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Doutor em Controladoria e Contabilidade pela Uni- versidade de São Paulo (USP). Mestre em Controladoria e Contabilidade pela USP. Bacharel em Ciências Contábeis pela USP. Bacharel em Administração de Empresas pela USP. Tem experiência nas áreas de Contabilidade, Contro- ladoria, Auditoria e Administração, com ênfase em Teoria do Controle Gerencial ou de Gestão. Atua principalmente nos seguintes temas: Teoria do Controle de Gestão, Conta- biliade Gerencial, Contabilidade Financeira, Contabilidade de Custos, Auditoria, Metodologia de Pesquisa, Custo Se- quência e Plano-sequência. É professor de cursos de gra- duação e pós-graduação lato sensu e stricto sensu. Mariano Yoshitake Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 9 Auditoria contábil Breve história da auditoria e da contabilidade A origem da auditoria como profissão Segundo O´Reilly et al. (1990), as primeiras auditorias na Grã-Bretanha eram de dois tipos: (1) auditoria de cidades; (2) auditoria de vilas. As auditorias de cidades e vilas eram realizadas publicamente diante de funcionários do governo e cidadãos, e consistia em “ouvir as contas” lidas pelo tesoureiro. Até meados do século XVI, os auditores de cidades frequentemente anotavam as contas com frases como “ouvida pelos auditores abaixo assinados”. Desta forma, no de- senvolvimento da moderna auditoria, o processo de ouvir passou a envolver o exame minucioso de registros escritos e o teste de suportes de evidências. Os citados autores apresentam alguns eventos importantes na história da contabi- lidade e da auditoria. No ano 4000 a.C., ocorreram as primeiras auditorias de cobrança de impostos na Babilônia. Em 1887, foi fundado o Instituto Americano de Contadores, hoje Instituto Americano de Contadores Públicos Certificados (American Institute of Certified Public Accountants – AICPA). Modernamente, os contadores e auditores são representados pelas seguintes entidades internacionais: Associação Interamericana de Contabilidade (AIC), fundada em 1949, em Porto Rico; a International Federation of Accountants (IFAC), fundada em 1977, em Munich na Alemanha; e a International Accounting Standards Board (IASB), fundada em 1.º abril de 2001, em Londres, na Inglaterra. A origem da contabilidade como profissão A contabilidade é tão antiga quanto a própria civilização. Assim, a história da con- tabilidade acompanha o progresso do homem em direção ao bem-estar. Contudo, sua verdadeira revolução ocorreu com o aparecimento das partidas dobradas. As partidas dobradas foram consequências naturais do desenvolvimento da sociedade no Pré- -Renascimento italiano, quando aconteceram vários eventos econômicos e sociais que Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 10 criaram base para que tal método se firmasse. O reflorescimento do comércio, o desen- volvimento industrial e dos transportes, foram acontecimentos que proporcionaram, de forma natural, o aumento do controle das operações, através do registro e, com isso, a utilização do método para esse fim. Segundo Sá (2004), o Frei Luca Pacioli editou em Veneza, em 1494, a sua Summa de Aritmética, Geometria, Proporção e Proporcionalidade, na qual está inserido o Tratado de Computo e Escrituração, ensinando a partida dobrada que é a base da contabilidade. D om ín io p úb lic o. Figura 1 – Frei Luca Pacioli. Pode-se afirmar que a profissionalização da contabilidade partiu da ampla disse- minação das partidas dobradas como método de registro contábil. No Brasil, os serviços de auditoria independente foram regulamentados pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), através da Resolução CFC 321/72, elaborada pelo então Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, hoje, Ibracon. Atualmente, as Normas de Auditoria Independente são reguladas pela Resolução CFC 820/97 que revogou as Resoluções 700 e 701/91. No cenário mundial, o desenvolvimento e harmonização de normas e procedi- mentos de contabilidade está a cargo de duas entidades: a International Accounting Standard Board (IASB) e a International Federation of Auditing Committee (IFAC). Assim, atuando em nível internacional, essas entidades são apoiadas por 110 membros de 88 países, contando com mais de um milhão de profissionais. Quanto à adesão do Brasil às Normas Internacionais de Contabilidade, veja a seguir as informações retiradas da reportagem de 18 de maio de 2007, do jornal Valor Econômico.Au di to ria c on tá bi l Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 11 CVM quer regras internacionais até 2010 (VIEIRA, 2007) [...] A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), estipulou o ano de 2010 como marco para que as companhias abertas passem a adotar suas Demonstrações Financeiras anuais consolidadas no padrão contábil internacional, estipulado pelo Conselho de Padrões de Contabilidade Internacionais (IASB, na sigla em inglês). [...] Para Reginaldo Alexandre, vice-presidente da Apimec-SP, as novidades intro- duzidas pela CVM são muito bem-vindas. “Os estrangeiros compram cada vez mais ativos brasileiros e o mercado está cada vez mais global. Ter um padrão unificado facilita muito a vida de analistas e investidores”, afirma, lembrando que o mercado americano vai facultar às empresas estrangeiras listadas a contabilidade pelos pa- drões do IASB e não pelos padrões dos EUA. “A tendência é a convergência de padrões. Acredito que a médio prazo essa mu- dança que vai ocorrer no Brasil possa até ter impacto sobre o custo de capital, pois uma das coisas mais difíceis de explicar são as diferenças nos números. O interesse pelos ativos locais pode aumentar”, conclui Alexandre. Relação entre contabilidade e auditoria A expressão “auditoria contábil” pressupõe que há relacionamento entre contabili- dade e auditoria. A contabilidade produz informação que pode ser auditada em razão de ser quantificável, verificável e haver um critério ou padrão que possa ser utilizado neste confronto. Isto significa, portanto, que o auditor precisa conhecer a contabilidade para poder, criticamente, avaliar a informação e comunicar o resultado de sua opinião para terceiros interessados na informação contábil de uma empresa específica (auditada). Importância da auditoria contábil A auditoria contábil no mundo moderno evoluiu substancialmente a partir de 1934, com a criação da Security Exchange Comission (SEC), nos Estados Unidos. Os Auditoria contábil Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 12 investidores de ações na Bolsa de Valores americana passaram a utilizar os serviços de auditoria para obter maior credibilidade nas Demonstrações Contábeis, das quais se serviam para avaliar os seus investimentos nas empresas cotadas na referida bolsa de valores. A auditoria adiciona valor no sentido de contribuir para a transparência, credi- bilidade e segurança quanto à qualidade das informações contábeis. Os diversos segmentos da economia estão convencidos da importância da audi- toria. As áreas políticas, sociais e econômicas, o governo, empregados e empregadores formam a sociedade economicamente ativa, geram negócios e impulsionam o país. É necessário estabelecer um nível de cumplicidade e de responsabilidade total entre eles. Todos esses fatores interligam-se com os aspectos sociais, portanto, qualquer enti- dade tem responsabilidade diante de sua comunidade, pelo bem-estar e qualidade de vida. Na satisfação desses interesses, desenvolve-se uma nação motivada e produtiva. Conceitos de auditoria contábil Conceito das Normas Brasileiras de Contabilidade Conceito de acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC T 11, 1997): 11.1.1.1 – A auditoria das demonstrações contábeis constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre a sua adequação, consoante osPrincípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, a legislação específica. Conceito da American Accounting Association (AAA) A entidade American Accounting Association (AAA), em 1973, definiu auditoria da seguinte forma: Auditoria é um processo sistemático de objetivamente obter e avaliar a evidência considerando as afirmações a respeito de ações e eventos econômicos para assegurar o grau de correspondência entre aquelas afirmações e estabelecidos critérios de comunicação de resultados para os usuários interessados. Conceito de Franco e Marra Franco e Marra (2000, p. 26), definem auditoria de maneira mais extensa, como: [...] a técnica contábil que – através de procedimentos específicos que lhe são peculiares, aplicados no exame de registros e documentos, inspeções, e na obtenção de informações e confirmações, relacionados com o controle do patrimônio de uma entidade – objetiva obter elementos de Au di to ria c on tá bi l Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 13 convicção que permitam julgar se os registros contábeis foram efetuados de acordo com os princípios fundamentais e normas de contabilidade e se as Demonstrações Contábeis deles decorrentes refletem adequadamente a situação econômico-financeira do patrimônio, os resultados do período administrativo examinado e as demais situações nelas demonstradas. A literatura especializada em auditoria contábil registra inúmeros conceitos, muitos com ênfases diferenciadas, porém, convergentes entre si, de certa forma. Em outras palavras, as definições de auditoria contábil procuram mostrar que se trata de uma atividade ou ações contínuas dentro de um cenário da contabilidade – os relatórios financeiros conhecidos como Demonstrações Contábeis – que permitem ao auditor avaliar o grau de conformidade que as demonstrações mantêm com as Normas Brasileiras de Contabilidade. Na primeira definição, da AAA, o padrão a ser seguido é a asserção ou afirmações feitas pela empresa, que precisam estar em conformidade com critérios estabelecidos pela profissão contábil. Na segunda, de Franco e Marra, o padrão a observar é a conformidade dos relatórios contábeis com os Princípios Fundamentais de Contabilidade. Observar ou seguir os citados princípios já implica na aplicação de procedimentos, obtenção de evidências (provas) e julgamentos, se os relatórios finan- ceiros refletem a situação econômico-financeira e de resultados do período auditado. Plano de auditoria O planejamento e execução de um plano ou programa de auditoria são transfor- mados em “procedimentos de auditoria”. Segundo as normas de auditoria, NBC T 11 (CFC 820/97) os procedimentos de auditoria são: “o conjunto de técnicas que permi- tem ao auditor obter evidências ou provas suficientes e adequadas para fundamentar sua opinião sobre as Demonstrações Contábeis auditadas e abrangem testes de obser- vância e testes substantivos”. Os testes de observância visam à obtenção de razoável segurança de que os pro- cedimentos de controle interno estabelecidos pela administração estão em efetivo funcionamento e cumprimento. Os testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto à suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelo sistema contábil da entidade, dividindo-se em: testes de transações e saldos; procedimentos de revisão analítica. O processo de auditoria é realizado sequencialmente, segundo o gráfico 1. Auditoria contábil Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 14 Gráfico 1 – Sequência de um processo de auditoria M ar ia no Y os hi ta ke . Sequência 1 – Pesquisa ambiental Sequência 2 – Planejamento estratégico Sequência 3 – Controle interno Sequência 4 – Teste de observância Sequência 5 – Teste substantivo Sequência 6 – Parecer do auditor Sq 2 Planejamento estratégico Testes Sq 4 Controle (observância) Sq 3 Controle interno Sq 5 Substantivo Sq 1 Pesquisa ambiental Sq 6 Parecer do auditor Sequência 1 – Pesquisa ambiental Nesta primeira sequência, o auditor obtém um entendimento preliminar das operações do cliente, ou seja, coleta informação a respeito da indústria, negócios e organização da entidade em particular; identifica a natureza e significância de vários segmentos de auditoria; considera os riscos relacionados que podem afetar significa- tivamente a estratégia de auditoria. O auditor consulta os manuais da indústria e asso- ciações comerciais; e, mais restritamente, obtém informações por meio de papéis de trabalho – em caso de continuidade a auditorias anteriores –, por revisão de manuais de procedimentos do cliente, por inspeção física às instalações e escritórios do cliente. Sequência 2 – Planejamento de auditoria Na segunda sequência, objetiva-se escolher as estratégias para cada conta ou grupo de contas, que serão efetivas e eficientes em uma situação particular. Especifica- -se a natureza, extensão e tempestividade1 dos testes e procedimentos de auditoria para a obtenção de evidência como suporte à opinião a ser dada sobre as Demonstrações 1 Tempestividade: oportunidade. Au di to ria c on tá bi l Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 15 Contábeis. As alternativas básicas da estratégia, repousam na confiabilidade de apli- cação direta de testes substantivos de saldos de conta ou sobre específicos controles contábeis internos, após a aplicação de testes de observância com os correspondentes ajustes de natureza, extensão e tempestividade de procedimentos substantivos. Sequência 3 – Controle interno Pressupõe-se, na terceira sequência, que a estratégia adotada está baseada na con- fiança sobre o controle, assim, o auditor precisa documentar em detalhes o sistema con- tábil e controles contábeis internos sobre os quais é possível confiar. A preocupação do auditor com o entendimento do sistema contábil e controles a eles relacionados, deter- mina que seja confirmado entendimento por intermédio do seguimento de uma transa- ção pelo sistema, pela técnica conhecida como walk-through (rastreio) antes da execu- ção de testes de controles. Após essa documentação, cada um desses controles deve ser avaliado como base preliminar para determinar os pontos fortes e fracos do sistema. Sequência 4 – Teste de controle Aplica-se, na quarta sequência, o teste de controle (ou observância na nomenclatura antiga) para determinar se o controle está sendo cumprido de acordo com as normas prescritas. Assim, os testes de controle ou observância, visam à obtenção de razoável se- gurança de que os procedimentos de controle interno estabelecidos pela administração estão em efetivo funcionamento e cumprimento das normas aplicáveis. Sequência 5 – Teste substantivo Na quinta sequência, o auditor desenvolve e executa os procedimentos substantivos para assegurar a exatidão dos valores (e outras informações) constantes das Demonstra- ções Contábeis e das notas explicativas anexas. A seleção de testes substantivos é base- ada na estratégia de auditoria e no grau de confiança colocado nos controles contábeis internos. Os testes substantivos incluem os testes de detalhes de transações e saldos de contas e outros procedimentos de auditoria, tais como: os procedimentos analíticos e a determinação da natureza, tempestividade e extensão dos testes substantivos. Sequência 6 – Parecer do auditor Na sexta e última sequência, o auditor avalia os resultados obtidos e revisa a apre- sentação das Demonstrações Contábeis e notas explicativas quanto à sua adequação. Finalmente, o auditor prepara o “Parecer de Auditoria”, segundo as Normas Brasileiras de Auditoria (NBC T 11). Auditoria contábil Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 16 Papéis de trabalho Conceito de papéis de trabalho Segundo a resoluçãoCFC 820/97, nos itens 11.1.3.1 e 11.1.3.2: 11.1.3.1 – Os papéis de trabalho são o conjunto de documentos e apontamentos com informações e provas coligidas pelo auditor, preparados de forma manual, por meios eletrônicos ou por outros meios, que constituem a evidência do trabalho executado e o fundamento de sua opinião. 11.1.3.2 – Os papéis de trabalho são de propriedade exclusiva do auditor, responsável por sua guarda e sigilo. Documentação da auditoria O auditor deve documentar, através de papéis de trabalho, todos os elementos significativos dos exames realizados e que evidenciam ter sido a auditoria executada de acordo com as normas aplicáveis. Os papéis de trabalho devem ter abrangência e grau de detalhe suficiente para propiciar o entendimento e o suporte da auditoria exe- cutada, compreendendo a documentação do planejamento, a natureza, a oportuni- dade e a extensão dos procedimentos de auditoria, bem como o julgamento exercido pelo auditor e as conclusões alcançadas. Os papéis de trabalho devem ser elaborados, organizados e arquivados de forma sistemática e racional. Quando o auditor se utilizar de análises, demonstrações ou quaisquer outros documentos fornecidos pela entida- de, deve certificar-se da sua exatidão. Documentação do planejamento inicial Para a obtenção de uma documentação organizada do esforço de planejamen- to inicial, todos os papéis de trabalho devem ser incluídos em uma seção separada dos papéis de trabalho. Essa seção específica, que documenta o planejamento inicial, compõe-se de: memorando do planejamento de auditoria; papéis de trabalho das considerações ambientais (exemplo: memorando de discussões com os executivos das áreas operacionais e financeiras); informação financeira usada para desenvolver o plano de auditoria geral, in- cluindo papéis de trabalho dos procedimentos analíticos; agenda e memorando de reuniões de planejamento com o pessoal do cliente e da própria equipe da auditoria; Au di to ria c on tá bi l Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 17 estimativa geral de tempo, plano de composição da equipe de auditores e quadros demonstrativos de contas e transações; relatórios do comitê de auditoria mostrando as principais linhas do plano de auditoria e o correspondente memorando da reunião com o comitê. Em complemento a essas ações, pode ser apropriado fazer referência cruzada, i.e.2, comparar determinados assuntos contidos nos papéis de trabalho, de planeja- mento, com outras seções dos papéis de trabalho, que incluem materiais usados para identificar desenvolvimentos significantes. Programa inicial de auditoria Obter dados preliminares sobre a organização auditada Uma das ações deste processo é a obtenção de dados preliminares sobre a orga- nização sob auditoria (a auditada), reconhecimento de possíveis pontos de concen- tração e desenvolvimento participativo de trabalho. As atividades que compreendem essa ação são as seguintes: Estudo dos objetivos da organização Nesta etapa, o auditor deverá procurar conhecer: a estrutura da organização, suas funções e papéis; canais formais e informais de comunicação; a estrutura de poder da organização e que lugar este poder ocupa na comunidade; que opinião tem a organização sobre seu funcionamento. Interação dos elementos da auditada com o auditor A interação dos elementos da auditada com o auditor compreende atividades como: reunião entre as partes contratantes, com leitura e discussão dos termos do contrato de prestação de serviços; 2 Id est (i.e.): termo latim que significa “isto é”. Auditoria contábil Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 18 discussão sobre a situação e organização de dados anteriormente coletados sobre o sistema contratante; participação dos elementos do sistema contratante nas atividades de audi- toria independente, identificando os tipos de papéis de trabalho que serão de responsabilidade, preparação e autorização dos elementos do sistema contratante; aquiescência ou não da contratante (cliente) sobre o fornecimento de cartas de gerência, assim conhecidas as declarações por escrito sobre assuntos rele- vantes dos procedimentos contábeis adotados pela contratante, como cliente da empresa de auditoria. Identificação da auditada em contratos iniciais Entendimento dos negócios do cliente e indústria na qual opera Para novos contratos ou em situações em que os clientes atuais adquirem novos negócios, um entendimento dos negócios e indústria pode ser obtido por meio de: discussão com auditores, da mesma empresa de auditoria, com conhecimen- tos em áreas especializadas, com membros do comitê do cliente, e outros es- pecialistas que possam auxiliar no novo contrato; referência a várias publicações, incluindo pronunciamentos profissionais de auditoria e publicações da área contábil; revisão de relatórios anuais e arquivos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no caso brasileiro, e da Securities Exchange Comission (SEC), no caso americano, a respeito do cliente e de outras empresas da mesma indústria; discussão com a administração com respeito a fatores que são importantes ou únicos para seus negócios; visitas ao estabelecimento do cliente ou instalações de serviços. Nos trabalhos em continuidade, o pessoal envolvido no planejamento do contrato de auditoria pela primeira vez, também precisa executar os aludidos procedimentos e, concomitantemente, avaliar com as pessoas familiarizadas com o trabalho em questão, se os resultados realmente exprimem a situação em que se encontram os trabalhos na empresa auditada. Au di to ria c on tá bi l Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 19 Informações sobre as obrigações legais da auditada Alguns tipos de documentos e registros legais precisam ser antecipadamente exa- minados: o contrato social e suas alterações, as atas de assembleias gerais e de reuniões da diretoria e os contratos. Algumas informações, tais como os contratos, precisam ser evidenciadas nas De- monstrações Contábeis. Outras, como as autorizações estabelecidas nas atas de reu- niões da diretoria, são úteis para o trabalho da auditoria. O conhecimento antecipado desses documentos e registros legais, portanto, possibilita ao auditor interpretar a evi- dência relacionada ao longo do trabalho de auditoria e assegurar adequada evidencia- ção nas Demonstrações Contábeis. Constituição legal da empresa O contrato de constituição de empresas é averbado pelas autoridades onde está estabelecida a empresa que se está formando legalmente. Esse contrato inclui o nome exato da entidade, a data de formação, os tipos e montantes de capital social que a em- presa está autorizada a emitir, e os tipos de atividades empresariais que deve conduzir. Ao especificar os tipos de ações ou quotas do capital, há também incluído infor- mações, tais como: os direitos de voto de cada classe de ações ou quotas, ao par ou valor declarado da ação ou quota, preferências e condições necessárias para dividen- dos e direitos anteriores em liquidação. Os estatutos incluem as regras e procedimentos adotados pelos acionistas ou quotis- tas da empresa. Especificam coisas como o ano fiscal, a frequência de reuniões dos sócios, o método de eleger os diretores, e os deveres e poderes dos executivos da organização. Os auditores devem entender os requisitos do contrato social e os estatutos de modo a determinar se as Demonstrações Financeiras estão adequadamente apre- sentadas. A evidenciação correta do patrimônio líquido, incluindo o adequado pa- gamento de dividendos, depende muito desses requisitos. Atas de reuniões As atas de assembleia da empresa constituem o registro oficial das reuniões da diretoria e acionistas ou quotistas. Elas incluem sumários dos tópicos mais importantes discutidos nessas reuniões e as decisões tomadas pelosseus participantes. Se o auditor falha no exame das atas, pode descuidar-se de informação essencial para determinar se as Demonstrações Financeiras estão materialmente corretas. Auditoria contábil Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 20 Enquanto examina as atas de reuniões, o auditor normalmente identifica infor- mação significante para a adequada apresentação das Demonstrações Contábeis. O auditor inclui a informação nos papéis de trabalho, elaborando um sumário das atas ou obtendo uma cópia e destacando as partes significativas. O auditor deve fazer um seguimento (follow up) dessa informação para assegurar- -se de que a administração cumpriu as determinações emanadas dos sócios e comitê de diretores. Como uma ilustração, os benefícios autorizados aos executivos devem ser exa- minados individualmente através do registro na folha de pagamento, efetuando um teste se a compensação devida foi paga. O auditor deve comparar as autorizações de compra de equipamento conforme as atas com os registros de equipamento; e se o comitê de diretores deve aprovar todas as novas aquisições de equipamento acima de um montante especificado. Texto complementar Informação de campo (YOSHITAKE, 2004) 1 – Conhecimento do ambiente de negócios da Auditada Um conhecimento sobre o ramo de atividade, negócios e práticas operacionais da Auditada é essencial segundo a norma técnica NBC T 11. “11.2.1.2 – O planejamento pressupõe adequado nível de conhecimento sobre o ramo de atividade, negócios e práticas operacionais da entidade”. Para interpretar adequadamente o significado da informação obtida através da auditoria, é essencial entender a indústria na qual pertence a Auditada. Os aspectos únicos de diferentes indústrias estão refletidos nas Demonstrações Contábeis. Nos Estados Unidos, o entendimento razoável da indústria a que a Auditada pertence é obrigatório segundo normas vigentes. O conhecimento da indústria na qual a Auditada se insere, pode ser obtido de diferentes modos. Entre esses, as discussões entre o auditor responsável pelos Au di to ria c on tá bi l Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 21 serviços de anos passados e os auditores atuais em trabalhos similares; assim como as conferências com o pessoal da Auditada. Outros meios incluem a leitura de jornais, livros e textos especializados nos vários ramos industriais. Pode-se também obter os referidos conhecimentos pela participação ativa em associações industriais e programas de treinamento. Um conhecimento sobre aspectos de estrutura organizacional, práticas de distribuição e marketing, métodos de valoração de estoques e outras são caracte- rísticas únicas dos negócios da Auditada, devem ser entendidos antes do início da auditoria. Tais fatos são usados continuamente na interpretação da informação de auditoria na medida de sua obtenção. O FASB 14 determina a evidenciação da informação seguimentada para as di- ferentes linhas de negócio nas Demonstrações Contábeis. O SAS 21 (AU 435) forne- ce os guias de auditoria para a informação segmentada. Os auditores devem possuir conhecimento suficiente sobre os negócios da Au- ditada para permitir-lhes avaliar se há seguimentos que requeiram evidenciação em separado. Os arquivos permanentes do auditor frequentemente incluem a história da empresa Auditada, uma lista das maiores linhas de negócios e um registro das mais importantes políticas contábeis de anos anteriores. Os estudos desta in- formação e discussões com o pessoal da Auditada ajudam o entendimento do negócio. 2 – Visita às instalações operacionais e administrativas Pode-se obter melhor entendimento dos negócios e operações da Auditada através de uma visita às suas instalações. Consegue-se a oportunidade de encontrar o pessoal-chave e observar as operações diretamente. Contatos com funcionários fora da área contábil, durante a visita e na realização da auditoria, é útil para manter uma perspectiva ampla. A visão atual das instalações físicas ajuda a entender a salvaguarda física sobre ativos e a interpretar os dados contábeis em razão da faixa de referência na qual visualizar tais ativos, como os estoques em processo e maquinárias da fábrica. O conhecimento do layout também facilita obter respostas a questões futuras na auditoria. Auditoria contábil Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 22 3 – Revisão das políticas da Auditada Muitas políticas e autorizações da empresa, refletidas nas Demonstrações Con- tábeis, são parte da estrutura de controle interno, mas fora do escopo do sistema contábil. Esses incluem assuntos como as autorizações para negociar uma parte dos negócios, políticas de crédito, empréstimos a afiliadas e políticas contábeis para re- gistrar ativos e reconhecer receita. Quaisquer decisões sobre política básica devem sempre ser cuidadosamente avaliadas como parte da auditoria para determinar se a administração tem autoriza- ção do comitê de diretores para tomar certas decisões e, para estar seguro de que as decisões da gerência são adequadamente refletidas nas Demonstrações Contábeis. Um enfoque útil seguido por muitas empresas de auditoria independente é in- cluir um registro nos arquivos permanentes das mais importantes políticas seguidas pela Auditada e o nome da pessoa ou grupo autorizado a mudar a política. A inclusão nos arquivos permanentes dos princípios fundamentais de conta- bilidade, tais como os custos a serem incluídos na valoração dos estoques, é espe- cialmente útil para ajudar o Auditor a determinar se a Auditada mudou os princí- pios fundamentais de contabilidade. É importante efetuar uma revisão periódica da informação. 4 – Identificações de partes relacionadas As transações com partes relacionadas devem ser evidenciadas nas Demons- trações Contábeis, considerando a materialidade dessas. A NBC T 11 estabelece que “o auditor deve obter evidências suficientes para identificar as partes relacionadas na fase de planejamento, possibilitando detectar, no decorrer dos trabalhos, quaisquer transações relevantes que as envolvam. O Auditor deve examinar as transações relevantes com partes relacionadas, apli- cando os procedimentos necessários à obtenção de informações sobre a finalidade, natureza e extensão das transações, com especial atenção àquelas que pareçam anor- mais ou envolvam partes relacionadas não identificadas quando do planejamento”. Au di to ria c on tá bi l Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 23 Pelos princípios americanos, a parte relacionada é definida no SAS 45 (AU 334) como as companhias afiliadas, os principais acionistas da empresa cliente, ou qualquer outra parte com a qual o cliente lida onde uma das partes pode influenciar as políticas gerenciais ou operacionais da outra. Já a transação com a parte relacionada significa qualquer transação entre o cliente e a parte relacionada. Exemplos disso são as vendas ou compras entre a companhia controladora e suas subsidiárias, troca de equipamento entre duas companhias per- tencentes a uma mesma pessoa, e empréstimos a executivos. Um exemplo menos comum é a influência gerencial significativa sobre uma empresa auditada exercida pelo seu cliente mais importante. Em razão da necessária evidenciação das transações com a parte relacionada, é importante que todas as partes relacionadas sejam identificadas e incluídas nos arquivos permanentes. 5 – Avaliações da necessidade de especialistas externos Pode o Auditor, quando deparar-se com situações, onde há necessidade de conhecimento especializado, utilizar-se de especialistas como forma de propiciar a realização de seu trabalho. A responsabilidade do auditor independente fica restrita à sua competência profissional, quando o especialista for contratado pela entidadeauditada, para executar serviços que tenham efeitos relevantes nas Demonstrações Contábeis. A menção do fato no parecer fica a critério do auditor independente. Essa orientação está declarada no item 1.8 das NBC P 1 – Normas Profissionais de Auditor Independente, aprovada pela Resolução CFC 701/91. Nos Estados Unidos, a SAS 11 (AU 336) estabelece os requisitos necessários para a seleção de especia- listas e a revisão de seus trabalhados. Por exemplo, usa-se um especialista em dia- mantes para avaliar o custo de reposição de diamantes; um atuário para determinar a adequacidade do valor registrado de seguros menos reservas. Outra forma de contratação de especialista é a consulta com advogados especializados em inter- pretação legal de contratos e títulos, ou em questões tributárias e societárias. Assim, o Auditor deve ter suficiente entendimento dos negócios da entidade au- ditada para reconhecer a necessidade de um especialista. Deve-se incluir a necessida- de de especialistas por ocasião do planejamento da auditoria. Auditoria contábil Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 24 Atividades O processo de auditoria inicia-se com a pesquisa ambiental. Em que consiste 1. esta primeira sequência do trabalho do auditor? Pressupõe-se, na terceira sequência do trabalho do auditor, que a estratégia 2. adotada está baseada na confiança sobre o controle exercido pela empresa. O que o auditor precisa fazer para planejar sua estratégia de trabalho? Au di to ria c on tá bi l Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 25 O auditor precisa documentar, por meio de papéis de trabalho, todos os ele-3. mentos significativos dos exames realizados e que evidenciam ter sido a audi- toria executada de acordo com as normas aplicáveis. Quais os principais requi- sitos e conteúdos dos papéis de trabalho para efetuar essa documentação? Gabarito Consiste na coleta de informação a respeito da indústria, negócios e organi-1. zação da entidade em particular; identifica a natureza e significância de vários segmentos de auditoria; considera os riscos relacionados que podem afetar sig- nificativamente a estratégia de auditoria. O auditor precisa documentar em detalhes o sistema contábil e controles con-2. tábeis internos sobre os quais é possível confiar. Os papéis de trabalho devem ter abrangência e grau de detalhe suficientes para 3. propiciar o entendimento e o suporte da auditoria executada, compreendendo a documentação do planejamento, a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de auditoria, bem como o julgamento exercido pelo audi- tor e as conclusões alcançadas. Auditoria contábil Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 105 Referências ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. São Paulo: Atlas, 2000. ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. São Paulo: Atlas, 1998. COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM). Sessão de Julgamento do Processo Administrativo Sancionador CVM N. TA RJ2001/8029. 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Re fe rê nc ia s Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Doutor em Controladoria e Contabilidade pela Uni- versidade de São Paulo (USP). Mestre em Controladoria e Contabilidade pela USP. Bacharel em Ciências Contábeis pela USP. Bacharel em Administração de Empresas pela USP. Tem experiência nas áreas de Contabilidade, Contro- ladoria, Auditoria e Administração, com ênfase em Teoria do Controle Gerencial ou de Gestão. Atua principalmente nos seguintes temas: Teoria do Controle de Gestão, Conta- biliade Gerencial, Contabilidade Financeira, Contabilidade de Custos, Auditoria, Metodologia de Pesquisa, Custo Se- quência e Plano-sequência. É professor de cursos de gra- duação e pós-graduação lato sensu e stricto sensu. Mariano Yoshitake Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 27 Testes de auditoria Introdução Segundo as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC T 11, no item 11.2.6.2), na aplicação dos testes de observância e substantivos, o auditor deve considerar os seguin- tes procedimentos técnicos básicos: Inspeção. Observação. Investigação e confirmação. Cálculo. Revisão analítica. Testes de controle (ou observância) Segundo a NBC T 11 (1997) 11.1.2.2 – os testes de observância visam à obtenção de razoável segurança de que os procedimentos de controle interno estabelecidos pela administração estão em efetivo funcionamento e cumprimento. Na aplicação dos testes de observância, o auditor deve verificar a existência, efeti- vidade e continuidade dos controles internos. As Normas Brasileiras de Contabilidade definem o sistema contábil e de controles internos como: [...] o plano de organização e o conjunto integrado de método e procedimentos adotados pela entidade na proteção do seu patrimônio, promoção da confiabilidadee tempestividade dos seus registros e demonstrações contábeis, e da sua eficácia operacional. (NBC T 11, 1997, item 11.2.5.1) Procedimentos técnicos de inspeção A inspeção compreende o exame de registros, documentos e de ativos tangíveis. Distingue-se, na inspeção, o exame físico de ativos do exame de documentos. Quando Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 28 o objeto do exame não tem valor inerente, a evidência é chamada de documentação. Por exemplo, um cheque antes de ser assinado é um documento; após a assinatura, torna-se um ativo; se cancelado, volta a ser um documento novamente. O exame físico do cheque, tecnicamente, pode somente ocorrer enquanto o cheque é um ativo. O exame físico é um meio direto de verificar se um ativo realmente existe e é considerado como um dos mais confiáveis e úteis tipos de evidência de auditoria. É considerado um meio objetivo de verificar e avaliar tanto a qualidade como a des- crição ou condições de um ativo. Contudo, o exame físico não é evidência suficiente para comprovar que os ativos existentes são de propriedade da empresa auditada. Da mesma forma, o auditor, pelo exame físico, pode não estar qualificado para julgar fatores qualitativos do objetivo da análise como, por exemplo, o seu grau de obsoles- cência ou sua autenticidade. Por fim, o exame físico também não é adequado para finalidades de valoração das Demonstrações Contábeis. O exame e/ou inspeção de registros e documentos é também conhecido como exame de evidência e consiste de atividades de análise, leitura, escrutinização, com- paração, rastreamento, vouching, documentação e redesempenho. Análise, escrutínio e leitura As atividades de análise e escrutínio consistem na procura de evidências de mon- tantes incomuns ou fontes de dados não usuais que, quando localizados, devem passar por investigações em particular. Pela leitura, o auditor obtém informações sobre o con- teúdo de atas de reuniões da diretoria como, por exemplo, mudanças organizacionais ou autorizações para empréstimos. Comparação Pela comparação, o auditor pode identificar transações ocorridas com documentos produzidos internamente pela empresa como, por exemplo, pedidos de compra com as respectivas notas de entrada de mercadorias, por ocasião do recebimento dos bens no almoxarifado da empresa. Com efeito, essa atividade evidencia que as mercadorias foram recebidas e reconhece a veracidade do passivo junto ao fornecedor. Rastreamento O rastreamento é a ação do auditor no sentido de verificar o correto lançamento nas contas específicas a partir de determinado documento sob exame. Isto ocorre, por exemplo, quando o auditor rastreia o registro das faturas de vendas a determinado cliente para a sua conta individual. Te st es d e au di to ria Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 29 Vouching O vouching é o exame pelo auditor dos documentos e registros da auditada com o fim de substanciar a informação que é ou deveria ser incluída nas Demonstrações Con- tábeis. Como exemplo, pode-se dizer que o auditor, diante de uma determinada conta do Razão, examina (vouch) as notas fiscais-faturas, os eventuais pedidos de compra e registros de recebimentos para verificar se os lançamentos contábeis estão suportados por provas adequadas. Documentação A atividade de documentação significa, por exemplo, olhar a documentação no sen- tido de verificar a existência de assinaturas ou iniciais nas faturas de compra, que podem indicar se o documento foi comparado com o respectivo pedido de compra e nota de entrada da mercadoria e, também, se há evidência de que houve conferência de quanti- dades e cálculos dos bens recebidos pelo pessoal autorizado da empresa. Redesempenho O redesempenho é um tipo de atividade em que o auditor avalia o desempenho do pessoal da empresa executando ele próprio parte ou todo o trabalho sob exame, particularmente recalculando quantidades e valores para confirmar o cálculo matemá- tico. Essa atividade também pode incluir comparação ou contagens, tais como: recon- tagens físicas de Estoques, recálculos de Despesas de Depreciações de Ativos Imobili- zados e reelaboração de Reconciliações Bancárias. Comumente a literatura contábil refere-se a esse procedimento como “exame físico”. O exame físico é a inspeção ou contagem feita pelo auditor de um ativo tangí- vel, estando frequentemente associado com as contas de Estoque e Disponível, mas também, aplicável à verificação das contas de Investimentos, Títulos a Receber e Ativos Imobilizados. Procedimentos técnicos de observação A NBCT 11 considera a observação como “o acompanhamento de processo ou procedimento quando de sua execução”. Contudo, de forma mais clara, a literatura contábil enfatiza a técnica da observação como o uso dos sentidos para avaliar certas atividades. Isto envolve o fato de o auditor exercitar a visão, audição, tato e paladar para avaliar uma ampla faixa de atividades. A SAS n.º 1 – Seção 110 do AICPA Statement on Auditing Standards estabelece que: Testes de auditoria Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 30 [...] as atividades do pessoal da empresa podem ser observadas. Baseado em certas circunstâncias que vão sendo observadas pelo auditor como, por exemplo, as condições do controle interno, ele pode chegar, razoavelmente, a conclusões no que respeita à validade das várias situações contidas nas demonstrações contábeis. A observação geral das atividades de uma empresa industrial, por exemplo, pode levar o auditor a um melhor entendimento de seus negócios. Permite perceber visual- mente o estado geral dos equipamentos, fornece possíveis indicações ou evidências de itens obsoletos contidos em estoques. A observação da tomada de Inventário Físico pelo pessoal da empresa pode auxiliar o auditor a avaliar a adequacidade desses procedimentos. Entretanto, a técnica da obser- vação não é suficiente por si própria, necessita de outros tipos de evidência corroborativa. Entende-se por evidência corroborativa a informação que suporta a evidência subjacente e geralmente está disponível para o auditor através da auditada ou de fontes externas. Procedimentos técnicos de investigação e confirmação Investigação (ou indagação) Os procedimentos de investigação e confirmação tratam da obtenção de infor- mações junto a pessoas ou entidades conhecedoras da transação, dentro ou fora da entidade de acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade. A investigação ou in- dagação na nomenclatura do SAS n.º 8, consiste nisso e suas indagações podem estar na faixa de comunicações escritas, endereçadas a terceiros, oral, informal, endereçada às pessoas dentro da entidade. As respostas às indagações podem fornecer ao auditor informações não possuídas previamente ou com evidência corroborativa. Confirmação Segundo o SAS n.º 8, a confirmação consiste na resposta a uma indagação para comprovar uma informação contida nos registros contábeis. Por exemplo, o auditor or- dinariamente procura confirmação direta de contas a receber pela comunicação com os devedores-clientes. Como a confirmação consiste em obter resposta escrita ou oral de um terceiro in- dependente para verificar a adequacidade da informação que foi solicitada pelo audi- tor, pode-se dizer que essa técnica possui alto valor como fonte de evidência em razão de as informações serem provenientes de fontes independentes da empresa auditada. Em vista, portanto, da alta confiabilidade desse instrumento, os auditores procu- ram obter respostas por escrito ao invés de oralmente, sempre que praticável, uma vez Te st es d e au di to ria Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 31 que a forma escrita facilita a revisão pelos supervisores do grupo de auditoria e fornece suporte para demonstrar aefetiva recepção da informação solicitada pelo auditor. Contudo, a confirmação como meio de prova pode conduzir a altos custos de realização, bem como causar eventuais inconveniências aos seus informantes, o que sugere moderação no uso desta técnica. Evidentemente que o uso da confirmação está vinculada à necessidade da obtenção de confiabilidade nas circunstâncias e, ainda, da disponibilidade de outra prova alternativa. Desta maneira, pode-se afirmar que essa técnica não é adequada para compro- vação de transações individuais entre organizações. Como exemplo disso, temos as transações de vendas em que o auditor pode usar os próprios documentos que su- portam tais transações para os fins da confirmação. Nessa mesma linha de raciocínio, dificilmente o auditor utilizaria a confirmação para verificar a adequacidade das infor- mações sobre compras de ativos imobilizados, uma vez que as transações que lhes deram origem podem ser confirmadas pela documentação e exame físico. Nesse sentido, a NBC T 11, ao tratar da aplicação dos procedimentos de auditoria no item 11.2.6.7, requer que, desde que praticável e razoável, quando o ativo envolvido for de valor expressivo em relação à posição patrimonial e financeira e ao resultado das operações, o auditor deve confirmar os valores das contas a receber e acompanhar o inventário físico realizado pela entidade. Essas assertivas, das Normas Brasileiras de Contabilidade, ressaltam que as con- firmações exigidas dos auditores, da mesma forma que a maioria da literatura contábil são para as contas a receber (Clientes) e inventário físico (Estoques). Essas observações, de que a confirmação não seja requerida para quaisquer outras contas, que não as de Valores a Receber e Estoques, não impedem ressaltar que este tipo de evidência é também útil para verificar muitos tipos de informações, como as que ilustramos no quadro 1 a seguir: Quadro 1 – Informação e fontes para confirmação Informações Fontes para confirmação Ativos Disponibilidades em bancos O banco individual Clientes O cliente específico Estoque em consignação O consignatário individual Estoque em armazéns públicos O armazém público específico Passivos Fornecedores Conta de cada fornecedor ICMS a recolher Secretaria da Receita Estadual Provisão para contingências Assessoria tributária Testes de auditoria Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 32 Outras informações como (a) as de apólices de seguros podem ser obtidas das em- presas seguradoras; (b) situação de medidas judiciais, junto a advogados; e (c) garantias colaterais, junto a credores, geralmente são obtidas através de confirmações em função da relevância de tais itens. A propósito do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), evidentemente que o auditor não utilizaria a Secretaria da Receita Federal para verificar a exatidão dos valores devidos pela empresa auditada, embora possa esta ser considerada uma fonte independente desejável. O motivo principal, sem dúvida, para o não uso dessa fonte, é evitar notórias inconveniências para a auditada. Neste caso espe- cífico, o auditor poderá utilizar-se de procedimentos alternativos para os citados fins. Outro aspecto relevante desta técnica é o controle sobre o processo da confir- mação. Esta última para ser considerada confiável deve ser controlada diretamente pelo auditor, desde sua preparação, remessa, até o recebimento final da informação desejada. Nesse particular, admitindo-se que a própria empresa auditada prepare a confirmação, despache-a pelo correio ou receba as respostas, é plausível afirmar que o auditor compromete sua independência e com ela enfraquece a confiabilidade da aplicação do procedimento de auditoria. Procedimentos técnicos de cálculo Os procedimentos de cálculo compreendem a conferência da exatidão aritmé- tica de documentos comprobatórios, registros e Demonstrações Contábeis e outras circunstâncias. Procedimentos técnicos de revisão analítica Trata-se da verificação do comportamento de valores significativos, mediante ín- dices, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com vistas à identificação de situação ou tendências atípicas. Na aplicação dos procedimentos de revisão analíti- ca, segundo a NBC T 11, item 11.2.6.5, o auditor deve considerar: [...] a) o objetivo dos procedimentos e o grau de confiabilidade dos resultados alcançáveis; b) a natureza da entidade e o conhecimento adquirido nas auditorias anteriores; c) a disponibilidade de informações, sua relevância, confiabilidade e comparabilidade. Se o auditor, durante a revisão analítica, não obtiver informações objetivas sufi- cientes para dirimir as questões suscitadas, deve efetuar verificações adicionais, apli- cando novos procedimentos de auditoria, até alcançar conclusões satisfatórias. Te st es d e au di to ria Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 33 Segundo a NBC T 11: 11.2.6.7 – Quando o valor envolvido for expressivo em relação à posição patrimonial e financeira e ao resultado das operações, deve o auditor: a) confirmar os valores das contas a receber e a pagar, através de comunicação direta com os terceiros envolvidos; b) acompanhar o inventário físico realizado pela entidade, executando os testes de contagem física e procedimentos complementares aplicáveis. Testes substantivos Introdução Os principais assuntos que melhor caracterizam os testes substantivos remetem aos seguintes tópicos: conceituações de testes de controle e procedimentos subs- tantivos; definição da responsabilidade pela preparação de Demonstrações Contá- beis (Demonstrações Financeiras); asserções da administração sob os pontos de vista das normas americanas, brasileiras e internacionais; detalhamento das asserções da administração. Nomenclatura dos testes e procedimentos O International Federation of Accountants (IFAC), no Manual do IFAC de 2008, substitui a expressão “procedimentos de observância” por testes de controle. Da mesma forma, substituiu “procedimentos comprobatórios” por procedimentos subs- tantivos – IFAC Handbook, p. 175. Testes de controle (ou testes de observância) O IFAC define os testes de controle como aqueles desempenhados para obter evi- dência de auditoria a respeito da adequacidade do desenho e operação efetiva dos sis- temas de contabilidade e controle interno. Na obtenção de evidência de auditoria. A norma NBC T 11, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), no item 11.1.2.2, afirma que os testes de controle “visam à obtenção de uma razoável segurança de que os pro- cedimentos de controle interno, estabelecidos pela administração, estão em efetivo fun- cionamento [...]”, inclusive quanto ao seu cumprimento pelos funcionários da entidade. Testes de auditoria Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 34 Procedimentos substantivos Sinteticamente, o IFAC define que os procedimentos substantivos como os testes executados para detectar erros materiais nas Demonstrações Contábeis, são de dois tipos: testes de detalhes de transações e saldos e procedimentos analíticos. Por sua vez, o Conse- lho Federal de Contabilidade, por meio da NBC T 11, no item 11.1.2.3, estabelece que: [...] os testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto à suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelo sistema contábil da entidade, dividindo-se em: a) testes de transações e saldos; b) procedimentos de revisão analítica. Responsabilidade pela preparação das Demonstrações Contábeis O pronunciamento americano SAS n.º 1 – seção 110 estabelece que: [...] a empresa é responsável pela adoção de Diretrizes Contábeis adequadas, pela salvaguarda do Ativo e pelo planejamento de um sistema de controle interno que, entre outras coisas, contribua para assegurar a apresentação apropriada das demonstrações financeiras. Assim, de acordo comas normas americanas, a responsabilidade pela preparação de Demonstrações Contábeis de acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade, pela adoção de políticas contábeis, pela manutenção de adequada estrutura de controle interno, bem como pelas notas explicativas, é da administração da entidade auditada. Portanto, a adequacidade das evidências contidas nas notas explicativas que acompanham as Demonstrações Contábeis é sempre de responsabilidade da adminis- tração da entidade auditada. Asserções da administração Normas Internacionais (SAS n.º 31 – Evidential Matter – AU Section 326) As Demonstrações Contábeis de uma entidade podem ser pensadas como um conjunto de asserções feitas pela sua administração. As asserções são afirmações feitas pelos administradores das empresas que são incorporadas nas Demonstrações Con- tábeis. Por exemplo, na asserção da existência os administradores afirmam que na conta de bancos realmente existem os valores ali expressos. Dessa forma, a norma SAS n.º 31 – seção 326 agrupa as referidas asserções em cinco categorias: Te st es d e au di to ria Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 35 Existência ou ocorrência. Abrangência. Direitos e obrigações. Valoração ou alocação. Apresentação e evidenciação. Normas internacionais (SAS n.º 8) As asserções sobre Demonstrações Contábeis, segundo o SAS n.º 8, feitas pela administração, de forma explícita ou não, são incorporadas nos Demonstrativos Con- tábeis e podem ser categorizadas como se seguem: Existência. Direitos e obrigações. Ocorrência. Abrangência. Valoração. Mensuração. Apresentação e evidenciação. Como se pode notar, as categorias de asserções americanas e internacionais são semelhantes. A norma internacional desmembrou a asserção existência ou ocorrência em duas categorias e acrescentou uma nova asserção: a mensuração. Portanto, pode- -se concluir pela equivalência de ambas. Segue abaixo um sumário de conceitos das responsabilidades da administração da entidade quanto às asserções sobre as Demonstrações Contábeis. Asserções internacionais Existência ou ocorrência Segundo o SAS n.º 8, existência é a asserção de que um ativo ou um passivo existe em determinada data de uma transação ou evento ocorrido, pertence à entidade du- rante esse período. Testes de auditoria Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 36 Dessa maneira, existência e ocorrência são asserções feitas pela administração decla- rando que ativos, obrigações e patrimônio líquido, bem como receitas e despesas incluídas nas Demonstrações Contábeis realmente existem na data de encerramento contábil. Por exemplo, a administração através das Demonstrações Contábeis afirma que as mercadorias em estoque existem e estão disponíveis para venda na data do balanço. Ou, ainda, que as vendas incluídas na Demonstração de Resultados representam troca de bens ou serviços que realmente ocorreram. Abrangência Não há ativos, passivos, transações ou eventos não registrados ou itens não evidencia- dos (SAS n.º 8). Todas as transações e contas que devem ser apresentadas nas Demonstra- ções Contábeis nelas estão incluídas. A administração, deste modo, afirma que as vendas de bens e serviços estão registradas e incluídas nas Demonstrações Contábeis. E que as contas a pagar incluem todas as obrigações desse gênero. Portanto, afirma que não há omissões de itens nas Demonstrações Contábeis. O não registro de uma nota de venda corresponderia a uma violação à declaração de “abrangência” feita pela administração. Direitos e obrigações A administração afirma que um ativo ou passivo pertence à entidade numa de- terminada data (SAS n.º 8). Os ativos são os direitos da entidade e os passivos são as obrigações num dado período. A organização declara, por exemplo, que os ativos a ela pertencem, que o montante capitalizado das operações de arrendamento representa o custo dos direitos da entidade pelas propriedades arrendadas e declara o correspon- dente passivo ou obrigação da entidade. Valoração e mensuração O SAS n.º 8 estabelece que valoração é a asserção de que um ativo ou passivo é registrado a um apropriado valor intrínseco. Quanto à mensuração afirma que, de forma adequada, uma transação ou evento é registrado por certo montante e receita ou des- pesa é alocada a um determinado período. Consequentemente, valoração ou alocação e mensuração são asserções de que ativo, passivo, patrimônio líquido, receitas e despesas foram incluídos nas Demonstrações Con- tábeis em períodos e Montantes adequados. A entidade afirma, por exemplo, que o imo- bilizado está registrado a custo histórico e que tais custos são sistematicamente alocados Te st es d e au di to ria Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 37 nos respectivos períodos de competência através de depreciações e/ou amortizações. Da mesma forma, declara que as contas a receber estão expressas ao valor líquido realizável. Apresentação e evidenciação Um item é evidenciado, classificado e descrito de acordo com a aplicável estrutu- ra das Demonstrações Contábeis (SAS n.º 8). Apresentação e evidenciação tratam-se, portanto, de asserção de que os compo- nentes das Demonstrações Contábeis estão adequadamente classificados, descritos e evidenciados. Afirma a administração, por exemplo, que as obrigações classificadas no passivo em longo prazo não terão vencimento dentro do ano seguinte. Afirma também, que os itens extraordinários constantes do Demonstrativo de Resultados do Exercício foram adequadamente classificados e descritos. Normas Brasileiras de Contabilidade Introdução As Normas Brasileiras de Contabilidade não tratam de asserções da administra- ção, mas de aplicação dos procedimentos de auditoria. Esta última deve ser realiza- da, em razão da complexidade e volume das operações, por meio de provas seletivas, testes e amostragens, cabendo ao auditor, com base na análise de riscos de auditoria e outros elementos de que dispuser, determinar a amplitude dos exames necessários à obtenção dos elementos de convicção que sejam válidos para o todo. Aplicação dos testes substantivos Existência ou ocorrência. Direitos e obrigações. Abrangência. Mensuração, apresentação e divulgação. O Conselho Federal de Contabilidade, através da NBC T 11 (1997), reconhece di- versos tipos de elementos comprobatórios ou evidências de auditoria, aplicáveis aos testes de observância e substantivos. Testes de auditoria Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 38 Existência ou ocorrência Refere-se à confirmação de que os montantes declarados, no período contábil, são válidos e realmente foram incluídos nas Demonstrações Contábeis. Violação a este procedimento seria incluir determinada venda no diário auxiliar de vendas e razão geral quando realmente não ocorreu a citada venda. Este procedimento preocupa-se com a superavaliação em potencial. Segundo a NBC T 11, na aplicação dos testes substantivos o auditor deve objetivar a conclusão de que o componente patrimonial existe em certa data e de que o mesmo ocorreu de fato. Em outras palavras, as asserções sobre a existência remetem-nos a que ativos, passivos e patrimônio líquido existam em data específica, pertinentes a itens físi- cos como dinheiro, estoques e imobilizado ou sem substância física como contas a rece- ber e a pagar. Assim, ambos a existência e a ocorrência, devem estar ligados a contrapartidas do mundo real, como a afirmação de que há ativos do mundo real nas Demonstrações Con- tábeis através de contas contábeis que os representam. Abrangência Pela abrangência, o auditor deve concluir se todas as transações estão registradas, ou seja, se todos os montantes que deveriam ser incluídos realmente o foram. Pode violar o procedimentode abrangência, por exemplo, uma falha em incluir determina- da venda no diário e razão que realmente ocorreram. Este procedimento preocupa-se com as transações e montantes não registrados que provocam subavaliações nas De- monstrações Contábeis. Mensuração, apresentação e divulgação Por apresentação e divulgação entende-se que o auditor objetivou, na aplicação dos testes substantivos, concluir se os itens estão divulgados, classificados e descritos de acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade. Para satisfazer este procedi- mento, o auditor faz um teste para assegurar-se de que todas as contas do Balanço Pa- trimonial e Demonstração de Resultado do Exercício e informações a ela relacionadas estão corretamente apropriadas nas Demonstrações Contábeis e, adequadamente, descritas nas notas explicativas que acompanham o relatório da administração. Te st es d e au di to ria Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 39 Asserções sobre as Demonstrações Contábeis Este trabalho ilustra a utilização de asserções no desenvolvimento de objetivos de auditoria e de concepção de testes substantivos. São exemplos extraídos dos textos das SAS n.º 31 – AU Section 326 do AICPA Statement on Auditing Standard Asserções de Existência ou ocorrência Asserção 1 – Valores de inventários informados na data no balanço têm correspondência física nos estoques da empresa. Procedimentos de teste substantivo: Observar a execução do inventário físico de produtos e mercadorias. Obter confirmação de inventários, em locais fora da entidade. Testar transações de inventário entre um inventário físico preliminar e a data do balanço. Asserção 2 – Os estoques representam elementos segregados para venda ou utilização, no decurso normal dos negócios. Procedimentos de teste substantivo: Rever os registros de inventário perpétuo, registros de produção e de compra para obter indícios da atividade corrente. Comparar os inventários com um catálogo de vendas atual e posterior venda e relatórios de entrega. Utilizar o trabalho de especialistas para corroborar a natureza dos produtos especializados. Asserção 3 – As quantidades registradas nos estoques incluem todos os produtos, materiais e suprimentos em mãos. Procedimentos de teste substantivo: Texto complementar Testes de auditoria Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 40 Observar as contagens de inventário físico. Analiticamente comparar a relação entre saldos de estoque e compras recen- tes, produção e atividades de vendas. Testar os procedimentos de “corte” de embarque e recepção. Asserção 4 – Inventário de quantidades inclui todos os produtos, mate- riais, suprimentos de propriedade da empresa que estão em trânsito ou arma- zenadas em locais fora. Procedimentos de teste substantivo: Obter confirmação de inventários, em locais fora da entidade. Analiticamente comparar a relação de saldos de inventário com a recente aqui- sição, produção, e atividades de vendas. Testar o procedimento de “corte” de embarque e recepção. Asserção 5 – Listas de inventário são elaboradas com precisão e os totais estão devidamente incluídos nas contas de inventário. Procedimentos de testes substantivos: Testar as contagens registradas durante a observação de inventário físico e sua transcrição para a listagem de inventário. Contar todos os cartões e listas de contagem utilizadas no registro das conta- gens físicas de inventário. Testar a acuracidade burocrática das listas de inventário. Conciliar a contagem física de registros perpétuos e saldos do razão geral e investigar as oscilações significativas. Asserções de Direitos e deveres Asserção 1 – A entidade tem título legal ou similar direitos de propriedade para os inventários. Procedimentos de testes substantivos: Te st es d e au di to ria Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 41 Observar a contagem do inventário físico. Obter confirmação de inventários, em locais fora da entidade. Examinar as faturas pagas a fornecedores, acordos de consignação e contratos. Asserção 2 – Inventários exclui itens faturados aos clientes ou de proprieda- de de terceiros. Procedimentos de testes substantivos: Examinar as faturas pagas a fornecedores, acordos de consignação e contratos. Testar o envio e recepção de “corte” procedimentos. Asserções de valorização ou repartição Asserção 1 – Os estoques são registrados pelo seu custo de aquisição, exceto quando o valor de mercado for menor. Procedimentos de testes substantivos: Analisar as faturas pagas a fornecedores. Rever as taxas de mão-de-obra direta. Testar o cálculo das taxas padrões de custos indiretos de fabricação. Analisar análises de custo de compra e de fabricação padrão variâncias. Asserção 2 – Identificar os Itens de baixa movimentação, em excesso, de- feituoso e obsoletos incluídos nos inventários. Procedimentos de testes substantivos: Examinar a rotação de estoque. Revisar a experiência e tendências da indústria. Analiticamente comparar a relação de saldos de inventário com o volume de vendas antecipado. Efetuar uma visita à fábrica. Testes de auditoria Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 42 Indagar do pessoal da produção e vendas a respeito de eventuais excessos ou es- toques obsoletos. Asserção 3 – Os estoques são reduzidos, quando for caso disso, a custo de substituição ou valor realizável líquido. Procedimentos de testes substantivos: Obter cotações valor corrente de mercado. Revisar os custos correntes de produção. Analisar as vendas de fim de ano e compromissos por meio de pedidos de compra. Asserções de apresentação e divulgação Asserção 1 – Os estoques são devidamente classificados no balanço como Ativos correntes. As principais categorias de inventários e as suas bases de va- loração são devidamente divulgadas nas Demonstrações Contábeis. Procedimentos de testes substantivos: Revisar os Balanços Patrimoniais preliminares. Comparar as divulgações feitas nas Demonstrações Contábeis segundo as exi- gências dos Princípios Fundamentais de Contabilidade. Asserção 2 – A promessa ou a cessão de quaisquer inventários seja devi- damente divulgada. Procedimentos de testes substantivos: Obter confirmação de inventários dados como garantia a contratos de empréstimo. Atividades Entende-se por sistema contábil e de controles internos “o plano de organização 1. e o conjunto integrado de método e procedimentos adotados pela entidade na proteção do seu patrimônio, promoção da confiabilidade e tempestividade dos Te st es d e au di to ria Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 43 seus registros e Demonstrações Contábeis, e da sua eficácia operacional”. Nesta definição das NBC T 11, o que se pode entender por “proteção do patrimônio, confiabilidade e tempestividade dos registros e Demonstrações Contábeis e eficácia operacional”? As normas internacionais determinam que as Demonstrações Contábeis de 2. uma entidade podem ser pensadas como um conjunto de asserções feitas pela sua administração. Dada a importância das asserções da administração para o entendimento dos testes substantivos, explique o que significam as asserções da administração? Testes de auditoria Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 44 Os procedimentos de revisão analítica correspondem a uma modalidade de 3. testes substantivos de elementos econômico-financeiros por meio de análise e comparação do relacionamento entre eles. O que a revisão analítica abrange? Quais as três funções que podem ser realizadas pelos procedimentos de revisão analítica? Gabarito A proteção do patrimônio significa a salvaguarda dos Ativos da empresa, tais 1. como:as máquinas e equipamentos utilizados na produção industrial, os fun- cionários da empresa, as marcas e patentes; a confiabilidade refere-se ao grau de veracidade que possuem as informações divulgadas pela empresa por meio de seus relatórios contábeis; a tempestividade é a informação fornecida no de- vido tempo, isto é, informação oportuna; a eficácia operacional corresponde à informação sobre o atendimento dos objetivos e missão da empresa. As asserções da administração são um conjunto de informações que os ela-2. boradores de Demonstrações Contábeis fornecem aos seus usuários. Assim, pode-se afirmar que as Demonstrações Contábeis representam um conjunto complexo e inter-relacionado de asserções dos gestores de uma empresa. Em Te st es d e au di to ria Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 45 síntese, as asserções da administração são afirmações que os gestores de uma empresa fazem sobre as Demonstrações Contábeis. Neste sentido, os auditores decompõem essas amplas asserções nas categorias de transações, contas e ba- lanço (apresentação e divulgação). A execução dos procedimentos de revisão analítica poderá indicar a necessida-3. de de procedimentos adicionais ou, contrariamente, a extensão a que outros poderão ser reduzidos. A revisão analítica abrange: comparação sistemática da informação contábil do período em curso, com a prevista para esse e com a de um ou mais períodos anteriores; consideração dos assuntos do ano anterior, que tenham exigido ajus te; comparação da informação contábil da empresa com os dados das empresas do ramo; e, estudo das correções entre a informa- ção contábil e a não contábil, pertinentes. Os procedimentos de revisão analíti- ca realizam as seguintes funções: revisão final das Demonstrações Financeiras, no final da audito ria; instrumento de planejamento, que se emprega antes do início da auditoria; elemento de auditoria, durante a sua execução. Testes de auditoria Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 105 Referências ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. São Paulo: Atlas, 2000. ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. São Paulo: Atlas, 1998. COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM). Sessão de Julgamento do Processo Administrativo Sancionador CVM N. TA RJ2001/8029. Publicado em: 6 mai. 2004. Disponível em: <www.cvm.gov.br/port/inqueritos/2004/TARJ20018029KPMG.asp>. Acesso em: 27 ago. 2008. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. 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Bacharel em Administração de Empresas pela USP. Tem experiência nas áreas de Contabilidade, Contro- ladoria, Auditoria e Administração, com ênfase em Teoria do Controle Gerencial ou de Gestão. Atua principalmente nos seguintes temas: Teoria do Controle de Gestão, Conta- biliade Gerencial, Contabilidade Financeira, Contabilidade de Custos, Auditoria, Metodologia de Pesquisa, Custo Se- quência e Plano-sequência. É professor de cursos de gra- duação e pós-graduação lato sensu e stricto sensu. Mariano Yoshitake Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 47 Planejamento de auditoria Normas de execução dos trabalhos Definição de planejamento Processo de planejamento é o conjunto de procedimentos que estabelece as ati- vidades do auditor para serem aplicados no sistema contratante, fixa as prioridades entre os objetivos elegidos e seleciona os meios para atingir tais objetivos. Normas de planejamento De acordo com a Resolução CFC 700, de 24 de abril de 1991, que aprovou a norma técnica NBCT 11, (substituída pela CFC 800/1997) o planejamento da auditoria deve ser executado conforme as determinações que se seguem: 11.2.1.1 – O auditor deve planejar seu trabalho consoante as Normas Profissionais de Auditor Independente e estas normas, e de acordo com os prazos e demais compromissos contratualmente assumidos com a entidade. 11.2.1.2 – O planejamento pressupõe adequado nível de conhecimento sobre as atividades, os fatores econômicos, legislação aplicável e as práticas operacionais da entidade, e o nível geral de competência de sua administração. 11.2.1.3 – O planejamento deve considerar todos os fatores relevantes na execução dos trabalhos, especialmente os seguintes: a) o conhecimento detalhado das práticas contábeis adotadas pela entidade e as alterações procedidas em relação ao exercício anterior; b) o conhecimento detalhado do sistema contábil e de controle internos da entidade e seu grau de confiabilidade; c) os riscos de auditoria e identificação das áreas importantes da entidade, quer pelo volume de transações, quer pela complexidade de suas atividades; d) a natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria a serem aplicados; Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br
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