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SERGIO VELLOSO 1 1 CONCEITOS BÁSICOS DE FUNDAÇÕES ÍNDICE 1. – DEFINIÇÕES – CLASSIFICAÇÕES TIPOS ............................................................................. 2 1.1.- TIPOS DE FUNDAÇÕES DIRETAS MAIS COMUNS .................................................................................. 3 1.2.- TIPOS DE ESTACAS MAIS COMUNS ........................................................................................................... 4 2. – CONCEITOS BÁSICOS – FUNDAÇÕES DIRETAS ................................................................. 6 3. – CONCEITOS BÁSICOS – FUNDAÇÕES PROFUNDAS .......................................................... 8 4. – RECALQUES ......................................................................................................................... 16 SERGIO VELLOSO 2 2 1. – DEFINIÇÕES – CLASSIFICAÇÕES TIPOS FUNDAÇÃO: elementos de uma construção que transmitem as cargas da mesma ao subsolo. Essa transmissão ocorre pelo mecanismo de transferencia de carga por atrito lateral e ponta nos elementos de fundação. CLASSIFICAÇÃO A PARTIR DO MECANISMO DE TRANSFERÊNCIA DE CARGAS: Fundações Diretas (rasas) ou Fundações Profundas (estacas). No meio geotécnico é usual a distinção entre as fundações diretas e profundas a partir do mecanismo de transferencia de carga: - as fundações diretas aplicam todos os seus carregamentos na base do elemento. Ou seja, a transmissão de carga ao solo ocorre pela ponta do elemento (blocos, sapatas e radiers). - as fundações profundas aplicam os seus carregamentos ao solo por atrito lateral ao longo de seus fustes e pela base dos mesmos. Ou seja, a transmissão de carga ao solo ocorre por atrito e ponta do elemento (estacas). Segundo este critério as fundações em tubulões podem ser consideradas como diretas ou profundas dependendo do critério de dimensionamento: quando não se considera o atrito do fuste do tubulão a fundação pode ser considerada direta e quando se considera esse atrito a fundação pode ser considerada como profunda. CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A NBR 6122/2019: Fundações Diretas (rasas) ou Fundações Profundas (estacas). FUNDAÇÃO DIRETA Pela norma brasileira de fundações (ABNT-NBR-6122/2019) a classificação das fundações em diretas é definida pelo embutimento (D) da fundação no terreno em função de sua menor dimensão de base (B). Segundo a NBR 6122/19 define-se como fundação direta o elemento de fundação cuja base está assentada em profundidade inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação, recebendo aí as tensões distribuídas que equilibram a carga aplicada; para esta definição adota-se a menor profundidade, caso esta não seja constante em todo o perímetro da fundação. FUNDAÇÃO PROFUNDA SERGIO VELLOSO 3 3 É o elemento de fundação que transmite a carga ao terreno ou pela base (resistência de ponta) ou por sua superfície lateral (resistência de fuste) ou por uma combinação das duas, sendo sua ponta ou base apoiada em uma profundidade superior a oito vezes a sua menor dimensão em planta e no mínimo 3,0 m; quando não for atingido o limite de oito vezes, a denominação é justificada. Neste tipo de fundação incluem-se as estacas e os tubulões. 1.1.- TIPOS DE FUNDAÇÕES DIRETAS MAIS COMUNS Os tipos de fundações diretas mais utilizados são apresentados a seguir. - Bloco de fundação direta: elemento de fundação rasa de concreto ou outros materiais tais como alvenaria ou pedras, dimensionado de modo que as tensões de tração nele resultantes sejam resistidas pelo material, sem necessidade de armadura; - Sapata: elemento de fundação rasa, de concreto armado, dimensionado de modo que as tensões de tração nele resultantes sejam resistidas pelo emprego de armadura especialmente disposta para esse fim; - Sapata associada: sapata comum a dois pilares; a denominação se aplica também a sapata comum a mais do que dois pilares, quando não alinhados e desde que representem menos de 70 % das cargas da estrutura; - Sapata corrida: sapata sujeita à ação de uma carga distribuída linearmente ou de três ou mais pilares ao longo de um mesmo alinhamento, desde que representem menos de 70 % das cargas da estrutura; - Radier: elemento de fundação rasa dotado de rigidez para receber e distribuir mais do que 70 % das cargas da estrutura. SERGIO VELLOSO 4 4 1.2.- TIPOS DE ESTACAS MAIS COMUNS As estacas são elementos de fundação profunda executados inteiramente por equipamentos ou ferramentas, sem que, em qualquer fase de sua execução, haja trabalho manual em profundidade. Os materiais empregados podem ser: madeira, aço, concreto pré-moldado, concreto moldado in loco, argamassa, calda de cimento, ou qualquer combinação dos anteriores. As estacas podem ser do tipo cravadas ou escavadas. As estacas são classificadas na NBR 6122/2019 segundo o tipo de material constituinte e de acordo com o seu procedimento executivo. TUBULÕES - Tubulão: elemento de fundação profunda em que, pelo menos na etapa final da escavação do terreno, faz-se necessário o trabalho manual em profundidade para executar o alargamento de base ou pelo menos para a limpeza do fundo da escavação, uma vez que neste tipo de fundação as cargas são resistidas preponderantemente pela ponta. ESTACAS MOLDADAS IN LOCO - Estaca de concreto moldada in loco (escavadas ou perfuradas): estaca executada preenchendo-se, com concreto, argamassa ou calda de cimento, perfurações previamente executadas no terreno, podendo ser total ou parcialmente armada; - Estaca hélice contínua monitorada: estaca de concreto moldada in loco, executada mediante a introdução no terreno, por rotação, de um trado helicoidal contínuo no terreno e injeção de concreto pela SERGIO VELLOSO 5 5 própria haste central do trado, simultaneamente à sua retirada, sendo a armadura introduzida após a concretagem da estaca; - Estaca escavada com uso de fluido estabilizante (estacão, barrete): estaca moldada in loco, sendo a estabilidade da perfuração assegurada pelo uso de fluido estabilizante (ou água, quando houver também revestimento metálico). Recebe a denominação de estacão quando a perfuração é feita por uma caçamba acoplada a uma perfuratriz rotativa, e estaca barrete quando a seção for retangular e escavada com utilização de clamshell; - Estaca escavada mecanicamente (trado mecanizado, trado helicoidal): estaca executada por perfuração do solo por trado mecânico, sem emprego de revestimento ou fluido estabilizante; - Estaca raiz: estaca armada e preenchida com argamassa de cimento e areia, moldada in loco executada por perfuração rotativa ou rotopercussiva, revestida integralmente, no trecho em solo, por um conjunto de tubos metálicos recuperáveis; - Estaca Strauss: estaca executada por perfuração do solo com uma sonda ou piteira e revestimento total com camisa metálica, realizando-se gradativamente o lançamento e apiloamento do concreto, com retirada simultânea do revestimento; - Estaca hélice de deslocamento monitorada (Ômega): estaca de concreto moldada in loco que consiste na introdução no terreno, por rotação, de um trado especial dotado de aletas, sem que haja retiradade material, o que ocasiona um deslocamento do solo junto ao fuste e à ponta. A injeção de concreto é feita pelo interior do tubo central, simultaneamente à sua retirada por rotação. A armadura é sempre introduzida após a concretagem da estaca; - Estaca hélice monitorada com trado segmentado: estaca de concreto moldada in loco, executada mediante a introdução no terreno, por rotação, de segmentos de trado helicoidal de diâmetro constante. A injeção de concreto é feita pela haste central do trado, simultaneamente à sua retirada. A armadura é sempre colocada após a concretagem da estaca; - Estaca trado vazado segmentado (Hollow Auger): estaca moldada in loco executada mediante a introdução no terreno, por rotação, de um trado helicoidal constituído por segmentos de pequeno comprimento (aproximadamente 1,0 m), rosqueados, e injeção de argamassa pela própria haste central do trado, simultaneamente à sua retirada; - Microestaca ou estaca injetada (pressoancoragem): estaca moldada in loco, armada, executada por perfuração rotativa ou rotopercussiva e injetada com calda de cimento por meio de um tubo com válvulas (manchete); - Estaca broca: fundação profunda perfurada com trado manual, preenchida com concreto, com comprimento mínimo de 3,0 m, utilizada para pequenas construções, com cargas limitadas a 100 kN (10tf). SERGIO VELLOSO 6 6 ESTACAS CRAVADAS - Estaca pré-moldada ou pré-fabricada de concreto: estaca constituída de segmentos de pré-moldado ou pré-fabricado de concreto e introduzida no terreno por golpes de martelo de gravidade, de explosão, hidráulico ou por martelo vibratório. Para fins exclusivamente geotécnicos não há distinção entre estacas pré-moldadas e pré-fabricadas, e para os efeitos desta Norma elas são denominadas pré-moldadas; - Estaca Franki; estaca moldada in loco executada pela cravação, por meio de sucessivos golpes de um pilão, de um tubo de ponta fechada por uma bucha seca constituída de pedra e areia, previamente frmada na extremidade inferior do tubo por atrito. Esta estaca possui base alargada e é integralmente armada; - Estaca metálica ou de aço: estaca cravada, constituída de elemento estrutural metálico produzido industrialmente, podendo ser de perfis laminados ou soldados, simples ou múltiplos, tubos de chapa dobrada ou calandrada, tubos com ou sem costura e trilhos. ESTACAS PRENSADAS - Estaca de reação (mega ou prensada): estaca de concreto ou metálica introduzida no terreno por meio de macaco hidráulico reagindo contra uma estrutura já existente ou criada especificamente para esta finalidade. ESTACAS MISTAS - Estaca mista: constituída por dois segmentos de materiais diferentes (madeira, aço, concreto pré- moldado, concreto moldado in loco etc.). . Ações variáveis efêmeras (ou transitórias, ou de curta duração) – ITEM 3.1: - ações variáveis que atuam por curtos intervalos de tempo (duração máxima de um dia) e com baixa frequência de ocorrência (menos de três dias por semana). 2. – CONCEITOS BÁSICOS – FUNDAÇÕES DIRETAS Como as cargas da estrutura são transmitidas ao solo pela ponta (base) do elemento as verificações de estabilidade das fundações diretas são feitas usualmente através de tensões. CARGA DA ESTRUTURA (𝑸𝑬𝑺𝑻.) – CARGA DE TRABALHO (𝑸𝑻𝑹𝑨𝑩.) – TENSÃO DE TRABALHO (𝝈𝑻𝑹𝑨𝑩.) As cargas axiais provenientes da superestrutura acima do nível do terreno (𝑸𝑬𝑺𝑻.) somadas ao peso próprio da fundação (𝑷𝑷,𝑭𝑼𝑵𝑫.)são distribuídas pela base da fundação direta sobre o solo de apoio. SERGIO VELLOSO 7 7 Carga da estrutura (𝑸𝑬𝑺𝑻.): carregamentos axiais devido a superestrutura (edificação) até o nível do terreno. Carga de trabalho (𝑸𝑻𝑹𝑨𝑩. = 𝑸𝑬𝑺𝑻. + 𝑷𝑷,𝑭𝑼𝑵𝑫.): carga aplicada no nível do apoio da base no terreno. Inclui a carga da superestrutura e o peso próprio da fundação (𝑷𝑷,𝑭𝑼𝑵𝑫.- peso da base enterrada e do solo sobre a base). É dada em valores característicos. Quando se inicia o dimensionamento não se conhece a priori o peso próprio da fundação (𝑷𝑷,𝑭𝑼𝑵𝑫.). Esse peso próprio pode ser preliminarmente estimado como sendo 5% da carga da estrutura (𝑸𝑬𝑺𝑻.). 𝑷𝑷,𝑭𝑼𝑵𝑫. = 𝟎, 𝟎𝟓 𝑸𝑬𝑺𝑻. 𝑸𝑻𝑹𝑨𝑩. = 𝑸𝑬𝑺𝑻. + 𝑷𝑷,𝑭𝑼𝑵𝑫. ≈ 𝑸𝑬𝑺𝑻. + 𝟎, 𝟎𝟓 𝑸𝑬𝑺𝑻. = 𝟏, 𝟎𝟓 𝑸𝑬𝑺𝑻. Tensão de trabalho (𝝈𝑻𝑹𝑨𝑩.): tensão gerada pela carga de trabalho distribuída sobre o solo de apoio da base no terreno. 𝝈𝑻𝑹𝑨𝑩. = 𝑸𝑻𝑹𝑨𝑩. 𝑨 . 𝑩 TENSÃO ADMISSÍVEL (𝝈𝑺) O solo sob a base deve apresentar uma resistência segura dita tensão admissível cujo valor deve garantir a não ruptura do solo e evitar que os recalques desse solo não ultrapassem os valores ditos admissíveis para a superestrutura. Segundo a NBR 6122/2019 é definida: “máxima tensão que, aplicada ao terreno pela fundação rasa ou pela base de tubulão, atende, com fatores de segurança predeterminados, aos estados limites últimos (ruptura) e de serviço (recalques, vibrações etc.)” A tensão admissível (𝝈𝑺) pode ser definida como sendo a tensão de ruptura (𝝈𝑹𝑼𝑷𝑻.) do solo minorada por um fator de segurança. 𝝈𝑺 = 𝝈𝑹𝑼𝑷𝑻. 𝑭𝑺 A tensão admissível também pode ser estimada através de formulações empíricas a partir de ensaios de campo (Sondagens SPT, ensaios PMT, ensaios DMT dentre outros). SERGIO VELLOSO 8 8 Em termos de forças a tensão de ruptura pode ser escrita: 𝝈𝑹𝑼𝑷𝑻. = 𝑸𝑹𝑼𝑷𝑻. . (𝑨 . 𝑩) 𝑸𝑹𝑼𝑷𝑻. = carga de ruptura do solo de apoio. Segundo a NBR6122/2019 a tensão de ruptura é definida: “tensão que, se aplicada pela fundação ao terreno, provoca perda do equilíbrio estático ou deslocamentos que comprometem sua segurança ou desempenho; corresponde à tensão resistente última (geotécnica) da fundação”. O fator de segurança é de 2,0 para obras definidas por provas de carga e de 3,0 quando se utilizam formulações teóricas. - FS = 2,0 (ensaios de provas de carga sobre placa) - FS = 3,0 (para formulações teóricas) A tensão de ruptura pode ser obtida através de ensaios de campo (Provas de Carga e ensaios CPT) e formulações teóricas (Terzaghi, Skempton, Brinch-hansen e Vèsic dentre outras). Tem-se, portanto, que: 𝝈𝑺 ≤ 𝝈𝑻𝑹𝑨𝑩. Para a situação mais econômica: 𝝈𝑺 = 𝝈𝑻𝑹𝑨𝑩. A área de base da fundação direta pode ser calculada: 𝝈𝑻𝑹𝑨𝑩. = 𝑸𝑻𝑹𝑨𝑩. 𝑨 . 𝑩 → 𝝈𝑺 = 𝑸𝑻𝑹𝑨𝑩. 𝑨 . 𝑩 → 𝑨 . 𝑩 = 𝑸𝑻𝑹𝑨𝑩. 𝝈𝑺 TIPOS DE DIMENSIONAMENTO DIMENSIONAMENTO GEOMÉTRICO: consiste na determinação da geometria de base (lados (A e B) da fundação direta. DIMENSIONAMENTO GEOTÉCNICO: consiste na determinação da tensão admissível do solo e parâmetros de deformação. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL: consiste na determinação da altura da base e seções de aço quando existentes. 3. – CONCEITOS BÁSICOS – FUNDAÇÕES PROFUNDAS Como as cargas da estrutura são transmitidas ao solo por atrito lateral e pela ponta (base) do elemento as verificações de estabilidade das fundações diretas são feitas usualmente através de forças (cargas). CARGA DA ESTRUTURA (𝑸𝑬𝑺𝑻.) – CARGA DE TRABALHO (𝑸𝑻𝑹𝑨𝑩.) No caso de fundações profundas as cargas axiais provenientes da superestrutura acima do nível do terreno (𝑸𝑬𝑺𝑻.) somadas ao peso próprio do bloco de coroamento (𝑷𝑷,𝑭𝑼𝑵𝑫.) são transferidas ao solo por atrito e ponta da estaca. SERGIO VELLOSO9 9 Bloco de coroamento: bloco estrutural que transfere a carga dos pilares para os elementos da fundação profunda. O bloco possui armadura devidamente dimensionada distribuindo os esforços do pilar sobre a cabeça da estaca ou das estacas sob o bloco. Carga da estrutura (𝑸𝑬𝑺𝑻.): carregamentos axiais devido a superestrutura (edificação) até o topo do bloco de coroamento. Carga de trabalho (𝑸𝑻𝑹𝑨𝑩. = 𝑸𝑬𝑺𝑻. + 𝑷𝑷,𝑭𝑼𝑵𝑫.): carga aplicada no nível da cabeça da estaca ou estacas (fundo do bloco de coroamento). Inclui a carga da superestrutura e o peso próprio da fundação (𝑷𝑷,𝑭𝑼𝑵𝑫.- peso do bloco de coroamento). A carga de trabalho das estacas é a carga efetivamente atuante na estaca, em valores característicos; a tensão de trabalho da estaca corresponde à carga de trabalho dividida pela área da seção transversal. Da mesma maneira que nas fundações diretas, quando se inicia o dimensionamento não se conhece a priori o peso próprio do bloco de coroamento (𝑷𝑷,𝑭𝑼𝑵𝑫.). Esse peso próprio pode ser preliminarmente estimado como sendo 5% da carga da estrutura (𝑸𝑬𝑺𝑻.). 𝑷𝑷,𝑭𝑼𝑵𝑫. = 𝟎, 𝟎𝟓 𝑸𝑬𝑺𝑻. 𝑸𝑻𝑹𝑨𝑩. = 𝑸𝑬𝑺𝑻. + 𝑷𝑷,𝑭𝑼𝑵𝑫. ≈ 𝑸𝑬𝑺𝑻. + 𝟎, 𝟎𝟓 𝑸𝑬𝑺𝑻. = 𝟏, 𝟎𝟓 𝑸𝑬𝑺𝑻. Como o número de estacas sob um pilar pode ser maior que um define-se também a carga de trabalho por estaca: 𝑸𝑻𝑹𝑨𝑩./𝑬𝑺𝑻𝑨𝑪𝑨 = 𝑸𝑻𝑹𝑨𝑩. 𝑵º 𝑬𝑺𝑻𝑨𝑪𝑨𝑺 = 𝟏, 𝟎𝟓 𝑸𝑬𝑺𝑻. 𝑵º 𝑬𝑺𝑻𝑨𝑪𝑨𝑺 DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DAS ESTACAS As cargas de trabalho por estaca são transmitidas na cabeça das estacas sob o bloco e devem ser resistidas pelo elemento estrutural da estaca (concreto, ou argamassa, ou calda de cimento e/ou aço). O dimensionamento dos elementos de estacas é denominado dimensionamento estrutural. ESTACAS MOLDADAS IN LOCO Para estacas moldadas in loco a Norma Brasileira de Fundações (TAB.4 - NBR 6122/2019) determina uma maneira simplificada para se obter a “carga admissível estrutural” dessas estacas. A TAB. 4 da norma fixa a classe do concreto a ser utilizado nas estacas, a tensão de compressão simples atuante abaixo da qual não é necessário armar (exceto ligação com o bloco), sua armadura mínima, o comprimento mínimo de armadura e o coeficiente de minoração do concreto caso se opte por fazer o dimensionamento estrutural do elemento. A “carga estrutural admissível” é chamada de carga de catálogo ou carga nominal da estaca (𝑸𝑵𝑶𝑴.). Para tensões de compressão simples (�̅�𝑪𝑺), atuantes no elemento estrutural das estacas, inferiores as prescritas na TAB. 4 não é necessário se armar as estacas a exceção da armadura de espera, a ser posicionada no topo da estaca e que deve ser penetrada no bloco SERGIO VELLOSO 10 10 de coroamento (ligação da estaca com o bloco de coroamento). Portanto a carga nominal das estacas pode ser obtida pela expressão a seguir. 𝑸𝑵𝑶𝑴. = �̅�𝑪𝑺 . 𝝅 × ∅𝑭𝟐 𝟒 �̅�𝑪𝑺 = 𝐭𝐞𝐧𝐬õ𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐜𝐨𝐦𝐩𝐫𝐞𝐬𝐬ã𝐨 𝐬𝐢𝐦𝐩𝐥𝐞𝐬 (𝐓𝐀𝐁. 𝟒) ∅𝑭 = 𝒅𝒊â𝒎𝒆𝒕𝒓𝒐 𝒅𝒂 𝒆𝒔𝒕𝒂𝒄𝒂 Nesse caso a área mínima de armadura (𝑨𝑺,𝑴Í𝑵.) das estacas é dada por: 𝑨𝑺,𝑴Í𝑵. = %(𝑻𝑨𝑩. 𝟒) . 𝝅 × ∅𝑭𝟐 𝟒 SERGIO VELLOSO 11 11 Exemplificando-se: especificar o dimensionamento de uma estaca hélice contínua de diâmetro de 60cm considerando-se somente armadura de espera e meio não agressivo. Carga estrutural admissível (carga nominal): adotando-se uma tensão de compressão simples no concreto da estaca de 60MPa (�̅�𝑪𝑺 -TAB. 4) em um diâmetro de 60cm tem-se: 𝑸𝑵𝑶𝑴. = 𝟔𝟎𝟎 𝒕𝒇 𝒎𝟐 × 𝝅 × (𝟎, 𝟔𝟎𝒎)𝟐 𝟒 = 𝟏𝟔𝟗, 𝟔 ≈ 𝟏𝟕𝟎𝒕𝒇 60MPa = 60kgf/cm² = 600tf/m² (TAB. 4) Para as estacas hélice (TAB. 4), a armadura de espera terá um comprimento mínimo de 4,0m devendo ser constituída por: 𝑨𝑺,𝑴Í𝑵. = 𝟎, 𝟒 % . 𝝅 × (𝟔𝟎𝒄𝒎)𝟐 𝟒 = 𝟏𝟏, 𝟑𝟎𝒄𝒎² Adotando-se barras de 16,0mm, o número de barras deverá ser de: 𝑵º 𝒅𝒆 𝒃𝒂𝒓𝒓𝒂𝒔 = 𝟏𝟏, 𝟑𝟎𝒄𝒎² ( 𝝅 . (𝟏, 𝟔𝒄𝒎)𝟐 𝟒 ⁄ ) = 𝟓, 𝟔 ≈ 𝟔 𝒃𝒂𝒓𝒓𝒂𝒔 De modo não usual pode-se dimensionar as estacas considerando-se tensões �̅�𝑪𝑺 superiores as indicadas na TAB. 4. Neste caso as armaduras devem ser estendidas até a profundidade em que a tensão de trabalho na seção transversal das estacas seja inferior as tensões de compressão simples indicadas na TAB.4. Observa-se ainda que neste caso deverão ser obrigatoriamente procedidos ensaios de carga (provas de carga) para aferir o desempenho das estacas. O dimensionamento pode ser efetuado considerando-se a expressão a seguir. 𝜸𝒇 . 𝑸𝑵𝑶𝑴. = 𝟎, 𝟖𝟓 . 𝒇𝒄𝒌 𝜸𝑪 . 𝝅 × ∅𝑭𝟐 𝟒 + 𝒇𝒚𝒅 . 𝑨𝑺 𝑸𝑵𝑶𝑴. = 𝟎, 𝟖𝟓 . 𝒇𝒄𝒌 𝜸𝑪 . 𝜸𝒇 . 𝝅 × ∅𝑭𝟐 𝟒 + 𝟏 𝜸𝒇 . 𝒇𝒚𝒅 . 𝑨𝑺 𝜸𝒇 = 𝟏, 𝟒 - coeficiente de ponderação das ações 𝜸𝑪 – TAB. 4 - coeficiente de ponderação da resistência do concreto fck - resistência característica do concreto à compressão ∅𝑭 - diâmetro do fuste da estaca fyd - resistência característica do aço Para estacas submetidas a compressão: fyd = 420MPa Para estacas submetidas a tração: 𝒇𝒚𝒅 = 𝒇𝒚𝒌 𝜸𝑺 → 𝜸𝑺 = 𝟏, 𝟏𝟓 SERGIO VELLOSO 12 12 As – área de aço necessária Exemplificando-se: especificar o dimensionamento de uma estaca hélice contínua de diâmetro de 60cm submetida a compressão considerando-se a estaca armada integralmente com 6 barras longitudinais de 16mm e meio não agressivo. 𝑸𝑵𝑶𝑴. = 𝟎, 𝟖𝟓 . 𝒇𝒄𝒌 𝜸𝑪 . 𝜸𝒇 . 𝝅 × ∅𝑭𝟐 𝟒 + 𝟏 𝜸𝒇 . 𝒇𝒚𝒅 . 𝑨𝑺 𝜸𝒇 = 𝟏, 𝟒 - 𝜸𝑪 = 𝟐, 𝟕 (TAB. 4) fck = 30MPa = 300kgf/cm² (TAB. 4) - ∅𝑭 = 60cm fyd = 420MPa = 4200Kgf/cm² Para estacas submetidas a tração: 𝑨𝑺 = 𝟔 × 𝝅 × (𝟏, 𝟔𝒄𝒎)𝟐 𝟒 = 𝟏𝟐, 𝟎𝟔𝒄𝒎² 𝑸𝑵𝑶𝑴. = 𝟎, 𝟖𝟓 . 𝟑𝟎𝟎 𝟐, 𝟕 × 𝟏, 𝟒 . 𝝅 × (𝟔𝟎𝒄𝒎)𝟐 𝟒 + 𝟏 𝟏, 𝟒 . 𝟒𝟐𝟎𝟎 × 𝟏𝟐, 𝟎𝟔 = 𝟐𝟐𝟔𝟖𝟐𝟑 𝒌𝒈𝒇 ESTACAS DE CONCRETO PRÉ-MOLDADAS OU PRÉ-FABRICADAS O dimensionamento estrutural deve ser feito limitando o fck a 40,0 MPa e utilizando-se as normas: - Estruturas de concreto – procedimento (ABNT NBR 6118); - Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado (ABNT NBR 9062); - Estacas pré-fabricadas de concreto — Requisitos (ABNT NBR 16258). ESTACAS METÁLICAS Devem ser dimensionadas de acordo com a norma Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios (ABNT NBR 8800), considerando-se a seção reduzida da estaca (descontar as espessuras de sacrifício da TAB. 5 – NBR 6122/2019). No caso de ocorrência de camada de argila mole, deve-se levar em conta o comprimento cravado e a inércia da peça metálica a fim de reduzir a possibilidade da ocorrência de instabilidade dinâmica direcional (drapejamento) durante a cravação. As estacas de aço que estiverem total e permanentemente enterradas, independentemente da situação do lençol d’água, dispensam tratamento especial, desde que seja descontada a espessura indicada na TAB. 5 da NBR 6122. SERGIO VELLOSO 13 13 DIMENSIONAMENTO GEOTÉCNICO DAS ESTACAS As estacas transmitem os seus carregamentos (𝑸𝑻𝑹𝑨𝑩./𝑬𝑺𝑻𝑨𝑪𝑨) ao solo por atrito lateral que depende da resistência ao cisalhamento do solo que envolve o fuste e por resistência de ponta que depende da resistênciado solo na ponta da estaca. A soma das resistências de atrito e ponta do solo que envolvem a estaca é denominado capacidade de carga da estaca ou carga de ruptura geotécnica. CARGA DE RUPTURA GEOTÉCNICA – CAPACIDADE DE CARGA É a carga que, se aplicada à fundação, provoca perda do equilíbrio estático ou deslocamentos que comprometem sua segurança ou desempenho (corresponde à força resistente última, geotécnica, da fundação). A estaca em contato com o solo abaixo da cota de arrasamento aplica a carga de trabalho no terreno que por sua vez resiste por atrito a aplicação dessas cargas. A carga de ruptura desse atrito é chamada capacidade de carga por atrito lateral (𝑸𝑨𝑳). As cargas de trabalho que eventualmente chegam à ponta da estaca são resistidas pelo solo da ponta. A carga de ruptura do solo da ponta é chamada capacidade de carga de ponta (𝑸𝑷). A capacidade de carga da estaca (carga de ruptura geotécnica do solo - 𝑸𝑼) corresponde a soma da carga de ruptura por atrito e de ponta do solo que envolve a estaca. 𝑸𝑼 = 𝑸𝑨𝑳 + 𝑸𝑷 Cota de arrasamento: nível em que deve ser deixado o topo da estaca ou tubulão, de modo a possibilitar a integração estrutural entre o elemento de fundação (e a sua armadura) e o bloco de coroamento CARGA ADMISSÍVEL DA ESTACA OU TUBULÃO (𝑸𝑨𝑫𝑴.) É a máxima carga que, aplicada sobre a estaca ou sobre o tubulão isolados, atende, com fatores de segurança predeterminados, aos estados limites últimos (ruptura) e de serviço (recalques, vibrações etc.). A carga admissível (𝑸𝑨𝑫𝑴.) pode ser definida como sendo a carga de ruptura (𝑸𝑼) do solo minorada por fatores de segurança. 𝑸𝑨𝑫𝑴. = 𝑸𝑼 𝑭𝑺 = 𝑸𝑨𝑳 𝑭𝑺 + 𝑸𝑷 𝑭𝑺 SERGIO VELLOSO 14 14 O fator de segurança adotado pela norma de fundações (NBR 6122/2019) é de 2,0 e quando se utilizam formulações semi-empíricas para determinação da capacidade de carga, o fator de segurança deve ser o adotado pelos autores mas mantendo-se sempre um mínimo de FS = 2,0. DIMENSIONAMENTO GEOMÉTRICO DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS Através do dimensionamento geométrico determina-se o número de estacas necessário debaixo de um determinado pilar e sua locação. O dimensionamento geométrico depende do dimensionamento estrutural bem como do dimensionamento geotécnico das estacas. 𝑸𝑨𝑫𝑴. ≥ 𝑸𝑵𝑶𝑴. ≥ 𝑸𝑻𝑹𝑨𝑩./𝑬𝑺𝑻𝑨𝑪𝑨 Para carregamentos exclusivamente axiais tem-se: 𝑵º 𝑫𝑬 𝑬𝑺𝑻𝑨𝑪𝑨𝑺 = 𝑸𝑻𝑹𝑨𝑩. 𝑸𝑨𝑫𝑴. Complementando o dimensionamento geométrico as estacas devem ser locadas em relação ao centro do pilar de maneira que o centro de gravidade das estacas coincida com o centro de carga do pilar. Exemplificando-se: especificar o dimensionamento geométrico da fundação em estacas do pilar P1. São dados do problema: - Carga nominal da estaca hélice de ØF = 60cm: 𝑸𝑵𝑶𝑴. = 𝟏𝟕𝟎𝒕𝒇. - Capacidade de carga das estacas com profundidade de 15m: 𝑸𝑼 = 𝟐𝟗𝟎𝒕𝒇. - Carga axial do pilar fornecida pelo calculista da estrutura: 𝑸𝑬𝑺𝑻. = 𝟑𝟑𝟎𝒕𝒇. 𝑸𝑨𝑫𝑴. = 𝑸𝑼 𝑭𝑺 = 𝟐𝟗𝟎 𝟐 = 𝟏𝟒𝟓𝒕𝒇 Para 𝑸𝑵𝑶𝑴. = 𝟏𝟕𝟎𝒕𝒇 e 𝑸𝑨𝑫𝑴. = 𝟏𝟒𝟓𝒕𝒇 apesar das estacas sob o aspecto estrutural poderem suportar 170tf, a carga admissível é a máxima carga que pode ser aplicada na estaca (𝑸𝑨𝑫𝑴. ≥ 𝑸𝑵𝑶𝑴.), portanto a carga nas estacas deve ser limitada a 145tf. A carga atuante no topo do bloco de coroamento sob o pilar é dada por: 𝑸𝑻𝑹𝑨𝑩. = 𝟏, 𝟎𝟓 𝑸𝑬𝑺𝑻. = 𝟏, 𝟎𝟓 × 𝟑𝟑𝟎 = 𝟑𝟒𝟔, 𝟓𝒕𝒇 (inclusão do peso próprio do bloco) O número de estacas sob o bloco de coroamento pode ser calculado: 𝑵º 𝑫𝑬 𝑬𝑺𝑻𝑨𝑪𝑨𝑺 = 𝑸𝑻𝑹𝑨𝑩. 𝑸𝑨𝑫𝑴. = 𝟑𝟒𝟔, 𝟓 𝟏𝟒𝟓 = 𝟐, 𝟒 ≈ 𝟑 A carga de trabalho de cada uma das três estacas é dada por: 𝑸𝑻𝑹𝑨𝑩./𝑬𝑺𝑻𝑨𝑪𝑨 = 𝑸𝑻𝑹𝑨𝑩. 𝑵º 𝑬𝑺𝑻𝑨𝑪𝑨𝑺 = 𝟑𝟒𝟔, 𝟓 𝟑 = 𝟏𝟏𝟓, 𝟓𝒕𝒇 Como se observa o dimensionamento está correto pois: SERGIO VELLOSO 15 15 𝑸𝑵𝑶𝑴. > 𝑸𝑻𝑹𝑨𝑩./𝑬𝑺𝑻𝑨𝑪𝑨 (𝟏𝟕𝟎𝒕𝒇 > 𝟏𝟏𝟓, 𝟓𝒕𝒇) 𝑸𝑨𝑫𝑴. > 𝑸𝑻𝑹𝑨𝑩./𝑬𝑺𝑻𝑨𝑪𝑨 (𝟏𝟒𝟓𝒕𝒇 > 𝟏𝟏𝟓, 𝟓𝒕𝒇) As estacas serão locadas conforme apresentado a seguir. SERGIO VELLOSO 16 16 4. – RECALQUES Os recalques são movimentos verticais descendentes da fundação. Os movimentos verticais ascendentes são chamados de levantamentos. A verificação de recalques é uma verificação do estado limite de serviço. CLASSIFICAÇÃO DOS RECALQUES RECALQUE TOTAL (S) = corresponde ao máximo deslocamento vertical observado em um dado ponto (mm). RECALQUE DIFERENCIAL (∆) = corresponde à diferença em módulo entre os recalques totais de dois pontos quaisquer. ∆= |𝑺𝒊 − 𝑺𝒊−𝟏| RECALQUE DIFERENCIAL ESPECÍFICO (𝜷) : corresponde ao recalque diferencial dividido pela distancia entre os pontos considerados (VÃO). 𝜷 = ∆ 𝑽Ã𝑶 = 𝟏 (𝑽Ã𝑶 ∆⁄ ) INCLINAÇÃO (W) : corresponde ao recalque diferencial específico entre dois pontos extremos da estrutura. RECALQUE ADMISSÍVEL valor máximo do recalque total que a estrutura pode suportar sem que ocorram danos não aceitáveis. A correta fixação do recalque admissível somente é possível, na prática, através da monitoração dos recalques de diversas estruturas, associando-se seus valores aos danos observados e, assim fixando-se os limites de aceitação correspondentes aos efeitos constatados. CLASSIFICAÇÃO DOS DANOS: SERGIO VELLOSO 17 17 Os recalques podem gerar danos a edificação. Esses danos podem ser classificados em estruturais, estéticos e funcionais. DANOS ESTRUTURAIS: são aqueles manifestados na própria estrutura abrangendo trincas, rachaduras ou mesmo a ruptura de uma ou várias peças estruturais, tais como lajes, vigas, pilares, etc. DANOS ARQUITETÔNICOS ou ESTÉTICOS: são aqueles observados em peças não estruturais, mas que afetam a estética da construção, tais como trincas em alvenarias de prédios estruturados, inclinação que não afete a estabilidade de edifícios, abatimentos que não perturbem o tráfego em pavimentos, etc. DANOS FUNCIONAIS: são aqueles que afetam o funcionamento de algum item da edificação, tais como distorção de esquadrias, guias de elevadores ou pontes rolantes, funcionamento de máquinas apoiadas em mancais, inversão da declividade de redes de esgoto e águas pluviais, etc. GRAU DE ACEITAÇÃO DO USUÁRIO: define até que ponto o dano pode ser aceitável. VELOCIDADE DE RECALQUES: a velocidade de recalques permite ao projetista estimar uma tendência quanto ao crescimento ou estabilização dos mesmos. O acompanhamento das velocidades de recalques pode ser obtido através do monitoramento de recalques. Os recalques por adensamento de solos argilosos saturados são, em geral, melhor absorvidos com menores danos, que recalques rápidos, como os ocorrentes em areias. INDICAÇÃO DE RECALQUES DITOS ADMISSÍVEIS Diversos trabalhos neste sentido são disponíveis na bibliografia, destacando-se: Recomendações de BJERRUM (1963) – VARGAS E SILVA para 𝜷𝑳𝑰𝑴𝑰𝑻𝑬 SERGIO VELLOSO 18 18 Recomendações de BJERRUM (1963) para 𝜷𝑳𝑰𝑴𝑰𝑻𝑬 Recomendações de MCDONALD E SKEMPTON (1955) para 𝑺𝑳𝑰𝑴𝑰𝑻𝑬 Recalque total (SLIMTE) Fundações isoladasRadiers Em argilas (mm) 75 - (60) 75 a 125* - (60 a 100) Em areias (mm) 50* - (35) 50 a 75* - (35 a 60) Recomendações de Burland et al (1977)** para ∆𝑳𝑰𝑴𝑰𝑻𝑬 e 𝑺𝑳𝑰𝑴𝑰𝑻𝑬 Em areias ∆𝑳𝑰𝑴𝑰𝑻𝑬 = 45mm e SLIMTE = 45mm Em argilas ∆𝑳𝑰𝑴𝑰𝑻𝑬 = 45mm e SLIMTE = 65mm em estruturas flexíveis ∆𝑳𝑰𝑴𝑰𝑻𝑬 = 45mm e SLIMTE = 100mm em estruturas rígidas
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