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OS LIMITES CONSTITUCIONAIS À LIBERDADE DE IMPRENSA E O DIREITO À INFORMAÇÃO VERDADEIRA

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OS LIMITES CONSTITUCIONAIS À LIBERDADE DE IMPRENSA E O 
DIREITO À INFORMAÇÃO VERDADEIRA 
 
CONSTITUTIONAL LIMITS ON FREEDOM OF PRESS AND THE 
RIGHT TO TRUE INFORMATION 
 
RESUMO 
 
Este trabalho, de caráter bibliográfico, tem por objetivo, na área de Direito 
Constitucional, fazer uma análise crítica sobre o tema “Os limites Constitucionais á 
Liberdade de Imprensa e o Direito à informação verdadeira”. O suporte teórico da 
pesquisa estará fundamento em Júnior (1995); Silva (2004); Agra (2002). Por fim, 
serão expostos ainda alguns casos influenciados pela imprensa em veredictos 
jurídicos e também algumas considerações sobre a Liberdade de Expressão. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Direito Constitucional, Liberdade de Imprensa, Liberdade de 
Expressão. 
 
ABSTRACT 
 
This work, of bibliographical character, aims, in the area of Constitutional Law, to 
make a critical analysis on the theme "The Constitutional limits to Freedom of the 
Press and the Right to the true information". The theoretical support of the research 
will be grounded in Júnior (1995); Silva (2004); Agra (2002). Finally, there will be 
exposed some cases influenced by the press in legal verdicts and also some 
considerations on the Freedom of Expression. 
 
 
KEYWORDS: Constitutional Law. Freedom of the Press. Freedom of Expression. 
 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
 O presente trabalho tem por objetivo fazer uma análise crítica sobre “Os 
limites Constitucionais á Liberdade de Imprensa e o Direito à informação 
verdadeira”. A base teórica do trabalho estará ancorada nas Teorias do Direito 
Constitucional de autores como: Júnior (1995); Silva (2004); Agra (2002). 
 Inicialmente, pode-se dizer que a liberdade de expressão é um dos mais 
importantes atos que uma sociedade pode ter. Nela, encontramos muitas das 
características fundamentais que uma pessoa possa ter. Entre elas, o próprio poder 
de autodefesa, retendo conhecimentos prévios fundamentais que um ser humano 
possui perante o interesse público, o qual por vezes pode vir acometer algum tipo de 
injustiça. 
 Pode-se dizer, ainda, que é a partir dessas concepções, que a liberdade de 
expressão e a liberdade de imprensa desempenham o papel de prever o que a 
comunidade faz ou deixou de fazer e também utilizando da ética, impossibilitando 
assim qualquer tipo de expressão ou injustiça que possa vir a prejudicar. Por esta 
razão, a Constituição Federal Brasileira de 1988, proporciona leis; protegendo os 
direitos individuais, assim como a Declaração Universal dos Direitos Humanos ao 
estipular o seguinte: "Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade 
e direitos, dotados que são de razão e consciência, devem comporta-se 
fraternamente uns com os outros". 
 Dessa forma, existe um preceito rigoroso, determinado por uma sociedade 
capitalista e imperativa cuja liberdade de imprensa é a que envolve toda uma 
ideologia de diversas formas. Em decorrência disso, diversos pensamentos são 
formados, manifestações, medo, e até mesmo a censura. 
Sob tal enfoque, destacamos que a censura durou vários anos. Era proibido 
tocar ou dizer qualquer palavra que o significado fosse “liberdade”, ou lembrasse tal 
palavra. 
 Por fim, atualmente, nos é assegurado o Direito a liberdade de imprensa e de 
informação, e de outro lado vemos a existência do Direito Democrático assegurando 
os direitos individuais. Finalmente, neste trabalho, serão expostos, ainda, alguns 
casos que foram influenciados pela imprensa em veredicto judiciário. 
 
1 VERDADE, LIBERDADE E IMPRENSA 
 
1.1 O que é Verdade? 
 
 Atualmente a liberdade tem sido alimentada por uma leitura equivocada, na 
medida que o liberalismo concede um livre curso à informação, mas não garante o 
conteúdo, pois, tem servido para que o informador passe a noticia como quiser e 
quando quiser. Júnior (2010, p. 103) nos diz que: 
 
 Por essas linhas, gerais e introdutórias, é que se afere e infere o 
seguinte: no Estado constitucional a verdade surge como valor 
indispensável à dignidade humana, sendo o seu contrario (a mentira) 
proibido. Assim a liberdade de imprensa ou informação jornalística 
encontra limites na liberdade-direito fundamental à informação factual 
verdadeira. 
 
 A verdade, no direito, vem acompanhada de importantes características 
como: honestidade e humildade. Porque seu âmbito é vasto e complexo. A verdade 
pregoada no Estado constitucional constitui um cânon aberto no sentido que não há 
uma única verdade como diz o sistema totalitarista. Em uma pluralista democracia, 
pois, a questão da verdade é vista de forma relativa (não absoluta), todavia, sem 
implicar num relativismo (negação da verdade) legitimador da mentira. 
 É evidente que a verdade é vinculada à natureza humana, pois, é necessário 
confiar nas coisas e nas pessoas, isto é, acreditar em que as coisas exatamente são 
o que vemos e as que ouvimos que seja digno de credibilidade e lealdade. Ao ser 
humano é imprescindível à verdade, e também consciência de saber o que é falso e 
verdadeiro. Chaui (2007, p. 96) nos mostra que: 
 
Verdadeiro se refere, portanto, à linguagem como narrativa de fatos 
acontecidos, refere-se a enunciados que dizem fielmente as coisas 
tais como foram ou aconteceram. Um relato é veraz ou dotado de 
veracidade quando a linguagem enuncia os fatos reais. 
 
 De acordo com Júnior (2010, p. 115): 
 
O Estado constitucional é, portanto, “em primeiro lugar, o Estado com 
uma constituição limitadora do poder através do império do direito “, 
a “legitimidade do direito e dos direitos fundamentais”, e a 
“legitimação do exercício do poder político”, tal como explica 
Canotilho, para quem não as o concebe sem uma constituição. 
 
 A verdade abrange todas as ciências, mas não é prioritária, contudo impera 
sobre a humanidade, cabendo à ela ser tutelada pelo direito. É de suma importância 
que o Direito, em especial o constitucional, traga o postulado da Verdade como o 
primordial dos direitos fundamentais como valores à dignidade humana. 
 
 
 
 
1.2 O que é Liberdade? 
 
 A liberdade possui várias possibilidades de definição, como: liberdade do 
direito, de ir e vir, do querer, de participação política, entre outros. A definição de 
liberdade, para muitos doutrinadores do Direito, não pode ser definido com os 
conceitos físicos, com características definidas e vedadas. Pelo contrário, o conceito 
de liberdade é algo que podemos definir como um conceito intrinsecamente ligado 
ao campo dos valores. Os valores como o belo, o correto, o semelhante ou até 
mesmo o livre não podemos medir com propriedades físicas e homônimas. 
 Nesse sentido, não podemos definir liberdade como sendo uma construção 
previa de categorias imutáveis, entretanto a mesma pode ser reconhecida mediante 
racionamentos, constatações, necessidades, conjunturas ou até mesmo fatos. Em 
suma, como dizia Cecília Meireles: “A liberdade é uma palavra que o sonho humano 
aumenta”. 
 
1.3 O que é Imprensa? 
 
 De acordo com a Lei da Imprensa eu seu artigo 2º § 1º, assim podemos 
definir o conceito de imprensa: imprensa é toda publicação gráfica, emissoras de 
rádio e televisão, e, em geral qualquer forma de reprodução de escritos, sons ou 
imagens, destinados a difusão pública. 
 Em suma, imprensa é a nomeação coletiva das mídias que exercem o 
jornalismo e demais funções comunicativas e informativas, diferentemente das 
mídias puramente propagandísticas ou de entretenimento as quais não recebem 
esta denominação. 
 
2 A LIBERDADE DE IMPRENSA 
 
 Atualmente, é inegável a quantidade de meios de interferindo, quando o 
assunto se trata de imprensa, a partir disso, muda até a conduta das obrigações de 
repórteres, dos meios de comunicação e também da população. 
 O constante aparecimento de novas tecnologias de comunicação, o aumento 
do acesso mundial às redes sociais e a crescimento da atuação por parte da mídia 
em conflitos ideológicos tem causadoinúmeras situações emblemáticas do cotidiano 
social. Episódios turbulentos ocorridos recentemente, a citar: à publicação de 
charges satíricas do Profeta Maomé por parte da imprensa francesa acabaram por 
reacender antigas discussões sobre os limites da liberdade de imprensa e da 
liberdade de expressão. 
 A liberdade de imprensa e a de expressão são peças fundamentais, essas 
duas peças formam a condição principal para que um Estado seja considerado 
democrático. O que diferencia um Estado Democrático de um Estado Totalitário é a 
liberdade de imprensa e a liberdade expressão. Sem censura ou medo, a liberdade 
de imprensa constrói o ambiente no qual as pessoas possam formar suas opiniões 
sobre os fatos. Sem imprensa livre, não há como os cidadãos formarem suas 
opiniões. 
 Silva apud Godoy (2008, p.49) salienta que: 
 
O direito de informar, como aspecto da liberdade de manifestação de 
pensamento, revela-se um direito individual, mas já contaminado de 
sentido coletivo, em virtude das transformações dos meios de 
comunicação, de sorte que a caracterização mais moderna do direito 
de comunicação social ou de massa envolve a transmutação do antigo 
direito de imprensa e de manifestação do pensamento, por esses 
direitos, em direitos de feição coletiva. 
 
(...) 
 
A liberdade de imprensa nasceu no inicio da idade moderna e se 
concretizou – essencialmente – num direito subjetivo do individuo 
manifestar o próprio pensamento: nasce, pois, como garantis de 
liberdade individual. Mas, ao lado de tal direito do indivíduo, veio 
afirmando-se o direito de coletividade à informação. 
 
 Por tais pressupostos, podemos entender atividade jornalística se encontra no 
capítulo de direitos e garantias fundamentais, como livre expressão de atividade de 
comunicação. Valer-se da liberdade de imprensa é também fazer uso das garantias 
dadas à liberdade de pensamento e ao direito à informação. 
 O homem só consegue lutar pelos seus direitos por intermédio da informação. 
Sem esta, fica impossível de alcançarmos o entendimento, dessa maneira, o homem 
só conquista seu espaço por meio das manifestações de seus direitos e da liberdade 
de expressão. Dessa maneira, pode-se dizer que, a liberdade de expressão, é a 
única forma dos cidadãos se protegerem dos abusos e arbitrariedades cometidas 
pelo Estado. 
 Em um outro momento, a imprensa deve ser apartidária, independente e sem 
ter fins comerciais exclusivos. Isso não acontece no Brasil, por quê? 
 Não obstante, as concessões de rádios e televisões são dadas pelo governo, 
por meio de “licitações”. As grandes empresas são as fontes de lucros dos meios de 
comunicações, por conta disso, dificilmente eles vão expor essas empresas 
temendo perder “anúncios” esse tipo de imprensa é chamada de “imprensa 
capitalista”. 
 O que ocorre hoje no Brasil é tudo muito diferente. A imprensa está cada vez 
mais omissa, ela está cada vez mais comprometida com partidos políticos, 
interesses comerciais e financeiros com os setores privados. Por essas razões, o 
cidadão brasileiro recebe uma informação contundente e distorcida pautada nessa 
influência, muitas vezes nem a informação chega de maneira cristalina até a 
população. 
 Assim sendo, o direito constitucional, a informação ao cidadão está sendo 
desrespeitado e não possuindo um reconhecimento e valorização adequada, ou 
melhor, os veículos de informações, não têm utilizado o seu verdadeiro papel, que é 
abordar a veracidade dos fatos, sem prejudicar e sendo justo de acordo com as leis 
da Constituição Brasileira. 
 
2.1 Os Limites da Liberdade de Imprensa 
 
 A liberdade de imprensa não pode se sobrepor ao direito à privacidade. O 
cidadão tem o direito à privacidade, também instituído pela Constituição Federal no 
artigo 5º inciso X: são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem 
das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral 
decorrente de sua violação. 
 A imprensa foi criada com a função de divulgar os fatos e registrar opiniões. 
Sendo assim, pode- se afirmar que a mesma possui uma missão específica, que 
seria a busca pela verdade, desde que não agrida a terceiros, distorcendo fatos ou 
invertendo responsabilidades. Entretanto, o que vemos hoje é bem diferente, o 
conceito “Liberdade de Imprensa” se tornou algo volúvel. A mídia se aproveita deste 
conceito e por vezes, quando cobrada pela veiculação de inverdades, acaba 
alegando, como forma de defesa, que apenas estava fazendo uso de tal direito. 
 Contudo, toda vez que se fala em criar um órgão regulador para que se possa 
impedir esses abusos e até mesmo a omissão de informação, a imprensa acusa que 
isto está ferindo as cláusulas pétreas da constituição e que estão querendo criar a 
“censura” novamente. Por outro lado, faz-se necessário delimitar o que é possível 
dizer e o que é necessário silenciar, respeitando a honra, a dignidade e a imagem de 
cada pessoa da sociedade. 
 A esse respeito Neto; et al (2005, p. 131 e 132) nos dizem que: 
 
Deve-se existir um meio que impeça os abusos da impressa sem 
distorcer sua missão ou ser servil aos poderosos ou ainda sem se 
comportar como pasquins chantagistas. 
 
(...) 
 
Existe uma necessidade de se criar meios para controlar os 
excessos, em que o dano pode ter uma natureza administrativa, civil 
ou penal, com o fim de evitar o abuso dessa liberdade. 
 
 Um exemplo de País que acabou com esse tipo de discussão foi os Estados 
Unidos. No ano de 2002, a Suprema Corte Americana decidiu pela Liberdade de 
Expressão, mesmo que esta afronte valores culturais, éticos ou morais, até mesmo 
de Autoridades e Pessoas Públicas. 
 
 2.2 Limites Constitucionais da Liberdade de Imprensa 
 
 A liberdade de Imprensa é pautada nos artigos 5º, IV e XIV; e 220 § 1º da 
Constituição Federal Brasileira: 
 
Art. 5, IV - “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o 
anonimato”. (BRASIL, 1988) 
XIV - "é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o 
sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional”. 
 
Art. 220. “A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a 
informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão 
qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição”. 
§ 1º - “Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço 
à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de 
comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV”. 
 
 Podemos expressar nosso pensamento de várias maneiras. Uma delas seria 
expressar-se para pessoas indeterminadas, o que podemos fazer por meio de livros, 
jornais, rádio ou televisão, porém se exercermos este direito de maneira 
irresponsável, o mesmo acaba por tornar-se uma fonte de insegurança para a 
sociedade, pois, segundo o Jurista Celso Bastos, dentre outras coisas, o ato de 
veicular informações inverídicas, causa, de maneira inevitável, danos morais e 
patrimoniais às pessoas referidas. Por isso mesmo, a Constituição Federal de 1988 
nos estabelece um sistema de responsabilidade e o faz, já em seu artigo 5º, IV, 
proibindo o anonimato, o qual podemos considerar como a maneira mais sórdida e 
repugnante de se emitir o pensamento. 
 Vale ressaltar que o anonimato pode ser caracterizado, inclusive, em artigo 
assinado por pseudônimo desconhecido. A própria Lei de Imprensa já trata deste 
assunto em no §4, de seu art. 7°, quando nos diz que “a proibição do anonimato não 
significa necessariamente que ao final de cada texto conste o nome de seu autor”, já 
que para muitos, isto, de certa maneira, acabaria com a costumeira prática de 
edição editorial. 
 O que a Constituição exige é, na verdade, que se exista uma pessoa que 
assuma a responsabilidade pela matéria veiculada, não sendo obrigatório que esta 
pessoa seja realmente autora do texto. A Lei de Imprensa, no mesmo sentido, nos 
diz: “o escrito que não trouxer o nome do autor será tidocomo redigido por uma das 
pessoas responsáveis enunciadas” (art. 28). 
 Em seu inciso IV, o mesmo artigo vem nos falar sobre o Sigilo às Fontes ou 
Origem de Informações. A Constituição assegura tal privacidade com relação à 
informação divulgada por jornalista, rádio-repórter ou até mesmo comentaristas. Não 
há lei, nem administração e muito menos pessoa física que possa obrigar qualquer 
profissional de imprensa a denunciar a pessoa ou órgão por onde obteve a 
informação. Com esta promessa de sigilo, garantida pela Constituição, qualquer 
pessoa que possua alguma informação relevante poderá revelá-la em segredo e 
com total certeza de que seu nome não será publicado como autor (se assim 
desejar), e, sequer, revelado em Juízo. 
 A Lei 5.250/67 (Lei de Imprensa), em seu art. 7º, prescreve que será 
assegurado e respeitado o sigilo quanto às fontes, portanto, a revelação da fonte ou 
origem da noticia, só poderá ser divulgada com a anuência do informante, sob pena 
de violação do segredo profissional, crime encontrado no art. 154 do Código Penal. 
Em suma, podemos dizer que a mesma lei que o proíbe o escrito anônimo prevê o 
direito ao anonimato para quem informa, o que de certa maneira gera uma 
“contrariedade”. 
 O artigo 220 da Constituição Federal, para o Desembargador e Doutor em 
Direito, Néviton Guedes, “radicaliza e alarga o regime de plena liberdade de atuação 
da imprensa”, o que nos leva a inferir que tal artigo é de instantânea observância 
quanto ao gozo das liberdades de pensamento, criação, expressão e informação, 
que, de alguma maneira, se divulguem pelos órgãos de comunicação social, isto 
sem prejuízo aos incisos do já citado art. 5º da mesma Constituição Federal. 
 Em outros termos, o já citado artigo, assegura, primeiramente, o desfrute por 
parte de qualquer cidadão do direito de personalidade, o qual pode ser encontrado 
no caput “traduzidos” como “livre e plena” manifestação do pensamento, da criação 
e da informação. 
 Pode-se encontrar, ainda, “encabeçando” o artigo a vedação de qualquer tipo 
de cerceio ou restrição à concreta manifestação do pensamento, bem como todo e 
qualquer tipo de cerceio que tenha por objetivo restringir a criação, a expressão e a 
informação, seja qual for a forma, o processo ou mesmo o veicula de comunicação. 
 Podemos ainda inferir deste artigo que a Lei Brasileira veicula o mais 
democrático e civilizado regime existente para a livre e plena circulação de ideia e 
opiniões, notícias e informações. Entretanto esta mesma lei traz de maneira explícita 
em seu conteúdo o direito de resposta a qualquer cidadão que se sentir ofendido, 
assim como um regime de responsabilidade civis, penais e administrativas àquele 
que fizer “mau uso” de sua liberdade. 
 Em seu §1º o já citado, artigo 220, nos mostra que a liberdade de informação 
jornalística, abrange tanto o direito que os cidadãos (pessoas físicas e jurídicas) 
possuem de propagarem a informação jornalística, quanto o direito que a sociedade 
e o indivíduo possuem de se informarem, através das mídias de capitais públicos e 
privados, sobre qualquer questão que considerem relevante para si e principalmente 
sobre as questões de interesse público. Nota-se que, atualmente, com cada vez 
mais frequência, a doutrina e, sobretudo, a jurisprudência têm buscado estabelecer 
a conciliação entre a liberdade de informação jornalística e os direitos da 
personalidade. 
 Entende-se, portanto, que a principal “preocupação” da Constituição Federal 
de 1988 foi a de cerca o direito de informar de garantias que afastam qualquer risco 
de censura ou embaraço, de modo que a censura institucional que anteriormente 
fazia parte da realidade dos brasileiros (desde o Golpe Militar de 1964), chegou ao 
fim com a publicação da “Carta Magna Brasileira”, no ano de 1988. 
 
2.3 Exemplos da Liberdade de Imprensa 
 
 A seguir, apresentaremos dois exemplos que poderemos ver “prós e contras” 
de se viver em um país com Liberdade de Imprensa: O primeiro (Caso Favela Naval 
– Diadema/SP), onde a imprensa agiu com responsabilidade e ajudou a sociedade; 
o segundo (Caso Escola Base), onde a imprensa agiu sem cautela e abusou do 
sensacionalismo. 
 
2.3.1 Caso Favela Naval – Diadema/SP 
 
 No dia 3 de março de 1997, um cinegrafista amador faz o primeiro vídeo de 
um flagrante na Favela Naval em Diadema/SP, o qual mostrava policias militares do 
estado de São Paulo, humilhando espancando e extorquindo dinheiro de cidadãos 
que passavam por uma suposta blitz, posteriormente nos dias 5 e 7 do mesmo mês, 
o mesmo cinegrafista faz mais dois flagrantes de casos semelhantes ao primeiro, 
onde, desta vez, uma pessoa acaba sendo assassinada pelos policiais. 
 As imagens chegaram às mãos do repórter investigativo Marcelo Rezende, 
que com muito cuidado investigou o caso por cinco dias com a ajuda de uma equipe 
de 13 profissionais da imprensa e confirma os fatos, descobrindo ainda que 
inúmeras denúncias já haviam sido registradas por moradores e pessoas agredidas 
nas supostas “Blitz”. O caso foi exibido em um jornal televisivo de grande expressão, 
a corregedoria da polícia abriu inquérito apurou os fatos e condenou os envolvidos. 
 Tamanha foi sua repercussão, que no ano 2000, o caso acabou se tornando 
tema de um Livro, de autoria do Promotor de Justiça José Carlos Blat, que foi o 
encarregado do caso. Ainda hoje este caso é lembrado por muitos como um grande 
exemplo dos frutos que se pode colher quando a Liberdade de Imprensa é exercida 
com cautela e seriedade. 
 
 
 
 
2.3.2 Caso Escola Base 
 
 O mesmo jornal que noticiou o caso em Diadema, e fez com que chegasse 
até os braços da lei que o cidadão não havia conseguido fazer chegar, havia anos 
antes, em 1994, seguido de muitas outras mídias faladas e escritas, noticiado sem 
muito cuidado, o “Caso da Escola Infantil Base”, uma vez que a mãe de um aluno 
alegara que o filho havia sofrido abusos sexuais provenientes de funcionários da 
escola. 
 Noticiando massivamente as conclusões de um delegado, que depois se 
mostrou sem provas para sustentar suas palavras, e tendo como base o depoimento 
da mãe do aluno e de crianças de cerca de 4 anos, a imprensa destruiu a vida do 
proprietário da escola, de sua esposa, seus familiares e até mesmo de seus 
funcionários, já que tamanha foi a exposição a que os mesmos foram submetidos. 
 Em 1995, os proprietários da escola moveram ações por danos morais contra 
13 mídias da imprensa e contra a Fazenda Pública do Estado. Eles ganharam as 
duas primeiras instâncias. Atualmente, o processo encontra-se em Brasília, 
aguardando sentença final. 
 Esse caso também foi tema de um livro, de autoria do Jornalista Alex Ribeiro, 
lançado em 1995, o qual narra cronologicamente e com riqueza de detalhes este 
lamentável episódio que mancha a história da Imprensa Brasileira. 
 
3 O MOVIMENTO “DIRETAS JÁ” E SUA RELAÇÃO COM A IMPRENSA 
 
 Este tópico tenciona contribuir com a compreensão da relação do movimento 
“Diretas Já” com a Imprensa, de modo que se entenda que o mesmo não 
reivindicava apenas a realização de eleições presidenciais diretas e a abertura da 
democracia no Brasil, mas postulava, também, uma imprensa mais livre e sem 
censuras. Em síntese, podemos dizer que o movimento “Diretas Já” lutava por uma 
sociedade mais justa, onde cada cidadão pudesse exercer, sem o risco de 
represálias, o seu direito à Liberdade de Expressão. 
 Hoje o Brasil vive uma democracia, permitindo que os cidadãos se 
manifestem de acordo com as suas necessidades e assim possuindo o direito de 
expressão, podendo ser por meio de passeatas, greves, movimentos populares, 
paralisações, etc. Entretanto, esta liberdade, nem sempre foi dessa forma, uma vez 
que, durante a história brasileira, teve uma época de governos ditatoriais impedindo 
o direito à livre expressão. 
 Durante vinte e um anos (de 1964 a 1985) da históriado Brasil 
Contemporâneo, a sociedade brasileira viveu sob o comando de um Governo Militar, 
onde qualquer tipo de manifestações pública eram proibidas, sob o risco de sofrer 
punições pelo governo. Como a população estava cada dia mais insatisfeita durante 
todos esses anos, ocorreu um grande movimento popular, uma reação contra a 
ditadura: o movimento “Diretas Já”. Vejamos o que diz o advogado e professor 
Gilberto Cotrim sobre a Liberdade de Imprensa durante o Governo Militar: 
 
Uma das características dos governos militares foi o autoritarismo. 
Os membros do governo não se mostravam dispostos a dialogar com 
os diversos setores da sociedade. Por meio dos chamados Atos 
Institucionais (AI), os governos militares foram restringindo as 
instituições democráticas e impuseram censura aos meios de 
comunicação, como rádio, televisão, jornais, revistas, etc. (COTRIM, 
2002, p. 557) 
 
 As autoridades militares publicaram diversos decretos com o intuito de 
diminuir o poder de democracia na sociedade brasileira. Estes decretos recebiam o 
nome de Atos Institucionais (AI), pelo fato de que o Presidente, ao publicar tais Atos, 
não respeitava a Constituição Federal e nem permitia a intervenção do Congresso 
Nacional. Tais leis foram emitidas no decorrer dos anos, após o golpe militar em 
1964, com a intenção de auxiliar nas ações dos militares. 
 
REFERÊNCIAS 
 
AGRA, Walber de Moura. Manual de Direito Constitucional. São Paulo: Editora 
Revista dos Tribunais, 2002. 
 
 
AQUINO, Bel. Caso da Favela Naval, Diadema/SP (1997). Disponível em: 
<http://teratologiacriminal.blogspot.com.br/2013/10/caso-da-favela-naval-diademasp-
1997-24.html>. Acesso: 05. Mai. 2019. 
 
 
BASTOS, Celso; MARTINS, Ivete Gandra; FERREIRA, Manuel Alceu Afonso. 
Anonimato: três juristas interpretam o anonimato na Constituição e na Lei de 
Imprensa. Disponível em: <http://www.igutenberg.org/lei6.html>. Acesso: 12. Mai. 
2019. 
 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
Brasília, DF: Senado Federal. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. 
Acesso: 10. Mai. 2019. 
 
 
_______. Lei de Imprensa (1967). Lei n. 5250, de 09 de fevereiro de 1967. Brasília, 
DF: Senado Federal. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5250.htm>. Acesso: 18. Mai. 2019. 
 
 
CHAUI, Marilena. Simulacro e Poder: uma análise da mídia. São Paulo: Fundação 
Perseu Abramo, 2007. 
 
 
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral – volume único. São Paulo: 
Saraiva, 2002. 
 
 
DORNELES, Carlos. Liberdade de Expressão X Liberdade de Imprensa. 
Disponível em: <http://monografias.brasilescola.com/direito/liberdade-expressao-x-
liberdade-imprensa.htm>. Acesso: 10. Mai. 2019. 
 
 
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UNIVERSIDADE BRASIL 
FACULDADE DE SANTO ANTÔNIO DA PLATINA 
CURSO DE DIREITO 
 
 
CAÍQUE LUÍS DE MELO ALDAYAH 
7º PERÍODO “A” 
 
 
 
 
 
 
OS LIMITES CONSTITUCIONAIS À LIBERDADE DE IMPRENSA E O 
DIREITO À INFORMAÇÃO VERDADEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SANTO ANTÔNIO DA PLATINA 
2019

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