se este 
suprimento for interrompido, mesmo que por um curto período de tempo, este pode ser 
lesado. Segundo Tortora (2004) a maioria dos problemas cardíacos é decorrente da deficiência 
da circulação coronária, pois o suprimento de O2 inadequado enfraquecerá as células, 
ocorrendo uma isquemia. Em casos mais graves, se houver a interrupção do suprimento 
sanguíneo ocorrerá o Infarto Agudo do Miocárdio, e assim a morte de uma área do tecido 
muscular cardíaco. 
 
2.2 BIOFÍSICA DA CIRCULAÇÃO 
 
O funcionamento do coração consiste em uma atividade concomitantemente de 
contração e relaxamento dependentes de pressão, chamada de ciclo cardíaco. Desse modo, o 
sangue entra no ventrículo direito via átrio direito e é bombeado para o sistema arterial 
pulmonar, em seguida, passa pelos capilares pulmonares, onde o dióxido de carbono é 
eliminado e o oxigênio difundido. Com isso, o sangue mais rico em O2 retorna via veias 
pulmonares para o átrio esquerdo, sendo bombeado para o ventrículo esquerdo e liberado para 
a circulação sistêmica, completando o ciclo (BERNE; LEVY, 2009). 
De modo geral, as valvas abrem e fecham de acordo com o fluxo sanguíneo e o 
gradiente de pressão. As valvas do tronco pulmonar e a aorta orientam a saída de sangue dos 
ventrículos e impedem o retorno de sangue durante a diástole ventricular, sendo estas 
formadas por válvulas semilunares. Já as valvas direitas atrioventriculares (AV) ou valva 
tricúspide e valva esquerda bicúspide ou mitral, ficam entre os átrios e ventrículos permitindo 
a passagem de sangue entre estas câmaras e fecham-se quando o coração começa a contrair 
(DANGELO; FANTTINI, 2000). 
O ciclo cardíaco se caracteriza por duas fases, que são a diástole, período de 
relaxamento do miocárdio, com entrada de sangue nas cavidades cardíacas, neste momento a 
pressão do ventrículo cai, ocorrendo a aberturas das valvas AV e o fechamento das 
semilunares, permitindo o fluxo sanguíneo unidirecional. Após o enchimento dos ventrículos 
as valvas AV fecham-se e as semilunares abrem-se, começando assim a contração muscular, 
esta por sua vez, chama-se sístole, na qual acontece o esvaziamento de sangue do coração e o 
18 
 
aumento da pressão. Quando a sístole termina, a válvula aórtica se fecha e o ciclo recomeça 
(BRAUN; ANDERSON, 2009). 
Heneine (2002) explana que no decorrer da sístole, o sangue adquire uma 
aceleração súbita em todas as artérias, devido à massa sanguínea que é ejetada nos 
ventrículos, a pressão e velocidade do sangue atingem o nível máximo, já na diástole a 
pressão e a corrente sanguínea continuam, mas em nível menor. Por conseguinte, observa-se 
que o ciclo cardíaco é uma sequencia de eventos que ocorrem durante um batimento do 
coração, sendo ele um período de contração e um de relaxamento das câmaras do coração. 
Nos seres humanos, o coração gera uma alta pressão quando se contrai. O sangue 
flui para fora do coração (Região de pressão alta) para o circuito fechado de vasos 
sanguíneos (uma região de menor pressão). Conforme o sangue se move pelo 
sistema a pressão diminui devido ao atrito entre o sangue e as paredes dos vasos 
sanguíneos. Como consequência, a pressão cai continuamente conforme o sangue se 
afasta do coração. A pressão mais alta nos vasos do sistema circulatório é 
encontrada na aorta e nas artérias sistêmicas que recebem sangue do ventrículo 
esquerdo. A pressão mais baixa ocorre nas veias cavas, imediatamente antes de 
desembocam no átrio direito (SILVERTHORN, 2010, p.471). 
 
Silverthorn (2010) comenta ainda que o coração possui um sistema de marcapasso 
que determina a frequência dos batimentos cardíacos, assim, para a excitação do miocárdio é 
necessário que seja gerado um potencial de ação no nodo sinoatrial (localizado na parede 
póstero-lateral do átrio direito) se propagando para os átrios até chegar aos ventrículos, assim 
com a condutibilidade do impulso elétrico é promovido à contração e consequentemente, o 
ritmo cardíaco. 
Conforme Gomes (2005) o ciclo cardíaco e o fluxo sanguíneo dependem de 
quatro eventos que são de natureza elétrica, mecânica e hemodinâmica, sendo iniciados a 
partir de cada batimento cardíaco até o inicio do próximo. Estes eventos são o Inotropismo, 
que designa a força de contração do músculocardíaco, o Cronotropismo, refere-se à 
frequência cardíaca, o Dromotropismo, se relaciona a condutibilidade do impulso elétrico no 
músculo cardíaco, e o Batmotropismo, é relacionado à excitabilidade miocárdica. 
A atividade elétrica do coração que permite a sua contração e relaxamento 
depende da passagem de íons (sódio, cálcio e potássio) de uma célula miocárdica a outra 
através de canais da membrana celular, que ocorrem devido ao potencial de ação. Essa 
corrente elétrica é conduzida de acordo com processos que ocorrem repedidas vezes que 
funcionam de forma organizada e simultaneamente para estimular a contração e o 
relaxamento cardíaco (BRAUN; ANDERSON, 2009). 
Estes processos são a despolarização que é mudança na polaridade na qual há a 
difusão dos íons resultando na mudança súbita de voltagem; a repolarização inicial ocorre 
19 
 
quando a voltagem da célula atinge o pico e o canal rápido de sódio se fecha; o platô surge 
quando os íons de cálcio e sódio entram em canais lentos respectivos. A repolarização rápida 
acontece quando fluxo de cálcio facilita a contração prolongada das fibras do músculo 
cardíaco; e por fim a fase de repouso, em que os canais de sódio e cálcio se fecham fazendo 
com que os íons não se movimentem para dentro da célula. (BRAUN; ANDERSON, 2009). 
Rerlihy e Maebius (2002) destacam que a eficiência do coração em bombear 
quantidades adequadas de sangue é chamada de débito cardíaco e que este é determinado pela 
frequência cardíaca e pelo volume sistólico. Desse modo, o débito cardíaco torna-se 
inadequado quando o coração é incapaz de ejetar quantidades de sangue necessárias para que 
circule apropriadamente para a circulação pulmonar e sistêmica. 
O debito Cardíaco inadequado é decorrente de problemas, como a obstrução de 
artérias que contribuem para alterações na perfusão tecidual, por bloquear o movimento livre 
de sangue, não permitindo que o sangue chegue aos tecidos periféricos, essa distribuição 
sanguínea irregular por conta de obstruções de vasos pode gerar o infarto (BRAUN; 
ANDERSON, 2009). 
Desse modo, existem métodos, como o eletrocardiograma, que podem identificar 
os processos patológicos do Infarto Agudo do Miocárdio. O eletrocardiograma (ECG) é “[...] 
efetuado através de um aparelho que mede os impulsos elétricos do músculo cardíaco, 
fornecendo um traçado característico que permite a identificação de eventuais cardiopatias.” 
(MANSUN et al, 2006, p. 107). Sendo assim, patologias cardiovasculares são acompanhadas 
de alterações eletrocardiográficas. 
Braun e Anderson (2009) ratificam que são inseridos eletrodos em área 
determinadas do corpo para identificarem a atividade elétrica do coração sendo esta 
transmitida para uma tela. Estes autores ainda explanam que no ECG são representadas 
pontos, designados como ondas de acordo com o potencial de ação. Estas ondas representam 
os seguintes aspectos do potencial de ação: Onda P = despolarização dos átrios pelo nodo 
sinoatrial; Intervalo P-Q = despolarização do nodo AV e das Fibras do feixe; QRS = 
despolarização dos ventrículos; T= repolarização dos ventrículos; U= repolarização das fibras 
de Purkinje. 
De acordo com Bueno (2011), o ECG torna-se um aliado essencial para 
prognósticos para eventuais intervenções precoces, sendo elas farmacológicas e/ou 
hemodinâmicas, favorecendo a redução da morbidade e mortalidade cardiovascular. Assim, 
essa ferramenta eletrocardiográfica é fundamental para o melhor diagnóstico de danos 
ocasionados devido ao Infarto Agudo do Miocárdio. 
20 
 
3 FISIOPATOLOGIA DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO 
 
3.1 O DESENVOLVIMENTO DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO 
 
A Organização Pan Americana de Saúde (OPAS, 2016) retrata que existe um 
grupo para as Doenças Cardiovasculares (DCV), que são doenças coronárias, doenças 
cerebrovasculares, doença arterial periférica, doença cardíaca reumática, cardiopatias 
congênitas, trombose venosa profunda e embolia pulmonar. Dentre estas enfermidades, pode-
se destacar que as doenças coronárias (ou doenças isquêmicas do coração e infarto) são as que 
causam mais mortes nas Américas, dentre elas, Infarto Agudo do Miocárdio seguido por 
Acidente Vascular Cerebral (AVC), demências e diabetes (OPAS, 2016). 
Desse modo, a doença isquêmica do coração se destaca pela sua magnitude, 
dentre as DCV, sendo uma das principais causadoras de mortalidade e mobilidade. O Infarto 
Agudo do Miocárdio (IAM) confere-se pela morte de cardiomiócitos causada por isquemia 
prolongada, esta ocasionada por trombos e/ou vasoespasmo sobre uma placa aterosclerótica. 
(PESARO; JUNIOR; NICOLAY, 2004). Para Robbins e Cotran (2010, p. 347), “Um infarto é 
uma área de necrose isquêmica causada pela oclusão do suprimento arterial ou da drenagem 
venosa.”, que por sua vez este surge pelo fato de haver uma oclusão arterial trombótica ou 
embólica. 
Sabe-se que a maior parte do coração é composta por células cardíacas que 
compõem o miocárdio, e o infarto resulta de obstruções da artéria coronária, cujo compromete 
o suprimento sanguíneo provocando a isquemia e a potencial morte em uma região deste 
músculo. A região anatômica irrigada pela artéria supracitada é designada por área de risco, o 
prognóstico dessa afecção depende predominantemente da gravidade e duração da privação 
do fluxo sanguíneo (ROBBINS; COTRAN, 2010). 
No entanto o tempo da evolução do IAM causa ao miocárdio agressão progressiva 
representada pelas áreas de isquemia, lesão e necrose, sucessivamente, em que na primeira 
predominam distúrbios eletrolíticos que prejudica a homeostase do organismo e na segunda 
há alterações morfológicas reversíveis, e na última ocorrem danos definitivos (PESARO; 
JUNIOR; NICOLAU, 2004). 
A identificação precoce do local do IAM é complicada, pois a morte tecidual 
ocorre horas depois do acontecimento deste, sendo que somente após 12 a 24 horas da 
ocorrência do evento é que a área pode ser identificada, devido a coloração vermelho-azulada 
provocada pelo sangue aprisionado e estagnado nas artérias coronárias. Posteriormente, a área 
21 
 
do infarto fica mais bem definida como amarelo-acastanhada e um pouco amolecida. E por 
fim, em 10 dias a 2 semanas, ela é margeada por uma zona hiperêmica de tecido de 
granulação altamente vascularizado. Nas semanas seguintes, a região que foi lesada se torna 
uma cicatriz fibrosa (ROBBIS; COTRAN, 2010). 
Segundo o Departamento de Informática do SUS (DATASUS), das manifestações 
clinicas que levam a identificação do IAM, a principal é o surgimento da dor torácica, que é 
definida como uma dor subida e constante, sobre o esterno podendo se propagar para várias 
partes do corpo, como mandíbula, pescoço face interna do braço esquerdo, levando ainda a 
falta de ar (DATASUS, 2014). Braun e Anderson (2009) também destacam que além das 
dores no peito a pessoa que está sofrendo o IAM podem apresentar sintomas como, náuseas, 
sudorese, fadiga, fraqueza, ansiedade, dentre outros sintomas. 
Para localizar precisamente o tamanho e as características morfológicas do IAM. 
Robbins e Cotran (2010) definem algumas particularidades, que é identificar o local, a 
intensidade e a taxa de desenvolvimentos das obstruções ateroscleróticas coronarianas devido 
à aterosclerose e trombose, o tamanho do leito vascular irrigado pelos vasos obstruídos, 
duração da oclusão, necessidades metabólicas e de oxigênio do miocárdio em risco. Além da 
quantidade de vasos sanguíneos colaterais, presença, local e intensidade de espasmo arterial 
coronariano e outros fatores, tais como frequência cardíaca, ritmo cardíaco e oxigenação 
sanguínea. 
Assim, a localização do IAM é dependente da extensão temporária da oclusão e 
da presença de circulação colateral, sendo estas as características que ditam os principais 
efeitos desse acontecimento. Braun e Anderson (2009) declaram que a obstrução coronariana 
lesa o ventrículo esquerdo prejudicando na capacidadedo coração bombear sangue de forma 
sistemática, visto que a circulação dentro do coração ocorre de acordo com as estruturas 
anátomo-fisiológicas do sistema de vasos coronários. Assim, as artérias maiores quando 
obstruídas, resultam em maiores danos ao miocárdio, em consequência, quanto mais perto da 
aorta houver a anóxia do miocárdio mais fulminante o IAM será. 
Bueno (2011) argumenta que os casos de infarto no Brasil cheguem a 500.000 
anualmente e cerca de 56.000 mortes, este autor ainda estima que de 1,7 milhões de pacientes 
são atendidos nas redes hospitalares anualmente em todo o mundo com dor torácica. Sendo 
assim, o diagnóstico dessas pessoas que chegam aos hospitais com os já sintomas 
supracitados baseiam-se em resultados traçados pelo ECG que podem indicar problemas com 
a repolarização ventricular, e a averiguação da quantidade sérica de proteínas e das enzimas 
cardíacas (BRAUN; ANDERSON, 2009). 
22 
 
Com isso, existem autores que relataram tentativas de medir qualitativamente a área 
final do infarto pelo eletrocardiograma de acordo com o grau de isquemia, a partir dos sinais 
de necrose (ondas Q) ou reperfusão (ondas T invertidas), assim têm-se o Grau I, em que as 
Ondas T serão altas, simétricas e apiculadas; o Grau II refere-se ao supradesnível do segmento 
ST sem distorção final do QRS; e o Grau III, são as mudanças na porção final do QRS 
(BUENO, 2011). 
Por fim, denota-se que o ECG é uma ferramenta de suma importância para o 
diagnóstico do IAM, visto que pode identificar o local do dano tecidual coronário, estimar a 
progressão esperada da área de necrose e diferenciar a parte do miocárdio necrótico e viável 
dentro da área isquêmica (BUENO, 2011). Assim, quanto mais cedo houver a identificação do 
IAM, mais eficaz será o tratamento, ampliando a chance de reperfusão tecidual em pessoas 
infartadas. 
 
3.2 TRATAMENTO E PREVENÇÃO DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO 
 
As doenças cardiovasculares são uma das principais causas de mortalidade nos 
países desenvolvidos e nos que estão em desenvolvimento, sendo que seu significativo 
crescimento deve ser motivo para gerar alerta para o impacto destas DCV nas classes menos 
favorecidas e para as necessidades de intervenções eficazes, de baixo custo e de caráter 
preventivo (RIQUE; SOARES; MEIRELLES, 2002). 
Por outro lado, Silverthorn (2010) afirma que as DCV tem importância econômica 
e social, deliberando assim, foco de muitos estudos a cada ano, em que os pesquisadores 
tentam aperfeiçoar os tratamentos e os algoritmos preditivos. Dessa forma, não existe uma 
única causa para a ocorrência dessas enfermidades e sim vários fatores que aumentam a 
probabilidade de sua ocorrência, sendo estes chamados fatores de risco. 
Guimarães (2002) atenta que, os fatores influenciadores de danos cardiovasculares 
podem ser classificados como causais e predisponentes, sendo o primeiro relacionado ao dano 
cardiovascular, como, dislipidemias, hipertensão arterial sistêmica, tabagismo, diabetes 
mellitus e a resistência à insulina, e o segundo são os que levam ao surgimento de fatores 
causais, sendo incluído o sobrepeso e/ou obesidade, o sedentarismo e o excessivo estresse 
psicológico. No entanto, Silverthorn (2010) descreve a classificação dos fatores de risco para 
as DCV como sendo controláveis como o tabagismo, a obesidade, o sedentarismo e a 
hipertensão arterial sistêmica mal tratada, e não controláveis como a idade, a hereditariedade e 
a doença arterial coronária. 
23 
 
Sendo assim, as DCVs prejudicam o funcionamento da circulação por serem 
doenças que afetam o coração ou os vasos sanguíneos. Segundo Mendes et al. (2006) elas são 
responsáveis por mais de um terço das mortes no Brasil, sendo que estas estão associados à 
aterosclerose. Heneine (2002) cita que as lesões vasculares consistem no deposito de gorduras 
e cálcio, entre outras substâncias, no lúmen das artérias que ficam estenosadas. 
Conforme Zornoff et al. (2002) são utilizadas diversas variáveis para prever a 
evolução e conduzir o tratamento de pessoas acometidas pelo IAM, dentre elas estão: a idade, 
sexo, o histórico de hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus na família, tamanho e 
localização do infarto, hipertensão arterial sistêmica, presença de disfunção contrátil 
ventricular, dimensões do ventrículo esquerdo e grau de ativação neuro-hormonal. Este 
mesmo autor ressalta que, nos últimos anos vem sendo induzidas novas terapias para a 
diminuição da mobilidade e aumento da sobrevida após o IAM, estas são o uso de terapias de 
reperfusão, antiagregantes plaquetários (ácido acetilsalicílico), inibidores da enzima 
conversora da angiotensina e bloqueadores beta-adrenérgicos. 
Braun e Anderson (2009) destacam que quando o tratamento é imediato (até 90 
minutos), poderá haver o restabelecimento da perfusão coronariana ocorrendo assim a melhor 
recuperação do músculo cardíaco. Estes autores ainda apresentam que as intercessões 
cirúrgicas muitas vezes são necessárias, como a Intervenção Coronária Percutânea (PCI), que 
são procedimento que aliviam o estreitamento da artéria coronária, podendo incluir a inserção 
de um stent para a manutenção do vaso aberto e expandido ou até mesmo a cirurgia de ponte 
de Safena da artéria coronária. Além disso, acentua-se a importância dos procedimentos 
terapêuticos que são apontados pela literatura como agentes trombolíticos combinados 
inibidores de plaquetas, estes atuarão como indicadores na melhoria da qualidade de vida da 
pessoa que sofreu o IAM. 
De modo geral, a principal forma de diminuição da incidência do infarto é o 
controle dos fatores de risco causadores das doenças circulatórias pelo próprio sujeito. Por 
conseguinte após a incidência do IAM o individuo deve submete-se a tratamentos tanto 
farmacológicos como atitudinais, dentre os atitudinais à primeira mudança que deve ser 
sucedida é o estilo de vida, que pra Petrolo (2006), os componentes mais evidentes para essa 
mudança são, a alimentação, o lazer, as atividades físicas, os hábitos como tabagismo, uso de 
bebidas alcoólicas e de drogas ilícitas. Todos estes componentes que se não repensados 
podem prejudicam a saúde do individuo. 
Partindo dessas afirmações, estudos vêm apresentando que mesmo as doenças 
coronarianas serem predominantes em indivíduos a partir da meia-idade, hoje já se tem casos 
24 
 
que indicam que o processo aterosclerótico começa a se desenvolver na infância e na 
adolescência, levando a necessidade de investigação ampla e intervenções precoces e mais 
efetivas a partir das manifestações clinicas dessas doenças neste período da vida (SANTOS et 
al., 2008). 
Lazzoli et. al (1998) aponta que há uma predisposição para o declínio do estilo 
ativo de vida, decorrente de fatores sociais e comportamentais, sendo eles devido à 
disponibilidade tecnológica e a redução de espaços livres nos centros urbanos, onde vive a 
maior parte das crianças brasileiras, consequentemente há uma sustentação de atividades 
sedentárias como, por exemplo, assistir a televisão, jogar video games e a utilização de 
computadores, decorrendo desse modo uma restrição das atividades de lazer que tornam a 
vida fisicamente ativa. Men e Azevedo (2008) colaboram com essa ideia enfatizando que há 
um elevado nível de estresse em crianças e adolescente e este decorre do estilo de vida 
adotado pela sociedade atual, fatores como o aumento da violência, do individualíssimo e da 
competição. 
Ademais, realça-se que deve haver uma atenção especial a prática de atividades 
físicas durante a adolescência, pois esta pode ser o passo inicial para reverter problemáticas 
decorrentes do sedentarismo (causador de patologias como IAM). Esta atenção favorece 
também aos cidadãos o não sofrimento de danos em relação a mudança de comportamentos 
atitudinais caso uma determinada pessoa seja acometida por essa doença. 
Por fim, Mussi (2004) salienta que única forma de evitaro desconforto que uma 
pessoa pode sofre com a mudança no estilo de vida após a ocorrência do IAM é preveni-lo, 
mas isto demanda uma série de reflexões e proposições de estratégia de prevenção 
individualizada. Evidencia-se também que prevenção deve partir da orientação que se tem 
desde cedo em relação à saúde, e um local que tem papel fundamental para a disseminação de 
reflexões de cada pessoa, é a escola, pois esta consegue abranger um grande número de 
cidadãos em fase de formação, podendo auxiliar na Educação em Saúde que poderá repercutir 
nos hábitos de vida do aluno (MEN; AZEVEDO, 2008). 
 
 
 
 
 
 
25 
 
4 EDUCAÇÃO EM SAÚDE E A ABORDAGEM DO INFARTO AGUDO DO 
MIOCÁRDIO NO ENSINO MÉDIO 
 
4.1 A EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO ENSINO DE BIOLOGIA 
 
Na sociedade moderna é claramente visto que a saúde tem sido ponto 
determinante para a elevação de cuidados com qualidade de vida. Hoje com a rotina e o 
dinamismo cotidiano tanto adulto como jovens acabam deixando de lado esses cuidados, 
fazendo com que a sociedade se torne a cada dia mais dependente de ações diretas que façam 
dessa realidade algo moldável. 
Partindo desse principio, a adoção do estilo de vida saudável é essencial para a 
prevenção de doenças cardiovasculares, tais como o IAM. Para Gonçalves (2012) nos espaços 
de serviços de saúde não se encontram tradicionalmente adolescentes, diferentemente de 
crianças e idosos, pois estes não apresentam muita demanda de atendimento clínico 
individual. Sendo a escola um espaço favorável para a compreensão da saúde, pois é onde os 
adolescentes estão na maior parte do tempo. 
A escola se constitui como um importante meio de informação e formação para a 
promoção de ações para a saúde. O nível médio para muitos alunos simboliza a última 
experiência de educação formal na área das Ciências Naturais, o que implica uma última 
oportunidade de terem acesso a uma Educação em Saúde orientada por um ensino 
sistematizado (DIONOR; FERREIRAS; MARTINS, 2014). 
É no espaço escolar que tem a abordagem da Educação em Saúde associada ao 
ensino de Biologia. Segundo Ferreira (2014) na escola, a disciplina de Biologia é alicerçada 
em uma politica educacional que dispõe de ferramentas didáticas para o favorecimento da 
compreensão do mundo, e isto é decorrente do compartilhamento de informações através de 
debates, reflexões e de profissionais que utilizam estratégia que auxiliam o ensino e a 
aprendizagem dentro da escola. 
Os professores de Biologia como mediadores dos conhecimentos científicos 
devem perceber que esta é uma área ampla, multifacetada e que faz parte da formação social 
do sujeito, devendo compreender que a Educação em Saúde está diretamente relacionada ao 
ensino de Biologia. A partir desse aspecto, Dal-farra et al. (2011) destacam que a escola é 
um importante ambiente de difusão de saberes relacionados a problemas de saúde, que 
incluem a questão do tabagismo, da poluição, de problemas nutricionais e de doenças causada 
26 
 
por microrganismo, e que a formação de professores é essencial para a educação 
contemporânea. 
Mohr (2002) determina o emprego do termo Educação em Saúde (ES) para 
designar as atividades realizadas que tenham intenção pedagógica e estejam estreladas ao 
ensino-aprendizagem de algum assunto que se relaciona com a saúde individual e coletiva. 
Este autor também discursa a importância de diferenciar os termos ES de saúde escolar, em 
que a primeira enfatiza a saúde abrangida no processo educacional e a segunda tem referência 
a práticas médicas dirigidas para a população em idade escolar. 
Dessa forma, a ES não se restringe somente a construção do conhecimento 
científico, trata-se também de modificações ou o reforço de estilos de vida saudáveis, 
reverberando em um retorno que propicia o individuo. Segundo Schwingel, Araújo e Boff 
(2016) a ES se constitui no ensino de Ciências como uma área ampla, complexa e 
significativa das vivências advindas do processo de ensino-aprendizagem, assim vários 
documentos oficiais aponta à necessidade da interdisciplinaridade entre as diversas áreas do 
conhecimento para integrar a ES. 
A Saúde no ambiente escolar se apresenta nos Parâmetros Curriculares Nacionais 
(PCN) como um tema transversal que deve ser trabalhado de forma contínua, sistemática e 
abrangente, sem ser uma disciplina. Nos objetivos destes denota-se a saúde no sentido do 
aluno conhecer o próprio corpo, cuidar dele e valorizar os hábitos saudáveis para que aja com 
responsabilidade em relação a sua saúde e a saúde coletiva (BRASIL, 1998). 
Já na atual Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é destacada a saúde em 
suas competências gerais, em que esta deve ser promovida para que o aluno conheça-se, cuide 
da vida física e emocional, sendo estabelecida a autocrítica reconhecendo a si e o outro. Nesse 
documento a Educação em Saúde também é considerada em competências especificas 
designadas para as Ciências da natureza, em que com ela o aluno deve tomar decisões frente a 
questões científico-tecnológicas a respeito da saúde individual e coletiva, com base em 
princípios éticos, sustentáveis e solidários (BRASIL, 2017). 
Em vista desse contexto, Dionor, Ferreira e Martins (2014) reflete sobre a 
necessidade de serem construídos materiais e ferramentas didáticas que incluam os 
pressupostos da saúde, mas que também possam ser analisados os construtos que originam os 
materiais já produzidos, como o Livro Didático (LD), pois estes têm fácil acessibilidade e são 
usados no meio escolar. 
O LD se constitui como uma produção humana que integra parte do conhecimento 
fornecido pelo homem, exercendo um papel relevante na construção do conhecimento dos 
27 
 
alunos, sendo considerado um objeto cultural localizado em um tempo determinado 
(GARCIA; BIZZO, 2010). Dessa forma, é notável que o LD é uma ferramenta que apresenta 
situações cotidianas que possibilitam a reflexão do aluno, e ainda se apresenta como 
auxiliador do processo de ensino, sendo a base para a composição da aula do professor. 
Entretanto, além do LD é também de grande importância a construção de 
estratégias metodológicas e educativas que sejam culturalmente significativas, permitindo os 
alunos a ampliação dos conhecimentos, mediante a participação interativa e direta para a 
melhoria da qualidade do ensino da Saúde no ensino de Biologia. (LANES et al., 2013; 
FERRIRA, 2014). Gavidia (2009) corrobora com essa ideia, afirmando que o reforço ao estilo 
de vida saudável se consolida quando o aluno desenvolve habilidades para a tomada de 
decisões a partir das estratégias que geram sentimentos positivos, favorecendo a 
aprendizagem de comportamentos adequados e harmoniosos com a própria saúde. 
Outrossim, destaca-se os educadores que utilizam essas ferramentas educativas 
para disseminar uma educação voltada para a saúde em suas aulas. Assim, Costa, Gomes e 
Zancul (2011) mencionam em seus estudos que a escola é essencial para a formação de 
hábitos saudáveis, devendo haver um espaço para que os educadores possam discutir com 
seus alunos questões sobre a saúde, mas para isso os professores precisam de formação e 
conhecimento suficiente. 
 
4.2 FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE BIOLOGIA PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE 
CORONARIANA 
 
O estudo da vida é o principal objetivo das Ciências Biológicas, esta se constitui em 
várias subáreas, dentre elas as que estudam a complexidade anatômica dos seres humanos e a 
fisiologia que elucida os fatores químicos e físicos responsáveis pela a manutenção do corpo 
em homeostase (WILLERS et al., 2013). Desse modo, existe uma série de fatores que tornam 
o tema saúde e o professor de Ciências e Biologia associados intimamente, estes fatores são 
os assuntos discutidos com os alunos na escola e as disciplinas do curso de Ciências 
Biológicas relacionadas à Biologia Humana, que podem trata de patologia que acometem os 
sistemas orgânicos (MARINHO; SILVA, 2011).Frente a este cenário, percebe-se que o ensino de Biologia tem embasamento 
teórico para tratar de doenças que acometem os seres humanos, e isso é fortalecidos com áreas 
especificas como, anatomia e fisiologia humana, que podem ajudar os alunos a 
compreenderem melhor o seu corpo e cuidá-lo de forma adequada. 
28 
 
Neste sentido Zancul e Gomes (2011) acreditam que deve haver discussões a 
respeito da necessidade e da urgência da ES dentro do espaço escolar e que esta educação 
deve ser desempenhada pelo professor de Ciências e Biologia, no entanto, quando refletido 
sobre isso, é essencial que também aja debates no que desrespeito ao aprofundamento e 
formação desses profissionais em relação ao assunto saúde. Pois o fato dos professores de 
Biologia não terem discussão acerca da ES em sua formação, a atuação docente nessa 
perspectiva se tornará difícil (MARINHO; SILVA, 2011). 
Entretanto, percebe-se que a ES no Ensino Médio acaba sendo um tema que 
muitas vezes é trabalhado somente pelo professor de Biologia que nem sempre é formado 
para tratar de tal conteúdo, ou através de campanhas que trazem como foco a educação não 
formal. Partindo desse pressuposto, a formação inicial e continuada dos professores é o pilar 
primordial para a adoção de novas estratégias e metodologias que propiciam a promoção da 
saúde na escola, pois este campo exige dos professores conhecimentos e o interesse 
necessários desses profissionais (TALAVERA; GAVIDIA, 2007). 
Assim, a formação dos profissionais docentes de Biologia deve ser pensada de 
forma crítica, para que estes sejam realmente capacitados para o desenvolvimento da 
habilidade de ensino de adolescentes para a prevenção de patologias. Schwingel, Araújo e 
Boff (2016) ratificam essas ideias ao afirmarem que pensar em uma educação que tenha 
princípios para a saúde é também ponderar o currículo da formação de educadores, pois isto é 
uma peça-chave para melhorar as ações educativas em saúde, assim isso tornará favorável a 
constituição de uma consciência social significativa para qualificar as atitudes na sociedade. 
Men e Azevedo (2008) discursam que no meio educacional é indispensável à 
orientação de jovens em relação à saúde, pois a escola consegue abranger uma quantidade 
eficiente de pessoas em fase de formação para a repercussão de hábitos de vida saudável 
prolongados. Os mesmos autores ainda comentam que o investimento na prevenção de 
doenças tais como as cardiovasculares, é decisivo para assegurar a qualidade de vida dos 
cidadãos, bem como a minimização de gastos públicos com hospitalização e medicamentos, 
que vem se tornando mais dispendidos para a população. 
Evidencia-se que a adolescência é um período em que o indivíduo passa por 
diversas mudanças somáticas e psicológicas. Desse modo, Gonçalves (2012) estabelece que 
na adolescência os sujeitos acabam sofrendo influência das mídias e amigos, acarretando 
assim mudanças de práticas alimentares e estilo de vida, o que ocasiona o consumo elevado 
de alimentos energéticos e pobres em nutrientes, que consequentemente levam a obesidade e 
posteriormente a outras doenças como as coronarianas. 
29 
 
Contudo, sabe-se que a maior parte dos adolescentes se encontra no ambiente 
escolar e que este é um local formidável para a instrução e formação do cidadão quanto à 
prevenção de enfermidades, podendo reverberar em um bom estilo de vida. Assim é 
perceptível que a sensibilização e formação do corpo docente são primordiais para uma 
educação de qualidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
5 METODOLOGIA 
 
5.1 FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA 
 
O estudo possui caráter exploratório, que segundo Marconi e Lakatos (2003) são 
investigações com o objetivo de formulação de um problema, com o proposito de desenvolver 
hipóteses, aumentar a proximidade do pesquisador com o campo e fenômeno de estudo, para a 
concretização de futuras pesquisas mais precisas, sendo frequentemente empregado 
procedimentos de forma sistemática para a obtenção de observações empíricas e/ou para a 
análise de dados. 
Dessa forma a pesquisa constituiu-se em um cunho qualitativo, que se caracteriza 
como a interpretação e a atribuição de significados a fenômenos, que não requer o uso de 
métodos ou técnicas estatísticas, esta é descritiva e o pesquisador tende a analisar os dados 
indutivamente (PRODANOV; FREITAS, 2013). A pesquisa qualitativa parte de questões de 
interesses amplos que se definem com o desenvolvimento da investigação, esta envolve a 
aquisição de dados descritivos sobre pessoas, lugares ou processos em que há o contato direto 
do pesquisado com o que está sendo estudado, sendo procurada a compreensão dos 
fenômenos de acordo com a perspectiva dos sujeitos participantes do estudo (GODOY, 1995). 
Segundo Minayo (2010) uma pesquisa passa por algumas fases que são: a fase 
exploratória, em que há a delimitação do problema investigado e o amadurecimento do objeto 
de estudo; a fase de coleta de dados, na qual são coletadas as informações que respondem ao 
problema; e a fase do tratamento analítico dos dados, onde são interpretados e/ou feitas 
inferências dos mesmos. 
Destaca-se aqui como técnica de coleta de dados, o questionário, uma ferramenta 
pertinente quando empregada em estudos, cujo objeto ou sujeito da pesquisa corresponde a 
questões de caráter empírico, que envolve opiniões, percepção e posicionamento dos 
pesquisados (CHAER DINIZ; RIBEIRO, 2011). 
Gil (2008) descreve que o questionário possui uma série de vantagens em relação 
às demais técnicas de coleta de dados, dentre elas estão: 
a) possibilita atingir grande número de pessoas, mesmo que estejam dispersas numa 
área geográfica muito extensa, já que o questionário pode ser enviado pelo correio; 
b) implica menores gastos com pessoal, posto que o questionário não exige o 
treinamento dos pesquisadores; 
c) garante o anonimato das respostas; 
d) permite que as pessoas o respondam no momento em que julgarem mais 
conveniente; 
31 
 
e) não expõe os pesquisadores à influência das opiniões e do aspecto pessoal do 
entrevistado (GIL, 2008, p. 122). 
 
Para o tratamento analítico dos dados foi utilizado a Análise de Conteúdo (AC), 
que segundo Bardin (1977), caracteriza-se como uma técnica de análise das comunicações, 
que possibilita a efetuação de deduções lógicas, e justificativa, referente à origem das 
mensagens, tomadas em considerações, o emissor e o seu contexto, ou, eventualmente, os 
efeitos dessa mensagem, permitindo a inferência de conhecimentos relativos às condições de 
produção e recepção das mensagens. 
A AC é o delineamento mais amplo da teoria da comunicação e tem como ponto 
de partida a mensagem, sendo ela constituída por uma organização sistemática para a análise 
dos dados (FRANCO, 2008). Essa mesma autora afirma que a AC é uma operação de 
classificação e reagrupamentos de elementos baseados em analogias, a partir de critérios que 
definirão as categorias, estas podem ser a priori, sendo predeterminas em função da busca de 
uma resposta especifica do investigador, e definidas a posteriori, que ocorrem de acordo com 
os discursos. 
Franco (2008) delineia como essa organização deve ocorrer, sendo inicialmente 
procedida a atividade da pré-análise, que é o primeiro contato com o material coletado. Nesta 
ocorre à leitura flutuante, cujo é conhecida às mensagens, além de serem organizados os 
documentos que serão submetidos à análise. Definido o campo do corpus sobre o determinado 
assunto, consideram-se todos os elementos desse corpus (regra de exaustividade) e identifica-
se o elemento da amostra, devendo ser heterogêneo e representativo ao universo inicial (regra 
da representatividade), assim os documentos devem ser homogêneos (regra da 
homogeneidade). Após estes procedimentos, ocorrerá a formulação de hipóteses em que são 
verificadas a partir do quadro teórico oudo dedutivo, por fim, dar-se a referência aos índices, 
que são a menção explicita ou subjacente de um tema em uma mensagem, indicado pela 
frequência do mesmo. 
 Desse modo, esta abordagem pode ser utilizada tanto para analisar comunicação 
oral como escrita, podendo ser estabelecidas categorias semânticas relacionadas aos artigos e 
análise frequencial de ocorrência destas categorias nos documentos em estudo (MEIRELES; 
CENDÓN, 2010). 
 
5.2 PERCURSO METODOLÓGICO 
 
32 
 
Para a concretização da pesquisa, foi utilizado o questionário (apêndice A), para 
investigar as concepções dos professores de Biologia acerca do ensino da temática Infarto 
Agudo do Miocárdio das escolas públicas regulares da rede estadual de ensino do município 
de Itapipoca-CE, as quais são situadas na região urbana da cidade. 
Os dados foram coletados de setembro a novembro 20017. Segundo a o 
levantamento feito junto à coordenação pedagógica das escolas, foram contabilizados onze 
(11) professores de Biologia, mas somente dez responderam a pesquisa. Vale ressaltar que, 
optou-se em ocultar o nome das escolas para preserva o anonimato das mesmas. 
Os questionários foram constituídos por doze perguntas, em que dez foram abertas 
e uma de múltipla escolha, mas que também poderia ser justificada subjetivamente. No 
questionário a primeira questão referia-se a identificação profissional do docente e as outras 
eram relacionadas a concepção a cerca da abordagem do Infarto Agudo do Miocárdio no 
ensino de Biologia. Neste instrumento de coleta de dados também teve dois questionamentos 
dependentes, que são aquelas que dependem da reposta dada em uma questão anterior, sendo 
que o investigado poderá responder uma ou outra (CHAER; DINIZ; RIBEIRO, 2011). 
Optou-se pelas perguntas abertas, pois são aquelas que não se limitam as 
respostas, permitindo a liberdade dos pesquisados em utilizar linguagem própria, e ainda tem 
a vantagem de não haver influência de respostas pré-estabelecidas pelo pesquisador, pois o 
informante escreverá aquilo que lhe vier à mente (CHAER; DINIZ; RIBEIRO, 2011). 
Os dados obtidos foram explorados e submetidos à análise de conteúdo, tendo três 
etapas para analisá-los, sendo a primeira a pré-análise, em que foi feita a leitura flutuante, 
escolhido e sistematizado o material de análise. Na segunda, os dados foram explorados, 
sendo escolhidos os temas gerais, classificados e enumerados. Por fim a terceira etapa, cujo, 
foi feita as inferências e interpretações dos dados com o respaldo ao referencial teórico. 
Dessa forma, criou-se categorias de acordo com os temas que foram agrupados, 
baseados na similaridade das concepções dos professores. As categorias foram definidas tanto 
a priori quanto a posteriori, por ocorrem de acordo com as mensagens atribuídas pelos 
emissores. Assim, conforme a elaboração das categorias, também foi feita a análise 
frequencial destas. 
Para manter o anonimato dos professores participantes da pesquisa, estes foram 
identificados como D1 a D10, em que “D” é relativo a Docentes. Por fim, os resultados 
obtidos foram tabulados em planilhas eletrônicas, sendo usado o software Microsoft Office 
Word, a fim de facilitar a construção das tabelas em que foram apresentadas as categorias, as 
frequências e a porcentagem dessas para a melhor visualização dos resultados. 
33 
 
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
Esta sessão se fundamentará em três subseções, em que a primeira tratará do 
entendimento dos professores a respeito dos aspectos teóricos e conceituais do IAM, 
contemplando o primeiro objetivo especifico deste estudo. A segunda, diz respeito à discussão 
do IAM no ensino de Biologia, tanto na formação acadêmica como no ensino básico, esta 
sustenta o segundo e terceiro objetivo específico da pesquisa. E a última subseção traz a 
Educação em Saúde no ensino do IAM no ambiente escolar, esta abrange tanto o terceiro 
quanto o quarto objetivo específico. 
Desse modo, dez professores responderam ao questionário, sendo que a primeira 
pergunta referiu-se á identificação geral dos sujeitos da pesquisa. Todos os professores que 
participaram do estudo lecionam a disciplina de Biologia, destes um também leciona 
Ciências, um Química e um Física. Dos professores, 75% são graduados em Licenciatura em 
Ciências Biológicas, os outros, em Licenciatura em Pedagogia (8,3%) e Licenciatura em 
Química (16,7%). Todos os docentes possuem pós-graduação concluída ou em andamento, 
em que são relacionadas ao ensino de Biologia (45,4%), ensino de Química (18,2%), Gestão 
escolar (18,2%) e tecnologias digitais para a Educação Básica (18,2%), sendo que 40% ainda 
estão cursando a especialização e outros 60% já concluíram. Assim, seis professores 
ministram Biologia do 1º ao 3º do Ensino Médio e três lecionam somente 1º e 2º ano. 
 
6.1 ASPECTOS TEÓRICOS E CONCEITUAIS DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO 
 
Das doze questões direcionadas aos professores de Biologia das escolas regulares 
da rede estadual de Ensino de Itapipoca-CE, foram apresentadas nesta subseção a análise e a 
discussão da segunda, terceira e quarta perguntas do questionário aplicado. As respostas 
obtidas passaram por um estudo analítico por meio da Análise de Conteúdo e estão 
apresentadas em tabelas contendo a categoria, a análise frequencial e a porcentagem desta 
última. 
A primeira pergunta conceitual feita aos professores (Tabela 1), referiu-se ao 
entendimento dos docentes acerca do Infarto Agudo do Miocárdio e se buscou identificar a 
compreensão teórica do que é o IAM e se eles realmente tinham conhecimentos compatíveis 
com o descrito na literatura científica sobre a patologia em estudo. 
34 
 
Tabela 1- Categorização referente ao entendimento dos professores de Biologia da rede 
estadual de ensino de Itapipoca-CE sobre o que é IAM 
CATEGORIA FREQUÊNCIA PORCENTAGEM 
É a interrupção da passagem de sangue para 
o coração 
4 33,4% 
Bloqueio do fluxo sanguíneo, causando a 
morte das células cardíacas 
3 25% 
Problema cardíaco ocasionado pela 
obstrução das artérias coronárias, impedido 
o fluxo sanguíneo ao músculo cardíaco 
3 25% 
É a deficiência no fornecimento de gases e 
nutrientes a estrutura tecidual da 
musculatura cardíaca 
1 8,3% 
Não respondeu 1 8,3% 
Total 12 100% 
Fonte: Elaborada pela autora 
 
Desse modo, fica perceptível nesta tabela que todas as categorias vão ao encontro 
da verdadeira definição conceitual do IAM e que a maior frequência de respostas adquiridas 
foi que o IAM se constitui na interrupção da passagem de sangue para o coração (33,4%), e as 
outras se relacionaram à obstrução das artérias e a deficiência no fluxo sanguíneo, 
ocasionando um dano tecidual. Como observado nas respostas a seguir: 
A deficiência no fornecimento de gases e nutrientes a estrutura tecidual da 
musculatura cardíaca, leva a falência dessa musculatura cardíaca. Esse fenômeno 
pode ocasionar a morte do individuo (Resposta do D3 à primeira questão). 
 
Obstrução nas artérias provocam dificuldades no bombeamento de sangue para o 
coração (Resposta do D5 à primeira questão). 
 
É um problema cardíaco, ocasionado pelo entupimento das artérias coronárias, 
impedido o fluxo sanguíneo ao músculo cárdico, consequentemente afetando o seu 
funcionamento (Resposta do D5 à primeira questão). 
 
Partindo destas respostas, alguns autores também discutem a respeito da definição 
do IAM. Braun e Anderson (2009) destacam que Infarto do Miocárdio (IM) confere-se como 
uma oclusão de artérias coronárias, podendo rompê-las, provocando a agregação de plaquetas 
que fecha a artéria resultando em isquemia e morte do tecido muscular cardíaco. Por sua vez, 
essa junção de plaquetas também forma êmbolos que são carregados pela corrente sanguínea, 
Robbis e Cotran (2010, p. 338), dissertam que “Um êmbolo é uma massa intravascular solta, 
35 
 
sólida, líquida ou gasosa que é transportada pelo sangue para um local distantedo seu ponto 
de origem.”. Assim, esses êmbolos podem se alojarem em vasos pouco espessos, levando 
desse modo, a uma oclusão vascular, podendo causar a necrose isquêmica. 
Destaca-se a categoria que traz fatores bioquímicos e que se apresenta em menor 
frequência (8,3%), visto que, enfatizar que o IAM “É a deficiência no fornecimento de gases 
e nutrientes a estrutura tecidual da musculatura cardíaca”, sendo essa a primeira 
consequência metabólica da anóxia miocárdica, logo, essa categoria é muito importante 
quando se fala das características definidoras do IAM e por ser parte integrante do processo 
dessa patologia. 
Nessa perspectiva, Robbis e Contran (2010) realçam que a isquemia do miocárdio 
é resultante da cessação do metabolismo aeróbico, mesmo que em pouco tempo, isto causa a 
produção inadequada de fosfatos de alta energia e acúmulo de ácido lático, potencialmente 
nocivo à homeostase do coração. Assim, a falta de oxigênio para o funcionamento adequado 
do miocárdio leva a perda de contratilidade dentro de um minuto, podendo causar 
insuficiência cardíaca, antes mesmo do inicio da morte dos cardiomiócitos. 
Atenta-se ainda para a resposta dada pelo professor D7, quando ele descreve que o 
infarto “Trata-se de um ataque cardíaco provocado pelo bloqueio do fluxo sanguíneo, o que 
causa morte das células cardíacas.”. Desse modo, segundo Silverthorn (2010, p. 471) 
“Quando as pessoas falam de um “ataque cardíaco”, estão se referindo a um coágulo que 
interrompe o fluxo de sangue para parte do coração, criando uma condição conhecida como 
isquemia [ischen, suprimir + -emia, sangue]”. Assim, o ataque cardíaco também pode ser 
chamado de Infarto do miocárdio, ou infarto agudo do miocárdio. 
Em vista da análise da pergunta supracitada, observa-se que os professores de 
Biologia, até mesmo aqueles que não são formados em Licenciatura em Ciências Biológicas, 
conseguem entender o que é o IAM, pois nenhum deles se equivocaram com conceitos 
apresentados, mesmo sendo visto que alguns são mais fundamentados que outros, e isso é 
respaldado com a fundamentação de diversos autores que discutem acerca dessa patologia. 
O terceiro questionamento feito aos docentes foi “Você sabe quais são os fatores 
de risco para a ocorrência de um IAM? Se sim, quais são?”. Esta inquietação teve como 
objetivo identificar as causas que levam a ocorrência de um IAM segundo os professores 
pesquisados. Posto isto, 100% afirmaram saber os fatores de riscos e citaram alguns deles. 
Estes dados são apresentados em categorias, frequência e porcentagem como observado na 
segunda tabela. 
36 
 
Tabela 2- Fatores de risco para a ocorrência do um IAM citados pelos professores de 
Biologia da rede estadual de ensino de Itapipoca - CE 
CATEGORIA FREQUÊNCIA PORCENTAGEM 
Alimentação desequilibrada 8 20,5% 
Predisposição genética 7 17,9 
Obesidade 5 12,8% 
Tabagismo 5 12,8% 
Sedentarismo 4 10,3% 
Hipertensão Arterial Sistêmicas 3 7,6% 
Colesterol elevado 2 5,2% 
Estresse psicológico 2 5,2% 
Acúmulo de placa de gorduras nas artérias 2 5,2% 
Excesso de atividades físicas 1 2,5% 
Total 39 100% 
Fonte: Elaborada pela autora 
 
Para Gonçalves (2012), o termo “fator de risco cardiovascular” foi conceituado 
para designar os atributos que estatisticamente contribuem para o desenvolvimento da 
coronariopatia. Hoje se sabe que os fatores que influenciam o desenvolvimento do infarto são 
aqueles que estão relacionados com o controle, em que se a pessoa tiver hábitos de vida 
adequados, não adquirirão a doença, são os chamados controláveis, e os que não são 
controlados, são relativos principalmente à hereditariedade. 
Existem algumas linhas de fatores que acarretam o IAM, dentre elas estão os 
fatores condicionantes, no qual se relaciona ao perfil genético e condições ambientais (estilo 
de vida), sendo que pessoas com predisposições genéticas são mais suscetíveis aos fatores 
ambientais. Por sua vez, os fatores ambientais levam aos fatores causais, que são as 
dislipidemias, hipertensão arterial sistêmica, tabagismo, resistência à insulina e diabetes 
mellitus. E por fim, os fatores predisponentes, que são facilitados de acordo com os já citados, 
tendo como exemplo o sobrepeso e obesidade centrais, inatividade física e estresse 
psicológico (GUIMARÃES, 2002). 
Desse modo, identifica-se que as categorias mais representativas são relacionadas 
aos fatores condicionantes que é a “Alimentação desequilibrada” (20,5%) e a “Predisposição 
genética” (17,9%) e que ainda é indicado a de menor frequência, que é o “Excesso de 
atividades físicas” (2,5%). Esta última categoria, apresenta que se o exercício físico não for 
37 
 
feita de forma adequada poderá também prejudicar a saúde. Em vista disso, a propensão para 
o surgimento do IAM é uma condição que as pessoas não podem moldar, mas que se o estilo 
de vida desses sujeitos for adequado, podem evitá-lo ou retardá-lo. Verifica-se que na 
contemporaneidade os fatores ambientais nem sempre são evitados e que as mortes 
decorrentes de doenças coronarianas ocorrem devido a essa falta de cuidados com a saúde. 
Conforme os dados apresentados percebe-se ainda que houve grande frequência, 
das categorias que apresentam fatores predisponentes que são, “Obesidade” (12,8%) e 
“Sedentarismo” (10,3%), estas estão diretamente relacionadas às categorias que possuem 
menor frequência como, “Colesterol elevado” (5,2%), “Acúmulo de placa de gorduras nas 
artérias” (52%). Esses fatores confluem para os já citados, em que confirmam que essas 
categorias estão todas relacionadas a hábitos de vida inadequados. O “estresse psicológico” 
(5,2%), também constituem os fatores predisponentes. Assim, a exposição aguda ao estresse 
mental leva ao aumento de alterações metabólicas e vasculares, do tipo plaquetárias e 
lipídicas que apresentam caráter aterogênico, e isso dá origem principalmente à isquemia 
miocárdica e à presença de arritmias (LOURES et al., 2002). 
Por fim, o “Tabagismo” também teve a terceira maior presença (12,8%) entre os 
fatores citados, e a sexta mais frequente a “Hipertensão arterial sistêmica” (7,6%), sendo 
eles fatores causais. O tabagismo, se controlado, provocaria um grande impacto na redução de 
mortalidade das doenças cardiovasculares (MENDIZ et al., 2006), isso porque o cigarro é 
uma das drogas lícitas mais utilizadas pela sociedade e que contribui para o desenvolvimento 
de doenças como a hipertensão arterial sistêmica e o IAM. 
Com isso, os fatores determinantes do IAM citados pelos professores corroboram 
com a ideia de que as crianças e os adolescentes hoje têm um estilo de vida que prejudica a 
saúde, em que há alimentação inadequada, o uso excessivo de televisão, proporcionando ao 
sedentarismo, estando expostos também à indução ao tabagismo. Assim a melhor forma 
vislumbrada para combater esses fatores é uma educação voltada para crianças, adolescentes, 
para os responsáveis destas, para os professores e todos os sujeitos que possuem uma parcela 
de responsabilidade no problema, incluindo a mídia (GUIMARÃES, 2002). 
A quarta indagação corresponde às formas de prevenção para o Infarto segundo os 
conhecimentos dos docentes (tabela 3), tendo a finalidade de saber a concepção dos 
professores acerca dos cuidados que devem ocorrer para o não surgimento dessa doença. 
Evidenciaram-se nas respostas algumas formas de prevenções que Pedrolo (2006) destaca. 
Para este autor a baixa incidência no número de pessoas que passam por um IAM é 
dependente do controle dos fatores causadores deste, sendo a primeira, a mudança no estilo de 
38 
 
vida, em que não existe uma regra de como isso possa acontecer, de forma geral deve-se 
moldar a forma de se alimentar, a execução de atividades físicas, hábitos como tabagismos, 
uso de bebidas alcoólicas e as situações que possam ocasionar estresse. 
 
Tabela 3- Formas de prevenção do IAM citadas pelos professores de Biologia da

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