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WEB 03 PRATICA SIMULADA PENAL

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Caso Concreto 3 
 
 
 
Mateus , de 26 anos de idade, foi denunciado pelo Ministério Público como 
incurso nas penas previstas no art. 217-A, §1º, c/c art.234-A, III, todos do 
Código Penal, por crime praticado contra Maísa, de 19 anos de idade. Na 
peça acusatória, a conduta delitiva atribuída ao acusado foi narrada nos 
seguintes termos: No mês de agosto de 2016, em dia não determinado, 
Mateus dirigiu-se à residência de Maísa, ora vítima, para assistir, pela 
televisão, a um jogo de futebol. Naquela ocasião, aproveitando-se do fato 
de estar a sós com Maísa, o denunciado constrangeu-a a manter com ele 
conjunção carnal, fato que ocasionou a gravidez da vítima, atestada em 
laudo de exame de corpo de delito. Certo é que, embora não se tenha valido 
de violência real ou de grave ameaça para constranger a vítima a com ele 
manter conjunção carnal, o denunciando aproveitou-se do fato de Maísa ser 
incapaz de oferecer resistência aos seus propósitos libidinosos assim como 
de dar validamente o seu consentimento, visto que é deficiente mental, 
incapaz de reger a si mesma. Nos autos, havia somente a peça inicial 
acusatória, os depoimentos prestados na fase do inquérito e a folha de 
antecedentes penais do acusado. O juiz da 2.ª Vara Criminal do Estado 
XXXX recebeu a denúncia e determinou a citação do réu para se defender 
no prazo legal, tendo sido a citação efetivada em 18/11/2016. Alessandro 
procurou, no mesmo dia, a ajuda de um profissional e outorgou-lhe 
procuração ad juditia com a finalidade específica de ver-se defendido na 
ação penal em apreço. Disse, então, a seu advogado que a vítima não era 
deficiente mental, e que já a namorava havia algum tempo. Disse ainda que 
sua avó materna, Olinda, e sua mãe, Alda, que moram com ele, sabiam do 
namoro e que todas as relações que manteve com a vítima eram 
consentidas. Disse, ainda, que a vítima não quis dar ensejo à ação penal, 
tendo o promotor, segundo o réu, agido por conta própria. Por fim, Mateus 
informou que não havia qualquer prova da debilidade mental da vítima e 
que a mesma poderia comparecer para depor a seu favor em juízo. Em face 
da situação hipotética apresentada, redija, na qualidade de advogado(a) 
constituído(a) pelo acusado, a peça processual, privativa de advogado, 
pertinente à defesa de seu cliente. Indique, ainda, o último dia para 
oferecimento da peça cabível . 
 
 
 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA 
CRIMINAL DE XX 
 
 
 
 
 
Processo n° …. 
 
 
 
 Mateus, já qualificado na denúncia oferecida pelo membro do Ministério Público, por 
seu advogado que esta subscreve, conforme instrumento legal em anexo, vem, 
respeitosamente perante Vossa Excelência apresentar 
 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO 
 
com fulcro nos artigos 396 e 396-A do CPP, pelas razões de fato e de direito a seguir 
expostas. 
 
 
I - DOS FATOS 
 
 
 Trata-se o caso de ação penal oferecida pelo Ministério Público em face do réu pela 
prática do crime previsto no art. 217-A c/c art. 234-A, todos do CP. 
 Alega o MP que o réu praticou os referidos crimes contra Maísa, de 19 anos, conjunção 
carnal que resultou na gravidez da mesma. Ainda na acusação, o MP alega que a 
suposta vítima seria incapaz por tratar-se de pessoa doente mental. 
 Narra o MP que o réu, no mês de agosto de 2016, em dia não determinado, dirigiu-se à 
casa da vítima para assistir, pela televisão a uma partida de futebol. Nesse intento, 
aproveitando na situação momentânea, realizou conjunção carnal com a vítima, 
alegando o MP que a referida conjunção ali praticada se dera sem o devido 
consentimento da vítima, embora não empregado violência. Diz o MP que a vítima é 
incapaz, portanto, não teria condições de discernir, muito menos de consentir tal prática. 
 No entanto, sabe-se claramente que a vítima apontada pelo Ministério Público não 
padece de incapacidade, muito pelo contrário. Certo é que a mesma já mantinha 
relações amorosas com o réu há algum tempo, sendo fato conhecido por diversas 
pessoas, quais sejam, a avó materna do réu, Olinda e sua mãe, Aida, que residem com e 
réu e sabiam do relacionamento e da capacidade da vítima. 
 Ademais, cabe ressaltar que suposta vítima não tem o interesse no prosseguimento da 
ação penal em epígrafe, tendo, inclusive, manifestado tal desejo, no entanto, mesmo 
assim, o promotor, por conta própria deu prosseguimento ao feito. 
 Em final, sabe que a vítima não apresenta nenhum tipo de incapacidade mental, total 
nem relativa, não sendo plausível nem sustentável apontar-lhe como portadora de tal 
enfermidade. Sabe que a vítima é perfeitamente sã, podendo, inclusive, ser averiguado 
em depoimento pelo próprio juízo. 
 
 
 
 II - DOS DIREITO 
 
2.1 – PRELIMINAR 
 
 Sabe-se que em determinados crimes, para a propositura da ação penal em face do réu 
faz-se necessário o preenchimento de certos requisitos. No caso em comento, trata-se de 
crime de ação penal condicionada à representação, de modo que, para que haja a ação 
plenamente válida faz-se necessário, obrigatoriamente que o ofendido deve representar. 
 Erra o MP ao apontar o crime como o previsto no art. 217-A do CP, tendo em vista que 
a suposta vítima não é pessoa incapaz, portanto, não sendo cabível a aplicação do 
referido tipo penal. 
 Ademais, mesmo se entendêssemos que trata-se apenas de caso de estupro, faz-se 
necessário a representação da vítima, o que não houve, agindo o MP por conta própria, 
em desacordo com as normas processuais vigentes. 
 Diante do exposto, não merece prosperar a acusação do MP, tendo em vista que não se 
trata de crime previsto no art. 217-A do CP ou, caso seja entendido que há tipo penal 
distinto previsto no art. 213 caput do CP, igualmente não merece prosperar tal intento, 
tendo em vista que não houve representação da ofendida, sendo este requisito 
obrigatório, na forma do art. 564, III, a do CPP. 
 
 
2.2 - DA ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA 
 
 Como é sabidamente descrito pelos doutrinadores, para a averiguação do cabimento de 
um tipo penal, deve-se percorrer o iter criminis, devendo o fato imputado ao réu ser 
Típico, ilícito e culpável. No caso em comento, levando em consideração o arguido na 
preliminar desta peça, o fato de constituir conjunção carnal com parceiro de relação de 
modo algum constitui crime, sendo que tal ato não é ilícito, nem típico e muito menos 
culpável. 
 De outro giro, conforme descrito no art. 20 do CP, o erro sobre o elemento constitutivo 
do tipo legal de crime exclui o dolo. Levando-se em consideração uma razoável 
interpretação do texto legal nos leva diretamente à não existência de crime na conduta 
do agente, tendo em vista que a ação praticada não constitui crime. 
 
 
IV - DOS PEDIDOS 
 
 
 
 Ante o exposto, requer-se: 
 
a. a nulidade do processo movido face do réu, ante a ausência de 
suporte mínimo probatório, na forma do art. 564, III b e por falta de 
representação da ofendida, na forma do art. 564, III, a, todos do CPP; 
 
b. a absolvição sumária do réu, na forma do art. 397, III do CPP; 
 
c. intimação as testemunhas ao final arroladas para que sejam ouvidas 
na audiência de instrução e julgamento; 
 
 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
 
Local/data 
 
Nome 
OAB/UF 
 
 
 
Rol de Testemunhas 
Olinda 
(qualificação) 
Aida 
(classificação

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