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INDEXAÇÃO E RESUMOS 2019 Prof.a Fernanda de Sales GABARITO DAS AUTOATIVIDADES 2 INDEXAÇÃO E RESUMOS UNIDADE 1 TÓPICO 1 1 O que é indexação e qual sua relevância nas unidades de informação? R.: Espera-se que o aluno consiga responder que a indexação é uma atividade técnica desenvolvida em unidades de informação, que visa à identificação de conteúdos das obras componentes dos acervos. Que esta atividade é feita com base em uma leitura técnica do item para levantamento das informações temáticas. Espera-se, ainda, que o aluno responda que a indexação só é finalizada quando essas informações são traduzidas em palavras-chave, ou termos de busca que serão utilizados posteriormente pelos usuários na busca no catálogo pelo material. São relevantes em unidade de informação, porque permitem a recuperação da informação. 2 Quais são as principais dificuldades enfrentadas pelos bibliotecários/ indexadores quando da indexação? R.: As principais dificuldades encontradas são: • desconhecimento do tema tratado nas obras; • interpretações inadequadas do conteúdo, o que pode levar a uma indexação também inadequada; desconhecimento das principais LD´s que podem ser utilizadas para facilitar a indexação; • distração; • desconhecimento do próprio acervo. 3 Quais as relações existente entre a indexação e a recuperação da informação? R.: Espera-se algo que se aproxime de: a indexação é uma das atividades primordiais para a recuperação da informação. O resultado da indexação, ou seja, os índices de assunto, vão permitir ao usuário saber se a informação que busca existe ou não em um dado acervo. E, assim, ele poderá acessar essa informação. 4 Qual sua percepção acerca da relevância social da atividade de indexação? 3 INDEXAÇÃO E RESUMOS R.: Esta pergunta pode gerar respostas diversas, pois tem caráter bastante pessoal e reflexivo. No entanto, pensando na relevância social: a relevância social da indexação está no fato de ser uma atividade que permite que informações sejam organizadas e preparadas para serem encontradas e utilizadas pela sociedade em geral. Apesar de não ser instrumento desta disciplina, é discussão corrente na biblioteconomia, sobre sua função social de facilitar o acesso a informações, disponibilizadas de forma estruturada. Em um exercício de reflexão, o aluno pode até mesmo discorrer sobre isso: é importante que a informação circule na sociedade, e, a indexação, possibilita esse movimento. TÓPICO 2 Pode-se aproveitar a oportunidade para fazermos um rápido exercício. 1 Descreva a forma como você: a) Identificaria a denotação da Figura 3; b) Como você identificaria a conotação da Figura 3. R.: a) Denotação: a imagem é composta por um campo de trigo e uma colheitadeira vermelha e amarela em funcionamento. b) Conotação: colheita; trigal; agricultura; agronegocio; economia rural; plantação de trigo; trabalho no campo. 2 Examine mais uma figura. Vejamos: FONTE: <http://1.bp.blogspot.com/-vSW8KN4q2VI/ViZCs6wHsFI/AAAAAAAAA-E/ MCbC6Q7JqYg/s400/trem.png>. Acesso em: 8 maio 2019. a) Identifique a denotação desta imagem. b) Como você identificaria a conotação desta imagem. 4 INDEXAÇÃO E RESUMOS R.: a) Denotação: uma criança olhando pela janela de um trem em movimento. b) Conotação: viagem; viagem em familia; transporte ferroviário; infancia; maria-fumaça; passeio de trem. 3 Examine a figura a seguir: FONTE: <https://www.donamix.com.br/image/cache/data/Manequim/allegomes--0012- 400x570.jpg>. Acesso em: 8 maio 2019. a) Como você identificaria a denotação desta imagem? b) Como você identificaria a conotação desta imagem? R.: a) Denotação: mm manequim de arame vazio. b) Conotação: artesanato; moda; acessórios para quarto; decoração. 4 Examine a figura a seguir: FONTE: <http://www.olabahia.com.br/wp-content/uploads/2016/05/musica-640x366.jpg>. Acesso em: 8 maio 2019. 5 INDEXAÇÃO E RESUMOS a) Como você identificaria a denotação desta imagem? b) Como você identificaria a conotação desta imagem? R.: a) Denotação: um microfone sobre uma mesa gravadora. b) Conotação: gravação de som; gravação de música; grabadora; show; música; discotecagem. TÓPICO 2 Voltemos às mesmas imagens e fazer a seguintes perguntas: 1 FONTE: <https://www.climatempoconsultoria.com.br/wp-content/uploads/2016/05/outono1-1- 750x420.jpg>. Acesso em: 20 maio 2019. Quem? Onde? Quando? Como? O quê? R.: Quem? Uma colheitadeira. Onde? Numa plantação de trigo. Quando? Durante o dia. Como? Colhendo. O quê? Trigo. 6 INDEXAÇÃO E RESUMOS 2 FONTE: <http://1.bp.blogspot.com/-vSW8KN4q2VI/ViZCs6wHsFI/AAAAAAAAA-E/ MCbC6Q7JqYg/s400/trem.png>. Acesso em: 8 maio 2019. Quem? Onde? Quando? Como? O quê? R.: Quem? Um garoto. Onde? Em um trem, em uma Maria-fumaça. Quando? Durante o dia. Como? Viajando. O quê? Viagem de trem. 3 FONTE: <https://www.donamix.com.br/image/cache/data/Manequim/allegomes--0012- 400x570.jpg>. Acesso em: 8 maio 2019. 7 INDEXAÇÃO E RESUMOS Quem? Onde? Quando? Como? O quê? R.: Quem? Um manequim de arame. Onde? Não se aplica. Quando? Não se aplica. Como? Vazio. O quê? Um manequim. 4 FONTE: <http://www.olabahia.com.br/wp-content/uploads/2016/05/musica-640x366.jpg>. Acesso em: 8 maio 2019. Quem? Onde? Quando? Como? O quê? R.: Quem? Um microfone. Onde? Sobre uma mesa grabadora. Quando? Não se aplica. Como? Colocado sobre. Deixado sobre. O quê? Gravação. 8 INDEXAÇÃO E RESUMOS TÓPICO 2 Passemos agora para mais alguns exercícios para melhor compreensão desta prática. Serão apresentadas algumas imagens e delas, algumas questões baseadas em todos os critérios apresentados até aqui. 1 FONTE: <https://abrilveja.files.wordpress.com/2016/09/esportes.jpg?quality=70&strip=info&re size=680,453>. Acesso em: 8 maio 2019. Quem? Onde? Quando? Como? O quê? Efeitos especiais? Ótica? Tempo de exposição? Luminosidade? Enquadramento? Posição da câmera? Composição? Profundidade de campo? R.: Esportistas. Atletas. Em um campo de beisebol. No mar. Em um paredão de rocha. No ar. Não especificado. Praticando esportes. Atletas praticando esportes. Pessoas praticando esportes. Homens praticando esportes. Homem com camisa escrito “Brasil” jogando beisebol. Homem escalando montanha. Homem andando de skate. Homem surfando. Homem lutando kickboxing. 9 INDEXAÇÃO E RESUMOS Colagem. Não especificado. Não especificado. Diferente em cada quadro. Diferente em cada quadro. Diferente em cada quadro. Há uma câmera aquática. Não especificado. Todos em primeiro plano. 2 FONTE: <https://c.pxhere.com/photos/54/61/sunset_sun_sunlight_sunbeam_fireball_setting_ sun_evening_sun_afterglow-918393.jpg!d>. Acesso em: 8 maio 2019. Quem? Onde? Quando? Como? O quê? Efeitos especiais? Ótica? Tempo de exposição? Luminosidade? Enquadramento? Posição da câmera? Composição? Profundidade de campo? R.: Paisagem. Praia. Mar. Na praia. Durante o dia. Praia vazia. Céu dourado. Uma praia. Uma praia deserta. Possível filtro envelhecido. Não especificado. Não especificado. 10 INDEXAÇÃO E RESUMOS Luz do dia. Luz natural. Horizontal. Panorâmica. Não especificado. Mar em primeiro plano. Árvores, palmeiras e o céu em segundo plano. 3 FONTE: <https://static.gazetaonline.com.br/_midias/jpg/2019/02/05/050309_ra_8528- 5989420.jpg>. Acesso em: 8 maio 2019. Quem? Onde? Quando? Como? O quê? Efeitos especiais? Ótica? Tempo de exposição? Luminosidade? Enquadramento? Posição da câmera? Composição? Profundidade de campo? R.: Ruínas. Não especificado. Durante o dia. Dez pilares em ruínas. Pilares de construção antiga. Não. Não especificado. Não especificado. Luz natural. Luz do dia. 11 INDEXAÇÃO E RESUMOS Horizontal. De frente. Não especificado. Em primeiro e segundo planos. 4 FONTE: <https://abrilexame.files.wordpress.com/2018/05/2018-05-01t182503z_1354439875_ rc1c4b315590_rtrmadp_3_may-day-france.jpg?quality=70&strip=info&resize=680,453>. Acesso em: 8 maio 2019. Quem? Onde? Quando? Como? O quê? Efeitos especiais? Ótica? Tempo de exposição? Luminosidade? Enquadramento?Posição da câmera? Composição? Profundidade de campo? R.: Um manifestante. Uma pessoa protestando. Na rua. Na via pública. Durante o dia. Saltando. Com máscara. Atirando um objeto. Um manifestante de roupas escuras, usando máscara de gás, saltando e atirando um objeto. Não. 12 INDEXAÇÃO E RESUMOS Não especificado. Não especificado. Luz Natural. Luz do dia. Horizontal. Diagonal. Não especificado. Manifestante em primeiro plano. Em segundo plano existem outros manifestantes que também usam máscaras. Há fumaça no segundo plano. 5 FONTE: <https://certifiedhumanebrasil.org/wp-content/uploads/2016/10/ovelha-pxb-300x199. jpg>. Acesso em: 8 maio 2019. Quem? Onde? Quando? Como? O quê? Efeitos especiais? Ótica? Tempo de exposição? Luminosidade? Enquadramento? Posição da câmera? Composição? Profundidade de campo? R.: Uma ovelha. Não especificado. Durante o dia. Olhando para baixo. Uma ovelha de pelagem clara olhando para baixo. Não. 13 INDEXAÇÃO E RESUMOS Não especificado. Não especificado. Luz natural. Horizontal. Câmera baixa, foco da câmera de baixo para cima. Não especificado. Em primeiro plano, uma ovelha de pelagem clara. Em segundo plano, o céu. TÓPICO 3 1 Analise os textos a seguir e atribua a eles termos de indexação a partir da indexação por extração: a) As bibliotecas digitais se impõem como um fenômeno que pode vir a minorar alguns dos problemas enfrentados pelos que pretendem resolver suas necessidades de informação por meio do contexto digital. Entretanto, não dispensam a existência das bibliotecas tradicionais, que ao que tudo indica ainda terão uma longa vida pela frente, até porque para estas se vislumbra, há algum tempo, inclusive, a função de permitir o acesso a bibliotecas digitais, para aqueles usuários que não teriam condição de fazê-lo, de outra forma. As bibliotecas digitais têm muito a aprender com as bibliotecas tradicionais, dada a longa experiência acumulada por estas em todas as questões que dizem respeito à criação, organização e manutenção de conjuntos de estoques de informação: seleção, organização e tratamento, análise de consultas, desenvolvimento de estratégias de busca, realização de buscas, disseminação. O tratamento da informação, por conseguinte, continua necessário no contexto digital, mas depende de uma melhor definição da natureza e das características dos vários tipos de bibliotecas digitais, para que possa ser feito com eficácia e com eficiência. Ao contrário, o que ocorre no momento é uma tendência a tratar a biblioteca digital como um fenômeno único, abrangente, a que se poderia aplicar processos genéricos que servissem para resolver todas as questões automaticamente, bem ao estilo de muito do que se faz no contexto digital, neste momento. Mas novos desafios se apresentam para o tratamento da informação, como a questão linguística (sic), amplificados pelas facilidades de comunicação trazidas pelo contexto digital (DIAS, 2001). 14 INDEXAÇÃO E RESUMOS R.: Bibliotecas digitais – necessidades de informação por meio digital. Bibliotecas tradicionais – bibliotecas digitais. Tratamento da informação – contexto digital. b) O emprego de aditivos químicos é, sem dúvida, um dos mais polêmicos avanços alcançados pela indústria de alimentos. Os corantes artificiais pertencem a uma dessas classes de aditivos alimentares e têm sido objeto de muitas críticas, já que seu uso em muitos alimentos justifica-se apenas por questões de hábitos alimentares. Ainda existem diferentes opiniões quanto à inocuidade dos diversos corantes artificiais. Visando, principalmente, o controle no uso dos corantes sintéticos, mas tendo em vista que produtos coloridos artificialmente são exportados e importados, a análise desses aditivos requer métodos eficientes e rápidos para a detecção, identificação e quantificação. A cromatografia em papel e em camada delgada, apesar de serem técnicas relativamente rápidas, apresentam dados com baixa exatidão e precisão. Já na cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) as maiores dificuldades encontram-se nas etapas de extração, mas principalmente no alto custo do equipamento. A eletroforese capilar apresenta os mesmos problemas da CLAE, aliados ao fato de se tratar de uma técnica relativamente recente para a análise desse tipo de substância e, portanto, existem poucos estudos acerca da determinação e quantificação (PRADO; GODOY, 2003) R.: Aditivos químicos – indústria de alimentos. Aditivos químicos – corantes artificiais. Cromatografia em papel – cromatografia líquida. 2 Analise o texto a seguir e atribua a ele termos de indexação, a partir da indexação por atribuição: No dia 12 de maio comemora-se mundialmente o Dia do Enfermeiro, em homenagem a Florence Nightingale, um marco da enfermagem que nasceu em 12 de maio de 1820. Também comemoramos no Brasil, no dia 20 de maio, o dia Nacional dos Técnicos e Auxiliares de Enfermagem, em memória do falecimento de Ana Neri em 20 de maio de 1880. Maio é o mês das Mães e nada mais justo do que falar sobre estas duas mulheres tão valorosas, que foram mães de muitos soldados feridos e prestar uma singela homenagem a todos os enfermeiros (as) que se entregam de corpo e alma a esta nobre tarefa de cuidar de nossa saúde. 15 INDEXAÇÃO E RESUMOS Florence Nightingale – A Dama da Lâmpada – Nasceu em 12 de maio de 1820, em Florença, Itália. Em 1845, em Roma, no desejo de tornar-se enfermeira, estudou as atividades das Irmandades Católicas e, em 1849, decidiu trabalhar em Kaiserswert, Alemanha, entre as diaconisas. Em 1854 foi enfermeira de guerra e, durante os combates, os soldados fizeram de Florence o seu anjo da guarda, pois de lanterna na mão percorria as enfermarias dos acampamentos, atendendo aos soldados doentes. Por este motivo ela ficou conhecida mundialmente como A Dama da Lâmpada. Ao retornar da guerra em 1856, recebeu um prêmio em dinheiro do governo inglês em reconhecimento ao seu trabalho. Ela usou este dinheiro e deu início à Primeira Escola de Enfermagem, fundada no Hospital Saint Thomas, em 1859. Ana Néri nasceu em 13 de dezembro de 1814, na cidade de Cachoeira, na Bahia. Em 1864, quando seus dois filhos foram convocados para a Guerra do Paraguai (1864-1870), ela não resistiu à separação da família e colocou- se à disposição do governo para ir à guerra, sendo considerada a primeira enfermeira voluntária do Brasil. O seu nome foi dado à primeira Escola de Enfermagem oficializada pelo Governo Federal, em 1923. Ana Néri faleceu no Rio de Janeiro, em 20 de maio de 1880. Origem da profissão Desde antes de Cristo que a profissão de enfermeiro já era conhecida, mesmo sem ter este nome. Eram aqueles homens e mulheres abnegados que cuidavam dos doentes, idosos e deficientes, garantindo a sua sobrevivência. Com o tempo, estes cuidados de saúde evoluíram e, entre os séculos V e VIII, a Enfermagem surgiu entre os religiosos, como um sacerdócio. No século XVI, a Enfermagem já começa a ser vista como uma atividade profissional institucionalizada e, no século XIX, como Enfermagem moderna na Inglaterra. A partir daí, foram definidos padrões para a profissão e a ANA (American Nurses Association) definiu que o objetivo principal do trabalho de Enfermagem é o de cuidar dos problemas de saúde, educar para saúde, ter habilidades em prever doenças e o cuidado do paciente. A palavra Enfermeira/o se compõe de duas palavras do latim: “nutrix”, que significa mãe, e do verbo “nutrire”, que tem como significados criar e nutrir. Essas palavras, adaptadas ao inglês durante o século XIX, se transformaram na palavra Nurse que significa Enfermeira. Como vemos, a palavra “mãe” está presente até na formação do nome da profissão destes heróis da saúde, que muitas vezes nos acompanham desde o nosso nascimento até a nossa morte, como verdadeiros anjos guardiões (PEZZA, 2011). R.: Dia do enfermeiro. História da enfermagem. 16 INDEXAÇÃO E RESUMOS TÓPICO 1 Responda às questões a seguir: 1 Quais são as principaiscaracterísticas de uma política de indexação? R.: Trata-se de uma questão aberta, por isso, pode haver subjetividades, mas o esperado é que a questão contenha: uma política de indexação reúne diretrizes administrativas de ações a serem instituídas e aplicadas por unidades de informação. Os âmbitos que norteiam este documento são: o contexto em que está inserida uma unidade, seu público e sua infraestrutura (a existente e a que se almeja). 2 Que relações você consegue estabelecer entre a política de indexação e o uso de linguagens documentárias (ou vocabulários controlados) pelo bibliotecário responsável pela indexação em uma unidade de informação? R.: Trata-se de uma questão aberta, por isso, pode haver subjetividades, mas o esperado é que a questão contenha: o uso de linguagens documentárias deve estar previsto na política de indexação, pois é justamente o uso de linguagens documentárias que pode facilitar o trabalho de indexação, mesmo que o bibliotecário não seja especialista no assunto que indexa. 3 Escreva sobre o processo sociocognitivo do indexador. R.: Trata-se de uma questão aberta, por isso, pode haver subjetividades, mas o esperado é que a questão contenha: no que tange ao contexto sociocognitivo do indexador, pode-se inferir que uma política destinada à indexação deve apresentar normas para a realização da indexação (exaustividade, especificidade, consistência, revocação, adequação etc). Desta forma, garante-se a uniformização dos trabalhos desenvolvidos pelos indexadores. Também deve compreender o uso de linguagens documentárias que equalizem, por um lado as subjetividades presentes no momento da tradução realizada pelo indexador e, por outro lado, permite compartilhamento de informações técnicas produzidas no âmbito da indexação. UNIDADE 2 17 INDEXAÇÃO E RESUMOS TÓPICO 2 1 Leia o texto a seguir, extraia dele os cinco trechos que você considerar mais importantes e comente cada um deles, justificando sua escolha. CONFIGURAÇÃO DAS LINGUAGENS DOCUMENTÁRIAS As LDs mais consistentes para a representação documentária dispõem de um vocabulário que integra, elementos da linguagem de especialidade e das terminologias e, de outro, da LN que é a linguagem dos usuários. Portanto, essas unidades constituem o "léxico" dessas LDs, denominadas, diferentemente, conforme o sistema e a época, como: palavra- chave, descritor, cabeçalho de assunto etc., acompanhadas ou não de uma notação. O vocabulário documentário tem por objetivo reunir unidades depuradas de tudo aquilo que possa obscurecer o sentido: ambiguidade de vocábulo ou de construção, sinonímia, pobreza informativa, redundância etc. Além disso, ele é fixado de tal forma que seu uso, bem como suas relações estruturais são codificados e não podem mudar ao sabor dos usuários. Assim, chega-se a um instrumento relativamente estável, ainda que possa ser modificado. Toda LD tem, também, uma sintaxe. Ela é bastante rudimentar nos sistemas de classificação bibliográfica e mais desenvolvida nos tesauros, com a utilização de operadores booleanos. O esquema sintático de uma LD permite a delimitação mais precisa de um assunto, através da combinação de seus elementos. Nos sistemas de classificação convencionais não há preocupação com o controle do vocabulário: é frequente a utilização de frases, como ocorre, por exemplo, na CDU. Já nos tesauros a função de controle está mais presente. Para este rim, as LDs incorporam procedimentos para a normalização gramatical e semântica. A normalização gramatical se refere à forma de apresentação dos seus elementos quanto ao gênero (geralmente, masculino), número (uso de singular ou plural), grau. A normalização semântica procura garantir a univocidade na representação dos conceitos e noções de áreas de especialidade. Quanto a sua configuração interna, as LDs são estruturadas de maneira lógico-semântica. O conjunto nocional básico é apresentado em hierarquias (na vertical), em torno das quais se agregam as unidades informacionais que se relacionam horizontalmente, relações não hierárquicas, convencionalmente denominadas associativas. Nenhuma unidade pode figurar numa LD sem que esteja ligada a uma outra. 18 INDEXAÇÃO E RESUMOS Nas LDs mais modernas – tesauros – os diferentes tipos de relações entre as unidades são mais claramente apresentados através de recursos notacionais. Já os sistemas de classificação bibliográfica não raras vezes amalgamam, numa mesma hierarquia, relações de natureza diferente. As variações na forma de apresentação das LDs devem-se à maior ou menor incorporação dos diferentes tipos de relações existentes entre as palavras na LN e entre os termos de especialidade. Tais variações exprimem, também, o maior ou menor aprimoramento da função de representação documentária. Algumas LD foram construídas visando, principalmente, a organização dos documentos nas estantes, sendo que sua função de representação, nesse caso, deve ser diferenciada: a representação aqui implícita deve ser entendida como a identificação de documentos com classes genéricas de assuntos reconhecidos mais ou menos canonicamente. A estrutura básica de uma LD é dada através das relações hierárquicas, que podem ser genéricas, específicas ou partitivas. [...] O vértice da hierarquia é o gênero ou o todo, conforme o caso. As subdivisões sucessivas na hierarquia constituem as espécies e/ou as partes, que podem, novamente, se subdividir. As relações hierárquicas preveem as unidades superordenadas e as unidades subordinadas. Unidades subordinadas ao mesmo vértice, quando no mesmo nível da cadeia, denominam-se coordenadas. Nos sistemas de classificação bibliográfica a estrutura hierárquica é dada pela notação (decimal, no caso da CDD e da CDU). O vértice das cadeias hierárquicas é constituído por disciplinas convencionais que se subdividem sucessivamente. A indicação dos assuntos é feita através da notação numérica ou alfanumérica, conforme o tipo de sistema. A organização básica dos tesauros também é hierárquica, existindo tantos vértices, que equivalem a classes, quantos forem os aspectos escolhidos para organizar o domínio de uma especialidade. Nos tesauros mais modernos tais vértices são denominados Top Terms, e não constituem descritores, mas identificam as classes escolhidas para reunir os descritores. Via de regra, utilizam-se notações numéricas apenas para apresentar as hierarquias básicas e suas principais subdivisões. Tais notações, entretanto, raramente são utilizadas para descrever o conteúdo dos textos. A ligação lógico-hierárquica entre descritores é, no caso dos tesauros, mais clara, uma vez que é identificada pelos códigos. TG (Termo Genérico ou Tem10 Geral), 19 INDEXAÇÃO E RESUMOS TE (Termo Específico). Alguns tesauros utilizam, também, os códigos TGP (Termo Genérico Partitivo), TEP (Termo Específico Partitivo) para a presentar as relações hierárquicas do tipo todo/parte. As LDs apresentam, também, unidades que são relacionadas de forma não hierárquica. As relações não hierárquicas são normalmente denominadas associativas, muito embora não se possa afirmar que as relações hierárquicas também não o sejam. É preciso lembrar, entretanto, que as relações hierárquicas representam associações entre termos que são mais estáveis, enquanto que as relações não hierárquicas expressam outro gênero de proximidade entre os termos. Os posicionamentos não hierárquicos indicam a ligação entre termos que estão em campos semânticos distintos, porém próximos. Cada termo relacionado pode se constituir no ponto de partida para uma família de termos aparentados. Nos sistemas de classificação bibliográfica os relacionamentos não hierárquicos, quando ocorrem, são, erroneamente, "encaixados" nas hierarquias. É só nos tesauros que estas relações são explicitamente identificadas, através do código TR (Termo Relacionado). Adicionalmente, as LDs apresentam relações de equivalência. Este gênero de relacionamento entreos termos é utilizado para permitir a entrada no sistema, operando no nível da sinonímia e da polissemia. Quase inexistente nos sistemas de classificação bibliográfica (os raros casos aparecem no índice de tais códigos), nos tesauros essas relações são indicadas pelas expressões USE (Use) e UP (Usado Para). As relações de equivalência estabelecem as remissivas, definindo o conjunto dos não termos ou não descritores e dos termos ou descritores. A finalidade dessas remissivas é encaminhar o usuário para os termos preferidos pelo sistema. Constitui-se, desse modo, a chave de acesso ao sistema. O conjunto de relações que constitui a estrutura do tesauro é, para Gomes (1990, p. 16) "um elemento importante para que ele possa cumprir sua função: ela permite ao usuário (indexador ou consulente) encontrar o(s) termo(s) mais adequado(s), mesmo sem saber, de início, o nome específico para representar a ideia ou o conceito que ele procura. A partir de um termo que o usuário conhece, o tesauro, através de sua estrutura, mostra diversos outros que podem ser tão oportunos ou mais do que aquele que lhe veio à mente". Vale ressaltar, ainda, que no uso das LDs podem ser construídas novas relações entre os termos, a partir do conjunto de operadores sintáticos disponíveis, como, por exemplo, as add notes, na CDD; + / : ::, no caso da CDU; operadores booleanos, no caso dos tesauros. 20 INDEXAÇÃO E RESUMOS Uma vez elaboradas e postas em uso, as LDs mais desenvolvidas, como os tesauros, são permanentemente atualizadas, mediante operações de supressão de termos em desuso, reagrupamento de descritores em função da existência de palavras raramente utilizadas e/ou adição de termos novos. Só assim as LDs se mantêm como instrumentos dinâmicos, capazes de incorporar os avanços do conhecimento, ou as modificações de significado de termos já existentes. FONTE: CINTRA et al. Capítulo 2. In: Para entender as linguagens documentárias. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Polis, 2002. R.: As respostas podem diferir um pouco, dependendo da interpretação de cada aluno, mas considero os cinco trechos mais importantes os seguintes: 1) As LDs mais consistentes para a representação documentária dispõem de um vocabulário que integra elementos da linguagem de especialidade e das terminologias e, de outro, da LN que é a linguagem dos usuários. Portanto, essas unidades constituem o "léxico" dessas LDs, denominadas, diferentemente, conforme o sistema e a época, como: palavra-chave, descritor, cabeçalho de assunto etc., acompanhadas ou não de uma notação. É importante que o aluno compreenda que uma linguagem documentária é uma linguagem construída, mas que a equipe que a elabora se vale da linguagem natural, aquela usada no dia a dia, para tal. E, não se pode esquecer que não é comum que as UI’s apresentem ao seu usuário a LD (ou as LD’s) que utiliza, por isso, a LN não deve ser totalmente desconsiderada. 2) O vocabulário documentário tem por objetivo reunir unidades depuradas de tudo aquilo que possa obscurecer o sentido: ambiguidade de vocábulo ou de construção, sinonímia, pobreza informativa, redundância etc. Além disso, ele é fixado de tal forma que seu uso, bem como suas relações estruturais são codificados e não podem mudar ao sabor dos usuários. Assim, chega- se a um instrumento relativamente estável, ainda que possa ser modificado. O vocabulário controlado (LD) deve minimizar o quanto possível for as dúvidas do indexador quanto ao uso de uma dada palavra-chave. Por isso, sua elaboração deve ser fruto de muito estudo. O vocabulário controlado é extraído do sistema nocional da área que representa, ou seja, ele é, de fato, um conjunto de noções de uma dada área do conhecimento. Este conjunto, no entanto, possui relações que são significativas para esta dada área, podendo mudar totalmente, quando termos IGUAIS são usados em áreas DIFERENTES. Por isso a importância do bibliotecário indexador identificar inicialmente a área que é tratada pelo livro/documento que está indexando. 21 INDEXAÇÃO E RESUMOS 3) Algumas LD’s foram construídas visando, principalmente, a organização dos documentos nas estantes, sendo que sua função de representação, nesse caso, deve ser diferenciada: a representação aqui implícita deve ser entendida como a identificação de documentos com classes genéricas de assuntos reconhecidos mais ou menos canonicamente. Trata-se dos sistemas de classificação – CDD e CDU. Estes sistemas são também LD’s que facilitam a recuperação física do material desejado (material este cujo CONTEÚDO já foi identificado no catálogo). Indexação permite saber se o material existe, classificação permite acesso físico. 4) O conjunto de relações que constitui a estrutura do tesauro é, para Gomes (1990, p. 16) um elemento importante para que ele possa cumprir sua função: ele permite ao usuário (indexador ou consulente) encontrar o(s) termo(s) mais adequado(s), mesmo sem saber, de início, o nome específico para representar a ideia ou o conceito que ele procura. O uso de tesauros e de outras LD’s ajudam muito o indexador, pois ele quase nunca é especialista em outra área do conhecimento, além da biblioteconomia, sua área de formação. Mesmo assim, sua atividade exige que ele saiba indexar livros de medicina, não sendo médico, de Engenharia, não sendo engenheiro, de química, sem ser químico... 5) A partir de um termo que o usuário conhece, o tesauro, através de sua estrutura, mostra diversos outros que podem ser tão oportunos ou mais do que aquele que lhe veio à mente. O tesauro aponta para o indexador uma série de possibilidades de palavras- chave que podem ser utilizadas para representar o conteúdo de uma dada obra. No entanto, não pode ser usado indiscriminadamente, para não provocar frustação na recuperação da informação. Por isso é importante que uma política seja elaborada, indicando inclusive que características a indexação deve ter... se exaustiva ou não. TÓPICO 3 1 Os termos a seguir foram selecionados do sistema nocional da área da Medicina. Estabeleça entre eles relações hierárquicas (subordinadas) e não hierárquicas. 22 INDEXAÇÃO E RESUMOS Área do conhecimento: Medicina Termos: Psiquiatria Residência em Emergência Hospitalar Unidade de Tratamento Sem-intensivo Medicina alternativa Cefaleia Oncologia Tratamento de Fraturas com pinos Doenças coronárias em decorrência de carcinomas Traumas Ortopédicos Formação médica R.: MEDICINA Formação Médica Residência em Emergência Hospitalar Unidade de Tratamento Semi-intensivo Psiquiatria Oncologia Doenças coronárias causadas por carcinomas Medicina Alternativa Cefaleia Traumas Ortopédicos Tratamentos de fraturas com pinos Cefaleia 2 Os termos a seguir foram selecionados do sistema nocional da área da Artes. Estabeleça entre eles relações hierárquicas (subordinadas) e não hierárquicas. Área do conhecimento: Artes Termos: Música Entalhe em madeira Artes plásticas Grécia Aulas de Artes Pintura em óleo 23 INDEXAÇÃO E RESUMOS Roma Movimento musical na Tropicália Artes cênicas Características de fotografia artísticas Arte barroca Capela Cistina Esculturas em mármore Teatro satírico R.: ARTES Artes Plásticas Entalhe em madeira Pintura em óleo Esculturas em mármore Grécia Roma Artes Cênicas Grécia Roma Teatro Satírico Música Movimento musical na Tropicália Arte Barroca Capela Sistina 3 Os termos a seguir foram selecionados do sistema nocional da área da Engenharia. Estabeleça entre eles relações hierárquicas (subordinadas) e não hierárquicas. Área do conhecimento: Engenharia Termos: Engenharia de alimentos Engenharia civil Pré-sal Engenharia marinha Engenharia sanitária Projetos de estradas de rodagem Engenharia de produção Engenharia de petróleo Curso superior de engenharia elétrica Políticas internacionais 24 INDEXAÇÃO E RESUMOS Vigilância em saúde Engenharia de transportes Ensino de engenharia R.: ENGENHARIA Ensino em Engenharia Cursosuperior de Engenharia Elétrica Engenharia de Alimentos Vigilância em saúde Políticas internacionais Engenharia Civil Políticas internacionais Engenharia Marinha Políticas internacionais Engenharia de Petróleo Pré-sal Políticas internacionais Engenharia Sanitária Vigilância em saúde Políticas internacionais Engenharia de Produção Políticas internacionais Engenharia de Transportes Projetos de estrada de Rodagem Políticas internacionais 4 Com base nas propostas de política de indexação apresentados neste tópico, crie um novo modelo para uma biblioteca especializada em moda. Imagine que esta biblioteca atende a um curso superior de moda, com cerca de 350 alunos e 20 professores. Está localizada em um município que tem boa parte da renda gerada pelo setor têxtil. A biblioteca acaba atendendo também a usuários advindos deste setor econômico, uma vez que a biblioteca pública do município não possui em seu acervo, informações especializadas na área, atendendo quase que exclusivamente a alunos advindos do ensino básico. Ela tem uma equipe de trabalho composta por bibliotecários e auxiliares de biblioteca que dividem tarefas de acordo com seu nível de conhecimento das atividades cotidianas. A maior parte de seu acervo é constituído por livros, mas também há periódicos especializados, material audiovisual e muitas fotografias de desfiles realizados pela própria comunidade acadêmica. 25 INDEXAÇÃO E RESUMOS R.: Espera-se que o aluno elabore uma política contendo: • Público-alvo. • Identificação da Instituição. • Processo de indexação, contendo: como será feita a análise conceitual, como será a identificação dos conceitos, como será feita a tradução. • Tem que apresentar elementos da política: cobertura de assunto, exaustividade, especificidade, linguagem documentária ou controlada. Aqui, espera-se que o aluno diga como deverá ser cada um destes itens na biblioteca. • Deve estabelecer quais competências o indexador deve apresentar. UNIDADE 3 TÓPICO 1 1 A redação de um bom resumo deve atender aos critérios arrolados nas opções a seguir, com exceção de uma. Assinale-a. a) (x) Evitar reproduzir o vocabulário do autor, ampliando as possibilidades de termos de indexação. b) ( ) Indicar o que o autor fez e não o que tentou fazer ou o que pretende fazer no futuro. c) ( ) Omitir informações que o leitor provavelmente já conheça ou não lhe interessem diretamente. d) ( ) Ser autossuficiente, de modo que o leitor não precise consultar o original para entendê-lo. e) ( ) Ser o mais breve possível, desde que o sentido permaneça claro e não se sacrifique a exatidão. 2 Com base no esquema para elaboração de resumos, apresentado na Figura 2 deste tópico, elabore um resumo indicativo e um resumo informativo dos textos a seguir: a) Texto 1: Desmatamento na floresta amazônica brasileira: Principais causas e consequências Atualmente, é grande o desmatamento na floresta amazônica, que vem cedendo espaço para lavouras e pastos, provocando diversos impactos ambientais. 26 INDEXAÇÃO E RESUMOS A floresta Amazônica ocupa hoje uma área 6,5 milhões de km², revestindo nove países da América do sul (Brasil, Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa) com a maior floresta tropical do mundo. Rica em biodiversidade e com uma grande quantidade de reserva de água doce, a Amazônia é muito importante tanto para os países em que está localizada quanto para o equilíbrio do meio ambiente mundial, mas, apesar disso, nas últimas décadas tem sofrido uma devastação gradativa que pode comprometer a existência desse importante bioma. O Brasil possui a maior área dessa floresta, cerca de 85% da floresta Amazônica está no território brasileiro e, embora a floresta Amazônica brasileira seja o bioma mais preservado do Brasil, os índices de desmatamento são alarmantes. Estima-se que de 10% a 30% da área coberta pela floresta legal já tenha sido desmatada. Segundo o IBGE, somente entre os anos de 1997 a 2013 foram desmatados cerca de 248 mil km² da floresta no Brasil, que corresponde à, aproximadamente, área do estado de São Paulo. Outras estimativas acreditam que no ritmo de exploração atual a Amazônia pode desaparecer quase totalmente em 40 anos. A principal causa do desmatamento da Amazônia é a ocupação de áreas de reserva florestal por diversas empresas estrangeiras e nacionais que são atraídas para a região por incentivos do governo, que visa dinamizar a economia da região norte, e que, por falta de fiscalização adequada, acaba por desmatar ilegalmente grandes áreas de reserva florestal. Como a região norte é a nova fronteira agrícola do país, as atividades econômicas relacionadas ao espaço agrário vem sendo as principais responsáveis pelo desmatamento da Amazônia. Assim, em busca de um desenvolvimento econômico que favoreça uma pequena parcela da população e que não é revertido em qualidade de vida para a população, a floresta amazônica vai dando lugar a pastagens e lavouras. Provocando uma série de impactos para o meio ambiente do Brasil e do mundo, dentre eles estão: • A perda de biodiversidade, uma vez que várias espécies de plantas são desmatadas. Além disso, algumas espécies de plantas e animais não conseguem sobreviver nas pequenas áreas florestais que restam. • Impactos no ciclo hidrológico da região, uma vez que as árvores exercem uma função fundamental no processo de infiltração e percolação da água no solo. • Empobrecimento do solo exposto, que passa a ser mais lixiviado pela água. • Erosão, já que, em razão da exposição, o solo fica mais suscetível à ação da chuva e acaba sendo transportado com mais facilidade. • Modificação no clima mundial. As árvores são as grandes responsáveis pela absorção do gás carbônico da atmosfera, com o desmatamento aumenta-se a quantidade de CO2 na atmosfera, impactando assim o clima mundial. 27 INDEXAÇÃO E RESUMOS Dessa forma, é extremamente importante conter a ocupação e o desmatamento na Amazônia, pois, mais do que o equilíbrio ambiental de um bioma, sua preservação contribui com o equilíbrio ambiental mundial. FONTE: SILVIA, Olímpia Tamires. O desmatamento na Floresta Amazônica brasileira: principais causas e consequências. https://alunosonline.uol.com.br/geografia/desmatamento- na-floresta-amazonica-brasileira.html. Acesso em: 24 abr. 2019. Resumo indicativo: Resumo informativo: Sugestão de resposta: O resumo indicativo deve conter: a mesma terminologia do autor, objetivos, métodos e resultados. Usar algarismos para números. Frases em lugar de orações. Nenhum símbolo raro, equação ou informação descritiva. O resumo informativo deve conter: 200 - 250 palavras. A mesma terminologia do autor. Objetivos ou finalidades da pesquisa. Métodos da pesquisa. Resultados da pesquisa. Validade dos resultados. Conclusões e aplicações, se for o caso. Algarismos para números. Frases em lugar de orações. Nenhum símbolo não convencional. Nunhuma abreviatura. Nenhuma equação ou nota de rodapé. Nenhum dado de catalogação descritiva. b) Texto 2: História da Educação no Brasil: a constituição histórica do campo (1880-1970) Diana Gonçalves Vidal e Luciano Mendes de Faria Filho. A partir do fim dos anos 1960 e início dos 70, com o surgimento dos Programas de Pós-Graduação em Educação no país (o da PUC-Rio, em 1965, e da PUC-SP, em 1969, foram os primeiros a se constituir), e dos anos 1980, com a criação do Grupo de Trabalho "História da Educação" da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), em 1984, e do Grupo de Estudos e Pesquisas "História, Sociedade e Educação no Brasil" (HISTEDBR), em 1986, cresceu substantivamente a produção de trabalhos em História da Educação no Brasil. Ao mesmo tempo foi-se constituindo uma certa identidade, ainda que multifaceta e plural do historiador da educação. No entanto, já desde a segunda metade do século XIX, tratados sobre história da educação brasileira foram elaboradospor médicos, advogados, engenheiros, religiosos, educadores e historiadores e circularam no País e no exterior. A vitalidade da área, percebida nestes últimos trinta anos, tem sido objeto de reflexão de pesquisas acadêmicas e de vários balanços efetuados ao final de Congressos de História da Educação, como o I Congresso Brasileiro de História da Educação e os I a IV Luso-brasileiro de História da Educação; ou por encomendas de Grupos de Trabalho, como o GT História da Educação da ANPEd e HISTEDBR. Os estudos têm buscado delinear um panorama 28 INDEXAÇÃO E RESUMOS da atual historiografia em educação, destacando temáticas e períodos privilegiados pela pesquisa, bem como aportes teóricos mais recorrentes nessa escrita disciplinar. A produção inicial do campo também vem sendo investigada, ainda que de maneira esporádica, revelando-se um objeto recente de interesse. Pretendendo contribuir para a compreensão histórica da configuração do campo da História da Educação no Brasil, sistematizando a bibliografia disponível sobre a temática e propondo um novo ordenamento para a análise, este artigo almeja perceber matizes dessa escrita concebida como operação historiográfica. HISTÓRIAS DE UMA DISCIPLINA Debruçar-se sobre a história (ou histórias) da disciplina, no desenho de vertentes que a compõem, não é tarefa simples. Implica efetuar escolhas, constituir hierarquias, elaborar análises que, ao mesmo tempo que conferem uma inteligibilidade à narrativa, instituem um passado (portanto, erigem uma memória) para o campo. Elucidar as escolhas feitas e as hierarquias construídas não impede os efeitos dessa inversão escriturária, mas oferece ao leitor outras chaves de leitura do texto histórico. Nesse sentido, é necessário esclarecer inicialmente que as obras utilizadas para este estudo foram selecionadas a partir de dois critérios: a) atribuir-se o objetivo de versar sobre a história da educação, muitas vezes explícito no título, como, por exemplo, a Pequena história da educação, das madres Peeters e Cooman; b) ser reconhecida no campo por obra de referência sobre a história educacional, mesmo que o autor não a tenha constituído como tal, como acontece com A cultura brasileira, de Fernando de Azevedo. Em segundo lugar, é forçoso dizer que as três vertentes, a seguir esboçadas, configuraram-se levando-se em conta os alertas de Certeau sobre a operação historiográfica, considerada como uma relação entre um lugar, percebido de maneira abrangente como recrutamento, meio ou ofício, procedimentos de análise e construção de um texto. O fato de as termos distinguido, entretanto, não significa que exaurimos as várias combinações que as obras suscitavam. Outras leituras poderiam levar a entrecruzamentos diversos e novas classificações. Aliás, algumas mediações aparecem no interior mesmo de cada vertente, apontando para outras possibilidades de enquadramento dos trabalhos no campo. Por fim, cumpre explicitar que as operações aqui propostas se fizeram tanto mais necessárias na medida em que o entendimento da história da educação como um campo autônomo, apartado da filosofia da educação, é fenômeno recente e não de todo consolidado no seio da Pedagogia. Essa questão, contudo, será esclarecida com o decorrer da narrativa. 29 INDEXAÇÃO E RESUMOS PRIMEIRA VERTENTE: A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO E O INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO "Le Brésil n'est pas tout à fait en retard sur la civilisation européenne". Assim Frederico José de Santa-Anna Nery concluía o artigo "L'instruction publique au Brésil", publicado na Revue Pédagogique em 1884. Em vinte páginas escritas em francês, o autor, utilizando-se de malabarismos estatísticos, empenhava- se em demonstrar a pujança da instrução pública no Brasil que, em 1877, ostentava uma frequência escolar 12% superior à francesa (de acordo com os cálculos do autor). Esse não era o primeiro texto sobre educação brasileira elaborado, nem a fórmula de apresentar estatísticas como comprobatórias do progresso intelectual, inédita. Antes dessa publicação, os livros O Império do Brasil, editados em 1867, 1873 e 1876, sob os auspícios governamentais, traziam no capítulo "Cultura intelectual", dados quantificadores da presença de alunos nos vários ramos e instituições educacionais e culturais existentes no país. Escritas para figurar nas Exposições Universais, as obras eram peças de propaganda do Estado Imperial. As contribuições de Santa-Anna Nery sobre a educação brasileira não se restringiram, entretanto, ao artigo citado. Esse paraense, antigo aluno do Seminário de Manaus, que após receber as ordens menores no Seminário de Saint-Sulpice, em Paris, abandonou a carreira eclesiástica bacharelando- se em Letras, em 1867, ficou conhecido pelos livros, redigidos em francês, sobre a Amazônia (Les pays des Amazones. L'El-Dorado. Les terres à cahoutchouc. Orné de 101 illustrations et de 2 cartes explicatives avec un portrait de l'autheur, gravé à l'eau-forte par Robet Kemp. Paris, Bibliothèque des Deux-Mondes, 1885) e sobre o folclore brasileiro (Folk-lore brésilien: poésie populaire. – contes et légendes. – fables et mythes. – poésie, musique, danses et croyances des Indiens; accompagné de douze morceaux de musique. Préface du prince Roland Bonaparte. Paris: Perrin, 1889). Organizou, também, a obra Le Brésil en 1889 (avec une carte de l'empire en chromolithographie, des – ableaux statistiques, des graphiques et cartes. Paris: Charles Delagrave, 1889), composta de vários capítulos escritos por colaboradores eminentes, dentre eles um sobre instrução pública que assinava, ao lado do barão de Saboia, de Louis Cruls e do barão de Teffé. Editado sob os cuidados do Comitê Franco-Brasileiro para a Exposição Universal de Paris, ocorrida naquele mesmo ano, a obra era apresentada por M. Daubrée. Nela, mais uma vez com recurso a dados estatísticos, relativos a 1869, 1876, 1882 e 1889, Nery procurava atestar o progresso intelectual brasileiro na contabilidade da difusão de escolas primárias públicas e na freqüência de alunos, que chegava a avaliar em 300.000. O primeiro livro voltado exclusivamente a narrar a história da educação brasileira, L'Instruction publique au Brésil: histoire et legislation (1500-1889), 30 INDEXAÇÃO E RESUMOS de José Ricardo Pires de Almeida, composto como elogio ao Império e publicado já no fim do regime (em 1889), movia-se, da mesma forma, no âmbito das estatísticas e continha objetivo semelhante: afirmar a liderança brasileira em termos educacionais. Mas agora o alvo eram os países sulamericanos, em especial a Argentina. Dizia-se o autor constrangido ao "dever e quase missão de restabelecer a verdade": "O Brasil é, certamente, dentre todos os países da América do Sul, aquele que maiores provas deu de amor ao progresso e à perseverança na trilha da civilização". A contenda com a Argentina espraiava-se na demonstração da superioridade do regime monárquico sobre o republicano. Dedicado ao conde D'Eu, futuro governante brasileiro na hipótese remota de uma manutenção do Império, o livro, redigido em francês, "língua universalmente conhecida", de acordo com seu autor, discorria particulamente sobre a educação no pós-Independência. A época colonial era abordada apenas na Introdução ao volume, indiciando sua pequena relevância, apesar de nela se inscrever o esforço precursor dos jesuítas, sumariamente descrito nas cinco páginas iniciais; as iniciativas pombalinas, narradas nas dez páginas seguintes; e o evento fundador da educação no Brasil, a chegada de D. João VI, começo de uma verdadeira "constituição da nacionalidade brasileira, nacionalidade proclamada em dezembro de 1815". A instrução pública primária e secundária depois da Independência era tratada em duas épocas: até o Ato Adicional, portanto de 1822 a 1834, em parcas 10 páginas; e do Ato "aos dias de hoje", ou seja, de 1834 a 1889, em 245 páginas. A segunda época comportava, ainda, uma divisão interna entre dois períodos:de 1834 a 1856 (34 páginas) e de 1857 a 1889 (211 páginas), tomados para maior comodidade do leitor e entrecortando a gestão do ministro do Império, conselheiro Luiz Pedreira do Couto Ferraz. A análise procedia de um levantamento das leis criadas pelo Estado e recorria ao tom encomiástico no elogio às ações da família imperial no campo educativo. Médico, formado no Rio de Janeiro, e estudante de Direito por três anos em São Paulo, Pires de Almeida havia sido arquivista da Câmara Municipal e adjunto da Inspetoria Geral de Higiene na Corte, onde trabalhara nos serviços de arquivo e biblioteca, o que, por certo, muito lhe facilitara o levantamento de informações para a elaboração do livro. Sua produção escrita variava bastante, versando sobre imigração italiana, economia doméstica, carnaval, montepio civil, saneamento de Petrópolis, dentre muitos outros temas. Publicou, em 1906, Higiene Moral — homossexualismo (A libertinagem no Rio de Janeiro: Estudo sobre as perversões do instinto genital. Rio de Janeiro: Laemmert & Co.), onde afirmava que a degradação do homem dava-se pela alimentação excitante ou picante, pelo apetite venéreo, pela imaginação ardente e, também, pelos bailes populares, os cafés-dançantes 31 INDEXAÇÃO E RESUMOS e a organização das sociedades carnavalescas. A obra servia, para Nunes, como contraponto a L'instruction publique au Brésil, na medida em que permitia a Pires de Almeida, pelo avesso, retomar o projeto de intelectualidade a que estava vinculado e que explicitara nos comentários finais do livro sobre educação: "o historiador tem, em qualquer país, o dever de esclarecer o papel de seu país no mundo e investigar detalhadamente as questões obscuras que interessem às origens nacionais". Membro honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), Pires de Almeida partilhava de seus objetivos de coligir, metodizar, publicar ou arquivar os documentos necessários para a história e a geografia do Império, respeitando uma postura positivista de escrita da história. Tal parece ser o móvel da reprodução, em anexo, de documentos citados sobre o período colonial e da inclusão de vários excertos de relatórios e de leis no corpo de L'Instruction publique au Brésil. Partilhava também do projeto do IHGB de "desvendamento do processo de gênese da Nação" brasileira, percebida como "continuadora de uma certa tarefa civilizadora iniciada pela colonização portuguesa". Nesse movimento de construção identitária da Nação pelo IHGB, distinguir-se do outro era necessário, seja internamente apartando- se dos negros e índios, porque não portadores da noção de civilização; seja externamente das repúblicas latinoamericanas, porque ameaças à forma de governo monárquico e representação da barbárie. A chegada de D. João VI como marco fundador da educação no Brasil, o elogio ao Império, as estatísticas circunscritas à população livre, bem como a disputa com a Argentina, na escrita de Pires de Almeida engendravam o mesmo padrão narrativo a que se entregavam os letrados em torno do IHGB. Se não podemos afirmar a filiação de Santa-Anna Nery ao IHGB (ou ao Institut Historique de Paris, referência ao trabalho historiográfico e à visão de história do IHGB, nos primeiros anos de sua criação, de acordo com o já citado Manoel Guimarães), como o fizemos para Pires de Almeida, podemos destacar a proximidade do discurso de ambos no tocante à descrição e à interpretação dos fatos da instrução pública. A ligação clara entre Pires de Almeida e o Instituto Histórico, matriz da tradição historiográfica brasileira, no entanto, estabelece de maneira inesperada um vínculo entre disciplinas que aparentemente dispunham de trajetórias apartadas. Traduzido para o português somente em 1989, cem anos após sua edição original, L'Instruction publique au Brésil não ficou no limbo da historiografia educacional brasileira, desconhecido pelos autores nacionais até tempos recentes. Ao contrário, referência de boa parte da bibliografia posterior sobre história da educação, Pires de Almeida viu-se citado, dentre outros, por Júlio Afrânio Peixoto, em Noções de história da educação, de 1933; Primitivo Moacyr, A instrução e o Império: subsídios para a história da educação no Brasil, 1823-1853, de 1936; Fernando de Azevedo, A cultura brasileira, de 32 INDEXAÇÃO E RESUMOS 1943; e Theobaldo Miranda dos Santos, Noções de história da educação, de 1945. Julgá-lo como um texto "não fundador" de uma narrativa histórica em educação, como o fez Nunes, por não ter sido destinado ao ensino nas Escolas Normais, parece-nos dissolver sua importância na construção de uma tradição historiográfica em educação. Mais sugestivo talvez seja investigar a relação entre o IHGB e a escrita da história da educação, indiciada por Pires de Almeida, explorando vertentes desse fazer historiográfico. Moysés Kuhlmann Jr. iniciou tal percurso. Destacou as contribuições de Benjamin Franklin Ramiz Galvão na sistematização de fontes para uma história da instrução pelo arrolamento de livros e artigos sobre a educação, relatórios, memórias, regulamentos e estatutos de escola, conferências e discursos, pareceres e projetos de lei, efetuado na classe História Literária e das Artes do Catálogo que organizou para a Exposição de História do Brasil, de 1881. Na coordenação do Livro do Centenário, elaborado agora às portas do regime republicano, em 1900, com o intuito de "dar a conhecer as riquezas naturais do Brasil e seus progressos em todos os ramos da atividade humana", em que José Veríssimo Dias de Matos assinava o capítulo "A instrução e a imprensa: 1500-1900". E, por fim, na organização do Dicionário Histórico, Geográfico e Etnográfico Brasileiro, publicado pelo IHGB por ocasião do centenário da Independência, que apresentava o capítulo 15 sob o título de "Instrução pública, notícia histórica de 1822 a 1922", de autoria de M.P. Oliveira Santos. Nessas publicações posteriores à instalação do regime político republicano não se alteraram significativamente as propostas de coligir e metodizar documentos (inscritas nos Estatutos do IHGB, elaborados em 1839, um anos após a criação do Instituto), nem de interpretar a gênese da civilização brasileira, ambas caras à tradição narrativa da história gestada pelo IHGB. Na esteira de tais preocupações outras obras, dedicadas especificamente à história da educação, poderiam ser arroladas, demonstrando a permeabilidade da produção historiográfica em educação à visão de história e do fazer historiográfico presentes no Instituto. A publicação do primeiro volume de A instrução e o Império: subsídios para a História da Educação no Brasil, 1823-1853, de Primitivo Moacyr, em 1936, inaugurou uma vasta obra, que até 1942 foi responsável pelo levantamento e compilação de leis, estatutos e regimentos escolares, memórias, relatórios e pareceres sobre instrução pública e particular nos vários ramos de ensino (primário, secundário, profissional e superior) no Brasil. Ao todo, foram editados 15 volumes, três dedicados à Instrução e o Império (entre 1936 e 1938), três à Instrução e as Províncias (entre 1939 e 1940) e sete à Instrução e a República (entre 1941 e 1942), além de dois à Instrução pública no Estado de São Paulo (1942) e um à Instrução primária e secundária no município da Corte (1942). 33 INDEXAÇÃO E RESUMOS O volume inicial da série era prefaciado por Afrânio Peixoto que, estabelecendo uma relação de semelhança entre o trabalho de Moacyr e Varnhagen, afirmava o livro como matéria prima de novos estudos em educação, posto que: "No Brasil não se pesquisa. Todos tiramos de nós a substância de nossos escritos. A história nessas condições é repetição, é comentário, é fantasia interpretativa". Sem introdução ou conclusão, o livro se estendia por 614 páginas, ao cabo das quais uma pequena bibliografia relacionava além das Coleções de Leis do Reino de Portugal e do Império do Brasil, dos Anais da Assembléia Geral Legislativa e dos Relatóriosdo Ministério do Império, o livro L'instruction publique au Brésil, de Pires de Almeida, e os artigos "Cem anos de ensino primário (1826-1926)" (In: Centenário do Poder Legislativo), de Afrânio Peixoto, e "A instrução pública nos tempos coloniais" (Revista do IHGB), de Moreira de Azevedo. Foi publicado pela Cia. Editora Nacional, integrando a série V, Brasiliana, da Biblioteca Pedagógica Brasileira, projeto coordenado por Fernando de Azevedo para a editora, desde sua criação em 1931 até 1946. Os demais volumes editados até 1939, referentes ao Império e às Províncias, apresentavam características semelhantes, mesmo número aproximado de páginas, mesma ausência do autor, que se limitava a compilar documentos, mesmo pertencimento à Brasiliana. Os dois volumes sobre a instrução paulista diferiam apenas no número de páginas reduzido para em torno de 250 e incluíam na bibliografia os livros Um retrospecto, de João Lourenço Rodrigues, e O ensino em São Paulo, de J. Feliciano de Oliveira. Já os volumes relativos à República apresentavam traços diferentes. As páginas mantinham-se em aproximadamente 200 por volume, o formato abandonara o 12 x 18 cm, assumindo o tamanho de 18 x 22,5 cm, a bibliografia ostentava outros títulos, como José Veríssimo, A educação nacional. Passava a obra a ser publicada pela Imprensa Nacional, sob a orientação do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP) do Ministério da Educação e Saúde, órgão dirigido por Manoel Bergström Lourenço Filho, de 1938 (ano de sua criação) até 1946. A breve caracterização realizada acima suscita desdobramentos. O primeiro relaciona-se à vinculação de Primitivo Moacyr ao IHGB, seja pelo primado de coligir e metodizar documentos, seja pelo recurso às publicações do Instituto e autores a ele ligados na elaboração do texto, seja ainda pelo elogio inicial, feito por Peixoto, que situa Moacyr como herdeiro de uma tradição que remonta a um dos personagens mais célebres do Instituto, seu antigo secretário, Varnhagen. O segundo refere-se à inserção da obra na Biblioteca Pedagógica Brasileira e ao acolhimento do projeto editorial pelo INEP, demonstrando a inequívoca relação de Moacyr com a área educacional, quer pelo patrocínio recebido, quer pela aproximação com os já renomados educadores Azevedo e Lourenço Filho, que se estende a Anísio Teixeira. Este último, no Prefácio ao volume 3 de A instrução no Império, afirmava: 34 INDEXAÇÃO E RESUMOS "Aliás já lhe disse que o primeiro volume me mostrou como esse foi — e não será ainda? — o defeito capital dos educadores brasileiros. Estivemos todo o tempo com grandes planos gerais, com debates de princípios, chocando ideais educativos. E nada de lhes estudar os problemas concretos, de lhes analisar as necessidades típicas, de examinar as dificuldades e facilidades características de execução, de realização". As obras repertoriadas acima, entretanto, não foram as primeiras de Moacyr. No ano de 1916, havia publicado O ensino público no Congresso Nacional: breve notícia. No livro, podia-se identificar a mesma preocupação em compilar leis e relatórios constatada anteriormente, no entanto, em curtos parágrafos ao início e ao fim do texto, o autor anunciava suas intenções: "a opinião pública é talvez injusta quando acusa o Congresso de desapreço às cousas do ensino público". Ao longo de 200 páginas Moacyr enumerava as iniciativas do governo republicano nos 24 anos de existência (entre 1889 e 1914), com o fito de oferecer um "modesto subsídio aos homens de boa vontade na solução [...] do problema de nosso aparelhamento econômico e, mais, de integração nacional". Advogado, Primitivo fez carreira como funcionário da Câmara dos Deputados, desde 1895, quando ingressou como redator de debates, até sua aposentaria em 1933. Sua familiaridade com os arquivos parlamentares facilitaram-lhe, por certo, a tarefa de compilação efetuada. Tal qual Pires de Almeida, apoiando- se numa visão positiva de história, Moacyr, como aquele, apesar de sua pretendida neutralidade manifestou seus propósitos. Aqui já não o elogio ao Império, mas o reconhecimento da importância da função parlamentar na organização e constituição da instrução pública. Os sete volumes d' A Instrução e a República, de Moacyr não foram o único investimento do INEP na divulgação de documentos úteis à história da educação nacional. Tendo sido constituído com a função, dentre outras, de "organizar a documentação relativa à história e à situação atual da educação no país", o Instituto deu início em janeiro de 1940 à elaboração dos Subsídios para a história da educação brasileira, série composta por onze volumes editados entre 1942 e 1951, contendo a relação dos "atos e fatos de maior importância na vida educacional do país", de caráter oficial ou iniciativa privada, em todos os Estados nos anos de 1940 a 1950. A série, constituída para subsidiar as leis orgânicas criadas no governo Vargas, manteve características idênticas em todo o período, apesar da edição das citadas leis, entre 1942 e 1946, e de, nos anos finais, a direção do Instituto ter sido entregue a Murilo Braga de Carvalho. Uma pequena introdução, assinada pelo diretor do INEP, destacava os aspectos considerados mais relevantes para a educação no ano. Seguiam-se ordenadas por mês, na sequência dos dias, as notícias, intercalando as várias unidades federativas. 35 INDEXAÇÃO E RESUMOS O INEP dispunha ainda de "prontuários sistemáticos, referentes à legislação do governo central, na colônia, no império e na república, e que remetem a repertório dessa legislação, desde 1808 a esta data; como dispõe também de repertórios da legislação dos Estados". Apesar dos esforços do Instituto na compilação e difusão de documentos sobre a educação nacional, ao longo dos anos 1950 cresceram as dificuldades para a execução de pesquisas, posto que o INEP vinha se transformando em órgão de caráter eminentemente legislador. Ao assumir sua direção em 1952, Anísio Teixeira, com o intuito de revigorar a investigação sobre a situação do ensino no território nacional, dedicou-se a constituir um locus privilegiado de realização de levantamentos de dados e análises, subsidiados por cientistas sociais, e de sua divulgação. Em 1955 era criado o Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais (CBPE), ligado ao INEP e ao Ministério da Educação e Cultura. Nos anos seguintes, a ele foram associados cincos Centros Regionais, distribuídos pelos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Bahia. Não obstante a ênfase marcadamente sociológica das interpretações, foi nesse contexto que se publicaram os livros O ensino em Minas Gerais no tempo do Império e O ensino em Minas Gerais no tempo da República, de Paulo Krüger Corrêa Mourão (Centro Regional de Pesquisas Educacionais de Minas, CRPE-MG), nos anos de 1959 e 1962. O primeiro livro, contendo 411 páginas, abordava os vários ramos de ensino, apresentando, além da legislação, informações sobre as condições do exercício do magistério, como salários, métodos de ensino e o que denominava curiosidades (castigos físicos e disciplinas), bem como a história dos educandários. O segundo possuía 607 páginas e divergia do antecessor pela inclusão de uma introdução assinada pelo autor, de agradecimentos a autoridades educacionais, dentre elas Abgar Renault, naquele momento diretor-geral do CRPE-MG, de um apêndice relacionando os estabelecimentos de ensino em funcionamento no ano de 1959 (possível ano de conclusão da obra). Mantinha, entretanto, a mesma organização interna, constituindo o relato por ramos de ensino e pela história de instituições escolares. Mineiro, formado em engenharia e colaborador assíduo da revista do Instituto Histórico-Geográfico de Minas Gerais, com textos sobre personalidades e fatos históricos, foi, de todos os autores relacionados, o que mais se afastou do primado positivista da mera compilação documental. Não apenas porque emitiu, embora raros, julgamentosao longo da obra, como comentários sobre o divórcio entre as reformas de 1901 a 1915 e a realidade brasileira, e a consideração do movimento de 1930, como revolução nacional, liderada por Minas, que punha fim à primeira república; como, principalmente, porque permitiu-se a inserção de uma Página de recordação no interior do segundo volume, onde narrou, para quebrar a rigidez fria da História, uma lembrança de sua infância escolar: a inauguração do Grupo Escolar de Diamantina, em 36 INDEXAÇÃO E RESUMOS 1907, pelo então presidente da Província, João Pinheiro, no qual estudou e sua mãe foi professora. O investimento na sistematização de fontes e divulgação de documentos para a história da educação não cessou nos anos 1960. Vale ressaltar, aqui, a marca que essa disposição para uma história mais próxima à descrição documental e vazada principalmente na reprodução da fonte legislativa imprimiu, e ainda imprime, em parcela dos trabalhos no campo. Até hoje, o campo elabora guias, índices de legislação e edita a íntegra de leis, no âmbito de uma escrita acadêmica ou como produto da ação de grupos, no esforço sempre renovado de subsidiar a pesquisa. Um exemplo é a Coleção Documentos da Educação Brasileira, iniciativa editorial da recém- criada Sociedade Brasileira de História da Educação (1999), que objetiva disponibilizar o conjunto das Leis e Regulamentos da Instrução Pública das várias Províncias/Estados brasileiros, num total previsto de 80 títulos. FONTE: VIDAL, Diana Gonçalves; FARIA FILHO, Lucino Mendes de. História da Educação no Brasil: a constituição histórica do campo (1880-1970). Rev. Bras. Hist. v. 23. n. 45. São Paulo. jul. 2003. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-01882003000100003&script=sci_arttext. Acesso em: 3 maio 2019. Resumo indicativo: Resumo informativo: Sugestão de resposta: O resumo indicativo deve conter: a mesma terminologia do autor, objetivos, métodos e resultados. Usar algarismos para números. Frases em lugar de orações. Nenhum símbolo raro, equação ou informação descritiva. O resumo informativo deve conter: 200 – 250 palavras. A mesma terminologia do autor. Objetivos ou finalidades da pesquisa. Métodos da pesquisa. Resultados da pesquisa. Validade dos resultados. Conclusões e aplicações, se for o caso. Algarismos para números. Frases em lugar de orações. Nenhum símbolo não convencional. Nunhuma abreviatura. Nenhuma equação ou nota de rodapé. Nenhum dado de catalogação descritiva. TÓPICO 2 Faça a análise documentária dos itens a seguir, conforme artigo 4.3 e suas alíneas da NBR 12.676. Os dados foram extraídos de elementos pré-textuais dos próprios livros e artigos arrolados a seguir. 37 INDEXAÇÃO E RESUMOS 1 A construção da pessoa em Wallon e a construção do sujeito em Lacan (Alice Beatriz Bastos) Ao buscar conexões e diferenças entre os autores Henri Wallon e Jacques Lacan, o presente estudo apresenta novas perspectivas teóricas e discorre também sobre algumas implicações educacionais de ambas as teorias. Os Axiomas de Zurique apresentam as regras e princípios infalíveis que esses banqueiros estabeleceram para diminuir riscos e aumentar lucros. É só segui-los e você alcançará resultados impressionantes em todos os seus investimentos. a) Qual é o assunto de que trata o documento? b) Como se define o assunto em termos de teorias e hipóteses? c) O assunto contém uma ação, um processo? d) O documento trata do agente dessa ação? e) O documento se refere a métodos, técnicas e instrumentos especiais? f) Foi considerado no contexto de um local ou ambiente específico? g) Foram identificadas variáveis? h) O assunto foi considerado sob um ponto de vista interdisciplinar? R.: a) Conexões e diferenças entre Wallon e Lacan. b) Sim, com base nas teorias de Wallon e de Lacan. c) Não identificado. d) Não. e) Não identificado. f) Não. g) Não identificado. h) Educação e psicologia. 2 Os Axiomas de Zurique (Max Gunther) 38 INDEXAÇÃO E RESUMOS O corpo fala – a linguagem silenciosa da comunicação não verbal tenta desvendar a comunicação não verbal do corpo humano. O livro é indicado para profissionais de qualquer área, ou seja, para todo o ser humano. a) Qual é o assunto de que trata o documento? b) Como se define o assunto em termos de teorias e hipóteses? c) O assunto contém uma ação, um processo? d) O documento trata do agente dessa ação? e) O documento se refere a métodos, técnicas e instrumentos especiais? f) Foi considerado no contexto de um local ou ambiente específico? g) Foram identificadas variáveis? h) O assunto foi considerado sob um ponto de vista interdisciplinar? R.: a) Regras e princípios de banqueiros. Investimentos. b) Não identificado. c) Não identificado. d) Não. e) Não identificado. f) Zurique. g) Não identificado. h) Não. 3 O corpo fala (Pierre Weil) a) Qual é o assunto de que trata o documento? b) Como se define o assunto em termos de técnicas e hipóteses? c) O assunto contém uma ação, um processo? d) O documento trata do agente dessa ação? e) O documento se refere a métodos, técnicas e instrumentos especiais? f) Foi considerado no contexto de um local ou ambiente específico? g) Foram identificadas variáveis? h) O assunto foi considerado sob um ponto de vista interdisciplinar? R.: a) Comunicação não verbal do corpo humano. b) Não identificado. c) Não identificado. 39 INDEXAÇÃO E RESUMOS d) Não. e) Não identificado. f) Não. g) Não identificado. h) Não. 4 Título: Poderá um avião voar eternamente? Publicado em: Newsweek, set/1987 Conteúdo: teste realizado no Canadá com protótipo de uma aeronave movida a eletricidade, que não precisa de qualquer combustível convencional. A eletricidade é transmitida do solo sob a forma de energia de micro-ondas, sendo reconvertida em eletricidade por meio de dispositivos instalados no avião. Teoricamente, o avião pode permanecer por meses no ar sem piloto. Entre suas aplicações incluem-se pesquisa científica, vigilância militar, previsão do tempo e transporte de passageiros. Os possíveis riscos das micro-ondas para a saúde seriam um obstáculo a sua ampla aplicação. a) Qual é o assunto de que trata o documento? b) Como se define o assunto em termos de técnicas e hipóteses? c) O assunto contém uma ação, um processo? d) O documento trata do agente dessa ação? e) O documento se refere a métodos, técnicas e instrumentos especiais? f) Foi considerado no contexto de um local ou ambiente específico? g) Foram identificadas variáveis? h) O assunto foi considerado sob um ponto de vista interdisciplinar? R.: a) Teste com protótipo de aeronave movida a eletricidade. b) Hipótese de que o protótipo pode permanecer por meses no ar sem piloto. c) Testes. d) Não. e) Não identificado. f) No Canadá. g) Não identificado. h) Não. 5 Título: A erosão e o agricultor Conteúdo: descreve como o vento, a chuva e a neve derretida podem erodir valiosas terras de cultivo, e avalia o volume das perdas agrícolas devidas a essas causas na Europa Setentrional. Examina possíveis soluções, a saber, a rotação da cultura de grãos com a de gramíneas protetoras do solo e o emprego de árvores e terraços como quebra-ventos. 40 INDEXAÇÃO E RESUMOS a) Qual é o assunto de que trata o documento? b) Como se define o assunto em termos de técnicas e hipóteses? c) O assunto contém uma ação, um processo? d) O documento trata do agente dessa ação? e) O documento se refere a métodos, técnicas e instrumentos especiais? f) Foi considerado no contexto de um local ou ambiente específico? g) Foram identificadas variáveis? h) O assunto foi considerado sob um ponto de vista interdisciplinar? R.: a) Descreve como o vento, a chuva e a neve derretida podem erodir a terra. b) Não. c) Avaliação da perda do volume agrícola. d) Não e) Rotação da cultura de grãos com a de gramíneas protetoras do solo e o emprego de árvores e terraços como quebra-ventos. f) Europa Setentrional. g) Não identificado. h) Não. TÓPICO 3 1 Elabore um resumo indicativo e um informativo paraos textos a seguir. Texto 1 Desigualdades no uso e acesso aos serviços de saúde entre idosos do município de São Paulo Marília Cristina Prado Louvison; Maria Lúcia Lebrão; Yeda Aparecida Oliveira Duarte; Jair Lício Ferreira Santos; Ana Maria Malik; Eurivaldo Sampaio de Almeida. INTRODUÇÃO A transição demográfica e o envelhecimento populacional introduzem grandes desafios às políticas públicas, em particular nos grandes centros urbanos. Nestes, em especial, convive-se com altos graus de pobreza e desigualdades, baixa escolaridade e arranjos domiciliares pouco continentes. Isso gera necessidade de intervenções mais rápidas e equânimes, além de respostas 41 INDEXAÇÃO E RESUMOS às novas demandas assistenciais que transcendem os núcleos familiares e os possíveis cuidadores, familiares ou não. As doenças que comumente ocorrem no envelhecimento ganham maior expressão no conjunto da sociedade. O idoso utiliza mais serviços de saúde, as internações hospitalares são mais frequentes e o tempo de ocupação do leito é maior se comparado a outras faixas etárias.19 Ao medir a utilização dos serviços e estudar sua acessibilidade, pode- se, indiretamente, avaliar a equidade de um sistema de saúde. Segundo Whitehead,22 a equidade em saúde é a superação das desigualdades injustas em determinado contexto histórico e social, implicando que necessidades diferenciadas da população sejam atendidas por ações governamentais também diferenciadas. Nesse sentido, a iniquidade é considerada uma "desigualdade injusta", desnecessária, que pode ser evitada, daí sua importância para os planejadores e gestores de políticas públicas. Os indicadores mais adequados para avaliar a existência de desigualdade na atenção à saúde devem estimar a chance de os indivíduos obterem tratamento quando acometidos por alguma doença ou de receberem cuidados específicos de proteção à saúde nos casos tradicionalmente recomendados e permitir quantificar a contribuição das diferenças entre grupos e no interior deles como um índice de desigualdade.3,18 O modelo teórico de utilização de serviços descrito por Andersen1,2 agrupa os perfis de consumo em três dimensões: de capacitação, de necessidade e de predisposição. Os fatores de capacitação se referem à capacidade de um indivíduo procurar e receber serviços de saúde; diretamente ligados às condições econômicas e à oferta de serviços: renda, planos de saúde, suporte familiar, disponibilidade, proximidade e quantidade de serviços ofertados. Os fatores de necessidade estão ligados às percepções subjetivas das pessoas e ao estado de saúde. Os fatores de predisposição referem-se às características individuais que podem aumentar a chance de uso de serviços de saúde como, por exemplo, as variáveis sociodemográficas e familiares: idade, sexo, nível de escolaridade e raça. Segundo esse modelo, em estudos de desigualdade, o acesso é considerado equitativo quando somente a necessidade determina o uso. A Organização Pan-Americana de Saúde coordenou um estudo multicêntrico denominado Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento (SABE)10 para traçar o perfil dos idosos na América Latina e Caribe. Participaram desse estudo a Argentina, Barbados, Brasil, Chile, Cuba, México e Uruguai. O presente estudo teve por objetivo analisar os fatores relacionados à determinação e às desigualdades no acesso e uso dos serviços de saúde por idosos. 42 INDEXAÇÃO E RESUMOS MÉTODOS No Brasil, a população do estudo SABE foi composta pelos idosos residentes, no ano 2000, no município de São Paulo. A amostra total de 2.143 idosos foi composta por dois segmentos: o primeiro, resultante de sorteio, correspondeu à amostra probabilística formada por 1.568 entrevistas. O segundo correspondeu ao acréscimo efetuado para compensar a mortalidade na população de maiores de 75 anos e completar o número desejado de entrevistas nesta faixa etária, composto por 575 residentes nos distritos em que se realizaram as entrevistas anteriores. Para sorteio de domicílios usou-se o método de amostragem por conglomerados em dois estágios sob o critério de partilha proporcional ao tamanho. Essa amostra foi tomada do cadastro da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 1995, composto por 263 setores censitários sorteados sob o critério de probabilidade proporcional ao número de domicílios. O número mínimo de domicílios sorteados no segundo estágio foi aproximado para 90. Para complementação da amostra de pessoas de 75 anos e mais utilizou-se a localização de moradias próximas aos setores selecionados ou, no máximo, dentro dos limites dos distritos aos quais pertenciam os setores sorteados. Os dados foram colhidos simultaneamente, por meio de entrevistas domiciliares, feitas com um instrumento constituído por 11 blocos temáticos (Projeto SABE10): dados pessoais, avaliação cognitiva, estado de saúde, estado funcional, medicamentos, uso e acesso aos serviços, rede de apoio familiar e social, história laboral e fontes de ingresso, características da moradia e a antropometria e os testes de flexibilidade e mobilidade. A maior parte das entrevistas (88%) foi feita diretamente com o idoso, para os demais utilizou-se um proxi-respondente quando o idoso estava impossibilitado de responder às questões por problemas físicos ou cognitivos. A descrição detalhada da metodologia empregada pode ser encontrada em Duarte & Lebrão.10 Foi considerada como variável dicotômica dependente a utilização ou não de serviços ambulatoriais nos quatro meses anteriores à entrevista. Para a identificação de desigualdades analisou-se a associação com a condição socioeconômica, representada pelos quintis de renda total, categorizando-os em menor renda (sem renda, primeiro e segundo quintis) e maior renda (terceiro, quarto e quinto quintis). A associação da escolaridade e seguros privados com a renda indicam a capacidade de demandar e consumir serviços de saúde. As variáveis de predisposição consideradas foram sexo e idade. Como variáveis de necessidade de saúde, foram utilizadas a autoavaliação de saúde e a presença de, pelo menos, uma doença crônica autoreferida: hipertensão, diabetes e problema nervoso ou psiquiátrico, todas como variáveis qualitativas dicotômicas. 43 INDEXAÇÃO E RESUMOS O método estatístico utilizado foi o da regressão logística multivariada, por passos, procedimento por eliminação (backwards). Baseou-se nas frequências ponderadas e a odds ratio (OR), com intervalo de confiança de 95%, ajustada mediante análise de regressão logística múltipla.5,8 Foram analisados dados da amostra expandida para a base populacional, na qual cada registro tem peso específico. Após descrição das frequências ponderadas e ajustadas para o efeito do delineamento de amostra complexa, a regressão logística múltipla foi utilizada para investigar a associação independente entre a utilização de serviços ambulatoriais e cada uma das características socioeconômicas e de saúde incluídas no estudo. O estudo SABE foi aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo e pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). RESULTADOS A amostra de idosos obtida no SABE representa o universo populacional de 836.204 idosos do município de São Paulo no ano 2000, constituída por 58,6% de mulheres. Destes, 77,9% eram de pessoas idosas com até 75 anos. Observou-se que os idosos do sexo masculino (41,4%) distribuíam-se nas faixas etárias mais novas, pois 19,2% tinham mais de 75 anos. A maioria dos idosos era brasileira (91,3%), se declarou branca (70,1%), católica (70,9%), morou por mais de cinco anos em zona rural até os 15 anos (62,6%), foi casada (95,1%), teve filhos (89,9%) e não vivia só (86,8%). Com relação à escolaridade, 79,0% frequentaram escola, 78,3% sabiam ler e escrever um recado, e 56,5% estudaram de um a quatro anos. Dos que foram à escola, 6,1% referiram não saber ler e escrever um recado e dos que referiram saber ler e escrever um recado,
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